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Capítulo 5

MÉTODO DOS FASORES

Considere um circuito elétrico em que todas as fontes são alternadas senoidais com a
mesma freqüência. Essa hipótese não é em absoluto irrealista, pois em um sistema elétrico
todos os alternadores nas usinas geram tensão alternada senoidal com freqüência de 60 Hz,
que é o padrão brasileiro. Considere ainda que todos os elementos de circuito são lineares e
invariantes no tempo. Nesse caso, pode-se observar que, em regime permanente, todas as
tensões e correntes no circuito terão forma de onda senoidal com a mesma freqüência.
Esse importante fato pode ser compreendido com a ajuda das leis de Kirchhoff e das quatro
propriedades apresentadas em seguida. Outra importante conseqüência desse fato é que,
para se resolver um circuito elétrico com corrente alternada senoidal, pode-se utilizar o
método dos fasores, evitando a solução de um sistema de equações diferenciais como feito
na Aula 2.

Propriedade 1: resistor linear

Um resistor linear é descrito pela lei de Ohm: .


Admitindo que a tensão nos terminais do resistor seja expressa por

então a lei de Ohm garante que a corrente será dada por:

. Portanto, em um resistor linear, tanto a tensão quanto a


corrente têm forma de onda senoidal de mesma freqüência, bem como estão em fase,
conforme ilustra a figura abaixo.

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Propriedade 2: indutor linear

No caso de um indutor linear, a equação descritiva é: .

Assumindo que a corrente que circula no indutor é dada por então


a equação descritiva exige que a tensão nos terminais do indutor seja:

Desse modo, a tensão e a corrente em um indutor linear têm forma de onda senoidal de
mesma freqüência, mas estão defasadas de , sendo que a corrente está atrasada
em relação à tensão, conforme ilustra a figura abaixo.

Propriedade 3: capacitor linear

A equação descritiva de um capacitor linear é: .


Admitindo que a tensão nos terminais do capacitor seja expressa por

então sua equação descritiva garante que a corrente será dada


por:

Portanto, em um capacitor linear, tanto a tensão quanto a corrente têm forma de onda
senoidal de mesma freqüência, porém estão defasadas de , sendo que a corrente está
adiantada em relação à tensão, conforme ilustra a figura abaixo.

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Propriedade 4: adição de senóides de mesma frequência


Formas de onda senoidais possuem uma propriedade bastante curiosa e até mesmo
surpreendente: “a soma (ou diferença) de duas formas de onda senoidais de amplitudes e
fases quaisquer, porém de mesma freqüência, é também uma forma de onda senoidal com a
mesma freqüência”.

Essa propriedade pode ser demonstrada como segue, usando-se identidades


trigonométricas:

onde X = eY= .

A expressão pode ser escrita de forma equivalente como:

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Esta última expressão sugere que X,Y e podem ser considerados como lados
de um triângulo retângulo, e que portanto pode-se determinar, sem perda de generalidade,
uma amplitude C e um ângulo , tais que;

Utilizando-se essas definições, tem-se:

Finalmente, lembrando-se da identidade trigonométrica do cosseno da soma de dois


ângulos, chega-se a:

Como aparecem somente tensões e correntes senoidais de


mesma freqüência
As propriedades 1, 2 e 3 indicam que em circuitos CA com fontes senoidais de mesma
freqüência, com resistores, indutores e capacitores lineares e estacionários, e em regime
permanente, as correspondentes equações descritivas desses elementos somente produzem
formas de onda senoidais com a mesma freqüência das fontes, tanto para tensões quanto
para correntes. Elas só diferem pela amplitude e fase. Por outro lado, sabe-se que a
aplicação das leis de Kirchhoff resultam somente em operações de adição (ou subtração) de
tensões ou correntes. Portanto, a propriedade 4 garante que essas operações só produzirão
alguma tensão ou corrente que tenha forma de onda senoidal e com a mesma freqüência.
Elas só diferirão pela amplitude e fase.

