O roteiro bruto
2. Passadas sete décadas desde que o 1º código florestal fixou a obrigação de se proteger
as beiras de rio, as encostas e delimitou a proporções de vegetação nativa a serem
protegidas, o setor agropecuário expressa observar a lei como “incumprível”.
Setores capitaneados pela CNA alegam que a Lei florestal afronta o direito de
propriedade, a segurança jurídica e a produção agropecuária; argumentam que,
por carecer de fundamentos científicos, não serve para proteger os bens naturais
como propõe.
3. Dum modo tosco, é possível traçar um cenário em que poucos estão satisfeitos com a
legislação vigente.
4. Tentaremos refletir nos 30 minutos que temos sobre as críticas que vem sendo lançadas
sobre os diversos atores e as propostas apresentas pelos envolvidos.
Porém alguns autores argumentam que isso é uma leitura parcial da história.
Afirmam que o projeto aprovado foi aprovado por uma comissão de naturalista
que, à época, com a conservação dos ecossistemas naturais; que o primeiro
código é fruto de uma doutrina que apregoava a direta intervenção estatal na
proteção de florestas.
6. No entanto, a lei supracitada pouco sucesso teve. Luciano Pereira da Silva, Deputado e
seu relator no CN, indicava a precariedade de sua execução como uma decorrência da
“inércia, por displicência das autoridades estaduais e municipais, quando não a
resistência passiva e deliberada”.
O projeto tramitou pelo CN por mais de uma década e foi sancionado em 1965
através da lei 4771/1965, vigente até hoje.
8. De 1965 A 2000 a lei foi sendo pontualmente alterada, corrigindo algumas falhas e
criando novas restrições.
Em 2000, o Código Florestal passou por outra profunda mudança, não em seus
objetivos, mas em seus instrumentos.
o Diferentemente de 1965, a reforma se precipitou a partir da edição de
uma MP (1511/1996) que aumentou para 80% a RL dos imóveis
situados na Amazônia Legal.
Essa medida provisória foi reeditada mês a mês, com a inserção progressiva de
novas alterações na lei florestal.
10. Até hoje, continua em vigor o texto aprovado pelo CONAMA, na forma da MP 2166-
67/2001.
11. Acredita-se que dois marcos relevantes impulsionaram a recente busca frenética por
flexibilizar ou revogar as normas florestais hoje vigentes na esfera nacional:
12. Desde que as medidas governamentais em prol da observância das normas de proteção
ambiental passaram a interferir diretamente no crédito rural, mesmo com flexibilidades
de certa forma questionáveis como a que se encontra presente no item 14 do MCR 2-1,
os representantes políticos do setor agropecuário passaram a pressionar com vigor por
alterações em nossa lei florestal e normas infra-legais a ela associadas.
15. Exatamente por isso, ganhou vulto a ação política nitidamente voltada ao
enfraquecimento do arcabouço jurídico existente, inerente à proteção ambiental e
notadamente à florestal.
Quais são os aspectos apontados como “fracos” no CF? Qual o problema do CF?
16. Embora vários instrumentos tenham passado por atualizações, o CF é uma lei que
vigora praticamente inalterada desde 1934.
Conservação da biodiversidade;
proteção das áreas frágeis e produção florestal.
17. Para entender os problemas do CF é fundamental ter clareza quanto as suas múltiplas
facetas. São várias as facetas do Código Florestal:
Um dos argumentos mais ouvidos é que a lei, por não ter “base científica”,
criou implicações que atingem o direito de propriedade, funcionando como um
instrumento de abuso contra o proprietário.
21. Um problema pontual: tamanho e localização das APPs de beira de rio e topo de morro.
Um requisito fundamental para que uma regra seja cumprida é que ela seja de
fácil compreensão e execução por seus destinatários.
23. Até Janeiro deste ano, haviam 36 projetos em tramitação na Câmara dos Deputados
pretendendo fazer alterações na legislação florestal.
Esses projetos podem ser divididos em três blocos:
24. Inicialmente, o projeto ora analisado foi apresentado pelo Deputado Sérgio Carvalho em
19 de outubro de 1999. Foi arquivado, na forma regimental, em 31 de janeiro de 2003 e
desarquivado em 28 de março de 2003, tendo sido apreciado pela Comissão de
Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural e pela Comissão de
Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável.