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Em novembro de 7 (oittubro, pelo antigo calendirio gfegoriano), as massas de operirios, camponeses ¢ soldades, sob 0 comando de Lénia, implantaram na Rassia o primeiro regime socialista O8 dez diés que abalaram 0 mundo provocaram logo, depois do abalo, violenta reagio. O jovem govéeno sovietico, 2 bracos com serissimos problemas internos, lo capitalicta, em Campanhas herdicas e terriveis pelo sacrili humanas que exigiam é inia enfrenter e veneer a ira do mu Come repercutiu. tudo isso em nosso Pais? Que atitucles tomaram govémo © povo? Como reagitam as classes dominantes, as {orcas armadas e 0 cleto? Que encoraja- mento tiver s trabalhacoras em sita luta por melhores condigoes de vida? Neste fascinante livro gue € 9s jornalistas Moniz Bandeira, Clovis Mello e A.T, Andrade nos dio 0 documentirio vivo do que se passou aqui, em todos 0: tecrenos politicos e socials, a partit 4a tomada de poder. pel6s sovidticos ‘Sabo « Livraria Corujinha Be mare’ vsnnccouccea as MII) ** 22° Mais um I i « CIVILIZAGAO BRASILEIRA. A Edgard Leuenroth © a fodes os que con- twibuiram para a realizacdo déste liveo 0 ageade~ coment dos Autores A meméria de Asteojildo Pereira. indice ‘Uma contribuigio importante (Nelson Worneck Sodvé) Pré-histéria Rissia e Brasil A guerra 1917 Réssia: de margo a novembro perigoso Sr. Lénin Dee dias que abalaram 0 mando © soviete do Rio Anarquismo, socialismo © comunismo © programa comunista dos libertisios ‘Sob 0 signo do maximalismo ‘A revolugdo mundiat Escritores @ revolucionarios © declinio A grande cisto Formagio do PCB Avinpice A revolugio russa © a imprensa, por Alex Pavel (Astrojildo Pereira) © Itamarati nada via 1 19 35 73 89 97 us 149 169 17 203, 233 255 267 283 303 319 Depoimentos sdbse a greve insurrecional de 1918 (o so viete do Rio) No ajusts de contas (Lina Barreto) SAbce © maximalismo (Lima Barreto) Manifesto da Unio Maximalista Entendimentos de Lauro Miller com os anarquistas. (Do- mingos Ribeiro Filho) A oma vermelha que se avoluma e avanga (Afonso Selunide) Wrangel (Afonso Schide) A socializagdo da Europa (Entrevista de Kautski a Assis Chateaubriand) 0 relat6rio Canellas 327 345 355 363 369 391 395 399 407 Uma Contribuicao Importante Qunnme os autores deste tabelbo mie procurarain, uns paticos meses, em busca de informacio sobre as fontes necessirias ao levantamento dos dados relativos a repercussio da Revolucio Socialista no Brasil, manifestei-lhes minha des- confianca de que, em relacio ao exiguo praze para a realizagio das pesquisas, Fosse impossivel chegar a resultado razoavel Havia a necessidade de lancamento do livro quando aquela revolugfio completasse meio século de seu irrompimento. Os dados estavam dispersos, exigiam consultas a arquivos poco corganizedos, demoradas buscas em colegbes de jornais anti- gos, leitura de livros e, além disso tudo, a organizacio e si tematizacao do material e a tarefa de escrever. © resultado. contido neste livro, surpreende-me, pela riqueza informativa, que corresponde ao extraordinatio esforco deseavolvido pelos autores. Trata-se, na verdade, do maior acervo de dados j4 reunidos em livro, entre nés, a propésito do assunto, com 1 Anarquismo, Socialismo e Comunismo Oss rovos mais atrasados tém uma yantagem: podem sallar as etapas gue 0s outros pezcorreram. Aprendem 0 ex- perigncia e assimilam as conquistas da civilizagdo, no cam- po econémico, social e politico. © proletariado brasileiro pulou do anarquismo para 0 co- raunismo, sem pasar pela social-democracia. Desde os fins do século passado, principelmente a partir dos primeiros anos da Repiblica, houve varias tentativas de organizar o nascen- te proletaziado sob @ forma de partides socielistas. Tédas, porém, logo se desvaneceram, como 0 Partido Socialista do Brasil, que realizou um congresso de 1902, out ficaram redu- zidas @ pequenos grupos, como o Centro Karl Marx, que, em So Paulo, publicava 0 periédico Parola dei Socialisti, por volta de 1905. Também, em Porto Alegre, houve, naquela €poca, um Centro Socialista. 