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As Cartas Pastorais, Pr. Antonio Manoel de Araújo CTM, Fevereiro de 2014.

SEMINÁRIO TEOLÓGICO CRISTÃO EVANGÉLICO DO BRASIL

Curso Teológico por Módulos

Pr. Antonio Manoel de Araújo.

Disciplina: Introdução as cartas pastorais

Plano de curso:

Objetivo: Desenvolver junto com os alunos uma análise das cartas pastorais,
observando autoria, data, propósito e a relevância do seu conteúdo para os
dias atuais.

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO:

1. Uma introdução as cartas pastorais.


2. Uma análise biográfica dos destinatários.
3. Uma análise do título “pastorais”
4. Uma análise das questões relacionadas ao contexto da carta.
5. Uma análise da organização eclesiástica a partir do conteúdo da carta.
6. Uma breve análise das heresias combatidas nas cartas.
7. Uma breve análise das cartas como apresentado na BLH.

ATIVIDADES AVALIATIVAS

1. Leitura das pastorais resumindo o conteúdo de cada capítulo em suas


próprias palavras. (4 linhas no mínimo) 4,0
2. Uma pesquisa nas pastorais sobre um tema específico (trabalho a ser
entregue no 2 encontro) 2,0.
3. Dois versículos decorados dentro das pastorais (até o ultimo encontro)
2,0.
4. Outras atividades em sala (análise, comentários e pesquisas) 2,0

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INTRODUÇÃO AS EPÍSTOLAS PASTORAIS

A Primeira e a Segunda Epístola a Timóteo e a Epístola a Tito foram


pela primeira vez chamadas "Pastorais" no século dezoito, por D.N. Bardot
(1703), e popularizadas por esse título em 1726, por Paul Anton. Embora estas
epístolas não sejam cartas de teologia pastoral, o título serve
convenientemente para distinguir as três, como um grupo, de outras cartas
escritas por Paulo. Estas epístolas não são manuais de organização
eclesiástica, disciplina da igreja, administração eclesiástica ou métodos
eclesiásticos. Paulo estava dando instruções para situações históricas reais de
duas igrejas, que estavam sob os cuidados de dois ministros que ele conhecia
intimamente. Por esta razão, as epístolas são limitadas quanto ao assunto
discutido, mas elas contêm princípios que podem ser usados em igrejas de
qualquer época e lugar. As três tem tanta coisa em comum, quanto a estilo,
doutrina e alusões históricas, que devem ser tratadas como um grupo.

William Barclay começa assim o seu comentário da primeira Carta a


Timóteo:

No Novo Testamento não há outra série de documentos


mais interessante que as cartas de Paulo. Isto se deve a
que de todas as formas literárias, a carta é a mais pessoal.
Demétrio, um dos críticos literários gregos mais antigos,
escreveu uma vez: "Todos revelamos nossa alma nas
cartas. É possível discernir o caráter do escritor em
qualquer outro tipo de escrito, mas em nenhum tão
claramente como nas epístolas" (Demétrio, On Style, 227).

Porque epístolas pastorais?

Segundo Jonh Norman Davison Kelly em seu comentário (1983,p.9)


esse conjunto de cartas receberam o título de pastorais desde o início do Sec.
XVIII porque são dirigidas a pastores, e em grande medida dizem respeito aos
deveres deles.

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A Primeira e a Segunda Epístola a Timóteo e a Epístola a Tito foram


pela primeira vez chamadas "Pastorais" no século dezoito, por D.N. Bardot
(1703), e popularizadas por esse título em 1726, por Paul Anton.
(http://teologiaemalta.blogspot.com.br/2009/05/resumo-expositivo-das-
epistolas.html)

Barclay apresentando as pastorais em seu comentário diz tratar-se de


cartas pessoais e assim se refere a elas:

Cartas pessoais
1 e 2 Timóteo e Tito se consideraram sempre um grupo
separado de Cartas, distintas das outras Epístolas de
Paulo. A razão mais óbvia é que só elas, junto com a
pequena Carta a Filemom, estão dirigidas a pessoas,
enquanto que o resto das Cartas paulinas o estão a Igrejas.
O Cânon Muratoriano, (c. 170 DC) que foi a primeira
preparada oficial dos livros do Novo Testamento, diz que
foram escritas "como expressão do sentimento e afeto
pessoal". São Cartas privadas mais que públicas.

(William Barclay, introdução a primeira epístola de Timóteo,


arquivo em formato pdf)

Quanto à autoria das pastorais:

Até o século dezenove, estas cartas foram aceitas


como cartas genuínas de Paulo. Em 1804, J.E.C. Schmidt
expressou alguma dúvida acerca da autenticidade, mas foi
F. Schleiermacher (1807) que negou abertamente a autoria
paulina de I Timóteo, em bases filológicas.
Conseqüentemente, por causa das semelhanças com as
outras Pastorais, os críticos começaram a questionar todas
as três. Os estudiosos modernos estão divididos com respeito à autenticidade

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destas epístolas. Há alguns que diriam que um paulinista as escreveu, e alguns


admitiriam serem fragmentos paulinos genuínos reunidos após a morte de
Paulo. Há muitos estudiosos modernos que ainda mantêm a integridade e
autenticidade da autoria paulina.

Falando sobre esta questão Moody escreve na introdução do seu


comentário de primeira Timóteo:

A autoria paulina das Pastorais (I, II Timóteo e Tito) é


controvertida. Entretanto, as evidências prima facie das cartas por
si mesmas indicam que Paulo é o escritor, uma vez que seu
nome aparece na saudação de cada uma, e as observações
autobiográficas se encaixam na vida de Paulo conforme
registradas em outros lugares. Como, por exemplo, I Tm. 1:12, 13;
II Tm. 3:10, 11; 4:10, 11, 19, 20.
A regra básica da prova da autenticidade de documentos foi
há muito declarada por Simon Greenleaf: "Cada documento,
aparentemente antigo, vindo do devido repositório ou custódia, e
não trazendo aparentemente nenhuma evidência de falsificação, a
lei presume ser genuíno, e devolve à parte oponente a
responsabilidade de provar o contrário (An Examination of the
Testimony of the Four Evangelists, London, 1847, pág. 7).

(Moody, comentário de 1 Timóteo, documento em formato PDF)

Quatro argumentos são apresentados por Moody em seu comentário


como levantados pelos críticos e opositores da autoria Paulina, são eles:

1) Linguagem e estilo que não são de Paulo; (um redator diferente


como Tércio (ver Rm. 16:22) poderia resolver esse problema)

2) A oposição das Pastorais ao Gnosticismo do segundo século; (


alguns autores como William Barclay diz que algumas cartas de Paulo
como Romanos por exemplo possui conteúdo profilático, ou seja
conteúdo preventivo quanto a problemas que ainda podem surgir no

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meio dos seus leitores, sendo assim é possível que Paulo já tivesse
indícios do inícios do surgimento desta heresia)
3) Discrepâncias entre as Pastorais e Atos – presume-se que Paulo
foi condenado à morte no final de sua única prisão em Roma, conforme
registrado em Atos, concluindo-se daí que Paulo não pode ser o autor
das Pastorais.
Quanto a este item William Barclay afirma em seu comentário:

...o estranho a respeito deste último livro é que deixa nas


trevas tudo o que aconteceu a Paulo em Roma. Termina
dizendo que Paulo viveu por dois anos numa espécie de
semi-cativeiro pregando o evangelho abertamente e sem
impedimento (Atos 28:30-31). Mas Atos não nos diz como
terminou seu cativeiro, se terminou com a soltura de Paulo
ou se foi condenado e executado. É certo que a crença
geral é que terminou com sua morte, mas existe uma
corrente de tradição, que não se pode desprezar, que nos
diz que terminou com sua libertação que durou por dois ou
três anos mais, voltando a ser encarcerado e executado
finalmente em torno do ano 67 d.C. (William Barclay,
Introdução a Tito, documento em formato pdf)

Quando Paulo escreve aos filipenses, do cárcere, diz-lhes que nesse


momento envia a Timóteo, e logo continua: “E estou persuadido no Senhor de
que também eu mesmo, brevemente, irei” (Filipenses 2:24). Quando escreveu
a Filemom, enviando de volta o Onésimo, diz: “E, ao mesmo tempo, prepara-
me também pousada, pois espero que, por vossas orações, vos serei
restituído” (Filemom 22). Claramente Paulo estava preparado para ser libertado
e se assim aconteceu teve tempo então para realizar outras viagens
missionárias antes de uma segunda prisão. Sendo assim o contexto de 1
Timóteo e Tito são perfeitamente explicáveis e durante sua segunda prisão
teria escrito uma segunda carta a Timóteo.

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O maior de todos os historiadores primitivos da Igreja foi Eusébio. Em seu


relato da vida de Paulo escreve:

"Lucas, que escreveu os Atos dos Apóstolos, terminou sua


história dizendo que Paulo viveu dois anos completos em
Roma como prisioneiro, e que pregou a palavra de Deus sem
impedimentos. Então, depois de ter feito sua defesa, diz-se que
o apóstolo saiu mais uma vez em seu ministério da pregação, e
que ao voltar para a mesma cidade pela segunda vez, sofreu o
martírio" (Eusébio, História Eclesiástica 2,22.2).

