Dados gerais
A Estrada de Ferro Central do Rio Grande do Norte teve origem na Lei nº 1145
de 31 de dezembro de 1903, autorizado por esta Lei, o Governo Federal nomeou em
1904 uma comissão chefiada por Sampaio Correia, que efetuou os estudos da ferrovia
partindo de Coroa em frente a Natal, na outra margem do Rio Potengi.
A construção entre Coroa e Ceará Mirim foi logo iniciada, ficando concluída em
1906, sendo somente dez anos depois, precisamente em 20 de abril de 1916, fica
estabelecida a travessia do Potengi com a construção da Ponte de Ferro de Igapó que
permitiu levar os trilhos até Natal.
Em 12 de julho de 1950 através da Lei nº 1555 a Estrada de Ferro Central do Rio
Grande do Norte passou a denominar-se Estrada de Ferro Sampaio Correia em
homenagem a seu construtor. Em 04 de novembro de 1939 foi incorporada à Estrada a
linha Natal – Nova Cruz.
E a Lei nº 3.115 de 16 de março de 1957 que determinou a transformação das
Empresas Ferroviárias da União em Sociedades por ações, autorizou a constituição da
Rede Ferroviária Federal S. A. – RFFSA.
Em decorrência de toda esta história automaticamente foi criado o Parque
Ferroviário da Silva Jardim nas Rocas/Ribeira em Natal, estrutura que ainda guarda as
principais características do seu passado histórico, formando um belo complexo
arquitetônico.
O complexo é composto pelas seguintes edificações, (galpões): A antiga Oficina
Mecânica Metálica (rotunda); O antigo Almoxarifado; A antiga Carpintaria, com terreno
anexo, e o antigo Escritório da Estrada de Ferro Central do Rio Grande do Norte, além
da caixa d’água de ferro, do tanque de combustível, da tubulação que conduzia o
combustível ao tanque e o que restou dos trilhos de acesso à rotunda.
Trata-se de um conjunto arquitetônico de relevante valor e importância
histórica. Dele faz parte a rotunda, que estava abandonado sem utilização, em razão da
recente e inexplicável retirada dos trilhos que lhe davam acesso. Porém o equipamento
encontra-se em péssimo estado de conservação. Atualmente este prédio foi doado pela
Secretária de Patrimônio da União – SPU ao Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia do Rio Grande do Norte – IFRN, local que vai abrigar a futura sede da
extensão do IFRN que em seu interior abrigará a sede do Museu Ferroviário Manoel
Tomé de Souza – MFMTS, projeto do Instituto dos Amigos do Patrimônio Histórico e
Artístico Cultural e da Cidadania - IAPHACC.
Este prédio (oficina da Rotunda em Natal) foi de essencial importância na história
da Estrada de Ferro no nordeste brasileiro, pois era para lá que eram conduzidas todas
as locomotivas, carros e vagões que necessitavam de reparos. O conjunto apresenta um
expressivo valor arquitetônico e histórico, pois remete ao período de desenvolvimento
da cidade do Natal e da instalação das ferrovias no Estado do Rio Grande do Norte
através da penetração de capitais estrangeiros.
Acima: Foto das Oficinas Mecânicas e Metálicas – (ROTUNDA) – Pátio da Antiga Estrada de Ferro Central do Rio
Grande do Norte – EFCRN e posteriormente Estrada de Ferro Sampaio Correia – EFSC. Acervo: Instituto dos Amigos
do Patrimônio Histórico e Artístico Cultural e da Cidadania - IAPHACC.
Além destes dois prédios, o complexo Rocas contará com um prédio onde funcionará o
setor médico, salas de artes, dança e música; e ainda próximo à Rotunda ficarão distribuídos os
laboratórios de física, química e biologia.
Na foto abaixo pode-se ver a Rotunda da cidade de São João Del Rey no Estado de
Minas Gerais, onde atualmente funciona um Museu de Trem que abriga em seu interior
o maior acervo de Locomotiva Baldwin pertencente a uma mesma ferrovia como
mostra foto abaixo.
Foto extraída do livro Inventário das Locomotivas a Vapor no Brasil/Regina Perez, doada pelo
Ferroviário Manoel Tomé de Souza – (Manosinho) Natal/RN. Acervo IAPHACC/RN.
REFERÊNCIAS
- Publicação da RFFSA, cujo titulo é “ História das Estradas da Rede Ferroviária Federal
S.A.”, datado de 1960.
- Coleção das Leis, de 1955 – volume VII, atos do poder legislativo. Departamento de
Imprensa Nacional – Rio de Janeiro – Brasil – 1956.
GRAU DE PROTEÇÃO Tombado a nível estadual – Patrimônio Histórico Estadual e a nível Federal
como parte do Centro Histórico de Natal pelo IPHAN em dezembro de 2010.
CARACTERÍSTICAS ARQUITETÔNICAS:
O antigo prédio da rotunda é uma edificação de planta semi-circular, com alvenarias de tijolos maciços,
cobertura com telhas cerâmicas tipo francesa, suportadas por estrutura de treliças metálicas e empenas
arrematadas por platibandas triangulares recortadas. Trata-se de um espaço bastante vazado, com acesso
principal através de uma arcada e que apresenta generosas aberturas em arco plenos, fechadas por gradis de
ferro
DESCRIÇÃO DA ESTRUTURA