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area eee a Palabra, © Aorigem das tdetas Ao investigar a origem das ideias, ao contrério dos fildsofos racionalistas, que privilegiam as verdades de razdo — tipicas da ldgica e da matematica —, Locke ppreferiu o caminho pstcolégico ao indagar como se processa o conhecimento. Distingue, ento, duas fontes posstveis para nossas ideias: a seneagdio © reflex. « A sensago, cujo estimulo é externo, resulta da motdificagao feita na mente por meio dos sentidos. ‘Locke observa que pela sensagao percebemos que as coisas tém qualidades que podem produair as ideias em n6s. Essas qualidades sao primérias & secundarias: ‘As qualidade primérias cio objetivas, por oxis- tirem realmente nas coisas: a solidez, a extenséo, a configuracdo, 0 movimento, o repouso e o ntimero. ‘As qualidades secundérias, ao contrério das pri- maérias, variam de sujeito para sujeito e, como tais, sig em parte relativas e subjetivas, sao elas cor, som, odor, sabor etc. + Areflexio, que se processa internamente, & a percepgao que a alma tem daquilo que nela ocorre. Portanto, a reflexdo fica reduzida & experiéncia interna do resultado da experién- cia externa produzide pela sensacéo, As cores da patheta s30 ‘qualidades secundarias, portanto subjetivas. ‘4a palheta,que & um objeto de madeira tem 2 ‘qualidades primarias e objetivas de extensio e solide Assim, a razdo retine as ideias, as coordene, compara, distingue, compée, ou seja, a5 ideias entram em conexio entre sl. Portanto, as idetas simples que vém da sensagio combinam-se entre si, formando as idelas complexas, por exemplo as ideias de identidade, existéncia, substancia, cau- salidade ete. ‘Nesse sentido, Locke conclui que nao podemos ter ideias inatas, como pensara Descartes. E como ‘ointelecto “constréi” esas ideias, nlo se pode dizer, ‘como os antigos, que conhecemos a esséncia das coisas. Por serem formadas pelo intelecto, as ideias complexas nao tém validade objetiva, sio apenas ‘nomes de que nos servimos para ordenar as coisas. Daf o seu valor pritico, e néo cognitive, —=_—— Se voc! leu com atengio 0 capitulo anterior no qual abordamosa questdo dosuniversais poderé compa ‘ara posigaosobreasideias complexas de Locke com 2 do nominalista Guilherme de Ockam, um monge Inglés. Quais «30 as semelhancas? Se o intelecto sozinho nfo capaz de inventar ‘deias, mas depende da experiénela, que fornece 0 cconteiido do pensamento, como fica para Locko ‘a ideia de Deus, j4 que todo conhecimento passa necessariamente pelos sentidos? Para ele, s6 estamos “menos certos” com relagSo 2 existéncia das coisas ‘externas, mas 0 mesmo nio ocorre quando se trata da existéncia de Deus. Por certeza intuitiva, sabe- ‘mos que 0 puro nada nao produz, um ser real; ora, se 0s seres reals no exlstem desde a eternidade, cles dovem ter tido um comego, ¢ o que teve um comego deve ter sido produzido por algo. B conclu ‘que deve existir um Ser eterno, que pode ser deno- minado Deus. Desee modo, o empitista Locke recorre a um argumento metafisico para provar a existéncia de Deus. Veremos a seguir como Hume aprofunda 0 empirismo com mais vigor e, no préximo capftulo, trataremos da ousadia de Kant para ir as tltimas cconsequéncias do ponto de vista epistemolégico. > David Hume: 0 habito e a crenga David Hume (1711-1776), fil6sofo escocés, levou mais adiante o empirismo de Francis Bacon e John Locke, Gus 18 aprendemos sobre Hume no capitulo 9,°O que ppodemos conhecer’™ Voltaremos a ele no capitulo 2a,"Teatias éticas’ ‘Ametefisica da modemidede Capitulo 14 ta Conforme a tradictio empirista, em sua obra Tratado da natureca humana, Hume preconiza 0 :nétodo de investigagdo, que consiste na observagéo ena generalizagao. Afirma que 0 conhecimento tem nfclo com as percepodes individuals, que podem set ‘impresses ou ideias. A diferonca ontre alas depande apenas da forga e da vivacidade pelas quais as per- cepgées atingem a mente, + As impresses sio as percepydes originérias que se apresentam consciéncia com maior vivacidade, tais como as sensag6es (ouvir, ver, sentir dor ou prazer etc,). + As ideias sio as percepedes derivadas, cbpias pélidas das impressdes ¢, portanto, mais fracas. Nesse sentido, o sentir impresslo) distingue-se do pensar (ideia) apenas pelo gran de intensidade, Além de que a impressio é sempre anterior e a ideia dela dopende. Desse modo, Hume rejeita as ideias inatas. As ideias, por sua vez, podem ser complexas, quando pela imaginagdo as combinamos entre si por melo de assoclaghes. Hume d4 0 exemplo de uma montanha de ouro e de um centauro. ‘O centauro €fruto da imaginagdo humana, pois associamos 2s ideias de cavalo e de homem em urna sé figura.Nesta ‘tela de Pompeo Baton, Aqulles eo centauro Quiron (1740). ‘Ocentauro Quiron, preceptor de Aquiles, herd pregoda guerra de Toia,ensina o discipulo a usar a raza0 e2 forca. Unidade 3 (O conhecimanto ‘A imaginagao 6 um feixe de percepgdes unidas or assoclaglo a partir da semelhanga, da con- tiguidade (no espago ou no tempo) e da relagao de causa ¢ efeito. No entanto, essas relagdes no podem ser observadas. pais néo pertencem aos objetos. As relagSes 6&0 apenas modos pelos quais passamos de um objeto a outro, de um termo @ ‘outro, de uma ideia particular a outra, simples pas- ‘sagens externas que nos permitem associar os ter- ‘mos a partir dos prinefpios de causalidade, seme- Ihanga e contiguidade. Por exemplo, quando uma bola de bilhar choca- se com outra, que entio se pie em movimento, no ha nada na experiéncia que justifique denomt nar a primetra bola como causa do movimento da segunda. Do mesmo modo, ao associarmos calor ¢ ogo, peso esolides ou concluirmos que 0 Sol surgirk amanha porque surgiu ontem e hoje. Hume nega, portanto, a validade universal do prinefpio de causalidade o da nogio de necessi- dade a ele associada. O que observamos ¢ a suces- slo de fatos ou a sequéncla de eventos endo onexo causal entre esses mesmos fatos ou eventos. £ 0 Adbito criado pela observagio de casos semelhan- tes que nos faz ultrapassar o dado e afirmar mais do que a experitncla pode alcancat. A partir desses casos, supomos que o fato atual se comportaré de forma andloga. @ Para finalizar Neste capitulo vimos que, no século XV, aques- ‘to epistemoldgica adquiriu um interesse central sobretudo no ponsamento dos filésofos Descartes, Bacon, Locke e Hume, ao estabelecerem métodos para investigar o alcancee limites do conhecimento humano. esse modo, dou-se o confronto entre dnas ten- déncias opostas: 0 racionalismo e o empirismo. Os racionalistas confiam na capacidade humana de atingir verdades universais ¢ otemnas, enquanto os ‘empiristas questionam o caréter absoluto da ver- dade, pots para estes conhectmento parte de uma realidade em transformagio constante, na qual tudo 6 relative ao tempo, eo humano. ‘As consequéncias do confronto entre empirismo e racionalismo serio objeto das reflexdes de Kant. no séoulo XVII Veromos no préximo capitulo como o pensamento kantiano influenciou fortemente a filosofla do séeulo XIX. tape A se pote AB ona tapi et Pra HO ‘itura complementar O mundo ea consciéncia _ “0 dualismo cartesiano e a doutrina da total separacao das substanclas levam, no limite, a um estranhamento da consciéncia em relaco a0 mundo. Mas hoje sabernas quea conscitncia no pode ser posta como uma entidade absolutamente auténoma e separada, a ndo ser em termos estritamente metodol6gicos. Por isso somos levados a ‘considerar nao apenas o problema das relabes entre a consciencia e 0 mundo, como também a questo, para nds talvex mais premente, da cansciéncia na munda, Pois 0 rogresso e a obtengéo da sabedoria através do correto exerccio da razio sdo inse- ‘Bardveis da consideracdo da historia da humanidade, em que Descartes toca apenas ‘uperficialmente. Hoje sabemos que todas as realizacoes humanas, e mesmo a rela- {@o do homem com aquilo que eventualmente o ultrapassa e o transcende, passam pela mediagao da hist6ria, que € necessariamente 0 nosso contexto de conhecimento edeagio. 'ss0 nos teva a procurar saber, principalmente diante do desenvolvimento histrico dos diltimos tempos, até que ponto 0 homem é senhor de suas préprias realizacdes. {Hé clementos para acreditar que, cmbora os meios que o progresso técnio ecientfico ‘colocou @ disposigao dos homens tentiam um afcance incaiculavel, a capacidade de servir-se de tais meias para promaver os fins mais compativeis com a felicidadee a dig- niidade humanas é limitada. Para Descartes, asabedoria deveria aproximar meios eins. Mas ele conccbia essa relaco scm a mediagSo significativa do desenvolvimento histo- ‘ico que obrigatoriamente af se interpde. A experiéncia nos ensinou que 0 progress dda saber nem sempre caminha junto com a progresso da sabedoria e que os homens por vezes parecem ter dificuldades para lidar com os frutos do conhecimento: 0s pro- dutos da ciéncia ameacam voltar-se contra n6s. E essa uma perspectiva que contraria completamente as mais autenticas aspiracbes da filosofia cartesian, mas que, ainda assim, se coloca coma distor¢ao a ser compreendida a partir do ideal de conhecimento ‘como dominio e posse da natureza. esse modo, podlemos dizer que a filosofia de Descartes projeta a luz e a sombra. Aconsciéncia humana, através do saber e dos produtos desse saber, pode iluminar 0 ‘mundo e a vida. Mas, se o progresso do saber néo estiver inculado aos parametros de autonomia, liberdade, dignidade e felicidade, o futuro do homem pode apresentar-se como um horizonte sombrio. Entre essas duas faces da heranga cartesiana, cabe av homem escolhier.” LEOPOLDO E itv, Franklin. Descartes metfisen da modernidade, ‘io Paulo: Moder, 1983. p. 103-104 (oleg30 Logos).

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