Outro argumento apresentado por Moody quanto ao fato de que, lugares


e incidentes mencionados nas Pastorais não podem se encaixar no esboço de
Atos, é que as Pastorais, então seriam o produto da quarta viagem missionária
de Paulo e uma segunda prisão.
No século V dois dos grandes pais do cristianismo afirmam a existência
da viagem de Paulo a Espanha. Crisóstomo em seu sermão sobre 2 Timóteo
4:20 diz: "São Paulo depois de sua estada em Roma partiu rumo a Espanha."
São Jerônimo em seu Catálogo de escritores diz que Paulo "foi despedido por
Nero para que pregasse o evangelho de Cristo no Ocidente".
Sem dúvida alguma existe uma corrente da tradição que sustenta que Paulo
viajou a Espanha.

4) Organização eclesiástica adiantada, além do tempo de Paulo,


refletida nas Pastorais.
Quanto a esta objeção, alguns argumentam que é possível
perceber elementos desta organização eclesiástica em outras cartas do
Novo Testamento.

Falando sobre as questões levantadas acima de um modo geral o


escritor André Rodrigues faz o seguinte comentário:
A incerteza de hoje em dia sobre este ponto deve-se
inteiramente a considerações internas e teóricas: estas
considerações são de pouco proveito, visto não levarem a

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uma conclusão e apenas criarem hesitação e desconfiança.


Embora o seu tema e, ainda mais, o seu vocabulário
possam usar-se em argumento contra a possibilidade da
autoria de Paulo, nenhum desses raciocínios é decisivo.
Muito ainda se pode dizer sobre o outro lado da questão, e
muitos eruditos de responsabilidade tem ainda aceitado a
autoria paulina. As próprias epístolas não somente
endossam esta atitude, como também exortam com
instância que não nos demos a debates que não produzem
efeitos satisfatórios, e que não somente não trazem
benefícios positivos, como podem servir para minar em
alguns a sua fé. (Ver 1Tm 1.4; 6.20-21; 2Tm 2.14-23; Tt
3.9). Estas epístolas, todavia, apresentam um dos maiores
problemas no Novo Testamento. As cartas tem forte apoio
externo; não obstante, há muitas peculiaridades internas,
em comparação com outras cartas paulinas. Estas
peculiaridades são de tal natureza que muitos eruditos
bíblicos modernos rejeitam estas cartas como sendo
verdadeiramente de Paulo. O estudante que quiser
entender estas Cartas Pastorais deve examinar, em
detalhes", os problemas envolvidos.
(http://teologiaemalta.blogspot.com.br/2009/05/resumo-
expositivo-das-epistolas.html, acesso em 05/02/2014)

O mais provável segundo alguns autores é que o apóstolo Paulo tenha


escrito essas cartas através de um redator, como era de seu costume e alguns
argumentos para isso são:

• Os detalhes biográficos nas cartas não podem ter sido inventados por
outro autor.
• Diferenças existentes na linguagem e no estilo podem ser atribuídas a
ação de redatores diferentes.
• A presença e natureza de opositores, as condições das igrejas e a
teologia apresentadas são comuns às outras cartas de Paulo.

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Quanto aos destinatários:


Dois são os destinatários ou receptores originais destas cartas, a saber,
Timóteo e Tito, sobre os quais abordaremos a seguir um pouco do que se é
possível descobrir ao longo das informações que aparecem no Novo
Testamento.

1. Timóteo

Timóteo (em grego: Τιμόθεος - Timótheos, que significa "honrando a


Deus"ou "honrado por Deus" um dos personagens secundários mais
conhecidos do Novo testamento, filho de pai grego e mãe Judia, juntou-se a
comitiva do apóstolo Paulo pela primeira vez em Listra na Licaônia durante
sua segunda viagem missionária conforme registrado em At. 16:1-3.

Em sua segunda carta a Timóteo Paulo nos apresenta os nomes da avó


e da mãe de Timóteo, mostrando assim onde estava a influencia positiva de
sua fé. "Trazendo à memória a fé não fingida que em ti há, a qual habitou
primeiro em tua avó Lóide, e em tua mãe Eunice, e estou certo de que
também habita em ti." (II Timóteo 1 : 5)

Tudo indica que teria se convertido através do ministério do próprio


apóstolo Paulo naquela localidade uns dois anos antes quando este ali
estivera.

Foi um companheiro inseparável de Paulo durante boa parte do seu


ministério e cooperou em várias de suas cartas como 1 e 2 Tss, 2 Co. Fp. e
Fm). Foi também encarregado por Paulo de várias missões diferentes como
Tessalonica 1 Tss. 3:2, Corinto 1 Co. 4:17; Filipos Fp. 2:19-24.

Para Paulo ele era seu “cooperador e filho amado e fiel no Senhor” Rm.
16:21. Timóteo fez parte do grupo de Paulo quando este foi para Jerusalém
em sua ultima viagem (At. 20:4) de onde então seria preso e alguns anos
mais tarde chegaria a Roma como prisioneiro.

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2. Tito
Tito é não-judeu, ou seja, “grego”, (Gl 2.3). Alguns comentaristas
conjeturam que ele nasceu em Antioquia. Como Timóteo, também Tito foi
conduzido até Jesus pela proclamação do apóstolo. Por isso ele o chama de
“autêntico filho” na fé (Tt 1.4; 1Tm 1.2),
Também Tito goza de alta consideração por parte de Paulo (2Co 8.16-
23). Ele já era colaborador do apóstolo antes de Timóteo, acompanhando-o
com Barnabé ao concílio dos apóstolos (Gl 2.1).
Se por um lado Paulo realiza a circuncisão de Timóteo para evitar
escândalo desnecessário (At 16.3), por outro lado o apóstolo se nega
terminantemente a permitir a circuncisão de Tito (Gl 2.3). Isso pode ser devido
a diversas circunstâncias: no caso de Timóteo era uma questão da prática
missionária (1Co 9.20), no caso de Tito estava em jogo uma controvérsia
doutrinária fundamental sobre aquilo que é necessário à salvação e o que não
é.
Tito era um homem de grande autonomia. Paulo posicionava-se diante
dele mais como alguém que pede e menos como alguém que emite
orientações e ordens: “Mas graças a Deus, que pôs no coração de Tito a
mesma solicitude por amor de vós, porque atendeu ao nosso pedido (!)… partiu
voluntariamente até vós…” (2Co 8.16s).
Quando Timóteo, sensível e certamente mais jovem, não foi capaz de
cumprir sua incumbência em Corinto, interveio Tito, estável e zeloso. Com
angústia Paulo aguardava o desfecho das negociações, que na seqüência
foram coroadas de pleno êxito (2Co 2.13; 7.6,13s). Os coríntios não receberam
a Tito com desprezo (esse risco existia em relação a Timóteo: 1Co 16.10s),
mas pelo contrário, com temor e tremor! (2Co 7.15). Mas Tito não se mostrou
duro ou autoritário. Seu coração era propício aos coríntios. Somente assim ele
conseguia atuar como mediador e pacificador entre Paulo e a igreja.
Paulo não precisa exortá-lo, como a Timóteo, a ser delicado para com os
idosos (cf. Tt 2.2 com 1Tm 5.1!), nem escrever que, como servo do Senhor,
deve ser magnânimo diante dos hereges. Pelo contrário, cabe a Tito exortar as
igrejas para que usem de mansidão para com todos (cf. 2Tm 2.23s com Tt 3.2).
Tito, mais equilibrado em seu íntimo, com certeza pode se apresentar com

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serenidade diante de outros, solucionando assim confusões humanas muito


complicadas. Visto que provavelmente se portava com a mesma determinação
de Apolo, ad-mirado em Corinto, a igreja estava disposta a atendê-lo “com
temor e tremor”, mais do que a Timóteo, e até mesmo o próprio Paulo, que
acerca de si escreve que também esteve entre eles “com temor e tremor” (1Co
2.3).
Paulo o compromete com algumas incumbências (cf. Tt 1.5; 3.12).
Encarrega-o de organizar em Corinto a coleta em favor de Jerusalém, o que
constituía uma parte essencial da tarefa missionária a que Paulo estava
submetido (cf. Rm 1.5; 15.15; 1Co 1.4; Rm 3.24; 5.20; 15.26; 1Co 16.1-4; 2Co
8.1-6,16,23; 12.18).

Quanto à relevância do conteúdo


O interesse principal destas Cartas está em que nelas achamos um
quadro da Igreja nascente como em nenhum outro lugar. Nessa época a Igreja
era uma ilha num mar de paganismo. As mais perigosas infecções a
ameaçavam por todos os lados. Seus integrantes estavam a um passo de sua
origem e antecedentes pagãos. Teria sido muito fácil para eles escorregar e
reincidir no estilo de vida pagão do qual provinham. Uma atmosfera poluente os
rodeava. Algo muito interessante e significativo é que os missionários nos
dizem que de todas as Cartas as Epístolas Pastorais falam mais diretamente à
situação das Igrejas jovens. A situação que se expõe nestas Cartas se revalida
diariamente na Índia, na África e na China. Estas Cartas não podem perder
nunca seu interesse porque nelas vemos, como em nenhum outro lugar, os
problemas que continuamente acossam a Igreja em crescimento. (William
Barclay, introdução a Tito)

Quanto ao cenário histórico:


Examinando as próprias pastorais é possível traçar a seguinte ordem
dos acontecimentos: Depois que Paulo e Timóteo estiveram juntos em Éfeso,
Paulo partiu para a Macedônia (I Tm. 1:3), mas esperava voltar logo (I Tm.
3:14). Timóteo havia partido para Éfeso, para cuidar da igreja e refutar os

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falsos mestres que estavam em atividade lá. Uma vez que sua volta podia ser
retardada, Paulo escreveu esta carta, para ajudar Timóteo em seu ministério (I
Tm. 3:14,15).
De maneira semelhante, Paulo estivera em Creta e, ao partir, deixou Tito
para cuidar da organização da igreja (Tt. 1:5). Paulo estava, provavelmente, na
Macedônia ou em Acaia e queria que Tito se encontrasse com ele em
Nicópolis, onde Paulo planejava passar o inverno (Tt. 3:12).
De II Timóteo fica-se sabendo que Paulo era um prisioneiro (II Tm. 1:8,
16,17; 2:9). Ele já havia estado perante o tribunal uma vez (II Tm. 4:11,16, 21)
e estava aguardando outro julgamento. Ele tinha pouca esperança de ser solto
(II Tm. 4:6). Somente Lucas ainda estava com ele (II Tm. 4:11), Tito tendo sido
enviado à Dalmácia (II Tm. 4:10) e Tíquico a Éfeso (II Tm. 4:12); Demas havia
abandonado Paulo e retornara a Tessalônica (II Tm. 4:10).
Esta, então, é a informação colhida das três cartas. A ordem dos
eventos de I Timóteo e Tito é difícil traçar; a de II Timóteo lógica mente seguiria
as outras duas. Mas, onde, na vida e ministério de Paulo estes eventos podem
ser colocados? É esta pergunta que levou ao questionamento da autenticidade
destas epístolas.

Quanto ao Itinerário de Paulo depois do seu livramento da prisão


Ainda que as estimativas variem, sentimos que a evidência mais forte é
que Paulo foi libertado mais provavelmente na primavera de 63 d. C. Ao ser
solto, ele se dirigiu para a província da Ásia. A rota mais provável, baseada nas
rotas de navegação daqueles dias, teria envolvido uma parada em Creta.
Depois de uma breve visita, o apóstolo deixou Tito na ilha para pôr em ordem
as coisas que estavam faltando e para indicar anciãos em cada cidade (Tito
1:5).
Ele, provavelmente, foi a Éfeso em seguida (1 Timóteo 1:3). Enquanto
estava lá, ele poderia ter convenientemente feito a visita que havia planejado, a
Filemom, em Colossos (Filemom 22). Depois de retornar a Éfeso, viajou para
Macedônia e visitou Filipos, o que também havia planejado (Filipenses 2:24; 1
Timóteo 1:3).

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Algum tempo depois de sair de Éfeso, Paulo escreveu aTimóteo, talvez


enquanto ainda estava na Macedônia ou na Grécia. Mais ou menos no mesmo
tempo, escreveu a Tito, dizendo-lhe para encontrá-lo em Nicópolis porque
planejava passar o inverno lá (Tito 3:12). Este itinerário não é necessariamente
o verdadeiro que Paulo seguiu, mas é o que evita retrocessos desnecessários
e parece ser um arranjo lógico.
Observe que nem em 1 Timóteo nem em Tito há qualquer evidência de
perseguição feroz. Isto significa que estes livros foram, quase certamente,
escritos no outono de 63, já que é claro que na época em que Paulo escreveu
Tito ainda não era o inverno (Tito 3:12). Se fosse no outono de 64, a situação
seria totalmente diferente, porque as perseguições de Nero já teriam
começado.

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BREVE ANÁLISE DAS PASTORAIS CONFORME NTLH.

Primeira carta de Paulo a Timóteo

Introdução
Timóteo era da cidade de Listra. Sua mãe era uma mulher judia que
tinha aceitado a fé cristã, e o seu pai era grego, isto é, pagão (At 16.1-3).
Timóteo veio a ser o colega e companheiro de trabalho mais chegado de Paulo
(Rm 16.21; 2Co 1.1; Fp 1.1; 2.19; Cl 1.1; 1Ts 1.1; 3.2; 5.6; 2Ts 1.1; Fm 1; ver
também Hb 13.23).

A Primeira Carta a Timóteo previne o jovem pastor (4.12) contra as


doutrinas falsas que estavam sendo espalhadas entre os cristãos. Os falsos
mestres (1.3) andavam dizendo que era proibido comer certos alimentos e que
casar era errado (4.3-5). Essas proibições se baseavam na ideia de que o
mundo material é mau e de que a salvação se alcança por meio de certas
verdades secretas que somente poucas pessoas podem aprender.

Esta carta também ensina aos dirigentes da Igreja a maneira de fazerem


o seu trabalho. Este é o motivo por que esta carta juntamente com a Segunda
Carta a Timóteo e a Carta a Tito são chamadas de “As Cartas Pastorais”. Mas
estas cartas têm também muito a ensinar a quem não é pastor ou dirigente da
Igreja. Um exemplo é o conselho que o apóstolo Paulo dá a Timóteo e que
serve para todos os seguidores de Jesus Cristo: “Viva uma vida correta, de
dedicação a Deus, de fé, de amor, de perseverança e de respeito pelos outros.
Corra a boa corrida da fé e ganhe a vida eterna” (6.11-12).

1. Conteúdo
Como de costume, a carta começa com uma saudação a Timóteo e uma
oração a seu favor (1.1-2). Em seguida, Paulo critica severamente os falsos
mestres, que estão espalhando ensinamentos errados (1.3-11); ele volta a falar
sobre isso em 4.1-5; 6.10

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A maior parte da carta (2.1—6.10) é dedicada a ensinamentos e conselhos


sobre a vida cristã. Paulo se vale da sua autoridade como apóstolo de Cristo
Jesus para ordenar o que deve ser feito (1Tm 1.4,18; 2.8-13; 5.7,21; 6.13).

Paulo termina a carta com conselhos finais para Timóteo (6.11-21 a): a sua
vida de cristão (6.11), a sua conduta como pastor (6.14) e o seu dever de
guardar e transmitir os ensinamentos que ele tinha recebido (6.20).

A saudação final (6.21 b) se dirige não somente a Timóteo como também aos
outros cristãos de Éfeso.

2. Mensagem
2.1. O perigo de doutrinas falsas A carta é escrita num tempo em que doutrinas
falsas ameaçavam a verdade do evangelho, um perigo que os cristãos de
todos os tempos e lugares enfrentam. O verdadeiro ensinamento se encontra
no evangelho, na boa notícia que vem de Deus (1.10-11).

2.2. A necessidade de uma vida exemplar O pastor e os demais líderes da


Igreja têm a grande responsabilidade de viver uma vida que sirva de exemplo
para os outros, uma vida que não dê aos não cristãos oportunidade para
criticar os cristãos (3.1-7; 6.14).

2.3. O perigo de riquezas Como Jesus havia ensinado (Mt 6.19-21; 13.22; Lc
12.13-21), Paulo também fala sobre o perigo de riquezas materiais, que trazem
a morte (6.5-10,17). O cristão deve buscar a verdadeira riqueza, a riqueza
espiritual que consiste em servir a Deus e ajudar os outros (6.18-19).

3. Data e lugar onde foi escrita


3.1. Levando em conta 2Timóteo e Tito, a data mais provável é depois de
Paulo ter sido posto em liberdade da sua prisão de dois anos em Roma (At
28.30-31; ver “Quadro Histórico do Novo Testamento”).

3.2. A carta não diz onde Paulo estava quando a escreveu. Diz somente que
Timóteo estava em Éfeso (1.3).

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4. As Cartas Pastorais e as demais cartas de Paulo


Há notáveis diferenças entre as três Cartas Pastorais (1Timóteo, 2Timóteo e
Tito) e as outras cartas de Paulo, especialmente em questões de vocabulário,
estilo e pontos de vista teológicos. Essas diferenças levam muitos a concluir
que as Cartas Pastorais não foram escritas por Paulo, mas por um amigo e
discípulo dele, anos depois da morte do apóstolo. Também se diz que é difícil
de encaixar as Cartas Pastorais na história da vida de Paulo, a não ser que
tenham sido escritas depois que Paulo foi solto da prisão em Roma (At 28.30-
31). Mesmo assim, a maioria dos estudiosos crê que foi o próprio apóstolo
Paulo quem escreveu essas três cartas.

5. Esquema do conteúdo
 Introdução 1.1-2
 Falsas doutrinas 1.3-11
 Gratidão pela misericórdia de Deus 1.12-20
 A fé e a vida cristã 2.1—6.10
1. A oração 2.1-8
2. A mulher cristã 2.9-15
3. Os líderes da Igreja 3.1-13
4. A grande verdade revelada da religião cristã 3.14-16
5. Os falsos mestres 4.1-5
6. O bom servo de Cristo Jesus 4.6-16
7. Como tratar os que creem 5.1—6.2a
8. Os falsos ensinamentos e a verdadeira riqueza 6.2b-10
 Conselhos finais 6.11-21a
 Bênção 6.21b

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Segunda Carta de Paulo a Timóteo

Introdução
A Segunda Carta de Paulo a Timóteo trata principalmente das
responsabilidades e dos deveres de Timóteo. O apóstolo sente que a sua vida
está chegando ao fim; por isso, com carinho e dedicação, ele dá conselhos a
Timóteo, seu amigo e companheiro de trabalho, para que seja forte na fé e
continue sendo um fiel soldado de Jesus Cristo. Ainda mais: que “cumpra bem
o seu dever de servo de Deus” (4.5). O apóstolo fala sobre a sua própria
maneira de viver, sua fé, seu amor e sua firmeza, que devem ser imitados pelo
seu jovem companheiro de trabalho (3.10-11). Cheio de coragem e confiança,
o apóstolo resume a sua vida e a sua esperança de servo de Deus, afirmando
o seguinte: “Fiz o melhor que pude na corrida, cheguei até o fim, conservei a fé.
E agora está me esperando o prêmio da vitória, que é dado para quem vive
uma vida correta, o prêmio que o Senhor, o justo Juiz, me dará naquele dia”
(4.7-8).

