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A TEOLOGIA DE PAULO EM SEU


MINISTÉRIO MISSIONÁRIO
Introdução
Paulo, talvez seja uma das figuras do NT mais fascinantes e emblemáticas do
cristianismo do primeiro século. Em seu histórico consta que era um perseguidor da
igreja e, após sua conversão, tornou-se um apóstolo nascido fora do tempo cujos
escritos ocupam a maior parte do cânon neotestamentário. (Cf. Fp 3.6; At 9.4-22; 1 Co
15.8).

Dentre essas e outras razões, tem despertado, já há muito tempo, o interesse em


vários estudiosos que objetivam alcançar cada vez mais uma compreensão mais
abrangente de seu pensamento, sua história e teologia. Isso pode ser comprovado
através de inúmeros livros, artigos e publicações diversas que estão presentes em
bibliotecas de seminários, institutos bíblicos e faculdades de teologia.

Diante dessa realidade, pode-se afirmar que a realização do estudo sobre Paulo e de
sua teologia é algo que demandaria um grande tempo, e mesmo assim, não seria
possível esgotar o assunto. Com isso, o objetivo desse do presente estudo é analisar,
de forma sucinta, elementos essenciais que fundamentaram a teologia paulina. São
eles: Quem era Paulo, as fontes de sua teologia, o mitte de sua pregação e algumas
das estruturas fundamentais de sua teologia.

1 - QUEM ERA PAULO


Para se entender os elementos que compõe a teologia de Paulo, é necessário
compreender quem era Paulo. E para isso deve-se identificar seu contexto religioso,
político e social. Em suma, é preciso o identificar o mundo do apóstolo. Paulo era um
homem de três mundos. São eles:

1.1. Mundo judeu.


Ele foi educado, como um judeu, na religião e cultura hebraica. (At 22.3).

1.2. Mundo grego


Paulo viveu no mundo grego, cuja cultura, religiões e maneira de encarar o
mundo eram dominantes de seu tempo. (2 Ts 2.5; 1 Co 15.12).1

1.3. Mundo romano


Pertencia ao mundo romano como cidadão do mesmo. (Atos 22.26-29).2

1
Paulo, em sua epístola aos tessalonicenses, estabelece um contraste entre os pregadores do
evangelho. Se por um lado o evangelho é uma mensagem que confronta o homem com seu
pecado, por outro lado, a pregação de outras religiões eram constituídas de palavras de
bajulação com o objetivo de extorquir dinheiro de seus ouvintes. Ao escrever para a igreja de
Corinto, o apóstolo combateu o ensino de alguns que afirmavam que a ressurreição de Cristo
foi apenas espiritual. Assim faziam influenciados pela filosofia grega que afirmava que a
matéria é sede de todo mal, enquanto o espírito é fonte do bem.
2
A lei previa que todo cidadão romano deveria receber um julgamento adequado. Se
porventura Paulo fosse açoitado o comandante poderia ser rebaixado ou até mesmo demitido
da corporação militar. (KISTEMACKER, 2006, p. 404).

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2 - FONTES DA TEOLOGIA DE PAULO


A teologia de Paulo não foi fruto de conjecturas feitas por ele, antes foi fruto de um
denso conteúdo oriundo da tradição oral e escrita.

A. Judaísmo
Uma das fontes da teologia de Paulo foi o Judaísmo existente na dispersão.
Fora de Jerusalém, nas cidades gregas, onde havia colônias judaicas e suas
sinagogas. Por receber educação nas Escrituras, o AT dos Judeus, muito de seu
pensamento tem como origem o conteúdo dessa literatura. 3

B. Os ensinos de Jesus
Muito embora não tenha conhecido a Jesus Cristo pessoalmente, dos que já
eram cristãos anteriormente. (Cf. 1 Co 11.23). “Porque eu recebi do Senhor o que
também vos entreguei.”
Cristo comunicou indiretamente a Paulo, como fez pela mediação de Ananias
em Damasco (At 9.17). É bem provável que Paulo se refira à tradição recebida por
intermédio dos apóstolos. “Não obstante, a revelação veio de Cristo, que é o Senhor
dessa tradição e dirige pessoalmente o desenvolvimento da Igreja.” (KISTEMACKER,
2004, p. 546).

