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FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA

NÚCLEO DE TÉCNOLOGIA – NT
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA - DEE

GILSON EDUARDO SAITER

CONDUTÂNCIA DE DISPERSÃO E EFEITO CORONA

Porto Velho
2017
GILSON EDUARDO SAITER

CONDUTÂNCIA DE DISPERSÃO E EFEITO CORONA

Trabalho acadêmico apresentado à


disciplina de Geração, Transmissão e
Distribuição de Energia Elétrica do Curso
de Engenharia Elétrica da Fundação
Universidade Federal de Rondônia, como
requisito para nota final da disciplina.

Professor: Dr. Eng. José Ezequiel Ramos


de Oliveira

Porto Velho
2017
INTRODUÇÃO

Nos dias atuais, a exigência do aumento do nível de tensão da transmissão


face aos crescentes comprimentos dos circuitos da LT, faz a manifestação do efeito
corona tornar-se mais provável. No projeto de uma LT em Alta Tensão, Extra Alta-
Tensão e Ultra Alta-Tensão, o efeito corona é um decisivo fator a ser considerado.
No projeto de uma linha de transmissão é fundamental a escolha mais adequada da
sua respectiva geometria, tais como, altura das fases em relação ao solo,
distanciamento entre as fases, número de subcondutores presentes em um feixe e o
raio que este feixe deve assumir. Tais fatores são elementos decisivos na formação
ou não do defeito corona e suas consequências.

CONCEITUAÇÃO

A condutância entre condutores ou entre condutores e terra considera a


corrente de fuga nos isoladores de linhas aéreas ou através da isolação dos cabos.
Desde que a fuga nos isoladores de linhas aéreas seja desprezível, a condutância
entre condutores de uma linha suspensa é considerada como zero. Por outro lado, a
condutância de dispersão (g) entre uma fase (um condutor) e o neutro não é tão
desprezível como a condutância entre fases, e o neutro não é tão desprezível como
a condutância entre fases, e representa as perdas proporcionais à tensão elétrica da
linha. Por definição, temos:

∆𝑃
𝑔= 2 . 10−3 (𝑆𝑖𝑒𝑚𝑒𝑛𝑠/𝑘𝑚 ) (1)
𝑉𝑓𝑎𝑠𝑒

sendo ∆𝑃 a soma das perdas de energia por dispersão em uma fase da linha em
kW/km.
As perdas por dispersão englobam as perdas devido:
 ao Efeito Corona;
 e as perdas nos isoladores.
PERDAS NOS ISOLADORES

As perdas de energia nos isoladores são provocadas pelo escape de corrente


elétrica através do material pelo qual é fabricado o isolador (por ex.: vidro ou
porcelana), como também ao longo de sua superfície.
Dentre os fatores que influenciam as perdas nos isoladores, podemos citar:
 qualidade do material;
 condições superficiais do isolador;
 geometria do isolador;
 Freqüência da tensão aplicada;
 Potencial elétrico ou tensão na linha;
 Condições meteorológicas, etc.
Estimar ou calcular as perdas nos isoladores não é tarefa simples e exata,
além disso, dependerá essencialmente das condições meteorológicas de
determinada região, aumentando substancialmente sob chuvas fortes.
Felizmente, tais perdas são suficientemente pequenas, a ponto de serem
desprezadas para efeito de análise de sistemas elétricos.

O EFEITO CORONA

O efeito corona é um fenômeno relativamente comum em linhas de


transmissão com sobrecarga. Devido ao campo elétrico muito intenso nas
vizinhanças dos condutores. O Efeito Corona é um mecanismo de descarga
eletrostática que acontece devido à ionização em um material isolante, geralmente
um gás, sujeito a um campo elétrico de intensidade acima de um nível crítico (Extra
Alta Tensão e Ultra Alta Tensão).
O efeito corona está presente em todas as manifestações físicas que
envolvam alta tensão. Ele acompanha os projetos de engenharia tanto de forma
benéfica, quanto de forma indesejável. No campo da transmissão de energia
elétrica, o efeito se refere às perdas elétricas, ruído acústico e ruído eletromagnético,
interferindo na faixa de rádio e TV.
O efeito corona normalmente aparece nas superfícies dos condutores das
linhas de transmissões de energia elétrica, em conseqüência dos níveis de tensões
de operação, das configurações de fixação dos condutores e das condições
climáticas onde estão construídas. A representação do efeito corona em linhas de
transmissão de energia aumenta consideravelmente a complexidade das equações
de ondas. Em linhas de transmissão de energia elétrica podem ocorrer descargas
elétricas, devido ao efeito corona, entre o condutor fase e solo. Essas descargas
ocorrem quando a diferença de potencial entre uma fase da linha e o solo excede o
valor do gradiente crítico disruptivo do ar.
Quanto maior o nível de tensão para uma determinada configuração de linha,
maiores serão as perdas devido ao efeito corona. Contrariamente, quanto maior o
nível de tensão, menores serão as perdas devido ao efeito Joule (proporcional ao
quadrado da corrente), pois, a corrente circulante será menor para uma mesma
potência transmitida (P=V.I). Obviamente teremos uma tensão ótima de transmissão
considerando, de uma maneira simplificada, os dois tipos de perdas.
No âmbito de sistemas de transmissão de energia elétrica, o efeito coroa é,
na maioria das situações, indesejável. Uma linha sob efeito coroa possui perdas
elétricas, emite ruído no espectro eletromagnético, afetando faixas de rádio e TV;
ruído acústico, geração de ozônio, etc. Para linhas longas de extra-alta tensão (345
kV ou superior), o efeito coroa é fator determinante no projeto, no qual as perdas
estimadas pelo fenômeno equivalem em ordem de grandeza às perdas por efeito
Joule.
Uma curiosidade interessante é que o efeito Corona também é conhecido
como
“Fogo de Santelmo”. O nome Fogo de Santelmo vem de Santo Elmo,
padroeiro dos marinheiros, e surgiu quando antigos marinheiros observavam navios
com os mastros envolvidos por uma tênue luz. Mais tarde, observou-se que tal luz
ocorria principalmente nas regiões tropicais, em condições que precediam
tempestades. As nuvens eletrizadas induziam as cargas nas pontas dos mastros,
produzindo o efeito corona.

PREVISÃO DO DESEMPENHO DA LINHA QUANTO À FORMAÇÃO DE CORONA

Para que uma linha de transmissão tenha desempenho satisfatório frente ao


efeito Corona, é necessário que o gradiente de potencial na superfície dos
condutores (ou subcondutores) seja inferior ao valor do gradiente crítico dessa linha,
ou seja:

|𝐸⃗𝑟 | < 𝐸𝑐𝑟 (2)

sendo 𝐸𝑐𝑟 o gradiente crítico do ar (varia entre 21,6 kV/cm e 30,5 kV/cm).

Em termos práticos, pode-se esperar um desempenho razoável das linhas


com valores de potencial da ordem de 15kV/cm ou 17kV/cm, seja no que diz respeito
a perdas, seja quanto ao nível de intensidade de ruídos de radiointerferência.
A partir da equação (4), concluímos que quanto maior o raio dos condutores,
menor será o gradiente de potencial na superfície dos condutores. Por outro lado, o
aumento do raio (ou bitola dos condutores) traz como conseqüências:
 Aumento significativo dos gastos financeiros com condutores elétricos;
 Aumento da flecha de cada condutor devido ao aumento da massa
(peso) do próprio condutor.

GRADIENTES DE POTENCIAL NA SUPERFÍCIE DO CONDUTOR

De modo geral, as manifestações do efeito Corona ocorrem simultaneamente


e se relacionam diretamente com o gradiente de potencial dos condutores.
A determinação das perdas de energia por efeito Corona não é exata, e
baseia-se em expressões analíticas empíricas observadas por pesquisadores que
divergem muito sob condições de chuva, neve ou de tempo seco.
O gradiente de potencial em um condutor cilíndrico de raio 𝑟 (𝑚), conduzindo
uma carga 𝑄 (em Coulomb/m) uniformemente distribuído sobre a sua superfície.
Figura 1 – Representação do Efeito Corona para explicação da equação.

𝐷 ⃗
𝐸⃗ = (𝑉/𝑚) (3)
𝜀

Considerando um comprimento unitário do cilindro (1 m), o gradiente de


potencial elétrico, ou intensidade de campo elétrico, na superfície do cilindro pode
ser calculado como:

𝑄
|𝐸⃗𝑟 | = (𝑉/𝑚) (4)
2𝜋∙𝑟∙𝜀

sendo 𝜀 a permissividade do meio. Para o ar, temos:

𝑄
|𝐸⃗𝑟 | = 18 ∙ 109 (𝑘𝑉/𝑚) = 18 ∙ 106 (𝑘𝑉/𝑚) (5)
𝑟

Geralmente, o valor da carga é dado em Coulomb/km e o raio em cm. Desse


modo, o gradiente de potencial na superfície de um condutor fica:

𝑄 𝑄
|𝐸⃗𝑟 | = 18 ∙ 106 = 18 ∙ 105 (𝑘𝑉/𝑚) (6)
103 𝑚∙10−2 𝑚 𝑟
𝑄
|𝐸⃗𝑟 | = 18 ∙ 103 (𝑘𝑉/𝑐𝑚)
𝑟

RÁDIOINTERFERÊNCIA

O efeito corona é uma descarga elétrica que se forma na superfície do


condutor quando a intensidade do campo elétrico nesta região excede a rigidez
dielétrica do ar. Este campo elétrico intenso ioniza os átomos nas proximidades do
condutor da linha de transmissão, ocasionando o aparecimento de descargas
parciais. Estas descargas provocam pulsos de tensão e corrente de curta duração,
que se propagam ao longo das linhas, gerando campos eletromagnéticos de alta
frequência. Estes campos dão origem à rádio interferência, e sua intensidade está
diretamente ligada à geometria da linha, sendo o diâmetro do condutor um dos
parâmetros de maior influência. A análise do desempenho de uma linha de
transmissão, quanto ao corona, é feita comparando-se o valor do gradiente crítico ao
valor do campo elétrico superficial dos condutores. Quando o campo elétrico
superficial é maior que o crítico, têm-se a formação do corona, e consequentemente,
a geração da rádio interferência. No caso das linhas de transmissão, as agências
reguladoras determinam o nível máximo de rádio interferência que pode existir no
limite da faixa de servidão. Este nível é baseado na relação sinal/ruído de modo a
proteger os sinais das rádios, a partir da distância estipulada pelo limite da faixa de
passagem da linha. A largura da faixa de passagem é definida pela concessionária,
conforme o projeto da LT, e a área correspondente a esta faixa deve ser adquirida
pela concessionária. Em região urbana esta área pode ser muito cara, e a sua
redução faz-se necessário o monitoramento destes ruídos, melhorando as técnicas
de predição e otimização dos projetos.

RUÍDOS ACÚSTICOS

Por ruído, entende-se como uma sensação auditiva incomodativa ao ouvido


humano. Existem várias fontes de ruído audível presentes na natureza. No entanto,
neste trabalho é analisada uma fonte de ruído peculiar, que é a LT em Alta Tensão,
Extra Alta-Tensão e Ultra Alta-Tensão. Normalmente, as linhas de transmissão
contribuem muito pouco para a emissão de ruídos audíveis em comparação com
ocorrências de outros ruídos, como por exemplo, os produzidos por veículos, aviões
entre outros. O ruído audível proveniente de linhas de transmissão ocorre
principalmente em condições de mau tempo. Em condições de bom tempo, o
condutor usualmente opera abaixo do nível da manifestação do efeito corona. Além
das condições do tempo que influenciam a produção de ruído audível, pode-se citar
o efeito da geometria da linha, como o número de subcondutores presente no feixe e
diâmetro do condutor. Sendo normalmente expresso em decibéis [dB], o ruído
audível em uma LT surge quando o gradiente crítico disruptivo do ar é excedido pelo
gradiente de potencial na superfície do condutor, ou seja, quando a LT está na
condição em que o efeito corona se manifesta. Também, as cadeias de isoladores
são uma fonte de ruído. Para isoladores de cerâmica ou vidro, a sua alta aderência,
principalmente em lugares com alta concentração de poluição, faz com que acumule
resíduos, tornando-se uma fonte pontual de ruído audível. Uma das soluções para
este problema seria a manutenção periódica dos isoladores.

PERDAS DE ENERGIA POR CORONA

Toda energia liberada ou irradiada pelo efeito corona, provém do campo


elétrico da linha e consequentemente do sistema alimentador desta linha. Esta perda
de energia representa um prejuízo econômico grande. De um modo geral, essas
perdas se relacionam com a geometria dos condutores, tensão de operação,
gradiente de potencial nas superfícies dos condutores e principalmente com as
condições meteorológicas.
As perdas médias por corona constituem uma pequena parte das perdas (se
comparadas com as perdas por efeito Joule), porém a perda máxima tem uma
influência significante na demanda dos sistemas de energia.

CONCLUSÃO

Em linhas de transmissão de energia elétrica, o efeito corona pode


manifestar-se entre os condutores fase e o solo e resulta em perdas de energia na
linha, interferência ou ruídos nas recepções de FM e distorções nas formas de ondas
das sobretensões transitórias que ocorrem na linha.
Para as linhas de transmissão em tensões extra e ultra-elevadas, o
dimensionamento econômico das linhas está diretamente relacionado com a escolha
do gradiente de potencial máximo admissível na superfície dos condutores das
linhas de transmissão. Gradientes para uma mesma classe de tensão somente são
reduzidos mediante o emprego dos condutores de diâmetros maiores, ou maior
espaçamento entre fases, ou pelo emprego de condutores múltiplos, com número
crescente de subcondutores, ou pela forma com que são distribuídos sobre o círculo
cujo centro é o eixo do feixe.
REFERÊNCIAS

[1] FUCHS, RUBENS DARIO. Transmissão de Energia Elétrica: linhas aéreas;


teoria das linhas em regime permanente. 2ª. Edição; Editora Livros Técnicos e
Científicos, Rio de janeiro, 1979
[2] WEDY, Germano Ferreira. Inclusão do efeito corona em modelos de linhas de
transmissão bifásica utilizando a técnica de variáveis de estado. Ilha Solteira :
[s.n.], 2009 116 f.: il., color. Disponível em: <
http://www.feis.unesp.br/Home/departamentos/engenhariaeletrica/pos-
graduacao/249-dissertacao_germano_wedy.pdf>. Acesso em 03/12/2017.
[3] LEÃO, Ricardo Micheletto. Rádio interferência proveniente de linhas de alta
tensão. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2008. 146 p. Disponível em: <
http://www.pucrs.br/edipucrs/radiointerferencia.pdf>. Acesso em 03/12/2017.

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