1. Conteúdo
A carta começa com uma saudação a Timóteo e uma oração a seu favor (1.1-
2). Paulo dedica a maior parte da carta (1.3—2.6; 3.10—4.8) a conselhos sobre
os deveres de Timóteo como pastor e mestre da igreja. O apóstolo cita o seu
próprio exemplo como fiel servo de Jesus Cristo (1.11-14; 3.10) e previne
Timóteo de que ele irá sofrer perseguições, como sofrem todos os que
procuram seguir Jesus Cristo (1.8-9; 3.12). Que Timóteo não perca tempo em
discussões tolas e inúteis com mestres falsos, que estão ensinando doutrinas
erradas (2.14-19,23-26; 4.3-4). Nos últimos dias, aparecerão pessoas
descrentes e falsas dizendo que são cristãos, quando, de fato, não são (3.1-9).
Que Timóteo não tenha nada a ver com essas pessoas!

No fim da carta, Paulo trata de assuntos pessoais (4.9-18) e termina a carta


mandando saudações não somente a Timóteo como também aos outros
cristãos de Éfeso (4.22).

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As Cartas Pastorais, Pr. Antonio Manoel de Araújo CTM, Fevereiro de 2014.

2. Mensagem
2.1. Falsas doutrinas e ensinamentos verdadeiros Doutrinas falsas ameaçam a
verdade do evangelho, e Paulo ordena a Timóteo (4.1) que faça todo o possível
para combater e derrotar essas doutrinas ensinando e pregando a verdade do
evangelho (2.14-19; 3.1-9; 4.1-4), os ensinamentos verdadeiros que Paulo
tinha dado a Timóteo (1.13-14; 2.2,11,16; 4.3).

2.2. União com Cristo Jesus Se bem que conduta santa e doutrinas
verdadeiras sejam características importantes da vida cristã, é a união íntima e
permanente com Cristo Jesus que define o que significa ser cristão (1.1,13; 2.1;
3.12).

2.3. Últimas palavras Paulo tem a certeza de que irá morrer em breve; portanto,
as suas palavras são de grande importância. Aqui, estão as suas palavras
finais, cheias de confiança e fé: “O Senhor me livrará de todo mal e me levará
em segurança para o seu Reino celestial. A ele seja dada a glória para todo o
sempre! Amém!” (4.18).

3. Data e lugar onde foi escrita


3.1. Esta é a última carta do apóstolo. Calcula-se que ele foi executado pelas
autoridades romanas no ano 64 ou 65 d.C.

3.2. Paulo estava na cadeia, em Roma, quando escreveu esta carta (1.8,16-17;
2.9).

4. Esquema do conteúdo
 Introdução 1.1-2
 A serviço do evangelho 1.3—2.26
1. Ação de graças e conselhos 1.3-18
2. Firmeza e fidelidade no serviço de Deus2.1-13
3. Um trabalhador aprovado 2.14-26
 Os últimos dias 3.1-9
 Avisos e conselhos 3.10—4.8
 Assuntos pessoais 4.9-18

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As Cartas Pastorais, Pr. Antonio Manoel de Araújo CTM, Fevereiro de 2014.

 Saudações finais 4.19-22a


 Bênção 4.22b

Carta de Paulo a Tito.

Introdução
Tito, um não judeu que havia se tornado cristão, foi um dos companheiros de
trabalho e auxiliares do apóstolo Paulo no seu trabalho missionário (Gl 2.1-3;
2Co 7.6-16; 8.6,16-17,23; 2Tm 4.10). Paulo o havia deixado na ilha de Creta a
fim de que ele organizasse e dirigisse as igrejas dali (Tt 1.5). Na Carta a Tito o
apóstolo trata dos deveres e da maneira de agir dos dirigentes das igrejas; fala
também sobre as responsabilidades do próprio Tito no seu relacionamento com
os vários grupos de pessoas das igrejas. O apóstolo recomenda que Tito use a
sua autoridade para o bem do povo de Deus e que a sua maneira de agir seja
tão correta, que sirva de exemplo para todos (2.7). Diz que a vida cristã se
torna possível por causa da bondade e do amor de Deus, o qual “derramou
com generosidade o seu Espírito Santo sobre nós, por meio de Jesus Cristo, o
nosso Salvador” (3.6).

1. Conteúdo
Depois da saudação (1.1-4), Paulo trata de três assuntos importantes: 1) o
caráter e as responsabilidades dos líderes das igrejas (1.5-16); 2) os conselhos
que Tito, de acordo com a doutrina verdadeira do evangelho (2.1), deve dar
aos vários grupos da igreja (2.2-10); 3) como os cristãos devem se comportar
no meio de um povo pagão e imoral (3.1-11).

No fim da carta, Paulo trata de assuntos pessoais (3.12-14) e manda


saudações a Tito e a outros cristãos em Creta (3.15).

2. Mensagem
2.1. Conduta cristã Em todos os tempos e em todos os lugares, os cristãos têm
o dever de viver uma vida que não leva vergonha à religião cristã (2.2-10; 3.1-
2). E os líderes da Igreja têm uma responsabilidade toda especial de se
comportarem de um modo digno do evangelho (1.5-9).

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As Cartas Pastorais, Pr. Antonio Manoel de Araújo CTM, Fevereiro de 2014.

2.2. Doutrina cristã Doutrinas falsas são um perigo para a religião cristã, e os
líderes da Igreja têm a responsabilidade de ensinar os ensinamentos
verdadeiros do evangelho (1.9-16; 2.1; 3.8-9). E, se alguém insistir em criar
divisões com suas doutrinas falsas, essa pessoa deve ser expulsa da
comunidade cristã (3.10-11).

2.3. Certeza cristã A nossa certeza de que somos salvos não se baseia nos
nossos próprios esforços, mas unicamente na graça de Deus, o qual nos
salvou não porque tivéssemos feito qualquer coisa boa, mas porque teve
compaixão de nós (3.4-7).

3. Data e lugar onde foi escrita


3.1. A única coisa que se pode dizer é que esta carta foi escrita antes da
Segunda Carta a Timóteo.

3.2. Paulo não diz exatamente onde estava quando escreveu a carta (ver 3.15,
n.). Ele não está na cadeia e menciona planos de ir a Nicópolis (ver 3.12, n.),
onde resolveu passar o inverno.

4. Esquema do conteúdo
 Introdução 1.1-4
 Fé e vida na Igreja 1.5—3.11
1. Os líderes da Igreja 1.5-16
2. A doutrina verdadeira 2.1-15
3. A conduta cristã 3.1-11
 Conselhos finais 3.12-14
 Saudações finais e bênção 3.15

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As Cartas Pastorais, Pr. Antonio Manoel de Araújo CTM, Fevereiro de 2014.

QUESTÕES A SEREM PESQUISADAS NAS PASTORAIS:

1. Como era a organização eclesiástica nos dias em que as


pastorais foram escritas?
2. Quais eram as heresias ensinadas pelos falsos mestres?
3. Porque as pastorais foram rejeitadas no primeiro Canon bíblico
existente?
4. Quais os argumentos usados para dizer que as pastorais não
foram escritas por Paulo e quais os argumentos em defesa de
sua autoria?
5. Quantas vezes a expressão “tu porém” aparece nas pastorais? O
que aprendemos com ela?
6. Realizar uma seleção de textos ou parágrafos dignos de serem
estudados com atenção para dar origem a estudos e sermões
para a edificação pessoal e a igreja.

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As Cartas Pastorais, Pr. Antonio Manoel de Araújo CTM, Fevereiro de 2014.

ANEXOS PARA SEREM DISCUTIDOS EM SALA

Pergunta: "O que a Bíblia tem a dizer sobre a forma de governo da


igreja?"

Resposta: O Senhor foi bem claro em Sua Palavra sobre como Ele deseja que
Sua igreja na terra seja organizada e administrada. Primeiro, Cristo é o cabeça
da igreja e sua suprema autoridade (Efésios 1:22, 4:15; Colossenses 1:18).
Segundo, a igreja local é para ser autônoma, livre de qualquer autoridade ou
controle externos, com o direito de se auto-governar e deve possuir liberdade
da interferência de qualquer forma de hierarquia de indivíduos ou organizações
(Tito 1:5). Terceiro, a igreja é para ser governada por uma liderança espiritual
que consiste de duas ocupações principais – anciãos e diáconos.

“Anciãos” eram um grupo de liderança entre os israelitas desde o tempo dos


livros de Moisés (o Pentateuco). Eles fazem decisões políticas (2 Samuel 5:3; 2
Samuel 17:4,15), chegam a dar conselhos ao rei mais tarde na história (1 Reis
20:7) e a representar o povo em ralação a assuntos espirituais (Êxodo 7:17:5-6,
24:1,9; Números 11:16,24-25). A tradução grega mais antiga do Velho
Testamento (LXX) usava a palavra presbíteros para “ancião”. Essa é a mesma
palavra grega usava no Novo Testamento que também é traduzida “ancião”.