C. O ensino da Igreja apostólica


Quando ocorreu sua conversão, a igreja já existia. Através dos contatos que
teve com os cristãos, em Jerusalém,e em Antioquia, Paulo tomou conhecimento e
absorveu o ensinamento da igreja. Um exemplo disso é que ele diz que “recebeu” os
pontos fundamentais da fé como a morte de Cristo por nossos pecados. (1 Co 15.3-4).
A expressão “recebeu” indica a transmissão por via oral de uma tradição recebida.

3 - CENTRO (MITTE) DE SUA TEOLOGIA


Assim como o tema central da pregação de Cristo foi o Reino de Deus, há também,
aquilo que chamamos de porta de entrada através do qual Paulo desenvolve toda sua
teologia.

No caso de Paulo, o centro de seu pode ser assim exposto: “A proclamação e


explicação do tempo escatológico de salvação inaugurado com o advento de Cristo,
sua morte e ressurreição. É a partir desta perspectiva que todos os temas diferentes e
isolados da pregação de Paulo podem ser penetrados e compreendidos.4

3
Ao retornar do cativeiro, grande parte dos judeus não voltou para Israel. Posteriormente,
muitos migraram para as cidades do Império de Alexandre, o Grande e para os reinos do Egito,
da Síria entre outros. Mais tarde, quando o Império Romano estendeu seu poder sobre estas
regiões, os judeus se colonizaram nas mais importantes cidades do império. (DAVIS, 1996,
p.163)
4
Lutero adotou a tese de que a teologia de Paulo se construiu sobre o conceito de justificação
pela fé. Em contrapartida, outros estudiosos como Albert Schweizer, afirmou que o centro da
teologia de Paulo é a pregação de Cristo sobre a proximidade da vinda do Reino. Entretanto,
por causa da demora, Paulo modificou o sistema original e introduziu o conceito do Reino
Messiânico, a saber, a Nova Era. Willian Wrede assumiu que a origem da pregação de Paulo
estava nos conceitos de religiões de mistérios onde o homem se une à divindade. (LOPES,
2000, p. 12, 14).

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4 - ESTRUTURAS FUNDAMENTAIS DA TEOLOGIA DE PAULO


Como foi já visto, o centro ou o mitte da teologia de Paulo é: “A proclamação e
explicação do tempo escatológico da salvação inaugurado com o advento de Cristo,
sua morte e ressurreição”.

Essa é base do pensamento paulino, e sobre ele, o apóstolo sustenta as colunas de


seu pensamento que chamaremos aqui de estruturas fundamentais. Obviamente, por
questões de tempo, será impossível realizar um estudo profundo e sistemático das
referidas estruturas.

Por isso, nos limitaremos apenas em abordar algumas delas, e ficamos na expectativa
de que isso seja de grande relevância para a igreja no que tange ao conhecimento de
Paulo, bem como fomente em todos o desejo pela continuidade do estudo de Paulo.

A. A Plenitude dos Tempos


A expressão “plenitude dos tempos” (pleroma chronou) ocorre duas vezes nos
escritos paulinos. Essa fórmula, no pensamento do apóstolo diz respeito ao
cumprimento do tempo em seu sentido absoluto, ou seja, o mundo, como conjunto de
valores da humanidade em rebelião contra Deus, entrou em seu estágio final. Em
outras palavras, o momento decisivo e final da humanidade já encontrou o seu início.

Examinemos os textos:
“Vindo, porém, a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de
mulher, nascido sob a lei.” (Gálatas 4.4).
Aqui expressa o cumprimento do tempo como tempo do mundo, tempo
cronológico, que pode ser medido por um relógio.