Como a resolução de um circuito elétrico corresponde a resolver um conjunto de equações


descritivas e equações obtidas através das leis de Kirchhoff, pode-se afirmar que em
circuitos CA com fontes senoidais de mesma freqüência, com resistores, indutores e
capacitores lineares e estacionários, e em regime permanente, todas as tensões e correntes
são senoidais e de mesma freqüência.

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Fasores
Já que todas as tensões e correntes em um circuito CA são da forma senoidal com a mesma
freqüência, diferindo somente na amplitude e fase, torna-se conveniente representá-las
simbolicamente através de uma forma com características vetoriais, ou seja, definidas por
uma magnitude e uma direção/sentido (do mesmo modo que uma força ou velocidade são
representadas). Aqui, usa-se o valor eficaz da tensão ou corrente como magnitude e a fase
da tensão ou corrente para indicar a direção/sentido. Desse modo, a forma de onda senoidal
e a freqüência ficam subentendidas já que não introduzem nenhuma informação nova.
Modernamente, essa representação vetorial de uma grandeza variando senoidalmente é
chamada fasor.

Representação de senóides por números complexos: uma


brilhante idéia de Charles Steinmetz
Um fasor pode ser representado por um número complexo. Esta forma de representação
foi proposta, em 1893, por Charles Steinmetz (1865-1923), engenheiro da General Electric
Co. (USA), um dos pioneiros da Engenharia Elétrica e particularmente das técnicas de
circuitos de corrente alternada. Steinmetz usava a expressão “representação vetorial
complexa de uma senóide”. O uso de números complexos para representar os fasores
permite estabelecer regras bem definidas para realizar operações matemáticas com fasores,
que obviamente são as mesmas definidas para os números complexos.

Para evitar confusão em relação às fases, neste curso será considerado, por convenção
arbitrária, que um fasor sempre representa uma função cosseno. Na literatura, às vezes se
encontra o conceito de fasor associado a uma função seno, como mostrado na apostila da
parte experimental.

Um fasor, sendo um número complexo, pode ser representado graficamente em um plano


complexo [Re,Im], conforme ilustra a figura abaixo, onde se mostra o fasor correspondente

a uma tensão expressa por .

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O fasor V da figura pode ser escrito na forma retangular: , em que

, a é a parte real e b é a parte imaginária, ou então na forma polar:

, em que Vef é o módulo e é o ângulo do fasor.


Note que o módulo do fasor corresponde ao valor eficaz da tensão senoidal, já que este é o
valor característico usado para especificar os equipamentos elétricos, bem como o ângulo
do fasor corresponde à fase da tensão, que é expressa em graus por ser uma unidade que
permite mais facilmente avaliar sua ordem de grandeza.
De forma equivalente, pode-se utilizar um número complexo na forma exponencial para
representar um fasor. Considere, por exemplo, a tensão de uma fonte alternada senoidal de
127 V, 60 Hz:

O fasor dessa tensão na forma exponencial será:

em que .
A equivalência entre a forma polar e a forma exponencial pode ser explicada usando-se a
fórmula de Euler:

.A título de exemplo, na figura abaixo estão representados os fasores correspondentes à

tensão e à corrente

, ambos na forma exponencial.

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Operações com fasores


As operações matemáticas com fasores obedecem às mesmas regras das operações com
números complexos.
Considere um número complexo z expresso tanto na forma retangular: z = a+jb, quanto na

forma polar: ou na forma exponencial: , onde r é o


módulo e o ângulo. Nesse caso, valem as seguintes relações:

que servem para passar de uma forma para outra.


Dado um número complexo z, define-se número complexo conjugado da seguinte

maneira: z* = a-jb ou ou .

A representação gráfica de um número complexo no plano [Re,Im], bem como a de seu


complexo conjugado, são mostradas na figura abaixo, evidenciando as relações entre as
formas retangular, polar e exponencial.

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As principais operações aritméticas com números complexos são definidas abaixo. Note
que é mais fácil realizar as operações de adição ou subtração usando a forma retangular,
enquanto que é melhor fazer as operações de multiplicação ou divisão usando as formas
polar ou exponencial para representar os números complexos.
Forma retangular: Seja z1=a1+jb1 e z2=a2+jb2.