O Novo Testamento se refere várias vezes aos presbíteros que serviam como
líderes da igreja (Atos 14:23; 15:2; 20:17; Tito 1:5; Tiago 5:14) e aparentemente
cada igreja tinha mais de um, já que a palavra é geralmente encontrada no
plural. As únicas exceções se referem a casos onde um um presbítero está
sendo destacado por algum motivo (1 Timóteo 5:1; 1 Timóteo 5:19). Na igreja
de Jerusalém, eles faziam parte da liderança junto com os apóstolos (Atos
15:2-16:4).

Zodhiades, no seu livro The Complete Word Study Dictionary: New Testament,
define esse grupo de presbíteros da seguinte forma: “Os anciãos das igrejas

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As Cartas Pastorais, Pr. Antonio Manoel de Araújo CTM, Fevereiro de 2014.

Cristãs, presbíteros, a quem foi entregue a direção e governo de igrejas


individuais, igualam-se a episkopos, quer dizer, bispos (Atos 11:30; 1 Timóteo
5:17).” Dessa forma, Zodhiates iguala “ancião” a um bispo (como episkopos é
traduzido). Ele vê o termo “ancião” como se referindo à dignidade do cargo,
enquanto bispo denota sua autoridade e deveres (1 Pedro 2:25; 5:1,2,4). Ele
destaca que em Filipenses 1:1, Paulo cumprimenta os bispos e diáconos mas
não menciona os presbíteros (porque os presbíteros eram a mesma coisa de
bispos). Da mesma forma, 1 Timóteo 3:2,8 descreve as qualificações de bispos
e diáconos, mas não as de presbíteros pelo mesmo motivo. Tito 1:5 e 1:7
aparenta unir esses dois termos também.

A palavra "pastor" (poimen), em referência ao líder humano de uma igreja, é


encontrada apenas uma vez no Novo Testamento, em Efésios 4:11: "E ele
mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para
evangelistas e outros para pastores e mestres". Muitos associam os dois
termos "pastores e mestres" como se referindo a indivíduos que têm as duas
características. Zodhiates, em sua definição de poimen, afirma que o
termo“pastor” se refere ao “guia espiritual de uma certa igreja”.

Há duas passagens que ligam os três termos e aparentam indicar que os três
termos se referem ao mesmo cargo. Como indicado acima, diáconos são um
grupo separado de servos da igreja e têm uma lista de qualificações que é bem
parecida à lista dos bispos (1 Timóteo 3:8-13). Eles ajudam a igreja conforme
necessário, como vemos em Atos 6.

De acordo com as passagens acima, aparenta ser o caso que sempre existia
uma pluralidade de presbíteros, mas isso não nega o fato de que Deus pode
escolher dar a certos presbíteros o dom de ensinar enquanto que a outros o
dom de administração, etc. (Romanos 12:3-8; Efésios 4:11); nem nega a Sua
chamada desses homens ao ministério no qual eles vão usar esses dons (Atos
13:1). Dessa forma, um ancião pode surgir como o “pastor”, enquanto que
algum outro pode fazer a maioria das visitas aos membros por ter o dom de
compaixão, e algum outro pode “reinar” no sentido de cuidar de detalhes de
organização, etc. Muitas igrejas que são organizadas com uma comissão de

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As Cartas Pastorais, Pr. Antonio Manoel de Araújo CTM, Fevereiro de 2014.

pastor e diáconos executam as funções de uma pluralidade de presbíteros por


compartilharem a carga do ministério (com os diáconos ensinando escola
dominical, etc.) e por trabalharem juntos no processo de fazer decisões. Na
Bíblia você também vai ver que tinha muita participação da congregação nas
decisões. Portanto, um líder “ditador” que faz todas as decisões (quer seja
chamado presbítero, bispo ou pastor) não é bíblico (Atos 1:23, 26; 6:3, 5;
15:22, 30; 2 Coríntios 8:19). Da mesma forma que uma igreja governada por
sua congregação e que não considera a participação dos presbíteros e líderes
também não é bíblico.

Em resumo, a Bíblia ensina um tipo de liderança que consiste de uma


pluralidade de presbíteros com um grupo de diáconos que servem como servos
da igreja. Mas não é contrário a essa pluralidade de presbíteros ter um deles
assumir o papel principal de “pastor”. Deus chama alguns de pastores /
doutores (até mesmo quando Ele chamou alguns para ser missionários em
Atos 13) e os entrega como presentes à igreja (Efésios 4:11). Portanto, uma
igreja pode ter muitos presbíteros, mas nem todos os presbíteros são
chamados para servir a função de pastor. No entanto, como parte do grupo de
presbíteros, o pastor ou “presbítero que ensina” não tem mais autoridade no
processo de fazer decisões do que qualquer outro presbítero.

Leia mais: http://www.gotquestions.org/Portugues/Printer/governo-da-igreja-


PF.html#ixzz2t1H1ZkBO

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As Cartas Pastorais, Pr. Antonio Manoel de Araújo CTM, Fevereiro de 2014.

4. As Epístolas Pastorais de Paulo


a) I Timóteo – Paulo a escreveu na Macedônia, no ano 65 AD. Timóteo era
pastor em Éfeso, sendo discípulo e grande amigo de Paulo, de quem merecia
total confiança.
Assunto – Paulo escreveu três epístolas chamadas “pastorais”: 1ª e 2ª
Timóteo e Tito. Trata de doutrinas falsas ou heresias, orienta sobre a liderança
da Igreja, quanto às qualificações dos obreiros.
Ensinos principais – Trata dos deveres dos crentes, tanto homens como
mulheres. Dá doutrina para os ministros de Deus e aos diáconos. Fala da
apostasia dos último tempos. Ensina os ministros sobre como trabalhar com os
mais velhos, os moços, sobre a assistência às viúvas.

b) II Timóteo – Paulo a escreveu em Roma, no ano de 67 AD, na prisão. Pediu


que Timóteo fosse vê-lo (4.9,13,21). Esta prisão de Paulo é a segunda. Na
primeira, ele pôde ficar numa casa alugada, com liberdade para receber visitar
à vontade. Nesta Segunda, ficou na prisão Manertina, em Roma.
Assunto – A esse tempo, Paulo só contava com a presença de Lucas a o
seu lado (4.11). Alguns dos seus amigos e companheiros o haviam
abandonado, devido às grandes pressões contrárias. Outros tinham sido por
Paulo enviados a fazerem a obra em vários lugares. Apelou então para que
Marcos viesse auxiliá-lo, pois lhe seria útil, agora mais experiente (4.11).
Ensinos principais – Trata Paulo aqui de fazer suas despedidas: “Porque eu
já estou sendo oferecido por aspersão de sacrifício, e o tempo da minha partida
está próximo. Combati o bom combate, acabei a carreira e guardei a fé. Desde
agora, a coroa da justiça me está guardada...”(4.6-8) . Traz uma exortação ao
pastor Timóteo, para suportar as aflições típicas do seu ministério. Manda
ensinar tudo que aprendera a homens fiéis, que fossem capazes de ensinar a
outros (2.2). Assim a obra não sofreria solução de continuidade. Exorta o
obreiro a apresentar-se a Deus aprovado e avisa ser inevitável ao fiel a sofrer
perseguições.

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c) Tito – Escrita por Paulo na Macedônia, em 65 AD. Como epístola pastoral,


assemelha-se a 1a e 2ª Timóteo. Tito foi grande colaborador de Paulo e
exercia o pastorado em Creta, lugar de gente difícil, como afirma em 1.12,
usando palavras de um poeta cretense, que chama seus conterrâneos de
“mentirosos, bestas, ruins, ventre preguiçosos.” E Paulo acrescenta: “Este
testemunho é verdadeiro”(1.13).

Assunto – Orientar Tito sobre como se portar diante de um povo estranho, de


comportamento difícil. Paulo manda “exortar severamente” para que sejam são
na fé, (1.13). A missão de Timóteo era nada fácil. Ele tinha de colocar em
ordem as coisas e rebater a obra dos falsos mestres.
Ensinos práticos - A missão do presbítero ou bispo, com suas exigências e
qualificações dada a responsabilidade da obra. A resistência que deve ser feita
contra os mestres falsos. O conselho para não fazer uso das genealogias, que
nada edificam. A valorização do ministro do Senhor e o cuidado para não impor
as mãos precipitadamente sobre obreiros neófitos.

SEITAS DO CRISTIANISMO PRIMITIVO:


1. “Gnosticismo Cristão?"

Na verdade, não existe tal conceito de Gnosticismo Cristão, pois o


verdadeiro Cristianismo e o Gnosticismo são sistemas de crença que se
excluem mutuamente. Os princípios do Gnosticismo contradizem o que
significa ser cristão. Portanto, embora algumas formas de Gnosticismo afirmem
ser cristãs, elas são decididamente não-cristãs.

O Gnosticismo talvez fosse a heresia mais perigosa que ameaçava a


igreja primitiva durante os primeiros três séculos. Influenciado por filósofos
como Platão, o Gnosticismo é baseado em duas premissas falsas. Primeiro,
essa teoria sustenta um dualismo em relação ao espírito e à matéria. Os
gnósticos acreditam que a matéria seja essencialmente perversa e que o
espírito seja bom. Como resultado dessa pressuposição, os gnósticos

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As Cartas Pastorais, Pr. Antonio Manoel de Araújo CTM, Fevereiro de 2014.

acreditam que qualquer coisa feita no corpo, até mesmo o pior dos pecados,
não tem valor algum porque a vida verdadeira existe no reino espiritual apenas.

Segundo, os gnósticos acreditam que possuem um conhecimento


elevado, uma “verdade superior”, conhecida apenas por poucos. O
Gnosticismo se origina da palavra grega gnosis, a qual significa “saber”, pois os
gnósticos acreditam que possuem um conhecimento mais elevado, não da
Bíblia, mas um conhecimento adquirido por algum plano místico e superior de
existência. Os gnósticos se enxergam como uma classe privilegiada e mais
elevada sobre todas as outras devido ao seu conhecimento superior e mais
profundo de Deus.

Para descartar a ideia de qualquer compatibilidade entre o Cristianismo


e o Gnosticismo, é necessário comparar o que os dois ensinam sobre as
doutrinas principais da fé. Quanto à salvação, o Gnosticismo ensina que
salvação é adquirida através da posse de conhecimento divino que liberta o ser
das ilusões da escuridão. Apesar de clamarem seguir a Jesus Cristo e Seus
ensinamentos originais, eles O contradizem frequentemente. Jesus nada falou
sobre salvação através de conhecimento, mas através de fé nEle como
Salvador do pecado. “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não
vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie”
(Efésios 2:8-9). Além disso, a salvação que Cristo oferece é de graça e
disponível a qualquer um (João 3:16), não apenas a uma certa elite que
adquiriu uma revelação especial.

O Cristianismo afirma que há apenas uma fonte de Verdade, e essa é a


Bíblia, a inspirada e inerrante Palavra do Deus vivente, a única regra infalível
de fé e prática (João 17:17; 2 Timóteo 3:15-17; Hebreus 4:12). Ela é a
revelação escrita por Deus aos homens e nunca deve ser substituída pelos
pensamentos, ideias, escrituras ou visões humanas. Os gnósticos, por outro
lado, usam uma variedade de documentos hereges e primitivos conhecidos
como os Evangelhos Gnósticos, uma coleção de farsas que clama ser os
“livros perdidos da Bíblia”. Ainda bem que os fundadores da igreja primitiva
quase que por unanimidade reconheceram que esses livros eram farsas

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As Cartas Pastorais, Pr. Antonio Manoel de Araújo CTM, Fevereiro de 2014.

fraudulentas que sustentavam doutrinas falsas sobre Jesus Cristo, salvação,


Deus e todas as outras verdades cruciais da fé Cristã. Há inúmeras
contradições entre os Evangelhos Gnósticos e a Bíblia. Mesmo quando os tão
chamados “Gnósticos Cristãos” citam a Bíblia, eles reescrevem os versículos e
partes dos versículos para concordarem com a sua filosofia; essa é uma prática
fortemente proibida, contra a qual as próprias Escrituras nos advertem
(Deuteronômio 4:2, 12:32; Provérbios 30:6; Apocalipse 22:18-19).

O Cristianismo e Gnosticismo também diferem drasticamente quanto à


Pessoa de Jesus Cristo. Os gnósticos acreditam que o corpo físico de Jesus
Cristo não era real, mas apenas “aparentava” ser físico e que o seu espírito
descera sobre Ele no seu batismo e o abandonara bem antes de sua
crucificação. Tais concepções destroem não só a humanidade de Jesus, mas
também a expiação, pois Jesus tinha que ter sido não só Deus verdadeiro, mas
também um verdadeiro homem (e fisicamente real) que realmente sofreu e
morreu na cruz para que seu sacrifício substitutivo pelo pecado fosse aceitável
(Hebreus 2:14-17). Uma concepção bíblica de Jesus afirma tanto a Sua
humanidade completa quanto a Sua divindade completa.

O Gnosticismo é relacionado à heresia do movimento Nova Era e é


baseado em uma abordagem mística, intuitiva, subjetiva, interior e emocional
da verdade. Essa abordagem não é nova, pelo contrário, é bem velha e volta,
de certa forma, ao Jardim do Éden, onde Satanás questionou Deus e as
palavras que Ele falou, convencendo a Adão e Eva a rejeitá-las e a acreditar
em uma mentira. Ele faz a mesma coisa nos dias de hoje, à medida que “o
diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando como leão, buscando a
quem possa tragar” (1 Pedro 5:8). Ele ainda questiona Deus e a Bíblia e
facilmente agarra com suas presas aqueles que são ingênuos e
escrituralmente mal informados, ou que estão apenas procurando por alguma
forma de revelação pessoal para fazê-los se sentirem especiais, únicos e
superiores a outras pessoas. No entanto, revelações extra-bíblicas sempre
levam a erro. Devemos seguir o exemplo do Apóstolo Paulo e o seu comando:
“Examinai tudo. Retende o bem” (1 Tessalonicenses 5:21). Fazemos isso ao
comparar tudo à Palavra de Deus, a única Verdade.

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2. O EBIONISMO

O ebionismo nunca foi uma doutrina muito difundida. Parece ter


desaparecido na medida em que a igreja foi se tornando cada vez mais
gentílica e menos judaica. Isto não significa, contudo, que esse ensino não
representou um desafio para a igreja dos primeiros séculos. Pelo contrário, o
que estava em jogo aqui era a singularidade de Jesus Cristo, em contraste com
a possibilidade de distorcer sua figura de modo tal que pudesse simplesmente
ser sobreposto à antiga religião judaica. Dessa forma, segundo o ensino
ebionista, Jesus deixava de ser único e central. Ele não era mais o filho
unigênito de Deus, mas um mero profeta dentro da sequência de profetas. Ele
não era mais o salvador, mas simplesmente um elemento - algumas vezes
secundário - da ação de Deus ao longo desta era.

Finalmente, em um outro nível, havia discussões sobre o relacionamento


entre o Cristianismo e o Judaísmo que tentavam reinterpretar não apenas o
Cristianismo em si, mas o Judaísmo também. Esse era o caso de um certo tipo
de Cristianismo judaizante que, embora provavelmente permanecesse em
íntima relação com o ebionismo, também foi influenciado pelo gnosticismo.

O principal expoente desse tipo de Cristianismo judaizante parece ter


sido Elcasai (também chamado de Elkesai, Elcesai ou Elchasai). Ele viveu na
primeira metade do século 2º, mas dificilmente algo pode ser conhecido sobre
sua vida. Sua doutrina é claramente ebionista, embora com uma forte influência
gnóstica; baseia-se numa revelação que Elcasai afirmava ter recebido de um
anjo que tinha mais de cento e cinquenta quilômetros de altura. Este anjo era o
Filho de Deus. Perto dele havia outro anjo de proporções similares, embora
feminino, e este era o Espírito Santo.

O conteúdo da revelação de Elcasai é conhecido apenas por meio de


citações e outras referências encontradas nos escritores cristãos que o
atacavam. A partir de seu testemunho pode-se concluir que o ensino de Elcasai
era apenas uma forma de ebionismo - era necessário guardar a Lei e ser

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circuncidado, sendo Jesus um mero profeta - com algumas influências


gnósticas: especulações astrológicas, numerologia e tendências dualistas. Sua
principal fortaleza parece ter se estabelecido no Oriente, especialmente além
do Eufrates, provavelmente a terra natal do próprio Elcasai. De qualquer modo,
esta seita, embora pequena, é importante, pois talvez tenha influenciado
Maomé, o fundador do Islamismo.

O Ebionismo foi um movimento judaico dentro do cristianismo que


ensinava aos novos cristãos a obedecerem a lei de Moisés. O nome ebionismo
origina-se da palavra hebraica “ evjonim ”que significa “ os pobres”, título
honroso para os cristãos em Jerusalém.

Os ebionistas se dividiam em mais rigorosos ou menos rigorosos. Estes


últimos pregavam aos cristãos gentios que estes deviam submeter-se a lei de
Moisés, bem como a circuncisão e as leis alimentícias. Naturalmente os
ebionistas detestavam os ensinos de Paulo, e rejeitavam as suas cartas.

Os cristãos judaicos escrevem alguns livros como “PSEUDO-


CLEMENTE”, “PREGACAO DE PEDRO ” e varias biografias apócrifas de
Jesus. A visão deles sobre Jesus era a de um homem e não a de Deus
encarnado, por isso eles rejeitavam a divindade de cristo. Jesus era somente
um homem com poderes divinos.

Nas suas cartas, Paulo combateu os judaizantes de forma contundente,


principalmente nas cartas aos Romanos, aos Gálatas e aos Colossenses. Os
adventistas do sétimo Dia são ebionistas, pois ainda acreditam que é
necessário guardar o sábado. Contudo não percebem que o sábado é uma
aliança de Deus com Israel e não com a igreja. Ninguém que estuda as cartas
de Paulo pode continuar sendo um ebionista

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HERESIAS PRIMITIVAS
http://www.icp.com.br/51materia3.asp

“O que foi é o que há de ser; e o que se fez, isso se tornará fazer; nada há,
pois, novo debaixo do sol. Há alguma coisa de que se possa dizer: Vê, isto é
novo? Não! Já foi nos séculos antes de nós” (Ec 1.10)

Você sabia que o batismo pelos mortos foi uma heresia apregoada cerca de
1600 anos antes da “revelação” atribuída pelos mórmons a Joseph Smith Jr.?
Esse é apenas um dos muitos desvios doutrinários que atravessaram séculos e
foram incorporados pelas seitas pseudocristãs.

