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Estudo de

Nutrição I
Alimento Funcional e
Fitoterapia Aplicada ao
Esporte
DSc. Renato Moreira Nunes

Princípios básicos da atividade esportiva,


Avaliação de informação científica e
Alimentos funcionais e fitoterápicos
Estudo de Nutrição I: Alimento Funcional e
Fitoterapia Aplicada ao Esporte

© Renato M Nunes, 2016

Projeto Gráfico e editoração eletrônica: Nutri Science

Ilustrações: Renato M Nunes

Todos os direitos reservados.

Nenhuma parte deste livro poderá ser reproduzida, por qualquer processo,
sem a permissão expressa do autor

É proibida a reprodução por xerox

Renato Moreira Nunes

renatomnunes@uol.com.br

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www.facebook.com/renatomnJF

55 (32) 99194-3134
i
Dedicatória

À minha família, em especial minha irmã Valéria e minhas Filhas Duda e


Rafa, pelo carinho, pela compreensão, por todos os lanchinhos e pelo
cuidado com minha saúde, física, mental e emocional e pelo amor
transbordando em sorrisos, gargalhadas à mesa da cozinha e ao longo de
nossa história de vida, Muito obrigado.

À Nutrição, ciência mãe, que me leva a lugares onde jamais imaginei


conhecer e que faz da minha vida um receptáculo de conhecimento para
ajudar as pessoas naquilo que eu sempre sonhei em fazer, tornar a vida de
cada um mais saudável e feliz todas as vezes que eu passar e puder
contribuir com alguma coisa.

Aos colegas que trabalharam comigo, que de uma forma ou de outra me


impulsionam a ser um ser humano melhor, mais paciente, mais dedicado,
mais consciente das imensas diferenças de opiniões e crenças, aos que me
impulsionam pró-ativamente e me pouparam anos de busca pelo
desenvolvimento de um novo nível de consciência que não seja binário

Ao universo, senhor de todo o conhecimento e de todas as coisas, que me


atrai e me instiga e me mostra as vezes de forma clara outras de forma que
eu possa compreender, que a vida é uma imensa mágica e que tudo que eu
preciso saber já está pronto, basta eu querer descobrir…

ii
Agradecimentos:

Dr. Paulo Henrique Fonseca da Silva, pela amizade, pelos anos de


convivência, pela sabedoria e pelos ensinamentos diários nestes mais
de 13 anos de convivência e trabalho em conjunto

Dra. Nathércia Percegoni, pela amizade, pelo incentivo constante,


pela sabedoria partilhada, meu muito obrigado pela amizade e pela
convivência

Dr. Wagner dos Reis, pela generosidade, pelo conhecimento e pelo


desprendimento na doação de toda e qualquer informação que faça o
mundo melhor, obrigado pelo privilégio de conhecer o ser humano

Aos meus Alunos, mola mestra de minha busca pelo conhecimento e


que me rejuvenescem a cada ano que passa pois me impedem de ficar
um velho chato e ranzinza por que pedem de mim o meu melhor e me
doam na mesma proporção ou em dobro o pouco que lhes ofereço,
muito obrigado

iii
Prof. DSc.
Renato Moreira Nunes

O Professor Renato possui g1aduação em Nut1ição pela


Universidade Federal de Viçosa Foi Nut1icionista e Professor da
UNIFENAS, Professor adjunto da Faculdade Metodista
GranberF, implantou e coordenou o curso de nut1ição da
UNIPAC em Juiz de Fora e foi Professor Convidado do
DeparKamento de Nut1ição da UFV.

É especialista em FarNacologia (EFOA 2001) e em


Psicologia do Desenvolvimento Humano (UFJF 2012), é o primeiro
Mest1e em Ciência da Nut1ição do Brasil(UFV 2003) e é doutor
em Biologia Celular Est1YtYral pela (UFV 2011).

AtYalmente é Professor Adjunto da Universidade


Federal de Juiz de Fora (UFJF) no DeparKamento de Nut1ição
AtYando nas áreas de Gestão de Pessoas, Nut1ição em Atividade
Física e Nut1igenômica.
E-mail para contato:
renato.nunes@u`f.edu.br

4
Aviso Importante

Todas as informações e o conteúdo cada ação se deve exclusivamente a quem


disponibilizados neste estudo, são apenas optar por realizá-la.
em caráter de informação e educação (e
Sempre consulte seu Nutricionista/
não de prescrição) e são destinadas
Médico/especialista antes de adotar
exclusivamente à Nutricionistas com
qualquer estratégia em Saúde.
formação específica em Fitoterapia e que
atuem em orientação de indivíduos Sugere-se a consulta com um
praticantes de Atividade Física. Nutricionista especialista para a promoção
da saúde e não apenas no tratamento de
Portanto, não substitui a consulta a um
doenças.
nutricionista, médico, ou outro
profissional da área para aconselhamento, Este trabalho é fundamentado na
diagnóstico e tratamento. As informações literatura científica vigente e foi elaborado
aqui apresentadas não devem ser utilizadas a partir de livros e artigos científicos.
em substituição ao aconselhamento
profissional e nem como base para
autodiagnóstico. Divulgue Nutrição!
O autor não se responsabiliza pela A Saúde do Mundo Agradece!
maneira que qualquer indivíduo, leigo ou
de outra área de conhecimento, decidir
utilizar as informações compartilhadas,
renunciando portanto, a qualquer
responsabilidade e, ao mesmo tempo,
reconhecendo que a responsabilidade por

5
SUMÁRIO Página

Dedicatória ii
Agradecimentos iii
Aviso Importante 5
Sumário 6
1- Definição: Esporte X Atividade Física X Alimentação 8
1.1. Modalidade Esportiva 9
1.2. Gasto Energético 10
1.3. Recomendações para Atletas 14
2 - Produção de Energia e Oxidação de Nutrientes 17
2.1. Via Aeróbica 18
2.2. Via Anaeróbica 19
Aláctica 19
Láctica 20
2.3. Via Oxidativa 21
Oxidação de Ácidos Graxos 21
Oxidação de Proteínas 21
2.4. Quociente Respiratório 21
Conceito de Consumo de Oxigênio 23
3 - Estresse Oxidativo, Atividade Física e Alimento Funcional 24
3.1. Produção de Radicais Livres 25
3.2. Antioxidantes (Nutrientes e Nutracêuticos Utilizados) 26
Sistemas Enzimáticos Biológicos 27
Compostos Antioxidantes 27
3.3. Ação Patogênica dos ERONs 28
3.4. Alimento Funcional 29
4 - Avaliar a Veracidade de uma Informação 36
4.1. Tipo de Revista 37
4.2. Fator de Impacto 40
4.3. Qualis da Revista 40
4.4. Medicina Baseada em Evidência (MBA) 41
Nível de Evidência (NE) 42
Grau de Recomendação (GR) 42
4.5. Como Aplicar o MBE? 43

6
SUMÁRIO Página

5 - Uso do Alimento Funcional e seus Princípios Fitoterápicos 44


5.1. Alimentos Funcionais para o Esporte 45
5.2. Classificação da ANVISA para Alimento Contendo Alegação de
46
Propriedade Funcional
5.3. Resoluções e Fitoterápicos 48
6 - Principais Alimentos Funcionais e Fitoterápicos para o Ganho de Força,
52
Sistema Imunológico, Ação Antioxidante e Controle da Composição Corporal
6.1. Alimento Funcional e Fitoterápico para o Ganho de Força 55
Carboidratos 55
Betaína - TMG (Trimetilglicina) 56
Cafeína 58
Teacrina 60
Ecdisteróides 60
Rutaecarpine 61
BCAA 61
Caseína e Whey Protein 63
Creatina 64
6.2. Alimento Funcional e Fitoterápico para o Sistema Imunológico 66
Gingerol 69
Alicina 70
Glutationa (GSH) 71
Quercetina (Isoflavona) 72
Resveratrol 72
Probióticos 74
6.3. Alimento Funcional e Fitoterápico Antioxidante 76
Coco (TCM) 76
Capsaicina 77
Coenzima Q10 78
6.4. Alimento Funcional e Fitoterápico para Composição Corporal 79
Fibra da Dieta 81
7 - MBE (Medicina Baseada em Evidência) 84
7.1. Análise do NE e do GR da Teacrina, Metodologia Utilizada 85
7.2. Artigos Avaliados 86
7.4. Considerações Sobre a Avaliação da Teacrina 91
8 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 93
7
Alimento Funcional e
Fitoterapia aplicada ao Esporte:
Princípios básicos da atividade esportiva,

1
Para iniciarmos nossos estudos é importante definirmos
alguns conceitos básicos para o melhor entendimento ao longo
do texto. Neste sentido é importante definirmos o que vem a ser
atividade física e o que é esporte.

% % A atividade física é definida como o gasto de energia através


Definição: de mo vimentos corporais produzidos pelos músculos
esqueléticos. Ele inclui atividades em diversos contextos, tais
Esporte X como o tempo de lazer, meios de transporte, tarefas domésticas
Atividade e trabalho remunerado (Valadares et al., 2011).
Física X % % Neste contexto temos também as Academias de Ginástica,
Alimentação que são definidas como um lugar que se ministra instrução física,
ou local que se destina à prática de exercícios físicos, ou por fim
um estabelecimento comercial onde se realizam atividades físicas
orientadas, e que são realizadas por indivíduos sem vínculos com
o esporte (Rossi, 2015).

% % Por outro lado, podemos definir "Esporte como uma


atividade competitiva institucionalizada que envolve esforço
físico vigoroso ou o uso de habilidades motoras relativamente
complexas, por indivíduos, cuja participação é motivada por uma
combinação de fatores intrínsecos e extrínsecos" (Barbanti,
8 2006).
Feita esta distinção, cabe a nós agora entendermos como as atividades esportivas são
divididas, já que temos vários tipos de esportes e diferentes modalidades que são
praticadas.

1.1. Modalidades Esportivas

Segundo Gonzales (2004), podemos dividir os esportes em quatro grandes categorias a


partir da combinação de duas distribuições.

A. Esporte onde existe uma relação com companheiros:

1. Esporte Individual - o sujeito participa competindo sozinho durante a ação


esportiva total.

2. Esporte Coletivo - Atividade esportiva onde existe a coordenação das ações de


duas ou mais pessoas para o desenvolvimento da atuação esportiva.

B. Esporte com a existência de interação direta com o adversário.

1. Esporte com interação direta com o adversário cuja característica central é a de


ser um esporte com oposição direta.

2. Esporte sem interação direta com o adversário, são atividades que requerem a
colaboração de dois ou mais atletas, mas que não implicam a interferência do adversário na
atuação motora.

A tabela 1.1. exemplifica esta classificação com alguns exemplos para o melhor
entendimento do leitor.

Sendo assim, da mesma forma que existem diferentes modalidades esportivas, fica claro e
evidente que as necessidades nutricionais dos atletas também apresentam diferenças, desde a
própria composição corporal, a questão do gênero e do tipo de atividade desenvolvida, bem
como o tempo em que estas atividades são realizadas. O gasto energético com a atividade física
pode variar muito e é um importante fator a ser considerado no cálculo do Gasto Energético
Total (GET) ao longo de um dia.

9
Tabela 1.1. Classificação em função da relação de cooperação e oposição

Adaptada de Gonzales, 2004.

1.2. Gasto Energético


O gasto de energético total (GET) ou o diário (GED) reflete diretamente a intensidade da


atividade física, o que torna este dado importante para o trabalho do nutricionista no esporte,
no treinamento, no controle de peso, e na conduta e avaliação dos distúrbios metabólicos
(Gjoreski, et al., 2015).

A avaliação do metabolismo energético é a medida do gasto de energia realizada pelo


organismo nos diferentes processos físicos e fisiológicos, a energia é gasta pelo corpo humano
na forma de gasto energético de repouso (GER), atividade física (AF) e efeito térmico dos
alimentos ou termogênese induzida pela dieta (TID).

Exceto em indivíduos extremamente ativos o GER constitui a maior porcentagem do


gasto energético total (GET). A contribuição da atividade física varia muito entre os indivíduos
e está sob influência direta do tipo de atividade, intensidade e tempo em que o exercício é
realizado (Mahan & Escott-Stump 2013; Shils, 2006).

10
A energia utilizada pelo organismo no repouso é definida em termos de gasto energético
de repouso (GER). Essas são medidas como taxa metabólica basal (TMB) ou taxa metabólica
de repouso (TMR) (Mahan & Escott-Stump 2013).

% % Figura 1.1. Componentes do Gasto Energético Total (GET)


% % Fonte: Elaborado pelo autor

% % É importante lembrar que taxa metabólica basal (TMB) é diferente de gasto


metabólico basal (GMB), tendo em vista que a taxa é obtida dividindo-se pelo peso em kg
em um determinado período de tempo, sendo assim um indivíduo com um peso maior terá
uma taxa menor se comparado ao seu gasto metabólico (Figura 1.1.). Além disso a TMB
corresponde a energia gasta em estado pós-absortivo. Necessita para a aferição de jejum de
12 a 14 horas, repouso em posição supina, indivíduo acordado, porém sem movimentos e
ambiente termoneutro. A TMB é extrapolada para 24 horas e corresponde ao GEB.

11
% % A Taxa Metabólica de Repouso (TMR) corresponde a energia gasta em período pós-
prandial, medida com o indivíduo em  jejum de 8 horas com repouso de pelo menos 30
minutos, deitado em ângulo de 30 graus, acordado, porém sem movimentos, à temperatura
ambiente e é usada para se calcular o GER (gasto energético em repouso) que é o gasto
energético de um paciente em repouso, durante o período pós-absortivo, medido pela
calorimetria indireta. Este valor é aproximadamente 10 a 30% superior ao GEB (gasto
energético basal), o qual só pode ser medido durante o sono profundo (Rossi, 2015; Chiapello
& Rücker, 2002 ), ou seja, após um período de jejum de 12 a 18 horas, cabe ressaltar que em
muitas vezes que estas definições de GER e GEB, são utilizadas de maneira errônea adotando a
sigla GEB como GER podendo levar a uma sub ou super estimação do gasto energético do
indivíduo.

Existem muitos métodos disponíveis para se estimar o metabolismo energético, mas as


limitações para seu uso têm colocado a calorimetria indireta como o método mais usado desde
1999 (Flancbaum et al., 1999). O Instituto de Medicina Americano, no entanto publicou em
2002 novas equações para estimar o GET, calculadas a partir de isótopos estáveis, no entanto
este método apresenta um alto custo o que o torna inviável na prática (Rossi, 2015).

Uma alternativa para o cálculo de gasto energético das atividades físicas é o método dos
equivalentes metabólicos (MET) que é o quociente entre a taxa metabólica associada à
atividade e ao GEB. Para se chegar ao GET, basta se somar todas as atividades realizadas pelo
indivíduo ao longo de 24 horas (The Compendium of Physical Activities Tracking Guide).

Toda vez que realizamos uma atividade física, consumimos uma determinada quantidade
de oxigênio, para cada litro de oxigênio consumido equivale a um gasto de aproximadamente
5kcal, 1 MET corresponde a ao gasto de 3,5ml de O2/ kg / min, sendo assim um indivíduo que
está aparando o gramado do seu jardim, que tenha 70kg e gaste 30 minutos para realizar esta
atividade teria o gasto calculado da seguinte forma:

Vamos supor que um indivíduo esteja aparando a grama do seu jardim, como eu calcularia
o seu gasto energético para realizar esta tarefa?

12
Aparar a grama do jardim = 2,5 METs

• 1 MET = 3,5 ml de O2 , 2,5 Mets = 8,75 ml de O2


• como o MET corresponde:
ao gasto de oxigênio X o peso X o tempo teríamos:
◦ 8,75 x 70 x 30 = 18.375 ml de O2
◦ 18.375 ml de O2 = 18,37 l de O2
• 1l de oxigênio = a 5 kcal → 18,375l = 92 Kcal

Ou seja, um indivíduo de 70kg gasta aproximadamente 184 kcal por hora cortando a
grama de seu jardim. Simplificando, para calcularmos o gasto energético do exercício (GEE)
podemos usar a seguinte equação:

GEE = MET X Peso X Tempo em Horas 1


GEE cortar Grama= 2,5 X 70 X 0,5 = 87,5 Kcal (175 Kcal/H)
No entanto, estudos recentes sugerem que se faça a correção do valor de 1 MET por meio
da equação de Harris-Benedict (3,5 ÷ Taxa metabólica de repouso estimada [mL/kg/min]), pois
em vários estudos realizados em populações heterogêneas e específicas (idosos, obesos,
cardiopatas) são mostrados valores de MET menores (entre 2,5 e 3,3 mL/kg/min). Fator
calculado que pode favorecer um melhor planejamento de intervenções nutricionais e
treinamento físico (Crisp, et al., 2014)2.

Como podemos observar até mesmo o cálculo do gasto energético pode suscitar
questionamentos na prática clínica, por isso é importante que o profissional esteja sempre
atento aos resultados de sua conduta e ao feedback de seus pacientes/clientes pois cada
indivíduo apresenta variações intrínsecas que não podem ser negligenciadas, somadas a estas
variações temos os inúmeros vieses da ciência que ainda não podem ser contornados que
somados podem levar a um resultado destoante do que era esperado.

1 - Para cálculo do MET você pode acessar o site: http://www.cdof.com.br/nutri1.htm ou utilizar a tabela The
Compendium of Physical Activities Tracking Guide.

13
Neste sentido é importante observar que as recomendações são orientações para a prática
clínica e não leis que devem ser seguidas sem um questionamento consciente e com a
maturidade profissional necessária para a tomada de decisões que inicialmente podem parecer
conflitante, mas que dependendo do indivíduo e de suas características particulares, pode
oferecer melhores resultados do que simplesmente seguirmos condutas estabelecida para a
população em geral.

1.3. Recomendações para Atletas


A Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte (SBME) em 2003 publicou uma das


primeiras orientações a respeito da recomendações nutricionais para atletas, intitulada:
Modificações dietéticas, reposição hídrica, suplementos alimentares e drogas: comprovação da
ação ergogênica e potenciais riscos para a saúde. Neste documento a recomendação é que uma
dieta adequada e o acompanhamento de um profissional, até mesmo atletas de elite podem se
furtar de consumirem suplementos. Apresentando além disso o nível de evidência o grau de
recomendação (Figuras 1.2 e 1.3) de cada tema discutido (Carvalho, 2003).

Figura 1.2.
Nível de evidência

Figura 1.3.
Grau de Recomendação

2 - Leitura recomendada: Crisp, A.H.; Verlengia, R. e Oliveira, M.R.M. Limitações da utilização do equivalente
metabólico (MET) para estimativa do gasto energético em atividades físicas.

14
A Tabela 1.2. resume as principais recomendações dietéticas para atletas e praticantes de
atividade física segundo as recomendações da SBME publicadas em 2003 e 2009.

Tabela 1.2. Recomendações de consumo de nutrientes segundo SBME 2003 e 2009.

Fonte: Carvalho, 2003; Hernandez e Nahas, 2009


*Grau de recomendação de A até E; Nível de Evidência de 1 até 7

15
Com o exposto acima, percebemos que a alimentação das pessoas que praticam esporte é
uma das principais causas do rendimento, da performance e dos fracassos de um atleta, mas
principalmente de sua saúde.

A vida de um atleta de elite exige uma grande necessidade de energia e de recursos físicos
e psicológicos, por esse motivo uma alimentação equilibrada e que contemple todas as
necessidades da modalidade esportiva necessárias para o praticante de atividade física, sem
esquecer de sua individualidade.

Como vimos as necessidades de um atleta não são muito diferentes das recomendações
para uma pessoa saudável, no entanto a intervenção dietética para atletas visa principalmente:

• Otimizar o rendimento durante a competição;

• Adaptar a dieta de treinamento para que esta auxilie na recuperação o


quanto antes possível entre uma sessão e outra.

Neste sentido, o tipo de substrato utilizado para produzir energia durante a atividade física
irá depender da intensidade do esforço, da duração, frequência com que se pratica, grau de
treinamento, fatores ambientais como umidade e temperatura, dieta prévia e resposta hormonal
(Dallo, et al., 2010).

De uma forma bem simplista, resumindo o processo oxidativo, podemos dizer que
dependendo do esforço em uma atividade de pouca duração mas de grande intensidade, que
tenha um caráter anaeróbico, o músculo utiliza a fosfocreatina, depois a glicose muscular para
gerar ATP. Já em uma atividade de menor intensidade mas de longa duração com caráter
aeróbico, as gorduras, os carboidratos e inclusive as proteínas podem chegar a se oxidar-se
para produzir ATP. No Entanto a capacidade de oxidação e captação de oxigênio pelo
organismo, bem como suas reservas iniciais irão influenciar de maneira direta estas rotas como
iremos ver a seguir.

16
Alimento Funcional e
Fitoterapia aplicada ao Esporte:
Princípios básicos da atividade esportiva,

2
Ao alimentarmos, a energia contida no alimento não é
transferida diretamente para a célula, antes nutrientes como
carboidratos, proteínas e lipídios são metabolizados e
convertidos à ATP. O metabolismo apresenta vias de
degradação (catabólicas) e de síntese (anabólicas), como o
Produção de ATP não é armazenado em grande quantidade no organismo,
qualquer atividade que altere o gasto energético, leva a
Energia e biotransformação de macronutrientes (Figura 2.1. e 2.2) que
Oxidação de estão armazenados no organismo para fornecerem energia na
Nutrientes forma de ATP (Hirschbruch e Carvalho, 2008).

A produção de ATP pode ocorrer na presença e ausência


de oxigênio como veremos a seguir de forma sucinta, apenas
para recordar o contexto bioquímico da via aeróbica e da
anaeróbica, posteriormente iremos detalhar um pouco mais a
via oxidativa.

17
2.1. Via Aeróbica


Esta via metabólica ocorre na presença de oxigênio e utiliza substratos energéticos


principalmente como o glicogênio (previamente degradado à glicose), glicose e ácidos graxos,
mas também podem utilizar certos aminoácidos, corpos de cetônicos, ácido láctico e o glicerol.

A glicose oriunda da quebra do glicogênio, se oxidará a piruvato (glicólise) e


posteriormente a acetil-Coenzima A (acetil-CoA). Os ácidos graxos da beta-oxidação se
transformam em acil CoA (que se ligam à Coenzima A), os compostos penetram no interior da
mitocôndria unidos à L-carnitina para se transformarem em acetil-CoA. Já alguns aminoácidos
como isoleucina e lisina, cetoácidos e glicerol podem sofrer um processo de oxidação direto
até acetil-CoA ou transformarem-se em glicose para serem armazenados na forma de
glicogênio (neoglicogênese - Fígado e rim) (Gil, 2005).

Na ausência de glicose, hormônios catabólicos, especialmente o cortisol, aumentam a


degradação de proteínas, no processo de síntese de glicose a partir de outros nutrientes
(Fischborn, 2009).

Já dentro da mitocôndria a acetil-CoA sobre um processo de oxidação caracterizado como


ciclo de Krebs liberando CO2 e H+ que são destinados a outro ciclo para realizar a fosforilação
oxidativa, cadeia transportadora de elétrons e cadeia de citocromos e finalmente se unindo ao
oxigênio para formar água (Gil, 2005).

É interessante ressaltar que os carboidratos e as proteínas são armazenados no organismo


na presença de água e os lipídios não, assim 1g de carboidrato carrega aproximadamente 2 ml
de água e 1g de proteína aproximadamente 3 ml de água. Além disso cabe ressaltar que ácidos
graxos produzem mais ATP do que glicose (glicose = 38 ATP, ácido esteárico = 147 ATP), no
entanto enquanto a oxidação de glicose requer 6 moléculas de oxigênio a dos ácidos graxos
necessita de 26 moléculas, por isso a quantidade de ATP produzida por unidade de tempo tem
como substrato mais carboidratos do que ácidos graxos. Durante o repouso 50% do
requerimento energético é derivado de ácidos graxos e o treinamento de resistência melhora a
capacidade de oxidação das gorduras (Hirschbruch e Carvalho, 2008).

18
Prof. Renato Nunes ®

Figura 2.1. Metabolismo Detalhado de Macronutrientes


Fonte: Google imagens; Elaborado pelo autor

2.2. Via Anaeróbica

• Aláctica


Quando se inicia a atividade física, as fibras musculares utilizam seu próprio ATP sendo
esta via de muito curta duração, utilizando para este fim a fosfocreatina (depósitos de
aproximadamente 17 microgramas por kg de músculo), que disponibiliza energia de forma
imediata (Gil, 2005). Este processo não necessita de oxigênio nem tão pouco produz ácido
láctico, um exemplo seria a corrida de 60 metros.

19
• Láctica


A via anaeróbica láctica utiliza a glicose e o glicogênio como únicos substratos


energético, sendo o ácido láctico o produto final desta via e fornece dois moles de ATP e duas
moléculas de ácido láctico são produzidas. Esta via é limitada pela diminuição do pH
produzida pelo ácido láctico que leva à fadiga precoce e o esgotamento dos depósitos de
glicogênio do organismo (Gil, 2005). O ácido láctico produzido pode retornar ao músculo na
forma de glicose por meio do ciclo de Cori no fígado. Um exemplo para esta via seria a corrida
de 100 a 200 metros rasos.

Anaeróbico
Oxigênio

Glicogênio

Oxigênio

Membrana Celular
Glicose 6P
Aeróbico

Corrente Sanguínea

CO2 + H2O

Membrana Celular
Prof. Renato Nunes®

Figura 2.2. Metabolismo de macronutrientes


Fonte: Google imagens; Elaborado pelo autor

20
2.3. Via Oxidativa


• Oxidação dos Ácidos Graxos


Os ácidos graxos que estão armazenados nos tecidos podem ser utilizados para a produção
de energia (Figura 2.1.), eles se dividem até chegarem a dois carbonos e produzem acetil-CoA,
que irá seguir até o ciclo de Krebs com o auxílio da L-Carnitina, podendo deste modo gerar
grande quantidade de energia dependendo do tamanho de sua moléculas (Hirschbruch e
Carvalho, 2008; Gil, 2005).

• Oxidação das Proteínas


Alguns aminoácidos podem produzir energia (Figura 2.1.) se convertidos a piruvato


(alanina, cisteína, glicina serina e o triptofano), acetoacetil-CoA (leucina, lisina, fenilalanina e
triptofano), acetil-CoA (isoleucina, leucina e triptofano) e outros substratos do ciclo de Krebs
como o oxaloacetato (asparagina e aspartato), Fumarato (fenilalanina e tirosina), succinil-CoA
(isoleucina, metionina, treonina e valina) Cetoglutarato (glutamato (arginina, glutamina,
histidina e prolina). Estas rotas metabólicas fornecem cerca de 10% de toda a energia que
necessitamos e portanto são menos ativas que a oxidação de carboidratos e lipídios
(Hirschbruch e Carvalho, 2008; Gil, 2005).

A Figura 2.2. resume a oxidação dos nutrientes e as vias de produção de energia.

Em seguida passaremos para o conceito de coeficiente respiratório e volume de oxigênio


relacionado à oxidação de substratos.

2.4. Quociente Respiratório


O consumo de oxigênio se relaciona à produção de dióxido de carbono (CO2), é por meio


desta relação entre consumo de O2 e produção de CO2 que estabelece o quociente respiratório
(RQ). O quociente respiratório é a proporção de dióxido de carbono produzido pelo organismo
em relação à quantidade de oxigênio consumida no metabolismo de nutrientes.

21
Tabela 2.1. Valores de Quociente Respiratório (RQ) de acordo
com o substrato ou condição.

Adaptado de: Rosado, 2013

Em média, as células consomem 250 mL / min de oxigênio, enquanto que produzem 200
ml de dióxido de carbono no estado de repouso, de modo que o quociente respiratória médio
em repouso é de 0,8 (200/250 = 0,8). O quociente respiratório varia com a dieta, como isso
afeta metabolismo. Por exemplo, uma dieta rica em gorduras leva a um quociente respiratório
relativamente baixo (cerca de 0,7), porque o oxigénio durante o catabolismo lipídico é
consumido de modo independente da produção de dióxido de carbono (Tabela 2.1). O
catabolismo de lipídios também varia com o exercício, e durante a hipoventilação e
hiperventilação (Rosado, et al., 2013; Stanfield e Wesley, 2011; Gil, 2005).

Sendo assim, um quociente respiratório igual a 0,7 indica que os ácidos graxos estão
sendo oxidados por via aeróbica, enquanto que um valor de RQ de 1, indica que são os
carboidratos que estão sofrendo oxidação nesta via. Já um RQ maior do que um indica que está
ocorrendo oxidação anaeróbica (Rosado, et al., 2013; Gil, 2005).

22
• Conceito de Consumo de Oxigênio


Volume de Oxigênio (VO2) é a representação do consumo de oxigênio que o organismo


utiliza para obter energia necessária quando realiza um determinado trabalho físico. Ao
determinarmos o volume de oxigênio consumido, medimos indiretamente a energia produzida
por via aeróbica. O volume de oxigênio pode ser expresso pela quantidade em litros, pelo fluxo
(ml/min), em termos relativos ao peso corporal do indivíduo (ml/kg/min) e por último pode ser
expresso como múltiplo da taxa metabólica basal (MET = 3,5ml/kg/min) (Rossi, 2015).

Existem muitos fatores que condicionam a capacidade muscular para utilizar o oxigênio,
entre eles podemos listar a característica do esforço (intensidade, duração, velocidade de
execução), condicionante mecânico (condições ergonômicas e biomecânica), nível de
treinamento, fatores climáticos e ambientais. Assim o aumento da atividade física leva ao
aumento do VO2 até o limite do máximo, quando mesmo aumentando a intensidade da
atividade não alteramos mais o volume de oxigênio, chegamos nesse momento ao potencial
aeróbico do indivíduo (Crisp, et al., 2014; Gil, 2005).

É importante lembrar que VO2 máximo é diferente de de pico de VO2, que é o máximo
de consumo O2 durante um esforço sem alcançar a saturação do mesmo. Desta forma durante
um exercício prolongado entre 60 a 75% do VO2 máx temos o aumento da glicogenólise
progressivamente até que em um valor de 95% do VO2 máx ocorre a redução do fornecimento
de fosfofrutoquinase (PFK) enzima chave da glicólise que junto com a glicogênio fosforilase
(glicogenólise) que atuam na regulação da glicogenólise muscular e consequentemente na
produção de energia para o músculo, da mesma forma ocorre em uma atividade entre 60 a 75%
de muito longa duração levando à fadiga pela depleção de glicogênio (Paschoal e Naves,
2014).

Como todos nós sabemos, o exercício promove uma série de benefícios ao organismo,
tendo ação recreativa, terapêutica, preventiva e promovendo a saúde, principalmente no que se
refere as doenças e distúrbios crônicos, sendo a atividade física regular um dos pilares para se
manter uma boa saúde, no entanto exercícios mal realizados, exaustivos e descontínuos podem
causar desde lesões até mesmo ao aumento das espécies reativas ao oxigênio e nitrogênio
(ERON).

23
Alimento Funcional e
Fitoterapia aplicada ao Esporte:
Princípios básicos da atividade esportiva,
Avaliação de informação científica e

3
A atividade física provoca o aumento da produção de
radicais livres, estes por sua vez se correlacionam à fadiga
muscular (patogênese da lesão muscular induzida pelo
exercício). Quanto mais intenso o exercício físico, maior é a
associação com o aumento marcante do consumo de oxigênio
Estresse e, consequentemente, a uma alteração dos sistemas
Oxidativo, antioxidantes.

Atividade O distúrbio da homeostase antioxidante pode exacerbar o


estresse oxidativo e a lesão tecidual induzidos pelo exercício
Física e (Paschoal e Naves, 2014).
Alimento O estresse oxidativo é uma condição definida como o
Funcional desequilíbrio entre a formação e a remoção dos radicais livres
no organismo, sendo consequência principalmente do aumento
de ERON (Tabela 3.1.), aumento da geração de radicais livres
e da diminuição de antioxidantes endógenos (Paschoal e
Naves, 2014).