• adição ou subtração : .
• multiplicação:

• divisão : .

Forma polar: Seja e .

• adição ou subtração : mesma regra da forma retangular, considerando


e .
• multiplicação:

. Lembrando de as identidades trigonométricas que fornecem o cosseno e o seno da


soma de dois ângulos, tem-se:

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Esse resultado permite estabelecer a seguinte regra para multiplicar dois números
complexos na forma polar: multiplique os módulos e some as fases.

• divisão: Substituindo-se , , e

na expressão que define a divisão na forma retangular, bem como


usando as identidades trigonométricas que fornecem o cosseno e o seno da diferença
de dois ângulos, pode-se escrever:

Esse resultado permite estabelecer a seguinte regra para dividir dois números
complexos na forma polar: divida os módulos e subtraia as fases (numerador-
denominador).

Forma exponencial: Seja e .

• multiplicação: (produto de funções exponenciais).

• divisão : (divisão de funções exponenciais).

A propósito de números complexos, você se deu conta como são poucas as pessoas. em
toda a Humanidade. que sabem fazer contas com eles ? Saber números complexos é um
privilégio intelectual. Pense nisso e anime-se!

Impedância
O conceito de impedância está diretamente relacionado com a resolução de circuitos
alternados senoidais por meio do método dos fasores e por isso será introduzido aqui.
Impedância de um elemento de circuito é definida como a razão entre o fasor da tensão
entre seus terminais pelo fasor da corrente que atravessa o elemento:

O conceito de impedância é uma generalização do conceito de resistência, sendo mais


adequado para descrever o comportamento dos componentes de circuitos em corrente
alternada. Assim como a resistência, a impedância de um componente exprime uma medida
da oposição oferecida à passagem da corrente elétrica.

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O conceito e o nome “impedância (impedance)” foram inventados pelo físico e engenheiro


inglês Oliver Heaviside (1850-1925) no fim do século 19. A unidade de impedância é ohm,
mesmo para elementos que não são resistores, pois é definido por um quociente entre
tensão e corrente.
Uma impedância é expressa por um número complexo, que pode estar na forma retangular,

polar ou exponencial. Seja e . Então, a impedância Z pode ser


expressa por:

em que

A propósito, por que uma impedância, embora sendo um número complexo, não é um fasor
? Pense nisso.

Impedância de resistor linear

Em um resistor linear já se sabe que, se a tensão for , então a

lei de Ohm garante que a corrente será dada por: .


Expressando a tensão e corrente em fasores, tem-se:

e portanto a impedância de um resistor é:

Note que a impedância de um resistor é igual a sua resistência, e que é um número


complexo com parte real somente.

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Impedância de indutor linear


Já foi visto anteriormente que se a corrente que circula em um indutor linear é dada por

então sua equação descritiva exige que a tensão nos

terminais seja .
Em termos de fasores, tem-se:

e desse modo a impedância de um indutor é:

Impedância de capacitor linear


Sabe-se que se a tensão nos terminais de um capacitor linear é

então sua equação descritiva exige que a corrente seja

dada por:
Expressando em fasores, tem-se:

e portanto a impedância de um capacitor é:

Note que as impedâncias de um indutor ou capacitor são números complexos imaginário


puro (sem parte real) que variam com a freqüência de forma proporcional e inversamente
proporcional, respectivamente. Desse modo, a impedância de um indutor aumenta
quando a freqüência aumenta, enquanto que a impedância de um capacitor diminui
quando a freqüência aumenta. Note ainda que as impedâncias de um indutor e de um
capacitor estão em semiplanos opostos no plano complexo, significando que elas têm ações

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contrárias em relação à defasagem entre tensão e corrente, ou seja, um indutor sempre


atrasa a corrente e um capacitor adianta a corrente em relação à tensão.

