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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA

PRO-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO


PROGRAMAÇÃO INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE INICIAÇÃO
CIENTÍFICA - CNPq/UEFS

Relatório Final de Atividades

DIAGNÓSTICO DO POTENCIAL AGROAMBIENTAL DO TERRITÓRIO DE


IDENTIDADE PORTAL DO SERTÃO

Bolsista – Tayná Freitas Brandão


Graduanda do curso de Engenharia Civil /UEFS
taynacivil@gmail.com

Orientadora – Rosângela Leal Santos


Profª Assistente da UEFS
rosaleal@uefs.br

AGOSTO / 2009
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA
PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO
PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA -
CNPq/UEFS

DIAGNÓSTICO DO POTENCIAL AGROAMBIENTAL DO TERRITÓRIO DE


IDENTIDADE PORTAL DO SERTÃO

Relatório final sobre as atividades desenvolvidas como bolsista do PIBIC apresentado à


coordenação do Programa, como parte dos requisitos exigidos na Resolução Normativa
do CNPq RN - 006/96.

Tayná Freitas Brandão - bolsista


Rosângela Leal Santos - Orientadora
PIBIC/CNPQ

Feira de Santana (BA), 10 de Agosto de 2009.


SUMÁRIO

1.0 INTRODUÇÃO 2

2.0 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO


7

3.0 REVISÃO DE LITERATURA 8

3.1 Geoprocessamento na análise ambiental 8

3.2 Análise integrada da Paisagem 9

3.3 Conceito de Aptidão Agrícola 11

3.4 Sistema de aptidão agrícola das terras 12

3.5 Funções dos Sistemas de Informações Geográficas no auxílio a análise


13
integrada da paisagem e classificação do solo

3.6 Levantamento do potencial de uso agrícola do solo 13

3.7 Meios para obter o levantamento do potencial de uso do solo 14

3.8 Condições agrícolas das terras 15

3.9 Estrutura do sistema de aptidão agrícola das terras 15

3.10 Classificação de solos 16

3.11 Conceitos centrais do zoneamento 17

3.12 Os Objetivos do Zoneamento 17

3.13 Zoneamento agroecológico básico (ZAB)


21

4.0 METODOLOGIA 28

4.1 Classificações Técnicas 28

5.0 RESULTADOS E DISCUSSÃO 29

5.1 Integração e análise das informações 30

6.0 CONCLUSÃO 37

7.0 REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS 38


LISTA DE FIGURAS

Figura 01: Considerações gerais sobre a vegetação no Nordeste 5

Figura 02: Território de Identidade Portal do Sertão.


6

Figura 03: Localização do Território de Identidade Portal do Sertão na Bahia


7

Figura 04: Componentes de um Sistema de Informação Geográfica.


9
Figura 05: Macrorrelações entre os indicadores ambientais condicionantes do Ordenamento
Ecológico – paisagístico. 18

Figura 06: Sistema global – Inter-relações entre as ofertas dos sistemas ecológicos e as 19
demandas do Sistema Social
Figura 07: Zoneamento como ferramenta de políticas e ações de planejamento para o
desenvolvimento sustentado e melhoramento da qualidade de vida. 22

Figura 08: Principais componentes da análise estrutural das paisagens


24

Figura 09: Esquema básico de interpretação da estrutura e qualidade


25
ambiental de paisagens naturais e artificializadas.
Figura 10: Ecodinâmica: Principais indicadores usados na análise de interações
26
condiocionantes do regime de umidade das paisagens.
Figura 11: Estratégia Metodológica do processo de Ordenamento Ecológico – Paisagístico
27
do Território

Figura 12a: Composição Geomorfológica do Portal do Sertão 30

Figura 12b: Tipos de Solos e Hidrografia do Portal do Sertão 30

Figura 13a: Classificação das Rochas que compõem o Portal do Sertão 31

Figura 13b: Composição geológica do Portal do Sertão 31

Figura 14: Composição vegetal do Território de Identidade Portal do Sertão 32

Figura 15a: Potencial do Solo do Território Portal do Sertão. 34

Figura 15b: Aptidão Agrícola do Solo do Território Portal do Sertão considerando os níveis
de Manejo A = Aptidão de Média a Alta, B= Aptidão baixa a Média e C= de Restrita a 34
Nula.
LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Fatores de limitação e atributos diagnósticos. 17

Tabela 2 – Composição da dinâmica dos solos do Território de Identidade Portal do 33


Sertão
APRESENTAÇÃO

O presente relatório apresenta às atividades desenvolvidas no período vigente da


bolsa PIBIC/CNPQ iniciado em Agosto de 2008 , a partir do plano de trabalho
intitulado “Diagnóstico do potencial agroambiental do território de identidade Portal do
Sertão”, vinculado ao projeto de pesquisa: Variações climáticas e flutuações da
produção agrícola nos municípios baianos (1970/2006).
Assim, o objetivo desta pesquisa é caracterizar o potencial agroambiental do
território de identidade do Portal do Sertão, necessitando desta forma, analisar os
padrões fisiográficos com apoio de geotecnologias.
De acordo com CÂMARA (2003. p.10), o termo Geoprocessamento denota a
disciplina do conhecimento que utiliza técnicas matemáticas e computacionais para o
tratamento da informação geográfica e que vem influenciando de maneira crescente as
áreas de Geografia, Geologia, Biologia, Engenharia, dentre outras. Nesse contexto,
torna-se necessário inserir novas formas de análise do espaço geográfico, pois as
geotecnologias representam um potencial de maior aproveitamento e complexidade nas
análises dos dados, gerando uma maior gama de informações e de resultados mais
precisos.
Os mapas historicamente têm sido utilizados como fonte primária de
informação, sendo um instrumento visual da percepção humana e um meio para obter o
registro e a análise da paisagem. Neste contexto, a utilização de Sistemas de
Informações Geográficas (SIG) é essencial para a obtenção de informações relacionadas
às características estruturais da paisagem.
Tem-se, então, o SIG como uma ferramenta de apoio que possibilita o
processamento e análise de informações espaciais, oferecendo subsídios para o
desenvolvimento de estudos mais precisos.
A partir deste levantamento das características fisiográficas da área, é possível
realizar um estudo mais aprofundado, a fim de avaliar a aptidão agrícola deste território,
o que corresponde à etapa final da pesquisa. A classificação da avaliação da aptidão
agrícola é uma importante ferramenta, pois oferece a possibilidade de subsidiar
trabalhos sobre planejamento agroambiental e gerenciamentos ambientais.
Estudos como estes se tornam importantes pela necessidade de metodologias
que forneçam subsídios para o planejamento e tomada de decisões mais precisas e
adequadas, utilizando um componente ambiental neste processo.
1.0 INTRODUÇÃO