24
Tabela 3.1. Principais Espécies Reativas de Oxigênio
(ERO) e Radicais Livres
O termo radical livre se
aplica a qualquer espécie
química capaz de existir
independentemente e que
contenha um ou mais elétrons
livres. Uma reação de oxidação
ou de redução pode gerar
radicais por transferência de
um elétron. Estas espécies não
são estáveis e são quebrados
espontaneamente a um radical
livre. A maior parte dos radicais
livres levam a uma reação em
cadeia até que se estabilizam
quando se acaba a matéria
prima utilizada para fazer a
reação (Fainstein, 2008).
Adaptado de: Paschoal e Naves, 2014; Angeli, 2011

3.1. Produção de Radicais Livres


Espécies reativas podem ser produzidas a partir de fontes endógenas e exógenas.


Potenciais fontes endógenas incluem as mitocôndrias, a via metabólica do citocromo P450,
microssomos, peroxissomos, e ativação de células inflamatórias (neutrófilos, eosinófilos e
macrófagos), xantina oxidase (XO), óxido nítrico sintetase, O óxido nítrico (NO*) é uma
molécula pouco reativa que se difunde com facilidade pelas células (produzido pela NO
sintetase a partir da arginina, oxigênio e NADPH), e apresenta função importante na
sinalização celular além de estar envolvido no aumento de tônus muscular, adesão celular,
função renal, atividade antioxidante, danos ao DNA, lipoperoxidação, entre outras. Ao reagir
com o superóxido, o óxido nítrico forma o ONOO*, que pode provocar lesões em proteínas
além de gerar nitrito e nitrato, pode gerar peróxinitrito que podem nitrar aminoácidos
aromáticos (tirosina) alterando as bases guanina do DNA (Angeli, 2011).
25
3.2. Antioxidantes
(Nutrientes e Nutracêuticos Utilizados)

Por definição, pode ser denominado antioxidante qualquer molécula que inibe ou
minimiza um processo de oxidação. Do ponto de vista biológico, um antioxidante protege
biomoléculas ou estruturas celulares contra os efeitos deletérios de substâncias que promovem
a oxidação (Fainstein, 2008).

Figura 3.1. Reações hepáticas da detoxificação


Fonte de dados: adaptado de Liska, Lyon & Jones, 2006; Elaborado pelo autor
26
Os antioxidantes podem atuar removendo cataliticamente as espécies reativas por meio
de três sistemas enzimáticos principais e/ou por meio compostos de baixo peso molecular que
capturam as espécies reativas:

• Sistemas Enzimáticos Biológicos:


A superóxido dismutase (SOD) - Existem duas formas de SOD no organismo, a primeira


contém cobre (Cu2+) e zinco (Zn2+) como centros redox e ocorre no citosol, sendo que sua
atividade não é afetada pelo estresse oxidativo. A segunda contém manganês (Mn2+) como
centro redox, ocorre na mitocôndria e sua atividade aumenta com o estresse oxidativo;

A Catalase (CAT) - Sistema mais simples, atua na dismutação do peróxido de hidrogênio


(H2O2) em oxigênio e água (remove H2O2);

O terceiro sistema é composto pela Glutationa (GSH), a Glutationa Peroxidase (GPx - 8


isoformas descritas) e a Glutationa Redutase (GR), o selênio é um importante mineral presente
neste sistema na enzima (selenocisteína) o que explica a importância desse metal e sua atuação
como antioxidante nos organismos vivos.

Outros sistemas enzimáticos utilizados pelo organismo são as peroxirredoxinas (Prx), as


tiorredoxinas (Trx), transferrina e ferritina.

• Compostos Antioxidantes:


O organismo utiliza de compostos de baixo peso molecular como os antioxidantes


hidrofílicos o ácido úrico, a glutationa (GSH - sintetizada a partir do glutamato, cisteína e
glicina. importante na detoxificação de xenobióticos) (Figura 3.1), peptídeos de histidina, a
vitamina C (ácido ascórbico), e os antioxidantes lipofílicos como a vitamina E (-tocoferol),
vitaminas A (-caroteno), ácido di-idrolipoico (CoQH2), bioflavonas e os compostos fenólicos.
Os estrógenos também são considerados antioxidante pela sua ação como "scavengers",
inibindo a oxidação lipídica das lipoproteínas e baixa densidade (LDL) iniciada pelos ERONs
(Angeli, 2011).

27
3.3. Ação Patogênica dos ERONs


A relação entre a produção de ERON e doenças crônicas e degenerativas (Figura 3.2.)


parece já estar bem correlacionada, o processo patológico pode ser ocasionado pelo estresse
oxidativo mitocondrial, causado pelo desequilíbrio do estado redox sistémico e a depuração da
glicose de forma prejudicada gerando assim espécies reativas e uma outra forma seria por meio
de condições oxidativas inflamatórias, causadas pela estimulação excessiva da atividade de
NADPH oxidase por meio de citoquinas e outras substâncias (Angeli, 2011).

Parkinson SNC Demência

Trombose Catarata
Hipertrofia Retinopatia

Coração Olhos

Artrite
Aterosclerose Artrose

Vasos Articulações
Pancreatite
Anemia Falconi Hepatotoxidade
Malária

Inflamação
Eritrócitos T Digestório Intoxicação
Isquemia
Transplante
Radiação
Câncer

Prof. Renato Nunes®

Rins Multiórgão Psoríase


Asma
Pulmão Pele Queimadura
SARA
Envelhecimento

Figura 3.2. Doenças associadas à produção de ERON


Fonte de dados: Fainstein, 2008; Elaborado pelo autor

28
Quando o organismo não consegue neutralizar a produção de radicais livres aumentando
seus sistemas antioxidantes, classificamos este estado como estresse oxidativo que leva o
indivíduo a sofrer vários danos em seu sistema biológico passando primeiro por um processo
adaptativo aumentando a produção de antioxidantes, depois por um dano tecidual por agressão
aos macronutrientes constitucionais (carboidratos, proteínas e lipídios de membrana) e
finalmente a morte celular por necrose ou apoptose. Os ERONs atuam oxidando os
componentes tiol em dissulfetos , causando perda de GSH (glutationa) tecidual, desregulação
da geração de energia (ATP, NADH e NADPH), inibição do transporte de cálcio e da
homeostase, oxidação de citocromos, clivagem de DNA e promoção de processos mutagênicos
e carcinogênicos (Fainstein, 2008).

Como percebemos, apesar da atividade física trazer inúmeros benefícios ao organismo, ao


indivíduo e à saúde, ela precisa ser realizada dentro de um planejamento cuidadoso
dependendo do grau de atividade o nível de esforço realizado, sendo assim além de um
treinador com conhecimento e formação técnica para a realização das atividades é necessário
para os atletas um profissional de nutrição capacitado e formado e que se especialize em
conhecimentos específicos para auxiliar o atleta e planejar sua alimentação para realizar a
promoção da saúde e minimizar os possíveis efeitos deletérios de uma atividade de alta
performance.

Neste sentido o Nutricionista pode e deve lançar mão, não apenas de uma dieta
balanceada, de suplementos e agentes ergogênicos, mas de alimentos específicos com
propriedades funcionais que possam atuar como nutracêuticos e em alguns casos fazer o uso do
alimentos com função fitoterápica. Por isso é importante desvincular o senso comum e
conhecer tanto as propriedades quanto a dietética de alguns alimentos com propriedades
funcionais como veremos a seguir.

3.4. Alimento Funcional


A constatação dos benefícios das dietas como a mediterrânea contemporânea e da


população asiática, passa pela observação da importância do consumo de uma alimentação que
contenha principalmente frutas e hortaliças, que são ricas em compostos bioativos (CBAs), os
quais o metabolismo humano também é dependente e que que comprovadamente reduzem o
risco das doenças crônicas não transmissíveis (DCNT). Uma das funções dos CBAs presentes

29
nos alimentos é atuar como antioxidantes, reforçando a sua necessidade de consumo por meio
de uma dieta equilibrada.

Segundo Aswell (2004), um alimento é considerado funcional quando é provado que além
dos seus efeitos nutricionais intrínsecos, exerce um efeito benéfico sobre uma ou mais funções
específicas do corpo, de modo que é considerado adequado para melhorar a saúde e bem-estar,
reduzir o risco de doenças ou ambas as coisas. Os alimentos funcionais devem permanecer
alimentos e eles devem demonstrar os seus efeitos em quantidades que normalmente são
consumidos na dieta. Eles não são portanto oferecidos na forma de comprimidos ou cápsulas,
mas sim como alimentos que fazem parte de um regime normal.

No Brasil, a ANVISA não define o que é um alimento funcional, no entanto ela conceitua
alegação de propriedade funcional, que é aquela relativa ao papel metabólico ou fisiológico
que o nutriente ou não nutriente tem no crescimento, desenvolvimento, manutenção e outras
funções normais do organismo humano, e alegação de propriedade de saúde, que é aquela que
afirma, sugere ou implica a existência da relação entre o alimento ou ingrediente com doença
ou condição relacionada à saúde (Brasil, 1999a).

Um outro aspecto importante relacionado ao potencial efeito terapêutico destes alimentos,


é conhecer seus riscos em caso de "overdose". Seria interessante pensarmos em ao fazermos a
prescrição associarmos um folheto terapêutico semelhante às bulas de medicamentos,
informando as contraindicações, efeitos adversos e interações entre nutrientes e medicamentos.
E a verdade é que, se eles têm qualidades terapêuticas, composição são úteis para saber o que e
quanto podem ser tomadas para evitar possíveis efeitos colaterais ou o aparecimento de
alergias até então desconhecidos (María, 2007).

Mas qual seria a diferença então entre alimento funcional e nutracêutico? Vejamos, como
definimos anteriormente alimento funcional é um alimento que além de nutrir, possuem
compostos biológicos que podem auxiliar ao processo de saúde ao serem consumidos atuando
como promotores de saúde, ou agindo na prevenção tanto primária quanto terciária, e em
alguns casos auxiliando o tratamento de algumas doenças ou distúrbios nutricionais (BRASIL,
1999c).

Já os nutracêuticos seriam por exemplo as vitaminas antioxidantes, as isoflavonas da soja


presentes em forma de comprimido, enquanto que um produto alimentar funcional seria um
formato habitual (leite, pão, cereais, etc.) ao qual foi adicionado um ingrediente (as isoflavonas
acima, por exemplo) ou a sua composição alterada (como acontece com o leite) (María, 2007).

30
Com base nessa definição proposta, agora podemos distinguir entre quatro categorias a
prescrição dos alimentos e/ou seus princípios ativos como mostra a Figura 3.3.

Agora que já
fizemos uma introdução
Entenda a Diferença
de alguns aspectos

Composto Biológico
importantes para a
compreensão do tema
proposto podemos iniciar
a apresentação do In natura
conteúdo dividindo a
abordagem em dois
seguimentos como
veremos a seguir:
Ultra processado

Fármaco
1 - Alimento Funcional
e sua utilização na
atividade física

2 - Fitoterapia e sua
utilização na atividade
física
Prof. Renato Nunes®

Figura 3.3. Esquema proposto para definir Alimento funcional, Nutracêutico,


Produto Alimentar Nutricional e Fitoterápico.
Fonte: Elaborado pelo autor

É importante perceber que em se tratando de nutrição a escolha primordial é pelo


alimento, sendo que fármacos podem ser utilizados como coadjuvantes do tratamento tendo em
vista a complexa rede de interações entre medicamentos, nutrientes e as interferências do
ambiente, dos polimorfismos e da nutrigenômica e epigenética.

Mais que isso é primordial que o leitor entenda que a visão macro sistêmica dos processos
biológicos e bioquímicos ainda é complexa e ofuscada pelo entendimento do genoma e do
metabolismo humano. Neste sentido seria importante entender alguns conceitos básicos de
network, hubs e redes de interação.

31
Podemos simplificar estes conceitos pensando no fato que todo organismo complexo
apresenta vários níveis de interações e estas por sua vez apresentam diferentes graus de
importância dentro do contexto que estamos analisando. Baseado neste princípio e nos estudos
de Barabási (Zhou, Menche, e Barabasi 2014; Vidal, Cusick e Barabasi, 2011; Goh et al.,
2007) que sintetiza as redes de interações humanas, voltado para o entendimento dos processos
patológicos do ser humano, percebemos como a nutrição pode ser complexa.

Neste contexto temos os Graus (Degree) de interação que é uma medida das bordas de
dentro, para fora, ou total de um nó e os Nós (HUB) (Figura 3.4.), que são nós que possuem
muitos graus. Em redes de escala livre, vemos uma fixação preferencial para caminhos
populares, ou seja, metabolicamente falando algumas rotas são preferenciais e portanto devem
ser entendias antes de decidirmos uma conduta (Figura 3.5.).

RMN®

Graus
Nós
I II III
A 9 7 1
D 0
I 2
J 0
L 6 1 1
N 0
Q 1
R 0
Prof. Renato Nunes ®

Figura 3.4.Nós e Graus da Interactome Network


Fonte: Elaborado pelo autor

Como podemos ver na figura temos várias interações possíveis entre os nós de A a R,
então se eu pudesse quantificar estas interações e determinar o possível grau de importância de
um sintoma ou nutriente, nutracêutico ou fármaco, teríamos uma conduta mais assertiva. No
caso do exemplo acima se Tomarmos A como o sintoma principal, teríamos como possíveis
causas associadas as relações das demais letras e poderíamos construir uma conduta baseada
em proporcionalidade de interações como mostra a Tabela 3.1. logo a seguir.
32
Mas e se ao invés de usarmos as interações para decidir condutas patológicas usássemos
para fazer a promoção da saúde do indivíduo por meio da nutrigenômica e do objetivo do
paciente a ser alcançado?

Ah gostou da ideia né? Mas esta é uma outra história…

Que irá ser contada em uma outra oportunidade…

Vamos voltar ao foco: Tabela 3.1

Tabela 3.1. Avaliação da força de interação de um Nó e seus Graus de intercorrelações

Fonte: Elaborado pelo autor

Na prática, avaliamos primeiro causas de forte interação, dentre elas em primeiro lugar a
causa L, em seguida a causa I e posteriormente as demais causas de forte interação, só para
posteriormente avaliarmos interações médias e fracas. Esta escolha está associada diretamente

33
ao consumo alimentar e hábito de vida do indivíduo, tendo em vista que alterações nestas
condições podem dar uma direção mais precisa à conduta.

Por exemplo, se uma determinada patologia está relacionada ao ítem R que é A vitamina A
e o indivíduo relata não consumir nenhuma fonte desse nutriente e faz baixa ingestão de
lipídios, seria interessante observar primeiramente este Nó em conjunto com os Nós L e I.

Você pode estar se perguntando como irá fazer isso…

Fonte:
The human disease network
Goh K-I, Cusick ME, Valle D,
Childs B, Vidal M, Barabási A-L
(2007)
RMN®

Prof. Renato Nunes ®

Figura 3.5. exemplo de Interactome network


Fonte: Goh et al., 2007.

Já existe um mapa de interações entre as doenças (Figura 3.5.), você também vai
encontrar um mata de interação genômica entre doenças, genes e polimorfismos, infelizmente
não temos ainda um mapa de interação entre doenças e nutrientes… Eu disse AINDA… quem
sabe amanhã não fica pronto…

Fique atento a esta #profrenatonunes ...

34
Tudo isso é muito interessante, mas a cada dia que passa temos mais e mais informações
que estão sendo questionadas e mais trabalhos que contradizem os anteriores. Como podemos
saber se um estudo especializado é confiável ou questionável?

Entre 1979 e 1983, os seis maiores revistas científicas do mundo, publicaram pelo menos
100 artigos dizendo que uma determinada tecnologia seria usada com sucesso como terapêutica
ou terapia preventiva. No final apenas 5 dessas tecnologias (5%) chegaram ao mercado. Dos 49
estudos mais importantes publicados na década de 90, apenas 14 (29%) destes tiveram suas
hipóteses refutadas por novas pesquisas (Ioannidis 2005).

Então como podemos garantir que ao adotarmos uma determinada conduta ela não seja
logo em seguida questionada por uma mudança dos paradigmas científicos? Quando isso
acontece nossa carreira e nossa credibilidade podem sofrer sérios impactos e isso sem falar no
dano que podemos causar a pacientes, quando prescrevemos algum tipo de substância
concentrada que em seguida é comprovada sua ineficiência ou algum efeito colateral grave.

Nesta etapa é importante aprendermos a verificar o grau de confiança de uma informação


por isso no capítulo 4, a seguir faço uma pequena sugestão de como você pode decidir sobre o
uso de um alimento, nutracêutico ou fitoterápico baseado em ciência de qualidade.

35
Alimento Funcional e
Fitoterapia aplicada ao Esporte:
Avaliação de informação científica

4
Nos últimos anos o número de publicações subiu mais de
300%, um trabalho de Bastian, Glasziou e Chalmers publicado
em 2010, relata que todos os dias eram publicados na área de
saúde setenta e cinco ensaios e onze revisões sistemáticas. No
entanto a história da humanidade mostra inúmeros episódios
Avaliar a de descobertas que foram com o tempo comprovadas como
incompletas ou até mesmo como não verdadeiras.
Veracidade
Portanto, antes de adotarmos uma prática clínica levando
de uma
em consideração novos produtos é importante pensar que por
Informação trás da ciência existem indivíduos que erram, que tem uma
visão parcial do assunto e principalmente que nenhum ser
humano é isento de interesse, incluindo eu e você que está
lendo agora este texto pensando em como vai lidar com esta
informação diante de um mercado que nos empurra para
usarmos determinados produtos da moda.

Antes de explicar como você pode melhorar suas escolhas


deixa eu te mostrar um dado interessante antes que você fique
muito empolgado com um novo artigo científico que a mídia
ou um colega pouco criterioso tenha lhe passado.

36
Um trabalho feito em 2013 por Schoenfeld e Ioannidis, mostra por meio de uma revisão
sistemática que o mesmo alimento pode prevenir e causar câncer.

Prof. Renato Nunes ®


Effect estimates reported in the literature by malignancy type (left) or ingredient (right).
Wine
Breast Tomatoes
Tea
Gastrointestinal Salt
Potato
Genitourinary Pork
Onion
Olive
Gynecologic Milk
Lemon
Head & Neck Egg
Coffee
Cheese
Lung Carrot
Butter
Other Beef
Bacon

Jonathan D Schoenfeld, and John PA Ioannidis Am Protect again cancer – Causes cancer
J Clin Nutr 2012;97:127-134 Relative Risk
RMN®

Figura 4.1. Artigo publicado na AJCN mostrando o conflito de informações da literatura científica atual.

4.1.Tipo de Revista


A primeira observação que você deve fazer ao ler um artigo é se a revista que ele foi
publicado é reconhecidamente confiável, mesmo assim é importante lembrar que ler um artigo
científico em uma revista é completamente diferente de ler sua interpretação em um blog,
autores de blog geralmente tem uma interpretação conveniente daquilo que mostram, pois a
maioria visa atrair seguidores para suas páginas visando angariar patrocinadores, e muitas
vezes são financiados por eles para divulgar informações sobre seus produtos, são os
"SPEAKERs" , é assim que são chamamos atualmente, pessoas que tem alta projeção na mídia

37
e que usam a sua influência para passar credibilidade a um produto, você com certeza já se
lembrou de um…

O grande problema dessa prática não é quando um leigo faz uma propaganda sabidamente
paga para divulgar uma marca ou produto, mas quando um profissional embute em sua fala ou
diz estar usando um produto e alega os benefícios do mesmo. Vale lembrar que além de
extremamente danoso para sociedade esse tipo de prática, tendo em vista que as corporações
farmacêuticas e indústrias de alimentos tem interesse meramente comercial e de vendas
visando lucro, é uma prática que vai contra o código de ética profissional do Nutricionista,
como estabelecido pelo Conselho Federal de Nutrição e demais CRNs.

Tabela 4.1. Apresentação das dez melhores revistas de Nutrição segundo


o Fator de Impacto e o Qualis A1

Revistas altamente recomendadas para leitura de artigos


Fonte: Elaborado pelo autor

38
Uma dica importante é que se algo parece muito bom pra ser verdade, provavelmente
não é. Informações importantes necessitam de provas, em ciência verdades aceitas como fatos
inquestionáveis são normalmente publicadas em consensos, o sonho de todo profissional é
encontrar um consenso sobre tudo o que ele trabalha…

Por outro lado, se existem ótimas revistas científicas que utilizam critério, os estudos
são revisados por pares 3, utilizam de processos de revisão exigentes. E mesmo assim revistas
renomadas como Nature® , Science®, e PNAS® cometem alguns deslizes.

Tabela 4.2. Apresentação das dez revistas de Nutrição segundo o menor


Fator de Impacto e o Qualis C

Revistas pouco recomendadas para leitura como critério de escolha de tomada de decisão
Fonte: Elaborado pelo autor

3 - Os estudos revisados por pares são estudos que em seu processo de edição, são reconhecidos como
publicáveis diante de um parecer dado por pesquisadores notórios da mesma área de atuação do autor que
submeteu o artigo.

39
Por isso é importante lembrar que pesquisadores são humanos e cometem falhas e
que existe muito interesse em torno de uma verdade científica.

Talvez por isso um bibliotecário da Auraria Library, na University of Colorado


Denver, in Denver, Colorado resolveu publicar um artigo em uma revista sobre alguns critérios
adotados pelas publicações científicas. Jeffrey Beall mantém uma lista atualizada de revistas
que considera predatória segundo alguns critérios específicos, as Tabelas 4.3, 4.2. e 4.1. foram
criadas a partir da lista de revistas com maior fator de impacto e Qualis A1 (4.1.), Menores
fatores de impacto e Qualis C (4.2.) e as revistas predatórias (4.3.) atualizada em 12 de
outubro de 2016, o Fator de Impacto de 2015 e o Qualis de 2014, respectivamente, de algumas
revistas relacionadas à Nutrição e Saúde.

4.2. Fator de Impacto


O Fator de Impacto, abreviado como FI, é uma medida que reflete o número médio
de citações de artigos científicos publicados em determinado periódico. É empregado
frequentemente para avaliar a importância de um dado periódico em sua área, sendo que
aqueles com um maior FI são considerados mais importantes do que aqueles com um menor
FI. O FI foi criado por Eugene Garfield, o fundador do Institute for Scientific Information (ISI),
hoje parte da Thomson Reuters. Desde 1972 os FI são calculados anualmente para os
periódicos indexados ao ISI e depois publicados no Journal Citation Reports (JCR), também
da Thomson Reuters.

4.3. Qualis da Revista


Os periódicos no Brasil são classificados em oito categorias, chamadas de estratos


pela CAPES, os chamados QUALIS, são elas A1, A2, B1, B2, B3, B4, B5 e C, sendo A1 a
classificação mais elevada, enquanto C indica peso zero. Para cada área a classificação é
realizada de um modo e a cada três anos o método de classificação pode ser alterado, contudo

40
em geral é utilizado o fator de impacto da base JCR/ISI (apenas indivíduos com acesso ao
portal de periódicos da CAPES tem acesso, ou pagantes do jornal) como principal critério.

Tabela 4.3. Apresentação das dez revistas de Nutrição


consideradas predatórias por Jeffrey Beall

Revistas não recomendadas para leitura científica e referência terapêutica


Fonte: Elaborado pelo autor

4.4. Medicina Baseada em Evidência (MBE)


A medicina baseada em evidência (MBE) tem sido utilizada principalmente para a


tomada de decisões médicas em situações que geram incertezas quanto ao diagnóstico,
prognóstico e manejo terapêutico das doenças. Dentro desta perspectiva, temos o Nível de
Evidência de um determinado assunto e o Grau de Recomendação de um determinado
procedimento ou terapêutica.

41
• Nível de Evidência (NE)


Desenvolvido pelo “Oxford Centre for Evidence Based Medicine” em maio de 2001,
o Nível de Evidência está relacionado diretamente aos estudos, ele é baseado em uma análise
de critérios estabelecidos como:

1A - Revisão sistemática de ensaios clínicos controlados e randomizados;


1B - Ensaio clínico controlado randomizado com intervalo de confiança estreito;
1C - Resultados terapêuticos do tipo "tudo ou nada";
2A - Revisão sistemática de Estudos de Coorte;
2B - Estudo de Coorte (incluindo Ensaio Clínico Randomizado de menor qualidade);
2C - Observação de resultados terapêuticos. Estudo ecológico;
3A - Revisão Sistemática de Estudo Caso-Controle;
3B - Estudo Caso-Controle;
4 - Relato de caso;
5 - Opinião de especialista desprovida de avaliação crítica (estudo com animais).

Os níveis de evidências são representados em números e podem ser seguidos de


letras, quanto mais próximo de 1, maior o nível de evidência. Os estudos científicos realizados
a respeito da eficácia de tratamentos em saúde, sejam eles medicamentos, procedimentos ou
mesmo o não-tratamento (placebo ou conduta expectante) oferecem diferentes categorias ou
níveis de evidências, conforme seu formato. São esses níveis de evidência científica que guiam
os graus de recomendação de um determinado tratamento ou procedimento: quanto maior o
nível, mais forte a idéia de que pode ser adotado com segurança e benefício do paciente.

• Grau de Recomendação (GR)


O Grau de Recomendação, utiliza o nível de evidência, mas fazendo análise sobre


conceitos como Eficácia, Eficiência e Efetividade. Eles dividem-se em A, B, C e D. No grau A
temos, pelo menos, um estudo de nível I mostrando evidência científica sobre o tratamento em
questão (ou seja, há boa evidência para apoiar a recomendação do uso). No grau B estão
estudos de evidência considerada “moderada”, ou de nível II. No grau C, estão pelo menos um
estudo de nível III ou dois de níveis IV ou V: há pobre evidência para justificar o uso. O grau D
reúne estudos de nível VI ou textos publicados como “recomendações de especialistas”, sendo
assim podemos resumir os GR em um quadro: como mostrado na Tabela 4.4.
42
Tabela 4.4. Grau de Recomendação e suas características

Fonte: Oxford Centre for Evidence-based Medicine – Levels of Evidence (March 2009)

4.5. Como aplicar o MBE?


Para se estruturar a MBE é preciso realizar alguns passos como mostrado a seguir:

1 - Primeiro identificar a questão clínica que suscita a dúvida;


2 - Buscar as revisões sistemáticas atuais sobre assunto em revistas de alto impacto,
Qualis alto e que não estejam na lista de predadoras;
3 - Fazer uma análise crítica das informações encontradas nos artigos;
4 - Decidir sobre a implementação da ação na prática clínica.

Apesar de ser uma ferramenta útil no auxílio da conduta clínica, é importante


lembrar que a experiência pessoal, o desenvolvimento de perícia na avaliação e validação e a
atualização constante do profissional são indispensáveis para a adoção de uma conduta que
seja baseada em evidências.

A partir do exposto você pode criar uma tabela com os níveis de evidências e Graus
e a partir dos estudos que dispões tomar uma decisão sobre o uso ou não da conduta clínica
com o seu paciente. O Ministério da saúde disponibiliza uma Tabela da classificação do Nível
de Evidência Científica por Tipo de Estudo - "Oxford Centre for Evidence-based Medicine"
em português que pode ser usado como uma referências para a prática de MBE na Nutrição.

Ao final do Capítulo 7, farei a demonstração de como avaliar o uso da Teacrina,


utilizando todas as ferramentas abordadas neste texto.
43
Alimento Funcional e
Fitoterapia aplicada ao Esporte:
Alimentos funcionais e fitoterápicos

5
O mundo está mudando e nossas necessidades também,
Na Espanha, por exemplo o CERPTA (Centre Especial de
Recerca Planta de Tecnologia dels Aliments) da UAB
(Universidade Autônoma de Barcelona ) investiga e
desenvolve alimentos funcionais. Um dos seus objetivos é o
Uso de design de alimentos para determinados grupos, como atletas,
pessoas com necessidades nutricionais especiais, crianças em
Alimento crescimento e pessoas idosas (Dallas, 2010).
Funcional e
O desenvolvimento de novos alimentos funcionais pode
Seus ser uma nova abordagem para beneficiar tanto a indústria
Princípios quanto a sociedade.

Fitoterápicos No brasil a ANVISA regulamenta o alimento apenas


quanto a alegação de propriedade funcional que é definida
pela RDC 18/99 como sendo aquele alimento ou ingrediente
que, além das funções nutritivas básicas, quando consumido
como parte da dieta usual, produza efeitos metabólicos e/ou
fisiológicos e/ou efeitos benéficos à saúde, devendo ser seguro
para consumo sem supervisão médica (BRASIL, 1999).

44
Não são permitidas alegações de cura e prevenção de doenças e a comercialização destes
produtos, denominados alimentos funcionais, consiste em seguir normas de acordo com a
ANVISA. Fica claro a importância de alertar sobre a INEXISTÊNCIA de um “alimento
mágico”, O consumo desses alimentos PODE contribuir para a prevenção de doenças crônicas
não transmissíveis (DCNT), porém devem está associada a uma alimentação e a um estilo de
vida saudável e equilibrado.

5.1. Alimentos Funcionais para o Esporte

Em atividade física podemos destacar algumas características que seriam importante para
o atleta e destacar os alimentos que poderiam influenciar de forma já comprovada ou com uma
possibilidade de benefício no rendimento esportivo, neste sentido destaco os principais
características de interesse na prática esportiva:

• Capacidade aeróbica;

• Resistência anaeróbica;

• Força, potência e hipertrofia;

• Força e poder de resistência;

• Psicológico:

• Hidratação;

• Recuperação;

• Apoio conjunto;

• Imunidade;

• Antioxidante e

• Composição Corporal.

Como a abordagem destes alimentos e princípios é obviamente extensa, neste trabalho irei
abordar apenas características de Força, Imunidade, Antioxidante e Composição Corporal, que
já estejam comprovadas, tendo em vista que estas parecem ser as maiores preocupações na

45
conduta clínica. Vale ressaltar que as características que possuem alegação mas ainda
apresentam baixo nível de evidência não devem ser a primeira linha de escolha de um
tratamento visando performance de atletas.

Vamos iniciar primeiramente resumindo as principais recomendações da ANVISA sobre


alimentos funcionais e o que o nutricionista efetivamente pode se orientar como produto
concreto para a sua prescrição, depois um breve resumo sobre as resoluções sobre fitoterapia
para nutrição e em seguida abordaremos na sequência os alimentos e princípios ativos
destinados ao ganho de força, imunidade, antioxidantes e composição corporal.

5.2. Classificação da ANVISA para Alimento com


Alegação de Propriedade Funcional

Segundo a RDC 2/2002, são considerados alimentos com propriedades funcionais os


alimentos que contém substâncias bioativas e probióticos isolados, podendo ser oferecidos em
cápsulas, comprimidos, tabletes, pós, granulados, pastilhas. É importante lembrar que chás,
suplementos vitamínicos, alimentos para atletas, fitoterápicos e medicamentos não fazem parte
desta lista. Portanto alimento funcional e nutracêuticos não podem ter utilização
medicamentosa ou terapêutica.

Quando se tratar de uma Substância Bioativa do Alimento (ou sintética) ela deve vir
notada com o nome, de onde foi extraída acompanhada da forma de apresentação do produto.

São considerados pela ANVISA como alimentos com propriedades funcionais os alimentos de
origem vegetal ou animal que apresentem naturalmente em sua composição:

• Probióticos
• Carotenóides
• Fitoesterois
• Flavonóides
• Fosfolipídios
• Organosulfurados
• Polifenóis % % % % 


46
Em 2009 a ANVISA aprovou a comercialização em farmácias de probióticos com
alegações de propriedades funcionais e/ou de saúde, desde apresentados em comprimidos,
tabletes, drágeas, cápsulas, saches ou similares.