“De fazer convergir nele, na dispensação da plenitude dos tempos, todas as


coisas, tanto as do céu, como as da terra.” (Efésios 1.10). Expressa o cumprimento de
todas as intervenções histórico-redentivas anteriores de Deus, no decorrer do tempo
do mundo. A vinda de Cristo foi a última intervenção salvadora de Deus no decurso da
história (a segunda vinda é o desdobramento final desta última intervenção).

Paulo não foi o autor deste tema, pelo contrário, a essa temática tem origem na
pregação de Cristo. O tempo está cumprido. A pregação do reino era o tema
fundamental de Cristo e tal tema é construído sobre a perspectiva de plenitude dos
tempos. “O tempo está cumprido, e o reino de Deus está próximo; arrependei-vos e
crede no evangelho.” (Mc. 1.15)

B. A Revelação do Mistério
Paulo faz uso de algumas fórmulas que se referem ao caráter escatológico, à
história da Redenção que estão associados à pessoa de Cristo. Fórmulas tais como:
revelação do mistério, fazer conhecido, aquilo que foi mantido em segredo ou oculto.
Em outras palavras, Paulo vê a vinda de Cristo como o desvendamento de um
segredo que havia sido guardado por Deus anteriormente.

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Confira isso nos textos abaixo citados:

“Ora, àquele que é poderoso para vos confirmar segundo o meu evangelho e a
pregação de Jesus Cristo, conforme a revelação do mistério guardado em silêncio nos
tempos eternos, e que, agora, se tornou manifesto e foi dado a conhecer por meio das
Escrituras proféticas, segundo o mandamento do Deus eterno, para a obediência por
fé, entre todas as nações.” (Rm 16.25,26)

“O mistério que estivera oculto dos séculos e das gerações; agora, todavia, se
manifestou aos seus santos.” (Cl 1.26)

“Desvendando-nos o mistério da sua vontade, segundo o seu beneplácito que


propusera em Cristo, de fazer convergir nele, na dispensação da plenitude dos
tempos, todas as coisas, tanto as do céu, como as da terra.” (Ef 1.9,10).

Para Paulo, o Evangelho era um mistério que Deus havia mantido oculto desde
os tempos eternos, mas agora havia chegado o tempo de sua revelação mediante a
manifestação de Cristo (encarnação, morte e ressurreição).

Podemos apontar dois elementos do AT que fundamentam esse conceito de


Paulo.

1. O conselho secreto de Deus quanto à sua obra redentora na história.


É aquilo que ainda não apareceu na história, mas já existe no conselho de
Deus.
“Certamente, o SENHOR Deus não fará coisa alguma, sem primeiro revelar o
seu segredo aos seus servos, os profetas.” (Amós 3.7)

2. O conceito de que Deus revela os mistérios concernentes aos seus


planos para a história
Se refere à própria manifestação de Cristo como a revelação do mistério divino.
Paulo percebe isso nos termos de mistério-reveleção encontrado em Daniel.
“E a mim me foi revelado este mistério, não porque haja em mim mais
sabedoria do que em todos os viventes, mas para que a interpretação se fizesse saber
ao rei, e para que entendesses as cogitações da tua mente.” (Dn 2.30).
É digno de acrescentar que, assim como foi em relação ao tema Plenitude dos
tempos Jesus também aborda a questão a revelação de mistério. “Porque a vós outros
é dado conhecer os mistérios do reino dos céus, mas àqueles não lhes é isso
concedido.” (Mt 13.11).

C. A Escatologia e Cristologia
1. O caráter cristológico da escatologia de Paulo
A pregação de Paulo é controlada por uma compreensão de que Deus cumpriu
as suas antigas promessas feitas através dos profetas. Dessa forma, a história chega
ao seu fim. Os últimos dias já raiaram. Os eventos decisivos que trouxeram a
realização deste momento histórico são aqueles relacionados à vinda de Cristo.

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Sua encarnação, morte e ressurreição inauguram a etapa final de uma série de


eventos de salvíficos de Deus no decurso da história. Isso pode ser visto nos
pronunciamentos escatológicos de Paulo.