A humanidade atravessa um momento histórico em função das disparidades


sócio-econômicas, confrontando problemas relacionados com a pobreza, fome, doenças,
analfabetismo e com a degradação ambiental. Na perspectiva moderna de gestão do
território, toda ação de planejamento, ordenação ou monitoramento do espaço deve
incluir a análise dos diferentes componentes do ambiente, incluindo o meio físico-
biótico, a ocupação humana, e seu inter-relacionamento (Medeiros & Câmara, 2001).
O uso inapropriado da terra conduz à exploração ineficiente e à degradação dos
recursos naturais, à pobreza e outros problemas sociais. É neste risco de degradação que
se encontra a raiz da necessidade da avaliação e do planejamento do uso da terra. A
terra é a fonte primordial de riqueza e a base sobre a qual muitas civilizações foram
construídas e/ou destruídas, em função da degradação causada pela sobrecarga dos
recursos naturais (BEEK et al., 1996).
Neste contexto, o sensoriamento remoto e o geoprocessamento constituem-se
em técnicas de grande utilidade, permitindo em curto intervalo de tempo a obtenção de
uma grande quantidade de informações a respeito de registros de uso da terra (Santos et
al., 1981).
O Diagnóstico Agroambiental é um instrumento técnico voltado para o
planejamento ambiental, proporcionando parâmetros e referências para uma reavaliação
permanente do processo de planejamento, principalmente dos setores agrícola, mineral,
dentre outros. Com base em estudos realizados através de levantamentos setoriais e/ou
integrado dos recursos naturais e do meio ambiente, utilizando técnicas de
sensoriamento remoto aéreo e orbital e geoprocessamento, adotam-se procedimentos
metodológicos capazes de conduzir à delimitação de unidades geoambientais, em
consonância com proposições geossistêmicas. Além de serem dimensionadas as
unidades geo-ambientais, incluem-se os municípios que nelas se enquadram,
discriminando seu potencial e limitações de uso dos recursos naturais; as condições
ecodinâmicas e a vulnerabilidade, como também o uso compatível visando sua
sustentabilidade.
Nesta visão, estudos de avaliação do potencial de uso das terras assumem papel
importante, pois além de orientar um planejamento agroambiental adequado, pode
oferecer subsídios para avaliação de riscos de impactos negativos, contribuindo assim
para um melhor aproveitamento do solo. Neste estudo é fundamental uma análise
geodinâmica da paisagem para definir suas potencialidades e planejar as diversas
formas de usos mais adequados para cada área.
Depois dos inúmeros erros cometidos no desenvolvimento regional dos países
em vias de desenvolvimento, tem surgido grande preocupação para controlar, ou
amenizar, a continuidade do processo de degradação ambiental devido à gestão
inadequada na exploração dos recursos naturais.
Nesses paises, entre eles o Brasi1, cresce a consciência de que não deve existir
conflito entre as necessidades do desenvolvimento sócio econômico e a conservação das
qualidades ecológicas dos sistemas onde acontece a ação do homem.
Não obstante, a análise do estado atual dos recursos ambientais e a baixa
qualidade de vida de grandes setores da população indicam que a ocupação e uso das
terras continua sendo extremamente agressivo, tendo comprometido as possibilidades
de melhoramento e recuperação de sistemas ecológicos que são essenciais para o
desenvolvimento e sustentação da qualidade de vida regional.
O ecossistema do portal do sertão, como geralmente acontece nas zonas
intertropicais, são altamente sensíveis às ações e derivações antropogênicas;
adicionalmente, esses ecossistemas possuem uma fraca flexibilidade para se recuperar
ou regenerar, através de mecanismos naturais. A falta de providencias, ambientais no
estado da Bahia tem provocado, local e areolarmente, lesionamentos intensos e
irreversíveis na maioria das paisagens ocupadas pelas Atividades de mineração, agrícola
e florestal. A desperenização de mananciais, a savanização de paisagens florestais, a
desertificação de paisagens edáficas de textura arenosa; a degradação da qualidade
forrageira da caatinga são exemplos que se repetem incessantemente no espaço do
portal do sertão nordestino.
O Estado da Bahia constitui um exemplo brasileiro de ocupação desordenada e
predatória de seus ecossistemas. Os sinais de degradação, em níveis e dimensões
distintas, estão associados a inúmeros fatores. Especialmente se destacam: a ausência de
planos e diretrizes, tanto federais como estaduais, para incorporar modelos e tecnologias
agrícolas que dêem sustentabilidade ecológica e econômica ao uso dos diferentes
sistemas naturais; a consolidação regional de estilo de desenvolvimento que são
incompatíveis com as qualidades e sensibilidade dos recursos naturais locais e as
expectativas de vida da população; os desmatamentos e desbravamentos incontrolados
de florestas e caatingas; a desordem no processo de urbanização; a falta de ordenamento
e de controles nas atividades de mineração; a ausência de políticas adequadas para
preservação de áreas indígenas e de conservação da natureza.
É sabido que o desenvolvimento rural determina atividades sócio-econômicas
que demandam a transformação de paisagens naturais em paisagens culturais e que essa
alteração paisagística implica em um conjunto de degradações ecológicas, devido à
artificialização da paisagem natural e a perda da diversidade biológica do sistema
ecológico.
Apesar da artificialização resultante do desenvolvimento agrícola ser inevitável,
existem numerosas alternativas de ocupação harmônica das paisagens naturais, as quais
estão baseadas em modalidades de desenvolvimento que protegem a dimensão das
variáveis ecológicas e a oferta ambiental das paisagens produtivas.
Nesse sentido é necessário apreciar e salientar que o dimensionamento dos
aspectos ecológicos define a chave do sucesso do processo de produção agropecuária e
florestal a médio e longo prazo. Essa chave começa a dar seus frutos na hora em que a
comunidade reconhece que a variabilidade espacial de um país ou região confere à
sociedade a possibilidade de ordenar suas paisagens em função de sua diversidade
ecológica e suas vocações, para serem ocupadas por atividades produtivas e
sustentáveis, bem como identificar e delimitar áreas pouco alteradas com fins de
conservação permanente dos recursos naturais.
A região semi-árida do Nordeste brasileiro definida segundo critérios climáticos
e fito-ecológicos, inclui a porção centro sul do Piauí, a quase totalidade dos Estados do
Ceará e Rio Grande do Norte e a parte compreendida pelos sertões da Paraíba,
Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia, estando situada entre a faixa úmida da Zona da
Mata e Agreste, a leste e a região dos cerrados da Bahia, Piauí e Maranhão, a oeste.
O semi-árido, que abrange cerca de 57% do espaço nordestino, do ponto de vista
edáfo-vegetativo é caracterizado pela ocorrência de solos rasos assentados sobre o
substrato cristalino, cobertos predominantemente pela vegetação caducifoliar das
caatingas, com raros enclaves de vegetação do tipo mata úmida nas serras e ocorrência
esporádica de matas ciliares nas faixas aluvionares ao longo dos rios.
As condições climáticas na região semi-árida são caracterizadas por
temperaturas elevadas, baixas amplitudes térmicas, forte insolação, elevadas taxas de
evaporação e especialmente pela escassez e irregularidade acentuada na distribuiçào das
chuvas, tanto no tempo quanto no espaço.
Em termos fitogeográficos, destacam-se ocorrências de amplas superfícies
aplainadas, estas são, em geral, cobertas por caatingas, formação vegetal onde
predominam arbustos de folhas decíduas com bosques de arbustos espinhosos e
cactáceas sendo uma região de savana estépica (caatinga do sertão semi-árido); áreas de
tensão ecológica; áreas de formações pioneira com influências marinhas e flúvio-
marinhas; região de floresta ombrófila densa; região de floresta ombrófila aberta
(faciação de floresta ombrófila densa). (Figura 01)
Nas amplas várzeas de solos aluviais, situados nos baixos cursos dos rios que
deságuam na costa, proliferam densos carnaubais. Nos espaços vazios existentes
praticam-se lavouras de subsistência, enquanto nos tabuleiros cria-se gado bovino.
domínio das depressões intermontanas e interplanálticas semi-áridas e vegetação com
espécies xerófitas (adaptadas a climas áridos e semi-áridos).
Figura 01: Considerações gerais sobre a vegetação no Nordeste
Diante desses aspectos, tem-se o sistema de informações geográficas (SIG)
como uma ferramenta de apoio que possibilita o processamento e análise de
informações espaciais, oferecendo subsídios para o desenvolvimento de estudos mais
precisos. Os SIG’s em conjunto com o Sensoriamento Remoto podem ser usados para
acessar variáveis espaciais e temporais, proporcionando melhor integração e
organização dos dados, avaliação e prognóstico de problemas com auxílio de modelos
matemáticos de simulação (Petersen et al., 1991). A utilização do SIG nesta pesquisa
possibilitará a elaboração de um diagnóstico do potencial agroambiental do território de
identidade do Portal do Sertão a partir de dois níveis de manejo (níveis A e B). Este
território de identidade é formado pelos seguintes municípios: Feira de Santana, São
Gonçalo dos Campos, Conceição de Feira, Santo Estevão, Ipecaetá, Antônio Cardoso,
Anguera, Tanquinho, Santa Bárbara, Santanópolis, Coração de Maria, Amélia
Rodrigues, Teodoro Sampaio, Terra Nova, Conceição do Jacuípe, Irará, Água Fria
(Figura 02).

Figura 02: Território de Identidade Portal do Sertão.


Finalmente, vale ressaltar que a compreensão das funções dos diversos
ecossistemas naturais e sua dinâmica, além de possibilitar interpretações ecológicas das
qualidades, limitações e potencialidades energéticas dos recursos naturais renováveis,
gera conhecimentos centrais para dimensionar e introduzir adequadamente as variáveis
ambientais no processo de ocupação e/ou reordenamento da ocupação do território,
possibilitando um melhor desenvolvimento econômico-social e eliminando, ou
reduzindo; os efeitos da crise.
Em função disso, é necessário um ordenamento espacial das paisagens que
propicie seu uso eficiente, permanente e sustentado.
Esse ordenamento ecológico-paisagístico do meio rural e biológico, denominado
convencionalmente Zoneamento Agroecológico, exige caracterizar a diversidade de
paisagens e suas limitações físicas e biológicas, como também a sensibilidade dos
diferentes ecossistemas frente ao impacto da tecnologia e, mais especialmente, aquelas
tecnologias que modificam negativamente a oferta dos recursos naturais renováveis.
O modelo de Zoneamento interpreta a necessidade social de melhorar as relações
do homem com a natureza e baseia sua estratégia de avaliação integrada das paisagens
no objetivo de direcionamento de usos ecologicamente adequados dos recursos naturais
renováveis. Em decorrência disso, suas orientações têm como finalidade central facilitar
a identificação e elaboração de políticas, planos e ações que sustentem a dimensão
ambiental no desenvolvimento dos sistemas ecológicos do Território Portal do Sertão.

2.0 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO

O território de identidade Portal do Sertão está localizado na Bahia, região


nordeste do Brasil, entre as coordenadas 11 graus 40’ S e 39 graus e 40’ W e 12 graus e
40’ sul e 38 graus e 20’ W (Figura 03). Este território constitui a bacia hidrográfica do
Paraguassu à oeste, à leste, bacia do Recôncavo Norte, e à noroeste corresponde a bacia
de Inhambupe.
Figura 03: Localização do Território de Identidade Portal do Sertão na Bahia
Fonte: IBGE
O território de identidade Portal do Sertão é composto pelos seguintes
municípios que fazem parte da região administrativa do Paraguaçu: Feira de Santana,
São Gonçalo dos Campos, Conceição de Feira, Santo Estevão, Ipecaetá, Antônio
Cardoso, Anguera, Tanquinho, Santa Bárbara, Santanópolis, Coração de Maria, Amélia
Rodrigues, Teodoro Sampaio, Terra Nova, Conceição do Jacuípe, Irará, Água Fria
(Figura 02).
Segundo dados do Censo 2000, a população total do Território de Identidade
Portal do Sertão corresponde a 788.143 habitantes. Considerando os dados dos Censos
Agropecuários de 2006 nos 17 municípios que compõem o Território de Identidade
Portal do Sertão, a área cultivada com lavouras ocupa 48,110 hectares e as pastagens
ocupam aproximadamente 212,774 hectares, não foi observada a silvicultura. Isto
demonstra a prevalência de pecuária sobre as áreas cultivadas, fato que demonstra a
inexistência de um planejamento e zoneamento de aptidão adequado na região.

