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Diante de tudo que tem ocorrido em nossa faculdade nós, estudantes da

Filosofia, viemos nos manifestar.

Entendemos que todas as atitudes tomadas por nosso diretor são respaldadas
e até incentivadas pelas regras que regem a nossa Universidade. Também nos é claro
que a USP possui uma organização antidemocrática, a qual delimita o poder de
decisão a um restrito grupo de membros da nossa comunidade (professores titulares).
É extremante coerente que os dirigentes de uma instituição reflitam em seus
posicionamentos a lógica institucional dominante. Por exemplo, nosso diretor não teria
aberto um processo administrativo contra nós se as regras que regem a USP não
permitissem e até o incentivassem a isso.

Sendo assim, fica evidente que a verdadeira luta que se deflagra nesse
momento não é contra uma pessoa, mas sim, contra toda uma lógica institucional
moralista e autoritária. O diretor, como dirigente da USP, é uma espécie de
“encarnação” da instituição uspiana, e assim sendo, ele “encarna” também todo o
moralismo e autoritarismo que regem tal instituição. Criticar nosso diretor ou reivindicar
um CV autônomo seria como lutar por um analgésico que poderia até fazer a dor
passar, mas as causas da doença continuariam e, sem tardar, sintomas voltariam a
aparecer. Trocar o diretor não adianta. Conseguir apenas um CV autônomo não é o
bastante. Devemos criticar e atacar a raiz do problema: a organização arcaica
uspiana.

O principal problema da estrutura da nossa universidade é suas instancias de


poder antidemocráticas. Por exemplo, a decisão que proíbe festas foi tomada em um
conselho com mais de 10 docentes, 2 estudantes e 2 funcionários. Não há como
reconhecermos tal órgão como legitimo. Outro exemplo, o diretor só pode abrir
processos administrativos, pois o regimento disciplinar da USP é da época da ditadura
militar e dá a ele plenos poderes para punir-nos. Não há possibilidade de atualizarmos
tal regimento enquanto as disparidades dos conselhos deliberativos da USP forem tão
gritantes, e até lá, estamos submetidos a leis que foram concebidas e criadas em
épocas de repressão e autoritarismo.

Pela nossa universidade ser governada por um seleto grupo de “homens bons”,
acabam surgindo regras e normas que terminam por ir contra os interesses da maioria
da comunidade uspiana e até da sociedade como um todo. Por isso, devemos
entender que a maioria dos problemas que enfrentamos tem sua origem na estrutura
de poder da USP.

Nós não somos contra regras. Pelo contrário, as consideramos extremamente


importantes para possibilitar um convívio social harmonioso. No entanto, é imperativo,
em nosso entender, que tais regras sejam elaboradas em fóruns legítimos e
representativos de todos os segmentos sociais que serão por elas afetados. Assim
sendo, reivindicamos um espaço democrático composto por docentes, funcionários
técnico-administrativos e estudantes, em igual número e poder de voto, além de
representantes da sociedade civil, para discutirmos e deliberamos, entre outras
coisas, sobre como os espaços de nossa faculdade devem ser utilizados. Queremos
discutir e decidir conjuntamente com todos os segmentos da FFCLRP e a sociedade o
que deve ou não ser feito na Filô.
Não consideramos que pedimos muito, e nem que estamos sendo
intransigentes, apenas reivindicamos uma instituição que não se mantenha cega e
apática diante da vontade da maioria de seus membros e mesmo da sociedade que a
rodeia. Estamos sendo sim radicais, pois buscamos a raiz que sustenta os nossos
conflitos. Enquanto não possuirmos um fórum adequado para deliberar sobre a
questão agora em pauta, ou ainda outras que vierem a surgir, nossa categoria terá
que, infelizmente, decidir sozinha o mais adequado.

As nossas lutas têm sido paliativas. Temos já a tanto tempo implorado por
doses cada vez maiores de anestésicos quando a dor é insuportável que,
aparentemente, nos esquecemos que podemos nos curar. Chega de receber migalhas
e sobras, queremos que todos tenham espaço a mesa! Por uma USP Democrática e
Livre!!

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