• Probióticos (equilíbrio da microbiota intestinal)


• Lactobacillus acidophilus
• Lactobacillus casei shirota
• Lactobacillus casei var. rhamnosus
• Lactobacillus casei var. defensis
• Lactobacillus paracasei
• Lactobacillus lactis
• Bifidobacterium bifidum
• Bifidobacterium animallis
• Bifidobacterium longum
• Bifidobacterium faecium
• Enterococcus faecium
%% % % %
• Ômega 3 (níveis de triglicerídeos)

• Carotenóides% % % % %
• Licopeno,
• Luteína,
• Zeaxantina (antioxidante)

• Fibras alimentares
• Fibras alimentares,
• Dextrina resistente,
• Lactulose,
• Polidextrose
• Goma guar (funcionamento do intestino),
• Betaglucana (colesterol),
• Psílio e quitosana (gordura),
• FOS e
• Inulina (microbiota intestinal),% % % %

47
• Fitoesterois (colesterol)

• Polióis% % % % %
• Manitol,
• Xilitol e
• Sorbitol (dentes)

• Proteína de soja (colesterol)

5.3. Resoluções e Fitoterápicos % %

A Resolução N° 402/2007 regulamenta a prescrição fitoterápica, pelo nutricionista, de


plantas in natura frescas, ou como droga vegetal nas suas diferentes formas farmacêuticas, ela
define fitoterápico como o produto obtido empregando-se exclusivamente matérias-primas
ativas vegetais, caracterizado pelo conhecimento da eficácia e dos riscos de seu uso, assim
como pela reprodutibilidade e constância de sua qualidade.

Não se considera medicamento fitoterápico aquele que inclui na sua composição


substâncias ativas isoladas, sintéticas ou naturais, nem as associações dessas com extratos
vegetais (Brasil, 2010 Brasil, 2007).

Segundo o Conselho Federal de Nutricionistas (Brasil, 20) a fitoterapia tem grande


interface com a nutrição e o Conselho reitera que plantas medicinais têm finalidades
terapêuticas, bioativas e em alguns casos funções nutricionais evidenciadas cientificamente por
estudos específicos. Com a aprovação da resolução N° 402/2007 o nutricionista tem total
autonomia para prescrever esses produtos quando julgar necessário. A Resolução – RDC nº 10
de 9 de março de 2010 dispõe sobre a notificação de drogas vegetais junto à ANVISA e propõe
uma lista de fitoterápicos que são isentos de prescrição médica, devendo ser observada pelo
nutricionista a fim de direcionar a respeito de quais fitoterápicos podem ser prescritos por ele,
somente as formas farmacêuticas de uso oral serão permitidas para a indicação do nutricionista,
como: infusão, decocto, tintura, alcoolatura, pó, extrato seco e macerado.

A prescrição de plantas medicinais e chás medicinais é permitida a todos os nutricionistas,


ainda que sem título de especialista, no entanto a prescrição de medicamentos fitoterápicos, de
produtos tradicionais fitoterápicos e de preparações magistrais de fitoterápicos, como
48
complemento de prescrição dietética, é permitida ao nutricionista desde que seja portador do
título de especialista em Fitoterapia (CFN, 2015).

Mas cuidado, ao prescrever Fitoterápicos:

1. Recomendar os fitoterápicos de origem conhecida e que tenham


indicações terapêuticas relacionadas ao campo de conhecimento
específico do Nutricionista;

2. Quando prescrever fitoterápicos industrializados, usar os


produtos que apresentem rotulagem adequado às normas da ANVISA;

3. Quando in natura sempre observar as condições Higiênico


Sanitárias da espécie vegetal prescrita.

Alguns Fitoterápicos não podem ser prescritos pelo Nutricionista por serem de uso
exclusivamente médico, entre eles:

% •% Arctostaphylos uva-ursi % % (uva-ursina)


% •% Cimicifuga racemosa % % (cimicifuga)
% •% Echinacea purpurea %% % (equinácea)
% •% Ginkgo biloba % % % % (ginkgo)
% •% Hypericum perforatum % % (hipérico)
% •% Piper methysticum % % % (kava-kava)
% •% Serenoa repens %% % % (saw palmeto)
% •% Tanacetum parthenium % % (tanaceto)
% •% Valeriana officinalis %% % (valeriana)% % % 


49
Fitoterápicos recomendados para prática clínica do nutricionista

% •% A#iun sativum L. % % % % % (alho);


% •% Cynara scolymus L. % % % % % (alcachofra);
% •$ Matricaria recutita L. % % % % (camomila);
% •% Maytenus ilicifolia Mart. Ex. Reiss % % (espinheira-santa);
% •% Melissa officinalis L. % % % % (melissa, erva-cidreira);
% •% Mentha piperita L. % % % % % (hortelã-pimenta);
% •% Pneumus boldus Molina % % % % (boldo, boldo-do-chile);
% •% Pimpine#a anisum L. % % % % (erva-doce, Anis);
% •% Zingiber officinale Rosc.% % % % (gengibre);
% •% Senna alexandrina Mi#., %% % % (sene)
Cassia angustifólia ou
Cassia senna L.%% %
% •% Rhamnus purshiana DC% % % % (cáscara-sagrada);
% •% Pau#inia cupana H.B.&K.% % % (guaraná);
% •% Aesculus hippocastanum% % % % (Castanha da Índia);
% •% Came#ia sinensis$ % % % % (chá verde)
% •% Aloe vera$% % % % % % (Babosa);
% •% Cente#a asiatica % % % % % (Centela, Centela-asiática);
% •% Eucalyptus% % % % % % (Eucalipto);
% •% Glycyrrhiza glabra $% % % % (Alcaçuz);
% •% Passiflora $% % % % % % (Maracujá);
% •% Ilex paraguariensis$ % % % % (Pholia Negra);
% •% Cereus sp% % % % % % % (Koubo);
% •% Cymbopogon citratus % % % % (capim santo / capim limão);
% •% Curcuma longa%% % % % % (Açafrão falso)
% •% Panax ginseng % % % % % % (Ginseng)
% •% Cordia ecalycculata Ve#% % % % (Pholia Magraporangaba);

50
Por uma questão de recomendação e padronização podemos adotar a orientação da
RESOLUÇÃO-RDC No - 10, DE 9 DE MARÇO DE 2010 que dispõe sobre a notificação de
drogas vegetais junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e dá outras
providências no Art. 4º Para fins de padronização, são adotadas as seguintes medidas de
referência:

I - colher das de sopa: 15 mL / 3 g;

II - colher das de sobremesa: 10 mL / 2 g;

III - colher das de chá: 5 mL / 1 g;

IV - colher das de café: 2 mL / 0,5 g;

V - xícara das de chá ou copo: 150 mL;

VI - xícara das de café: 50 mL; e

VII - cálice: 30 mL.

51
Alimento Funcional e
Fitoterapia aplicada ao Esporte:
Atividade de força,
Sistema imunológico,
Ação antioxidante e
Controle da composição corporal de atletas.

6
Principais
Em um mundo tão cheio de informação e muitas vezes de
fontes duvidosas, onde a indústria de alimentos e farmacêutica
busca vender a qualquer preço e alguns profissionais sem
tempo de se atualizarem cientificamente, acabam tendo como
referência apenas as propagandas técnicas fornecidas por estas
mesmas indústrias, é importante ter uma fonte que sintetize
Alimentos pelo menos uma parte destas informações, sendo assim as
Funcionais e Tabela 6.1. e 6.2. resumem algumas das possíveis utilizações
Fitoterápicos de alguns alimentos funcionais e fitoterápicos para atividade
física tendo como foco a força, o sistema imunológico, ações
para o Ganho antioxidantes e controle da composição corporal.
de Força, Nós próximos itens serão abordados alguns destes
Sistema alimentos e compostos bioativos, não sendo abordados as
Imunológico, vitaminas e minerais por serem de conhecimento comum entre
os profissionais nutricionistas e seus efeitos já serem
Ação classicamente estudados e comprovados.
Antioxidante e
Controle da
Composição
Corporal
52
Tabela 6.1. Alimentos Funcionais e Fitoterápicos relacionados ao ganho de força, sistema
imunológico, ação antioxidantes e controle da composição corporal.

Continua...

53
EO: Estresse Oxidativo;
** será feito o MBE no capítulo 07
For: Força; Imu: Imunidade; Ant: Antioxidante; CoC: Composição Corporal
Fonte: Várias fontes, compilação do autor.

54
Tabela 6.2. Alimentos Funcionais e compostos bioativos de origem animal, relacionados ao
ganho de força, sistema imunológico, ação antioxidantes e controle da composição corporal.

For: Força; Imu: Imunidade; Ant: Antioxidante; CoC: Composição Corporal


Fonte: Várias fontes, compilação do autor.

6.1. Alimento Funcional e Fitoterápico para o


Ganho de Força% 


Muito se tem falado e estudado sobre recursos ergogênicos para melhora do desempenho
de força e atletas, Abaixo seguem alguns exemplos dos os principais alimentos funcionais e
fitoterápicos relacionados ao ganho de força e massa magra em atletas

• Carboidratos
(Carvalho, et al. 2008)

A relação entre carboidrato e atividade física é amplamente estudada e divulgada na


literatura, não irei portanto aprofundar no assunto, apenas informar de maneira prática.

Sabe-se que a capacidade de oxidação do carboidrato é limitada a aproximadamente


1 a 1,2 g de carboidrato por hora de exercício, aumentar a concentração de bebidas

55
carboidratadas acima de 6 a 10% não produz benefícios adicionais de performance, m e s m o
que a demanda energética seja elevada.

Além desses fatores, o consumo de proteína pode alterar a utilização de substrato


energético durante o exercício, aumentando a oxidação de proteína e poupando a glicose ou
glicogênio. Além de poder modular o turnover protéico, estimulando a síntese protéica e
diminuindo marcadores de dano muscular. Ou seja, minimiza a degradação e auxilia na
recuperação muscular. Sendo, portanto um achado prático significativo, já que levaria, a
longo prazo, a treinos consistentes e conseqüente melhora de performance.

Portanto se a ingestão concomitante de carboidrato e proteína pode retardar a fadiga


neste tipo de teste, melhorar a recuperação e diminuir dano muscular, pode ter um fator
prático na manutenção de um treinamento consistente, influindo indiretamente num
resultado positivo no dia da competição.

RECOMENDAÇÕES DE CONSUMO DE CARBOIDRATOS

• 5 a 8g/kg/dia

• Pode chegar a 10g/kg/dia

• Provas longas:

• 7 a 8g/kg/h

• Após: 0,7 a 1,5g/kg.

• Betaína - TMG (trimethylglycine)


(Cholewa et al., 2014; Mueller and Hings, 2013, Coates et al., 2005;).

A Betaína apresenta várias funções fisiológicas e possui potencial benefício para a


performance do atleta. A colina, metabolizada no intestino por bactérias é o principal precursor
da betaína. Derivada da glicina com síntese natural pelo corpo, atuando principalmente como
controlador de estresse ambiental nos rins para neutralizar a ação da ureia e variações de
salinidade do meio, tem sido usado como suplemento desportivo com a proposta de ajudar a

56
facilitar a hidratação por ser um osmólito4, ajuda a melhorar a circulação vascular e fluxo de
oxigênio o que pode ser benéfico para aumentar os ganhos de força, aumentar a resistência e
melhorar a recuperação pós atividade, existe ainda a hipótese de aumento da concentração de
creatina no músculo esquelético.

A betaína é reconhecida ainda por promover o equilíbrio de homocisteína atuando na


modulação gênica da mesma, atua ainda aumentando a lipólise, diminuindo a lipogênese,
aumenta a expressão de creatina e de GH.

Toxicidade/efeitos colaterais

Alguns estudos em humanos sugerem que uma suplementação alta de betaína pode
aumentar o LDL, o colesterol e os níveis de triglicérides (Olthof et al., 2005; McGregor et al.,
2002).

RECOMENDAÇÕES

• 2,5 a 5 g/dia duas doses até 2 semanas antes da competição.

• Farelo de trigo (1,4g/100g); gérmen de trigo (1,2g/100g), espinafre (0,6 - 0,65g/100g);


beterraba (0,1 - 0,3g/100g) (Sas, 2004).

• Estudos utilizam 2,5 g com efeito em resistência (Trepanowski et al., 2011)

• 5g em duas doses estudo de força (lee et al., 2010)

• 5g/l para hidratação (Hoffman et al., 2009)

• Disponível em pó, comprimidos e cápsulas.

4 - Osmólitos são pequenas moléculas orgânicas que foram selecionadas para contrabalançar estresses
ambientais em organismos vivos. Em muitos casos os estresses ambientais ameaçam a estabilidade
conformacional das proteínas e, portanto, vários osmólitos foram selecionados de forma a estabilizar
macromoléculas intracelulares. Os osmólitos podem ser subdivididos em sub categorias: Carboidratos pequenos
(incluindo açúcares (trealose), polióis (glicerol, inositol, sorbitol, etc) e derivados; Aminoácidos (glicina, prolina,
taurina, etc) e Metilaminas (como o TMAO e a glicina betaína).
57
• Cafeína - (1,3,7-trimetilxantina)
(Mueller and Hings, 2013, Braun et al., 2006; Coates et al., 2005; Greenwood et al.,
2008)

A cafeína é um composto químico encontrado em mais de 60 espécies de plantas,


incluindo grãos de café, guaraná, chocolate e castanhas, é absorvida no estômago e no intestino
com picos séricos após 45 a 60 minutos de ingestão e efeito por até 4 horas.

Estimula o cérebro e sistema nervoso central, estimula a oxidação de lipídios auxiliando o


gasto do glicogênio muscular e auxilia na proteção à fadiga e possui atividade termogênica.
Existem inúmeros estudos mostrando o espectro de benefícios do uso da cafeína, ela é
metabolizada no fígado pela enzima CYP1A2 do citocromo P450, no entanto existem
polimorfismos genéticos que alteram essa metabolização, influenciando na dose de cada
indivíduo.

A cafeína pode ser encontrada em muitos suplementos alimentares, que são


comercializados para aumentar a perda de peso, mas as evidências para apoiar esta
reivindicação, ainda são fracas.

É importante lembrar que Geralmente o efeito da Cafeína é acentuado com a abstinência


desta substância por 4 dias, seguida da ingestão feita de 3 a 4 horas antes do exercício (Burke e
Deakin, 1994; Driskell, 2000), além disso o consumo de uma dieta rica em carboidratos, pode
inibir o efeito da cafeína na lipólise (Weir et al. 1987)

Toxicidade/efeitos colaterais

Pode causar o aumento da glicose sanguínea, afeta a absorção de cálcio e excreção de


potássio e magnésio, o consumo associado à ginseng pode causar insônia por hiperestimulação

A cafeína estimula o HPA (eixo hipotálamo-hipófise-adrenal) que induz a resposta


endócrina semelhante ao observado ao estresse mental e físico. A cafeína actua como um
estimulante sobre o sistema nervoso central, causando um aumento no ritmo cardíaco e pressão
arterial, indivíduos predispostos à hipertensão parecem ser mais sensíveis a esta ativação HPA,
parece sensato o não uso de cafeína nestes casos (Greenwood et al., 2008)

58
RECOMENDAÇÕES

• 3-6 mg/kg peso/ dia.


• Quantidades elevadas podem ocasionar a desidratação;
• Para performance é de 200 - 300mg (Goldstein, 2010).

Quantidade de cafeína no Café

Tipo de Café Porção Cafeína


Espresso 30ml 40 - 75 mg
Café Coado em Geral 240ml 95 - 200 mg
Café Solúvel em Geral 240ml 27 - 173 mg
Quantidade de cafeína em Chá
Tipo de Chá Porção Cafeína
Chá Mate 240ml 27mg
Chá Preto 240ml 14 - 61mg
Chá Verde 240ml 24 - 40 mg
Chá Gelado Lipton® 240ml 11 - 17mg
Chimarrão 100ml 36 mg
Quantidade de cafeína em Refrigerantes e Energéticos
Refrigerante Porção Cafeína
Coca-Cola® 350ml 30 - 35 mg
Coca-Cola Zero® 350ml 35 mg
Pepsi® 350ml 32 - 39mg
Energéticos
Burn® 250ml 36mg
Monster® 240ml 80mg
Red Bull® 250ml 76 - 80mg
Outros Produtos
Produto Porção Cafeína
Achocolatado em Geral 240ml 4 - 5mg
Chocolate amargo 25g 17 - 23mg
Dorflex® 1 comprimido 50mg

Fontes: várias fontes coletadas

59
• Teacrina
*Informações técnicas do fabricante

** MBE analisado no capítulo 7

A teacrina é um alcalóide que possui alegação de aumento de energia, melhora de


performance e redução da fadiga, age em dois caminhos neurais: dopaminérgico e
adenosinérgico, teoricamente agiria estimulando essas vias e modulando outros
neurotransmissores, aumentando a energia sem causar irritabilidade e permitindo que atletas de
competição e indivíduos ativos melhorem o seu desempenho físico e mental.

Os receptores de dopamina como o D1-like, ao se ligarem à teacrina, interagem com o


complexo proteico Gs, ativando a enzima adenilato ciclase, e consequentemente, aumentando a
síntese de adenosina monofosfato cíclico (AMPc).

RECOMENDAÇÕES

• 50 a 200 mg

• Ecdisteróides
(Mueller and Hings, 2013)

Terceira classe de esteroides encontrados em plantas e insetos, já foram descobertos cerca


de 300 ecdisteróides, sendo que o 20-hidroxiecdisona (20-HE) é o principal com significado
biológico em produzir efeito anabólico e diminuição de colesterol. Podem estimular e
fortalecer o sistema imune e apresentam função adaptogênica e aumentam a resistência ao
estresse .

RECOMENDAÇÕES

• 200 mg of 20-HE

• Quinoa - Hydroxyecdysone 15,84 mg/100g

60
• Rutaecarpine
(Mueller and Hings, 2013)

É um alcalóide utilizado como suplemento dietético para tratamento de condições


inflamatórias, a Evódia tem em sua constituição a sinefrina que é utilizada em medicamentos
para perda de peso devido a sua capacidade de aumentar metabolismo e queimar gordura além
de diminuir o apetite, semelhante à capsaicina da pimenta.

Seu uso pode beneficiar o atleta pela proteção contra inflamação crônica.

Rutaecarpina pode ser preparada como um extrato por ebulição contendo entre 1,5 a 12 g
de frutos secos em água durante fervendo de 5 a 10 minutos e depois filtrando. Os atletas
podem beber o extrato até 3 vezes ao dia, incluindo uma hora antes do treino.

RECOMENDAÇÕES

• Dose não estabelecida, sugestão de consumo de 10 a 100 mg

ATENÇÃO !!!!

Os alimentos e nutracêuticos a seguir fazem parte de um grupo de princípios bioativos de


origem animal, não sendo considerados fitoterápicos, estando nesta lista por terem efeito no
ganho de massa e força muscular

• BCAA (Princípio bioativo - origem animal)


(Miller and Hings, 2013; Greenwood et al 2008; Deldicque et al., 2005)

Composto por leucina, isoleucina e valina e apresenta metabolização no fígado, a leucina


tem alegação de aumentar a síntese proteica , além disso, parece contribuir com a prevenção de
perda de massa magra, diminuição de marcadores de dano muscular como a creatina quinase e
lactato desidrogenase.

61
O b-Hydroxy-b-methylbutyrate é um metabólito da leucina e está associado a um
potencial anticatabolismo. Estimula a síntese de proteínas do músculo diretamente,
independente de insulina, através da via de fosforilação de proteínas de segundo mensageiro,
tais como a do complexo de eIF-2B (o único dos três reguladores da síntese de proteínas
musculares que é o complexo Raptor-mTOR (Regulatory Associated Protein of Mammalian
Target of Rapamycin) e suas proteínas reguladoras S6K1 e 4E-BP1, ou o complexo eIF-2B (o
único dos três que não estão sob o controle direto de mTOR).

Pode limitar a imunossupressão originada pelo exercício por limitar a redução da


glutamina sérica.

Baranyi et al., 2016 afirma que baixos níveis de BCAA no sangue estão diretamente
correlacionados à depressão por influenciarem no complexo mTOR.

Toxicidade/Efeitos colaterais

Sem efeitos tóxicos relatados até a dose de 2,5g/kg/dia (Shimomura et al., 2004)

Um estudo muito artigo de Davis (1995) relata que altos níveis de BCAA podem diminuir
a concentração de triptofano cerebral e pode estar relacionado a depressão, hipótese de fadiga
central, um artigo de revisão de Romain et al (2009), relata que esta evidência ainda não é
muito clara .

RECOMENDAÇÕES

• Uso anterior ou durante o treino

• Maior dosagem de leucina e mesma dosagem de valina e isoleucina

• 6 a 14 g por dia

• 2 ou 3:1:1

62
• Caseína e Whey Protein
(Fischborn, 2009; Carvalho, et al. 2008; Haraguchi, Abreu, Paula, 2006)

Presentes em todos os tipos de leite, a proteína do leite bovino contém cerca de 80% de
caseína e 20% de proteínas do soro, percentual que pode variar em função da raça do gado, da
ração fornecida e do país de origem.

O consumo de proteína pós-exercício acelera a reparação tecidual e recuperação


muscular; além de poder acelerar a recuperação do glicogênio muscular.

Estudos recentes têm demonstrado que adicionar proteína a uma bebida esportiva rica
em carboidrato, aumenta a capacidade de endurance, aumenta a reidratação, atenua
marcadores bioquímicos de degradação muscular, e melhora a função muscular
subseqüente ao exercício.

Há evidências também de que a síntese protéica e o balanço protéico positivo


são favorecidos quando o consumo de proteína (com ou sem carboidrato) é realizado
logo após o término de um exercício de endurance, favorecendo a reparação do tecido
e a recuperação muscular.

A síntese de proteína aumenta em humanos após provas de resistência, desde que o


estímulo seja suficiente. Trata-se de um aumento temporário, que persiste por até 48 horas após
atividades intensas, ocorrendo o pico nas 3 horas posteriores ao exercício.

Pessoas envolvidas em treinos de resistência aeróbia necessitam de 1,2 a 1,4g de proteína


por quilograma de peso ao dia, enquanto que atletas de força, 1,6 a 1,7g por kg de peso/dia,
bem superior aos 0,8-1,0 g por kg de peso/dia, estabelecidos para indivíduos sedentários. Além
disso, quanto menor o intervalo entre o término do exercício e a ingestão proteica, melhor será
a resposta anabólica ao exercício.

Outros estudos apontam que a utilização de mais de 2,6g/kg de proteína em atletas de


força não proporcionaram efeitos adicionais nem na performance, nem na composição
corporal. Quando esse limite é extrapolado, não há benefícios para o ganho de força e massa
muscular . A alta concentração de proteína (4g/kg) pode provocar um desequilíbrio no ciclo de
Krebs, para produção energética pela falta do substrato carboidrato, aumentando as
concentrações de corpos cetônicos, aumento nas concentrações do cortisol, comprometendo a
síntese protéica.
63
RECOMENDAÇÕES

• 20 a 40g por dia

• Whey antes da atividade física e caseína depois

• Creatina
% % (Volek, 2004; Guzun et al., 2011; Kreider et al., 2004; Greenwood et al., 2003, Vatani et
al., 2011)

A creatina é é um composto de aminoácidos presente nas fibras musculares e no cérebro,


sintetizada no fígado, rins e pâncreas a partir da arginina, glicina e metionina. É armazenada
no músculo esquelético, na forma livre (40%) ou fosforilada (60%). Sendo que a forma
fosforilada exerce importante papel na contração muscular como reservatório de energia para
atividades de curta duração e alta intensidade.

O corpo humano armazena cerca de 120g de creatina em um homem de 70 Kg, sendo


95% no músculo esquelético.

A utilização da energia via creatina necessita de Magnésio, que deve ser lembrada a fonte
na dieta para garantir a disponibilidade de energia via creatina.

A CK (creatina quinase) e creatinina são marcadores do estresse de energia! Só terá muita


creatinina, que é a creatina não fosforilada que é eliminada pelos rins causando sobrecarga
renal, se houver dificuldade de fosforilação da creatina (por exemplo quando há pouco ATP).

É importante lembrar que todos os mecanismos celulares de geração e uso de energia


dependem da creatina-fosfato (ATP-Pc).

A creatina aumenta a performance muscular (quando há quantidade ideal de ATP) e o


estado de energia da célula (ATP-Pc);

Facilita o transporte energético intracelular e facilita a utilização de energia na célula;

64
Estimula e estabiliza a atividade mitocondrial;

Estabiliza reações químicas com efeito anti-apoptótico na mitocôndria;

Apresenta efeito antioxidante leve (na mitocôndria) portanto reduz dano oxidativo no ATP
mitocondrial.

Regula marcadores inflamatórios durante os exercícios de endurance

Aumenta o volume muscular por retenção de água tendo como propriedade a capacidade
de regular água celular.

Diminui a homocisteína e peroxidação lipídica e estabiliza as membranas plasmáticas,


particularmente a dos eritrócitos.

A associação de creatina + dextrose é melhor do que a creatina monohidratada pura a


hipótese para explicação desse fato pode ser que a dextrose possa ser utilizada como fonte de
ATP.

Segundo Arazi et al (2011), o uso de 20g de creatina monoidratada por 7 dias tem como
resultado o aumento da velocidade, do volume muscular, da força muscular, da velocidade no
sprint, da energia jump, da resistência e da fadiga. Além disso, com o uso de 20g/dia segundo
Vatani et al (2011) ocorre a modulação hormonal com aumento de produção de GH e
testosterona e diminuição do cortisol em nadadores.

Toxicidade/efeitos colaterais

Náuseas, vômitos, cólicas, desidratação, retenção de líquidos

(Braun and Marc, 2006)

RECOMENDAÇÕES

• 2 a 3 g diariamente

• Por 4 - 8 semanas, com ou sem pausa

65
6.2. Alimento Funcional e Fitoterápico para o Sistema
imunológico


Existem fortes evidências de que atletas que treinam de forma intensa, ou tenham
competido recentemente tem um aumento do risco de adoecer e ter infecções principalmente as
respiratórias normalmente causadas por vírus que não respondem a antibióticos, isto pode ser
piorado pelo baixo consumo de calorias e carboidratos que comprometem o funcionamento do
sistema imune. Somado a altos níveis de hormônios relacionados ao stress metabólico (cortisol,
epinefrina/adrenalina) e citocinas inflamatórias (interleucina 6 e 10) (Jeukendrup, 2010).

Para auxiliar o sistema imunológico no seu funcionamento, é recomendado manter uma


nutrição adequada em consumo de energia, proteínas (baixo consumo afeta as células T,
vitaminas e minerais essenciais, principalmente ferro, zinco e vitaminas B6 e B12, que em
níveis baixos podem influenciar um funcionamento inadequado do sistema imunológico.

Por outro lado algumas vitaminas são essenciais para o funcionamento adequado do
sistema imunológico entre elas as Vitaminas A e E, o ácido fólico, B6, B12 e vitamina C, além
disso minerais como o zinco, ferro, magnésio, selênio e cobre, lembrando que o ferro e o zinco
parecem ter um requerimento maior, evidenciado pela maior perda na urina, no entanto o
excesso de suplemento destes pode prejudicar a função imune.

A utilização da suplementação a níveis de requerimentos parece ser eficiente, também é


interessante monitorar por meio de exames bioquímicos os níveis séricos de ferritina,
hemoglobina e níveis de zinco (zinco nos eritrócitos) (Calder, Field & Gill, 2002; Nieman &
Pedersen, 2000).

Alguns atletas têm mais riscos em relação a estas deficiências, entre eles:

• Atletas que restringem o consumo energético;

• Atletas em tratamento de perda de peso;

• Atletas com um padrão alimentar pobre;

• Atletas que apresentam consumo de alimentos com baixa densidade nutricional;


66
Gleeson (2006) e Neiman (2008) relatam que estudos demonstram que o uso de
carboidrato durante a atividade física de longa duração atenuam os efeitos nocivos da atividade
física sobre o sistema imune, no entanto esta evidência foi demonstrada em um universo
pequeno. A Tabela 6.2.1. apresenta alguns dos possíveis suplementos relacionado a
imunonutrição.

In vitro, cultura de células animal têm demonstrado alguma eficiência em relação ao


sistema imunológico, no entanto estudos com humanos ainda são necessários, entre eles
destacamos o -glucano, curcumina, quercetina, isoquercetina, EGCG (epigalocatequina
3-galato), e outros polifenóis de plantas (Neiman, 2009).

Tabela 6.2.1. Avaliação dos Princípios Ativos de alimentos funcionais utilizados na


suplementação de atletas visando melhora da imunidade

NR - não recomendado; R - recomendado


Fonte: Adaptado de Nieman, 2008

67
A tabela 6.2.2. mostra as principais fontes alimentares das substâncias bioativas

Tabela 6.2.2. Fontes de Substâncias bioativas recomendadas para a imunonutrição de atletas de


treinamento intenso e pós competição

Fonte: Behind et al., 2004; Faroni, 2009; Bartels e Miller, 2003

A seguir serão abordados alguns dos principais princípios bioativos relacionados a


alimentos funcionais e fitoterápicos que possuem efeito sobre o sistema imunológico.

68
• Gingerol
(obs. Curcumim apresenta características muito semelhantes)

(Muller and Hings, 2013; Braun and Marc, 2010; Whatson and Preedy, 2010; Su et al.,
2008; Concepición, 2007; Eskin e Tamir, 2006; Coates et al., 2005)

O gengibre apresenta mais de 50 tipos de antioxidantes e é uma alternativa para o uso de


antiinflamatório não esteroidais (NSAIDs). O gingerol bloqueia a ação enzimática da
ciclooxigenase-1 (COX-1) e ciclooxigenase-2 (COX-2), responsável pela produção de
prostaglandinas indutoras da inflamação. Também diminui a produção de citocinas
pró-inflamatórias dessensibilizando o receptor para dor encontrado em nervos periféricos
(TRPV1), melhorando a dor e inchaço e aumentando a mobilidade em pessoas com
osteoartrite, muito comum em atletas.

O sumo do gengibre (2 a 4ml/kg por via oral) parece ter efeito superior ao fármaco.
Trabalhos mostram também ação do gengibre no aumento da motilidade gástrica reduzindo o
feedback para quimiorreceptores centrais relacionados à saciedade

Toxicidade/efeitos colaterais

Irritação gástrica, dispepsia

RECOMENDAÇÕES

Gingerol

• 0,5 a 2g/dia gengibre

• (1g 2x/dia)

Curcumim

• 300 mg ou

• 3g de curcuma por dia

69
• Alicina
(Mueller and Hings, 2013; Braun and Marc, 2010; Whatson and Preedy, 2010; Su et al.,
2008; Concepición, 2007; Eskin e Tamir, 2006; Coates et al., 2005)

Considerado um dos primeiro agentes fitoterápicos utilizado por atletas, na Grécia antiga
era utilizado para aumentar a força e resistência durante a competição desportiva e da guerra.
Existem mais de 30 compostos sulfurados do alho que podem proporcionar benefícios anti
inflamatórios e auxiliam na imunidade, a alicina é o encontrado em maior quantidade.

Estudos laboratoriais, principalmente com animais, vem mostrando que o extrato de alho
envelhecido (AGE) pode beneficiar a saúde do músculo esquelético durante o treinamento,
além de auxiliar a combater infecções e resfriados comuns. Rico em arginina que está
associada a propriedades antioxidantes quando consumida junto com carboidratos complexos,
além disso a quantidade de selênio e flavonóides presentes podem influenciar seu efeito.

O aumento de actividade de várias enzimas de destoxificação, incluindo NAD(P)H:


quinona oxidorredutase e glutationa (S)-transferase (GST),

Está relacionado a diminuição da pressão sanguínea, de fadiga e aumento da endurance.

Toxicidade/efeitos colaterais

Odor característico no hálito e pele, alguns indivíduos podem ter sintomas


gastrointestinais como azia, dor , gases, náuseas e diarréia, casos raros são descrito com reação
alérgica e hemorragia descontrolada.

Pode ocorrer a inibição da atividade CYP2E1(sistema do citocromo P4505) em 39% com


o uso de óleo de alho.

Contraindicado para pacientes com uso de retrovirais por interferir na ação dos mesmos.

5 - Família de proteínas chamadas Citocromos P450, são enzimas envolvidas na conversão de compostos
insolúveis como fármacos ou outras moléculas em substâncias hidrossolúveis, facilitando a excreção por via
urinária, bile, suor, leite ou saliva. Importante na biotransformação de xenobióticos em moléculas inertes em
espécies químicas altamente reativas que podem causar dano celular/tecidual.