3.0 REVISÃO DE LITERATURA

3.1 Geoprocessamento na análise ambiental


O geoprocessamento atualmente se configura como uma ferramenta primordial
para as etapas de levantamento e processamento de informações relacionadas a questões
ambientais, através de programas específicos que possibilitam interpolações ou
sobreposições de dados levantados ou já existentes. Este processo pode gerar de forma
rápida e eficiente uma série de novas informações relevantes que são imprescindíveis
para o estudo ambiental de uma determinada área.
De acordo com Xavier da Silva (2001) apud Caldas (2006), geoprocessamento
pode ser definido como um conjunto de procedimentos computacionais que, operando
sobre bases de dados georreferenciados existentes e originados do sensoriamento
remoto, da cartografia digital ou de qualquer outra fonte, executa classificações e outras
transformações dirigidas à elucidação e análise da organização do espaço geográfico.
Entretanto o geoprocessamento é um conjunto de ferramentas e técnicas usadas para
interpretar, analisar e compreender o espaço em diferentes perspectivas. Em síntese, a
grande contribuição do geoprocessamento é a possibilidade de integração das
informações ambientais, fornecendo uma visão sobre os diversos componentes do
ambiente.
Neste contexto, um Sistema de Informações Geográficas (SIG) consiste num
ambiente de armazenamento, tratamento e análise de dados, aplicação de modelos e
processamento de séries temporais, onde é possível visualizar cenários passados, atuais
e simular cenários futuros. Os SIG’s possibilitam superar as dificuldades que existem
nos estudos em grandes escalas, proporcionando a manipulação integrada de conjuntos
de diferentes dados (JOHNSON, 1990 apud Caldas, 2006).
Um SIG tem sua estrutura constituída por “dados”, “informações” e
"conhecimento". Os dados são conjuntos de valores que podem ser numéricos,
alfabéticos e gráficos. “Informação” é um termo usado para designar ou sugerir
atributos sobre um conjunto de dados. O “conhecimento” só se efetiva quando se
constrói uma “imagem” do objeto. Estas imagens sempre vão ser partes do sujeito e
parte do objeto (FERREIRA, 2004).
Os procedimentos são semelhantes à construção de um banco de dados similar
(Dbase, Acces ou Oracle), onde a definição da estrutura do banco precede a entrada dos
dados. Na seqüência define-se um referencial geográfico que permitirá delimitar uma
região de observação das entidades geográficas que o comporão. A figura 04 a seguir
fornece a noção da estrutura de um sistema geográfico de informação.
Figura 04: Componentes de um Sistema de Informação Geográfica.
Fonte: MEDEIROS, 2000 in FERREIRA, 2004.

3.2 Análise integrada da Paisagem


Desde o sucesso da Teoria Geral dos Sistemas, de Bertanlanffy, no início dos
anos 1950 do século XX, a análise sistêmica extravasara todas as disciplinas. O trabalho
de Jean Tricart (1965), com a sua classificação ecodinâmica dos meios ambientes, já
assinala o aparecimento da teoria sistêmica na Geografia.
Tricart (1977) define um sistema como um conjunto de fenômenos que se
processam mediante fluxos de matéria e energia. Esses fluxos originam relações de
dependência mútua entre os fenômenos. Surge daí uma entidade global nova, mas
dinâmica. Para o autor, esse conceito permite adotar uma atitude dialética entre a
necessidade da análise e a necessidade de uma visão de conjunto, capaz de ensejar uma
atuação eficaz sobre esse meio ambiente. Através da análise de um sistema,
reconhecem-se conceitualmente as suas partes interativas, o que torna possível captar a
rede interativa sem ter de separá-las. “O conceito de sistema é, atualmente, o melhor
instrumento lógico de que dispomos para estudar os problemas do meio ambiente”
(TRICART, 1977).
A polissemia da noção de paisagem apresenta a possibilidade de leitura da
expressão da interação sistemas naturais-sociais através da abordagem sistêmica. Essa
proposta desempenha um papel epistemológico, prático e de grande importância na
análise da construção da paisagem.
O fato da análise integrada da paisagem considerar a dimensão natural e social
dos sistemas paisagísticos possibilita avaliar como acontece a interação sociedade-
ambiente nos diferentes espaços.
Neste estudo apresentou-se o resultado da aplicação da análise integrada da
paisagem por meio do método de análise geossístêmico para a elaboração de um
diagnóstico do potencial agroambiental do território de identidade do Portal do Sertão.
A pesquisa teve por objetivo de compreender os processos que conformam o espaço
rural da Região socioeconômica de Feira de Santana e as diferenciações do quadro
social-ambiental de seus municípios “rurais”. Neste contexto, a análise da paisagem
teve como finalidade identificar os possíveis conflitos entre ambiente e sociedade.
O território do Portal do Sertão é marcado pela heterogeneidade social,
econômica e físico-natural. Os municípios que o compõem apresentam dinâmicas
diferenciadas no espaço rural quanto às políticas públicas; sistemas produtivos;
condicionantes ambientais e história de ocupação.
Os pesquisadores chamam atenção para questões de ordem metodológica.
Consideram básica a determinação da escala tempo-espacial no estudo da paisagem para
a construção da abordagem geossistêmica, condição já apresentada por Bertrand (1968).
Monteiro ressalta a importância da ação dos elementos e do jogo de fatores em
diferentes escalas. Como é o caso da ação humana que ocorre das escalas inferiores para
as superiores, e a definição do geossistema nas escalas intermediárias.
Reforçando a necessidade de coerência entre a problemática da pesquisa e a base
metodológica, Monteiro afirma: “A hipótese de trabalho visa esclarecer sobre o ‘núcleo’
(área de interesse) e seu ambiente na montagem de um sistema aberto, dinâmico,
intercambiante com o seu entorno” (2001, p. 89).
Dada a notabilidade em considerar a escala no estudo da paisagem e na sua
compartimentalização em unidades, o autor descreve a relevância da etapa de
sobreposição dos mapas básicos como uma visão no plano horizontal daquilo que se
revela verticalmente no transecto — enfatiza articulação dos fatos socioeconômicos —
a antropização do geossistema, pela compreensão daquilo que substância concretamente
na paisagem (geossistema) como os usos (agrícolas) edificações (urbano, industrial,
tecnológica) e derivações importantes no sítio (represas, aterros, grandes
desmatamentos, etc., etc.). Se estas são coisas que se concretizam no sistema há forças
poderosas de dinamização processual que entram na causalidade socioeconômica
(fluxos de capitais, de inovações, etc). (MONTEIRO, 2001, p. 89).
Este instrumento de análise integrada possibilita o estudo da dinâmica da
paisagem dentro de um espaço geográfico, dos processos específicos de relação
sociedade meio-ambiente.
3.3 Conceito de Aptidão Agrícola
Numa linguagem simplificada, o termo aptidão refere-se a habilidade. Aptidão
agrícola refere-se a habilidade do solo para determinadas atividades agrícolas, o que se
pode cultivar, proteger, etc.
Para Ramalho Filho & Beek (1994), um mapa de aptidão agrícola revela
interpretações realizadas no solo, classificando áreas para diversas culturas, sob
diferentes condições de manejo e viabilidade de melhoramento, através de tecnologias.
A classificação é um processo interpretativo e seu caráter é efêmero. É um guia para a
obtenção do máximo de benefícios das terras e é como uma orientação de como devem
ser utilizados seus recursos.
Considera três níveis de manejo: A, B e C. O nível de manejo A representa uma
atividade primitiva de utilização, onde envolve trabalhos braçais e baixo nível técnico
cultural. O nível de manejo B é pouco desenvolvido, podendo ser braçal com
envolvimento de tração animal. Pode ser utilizada tração motorizada quando se almeja
desbravar e preparar o solo. O nível C é o que representa o elevado nível tecnológico e
qualificado.

3.4 Sistema de aptidão agrícola das terras


O processo de deterioração e degradação ambiental tem despertado grande
interesse entre estudiosos, uma vez que essa questão afeta diretamente a condição de
vida na Terra. Todavia, a aceleração de atividades humanas predatórias em determinada
região vem acontecendo com significativa velocidade, ocasionando prejuízos diversos
aos seres vivos e aos recursos naturais, sendo, em parte, provocado pelo não
planejamento das atividades no espaço agroambiental.
Para realizar estudos neste campo, foram elaborados métodos como o sistema de
aptidão agrícola das terras (RAMALHO FILHO E BEEK, 1995), o qual começou a ser
difundido no Brasil a partir da década de sessenta (BENNEMA, et al., 1964), com o
principal objetivo de classificar o potencial das terras no contexto da agricultura
tropical. O sistema considera a possibilidade de reduzir as limitações do solo a partir da
adoção de técnicas e de capital, segundo graus de viabilidade compatíveis com o nível
de manejo.
Na atual versão, o sistema de avaliação de aptidão agrícola permite a estimativa
das qualidades do ecossistema a partir de cinco parâmetros - nutrientes, água, oxigênio,
mecanização e erosão – e as terras são classificadas em quatro classes de aptidão (boa,
regular, restrita e inapta), segundo três níveis de manejo – nível tecnológico baixo (nível
A), nível tecnológico médio (nível B) e nível tecnológico alto (nível C) - e quatro tipos
de utilização - lavoura, pastagem plantada, silvicultura e pastagem natural (RAMALHO
FILHO E BEEK, 1995).
De acordo com CURI et al., (1993) apud PEREIRA, (2002) a aptidão agrícola
pode ser compreendida como a adaptabilidade da terra para um tipo específico de
utilização agrícola das terras, partindo de um ou mais níveis de manejo.
O sistema de aptidão agrícola pode ser considerado como um importante
instrumento metodológico de avaliação das terras, em virtude das possibilidades que
oferece e proporcionar o estudo em diferentes tipos de manejo (A, B e C). Como
desvantagem deste método, como afirma PEREIRA (2002), destaca-se que este sistema
não foi trabalhado suficientemente junto aos usuários.
A fim de elaborar uma síntese acerca do potencial agrícola das terras do Brasil,
RAMALHO FILHO e PEREIRA (1996), utilizaram o sistema de avaliação da aptidão
agrícola das terras, considerados os três níveis de manejo (níveis A, B e C). Foi
verificado que no Brasil há um imenso potencial agrícola das terras brasileiras, ou seja,
o país possui cerca de 5,55 milhões de Km2 aptos para lavouras, 964.334 Km2 indicados
para pastagem plantada e 941.296 Km2 para silvicultura e/ou pastagem natural.

3.5 Funções dos Sistemas de Informações Geográficas no auxílio a análise


integrada da paisagem e classificação do solo
Segundo Silva (1999), os SIG’s têm em comum a capacidade de desempenhar
eficazmente operações de supeposição, que praticamente regem a funcionalidade dos
mesmos. As funções dos SIG’s podem ser divididas, basicamente, em consulta,
reclassificação, análises de proximidade e contiguidade, modelos digitais de elevação,
operações algébricas cumulativas e operações algébricas não cumulativas. Esta última, a
implementada na presente pesquisa.
Através de modelos lógicos, mapas observacionais (Mapa de Aptidão Agrícola e
Uso e Ocupação) e mapas analíticos (Mapa de Uso e Cobertura proveniente da
classificação da imagem de satélite), foram cruzados, resultando num produto integrado,
denominado de Mapa de Adequação.
Esta função, pertencente a chamada de análise algébrica não cumulativa ou
análise lógica, compreendeu o uso da simultaneidade booleana. A lógica booleana
baseia-se em estabelecer limites determinados a partir de informações consideradas
falsas, atributo 0 (zero) e verdadeiras, atributo 1 (um). A análise utiliza os seguintes
operadores: <NOT>, <AND>,<OR> e <XOR>, onde o preenchimento hachurado
(sólido cinza escuro) refere-se ao atributo verdadeiro.
O operador <AND> é utilizado quando, ao sobrepor dois mapas (por exemplo,
mapa A e mapa B), quer considerar verdadeira os atributos dos mapas que ocupem a
mesma posição geo-referenciada, ou seja classes que ocupem o mesmo lugar no espaço.
Desta forma, pode-se decompor como verdadeiro novos atributos, que no caso da
pesquisa, considerou-se as classes adequadas, inadequadas e aceitáveis de uso a partir
da eleição de todas as possibilidades de cruzamento entre uso e aptidão.

3.6 Levantamento do potencial de uso agrícola do solo


O uso adequado do solo é o primeiro passo em direção a uma agricultura
sustentável. Para isso, deve-se empregar os solos de acordo com a sua capacidade de
sustentação e produtividade econômica, com a sua adaptabilidade para fins diversos.
As principais exigências para se estabelecer o potencial de uso de um solo
decorrem de um conjunto de interpretações do próprio solo e do meio onde ele se
desenvolve (Ranzani, 1969). Tais interpretações pressupõem a disponibilidade de certo
número de informações preexistentes, que têm que ser fornecidas por levantamentos
apropriados da área de trabalho, como por exemplo, os levantamentos pedológicos.
Para que a informação contida nos levantamentos seja mais bem utilizada é
necessário, a partir destes, compor mapas interpretativos a partir de classificações
técnicas. Os sistemas de classificações técnicas para fins de levantamento do potencial
de uso do solo mais conhecidos e utilizados no Brasil são o de “aptidão agrícola”
(Ramalho Filho et al., 1995) e o de “capacidade de uso”, originalmente desenvolvido
nos EUA e adaptado às condições brasileiras (Lepsch et al., 1983).

3.7 Meios para obter o levantamento do potencial de uso do solo


Para efetuar o levantamento do potencial de uso dos solos no Brasil, podem ser
utilizados dois sistemas de classificação técnica: o sistema de aptidão agrícola das terras
(Ramalho Filho et al., 1995) e o sistema de capacidade de uso das terras, originalmente
desenvolvido nos EUA e adaptado às condições brasileiras (Lepsch et al., 1983).
O sistema de avaliação da aptidão agrícola das terras foi descrito por Ramalho
Filho et al. (1995) e elaborado com base em experiências brasileiras para interpretação
de levantamentos de solos e no esquema geral proposto pela FAO (1976). É um método
apropriado para avaliar a aptidão agrícola de grandes extensões de terras, devendo
sofrer reajustamentos no caso de ser aplicado individualmente a pequenas glebas de
agricultores. Ele tem sido largamente utilizado no Brasil para interpretação de
levantamentos de solos exploratórios e de reconhecimento, elaborados pela EMBRAPA,
com objetivo de atender a demandas regionais e estaduais sobre o potencial de uso dos
solos para fins de planejamento de uso das terras.
O sistema de classificação de terras em capacidade de uso foi elaborado para
atender a planejamentos de práticas de conservação do solo, embora considere fatores
outros além daqueles de interesse exclusivo às práticas de controle à erosão. Esse
sistema apresenta limitações para estudos de âmbito regional, pois as separações das
classes do sistema requerem detalhes não encontrados nos mapas de solos de escalas
menores que 1:100.000. Daí que, sendo o mapa por nós utilizado na escala 1:1.000.000,
esse trabalho constitui-se apenas na aplicação de uma metodologia e na visão geral das
possibilidades de aplicação desta técnica. Além disso, as disparidades regionais de
emprego de tecnologia agrícola e capital, tão comuns no Brasil, e que fazem com que a
aptidão agrícola deva ser julgada em face de diferentes níveis de manejo, limitam o
emprego do sistema de capacidade de uso, porque este pressupõe, basicamente, manejo
moderadamente alto.

3.8 Condições agrícolas das terras


Para a análise das condições agrícolas das terras, toma-se hipoteticamente como
referência um solo que não apresente problemas de fertilidade, deficiência de água e
oxigênio, não seja suscetível à erosão e nem ofereça impedimentos à mecanização.
Como normalmente as condições das terras fogem a um ou vários desses aspectos,
estabeleceram-se diferentes graus de limitação dessa variação.
Os cinco fatores tomados para avaliar as condições agrícolas das terras são:
• Deficiência de fertilidade
• Deficiência de água
• Excesso de água ou deficiência de oxigênio
• Suscetibilidade à erosão
• Impedimentos à mecanização
3.9 Estrutura do sistema de aptidão agrícola das terras
Depois de diagnosticados os fatores de limitação dos solos, pode-se iniciar à
classificação da aptidão agrícola, propriamente. Para isto, é necessário conhecer a
estrutura do sistema. Um detalhamento dessa estrutura é apresentado a seguir.

Níveis de manejo considerados


São considerados três níveis de manejo, visando diagnosticar o comportamento
das terras em diferentes níveis tecnológicos. Sua indicação é feita através das letras A, B
e C, que podem aparecer na simbologia da classificação escritas de diferentes formas,
segundo as classes de aptidão que apresentem as terras, em cada um dos níveis
adotados.
O nível de manejo A (primitivo) é baseado em práticas agrícolas que refletem
um baixo nível técnico-cultural. Não há aplicação de capital, o trabalho é braçal e pode-
se utilizar alguma mecanização com base em tração animal com implementos agrícolas
simples.
O nível de manejo B (pouco desenvolvido) é baseado em práticas agrícolas que
refletem um nível tecnológico médio. Modesta aplicação de capital e de resultados de
pesquisa, incluem calagem e adubação com NPK, tratamentos fitossanitários simples,
alguma mecanização com base em tração animal ou na motorizada, apenas para
desbravamento e preparo inicial do solo.
O nível de manejo C (desenvolvido) é baseado em práticas agrícolas que refletem um
alto nível tecnológico. Aplicação intensiva de capital e de resultados de pesquisa, a
motomecanização está presente nas diversas fases da operação agrícola.
Os níveis B e C envolvem melhoramentos tecnológicos em diferentes
modalidades, contudo não levam em conta a irrigação na avaliação da aptidão agrícola.
As terras consideradas passíveis de melhoramento parcial ou total, mediante a
aplicação de fertilizantes e corretivos, ou o emprego de técnicas como drenagem,
controle à erosão, proteção contra inundação, remoção de pedras, etc., são classificadas
de acordo com as limitações persistentes, tendo em vista os níveis de manejo
considerados. No caso do nível de manejo A, a classificação é feita de acordo com as
condições naturais da terra, uma vez que este nível não prevê técnicas de melhoramento.

3.10 Classificação de solos


A metodologia utilizada seguiu o sistema de avaliação da aptidão agrícola das
(Ramalho-Filho e Beek, 1995), com modificações a partir da proposta de incorporação
de atributos diagnósticos e estabelecimento de “tabela de critérios” para todos os
atributos considerados na avaliação, conforme Pereira (2002).
Os atributos diagnósticos avaliados foram: nutrientes, alumínio, fósforo, água,
oxigênio, erosão, mecanização, índice climático, profundidade efetiva, erodibilidade do
solo (fator K), rochosidade e/ou pedregosidade (Tabela 1). Para a avaliação, utilizou-se
“tabelas de critérios” preestabelecidas (contendo os graus delimitação parametrizados e
descrição para cada atributo), com base na bibliografia disponível. Todos os atributos
foram avaliados, de acordo com cinco graus de limitação: 0 = nulo; 1 = ligeiro; 2 =
moderado; 3 = forte; 4 = muito forte.
A parametrização dos atributos diagnóstico contribuiu para maior
aprimoramento no processo de avaliação, com redução de subjetividade e aumento do
caráter quantitativo do método (Tabela 1).

Tabela 1: Fatores de limitação e atributos diagnósticos.