149, 9 jornal Avanti, editado em italiano por um grupo de socialistas, existiu por muito tempo, mas nunca logrow tor har-se o centro de irradiagéo das idéias marxistas. Em 1917, Pertencia ao Centro Socialista Internacional, que sucedeu & Federacio Socialista do Estado de Sio Paulo, Silvério Fontes, um dos primeizos brasileiros de forma- So marxista, fundo, em 1895, 0 Centro Socialista de Santos € lancon A Questao Social, mas nfo teve maior militancia Seu filho, © posta Martins Fontes, tornar-se-ia anarquisia ¢ ele, em 1922, aderiu ao Partido Comunista do Brasil. Assim, embora seus lideres, como o professor Anténio Picarollo, participassem dos movimentos de massa, em Sao Paulo, ombro a ombro com os anarquistas, a social-democra- cia cingiu-se a pequenos circulos, constituidos, na sua maio. Ha, por operéios de origem italiana ou intelectuais. Em mui. tos Estados, socialismo © anarquismo chegavam a confundir- se no mesmo ideal de libertacio. No Rio de Janeiro, porém, as divergéncias entre anarquistas e 0 pequeno grupo de socia Jiotes manifestavau-se de modo mais agressive, recultando em alguns incidentes. A II Internacional jamais conseguiu transmitir sua men- sagem as massas brasileiras. As idéias de Proudhon, Bac kuain € Kropotkin aqui deitaram raizes, A participacdo na luta politica e, sobretudo, eleitoral constituia verdadeira opré- brio para os militantes do movimento operdrio. Um soctalis: mo rarefeito e, por vézes, adocicado aio poderia ganhar tra: balhadores em desespéro, A agao direta dos anarquistas calou mais ftimdo no espi- tito dos revaltados, Parece que éste fato “se deve, principalmente, a propria estrutura econémica seifeudal do Pais", segundo a opinizo de Astrojildo Pereira, “e, em conseqiiéncia, @ propria forma. 80 do proletariado nacional, alias quase todo de imediata origem camponesa e artesanal, inclusive 0 que provinha de correntes imigratorias, facilmente influenciavel pela ideolo- gia pequeno-burguesa do anarquismo”.* ._,, * partir do Congreso Operario de 1906, no qual se fun- dou a Central Operaria Brasileira (cop), inspitada na cor francesa, os anarco-sindicalistas ascumiram a lideranca das ° Formacio do POR, Fd. Vitéria, 150 massas. [sto no significa que t8das as assoclagies operdirlas estivessem sob seu contréle. Havia algumas reformistas, de cardter assisteacial € beneficente, outras que se chamavam de resisténcia ¢ varias ditigidas por burocrates a servico dos patrées € do govérao, As greves de 1917, 1918 e 1919 mostraram que 0 mo- vimento operario estava, objetivamente, maduro, mas no pos- suia uma direco consegiiente, capaz de abrir a perspectiva politica, Os anarquistas, apesar da firmeza, da combatividade e do devotamento com que iutavam, nao podiam desempenhar essa tarefa, em virtude das limitagses da sua doutrina, Que fazer? Nada sabiam. A revolugso tussa introduziu, no movimento operario brasileiro, novas idéias, novos conceitos, novas palayras, em- bora, inicialmente, de forma vaga e confusa, Os militantes anarco-sindicalistas saudavam-na como a realizagéo da utopia libestési Falteva, aa verdade, a todos, inclusive @ intelectualida- de, a informacdo exata e precisa sobre o tipo de regime que, na Réssia, se implantava. Chamavam os bolcheviques de “‘maximalistas”, porque — assim entendiam — apregoavam um programa radical. © pro- rama maximo. Ignoravam que o Partido Operdrio Social- Democrata Russo se cindira, em 1903, em bolcheviques € mencheviques, por causa da definicio de militante e, conse- qientemente, do conceito de partid Bolcheviques, ou seja, majoritétios, néo porque defen- dessem 0 programa maximo, embora esta circunstancia viesse, mais tarde, aprofundar a discidéncia, separando Lénin de Plekanov. Chamavam-se majoritirios porque obtiveram a vi- t6ria_no congresso de social-democracia russa, Em 1919, oa brochura intitulada “O que ¢ 0 maximismo ou bolchevismo” e que se apresentava, na capa, como Progra- ma Comunista, escreviam Helio Negro e Edgard Leuenroth: “Bste livro destina-se aos trabalhadores do Brasil, a fim de thes dizer 0 que € 9 BOLCHEVISMO ou MARXISMO e 0 Co- munismo que, numa palava ~ € 0 "SOCiALisMo". Bolche significa maximo e Menche quer dizer minimo, assim como vigue corresponde 8 nossa terminagao imo, Por. 451 tanto, @ tradugio de Bolchevique ¢ Maximismo e a de Men- chevique & Minimismo. “Maximistas s0 os adeptos do programa maximo