70
RECOMENDAÇÕES

• Um dente de alho picado por dia ou

• Extrato padronizado 600 a 1200 mg/dia dividido em 3 doses;

• 80 mg de allicin, diminuem marcadores inflamatórios

• Glutationa (GSH)
(Matthaiou et al., 2014; Ribas et al., 2014; Muller and Hings, 2013, Braun and Marc,
2010; Whatson and Preedy, 2010; Greenwood et al., 2008; Coates et al., 2005)

Sintetizada a partir da L-cisteína, L-Glutamina e glicina no fígado. Estimativa de se obter


100 mg a partir da dieta convencional oriunda de alimentos protéicos e castanha. No corpo, a
enzimas antioxidantes como a superóxido dismutase (SOD), catalase (CAT) e glutationa
peroxidase (GPx) são as nossas linhas mais importantes de defesa para a destruição dos
radicais livres.

O exercício extremo diminui os níveis de glutationa, sendo interessante a suplementação


de seus precursores para otimizar este nível em atletas. A GSH protege a célula contra dano
causado pelos radicais livres, auxiliando na proteção contra infecções e resfriados. No entanto
a GSH, não é bem absorvida pelo trato gastrointestinal, uma solução seria a administração de
seus precursores (N-acetilcisteína, L-leucina e L-glutamina)

O espinheiro do mar (Sea Buckthorn) restaura os níveis de GSH e de GPx (Glutationa


peroxidase) atuando também no processo inflamatório reduzindo os marcadores creatina
quinase e proteína C-reativa. A GSH é influenciada pela quantidade de selênio tendo em vista
que este mineral é um cofator da glutationa peroxidase. Importante na biotransformação do
S-Adenosilmetionina (SAMe) que é um importante antioxidante no organismo.

O uso de suco de romã pode auxiliar no aumento de GSH, diminuição de ERON e reduzir
lipídios. Modular o estresse oxidativo após exercício, mas não inibir, pois é importante para o
ganho de massa

71
RECOMENDAÇÕES

• Precursores de GDH

• 700 mg de cistina e 280 mg de teanina

• Bland (L-cisteína, N-acetil cisteína, ácido glutâmico, glicina )

• 600 a 1200 mg (600 mg 2x/dia)

• Quercetina (isoflavonas)
(Muller and Hings, 2013; Braun and Marc, 2010; Huber e Rodrigues, 2008; Coates et al.,
2005)

É um flavonóide antioxidante natural de muitas frutas cítricas, melhora a produção de


energia, sistema imunológico e atua como antiinflamatório,auxilia na recuperação pós treino,
podendo ser um importante coadjuvante no tratamento de atletas com alergias e asma.

Pode ser usado também como antiviral.

RECOMENDAÇÕES

• 200 a 400 mg (200 mg 3x)

• 20 minutos antes da atividade física

• Resveratrol
(Muller and Hings, 2013; Braun e Marc, 2010; Li et al., 2008; Concepción, 2007)

O resveratrol é um polifenol, também classificado como uma fitoalexina, produzido em


muitas plantas como resposta à infecção por fungos fitopatógenos. É encontrado
principalmente na uva na forma de dois isômeros, cis e trans, tanto na forma livre quanto
ligado a um resíduo de glicose.
72
Os atletas podem beneficiar com o uso por aumentar a resistência e melhorar a
recuperação pós atividade física. Apresenta propriedades antiinflamatórias e antioxidantes
principalmente do LDL e inibição de agregação plaquetária. Parece ter uma relação direta com
o metabolismo de lipídios podendo ser um agente regulador do mesmo.

Os dados disponíveis sugerem que o resveratrol pode exercer os seus efeitos através de
diferentes mecanismos (antioxidante, agregação de plaquetas, de transcrição de genes), alguma
forma dependente da dose, e também tem sido classificada como um fitoestrogênio uma vez
que é um agonista do receptor parcial estrogênio.

Toxicidade/efeitos colaterais

Pode interagir com digoxina (plástico, papéis e pesticidas) e inibir P-gp6 (glicoproteína P)
e CYPs (citocromo P450), pode ter propriedades pró-oxidantes e citotóxicas.

RECOMENDAÇÕES

• 200 a 400mg

• Dois copos de suco de uva

• Uma taça de vinho tinto

6 - Transportadores ativos de drogas nas membranas, responsáveis pela biodisponibilidade de muitas drogas, de
um modo geral, a ativação do funcionamento (indução) da bomba P-gp reduz a absorção e aumenta a excreção de
drogas

73
• Probióticos
(Hold, 2014; Tilg e Moschen, 2014; Dominguez-Bello et al., 2010; Koenig et al.,
2011; Albenberg e Wu, 2014; Faith et al., 2013; Tihonen et al., 2010)
Livro compostos bioativos dos alimentos -
Capítulo 9 - O papel da fibra na promoção da saúde e na dieta. 
Percegoni, NUNES, Gomes, 2015

A microbiota intestinal apresenta importante papel nos processos metabólicos,


imunológicos e nutricionais. Assim sendo, alterações na composição dessa microbiota, têm
sido relacionadas a uma série de desordens, dentre as quais se destacam doenças inflamatórias
intestinais, obesidade e diabetes. O estabelecimento da microbiota ocorre nos estágios iniciais
da vida, sendo influenciada ainda pelo tipo de parto e a alimentação nos primeiros meses de
vida.

Inicialmente, as bactérias que colonizam o intestino de bebês nascidos com parto normal
são as bactérias típicas da região vaginal e da microbiota fecal como Lactobacillus e Prevotella
ssp. Já nos bebês que nascem por parto cesáreo, a microbiota intestinal é colonizada por
bactérias presentes na pele e no ambiente hospitalar .

Além desses, outros fatores influenciam na composição da microbiota: o aumento no


tempo de trânsito intestinal, uma vez que quanto mais tempo as fezes permanecem no intestino,
maior será a proporção de bactérias disbióticas; a fermentação da fibra solúvel, fazendo com
que o amido resistente seja consumido pelas bactérias disbióticas, limitando a fonte nutricional
p/ bactéria probiótica gerando disbiose; o pH intestinal que deve ser levemente ácido, pois se
for totalmente alcalino, as bactérias probióticas que são acidófilas não sobrevivem; além dos
requerimentos nutricionais que relacionam-se diretamente com o estado imunológico,
permitindo o combate à infecções.

Modificações na composição dietética e intervenções nutricionais específicas têm


apresentado impacto sobre a diversidade da microbiota intestinal, uma vez que os
microrganismos resistentes obtêm energia para crescimento via metabolismo de nutrientes
ingeridos pela alimentação, bem como de produtos finais e intermediários provenientes da
fermentação das fibras.

RECOMENDAÇÕES

• Variam de acordo com o caso clínico, estado nutricional e presença de disbiose

74
Tabela 5.3. Principais bactérias que podem estar presentes na microbiota intestinal
influenciando positivamente o sistema imunológico e como são afetadas pela dieta

UFC: Unidades Formadoras de Colônias; PPT: Proteínas; LIP: lipídeos; n-6: ácido graxo ômega 6; PUFA:
ácidos graxos poliinsaturados
Fonte: Adaptado de: Lerayer, Antunes e Oliveira, 2013; Franklin et al., 2001; Brown, DeCoffe, Molcan e
Cols, 2012;

75
6.3. Alimento Funcional e Fitoterápico Antioxidantes


Esporte de alto rendimento apresenta grandes exigências e muitas vezes períodos longos
de treinamento pesado, isto pode levar a um estado de oxidação contínua. Esta situação acaba
levando a uma produção excessiva de radicais livres que podem produzir fadiga crónica. Nesta
situação o corpo precisa lançar mão de antioxidantes que atuam modulando e retardando a
oxidação de outras moléculas evitando maiores danos a tecidos e membranas celulares, as
vitaminas de uma forma geral possuem propriedades antioxidantes, e entre os minerais se
destacam o zinco, o selênio e em outra classificação os polifenóis, que se caracterizam como
um conjunto heterogêneo de moléculas com características comuns, entre os quais o grupo de
flavonóides (Gil-Antuñano et al., 2009).

Além dos compostos já abordados anteriormente (Rutaecarpine, Gingerol, Alicina,


Quercetina, Resveratrol, Curcumina) e algumas vitaminas e minerais como Vitamina E,
Vitamina C, Zinco, Selênio, podemos avaliar o uso em atletas dos ítens abaixo:

• Coco (TCM)
(Choo et al., 2010; Reranil et al., 2011; Ferreira et al., 2003; Silva et al., 2011;
St-Onge et al., 2003)

O óleo de coco é um óleo composto por ácidos graxos de cadeia média que apresentam
rápida metabolização no fígado. Apresenta diferentes ácidos graxos em sua composição, entre
eles destaca-se o ácido láurico, o de maior concentração, que também é encontrado no leite
materno e possui propriedades na saúde humana . Além disso, o óleo de coco apresenta um
maior teor de polifenóis e antioxidantes naturais do que outros óleos comestíveis.

Em pesquisa experimental realizada com indivíduos hipercolesterolêmicos,


suplementados com 30mL/dia de Óleo de coco, observou-se melhora significativa nas
variáveis antropométricas e bioquímicas dos mesmos, tais como: peso, IMC, perímetro
abdominal, relação abdômen-quadril, VLDL-c, colesterol não HDL, Apoliproteína A e PCR-us.

Parte desses benefícios podem estar associados à presença dos triglicerídeos de cadeia
média (TCM) no óleo de coco, os quais estão relacionados a maior gasto energético e

76
oxidação, o que levaria à diminuição dos depósitos de gordura do corpo. Os autores acreditam
que o óleo de coco possa exercer efeitos benéficos no perfil lipídico e cardiovascular de
indivíduos dislipidêmicos.

Em um estudo realizado com indivíduos com sobrepeso, se comparou os efeitos da dieta


rica em TCM e da dieta rica em TCL sobre a composição corporal. As dietas fornecidas eram
idênticas se diferenciando apenas pela qualidade da gordura e além disso, os voluntários
consumiram apenas as refeições que lhe eram fornecidas. Ao final do estudo foi demonstrado
que o TCM consumido em uma dieta controlada, leva a maior perda de peso que o TCL,
concluindo que o primeiro pode ser considerado como agente auxiliador na prevenção da
obesidade ou estimulador potencial da perda de peso.

No entanto, estudos posteriores indicam não haver relação na suplementação de TCM no


desempenho em exercícios de ultra-resistência. Os estoques corporais de glicogênio não são
poupados nem a performance de um atleta é melhorada na ingestão concomitante de
carboidratos e TCM. Sugere-se o emprego, por mais estudos, de tempo se estímulo maior, tais
como exercícios a partir de 5 horas de duração, e concentrações intermediárias desses ácidos
graxos saturados, por volta de 50 a 60g .

RECOMENDAÇÕES

• Ainda não muito bem estabelecidas

• Capsaicina
(Muller and Hings, 2013; Whatson and Preedy, 2010; Eskin e Tamir, 2006; Kovacs e
Mela , 2006)

A capsaicina é um alcalóide que provoca alívio temporário na dor muscular e articulações


por meio do uso tópico, utilizada para dor e como anti inflamatória, promove o direcionamento
da circulação para a região afetada, facilitando sua recuperação.

Existe evidência de que a capsaicina pode ajudar a aumentar a queima de energia por
meio da ativação do sistema nervoso simpático.

77
A capsaicina atua por estimulação da secreção de catecolaminas a partir da medula
adrenal, principalmente através da activação simpática do sistema nervoso central.

O consumo de 10g de pimenta contendo 30 mg de capsaicina aumenta em 23% o gasto


energético após o consumo, com aumento da oxidação de carboidrato e diminuição da
oxidação de lipídios por até 150 minutos,

A capsaicina suprime a produção de PGE2 por inibição da enzima COX-2, e induz a


síntese de óxido nítrico-sintetase (iNOS) de um modo dependente da dose.

• Coenzima Q10
(OBs. Princípio ativo de origem de alimento funcional de fonte animal)

(Mueller and Hings, 2013; Concepción, 2007)

A ubiquinona ou Coenzima Q10 é um lipídio solúvel que funciona como um potente


antioxidante, ajudando a destruir os radicais livres que podem causar danos às células do
corpo. A coenzima Q10 é naturalmente encontrado em concentração mais elevada dentro dos
órgãos e dos músculos. A Coenzima Q10 pode ser encontrado em carnes, aves e peixes.

Principais benefícios são: melhora no uso de oxigênio nos músculos cardíacos e


esqueléticos, levando a aumentos de capacidade máxima aeróbia, resistência anaeróbia e
capacidade de trabalho global. A coenzima Q10 é comercializada como um agente de
recuperação, ajudando a reduzir a lesão muscular induzida por exercício.

Atletas com doenças musculares, tais como a distrofia muscular, bem como atletas
diabéticos apresentam menores níveis de coenzima Q10 e podem se beneficiar com a
suplementação.

Tem sido usado com 50% de sucesso para indivíduos com enxaqueca

Toxicidade/efeitos colaterais

Pode apresentar náuseas, perda de apetite, dor de estômago e diarréia devido a inúmeras
interações fármaco-nutrientes

78
RECOMENDAÇÕES

• 60 a 300 mg

• (100 mg 3x/dia)

6.4. Alimento Funcional e Fitoterápico para


Composição Corporal


Alimentos como o óleo de coco e a vitamina D, parecem ter algum um papel no controle
do peso corporal, outros alimentos considerados termogênicos como a pimenta, canela e o café,
podem ser utilizados como recursos terapêuticos no controle do peso dos atletas no entanto o
ganho de peso de um indivíduo ainda depende de uma série de fatores, entre eles os fatores
genéticos.

A atual epidemia de obesidade e suas complicações associadas, incluindo diabetes tipo 2,


doença hepática gordurosa não alcoólica, e mortalidade cardiovascular prematura, tem
aumentado a necessidade da compreensão dos processos que regulam o tecido adiposo e de
ganho de peso. O aumento da adiposidade é um processo complexo que é impulsionado tanto
pelo aumento no tamanho quanto do número dos adipócitos e reflete um desequilíbrio entre a
ingestão, o armazenamento e a utilização de energia pelo organismo por meio do acúmulo de
lipídeos (Litwach, 2013).

A obesidade é uma doença de causa multifatorial sendo que o acúmulo de tecido adiposo
é dependente de uma interação complexa entre a herança genética e os contextos sociais e
ambientais. Embora existam vários fatores que podem contribuir para a obesidade, é consenso
que a causa principal seja o aumento na absorção de nutrientes fontes de energia e a redução do
gasto calórico (Lattimer & Haub, 2010)

Mas o que causa a obesidade? Pode-se dizer de forma sucinta que em humanos, a base
genética explica cerca de 40% da variação da massa corporal gorda e pode ocorrer por
mutações no gene IRX3 (presente no hipotálamo), no gene FTO (Fat mass and obesity
associated) e em mais de 70 genes relacionados à obesidade,que em geral se expressam mais
no cérebro de pessoas que são obesas (Melmed et al., 2011). Dentre as alterações genéticas,
pode-se destacar:

79
1. Mutação da expressão gênica e dos receptores de leptina;

2. Mutação do gene que expressa a pró-hormônio convertase I:

3. Mutação do gene pró-opiomelanocortina;

4.Mutação do receptor 4 de melanocortina;

5. Mutação do receptor de neurotrofina TrkB;

6. Obesidade por síndrome pleiotrópica (os cromossomos homólogos não se pareiam para
o crossing-over causando um distúrbio que pode ocasionar problemas genéticos);

7. Síndrome de Prader-Willi e

8. Mutação do gene SIM I (the human homolog of the Drosophila single minded).

Contudo, somente a genética não poderia explicar o aumento crescente dos índices
epidemiológicos de obesidade nos últimos anos. A contribuição dos outros 60% de fatores
restantes que contribuem com o aumento do peso, segundo Melmed et al., (2011) pode ser
explicitada de forma mais resumida a seguir:

1. Aumento de consumo de calorias disponíveis na dieta e de alimentos hipercalóricos;

2. Diminuição de atividade física e consequente diminuição do gasto metabólico e


aumento do acúmulo de reservas lipídicas;

3. Estilo de vida e contato com ambiente obesogênico que influenciam o aumento do


consumo

4. Influência da alimentação dos adultos sobre o comportamento alimentar de crianças e


adolescentes.

