DESIGNER:
1- Vetor econômico: manutenção da produção e da circulação de produtos e
serviços
2- Vetor social: contribuição na elevação da qualidade de vida individual e social.
SEMIÓTICA: Introduz aportes para resolver questões com relação à comunicação do
produto e suas significações.
A mensagem verbal
O objeto de estudo ( o que se passa entre os participantes do processo de comunicação
recebe o nome de texto).
* neste texto existe uma situação particular de comunicação;
* o texto é uma unidade estruturada – tem textura;
* o texto comunica significado.
A comunicação envolve necessariamente pelo menos duas pessoas, aquela que fala (o
emissor) e aquela a quem se fala ( o receptor). O significado é a transmitido entre os
dois participantes. E este significado está materializado em algum código.
Ex.: o significado de “pare”
Pode ser transmitido por meio de vários códigos.
1 – um sinal rodoviário em vermelho e branco.
2 – a luz vermelha do semáforo;
3 – o braço de um policial;
4 – ou a palavra pare.
Contexto – inclui aspectos como a situação do leitor (já tem o produto? Tem condições
de adquiri-lo? O lugar onde o anúncio aparece – que tipo de publicação).
O ícone pode ter diversos tipos de analogia, e conforme JOLY (1996), diversos
tipos de ícones, que são a imagem, o diagrama, e a metáfora.
IMAGEM: reúne os ícones que mantêm uma relação de analogia qualitativa entre o
significante e o referente. Um desenho, uma foto, uma pintura figurativa retomam as
qualidades formais de seu referente: formas, cores, proporções, que permitem
reconhecê-los.
SÍMBOLO
Corresponde à classe dos signos que mantém uma relação de convenção com seu
referente. Representa uma associação necessária com o objeto e que atua como força de
lei. É uma associação determinada por princípios pré-existentes. Os símbolos clássicos
como a bandeira para o país, a pomba da paz, os anéis da bandeira olímpica, que
representam os cinco continentes. É também por uma convenção sociocultural, quando
um ícone é tomado como símbolo, como é o caso de uma bandeira (por representar as
cores e formas de um país), ou de um crucifixo como o símbolo do Cristianismo. As
palavras são genuinamente simbólicas. Mas em sua grande maioria os símbolos
possuem dentro si, aspectos icônicos ou indiciais.
Na comunicação publicitária a forma mais simples de ilustração é a imagem icônica – a
foto do produto contra um fundo neutro. Muito comum também na linguagem da
propaganda o recurso das metáforas.
Ex.: na campanha da Esso “Ponha um tigre no seu tanque” – tigre está empregado
metaforicamente (tigre=força=gasolina Esso).
Com relação ao índice, também é muito comum nas ilustrações publicitárias, pois as
imagens estabelecem uma relação indicial de contigüidade. Por ex.: uma ilustração
retratando o cigarro, uma xícara de café, e uma bebida. A ilustração fala por si mesma,
ficando o sentido bastante claro. O cigarro faz parte de uma situação a que também
pertencem o café e a bebida.
Essa tentativa de estabelecer uma relação indicial entre certo produto e uma situação
desejável é extremamente freqüente em imagens publicitárias.
Mantém uma unidade de conjunto através do rastro de brilho que os produtos Poliflor
deixam por onde passam.
A limpeza e o brilho ficam mais evidenciados pelo uso das estrelinhas, sinais visuais de
brilho, que pontilham o rastro da ação do produto.
Esse rastro marca a oposição entre brilho e não-brilho – característica fundamental
dessa alternativa.
Esta oposição marcante entre duas qualidades – brilhar e não brilhar – dá a
predominância qualitativa icônica.
2 – As imagens do brilho
Esta imagem mantém sua unidade de conjunto através de imagens dos diferentes
ambientes de uma casa.
O brilho intenso desses ambientes destaca os efeitos da ação dos produtos, os resultados
dessa ação.
Ao indicar os locais da casa, ao apontar com clareza os resultados da ação dos produtos
sobre as partes da casa em que foram aplicados, essa opção tem predominância
referencial – quer dizer – as imagens indicam os locais da casa na qual os resultados
foram alcançados pela ação do produto.
3 - As metáforas do brilho
Essa opção mantém sua unidade de conjunto através de uma forma esférica superior,
por trás da qual desponta, à maneira de uma estrela, o sinal do brilho.
Outro traço de unidade é dado pela sugestão de uma folha que se abre, revelando
aquilo que está por trás do uso dos produtos Poliflor – partes da casa que brilham
sob o efeito do produto.
A conotação de brilho que surge por trás da linha do horizonte e a conotação de
revelação na folha que se levanta para mostrar o que se esconde por trás do uso do
produto dão a esta alternativa predominância metafórica.
ELEMENTOS COMUNS ENTRE AS TRÊS OPÇÕES
1- AS CORES
A cor azul-noite como fundo para a logomarca Poliflor em branco e na cor amarela
para informações adicionais sobre a especificidade de cada produto.
O branco de Poliflor, surgindo em contraste com o azul-noite do fundo, é muito
eficaz, pois sugere a luz que brota do escuro. Isso se acentua porque o azul do fundo
é cor fria que produz a sensação de profundidade de campo.
O amarelo uma cor quente, também é eficaz, pois não só entra em uma certa
concordância com a cor da madeira, como também sugere o brilho do sol.
2- AS LINHAS
A linha diagonal superior do rótulo, acompanhando as forma da embalagem é
recuperada em todos os outros rótulos, em cada alternativa de uma maneira própria,
mas sempre mantida.
Esta linha diagonal é também eficaz porque sugere movimento, dando a sensação de
uma certa leveza.
3- OS SINAIS CONVENCIONAIS
O pingo do “i” de Poliflor é um sinal convencional utilizado para indicar brilho,
também empregado nos desenhos simplificados de uma estrela.
4- A LOGOMARCA
O tipo gráfico da logomarca Poliflor é reduzido ao máximo de simplicidade, com
linhas arredondadas, em movimento ondulatório numa escrita muito próxima da
grafia manual o que sugere a leveza do gesto, fator importante na composição do
significado final que as mensagens querem atingir.
5- A SINESTESIA
Há um apelo sinestésico nas três alternativas – elas visam produzir sensações não só
visuais, como também sensações táteis e principalmente sensações de cheiro – o
cheiro das limpeza e a visualidade do brilho.
7- O PODER APELATIVO
As embalagens são convidativas. Apelam para a ação de pegar: são anatômicas.
Chamam para o manuseio quase instintivo. Isso é importante quando se considera
que o produto estará misturado aos competidores nos pontos-de-venda. As variações
nas cores das embalagens e das tampas são indicativas do tipo do produto e de sua
finalidade.
Referências:
NIEMEYER, Lucy. Elementos de semiótica aplicados ao design. Rio de Janeiro: 2AB,
2003.
SANTAELLA, Lucia. Semiótica Aplicada. São Paulo: Pioneira Thomson Learnin,
2002.
VESTERGAARD, T.; SCHRODER, K. A linguagem da propaganda. São Paulo: M.
Fontes, 1994.