A “revelação”, baseada na necessidade de restaurar a igreja, e a rejeição ao


Antigo Testamento surgiram na mesma época e fluíram dos ensinamentos de
Márcion. Montano pregou que o fim do mundo ocorreria em sua geração e
atribuiu a si o fato de iniciar e findar o ministério do Espírito Santo. Sabélio,
com seu modalismo, foi outra fonte de distorções bíblicas que até hoje é
disseminada entre os evangélicos. Ainda fazem parte desse grupo Mani, com
sua doutrina reencarnacionista; Ário, que deturpou a natureza de Jesus ao
apresentá-lo como um ser criado (gravíssimo engano sustentado pelas
testemunhas de Jeová); Apolinário, que, ao contrário do antecedente, negou a
humanidade de Cristo; Nestório, que ensinava a existência de duas pessoas
distintas em Cristo; Pelágio, que, como os islâmicos e outros grupos religiosos,
negava a doutrina do pecado original; e Eutíquio, que afirmava que a natureza
humana de Cristo havia sido absorvida pela divina.

Como podemos inferir, as heresias combatidas pela igreja contemporânea


foram enfrentadas pela igreja primitiva que, com muito esforço e com a ajuda
de concílios e credos, conseguiu defender a fé que “de uma vez por todas foi
entregue aos santos”. Continuemos a defendê-la!

Márcion (95 - 165)


Informações indicam que Márcion nasceu em Sinope, no Ponto, Ásia Menor.
Foi proprietário de navios, portanto, muito próspero. Aplicou sua vida à fé

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religiosa, primeiramente como cristão e, finalmente, ao desenvolvimento de


congregações marcionitas.

Influente líder cristão, suas idéias o conduziram à exclusão, em 144 d.C. Então,
formou uma escola gnóstica. Tendo uma mente prolífera, desenvolveu muitas
idéias, as quais foram lançadas em uma obra apologética alvo de combate de
apologistas, especialmente Tertuliano e Epifânio.

Procurou ter uma perspectiva paulina, contudo, incluiu muitas idéias próprias e
conjecturas sem respaldo bíblico. Era convicto de uma missão pessoal:
restaurar o puro evangelho. Antes, rejeitou o Antigo Testamento por achá-lo
inútil e ultrapassado, além de afirmar que foi produzido por um deus inferior ao
Deus do evangelho. Para Márcion, o cristianismo era totalmente independente
do judaísmo; era uma nova revelação. Segundo ele, Cristo pegou o deus do
Antigo Testamento de surpresa e este teve de entregar as chaves do inferno
Àquele. Além disso, Cristo não era Deus, apenas uma emanação do filho de
Deus. O único apóstolo fiel ao evangelho, segundo Márcion, fora Paulo, em
detrimento dos demais apóstolos e evangelistas. Conseqüentemente, a Igreja
primitiva havia desviado e, por isso, necessitava de uma restauração. Ainda
segundo ele, o homem devia levar uma vida asceta, o casamento, embora
legal, era aviltador.

Entre seus muitos ensinos, encontramos o batismo pelos mortos.

O cânon de Márcion restringia-se as dez epístolas de Paulo e a uma versão


modificada do Evangelho de Lucas.

Gnosticismo

Nome derivado do termo grego gnosis, que significa “conhecimento”. Os


gnósticos se transformaram em uma seita que defendia a posse de
conhecimentos secretos. Segundo eles, esses conhecimentos tornavam-nos
superiores aos cristãos comuns, que não tinham o mesmo privilégio. O
movimento surgiu a partir das filosofias pagãs anteriores ao cristianismo que

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floresciam na Babilônia, Egito, Síria e Grécia (Macedônia). Ao combinar


filosofia pagã, alguns elementos da astrologia e mistérios das religiões gregas
com as doutrinas apostólicas do cristianismo, o gnosticismo tornou-se uma
forte influência na igreja.

A premissa básica do gnosticismo é uma cosmovisão dualista. O supremo


Deus Pai emanava do mundo espiritual “bom”. A partir dele, surgiram
sucessivos seres finitos (éons) até que um deles, Sofia, deu à luz a Demiurgo
(Deus criador), que criou o mundo material “mau”, juntamente com todos os
elementos orgânicos e inorgânicos que o constituem.

Cristãos gnósticos, como Márcion e Valentim, ensinavam que a salvação vem


por meio desses éons, Cristo, que se esgueirou através dos poderes das trevas
para transmitir o conhecimento secreto (gnosis) e libertar os espíritos da luz,
cativos no mundo material terreno, para conduzi-los ao mundo material mais
elevado. Cristo, embora parecesse ser homem, nunca assumiu um corpo;
portanto, não foi sujeito às fraquezas e às emoções humanas.

Algumas evidências sugerem que uma forma incipiente de gnosticismo surgiu


na era apostólica e foi o tema de várias epístolas do Novo Testamento (1João,
uma das epístolas pastorais). A maior polêmica contra os gnósticos apareceu,
entretanto, no período patrístico, com os escritos apologéticos de Irineu,
Tertuliano e Hipólito. O gnosticismo foi considerado um movimento herético
pelos cristãos ortodoxos. Atualmente, é submetido a muitas pesquisas, devido
às descobertas dos textos de Nag Hammadi, em 1945/46, no Egito. Muitas
seitas e grupos ocultistas demonstram alguma influência do antigo gnosticismo
(“Dicionário de religiões, crenças e ocultismo”. George A. Mather & Larry A
Nichols. Vida, 2000, pp 175-6).

Montano (120 - 180)


Por volta do ano 150 d.C., surgiu na Frígia um profeta chamado Montano que,
junto com Prisca e Maximilia, se anunciou portador de uma nova revelação.
Inicialmente, esse novo movimento reagiu contra o gnosticismo, contudo, ele

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mesmo se caracterizou por tendências inovadoras. As profecias e revelações


de Montano giravam em torno da segunda vinda e incentivavam o ascetismo.

Salientavam fortemente que o fim do mundo estava próximo, e esperavam


esse acontecimento para a sua própria geração. Insistiam sobre estritas
exigências morais, como, por exemplo, o celibato, o jejum e uma rígida
disciplina moral. Exaltavam o martírio e proibiam que seus seguidores fugissem
das perseguições. Alguns pecados eram imperdoáveis, independente do
arrependimento demonstrado.

Finalmente Montano afirmou ser o Paracleto, pois nele iniciaria e findaria o


ministério do Espírito Santo. Prisca e Maximilia abandonaram seus respectivos
maridos para se dedicarem à obra profética de Montano. Algumas vezes,
Montano procurava esclarecer que ele era um agente do Espírito Santo, mas
sempre retornava à sua primeira posição e afirmava ser o Consolador
prometido. Sua palavra deveria ser observada acima das Escrituras, porque
era a palavra para aquele tempo do fim.

Esse movimento desvaneceu-se no terceiro século no Ocidente e no sexto, no


Oriente.

Ascetismo

Autonegação, visão de que a matéria e o espírito estão em oposição um ao


outro. O corpo físico, com suas necessidades e desejos inerentes, é
incompatível com o espírito e sua natureza divina. O ascetismo defende a idéia
de que uma pessoa só alcança uma condição espiritual mais elevada se
renunciar à carne e ao mundo.

O ascetismo foi amplamente aceito nas religiões antigas e ainda hoje é uma
filosofia proeminente, sobretudo nas seitas e religiões orientais. Platão
idealizou-o. As seitas judaicas, como os essênios, praticavam-no
fervorosamente e o cristianismo institucionalizou-o, com o desenvolvimento de
várias ordens monásticas. O gnosticismo foi o maior defensor dessa filosofia

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(“Dicionário de religiões, crenças e ocultismo”. George A. Mather & Larry A


Nichols. Vida, 2000, p. 23).

Sabélio (180 – 250)


Nasceu na Líbia, África do Norte, no terceiro século depois de Cristo. Depois,
mudou-se para a Itália, passando a viver em Roma. Ao conhecer o evangelho,
logo se tornou um pensador respeitado em suas considerações teológicas.
Recebeu influência do Modalismo que já estava sendo divulgado na África.

O Modalismo ocorreu, no início, como um movimento asiático, com Noeto de


Esmirna. Os principais expoentes do movimento: Noeto, Epógono, Cleômenes
e Calixto. Na África, foi ensinado por Práxeas e na Líbia, defendido por Sabélio.
Hoje, o Modalismo é muito conhecido pelo nome sabelianismo, devido à
influência intelectual fornecida por Sabélio. O objetivo de Sabélio era preservar
o monoteísmo a qualquer custo. Tinha um objetivo em vista que, pensava,
justificava os meios.

Ensinava que havia uma única essência na divindade, contudo, rejeitava o


conceito de três Pessoas em uma só essência. Afirmava que isso designaria
um culto triteísta, isto é, de três deuses. A questão poderia ser resolvida,
afirmava, pelo conceito de que Deus se apresentaria com diversas faces ou
manifestações. Primeiramente, Deus se apresentou como Deus Pai, gerando,
criando e administrando. Em seguida, como Deus Filho, mediando, redimindo,
executando a justiça. E finalmente e sucessivamente, como Deus Espírito
Santo, fazendo a manutenção das obras anteriores, sustentando e guardando.
Uma só Pessoa e três manifestações temporárias e sucessivas.