3.11 Conceitos centrais do zoneamento


Zonear é um conceito geográfico que significa desagregar um espaço em zonas
ou áreas específicas. O modelo de todo zoneamento que interpreta qualidades
ecológicas de um território depende dos objetivos e da natureza dos indicadores e
interações utilizadas durante a análise.
Este ordenamento ecológico paisagístico, Zoneamento Agroecológico, é o
resultado geográfico da análise integrada dos atributos biológicos e físicos das
diferentes paisagens (geoformas, clima, solos, vegetação, sistemas de drenagem
superficial, etc.) e diversos sistemas de ocupação, caracterizados como as alternativas
ecológicas mais eficientes para o desenvolvimento rural e dos recursos biológicos
silvestres da região.
Na Figura 05 podem ser apreciadas as macro relações entre os indicadores
ambientais que condicionam os resultados do Zoneamento Agroecológico.
O conceito de eficiência tem um fundamento ecológico-econômico. Trata-se de
uma modalidade de aproveitamento dos recursos naturais renováveis, baseada na
produção permanente e sustentada de biomassa.
Até recentemente, predominou a tendência de estudar as paisagens como
cenários estáticos. Em decorrência disso, o conjunto de indicadores utilizados nas
interpretações tinham um alcance muito limitado para retratar os problemas ambientais
gerados pela inconsistência ecológica no uso e manejo dos recursos naturais renováveis.
3.12 Os Objetivos do Zoneamento
O Zoneamento Agroecológico é a expressão cartográfica de um ordenamento do
meio rural e florestal, que relaciona os sistemas naturais e os modificados pelo homem
com as melhores alternativas ecológico-econômicas de estruturação e uso das paisagens
produtivas.

Figura 05: Macrorrelações entre os indicadores ambientais condicionantes do Ordenamento Ecológico –


paisagístico.
Os principais objetivos do Zoneamento Agroecológico são os seguintes:
• Introduzir o dimensionamento da dinâmica ambiental na caracterização e
avaliação dos sistemas naturais e alterados pelo homem, e facilitar a
incorporação dessa dimensão nos planos, programas, projetos e ações resultantes
do planejamento das atividades agrárias e florestais;
• Identificar sistemas agroecológicos de ocupação que mitiguem a conduta de
destruição extensiva da cobertura vegetal, o esgotamento e degradação constante
dos recursos naturais renováveis e o desaproveitamento da integralidaqe de
recursos disponíveis nas paisagens, oferecendo novos critérios para a
organização agrária e florestal, buscando compatibilizar, através da organização
rural e sócio-cultural decorrente, os componentes teonológicos de manejo da
produção, com a idéia de manutenção das ofertas ambientais que o zoneamento
permite explicitar;
• Instrumentalizar as bases para uma política agrária e florestaJ que oriente a
gradual transformação dos sistemas de ocupação atual em modelos eco-
sustentados de produção visando à conservação dos mecanismos ecológicos e o
melhoramento da qualidade de vida;
• Contribuir para o “Ordenamento Territorial”, através de um componente de
máxima hierarquia espacial nesse ordenamento, visto que o desenvolvimento
rural e florestal tem tendência a ocupar grande parte da superfície terrestre.

O Sistema Global
Nos sistemas ecológicos morfodinamicamente estáveis, existe uma ordem e
interrelações dinâmicas que controlam essa ordem ou geram evoluções harmônicas na
organização pedológica e biológica do sistema.
Além de sua relação com outros homens e os componentes físicos dos
ecossistemas (clima, solo, rochas, relevo, etc.), o homem vive em relação mais ou
menos íntima e mais ou menos simbiótica com plantas e animais, integrando um
sistema complexo de interligações mútuas com todos os componentes dos ecossistemas.
Em outras palavras, as sociedades humanas se integram com os sistemas ecológicos
num sistema global que caracteriza a natureza como uma unidade inquebrantável.
O enfoque metodológico usado na análise territorial interpreta inter-relações
entre as ofertas dos sistemas ecológicos naturais e/ou modificados pelo homem e as
demandas da sociedade e das atividades que ela desenvolve nas paisagens produtivas
(Figura 06).

Figura 06: Sistema global – Inter-relações entre as ofertas dos sistemas ecológicos e as demandas do
Sistema Social

A Dinâmica das Paisagens


Nos textos precedentes. consideramos repetidamente a importância da dinâmica
no funcionamento e organização das paisagens; também esclarecemos nossa
familiarização com as inter-dependências entre a morfogênese e a pedogênese, no
sentido em que Ehrart (1967), Bertrand (1968) e Tricart & Kilian (1982) discutem as
relações entre esses dois aspectos da dinâmica das paisagens.
Nas paisagens que São geodinamicamente estáveis, a estabilidade da superfície
morfo-pedológica está condicionada pelas características intrínsecas do regime
climático e, principalmente, pela estrutura e tipologia da formação vegetal. Em
condições naturais, a constância da formação vegetal. Em condições naturais, a
constância da formação vegetal está frequentemente associada à constância climática,
sendo que essa cobertura vegetal desempenha funções de controle e estabilização
geomórfica frente às ações dos agentes climáticos da morfodinâmica.
Nas paisagens morfodinamicamente pacíficas, a dinâmica da água e a dinâmica
dos fluxos de energia Solar e calórica desempenham um papel central na biodinâmica e
pedodinâmica do sistema.
Quando os efeitos geodinâmicos são apreciáveis, embora relativamente
tranqüilos, com ritmos pouco agressivos, meios quase estáveis na linguagem de Tricart,
a morfodinâmica integra-se com a pedogênese e a biodinâmica num ritmo global de
mudanças mais ou menos graduais, cujos progressos e interações são difíceis de se
estudar integralmente.
Portanto, para analisar um específico tipo de dinãmica, independentemente da
morfodinâmica, temos que estabelecer a hipótese de estabilização da superfície morfo-
pedológica. Esse requisito resulta do fato que a estabilidade morfogenética condiciona a
compreensão da pedogênese e da sucessão vegetal.
O fato das plantas e animais viverem embaixo e acima da superfície
morfopedológica, modifica dinamicamente o meio subaéreo (qualidades atmosféricas da
paisagem) e o meio subterrâneo (qualidades edáficas da paisagem), determinando que a
superfície morfopedológica, além de outros níveis de percepção ou interpretação da
superfície geomórfica, sejam insuficientes para explicar o conjunto de sucessos,
dinâmicas e diversidade de interações entre componentes físicos e biológicos das
paisagens.
Evidentemente, aparece de novo a estrutura da vegetação como uma condição
exigente de um alto nível hierárquico - não inferior ao assinalado - para poder
compreender a organização, funções e grau de estabilidade das paisagens. As
interrelações da vegetação com os outros componentes da paisagem, através da
superfície morfopedológica, a atmosfera e o solo, permite definir uma entidade
conceitual e globalizante que denominamos unidade morfo-fito-pedológica.
A unidade morfo-fito-pedológica ocupa um setor da superfície terrestre,
coincidentemente com a localização e dimensão da "paisagem" que o nível de
percepção dos estudos permite identificar. A idéia de unidade morfo-fito-pedológica
possibilita conceituar o objeto do estudo integrado das paisagens e a historicidade do
desenvolvimento, organização, estruturação e assentamento de processos que
caracterizam a dinâmica do sistema ecológico.

3.13 Zoneamento agroecológico básico (ZAB)


O ZAB expressa o nível de conhecimentos científicos e tecnológicos disponíveis
para compreender as relações entre a dinâmica dos ecossistemas e modalidades de
ocupação das paisagens que permitem desenvolver equilíbrios dinâmicos entre a oferta
ambiental e a aplicação de tecnologia. Além de outros aspectos, implícitos na descrição
dos objetivos, o ZAB permite identificar usos atuais inadequados, orientar
adequadamente a pesquisa, extensão rural e modelos de desenvolvimento de paisagens
produtivas, regionalizar ou subregionalizar os territórios para facilitar. o
dimensionamento ambient8c1 nas políticas de desenvolvimento rural,etc. Tudo isso
requer um novo estilo de planejamento e administração ambiental, baseado na filosofia
do desenvolvimento sustentado (Figura 07).
Consequentemente, a primeira fase metodológica do zoneamento consiste em
compreender os grandes sistemas naturais que ocorrem no território e analisar suas
dependências ou interdependências com sistemas extraterritoriais.
Posteriormente, se analisa e define uma estratégia global de uso, manejo e
conservação ambiental a nível de ecorregião. Essa estratégia condiciona a orientação
dos tipos e alternativas regionais de uso que, a nível de paisagem e unidades de
paisagem, interpreta posteriormente o processo de zoneamento.
As unidades cartográficas do mapa de Geomorfologia do Projeto
RADAMBRASIL, as quais, teoricamente, deveriam constituir nosso referencial na
delimitação das paisagens, compreendem, às vezes, duas ou mais unidades de
mapeamento de solos. Isso acontece apesar da interpretação pedológica nas imagens de
radar ser uma interpretação de inferências baseadas na percepção de geoformas
Figura 07: Zoneamento como ferramenta de políticas e ações de planejamento para o desenvolvimento
sustentado e melhoramento da qualidade de vida.

Em segundo lugar, as paisagens conceituadas nas unidades de mapeamento são


apreciadas em termos morfo-fito-pedológicos e interpretadas num sentido estrutural,
considerando para isso os aspectos de maior expressividade ambiental da Geologia,
Geomorfologia, Uso Atual das Terras, Vegetação e Solos (Estrutura geológica,
litofágica, geoformas, fitofisionomias, classe de solos, sistema de drenagem externo,
etc). Os mecanismos anteriores de análise integrada das paisagens geram uma base de
conhecimento de numerosas interações dos sistemas ecológicos. Logo, o processo de
zoneamento aprofunda aquelas interações que explicam todos os aspectos da
ecodinâmica, principalmente os aspectos ecodinâmicos relacionados com o regime
hídrico do sistema (Figuras 8, 9 e 10).
Nas paisagens previamente classificadas como aptas para desenvolvimentos
agrícolas e/ou aproveitamento com rendimento sustentado da vegetação e/ou fauna
silvestre (paisagens relativamente estáveis desde um ponto de vista geodinâmico), gera-
se uma nova seqüência de interpretações que passa pelos conceitos de superfície morfo-
pedológica e de unidades morfo-fito-pedológicas, sendo que nessas últimas analisamos
uma estrutura físico-biológica e um conjunto de processos ou dinâmicas que explicam
as qualidades, grau de estabilidade e alternativas de ocupação dos sistemas ecológico-
paisagísticos da área estudada.
Nesse sentido, vale dizer que o zoneamento orienta a aplicação de manejos
adequados para conservar a qualidade ecológica de sistemas paisagísticos que
apresentem condições equiproblemáticas em relação ao seu uso, manejo e conservação
ambiental e nortear a classificação da aptidão agrícola da região em questão.
Os aspectos metodológicos anteriormente discutidos foram esquematizados na
Figura 11. O modelo pode ser facilmente aplicado em outras regiões ou estados
brasileiros, já que todo o país possui os tipos de informações básicas usadas neste
zoneamento.
Figura 08: Principais componentes da análise estrutural das paisagens
Figura 09: Esquema básico de interpretação da estrutura e qualidade ambiental de paisagens naturais e artificializadas.
Figura 10: Ecodinâmica: Principais indicadores usados na análise de interações condiocionantes do
regime de umidade das paisagens.
Figura 11: Estratégia Metodológica do processo de Ordenamento Ecológico – Paisagístico do Território
4.0 METODOLOGIA

Primeiramente realizou-se uma análise dos padrões fisiográficos do território de


identidade Portal do Sertão, sendo que entre os padrões considerados estão: tipos de
solos, formações vegetais naturais, relevo, hidrologia e climatologia da respectiva área
de estudo.
Para tanto, realiza-se uma análise a partir de material cartográfico e pesquisa
bibliográfica, apoiando-se no uso do geoprocessamento. Após isso, realiza-se uma
pesquisa sobre a temática e construção do referencial teórico da pesquisa, destacando o
geoprocessamento na análise ambiental e uma discussão sobre o sistema de aptidão
agrícola das terras.
Dentro deste contexto, sabemos que o principal elemento para a elaboração de
um diagnóstico agroambiental é o solo, suas propriedades e interralações com os demais
elementos. Os solos podem apresentar diferentes formas de classificação, de acordo
com o objetivo do trabalho e resultados os quais se deseja. A partir daí podemos
identificar algumas classificações técnicas utilizadas para a elaboração de um
diagnóstico agroambiental.

4.1 Classificações Técnicas

Classificação técnica ou interpretativa consiste da previsão do comportamento


dos solos sob manejos específicos e sob certas condições ambientais (STEELE, 1967
apud PRADO, 1991). É, normalmente, baseada em interpretação de estudos básicos
(levantamentos taxonômicos) de solos (BRASIL,1973; CAMARGO et al., 1987;
EMBRAPA, 1999). Trabalhos executados pela FUNCEME cobriram as três principais
classificações interpretativas, que são:
• Capacidade de Uso do Solo
Este sistema foi desenvolvido, originalmente, pelo Serviço Nacional de Conservação do
Solo dos Estados Unidos. Relaciona-se, estreitamente, com aspectos de conservação de
solos, onde as potencialidades, destes, são analisadas, com maior ênfase, em suas
limitações. Considera que o nível de manejo deve ser médio ou alto e é recomendado
para locais que possuem levantamento pedológico detalhado ou semi-detalhado
(PRADO, 1996).
• Aptidão Agrícola das Terras
Este sistema, desenvolvido por RAMALHO FILHO et al. (1978), tem a
finalidade de fornecer a aptidão agrícola das terras, fundamentada no seu melhor uso.
São considerados três níveis de manejo e quatro classes de aptidão. É recomendado para
locais onde se necessita de um planejamento agrícola regional e trabalhos de
zoneamento agrícola. É indicado para locais que possuam estudos de solos em níveis
generalizados, de reconhecimento ou exploratório (PRADO, 1991).
RAMALHO FILHO & PEREIRA (1996), enfatiza não apenas a importância
como também a necessidade de estudos sobre a avaliação da aptidão das terras, pois,
segundo estes autores, este é um instrumento imprescindível para elaboração de
zoneamento evitando-se a sub ou sobreutilização dos ecossistemas.
Na avaliação da aptidão agrícola, procura-se diagnosticar o comportamento das
terras para lavouras, nos sistemas de manejo A (baixo nível tecnológico), B (nível
tecnológico médio) e C (nível tecnológico alto); para pastagem plantada e/ou
silvicultura, no sistema de manejo B; e para pastagem natural, no sistema de manejo A.
As terras sem aptidão para o uso agrícola são classificadas como de preservação da flora
e fauna. Ressalva-se que quando a metodologia faz esse destaque, deixa explícito de que
estas áreas possuem extrema fragilidade/limitação de uso, prestando-se somente a esse
tipo de uso, que é o preservacionista. Não há impedimento, todavia, que outras áreas de
elevado potencial, possam ser destinada também a este tipo de uso.

5.0 RESULTADOS E DISCUSSÃO

A avaliação da aptidão agrícola baseia-se na comparação das condições


oferecidas pelas terras, com as exigências de diversos tipos de usos. Trata-se, portanto,
de um processo interpretativo que considera informações sobre características de meio
ambiente, de atributos do solo e da viabilidade de melhoramento de qualidades básicas
das terras.
Assim, o seu desenho metodológico compreende três etapas, seguindo as
sugestões de PEREIRA (2002) em relação com o preconizado por (RAMALHO FILHO
& BEEK, 1995): a) levantamento de dados e preparação de mapas básicos (solo, relevo,
clima, uso da terra); b) avaliação das terras com base na elaboração de uma tabela da
composição e características dos solos do Território de Identidade Portal do Sertão; c)
elaboração do mapa final de aptidão agrícola das terras de acordo com os diferentes
níveis de manejo e do potencial agrícola das terras.

5.1 Integração e análise das informações


No contexto da dinâmica ambiental do território de identidade Portal do Sertão,
quanto à geomorfologia é possível perceber a predominância na região oeste deste
território de depressões periféricas e interplanálticas e planalto pré-litorâneo (Figura
12a), onde ocorre também a presença pedimentos funcionais, associados a intensos
processos de erosão e intemperismo pretéritos, e serras como a Serra de São José. Essas
formações correspondem à área de maior predominância de solos planossolos háplicos,
enquanto que a região leste deste território apresenta solos do tipo argissolos vermelho-
amarelo distrófico, e formação geomorfológica da bacia sedimentar Recôncavo-Tucano.
Contudo, a predominância neste território é de solos argissolos vermelho-amarelo
distrófico e planossolo háplico eutrófico solódico (Figura 12b).
Quanto à hidrografia deste território, observa-se a presença de rios intermitentes
e permanentes, como Rio Toco no município de Tanquinho e Pedra do Cavalo
localizado ao Sul do território, respectivamente (Figura 12b).

Geomorfologia Solos e Hidrografia


Portal do Sertão Portal do Sertão
39°30' 39°20' 39°10' 39°00' 38°50' 38°40' 38°30' 39°30' 39°20' 39°10' 39°00' 38°50' 38°40' 38°30'
-39 -39

11°50' 11°50' 11°50'

-12 -12 -12


12°00'
12°00' 12°00'

12°10' 12°10' 12°10'

12°20'
12°20' 12°20'

12°30'
12°30' 12°30'

-39
-39
39°30' 39°20' 39°10' 39°00' 38°50' 38°40' 38°30'
39°30' 39°20' 39°10' 39°00' 38°50' 38°40' 38°30'
N

30 0 30 Kilomete
N
30 0 30 Kilometers
ARGISSOLO VERMELHO-AMARELO Distrófico - PVAd
ARGISSOLO VERMELHO-AMARELO Eutrófico - PVAe
CHERNOSSOLO HÁPLICO - MXo
LATOSSOLO AMARELO Distrófico - LAd
Bacia Sedimentar Recôncavo-Tucano LATOSSOLO VERMELHO-AMARELO Distrófico - LVAd
Depressões Periféricas e Interplanálticas NEOSSOLO QUARTZARÊNICO - RQ
Planalto Pré-Litorâneo NEOSSOLOS LITÓLICOS Eutróficos - RLe
PLANOSSOLO HÁPLICO Eutrófico solódico - SXen
VERTISSOLOS - V

Figura 12a: Composição Geomorfológica do Portal do Figura 12b: Tipos de Solos e Hidrografia do Portal
Sertão do Sertão
Fonte: IBGE
O território de identidade Portal do Sertão possui uma formação geológica
marcada pela principalmente pela presença de rochas sedimentares e metamórficas,
destacando-se a presença principalmente de gnaisses granuliticos e arenitos (Figura 13a
e 13b).

