A TEOLOGIA DA IGREJA
2 Timóteo 4.1-5
E esse é o nosso grande desafio hoje. Somos o terceiro país em população evangélica
no mundo, o que nos mostra que, numericamente, vamos bem, mas a mentalidade
desta grande massa não é boa; o perfil teológico dessa gente toda não é sadio.
Queremos, neste estudo, fazer uma séria reflexão sobre qual é o perfil teológico da
Igreja hoje. Não é difícil traçar um perfil da Igreja; mesmo diante de tantas caras que
ela possui, há um perfil predominante, ou pelo menos que aparece mais, e esse é o
que mais assusta.
O apóstolo Paulo está, nesta Carta a Timóteo, orientando o jovem pastor quanto à
realidade de um tempo que sobreviria, em que se intensificariam as dificuldades, e
estas estariam ligadas ao comportamento dos homens, como vemos no capítulo 3.
Nesse texto, o apóstolo Paulo afirma que haveria tempo em que o comportamento
humano seria de intolerância para com a sã doutrina, busca de mestres segundo os
interesses particulares e não divinos, e recusa da verdade a ponto de se sentir
comichão nos ouvidos.
O nosso tempo é assim, e a Igreja inserida nesse contexto tem se deixado influenciar
negativamente e, por isso, sua teologia não está sadia como o necessário, e segue
recheada de diversas teologias.
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Deus é visto por muitos, como sendo um gênio da lâmpada, e a vida cristã é
reivindicar ao gênio o cumprimento dos nossos desejos. E tudo acontece num passe
de mágica - falta a varinha mágica, mas em compensação, tem trombeta, milho
ungido, vassoura sagrada que varre demônios, rosa ungida, água milagrosa, sabonete
descarrego etc.
Jesus morreu na cruz para sermos economicamente estáveis. Existe até a "corrente
da vida regalada", onde se pede a Deus riquezas, como as de Salomão. Assim, o
paraíso é, na terra, uma vida sem problemas, sem enfermidades, com carro 0 Km na
garagem... que maravilha!
Pastor ou reverendo não servem mais; agora são apóstolos, e daí é um passo para se
pleitear o de Messias. Estamos numa era de supervalorização do homem, do
antropocentrismo, e não falta, ao nosso redor, os animadores de auditórios, os
leiloeiros de bênçãos, que acabam virando, ao invés de mártires da fé, ídolos.
A "Teologia da Onda" - Esta é outra tendência forte em nossos dias: a dos modismos
evangélicos. De repente, surge algo novo, e passa a ser a sensação do momento.
Acontece num lugar, e vira regra para atestar a presença de Deus.
A fórmula para atrair os pecadores, é dizer não o que Deus fará ou nos dará em uma
vida porvir, e sim, dizer o que pode ser feito hoje, aqui e agora. Se, no passado, a
Igreja tirou o pé da terra, agora tem tirado a cabeça do céu e, em nome desse
imediatismo, tem levado as pessoas a estarem mais interessadas em servir-se de
Deus, do que servir a Deus.
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Imaturidade Espiritual - A Igreja vive, como diz o autor da Epístola aos Hebreus,
dependente do leite espiritual e não suportando o alimento sólido (Hb 5.12). