E é o próprio Jesus quem diz: "... eles continuam no mundo..." (Jo 17.11). Portanto,
sendo cidadãos do Reino de Cristo, são também cidadãos deste mundo, no qual têm
deveres cívicos.
Cívico é tudo que diz respeito à cidadania na pátria em que a pessoa vive. O caráter, o
comportamento, os direitos, as obrigações do cidadão, em relação a sua pátria.
Mais ou menos a cada dois segundos, nasce uma criança, que se torna cidadão de
uma pátria. A sua cidadania lhe dá direitos e lhe impõe deveres. Para exercer bem os
seus direitos e deveres, ela deverá receber educação cívica.
Nota site Semeando Vida: quando a autoridade vem de Deus ela é bênção, mas
quando ela existe para ir contra as leis de Deus ela é comparada à besta do inferno
(confira Apocalipse 13). Isso pressupõe que se existe um governo estabelecido e ele
não se opõe às leis de Deus, nós devemos ser submissos a ele.
O Velho Testamento também inclui muitas advertências quanto aos deveres cívicos.
Leia 1 Samuel 8. O Serviço militar é dever de todo cidadão, em condições para tal. (v.
11, 12a).
Se a Bíblia é a regra da fé e prática para a nossa vida, esta regra estabelece deveres
cívicos para os cidadãos do Reino de Cristo, que "continuam no mundo". Fugir deles é
tornar-se desobediente aos preceitos do Rei.
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Entretanto, acima dos deveres cívicos estão os deveres espirituais. A Bíblia registra a
palavra de Pedro e demais apóstolos: "Antes importa obedecer a Deus do que aos
homens." (At 5.29b).
Portanto, nosso dever de sujeição às autoridades constituídas neste mundo não pode
nos levar à desobediência a preceitos maiores, sendo preceitos de Deus. Uma lei
municipal não pode desrespeitar a lei nacional.
A Igreja ensina que todos têm de cumprir seu dever de respeitar as autoridades e uns
aos outros, trabalhar visando ao bem coletivo, pagar os impostos devidos, prestar
serviço militar, honrar o seu país, etc.
Ninguém pode (e principalmente o crente) procurar gozar seus direitos, sem cumprir
seus deveres. Aliás, quem não cumpre seus deveres não tem direitos. Mas muita
gente quer direitos, sem deveres. Isto é má educação cívica, ou melhor, falta de
educação cívica.
Parece que não há melhor educação cívica do que o ensino dos preceitos bíblicos,
evangélicos. E, então, ninguém dá melhor educação cívica do que a Igreja. Pois todo o
ensino que a Igreja dá é aquilo que a Bíblia apresenta - sujeição a Deus, que é Senhor
soberano sobre a nossa vida e sobre todas as coisas, Rei dos reis, de cujo Reino
somos súditos; e sujeição às autoridades deste mundo, onde continuamos vivendo e
do qual ainda somos cidadãos.
Ora, todos os cidadãos deste mundo deveriam ser bem educados, civicamente. Mas o
crente, como cidadão do Reino de Cristo, precisa ser bem educado em sua vida
cívica.
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O crente precisa, pelo menos, se esforçar para ser cidadão honrado, honesto,
fidedigno, trabalhador, que ame e honre a pátria em que nasceu, onde Deus o colocou
como testemunha de Jesus Cristo, cujo testemunho não pode contradizer o
testemunho do prórpio Jesus (Mt 17.24-27; Jo 19.10,11).
É triste notar como a gente critica o governo e diz que os que estão no poder não
fazem o que deveriam fazer, ao passo que a gente também não faz o que deveria
fazer.
Entre os deveres cívicos do crente está o de orar em favor dos que se acham
investidos de autoridade (I Tm 2.1,2). Será que cada crente faz isso, com frequência?
Será que os crentes oram em favor dos que governam, na mesma proporção em que
os criticam e reclamam da sua administração?
O texto acrescenta à recomendação: "para que vivamos vida tranquila". Quem sabe a
situação em que vivemos é causada pela nossa negligência em orar em favor dos que
governam? E olhe que orar não é tão difícil assim.
Se muitos crentes não estão cumprindo seu dever cívico de orar pelos que se acham
investidos de autoridade, será que estão cumprindo os demais deveres cívicos que
têm?
Nós somos muito tendentes a ver a falha dos outros, ignorando as nossas próprias.
Sendo que, muitas vezes, as nossas são muito maiores que as dos outros. Veja a
advertência de Jesus, quanto a isso, em Mt 7.1-5, na qual, a nossa falha é uma trave e
a do nosso próximo é um argueiro, um cisco.
Se todos precisam ser cidadãos com educação cívica, muito mais o crente. Pois o
crente possui outra cidadania, na qual não pode faltar esta educação. A sua cidadania
celestial se manifesta em sua cidadania terrena.
CONCLUSÃO
Jesus disse que, se alguém ouve a sua palavra e não a pratica, é como quem edifica a
casa sobre areia (Mt 7.26,27); e, em Jo 13.17, diz: "Ora, se sabeis estas cousas, bem-
aventurados sois se as praticardes."
E Tiago ensina: "Tomai- vos, pois, praticantes da palavra, e não somente ouvintes,
enganando- vos a vós mesmos." (1.22). "Portanto, aquele que sabe que deve fazer o
bem e não o faz, nisso está pecando." (4.17).
Assim, pois, o crente precisa receber educação cívica e viver de acordo com essa
educação. Não basta recebê-la, é preciso praticá-la.
Se o crente precisa receber educação cívica, a Igreja deve dar essa educação,
ministrando os ensinamentos que a Escritura tem a esse respeito. E esta é a melhor
educação cívica que o cidadão pode receber.
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