do par- tido socialista, e minimistas sio os partidicios do programa minima. “Maximalismo, Bolcheviquismo ete. sio idiotismos que ti- yeram origem na traducdo do idioma uso para o inglés e deste para o portugués, “Atualmente, na Réssia, conforme a sua Constituicao, aprovada em 1918 pelo 3* Congresso Pan-Russo dos Sovietes, esta estabelecida uma organizactio politica e econdmica de transicéo, que da aos trahalhadores @ soldados, organizades em conselho (sovietes), todo 0 poder da nacao. “O capitulo V —'art. 9 — determina que 0 principio essencial da Constituigio da Repiblica Federal dos Sovietes, ro periodo de transicio atval, enquanto durar a situagio re. vohicionaria, reside na instaurago do poder proletério ur- bano ¢ rural e CANPONESES MAIS POBRES, COM © FIM DE SU- PRIMIR_A EXPLORAGRO DO HOMEN E DE FAZER TRIUNPAR O SOCIALISM, SOB CUJO REGIME NAO HAVERA DIVISKO DE CLAS- SES, NEM © PODER DE ESTADO”, A insurreigdo bolchevique, na Russia, constitula-se como yetor para as novas lutas do proletariado brasileiro. Aguele tempo, no Brasil, os anarquistas, congregados nos sindicatos, formavam micleos, sem maior coordenacéo e possuiam diversos jomais: A Plebe, Alba Rossa e Tribuna do Povo, em Sio Paulo, A Liberdade, Germinal, no Rio de Ja- neito, © varios outros nos Estados, como Semana Social, de Maceié, ¢ Hora Social. do Recife. Muitas publicagdes sur- glam e desapareciam, periddicamente, no chegando a sair com regularidade ou sobreviver por muito tempo. Os socialistas, sem que se caractesizassem acentuada- mente, como maristas, desenvolviam alividades, em menor escala, Antes ¢ depois de 1902, quando howve a tentativa de criar, em Sio Paulo, o Partido Socialista do Brasil, procura- ram organizar-se muitas vézes, sobretudo no Ambito estadual ©, por vézes, municipal, mas com objetives eleitoreiros ¢ sem qualquer resultado mais profundo. A bem da verdade, tais socialistas, com excecdo, talvez, de pequenos agcupamentos estrangeizos (italianos e alemaes), em Sto Paulo, nao co- 152 nheciam bem as idéies de Marx € softiam forte influtncia dos utopistas. A partir de 1917 e, sobretudo, depois da revolugdo russa, os militantes sindicats, pequenos-burgueses © operérios, na sta grande maioria de formacio anarquista e, também, alguns intelectnais comecaram a buscar novas formas de organizacio. Santos Soares, em 1918, crion a Liga Comunista de Li- vramento (Rio Grande do Stl) e langou uma publicacdo. A policia assaltou a sede, mas a Liga continuou a existir até 1922. Em Passo Fundo, (também, Rio Grande do Sul) apa- receu o Centro Comunista, E na cidade do Rio Grande, os trabalhadores inscreveram na fackada da Unige Operdria’ “Operitios de todos os paises, uni-vos”. O Manifesto Comunista que, no inicio do século, 08 s0- cialistas divulgaram, tcaduzido por_um militante libertario, num dos seus. periédicos, saiu em Porto Alegre. Em 30 de junho de 1919, © Partido Socialista do Brasil (Rio de Ja- neico) iniciou 2 sua publicacdo, nas edicées de Tempos No- 03, cujas capas retratos de Jaurts, Marx e Engels ilustea- ram. Traduziu-o um engenheiro alemao, que se chamava George Magh e que também vertera para o portugues pas- sagens de Q Capital. A Voz Cosmopolita, semanaria dos tra- balhadores em hotéis, restaurantes e cafés, editou o Manifesto Comunista em sucessivos nimeros. Abilio de Nequete, em Pérto Alegre, fundou a Uniio ‘Maximalista, que langou um manifesto" aos operarios, com data de 1 de novembro de 1918, Conclamaya: “Operiirios! inyadi essas casas arcjadas babi iscussio, porque foram consiruidas por vessas préprias mos. Destrui duma para sempre, o capticho dessa corrompitla sociedade que tem por objetivo aniquilar-vos. “Apoderai-vos désses depositos de produtos alimenticios e ali- meniai-vos déles sem receie, porque éles Sio 0 produto do vosso Inbor, so portanto legitimamente vosses © nao de seus atuais de- tentores, vossos figadais inimigos, es quais ha séculos consomem ‘sem produrir coisa alguma. — Ponhamo-los fora da nossa comu- mo, 56 lhes acitando quando se apresentarem como de fato produtores.. © VY. “Apéndice”. 