Belém – 2009.
2
Prefácio e Agradecimentos
3
SUMÁRIO
I – INTRODUÇÃO 5
VI - Considerações finais 54
VI – Referências Bibliográficas 61
4
1 – INTRODUÇÃO
1
Segundo Eliot Freidson (APUD VIEGAS, 2003) as profissões clássicas são aquelas
que reúnem um conjunto de características, que são, entre outras: altruísmo,
trabalho especializado e autonomia dentro de seu campo de trabalho.
5
ao próprio estado. Nessa linha de pesquisa surgem trabalhos acerca
de movimentos político-militares, como o Tenentismo, revolta da
Armada e Golpe de 1964, deixando lacunas a serem preenchidas por
trabalhos que estudem os inter-relacionamentos entre os próprios
membros da caserna.
A respeito dessa escassez bibliográfica sobre o assunto, o
sociólogo americano Charles Moskos2 diz o seguinte:
2
Id.
3
Apêndice III.
6
Desde os fins do século XIX um grande conflito ocorre por trás
dos muros dos quartéis brasileiros, só aflorando em raríssimos
momentos. Revolta da chibata, Movimento dos sargentos de Brasília
e Movimento dos marinheiros de 1964 são exemplos de momentos
em que a situação fugiu ao controle dos quartéis, atravessou os
grandes portões vigiados por soldados armados e se mostrou a
sociedade brasileira. Contudo, a despeito do esforço de alguns
militares do passado, a injustiça e intolerância não foram totalmente
suprimidas dos nossos quartéis. Avanços e retrocessos têm ocorrido
e nas últimas décadas surge um elemento interessante, que tem sido
muitíssimo importante nesse processo, as associações de militares,
que retornam após as crises de 1960 a 1964, agora amparadas pela
Carta Magna de 1988 e pela intelectualização das praças4, que,
melhor preparados, tem se esmerado em buscar as melhores formas
possíveis de ampliar também à sociedade militar a cidadania plena
prevista na Carta Magna.
Uma reportagem de setembro de 2008 da revista Carta capital
transcreve uma entrevista com um dos fundadores da associação de
praças do exército brasileiro (APEB), e traz novamente à tona
rupturas antigas dentro do organismo militar, aparentemente tão
coeso: praças em conflito com oficialidade por conta de fatores
como a busca incessante dos subalternos por melhores condições de
trabalho, oficialidade lutando por manter um status quo que não
mais corresponde ao de períodos passados etc.
Essas questões, e outras que surgirão ao longo desse breve
trabalho devem ser observadas com atenção, buscando verificar se
são fatos isolados ou se realmente correspondem a fatos gerais,
como alegam as associações de praças. A superação de possíveis
controvérsias existentes deve ser buscada, sob pena de não
possuirmos instituições armadas tão coesas quanto necessitaríamos
para que, se agredidos, possamos responder eficazmente.
4
A categoria “praças” engloba os militares que ocupam as graduações de Soldado
a Subtenente; e a “oficialidade” abrange os militares que ocupam postos de
Segundo Tenente a oficial General.
7
arbitrariedade, com o abuso de poder, com os desmandos. Queremos
participar de algumas decisões e, com isso, democratizar as relações
hierárquicas. Carta Capital: O que o senhor chama de arbitrariedade
dentro dos quartéis?Edmundo Veloso: A maioria das punições
impostas às praças é resultado de pura arbitrariedade (...) (Maurício
Dias, Revista Carta Capital)
8
2 - CONSTRUÇÃO DO MILITAR BRASILEIRO.
(A internalização do espírito militar).
9
respeito à hierarquia; e o rigoroso cumprimento das obrigações e das
ordens.5
O militar “é um técnico de profissão pública burocratizada,
especialista na administração da violência e responsável pela
segurança militar do Estado” (ALBERTINI. 2007). Valores e
atitudes somente são reconhecidos como consoantes com a ética
militar se forem derivados dessa especialidade. Notamos que os
valores mais importantes para os militares são: Tradicionalismo,
supremacia da sociedade sobre o indivíduo; preocupação com o
cumprimento de ordens, hierarquização e divisão das funções;
aceitar o Estado-nação como forma mais desenvolvida de
organização política, reconhecer a permanente iminência de guerra
entre países, entender a guerra como um instrumento político e
exaltar a obediência como a grande virtude militar.
5
Estatuto dos militares, § 31.
10
A frase “fazer no automático” é constantemente repetida e
consiste num dos principais objetivos a serem alcançados nas
repetitivas e extenuantes series de treinamentos.
Para contextualizar o uso do conceito “habitus” dentro da
sociedade estudada transcreveremos abaixo o depoimento de um
militar - o Cabo Judas6 - com mais de vinte anos de caserna.
6
Pseudônimo.
11
seria difícil lutar contra tudo que havia aprendido em mais de vinte
anos de serviço na Marinha.
3 - O CONFLITO DE “CLASSES”,
PRAÇAS VERSUS OFICIALIDADE!
7
Andrade Apud Sodré. 1965, p.112
14
emana do entendimento de que a qualidade de vida é um princípio
fundamental para a organização do trabalho, promovendo bem estar
pessoal e motivação.
Outra questão interessante, e bastante discutida atualmente, se
refere à própria Justiça Militar. Em vários artigos jurídicos se levanta
a questão da composição dos conselhos de justiça, pelos quais se
decide o destino dos militares acusados de crimes militares (em sua
esmagadora maioria, praças); estes conselhos não dão abertura para
participação de representantes das praças. Contando somente com a
oficialidade – nega-se às praças o direito de serem julgados também
por seus pares8.
Os regulamentos militares exaltam a obediência e execram a
contestação e desobediência, para eles o bom militar é aquele que
persegue obstinadamente o cumprimento de qualquer tipo de ordem
superior, seja ela atirar no inimigo, seja pintar uma parede, seja
descumprir a Constituição!9. A menor hesitação pode ser
considerada contravenção, ou crime militar. Conversar com um
companheiro de farda acerca de ilegalidade da determinação ou de
dificuldades para o cumprimento também poderá ser considerado
indisciplina. Por outro lado, o alto comando das Forças Armadas,
que tem sido sempre muito rigoroso em coibir as manifestações de
indisciplina que, eventualmente partem de camadas subalternas da
estrutura militar, tem trocado o rigor por condescendência sempre
que essas manifestações partem do oficialato. Segundo a
Historiadora Liseane Morosini (1998) Inúmeros exemplos mostram
que o Exército e a Aeronáutica procederam de formas diferenciadas
no tratamento das manifestações coletivas por parte de seus
militares.
8
Em Minas Gerais as praças participam dos conselhos de justiça. A Lei
Complementar. n º 59 de 2001 que trata da organização judiciária do Estado, em
seu art. 203, 2º, estabelece que: “Os Conselhos Permanentes são compostos do
Juiz-Auditor, de um oficial superior como Presidente, de um oficial até o posto de
Capitão e de dois praças de graduação igual ou superior à do acusado”.
9
Conforme ocorreu em 1889, 1961, 1963 e 1964.
15
argumento de corrosão da estrutura fez com que o combate fosse
sempre mais ostensivo”. (MOROSINE,1998)
16
Jorge Silva – Isso varia muito. O Exército tinha um número de oficiais,
vamos dizer assim, progressistas, o Marechal Osvino Ferreira Alves, o
Lott era nacionalista, o Gen. Assis Brasil, Ladário Pereira Teles, tinha
uma parcela da oficialidade que, assim como na Aeronáutica e também
na Marinha, apoiava as reivindicações dos subalternos, mas que
achavam que também o Brasil deveria progredir. Isso eu sei muito
porque eu me dei muito bem com o Ministro Paulo Mário da Cunha
Rodrigues, que foi Ministro da Marinha de Guerra do João Goulart,
então ficava conversando com ele, então ficava bem claro, ele até me
dizia que os oficiais progressistas estavam com os praças nessas
reivindicações. Ele até dizia que tanto o oficial como o praça, nesse
sentido, estavam no mesmo barco. Ele sempre frisava que a hierarquia
não pode ser quebrada, nós estamos no mesmo barco, nunca foi
quebrada essa hierarquia (...)
17
mentes como Duque de Caxias e Marquês de Herval. Após 1831 o
exército é desprestigiado, reduzido à metade, e é criada a Guarda
Nacional, força elitizada para onde migra a aristocracia.