Mani (216 - 277)


Nasceu por volta de 216 d.C. na Babilônia. Foi considerado por alguns como o
último dos gnósticos. Diferente dos demais hereges, desenvolveu-se fora do
cristianismo. Todavia, era um rival do evangelho.

Seus ensinos buscavam respaldo no cristianismo. Afirmava, por exemplo, ser o


Paracleto, o profeta final. Em seus ensinos enfatizava a purificação pelos

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rituais. Em 243 d.C., o profeta Mani teve seus ensinamentos reconhecidos por
Ardashir, rei sassânida (Índia). Então, a nova fé teve o seu “pentecostes”,
analogia traçada pelos maniqueístas.

Durante 34 anos, Mani e seus discípulos intensificaram seu trabalho missidevo


aponário pelo leste da Ásia, Sul e Oeste da África do Norte e Europa.

A base do maniqueísmo engloba um Deus teísta que se revela ao homem.


Deus usou diversos servos, como Buda, Zoroastro, Jesus e, finalmente, Mani.
Deveriam seus discípulos praticar o ascetismo e evitar a participação em
alguma morte, mesmo de animais ou plantas. Deveriam evitar o casamento,
antes, abraçarem o celibato. O universo é dualista, existem duas linhas morais
em existência, distintas, eternas e invictas: a luz e as trevas.

A remissão ocorre pela gnosis, conhecimento especial que os iniciados


conquistavam. Entre os remidos há duas classes, os eleitos e os ouvintes. Os
eleitos não podiam nem mesmo matar uma planta, por isso eram servidos
pelos ouvintes, que podiam matar plantas, mas nunca animais ou até mesmo
comê-los. Os eleitos subiriam, após a morte, para a glória, enquanto os
ouvintes passariam por um longo processo de purificação. Quanto aos ímpios,
continuariam reencarnando na terra. Recebeu grande influência de Márcion.

Ário (256-336)
Presbítero de Alexandria entre o fim do terceiro século e o início do quarto
depois de Cristo. Foi excluído em 313, quando diácono, por apoiar, com suas
atitudes, o cisma da Igreja no Egito. Após a morte do patriarca da Igreja em
Alexandria, foi recebido novamente como diácono. Depois, nomeado
presbítero, quando então começou a ensinar que Jesus Cristo era um ser
criado, sem nenhum dos atributos incomunicáveis de Deus, por exemplo,
eternidade, onisciência, onipotência etc, pelo que foi censurado, em 318, e
excluído, em 321. Mas, infelizmente, sua influência já havia sido propagada e
diversos bispos da Igreja no Oriente aceitaram o novo ensino.

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Em 325, ocorreu o concílio de Nicéia e Ário, apesar de excluído, pôde recorrer


de sua exclusão, sendo banido. Ário preparou uma resposta ao Credo Niceno,
o que impressionou muito o imperador Constantino. Atanásio resistiu à ordem
de Constantino de receber Ário em comunhão. Então Ário foi deposto e exilado
em Gália, falecendo no dia em que entraria em comunhão em Constantinopla.

A base de seu ensino era estabelecer a razão natural como meios de entender
a relação entre Deus e Cristo. Haveria uma só Pessoa na divindade. O logos
não foi apenas gerado, mas literalmente criado. Seria tão-somente um
intermediário entre Deus e os homens e, devido à sua elevada posição,
receberia adoração e glória.

Apolinário (310-390)
Foi bispo de Laodicéia da Síria no final do quarto século. Cooperou na
reprodução das Escrituras. Fez oposição à afirmação de Ário quanto à criação
e à mutabilidade de Cristo.

Por outro lado, se opôs ao conceito da completa união entre as naturezas


divina e humana em Jesus. Afirmava que Jesus não tinha um espírito humano.
Segundo ele, o espírito de Cristo manipulava o corpo humano. Sua posição
inicial era contra o arianismo, que negava a divindade de Cristo. Em sua
opinião, seria mais fácil manter a unidade da Pessoa de Cristo, contanto que o
logos fosse conceituado apenas como substituto do mais elevado princípio
racional do homem. Contrapondo-se a Ário, ele advogava a autêntica divindade
de Cristo, e tentava proteger sua impecabilidade substituindo o pneuma
(espírito) humano pelo logos, pois julgava aquele sede do pecado.

Conseqüentemente, Apolinário negava a própria e autêntica humanidade de


Jesus Cristo.

Em 381, o sínodo de Constantinopla declarou contundentemente, entre outros


sínodos, herética a cristologia de Apolinário.

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Apolinário formou um grupo de discípulos que manteve seus ensinos. Mas não
demorou muito e o movimento se desfez.

Nestório (375-451)
Patriarca da Igreja em Constantinopla na metade do quinto século depois de
Cristo. Seu objetivo de expurgar as heresias na região de seu controle
encontrou problemas quando expressou sua cristologia. Encontrava-se em seu
tempo idéias divergentes sobre a natureza de Cristo. Alguns, aparentemente,
negavam a existência de duas naturezas em Cristo, postulando uma única
natureza. Outros, como Teodoro de Mopsuéstia, afirmavam que o
entendimento deveria partir da completa humanidade de Cristo. Teodoro
negava a residência essencial do logos em Cristo, concedendo somente a
residência moral. Essa posição realmente substituía a encarnação pela
residência moral do logos no homem Jesus. Contudo, Teodoro declinava das
implicações de seu ensino que, inevitavelmente, levaria à dupla personalidade
em Cristo, duas pessoas entre as quais haveria uma união moral. Nestório foi
fortemente influenciado pelo seu mestre, Teodoro de Mopsuéstia.

O nestorianismo é deficiente, não em relação à doutrina das duas naturezas de


Cristo, mas, sim, quanto à Pessoa de cada uma delas. Concorda com a
autêntica e própria deidade e a autêntica e própria humanidade, mas não são
elas concebidas de forma a comporem uma verdadeira unidade, nem a
constituírem uma única pessoa. As duas naturezas seriam igualmente duas
pessoas. Ao invés de mesclar as duas naturezas em uma única
autoconsciência, o nestorianismo as situava lado a lado, sem outra ligação
além de mera união moral e simpática entre elas. Jesus seria um hospedeiro
de Cristo.

Nestor foi vigorosamente atacado por Cirilo, patriarca de Alexandria, e


condenado pelo Terceiro Concílio de Éfeso, em 431.

O movimento nestoriano sobreviveu até o século quatorze. Adotaram o nome


de cristãos caldeus. A Igreja persa aceitou claramente a cristologia nestoriana.
Atingiu expressão culminante no décimo terceiro século, quando dispunha de

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vinte e cinco arcebispos e cerca de duzentos bispos. Nos séculos doze e treze,
formou-se a Igreja Nestoriana Unida e, atualmente, seus membros são
conhecidos como Caldeus Uniatos. Na Índia, são conhecidos como cristãos de
São Tomé. Hoje, esse movimento está em declínio.

Pelágio (360-420)
Teólogo britânico. Teve uma vida piedosa e exemplar. Baseado exatamente
nessa questão, desenvolveu conceitos sobre a hamartiologia (doutrina que
estuda o pecado). Sofreu resistência e, finalmente, foi excluído por diversos
sínodos (Mileve e Catargo), sendo, ainda, condenado no Concílio de Éfeso, em
431 d.C.

Seus ensinos afirmavam que o homem poderia viver isento do pecado. Que o
homem fora criado a imagem de Deus e, apesar da queda, essa imagem é real
e viva. Do contrário, o homem não seria aquele homem criado por Deus. No
pelagianismo a morte é uma companheira do homem, querendo dizer que,
pecando ou não, Adão finalmente morreria, ainda que não pecasse. O ideal do
homem é viver obedecendo.

O pecado original é uma impossibilidade, pois o pecado depende de uma ação


voluntária do pecador. Afirma ainda que, por uma vida digna, os homens
podem atingir o céu, mesmo desconhecendo o evangelho. Todos serão
julgados segundo o que conheciam e o que praticavam. O livre-arbítrio era
enfatizado em todas as suas afirmações, excluindo a eleição. Um século
depois, desenvolveu-se o semipelagianismo, que amortecia alguns ensinos
extravagantes de Pelágio.

Eutíquio (410-470)
Viveu em um mosteiro fora de Constantinopla durante a primeira metade do
quinto século. Discípulo de Cirilo de Alexandria, teve grande influência e
chefiava mosteiros na Igreja oriental. Oponente do nestorianismo, afirmava
que, por ocasião da encarnação, a natureza humana de Cristo foi totalmente
absorvida pela natureza divina.

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Era de opinião de que os atributos humanos em Cristo haviam sido assimilados


pelo divino, pelo que seu corpo não seria consubstancial como o nosso, que
Cristo não seria humano no sentido restrito da palavra.

Esse extremo doutrinário contou com o apoio temporário do chamado Sínodo


dos Ladrões (em 449 d.C.). Essa decisão foi anulada mais tarde pelo Concílio
de Calcedônia, em 451 depois de Cristo.

O Sínodo dos Ladrões recebeu esse nome porque seus participantes


roubavam características da doutrina cristocêntrica. Por esse motivo, Eutíquio
foi afastado de suas atividades eclesiásticas. Mas a Igreja egípcia continuou
apoiando a doutrina de Eutíquio e manteve seus ensinos por algum tempo.
Então, o eutiquianismo surge novamente no movimento monofisista.

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