Tipos de Rochas Geologia


Portal do Sertão Portal do Sertão
39°30' 39°20' 39°10' 39°00' 38°50' 38°40' 38°30' 39°30' 39°20' 39°10' 39°00' 38°50' 38°40' 38°30'
-39 -39

11°50' 11°5 11°50' 11

-12
12°00' -12
12°0 -12
12°00' -1
12

12°10' 12°1 12°10' 12

12°20' 12°2 12°20' 12

12°30' 12°3 12°30' 12

-39 -39
39°30' 39°20' 39°10' 39°00' 38°50' N
38°40' 38°30' 39°30' 39°20' 39°10' 39°00' 38°50' 38°40' 38°30'

Anfibolito, Migmatito, Ortognaisse N


Anfibolito, Ortognaisse
Areia, Argila
30 0 30 Kilometers Arenito, Arenito conglomeratico, Argilito Arenoso
Arenito, Carbonato Cristalino, Folhelho, Silexito
Arenito, Conglomerado, Folhelho 30 0 30 Kilomet
Ignea Arenito, Conglomerado, Folhelho, Siltito
Metamorfica Arenito, Folhelho
Arenito, Folhelho, Ritmito, Rocha Carbonatica
Sedimentar (ou Sedimentos) Arenito, Folhelho, Siltito
Sedimentar (ou Sedimentos), Metamorfica Gnaisse
Gnaisse granulitico
Monzogranito, Quartzo Monzonito, Sienogranito
Sedimento Detrito-Lateritico
Sienito

Figura 13a: Classificação das Rochas que compõem o Figura 13b: Composição geológica do Portal do Sertão
Portal do Sertão
Fonte: IBGE

É possível analisar que a região oeste deste território, onde ocorre a


predominância de planossolos háplicos, corresponde a presença significativa de gaisses
granuliticos, associados à bacia sedimentar Recôncavo-Tucano. A ocorrência de sienitos
é observado apenas na área central do território, correspondendo principalmente aos
municípios de Santanópolis, Feira de Santana e Coração de Maria (Figura 13b).
No que se refere à vegetação que constitui o território em questão, é possível
verificar, a partir da análise do mapa de vegetação (Figura 14), que há presença
significante de uso para a agricultura e pecuária, com presença de caatinga
arbórea/arbustiva, e áreas de reflorestamento no município de Água Fria, localizado à
nordeste do território (BITTENCOURT, 2008).
Vegetação
Portal do Sertão
39°30' 39°20' 39°10' 39°00' 38°50' 38°40' 38°30'
-39

11°50' 11°50'

-12
12°00' -12
12°00'

12°10' 12°10'

12°20' 12°20'

12°30' 12°30'

-39
39°30' 39°20' 39°10' 39°00' 38°50' 38°40' 38°30'

Agricultura/Pecuária
Caatinga Arb/Arbust N
Campo Rupestre
Cerrado
Curso D'Água 30 0 30 Kilometers

Floresta Estacional
Floresta Secundária
Lago, Açude, Represa
Reflorestamento
Área Urbana
Figura 14: Composição vegetal do Território de Identidade Portal do Sertão
Fonte: IBGE

A identificação das alterações gradativas das condições ambientais, notadamente


em relação a solos e vegetação, é realizada. Além de imagens aéreas e orbitais, o
produto é apoiado nos trabalhos de campo para reconhecimento da verdade terrestre, em
material geocartográfico e bibliográfico existente, bem como em levantamento e análise
dos parâmetros hidroclimáticos.
Também na dinâmica do território de identidade Portal do Sertão, verificou-se a
existência dos seguintes dispostos na Tabela 2.
Tipos de Solo Textura Relevo Horizonte Profundidade Pedregosidade Rochosidade Drenagem Fertilidade Associações
LAa4 Latossolo amarelo aluminico arg./m.argilosa Plano e s. ondulação A moderado 0 - 32 cm Ausente Ausente boa baixa .+PVd: Tb A Mod. Méd./arg. Ond.
LA1 Latossolo amarelo arg./m.argilosa Plano e s. ondulação A moderado 0 - 20 cm Ausente Ausente boa baixa
LVAd25 Latossolo vermelho-amarelo distrófico argilosa Plano e s. ondulação A moderado 0 - 7 cm Ausente Ausente fortemente média/baixa .+LVAa: A mod. méd./arg. Pl. + Areias Quartzosas álicas e distróficas A fr. pl.
suave ondulação e
PE27 Luvissolo vermelho-amarelo eutrófico média ond. A moderado 0 - 40 cm Ausente Ausente boa baixa PVd: Tb A mod. méd. s. ond. E ond. + Pse: Ta A fr. E mod. Aren. E méd./méd. ond.

Pe33 Luvissolo vermelho-amarelo eutrófico média s. ondulação e ond. A moderado 0 - 40 cm Ausente Ausente boa baixa .+ Re: A mod. méd. ond. e f. ond.
A fr. e
E15 Espodossolo média Plano e s. ondulação Moderado 0 - 69 cm Ausente Ausente moderadamente baixa
SXe7 Planossolo háplico eutrófico média/arg. s. ondulação e plano A moderado 0 - 20 cm Ausente Ausente imperfeitamente média/baixa .+Re: A mod. méd. + NC: A mod. méd./arg. + Re: A mod. E fr, méd. e arg. ond.
SXe9 Planossolo háplico eutrófico média/arg. s. ondulação e plano A moderado 0 - 20 cm Ausente Ausente fraca média/baixa aren. E méd. casc./méd. e arg. casc. + NC: A mod. méd./arg. casc. + Re: A mod
SXe15 Planossolo háplico eutrófico média/arg. s. ondulação e plano A moderado 0 - 20 cm Ausente Ausente imperfeitamente média/baixa .+Re: A mod. e fr. méd e arg. + Reed: c/ e s/ frag. A fr. aren. pl. e s.ond.
Argissolo vermelho-amarelo
PVAa16 alumínico média/arg. s. ondulação e ond. A moderado 0 - 18 cm Ausente Ausente moderadamente alta ond. + PE: Tb A mod. méd./arg. ond. e f. ond. + LAa: A mod. Arg.
Argissolo vermelho-amarelo
PVAa6 alumínico média/arg. s. ondulação e ond. A moderado 0 - 18 cm Ausente Ausente moderadamente alta ond. + Lva: A mod. méd.+ V: A mod.s. ond.
Argissolo vermelho-amarelo
PVAa11 alumínico média/arg. s. ondulação e ond. A moderado 0 - 18 cm Ausente Ausente moderadamente alta .+ PVa: tb c/ e s/ frag. A mod. méd./arg. e aren./méd. s. ond. e ond.
Argissolo vermelho-amarelo
PVAa14 alumínico média/arg. s. ondulação e ond. A moderado 0 - 18 cm Ausente Ausente moderadamente alta .+PVa: Ta A mod. méd./arg. ond. e s. ond.
Argissolo vermelho-amarelo
PVAa1 alumínico média/arg. s. ondulação e ond. A moderado 0 - 18 cm Ausente Ausente moderadamente alta .+V: A mod. e chern. + Cde: Ta A mod. arg. e m. arg. s. ond. e ond.
Argissolo vermelho-amarelo
PVAa10 alumínico média/arg. s. ondulação e ond. A moderado 0 - 18 cm Ausente Ausente moderadamente alta Tb A mod. e proem. méd./arg. pl. e s. ond. + LAa: A mod. arg. e m. arg. pl.
PVAd11 Argissolo vermelho-amarelo distrófico média/arg. s. ondulação e ond. A moderado 0 - 50 cm Ausente Ausente moderadamente baixa Tb c/ e s/ frag. A mod. e proem. aren./méd. e méd./arg. pl. e s. ond.
RLe2 Neossolo litólicos eutróficos média Forte ondulado e ond. A moderado 0 - 20 cm Ausente Ausente boa média f. ond. e mont. + PE: Tb A mod. méd./arg. + Ce: tb A mod. arg. e méd. f. ond.
RLe4 Neossolo litólicos eutróficos média Forte ondulado e ond. A moderado 0 - 20 cm Ausente Ausente fortemente média A mod. e chern. méd. e arg. + BV: lit. méd./arg. + PE: Tb A mod. méd./arg
RLe5 Neossolo litólicos eutróficos média Forte ondulado e ond. A moderado 0 - 20 cm Ausente Ausente boa média A fr. e mod. aren. e méd. + REed: A fr. aren. + PVd: Tb A fr. e mod. aren./méd
RLe6 Neossolo litólicos eutróficos média Forte ondulado e ond. A moderado 0 - 20 cm Ausente Ausente boa média f. ond. E mont. + AR: 7 mont. + PE: tb A mod. méd.arg. f. ond. + AR.
V2 Vertissolo média e argilosa Plano e s. ondulação A mod. e fraco 0 - 30 cm Ausente Ausente imperfeitamente alta c/ e s/ carb. A mod. e chern. + PVa: Ta A mod. méd./arg. s. ond.
V3 Vertissolo média e argilosa Plano e s. ondulação A mod. e fraco 0 - 30 cm Ausente Ausente imperfeitamente alta id. s. ond. E ond
PSe3 Planossolo solódico eutrófico média/arg. s. ondulação e plano A moderado 0 - 20 cm Ausente Ausente imperfeitamente média/alta Ta A mod. E fr. méd./arg. + Re: A mod. e fr. méd. + NC: planos. A mod. ond.
BV3 Chernossolo avermelhado média/arg. s. ondulação e ond. A moderado 0 - 25 cm Ausente Ausente moderada a boa alta .+Re: A mod. e chern. méd. e arg. + PSe: Ta A mod. méd./arg. + NC: ond.
BV5 Chernossolo avermelhado média/arg. s. ondulação e ond. A moderado 0 - 25 cm Ausente Ausente moderada a boa alta .+ Re: A mod. e chern. méd. e arg. + PSe: Ta A mod. méd./arg. + NC: a mod.
PE 3 Luvissolo vermelho-amarelo eutrófico média s. ondulação e ond. A moderado 0 - 40 cm Ausente Ausente boa baixa Ta ñ. ab. e ab. A mod. méd./arg. s. ond. e ond. +PSe: Ta a mod. aren./méd.. pl.
A fr. e
E5 Espodossolo média Plano e s. ondulação Moderado 0 - 69 cm Ausente Ausente moderadamente baixa
Profundidade referente
ao horizonte A
Tabela 2 – Composição da dinâmica dos solos do Território de Identidade Portal do Sertão.
Segundo o mapeamento de solos obtidos e os atributos característicos (Figuras
12 à 14), as terras do Território de Identidade Portal do Sertão, de acordo com as
especificações expressas no Sistema e Avaliação de Aptidão Agrícola das Terras para
atribuição dos graus dos fatores e limitação, bem como os valores referentes a cada
classe de solo constantes na tabela 2 dos dados analíticos, obtivemos o conseqüente
mapeamento (Figura 15a e 15b):

Figura 15a: Potencial do Solo do Território Portal do Sertão. Figura 15b: Aptidão Agrícola do Solo do Território Portal
do Sertão considerando os níveis de Manejo A = Aptidão de
Média a Alta, B= Aptidão baixa a Média e C= de Restrita a
Nula.