Como é possível perceber, a dieta e o consumo de alimentos apresentam um papel


fundamental no ganho de peso e, portanto no desenvolvimento e aumento da obesidade tanto

80
no que se refere aos fatores genéticos quanto aos fatores psicossociais (Lattimer & Haub, 2010;
Cremers, 2012; Kasubuch, Hasegawa, & Hiramatsu, 2015).

Outro ponto que torna importante a prescrição dietoterápica com a inclusão de fibras na
dieta é que para as pessoas mais obesas, o balanço energético negativo e a consequente perda
de peso, podem ser mais facilmente alcançados pela diminuição da ingestão de alimentos
calóricos que pelo aumento da atividade física. Portanto, a intervenção dietética e o uso de
fibras na alimentação são considerados fatores imprescindíveis na terapia de perda de peso,
controle e prevenção da obesidade (Melmed et al., 2011).

• Fibra da Dieta
(Lattimer et al., 2010; Lattimer e Haub, 2010; Melmed et al., 2011; Dokkum, 2010;
Chaves, et al., 2014)
Livro compostos bioativos dos alimentos
Capítulo 9 - O papel da fibra na promoção da saúde e na dieta
Percegoni, NUNES, Gomes, 2015

As fibras da dieta são um grupo de componentes alimentares resistentes à ação das


enzimas digestivas, encontradas principalmente em frutas, vegetais e cereais. Apesar de serem
indigeríveis no intestino humano, as fibras são completa ou parcialmente fermentadas ao longo
do intestino, formando produtos indispensáveis à saúde dos colonócitos. Apresentam
propriedades funcionais e tecnológicas que permitem o seu uso na formulação de alimentos
com grandes benefícios à saúde humana.

O consumo de fibras altera a composição da microbiota intestinal, e o entendimento das


interações entre as fibras da dieta e a composição da microbiota intestinal, consiste em um
meio de manutenção ou melhora da microbiota, principalmente quando há um quadro de
disbiose existente.

A inclusão de fibras na dieta é que para as pessoas mais obesas, o balanço energético
negativo e a consequente perda de peso, podem ser mais facilmente alcançados pela
diminuição da ingestão de alimentos calóricos que pelo aumento da atividade física. Portanto, a
intervenção dietética e o uso de fibras na alimentação são considerados fatores imprescindíveis
na terapia de perda de peso, controle e prevenção da obesidade (Melmed et al 2011).

81
Segundo Lattimer e Haub (2010) a maioria dos estudos indica que o consumo de fibras
tanto solúveis quanto insolúveis proporciona o aumento da saciedade e diminui a fome e a
ingestão calórica (Lattimer e Haub, 2010); já McCleary e Prosky (2001) descrevem que a
utilização de uma mistura de fibras solúvel e insolúvel parece ser mais eficiente que o uso
isolado de uma ou outra para a perda de peso corporal (McCleary e Prosky, 2001). A partir do
consumo de 8g de fibra a cada 1000 kcal já se obtém esse efeito na perda de peso e o consumo
de 14 g de fibra/dia está associado a uma diminuição de 10% no consumo de energia e a uma
perda de peso de 1,9 kg após 3,8 meses de dieta (Dokkum, 2010).

Figura 6.4.1. Classificação das fibras alimentares segundo suas propriedades químicas
Fonte: Livro compostos bioativos dos alimentos - Capítulo 9 - O papel da fibra na promoção da saúde e na dieta.
Percegoni, NUNES, Gomes, 2015

Tanto a fibra solúvel quanto a insolúvel contribuem para o controle de peso no que se
refere à obesidade; isso ocorre porque o aumento do consumo de fibra dietética resulta em uma
diminuição do teor de energia metabolizável da dieta (Lattimer e Haub, 2010).

82
Mas como a fibra auxilia e contribui com a diminuição das reservas adiposas? Dentre os
mecanismos de ação das fibras no auxílio à redução de peso corpóreo destacam-se
principalmente os seguintes aspectos (Dokkum, 2010; Chaves et al., 2014):

• Contribuição na redução da densidade calórica da dieta em razão da alta


capacidade das fibras solúveis em reter água (pectinas, gomas, mucilagens, psyllium);

• Estímulo da secreção salivar e do suco gástrico, favorecendo a sensação de


saciedade em razão da maior necessidade de mastigação;

• Redução da velocidade do esvaziamento gástrico e distensão do estômago,


diminuindo a fome e prolongando a sensação de saciedade;

• Diminuição da absorção de macronutrientes, principalmente de ácidos graxos e


de sais biliares no intestino delgado;

• Efeitos sobre os hormônios gastrointestinais (tais como a colecistocinina,


gastrina ou glucagon);

• Diminuição da insulinemia e consequente diminuição da lipogênese,


principalmente a abdominal devido ao controle dos níveis de glicemia pós-prandial;

• Aumento da sensibilidade à insulina e redução de peso (observado apenas em


modelos animais), sendo este efeito relacionado tanto com as fibras alimentares quanto
pela presença de amido resistente;

• Melhora da resposta glicêmica por retardar o tempo de liberação de glicose


como combustível e por consequência, aumentar a utilização de lipídios plasmáticos.

Desta forma, a inserção de fibras à dieta para perda ou manutenção de peso corporal,
consiste em uma estratégia imprescindível ao sucesso da conduta nutricional nestes casos. Vale
lembrar que esta dieta deverá conter diferentes tipos de fibras em todas as refeições (Figura
6.4.1.), visando manutenção dos benefícios explicitados acima de forma homogênea ao longo
do dia.

83
Alimento Funcional e
Fitoterapia aplicada ao Esporte:
Teacrina e a Medicina Baseada em Evidência

7
A teacrina (ácido 1,3,7,9-Tetrametilúrico), é um alcalóide
composto por 4 radicais metil, metabolizado no organismo em
cafeína e que segundo seus fabricantes, melhora os processos
metabólicos naturais do corpo para fornecer energia, aumentar
performance por reduzir a fadiga, além de melhorar a
MBE motivação, humor e cognição.
(Medicina Mas poucos trabalhos são encontrados em humanos e se a
Baseada em substância é encontrada em alguns tipos de café e cupuaçú que
são plantas encontradas facilmente e de consumo no Brasil,
Evidência) por que deveríamos prescrever teacrina?

Vivemos em uma era de indústrias e corporações, e com


elas surgiu a ideia do NUTRICIONISMO que é um principio
analítico-reducionista.

Este princípio se baseia no fato de que seria teoricamente


possível retirar de um alimento seus nutrientes “maléficos” e
adicionar a ele nutrientes “benéficos”, recurso muito utilizado
pela indústria alimentícia como pode ser facilmente constatado
em uma visita a qualquer supermercado. Da mesma forma são
produzidas cápsulas de vitamina C e uma série de outros
suplementos.
84
Desta forma a alimentação pode ser encarada de forma tão mecânica quanto qualquer receita
médica: coma X gramas disso; tome Y gramas daquilo; complete com algumas cápsulas de
mais alguma coisa e terás uma dieta saudável.

Mas apesar da Nutrição ser uma ciência nova, estamos evoluindo ao ponto de
percebermos que existe muito mais princípios ativos em um alimento interagindo para nossa
saúde que uma simples substância isolada.

Por isso Nutricionistas conscientes preferem prescrever alimentos como o principal nível
de atuação e fazem uso de substâncias e suplementos de forma mais isolada.

Mas vamos aos fatos, já que a teacrina é uma substância antiga, já identificada
anteriormente, seria consenso a prescrição da mesma? Para chegarmos a esta resposta iremos
lançar mão de alguns artigos científicos e a metodologia de MBE par decidirmos nossa conduta
profissional baseada em níveis de evidência e grau de recomendação.

7.1. Análise do Nível de Evidência e Grau de


Recomendação da Teacrina, metodologia utilizada


Para tomarmos uma decisão sobre uma conduta nova ou a escolha de uma prescrição
fazemos uma tomada de decisão sobre a recomendação do uso de Teacrina e prescrição
fitoterápica. Neste sentido escolhemos um fabricante do produto e avaliamos os artigos
utilizados pelo mesmo para determinar o grau de evidência e o nível de recomendação das
informações apresentadas pela indústria de suplementos.

Posteriormente foi feita uma busca no portal de periódicos da CAPES e selecionados os


artigos encontrados com o tema teacrina

Inicialmente classificamos os artigos pela fator de impacto e QUALIS e em sequida foi


feito a MBS do assunto

85
% 7.2. Artigos avaliados


• Artigos Fornecidos pelo Informativo técnico do fabricante


F1 - Li, k.; Shi, X.; Yang, X.; Wang, Y.; Ye, C.; Yang, Z. Antioxidative activities and the
chemical constituents of two Chinese teas, Camellia kucha and C. ptilophylla.
International Journal of Food Science and Technology.p.1-9, 2011.

F2 - Li, W.X.; Li, W.F.;JiaZhai, Y.; Chen, W.M.;Kurihara, H.; He, R.R. Theacrine, a
Purine Alkaloid Obtained from Camellia assamica var. kucha , Attenuates Restraint
Stress- Provoked Liver Damage in Mice. Journal of Agricultural and Food
Chemistry.v.61, p.6328 – 6335, 2013.

F3 - Ziegenfuss, T.N.;Habowski, S.M.;Sandrock, J.E.;kedia, A.W.;Kerksick, C.M.; Lopez,


H.L.A Two-Part Approach to Examine the Effects of Theacrine (TeaCrine®)
Supplementation on Oxygen Consumption, Hemodynamic Responses, and Subjective
Measures of Cognitive and Psychometric Parameters.Journal of Dietary
Supplements.p.1-15, 10 May 2016. (não encontrado no portal de periódicos capes,
apenas resumo)

• Artigos encontrados em busca no portal de periódicos CAPES


Xu JK, Kurihara H, Zhao L, Yao XS. Theacrine, a special purine alkaloid with sedative
and hypnotic properties from Cammelia assamica var. kucha in mice. J Asian Nat Prod
Res 2007;9(6-8):665-72. View abstract.

Wang Y, Yang X, Zheng X, et al. Theacrine, a purine alkaloid with anti-inflammatory and
analgesic activities. Fitoterapia 2010;81(6):627-31. View abstract.

86
Feduccia AA, Wang Y, Simms JA, et al. Locomotor activation by theacrine, a purine
alkaloid structurally similar to caffeine: involvement of adenosine and dopamine
receptors. Pharmacol Biochem Behav. 2012;102(2):241-8. View abstract.

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Chinese teas, Camellia kucha and C. ptilophylla. International Journal of Food Science
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assamica var. kucha, attenuates restraint stress-provoked liver damage in mice. J Agric
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6206859, 17 pages. http://dx.doi.org/10.1155/2016/6206859

87
Tabela 7.1. Fator de Impacto das revistas

Em saúde consideramos que artigos que tenham fator de impacto abaixo de 4, devem ser
considerados com ressalvas, tendo em vista que são revistas de menor circulação e portanto
seus autores não são muito conhecidos no meio científico, ou a produção não é tão relevante ao
ponto de conseguir ser publicada em uma revista de grande circulação.

Pela leitura de todos 11 artigos, pode-se perceber que os artigos utilizados pelo informe
técnico da indústria de suplemento tem baixo fator de impacto e o único realizado em humanos
foi publicado em uma revista que sequer é indexada pelo JCR, a leitura do artigo mostra
inúmeras possibilidades de viés e uma randomização fraca como pode ser visto no resumo da
tabela 7.1 a sequir

88
Tabela 7.2. Tipo de estudo realizado, metodologia e características

89
7.3. Avaliação da MBE

No próximo passo iremos classificar os trabalhos encontrados na tabela de MBA

Tabela 7.3. Nível de Evidência Científica por Tipo de Estudo - “OCEM”

* Periódico Sem Fator de Impacto

Como podemos observar pela tabela, apenas dois estudos foram feitos em humanos, sendo
um com erros metodológicos sérios, o segundo estudo (Kulman et al, 2015) foi feito em 20
dias, e apresenta um modelo experimental muito bem estruturado e planejado, no entanto seu N
é pequeno e o tempo de estudo curto, o mesmo estudo relata que existem apenas mais 2
estudos em humanos com teacrina, mas não relata as conclusões dos mesmos.

90
O restante dos estudos ou são determinações quantitativas, que não entram na nossa
avaliação, ou são estudo em ratos (D5) que não devem ser considerados como parâmetro para a
prescrição e pelo contrário, indicam que se forem a única fonte não deve ser prescrita a
conduta.

7.4. Considerações sobre a avaliação da Teacrina 


• Artigos Fornecidos pelo Informativo técnico do fabricante


Três artigos tratam diretamente sobre teacrina, destes um é sobre dosagem do produto em
plantas, o outro um ensaio animal e o terceiro um ensaio randomizado com duas etapas, sendo
a primeira com 9 pacientes e a segunda com 15 pacientes duplo cego com fortes evidências de
viés no processo randômico, publicado em revista sem fator de impacto.

• Artigos encontrados na Busca de periódicos CAPES


Foram avaliados 8 estudos, sendo que um estudo tratava de avaliação in vitro, dois
estudos tratavam de dosagem do princípio ativo, 4 experimentação dose efeito em ratos e 1
ensaio clínico randomizado de menor qualidade, realizado com 20 voluntários, muito bem
estruturado e relata ser o terceiro estudo em humanos realizado até o momento.

• Considerações Finais


Existe apenas um estudo analisado com grau de evidência 2B, ou seja: Estudo que
recomenda a ação e que por conta deste estudo podem ser encontradas evidências importantes
no desfecho.

Pode-se pensar que a conclusão seria de que há benefício na escolha da ação em relação aos
riscos do dano, mas a existência de uma única evidências razoáveis para apoiar a
recomendação, e tendo em vista o fato de que o restante dos estudos que podem ser avaliados

91
foram feitos com animais, que nos leva a 5 estudos com o nível 5 que é classificado como
estudo inconclusivo. Estes estudos são considerados de pobre qualidade e existem fortes
evidências para descartar a recomendação neste caso.

Com base no exposto acima, me parece premeditada a conduta profissional de prescrição


fitoterápica de um produto cuja evidência clínica é baseada em um único ensaio clínico
randomizado de menor qualidade.

Em relação ao uso e prescrição da Teacrina no presente momento fica clara a forte


recomendação de não ser prescrita e indicado ao paciente até que maiores estudos possam
comprovar sua real eficácia e custo benefício.

Esta seria no momento a conduta recomendada tendo em vista que sequer sabemos o
custo benefício do princípio ativo e as possíveis interações que doses elevadas podem causar
na epigenética do indivíduo que faz uso do mesmo.

A nutrição é uma ciência nova e em evidência, mas nossa credibilidade deve ser pautada
em condutas conscientes e baseadas em ciência e comprovação, não em modismos, acho
inocente e de certa forma manipulados os profissionais que acham que uma única substância
(ou um pequeno grupo delas) dará conta de "salvar" ou atuar sobre determinadas situações
metabólicas, e se isso acontecer, não estamos tratando a causa e sim o sintoma, e neste sentido
condenamos o indivíduo a tomar determinado tipo de medicamento e suplemento para o resto
da vida...

Com tantos alimentos in natura disponíveis, esta prática interessa a quem? Já se


perguntaram sobre isso? Será que um Nutricionista que "escravisa" o paciente vai realmente
ter status de bom profissional? Ou será que o que investiga, usa medicamentos e suplementos
no momento crítico, mas depois descobre a causa e atua nesta frente de trabalho é que
realmente faz a diferença pra saúde e pra sociedade e com isso tem renome e não precisa se
preocupar com Marketing?

A prática de “Nutricionismo”está cada dia mais corrente, principalmente entre os que tem
pouco conhecimento técnico, mas em um mundo tão competitivo ao final deste estudo fica
uma pergunta:

O QUE VOCÊ QUER FAZER? NUTRICIONISMO OU NUTRIÇÃO?

92
8. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
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