Vejamos alguns:

A vinda de Cristo traz a plenitude do tempo (final dos tempos) – “Vindo, porém,
a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei,
para resgatar os que estavam sob a lei, a fim de que recebêssemos a adoção de
filhos.” (Gl 4.4-5)

A revelação o mistério (inauguração dos últimos dias) é a manifestação e o


advento de Cristo – “Pelo que, quando ledes, podeis compreender o meu
discernimento do mistério de Cristo, o qual, em outras gerações, não foi dado a
conhecer aos filhos dos homens, como, agora, foi revelado aos seus santos apóstolos
e profetas, no Espírito.” (Ef 3.4-5)

A morte e ressurreição de Cristo – Ponto de partida da pregação escatológica


de Paulo.
O Evangelho pregado por Paulo tem como ponto de partida e centro na morte e
na ressurreição de Cristo. É partindo desses eventos que Paulo olha para outros
eventos anteriores (pré-existência e encarnação) e futuros (exaltação e vinda). O
evento morte e ressurreição, na pregação de Paulo esclarece a história e anuncia o
futuro.
“Antes de tudo, vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu pelos
nossos pecados, segundo as Escrituras, 4 e que foi sepultado e ressuscitou ao
terceiro dia, segundo as Escrituras. (1 Co 15.3-4).”

Certamente, a palavra da cruz é loucura para os que se perdem, mas para nós,
que somos salvos, poder de Deus. (1 Co 1.18).

Para Paulo, a ressurreição de Cristo é a erupção de uma nova era, é resultado


de revelação divina de seu plano de redenção. Enfim é diferente das outras
ressurreições, uma vez que ela representa o amanhecer do prometido tempo da
salvação.

“E ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si
mesmos, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou.” (1 Co 5.15) “E,
assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis
que se fizeram novas.” (1 Co 5.17).

Á luz dessas coisas, Paulo chama Jesus de O primogênito, as primícias e o


princípio. Como Primogênito não somente ocupa posição de honra entre o seu povo,
mas vai adiante dele abrindo-lhes o caminho e unindo o seu futuro ao deles. “E a vós
outros também que, outrora, éreis estranhos e inimigos no entendimento pelas vossas
obras malignas, agora, porém, vos reconciliou no corpo da sua carne, mediante a sua
morte, para apresentar-vos perante ele santos, inculpáveis e irrepreensíveis.” (Cl
1.21,22).

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Como princípio Cristo é o pioneiro, o inaugurador que desbravou o caminho.


Nele, a grande e final ressurreição já teve início e tornou-se realidade. “Mas, de fato,
Cristo ressuscitou dentre os mortos, sendo ele as primícias dos que dormem. Visto
que a morte veio por um homem, também por um homem veio a ressurreição dos
mortos.” (1 Cor 15.20-21). O termo “primícias” significa os primeiros frutos. Nesse
sentido, a ressurreição de Cristo é a primeira de uma série de ressurreições que
ocorrerão posteriormente, tal como um primeiro fruto que é seguido de vários que
serão produzidos. A ressurreição de Cristo é um evento escatológico que será seguido
por outros, nesse caso, por outras ressurreições.

Conclusão
Paulo pensava escatologicamente, isto é, como entendo a obra de Cristo como
sendo o cumprimento das promessas antigas feitas por Deus através dos profetas de
Israel.

Portanto, todas as implicações da morte e da ressurreição de Jesus são escatológicas


uma vez que tais eventos inauguraram o tempo do fim que culminará em Seu retorno
e seu julgamento.

Sendo assim, a existência da igreja, seu modo de viver, pertencem ao plano redentivo
de Deus que ocorreria no tempo do fim. “E, assim, se alguém está em Cristo, é nova
criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas.” (2 Co 5.17).

AUTOR: REV. CARLOS EDUARDO PEREIRA DE SOUZA


carlos_edib@hotmail.com

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