Reatância
Uma impedância é sempre expressa por um número complexo. Utilizando a forma
retangular para escrever números complexos, uma impedância qualquer pode ser expressa
por:

em que R representa a parte real e X a parte imaginária do número complexo. Essa parte
imaginária, X, é chamada reatância e serve para indicar se a impedância tem um caráter
indutivo (atrasa a corrente) ou capacitivo (adianta a corrente). A parte real, R, corresponde
evidentemente a uma resistência.
Para um indutor ideal, a impedância é expressa por um imaginário puro:

e a reatância indutiva é dada por:

Para um capacitor ideal, a impedância é expressa também por um imaginário puro:

e a reatância capacitiva é dada por:

Admitância
Admitância é definida como o inverso da impedância. Portanto está associada à facilidade
que um elemento de circuito oferece à passagem da corrente elétrica. Sendo o inverso da
impedância, uma admitância é medida em ohm-1, também chamada de siemens.

Associação de impedâncias e admitâncias


Como o conceito de impedância é uma extensão do conceito de resistência, a associação em
série ou paralelo de impedâncias segue as mesmas regras válidas para resistências.

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No caso de admitâncias, a associação em série ou paralelo segue regras semelhantes à


associação de capacitores, ou seja: admitâncias em paralelo são somadas e admitâncias em
série somam-se os inversos e inverte-se.

Método dos fasores


Este método sintetiza um modo operacional para resolver circuitos alternados senoidais
com componentes lineares e estacionários, em regime permanente. O método dos fasores
consiste basicamente nas etapas mostradas em seguida:

• Transforme o circuito do domínio do tempo para o domínio dos fasores (plano


complexo), usando o conceito de fasor para exprimir todas as tensões e correntes, e
o conceito de impedância para representar todos os elementos de circuito;
• Resolva o problema no domínio dos fasores, fazendo o diagrama fasorial, se
conveniente;
• Retorne ao domínio do tempo, se necessário, usando o conceito de fasor.

A aplicação do método dos fasores evita a resolução de um sistema de equações


diferenciais no domínio do tempo (o que pode ser trabalhoso) através da transformação do
problema para o domínio dos fasores, onde pode ser resolvido por meio de equações
algébricas (o que é mais simples), embora envolvendo números complexos.

De certa maneira e embora pareça contraditório, os números complexos servem para


tornar as coisas mais simples. Pense nisso.

Exemplo de aplicação: fonte senoidal com carga indutiva


Considere um circuito elétrico cujo modelo é um resistor linear em série com um indutor
linear, alimentados por uma fonte ideal de tensão alternada senoidal, conforme ilustra a
figura abaixo:

O problema consiste em: (a) obter-se a corrente que a fonte fornece: (b) obter-se a tensão
nos terminais do resistor e do indutor; e (c) obter-se a impedância total vista pela fonte,

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assumindo-se os dados: , e com

.
A resolução desse circuito pelo método dos fasores deve seguir os passos já mencionados.
A primeira providência é escrever os fasores e impedâncias conhecidos:

A transformação do domínio do tempo para o domínio complexo dos fasores resulta no


circuito mostrado abaixo;

Aplicando-se, nesse circuito, a lei das malhas de Kirchhoff, tem-se:

Usando a definição de impedância, pode-se escrever:

Explicitando a incógnita I, obtém-se a solução para o item (a):

A resposta ao item (b) é:

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Observe que, no domínio dos fasores, somente se trabalha com os valores eficazes das
tensões e correntes senoidais.
A impedância total vista pela fonte é:

Embora não seja essencial para resolver o circuito, o diagrama fasorial orienta a solução,
permite visualizar as relações entre tensões e correntes, e verificar se a solução faz sentido.
O diagrama fasorial do problema está mostrado abaixo. Note que só aparecem fasores (de
tensão ou corrente) e nada mais. Lembre-se que impedâncias, embora sejam representadas
por números complexos, não são fasores e, portanto, não devem aparecer em diagramas
fasoriais.

Fazendo agora o caminho de volta do domínio dos fasores para o domínio do tempo, pode-
se escrever diretamente as expressões senoidais para as tensões:

e para a corrente fornecida pela fonte à carga:

As formas de onda da tensão da fonte (escolhida como referência angular) e da corrente


podem ser vistas na figura abaixo:

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O diagrama abaixo ilustra de forma esquemática o funcionamento do método dos fasores


para resolver circuitos de corrente alternada senoidal em regime permanente.

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