453 “Operirios! apoderai-vos de tudo que encontrardes depositado fem tecidos ¢ ealeas © vesti-vos, porque se no fora as vossas mios nada disso haveria. “Operirios! mais um impulso e a burguesia do mundo ¢sird. ‘Tende em mira o impulso "maximalista” bastando ali a yontade dos operiirios © soldados, para pSr por terra néo s6 a secular tira nia dos Romanoy como também a sou satélite a Democracis Kerenskina. “Operirios! Assim como a célera é oriuada dos campos de batalha e ora nos afeta, assim como tédas suas conseqiiéncias nos atingem, da mesma sorte ou melhor ainda por se tcatar da madu- reza do homem, o maximalismo era triunfante na Rissia e, se- gundo as viltimes informagies, jf esté invadingo os Impérios Cen- tuais, comesando pela Bulgéria, j€ bate no uono dos Hoherzol- lem... esiejais pois alerta, porque Gle ha de vir até c&... muito breve talvez, a despeito de todos os arreganhos “Operdrios! Iutai sempre contra tsses inimigos que, insocié- yeis, procuram por todos os meios aniquilar os vossos esforgas em seu exclusive proveito, explorando-vos com relistaa, patriotismo © mil insinias “Nada de 6dies aps soldados! porque sio vitimas como. vis, S£0 vossos iguais, pois quem Giz. soldado diz operatic e vice-versa, Tende em cada tum déles um camarada de luta. A vossa ftaqueza 6 filha de vossa divisio ~- uni-vos pois! e nao havera fOrga alguma que possa vos enfrentar. Pondo um ponto final nesta inaturdvel situagao de camificina ¢ misétia em que a burguesia vos mercade- ja como que fésses um rebanho de animais inconscicntes. Tende pois consciéncias de vés mesos..." © documento, vazado numa linguagem simples e com eros de gramatica, revela a origem humilde de seu ou seus autores. Abilio de Nequete, 0 lider da Unigo Maximalista, nascera na Siria e exercia 2’ profissdo de barbeiro, A cidade de Cruzeiro, em Sao Paulo, teve um dos pri- meiros niicleos comunistas do Brasil, dirigido pelo eletricista Hermogéneo Silva, sob a denominagio de Uniio Operdria I de Maio. Puncionou de 1917 a 1919 e Hermogeneo Siiva, como Abilio de Nequete, participaria da fundagao do rcv. 154 Cristiano Cordeiro ¢ Redelfo Coutinho organizeram no Recife um Cisculo de Estudos Marxistas, criando-se também uma Universidade Popular, entre 1919 © 1920, Existiu, em Maceié, a Sociedade dos Inreverentes, de orientagio anticlerical ¢ socialista (1917) e, depois, surgia a Congregecao Libertadora da ‘Terra e do Homem (1918). Em Fortaleza, funcionou um Partido Socialista Cearense que lancou, em 14 de julho de 1919, 0 periodico O Ceara Socialista, Em agosto de 1920, em Salvador, fundou-se 0 Partido Socialista Baiano, organizado por uma Comisssio Operiria, da qual participavam Adriano Marques, metalirgico, Gui Iherme Neri, pedreiro, Angelo Barbosa, estucador, José Car- neiro dos Santos, marceneiro, Firmo de Novais, estucador, Tdefonso Soares, sapatciro, Cassiano José de Aradjo, enta Ibador, José de Almeida ¢ Ainal Lopes Pinho, marceneiros. © programa proconizavat aocializagéo do comércio, das grandes inctstrias e de todos os meios de transporte, fixa- séo do salario minimo, equiparacdo pera todos os efeitos dos operérios municipais, estacuais e federais aos funciondcios pi- blicos, abolicdo de todos os impostos indiretos ¢ transforma- séo num imposto progressive sobre qualquer renda de seis contos de réis anuais, voto de mulher e do soldaco, reforma da lei do inguilinato e despejo. © Partido Socialista Baiano que se instalow, solenemen- te, na sede co Sindicato dos Produtos de Marcenaria, 20 Largo do Carmo n? 16, 1° andar, aprovou mogio de protesto contra a intervengio na Riissia @ lancou as candidaturas de Mauricio de Lacerda, para senador, e Agripino Nazaxé, para deputado. Comegou a circular Germinal, dirigido por Agri- pino Nazaré, Houve uma febre de eriacéo de grupos ¢ partidos, mui- tos dos quais, pela falta de documentacdo, 0 tempo afundou no esquecimento, No dia 1° de maio de 1917, um grupo de rapazes, na maioria intelectuais e estudantes, fundou o Partido Socialista do Brasil, tiderado por Nestor Peixoto de Oliveiea. Sua orien- taco era nitidamente social-democrata, talvez mais influen- ciada pela linha de Jean Jaurés. Bsse rsp tove uma existén- cia precaria até 1919, existindo mesmo, no seu meio, aquéles que desejavam arrasti-lo a apoiar a entrada do Brasil na ISS

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