Diante dessa realidade, pode-se afirmar que a realização do estudo sobre Paulo e de
sua teologia é algo que demandaria um grande tempo, e mesmo assim, não seria
possível esgotar o assunto. Com isso, o objetivo desse do presente estudo é analisar,
de forma sucinta, elementos essenciais que fundamentaram a teologia paulina. São
eles: Quem era Paulo, as fontes de sua teologia, o mitte de sua pregação e algumas
das estruturas fundamentais de sua teologia.
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Paulo, em sua epístola aos tessalonicenses, estabelece um contraste entre os pregadores do
evangelho. Se por um lado o evangelho é uma mensagem que confronta o homem com seu
pecado, por outro lado, a pregação de outras religiões eram constituídas de palavras de
bajulação com o objetivo de extorquir dinheiro de seus ouvintes. Ao escrever para a igreja de
Corinto, o apóstolo combateu o ensino de alguns que afirmavam que a ressurreição de Cristo
foi apenas espiritual. Assim faziam influenciados pela filosofia grega que afirmava que a
matéria é sede de todo mal, enquanto o espírito é fonte do bem.
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A lei previa que todo cidadão romano deveria receber um julgamento adequado. Se
porventura Paulo fosse açoitado o comandante poderia ser rebaixado ou até mesmo demitido
da corporação militar. (KISTEMACKER, 2006, p. 404).
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A. Judaísmo
Uma das fontes da teologia de Paulo foi o Judaísmo existente na dispersão.
Fora de Jerusalém, nas cidades gregas, onde havia colônias judaicas e suas
sinagogas. Por receber educação nas Escrituras, o AT dos Judeus, muito de seu
pensamento tem como origem o conteúdo dessa literatura. 3
B. Os ensinos de Jesus
Muito embora não tenha conhecido a Jesus Cristo pessoalmente, dos que já
eram cristãos anteriormente. (Cf. 1 Co 11.23). “Porque eu recebi do Senhor o que
também vos entreguei.”
Cristo comunicou indiretamente a Paulo, como fez pela mediação de Ananias
em Damasco (At 9.17). É bem provável que Paulo se refira à tradição recebida por
intermédio dos apóstolos. “Não obstante, a revelação veio de Cristo, que é o Senhor
dessa tradição e dirige pessoalmente o desenvolvimento da Igreja.” (KISTEMACKER,
2004, p. 546).
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Ao retornar do cativeiro, grande parte dos judeus não voltou para Israel. Posteriormente,
muitos migraram para as cidades do Império de Alexandre, o Grande e para os reinos do Egito,
da Síria entre outros. Mais tarde, quando o Império Romano estendeu seu poder sobre estas
regiões, os judeus se colonizaram nas mais importantes cidades do império. (DAVIS, 1996,
p.163)
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Lutero adotou a tese de que a teologia de Paulo se construiu sobre o conceito de justificação
pela fé. Em contrapartida, outros estudiosos como Albert Schweizer, afirmou que o centro da
teologia de Paulo é a pregação de Cristo sobre a proximidade da vinda do Reino. Entretanto,
por causa da demora, Paulo modificou o sistema original e introduziu o conceito do Reino
Messiânico, a saber, a Nova Era. Willian Wrede assumiu que a origem da pregação de Paulo
estava nos conceitos de religiões de mistérios onde o homem se une à divindade. (LOPES,
2000, p. 12, 14).
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Por isso, nos limitaremos apenas em abordar algumas delas, e ficamos na expectativa
de que isso seja de grande relevância para a igreja no que tange ao conhecimento de
Paulo, bem como fomente em todos o desejo pela continuidade do estudo de Paulo.
Examinemos os textos:
“Vindo, porém, a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de
mulher, nascido sob a lei.” (Gálatas 4.4).
Aqui expressa o cumprimento do tempo como tempo do mundo, tempo
cronológico, que pode ser medido por um relógio.
Paulo não foi o autor deste tema, pelo contrário, a essa temática tem origem na
pregação de Cristo. O tempo está cumprido. A pregação do reino era o tema
fundamental de Cristo e tal tema é construído sobre a perspectiva de plenitude dos
tempos. “O tempo está cumprido, e o reino de Deus está próximo; arrependei-vos e
crede no evangelho.” (Mc. 1.15)
B. A Revelação do Mistério
Paulo faz uso de algumas fórmulas que se referem ao caráter escatológico, à
história da Redenção que estão associados à pessoa de Cristo. Fórmulas tais como:
revelação do mistério, fazer conhecido, aquilo que foi mantido em segredo ou oculto.
Em outras palavras, Paulo vê a vinda de Cristo como o desvendamento de um
segredo que havia sido guardado por Deus anteriormente.
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“Ora, àquele que é poderoso para vos confirmar segundo o meu evangelho e a
pregação de Jesus Cristo, conforme a revelação do mistério guardado em silêncio nos
tempos eternos, e que, agora, se tornou manifesto e foi dado a conhecer por meio das
Escrituras proféticas, segundo o mandamento do Deus eterno, para a obediência por
fé, entre todas as nações.” (Rm 16.25,26)
“O mistério que estivera oculto dos séculos e das gerações; agora, todavia, se
manifestou aos seus santos.” (Cl 1.26)
Para Paulo, o Evangelho era um mistério que Deus havia mantido oculto desde
os tempos eternos, mas agora havia chegado o tempo de sua revelação mediante a
manifestação de Cristo (encarnação, morte e ressurreição).
C. A Escatologia e Cristologia
1. O caráter cristológico da escatologia de Paulo
A pregação de Paulo é controlada por uma compreensão de que Deus cumpriu
as suas antigas promessas feitas através dos profetas. Dessa forma, a história chega
ao seu fim. Os últimos dias já raiaram. Os eventos decisivos que trouxeram a
realização deste momento histórico são aqueles relacionados à vinda de Cristo.
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Vejamos alguns:
A vinda de Cristo traz a plenitude do tempo (final dos tempos) – “Vindo, porém,
a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei,
para resgatar os que estavam sob a lei, a fim de que recebêssemos a adoção de
filhos.” (Gl 4.4-5)
Certamente, a palavra da cruz é loucura para os que se perdem, mas para nós,
que somos salvos, poder de Deus. (1 Co 1.18).
“E ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si
mesmos, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou.” (1 Co 5.15) “E,
assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis
que se fizeram novas.” (1 Co 5.17).
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Conclusão
Paulo pensava escatologicamente, isto é, como entendo a obra de Cristo como
sendo o cumprimento das promessas antigas feitas por Deus através dos profetas de
Israel.
Sendo assim, a existência da igreja, seu modo de viver, pertencem ao plano redentivo
de Deus que ocorreria no tempo do fim. “E, assim, se alguém está em Cristo, é nova
criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas.” (2 Co 5.17).
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