Em que foram obtidas as seguintes classes para o potencial agrícola observando-


se o comportamento da terra em diferentes níveis de tecnologia. Estes são indicados
pelas letras A, B e C, onde: o Nível de Manejo A (primitivo) – é baseado em práticas
agrícolas que expressam um nível técnico-cultural baixo; o Nível de Manejo B (pouco
desenvolvido) – baseia-se em práticas agrícolas que expressam um nível tecnológico
médio. Há alguma mecanização com base em tração animal ou motorizada, mas apenas
no preparo inicial do solo e; o Nível de Manejo C (desenvolvido) – pauta-se em
práticas agrícolas que expressam um nível tecnológico alto. Assim:
Para o Município de Água Fria a grande maioria das terras pertencentes à classe
de Potencial Agrícola Média no nível de manejo B, potencial Baixo/Restrito no nível de
manejo C numa pequena porção norte e Potencial Bom no nível de Manejo B.
Observa-se um potencial agrícola bom em uma pequena extensão entre os
municípios de Feira de Santana e Santa Bárbara para um nível de manejo A. De mesmo
modo, houve uma pequena porção entre os municípios de Santo Estevão, Ipecaetá e
Antonio Cardoso, estando mais concentrada neste ultimo, também para um nível de
manejo A.
As áreas cujo potencial agrícola foi classificado como Baixo/Restrito (cor
marrom – Figura 15a) que se estende por todo território dos municípios de Tanquinho,
Santanópolis, Anguera, Santa Bárbara, Ipecaetá e por porções dos municípios de
Antonio Cardoso, Santanópolis e Conceição do Jacuípe todos mostrando a necessidade
de nível de manejo C, desenvolvido com investimento de capital para a produção
agrícola e caracterizando essas terras com limitações fortes para a produção sustentada o
que exige uma maior concentração de insumos e mecanização. Isso revela a sua maior
capacidade pecuária nessas regiões se comparada com sua capacidade agrícola.
Podendo ser utilizado com pastagem plantada, silvicultura ou pastagem natural e até
mesmo áreas propícias para a preservação de suas características naturais de fauna e
flora.
Na porção sudeste do Território Portal do Sertão prevaleceu um potencial
agrícola médio nos municípios Coração de Maria, Terra Nova, São Gonçalo dos
Campos, Conceição da Feira e algumas porções dos municípios de Feira de Santana
(parte leste), Amélia Rodrigues e Conceição do jacuípe apresentaram as mesmas
características para um nível de manejo B (pouco desenvolvido), onde há a necessidade
da adoção de insumos agrícolas.
A partir de uma análise global do resultados, o Território de Identidade Portal do
Sertão mostrou-se com razoável a elevado potencial agrícola em sua região leste, onde
suas terras apresentaram-se com aptidão adequada para o uso com lavouras. Para o uso
com atividades menos intensivas, encontrou –se toda a porção oeste do território sendo
áreas mais indicadas para a pastagem plantada ou natural e práticas de pecuária.
Quando analisado sob a ótica de níveis de manejo distintos (B e C), apresentou-
se com uma configuração bem interessante. No nível de manejo B, as terras com
potencial bom para lavouras corresponderam apenas a uma porção disposta na região
sul do município de Água Fria, sendo sua grande predominância de terras com potencial
agrícola médio. Essa baixa quantidade de terras na classe boa e elevada de potencial
médio pode ser explicada, em grande parte, pela predominância de solos distróficos
(baixa fertilidade natural) que necessitam de uso intensivo de insumos e tecnologia
(aspectos não prevalecentes no nível de manejo B), a fim de possibilitar o uso agrícola
sustentável.
Por outro lado, no nível de manejo C, teve-se uma grande predominância de
terras na classe de aptidão Baixa/Restrita, equivalente à toda área Noroeste e Sudoeste
do território estudado. Neste nível de manejo, caracterizado pela adoção de tecnologia,
capital e insumos, a maioria das limitações existentes, principalmente àquelas
relacionadas à fertilidade dos solos, pode ser contornada, possibilitando assim um
incremento de áreas possíveis de ser utilizadas no processo produtivo da região. Porém,
a maior parte da área destes solos é utilizada com pecuária extensiva de bovinos de
corte nos locais onde existem pastagens naturais/cultivadas. Nas áreas mais secas (de
caatinga hiperxerófila), predomina a criação extensiva de caprinos, bovinos e ovinos,
feita às custas da própria vegetação natural. Quanto à agricultura, foram constatados
áreas cultivadas pequenas parcelas de culturas de subsistência (milho, feijão e
mandioca, principalmente onde o horizonte A é mais espesso), palma forrageira .
Estas áreas apresentam, como principal limitação ao uso agrícola, a falta d’água
durante o longo período seco. Além disso, suas condições físicas são desfavoráveis,
com problemas de drenagem imperfeita que provoca um excesso de água durante a
época chuvosa. No período seco os solos tornam-se muito duros ou extremamente duros
, usualmente com presença de fendas nos horizontes subsuperficiais. São muito
susceptíveis á erosão, mesmo nas áreas de relevo suave ondulado. Pelo exposto verifica-
se que são solos inaptos para agricultura. São mais indicados para aproveitamento com
pastagens, o que já se verifica nas áreas onde são encontrados atualmente. O
aproveitamento com pastagens poderá ser melhorado com a introdução de forrageiras
que melhor se adaptem às condições desses solos e com a implantação de capineiras e
reserva de forragens para o período seco.
Em algumas áreas dessa região houve a ocorrência de Latossolos que
apresentam-se, na maioria dos casos, com classes de textura argilosa e muito argilosa,
estando relacionadas com fases de relevo plano suave ondulado (tabuleiros). Possuem
fertilidade natural baixa - álico e distrófico -, mas, sendo facilmente mecanizáveis, por
sua características físicas e pelas fases de relevo onde geralmente são encontrados,
podem melhor ser corrigidos e adubados, prestando-se bem para exploração agrícola,
após o emprego destas práticas de manejo.

6.0 CONCLUSÃO

Sob a ótica agroecológica, a avaliação da aptidão agrícola reveste-se de grande


importância, pois sabe-se que historicamente a ocupação agrícola das terras tem
ocasionado problemas ambientais, decorrentes não só do uso indevido de áreas frágeis,
mas também da sobreutilização de terras (uso do solo acima de sua capacidade
produtiva). Sabe-se que em muitos casos, o uso de uma área não é conduzido de forma
compatível com sua real aptidão agrícola, resultando em problemas de degradação de
agroecossistemas, trazendo junto a perda de competitividade do setor agrícola e
deterioração da qualidade de vida da população (CURI et al., 1992).
LARACH (1990) ressalta que, embora a concepção da metodologia de aptidão
agrícola tenha sido desenvolvida para interpretação de levantamentos generalizados, ela
é suficientemente elástica para permitir reajustamentos, fato que pode ser de grande
utilidade em projetos de desenvolvimento rural sustentável.
O Sistema de Avaliação da Aptidão Agrícola, no Brasil, tem sido utilizado em
favor de diferentes sistemas de produção e da pesquisa agropecuária, oriundos do
chamado processo da modernização da agricultura, e, conseqüentemente, a par da
dimensão social e da realidade genuína da produção agrícola familiar. Existem hoje
circunstâncias ainda mais favoráveis que ensejam, pelo menos no contexto científico, a
sua inclusão no estoque tecnológico agroecológico, fato que concorre para a aceleração
de uma verdadeira transição agroecológica que tantos teorizam mas poucos sentem.
A pesquisa interdisciplinar do uso da terra é um campo relativamente novo,
apesar de que aspectos do uso da terra, particularmente a agricultura, silvicultura e
ecologia, serem estudadas por muitas décadas. Estudos novos têm surgido, propiciando
a integração de resultados de várias disciplinas para um melhor entendimento do que é
uso da terra, o que determina o uso da terra e que consequências futuras, mudanças no
uso da terra podem causar.
A isto se contrapõe o problema de os recursos financeiros governamentais
alocados para levantamentos de solos ou do ambiente são geralmente insuficientes ou
têm sido reduzidos. No futuro, os grandes desafios da pesquisa no campo da avaliação
da terra são a validação dos modelos e sua interligação a sistemas de informações
geográficas e o desenvolvimento de estudos integrados e multidisciplinares para as
questões do uso da terra.
Espera-se que através destes avanços científicos, a avaliação da terra possa
desempenhar um papel chave na adoção de uma postura mais sensível no uso dos
recursos naturais e na preservação ambiental.
O mapa de potencial agrícola e níveis de manejo para aptidão permite
quantificar a diversidade de sistemas ecológicos caracterizados através da analise
integrada das paisagens, e permite estimar as áreas correspondentes aos diferentes
Sistemas Agroecológicos de Ocupação, que são recomendados como melhores
alternativas de uso, manejo e conservação dos recursos naturais renováveis associados a
cada paisagem.
Um aspecto importante no desenvolvimento deste método é o fato de poder ser
apresentado, em mapas de simples entendimento, a classificação da aptidão agrícola das
terras para diversos tipos de utilização, sob os três níveis de manejo considerados. O
sistema de capacidade de uso adotou apenas um nível de manejo tecnologicamente
elevado para diversos tipos de utilização.

7.0 REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

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