A revolta da Chibata
18
Segundo Nelson Werneck Sodré (1965, p.382) - historiador e
general – “o papel das praças diversas vezes foi preponderante em
resguardar a democracia no nosso país”, o que podemos comprovar
em episódios como a resistência ao golpe de 1961, perpetrado após a
renúncia de Janio Quadros. Nesse episódio os sargentos tomaram o
controle da Base da 5º Zona Aérea, impedindo que oficiais
decolassem com aviões que serviriam de apoio à junta militar que
inconstitucionalmente assumiu o comando do Brasil. Nelson
Werneck Sodré mostra que a essas praças, mesmo tendo assumido a
posição de guardiões da democracia, nunca foi dado o devido
reconhecimento pelos papeis desempenhados:
(...)
10
SODRÉ. 1965, p.382
19
5 - RESSURGIMENTO, NO FIM DO SÉCULO XX, DAS
ASSOCIAÇÕES DE PRAÇAS DAS FORÇAS ARMADAS.
11
Ridenti 1989. Apud Parucker. 1992.
12
Entre 1999 e 2007 cerca de 400 sargentos apresentaram, ao órgão de controle
de pessoal da Força, seus diplomas de bacharéis em direito. O total atual de
sargentos do Exército formados em direito, que declararam essa condição ao órgão
de controle do efetivo de pessoal da Força (Departamento Geral de Pessoal), é de
617. O total de oficiais é de 332. (RODRIGUES. 2008)
20
Gráfico nº 2 – Oficiais e sargentos do EB graduados em cursos superiores.
(...)
VI - CONSIDERAÇÕES FINAIS
13
Era praticamente inevitável, que em meio ao ambiente de agitação política que
vivia o país, a AMFNB fosse acusada de inclinações comunistas e de procurar
tornar-se um sindicato (RODRIGUES 2004, p.35)
22
Para investigar a importância que a imprensa brasileira concede
aos conflitos entre os militares, realizamos uma pesquisa em
arquivos eletrônicos dos principais jornais e revistas das capitais
onde se localizam os maiores efetivos militares, mesmos locais em
que se concentram as atividades das associações de praças. Foram
pesquisados: Revista Veja, Carta Capital, Jornal Folha de São Paulo,
Jornal O Globo, Jornal O Dia, Correio Brasiliense e Diário de Natal.
Destes, somente três, no ano de 2008, fizeram menção à associação.
Carta Capital mencionou a APEB duas vezes, enfatizando sua luta
por direitos para as praças; Diário de Natal e diário de Pernambuco -
na edição 23 e 24 de julho, respectivamente14, mencionaram o
processo na Justiça Militar, enfatizando a ação contra o ativista
Roberto Monte, pouco mencionando a associação de sargentos e seu
papel frente às categorias militares. Essa pouca cobertura por parte
da imprensa mostra que as Forças Armadas têm sido bem sucedidas
em contingenciar os conflitos ocorridos no âmbito interno, não
permitindo que as discussões sejam estendidas à sociedade civil, o
que causaria desgaste político aos comandos envolvidos.
Embora estejam subordinadas a autoridades civis desde 1985,
essas instituições permanentes ainda sofrem pela perda de prestígio,
o que - segundo Celso Castro - se deve: “em parte, à lembrança
ainda muito recente do período autoritário, em parte às dificuldades
de se atribuir à profissão militar uma posição proeminente num país
sem ameaças claras na área de defesa, como é o caso do Brasil”.
(...)
14
Encontrado em:
http://www.dnonline.com.br/parceiros.php?url=http://diariodenatal.
dnonline.com.br/index2.php e
www.pernambuco.com/diario/2008/07/24/urbana.asp
23
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
26
São Carlos, SP, v. 05, n. 08, p. 56-64, 2003.VIEGAS, Pedro.
Trajetória rebelde. São Paulo: Cortez, 2004.
VELHO, G. O Estudo do Comportamento Desviante: A Contri-
buição da Antropologia Social. Acusação e Desvio em uma
Minoria. In: Desvio e Divergência. Rio de Janeiro, RJ: Zahar,
1974.
WEBER, M. A Política como Vocação, in Ciência e Política: Duas
Vocações. SP: Cultrix. 1991.
WORTMEYER, D.S. Desafios da internalização de valores no
processo de socialização organizacional: um estudo da formação
de oficiais do Exército. Rio de Janeiro, junho, 2007. Universidade
do Estado do Rio de Janeiro. Dissertação de Mestrado.
27
APÊNDICE 1 - CASOS INTERESSANTES.
15
Centro de Instrução Brás de Aguiar
28
De acordo com o que vimos nesse trabalho, o habitus do militar
transcende os parâmetros prescritos.
Desde que foram admitidos nas forças armadas os militares que
atuavam como instrutores do soldado falecido são submetidos por
superiores e submetem subordinados a procedimentos similares ao
descrito, embora não esteja previsto em nenhum regulamento que se
aplique um “caldo” em um soldado que esteja “fraquejando” em um
treinamento isso é comum, e acontece com praticamente todos que
passam por esses locais. Caldos, ralas, batismos, sacodes etc.
Segundo Bourdieu “(...) a norma estabelecida pelo dominante torna-
se difícil de ser desafiada, pois passa a ser uma parte do
indivíduo...” (BOURDIEU, 2003, p.51).
Mesmo em uma situação extrema como a que está em questão os
militares encontram-se inconscientemente aprisionados pelo meio
em que estão inseridos. No caso analisado agiram de acordo com o
sistema entranhado neles. O habitus, ou seja, o “procedimento
aplicado” no soldado falecido correspondeu exatamente ao que se
esperava deles, não tendo senso sequer para considerar acerca da
vida ameaçada, que, no caso em questão, clamava por socorro.
Com esse fato voltamos à questão da socialização militar. Nas
academias militares e centros de instrução tradicionais se busca o
aniquilamento da iniciativa e senso crítico. Quando as consciências
individuais são abatidas é a consciência coletiva que dita as regras.
Prevalecendo então a concepção homogênea do mundo, do tempo e
do espaço (BOURDIEU. 2000).
Se houvesse naquele local um militar com senso crítico suficiente
para perceber quão perigosa era a situação, e com iniciativa para,
naquele momento, ser indisciplinado e se negar a continuar com tais
práticas, certamente o desfecho seria diferente e não estaríamos aqui
discutindo tão lamentável situação.
O militar foi punido com seis dias de impedimento por ter incidido no
parágrafo único do regulamento disciplinar (...) sabendo do
planejamento da manifestação não comunicou aos superiores.
16
São também consideradas contravenções disciplinares todas as omissões do dever
militar não especificadas no presente artigo, desde que não qualificadas como crimes
nas leis penais militares, cometidas contra preceitos de subordinação e regras de
serviço estabelecidos nos diversos regulamentos militares e determinações das
autoridades superiores competentes.
30
APENDICE II - TRANSCRIÇÕES DE CARTAS E
E-MAILS ENVIADOS A FÓRUNS E
GUESTBOOKS DA INTERNET.
17
Portaria do Navio.
18
Faxina matinal.
19
Quando uma lancha transportando um Almirante passa ao lado do Navio é
tradição cumprimentá-la com toques de apito.
41
sujeitei durante estes mais de quatro anos de oficial foi suplicar,
diariamente, para poder ir embora após cumprir meu
expediente(...)É inadmissível que se exija dos subordinados que se
mascarem notas fiscais a fim de burlar o controle orçamentário que
a própria Marinha idealizou e exportou para a Administração
Pública com tanto orgulho. É desnecessário me aprofundar
neste tema, mas eu alerto a todos que julgam que “os fins justificam
os meios” que a grande quantidade de oficiais descontentes que
foram aprovados como Analistas do TCU e na Polícia Federal
recentemente pode vir a mudar o destino de quem tem grande prazer
em resolver os problemas de bordo a qualquer custo, se achando
acima da lei, ou que pensa que pode se explicar a um magistrado
dizendo que o fez ?em prol do serviço?. Oficiais que desejam fazer o
que julgam correto são mal vistos e retirados de suas funções para
não atrapalharem o “bom” andamento do serviço...
44
a ordem de um superior, mesmo indo contra regulamentos internos
assinados por comandantes de quartéis (...)
20
Surpreendidos ao saber que existe uma alma feminina dentro do Corpo
da Armada da Marinha, cujo quadro de oficiais só permite a entrada de
homens, os comandantes colocaram o militar de licença médica, para
tratamento de saúde. Segundo X., que pediu para ser tratado pelo gênero
feminino, a corporação se baseou no Código Internacional de Doenças
(CID). (Acesso em 27/05/2008, Encontrado em:
http://extra.globo.com/rio/materias/2008/05/20/marinha_pede_dignidad
e_para_oficial_que_assumiu_ser_gay-427465860.asp
45
21 - Na Marinha do Brasil existem certos tipos de câncer com
mortalidade proporcional de 339% maior em relação ao restante
da população. Revista de Saúde Pública - Volume 34 - Número 4 -
Agosto 2000. Encontrado em:
http://biblioteca.universia.net/ficha.do?id=275364 - Resultados
de estudos de mortalidade têm revelado que certos tipos de câncer
são mais comuns em militares do que na população geral. Exemplo
disso são os mesoteliomas, mais freqüentes na Marinha do que na
população geral, e os cânceres de pulmão, cavidade oral, esôfago,
laringe, fígado, cólon, testículo, próstata, cérebro e sistema nervoso,
doença de Hodgkin, leucemias, linfomas não Hodgkin e melanomas
de pele, de maior mortalidade nas demais corporações militares.
Atividades ocupacionais das corporações militares são diferentes do
padrão encontrado na população geral e podem ser a origem de
exposições a carcinógenos confirmados, como o asbestos, solventes
orgânicos, óleos lubrificantes e radiações não ionizantes; ou a
carcinógenos potenciais como as poeiras de metais, fumaças, gases,
diesel, solventes inorgânicos e radiações ionizantes. Além disso, é
possível que exposições sejam de maior intensidade no interior de
navios, onde as dimensões dos ambientes de trabalho são reduzidas
e a ventilação nem sempre é adequada.
A MB, além da responsabilidade da salvaguarda marítima de
portos e costas nacionais, produz armas e munições, equipamentos
bélicos e de navegação e até mesmo medicamentos. Os serviços
desenvolvidos são vários, como a manutenção de instalações de
terra, de navios e seus equipamentos, de atividades de ensino,
administração e assistência médica e social, entre outras. Dados
preliminares mostraram as neoplasias como a segunda causa de
morte, com razão de mortalidade proporcional de 170,4%,
tomando-se a população geral como referente. As razões de
mortalidade proporcional do câncer, ajustadas por idade, apontam
as neoplasias de cérebro (339,3%), linfomas não Hodgkin (152,3%)
e câncer de próstata (135,0%) como as três mais importantes causas
de maior mortalidade por câncer entre os militares em comparação
com a população de referência.
46
22 - Entendo o que dizem neste desabafo sobre serviço na
marinha. Enviada: 09 06 2009, Nome: Verdade. Enc. em:
http://www.militar.com.br/modules.php?name=Forums&file=viewto
pic&t=720. Não sou fuzileiro naval mas pertenci aos quadros da
marinha. Até mesmo como oficial de serviço senti na pele o que os
praças sentem em grau muito superior. Noites e mais noites de
serviço em condições de higiene sub-humanas com mosquitos e
baratas nos rondando. Comidas servidas em sacos plásticos. Nos
dias de calor impossível relaxar quando se tem que acordar a meia-
noite para pegar um serviço de 4 horas até as 4 da madrugada e no
outro dia estar preparado para cumprir o expediente normal.
Acredito que a marinha, dentre as 3 ffaa deveria de alguma forma
rever as normas que regulamentam o serviço (não me recordo pelo
tempo já fora o nome do regulamento - algo como serviço da
armada) e proporcionar aos seus oficiais e praças que tiram serviço
melhores condições.
48
APÊNDICE III – O PRINCÍPIO CONSTITUCIONAL DA
PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA e OS MILITARES.
50
Indicação parlamentar nº 6481/2010, pelo Deputado Marcelo
Itagiba, enviada à Presidência da Republica e ao Ministério da
Defesa visando alterações no Estatuto dos militares para adequá-lo a
CF1988:
51
passos rápidos em direção à garantir os princípios de dignidade e
valorização da pessoa humana para os militares daquele país.
52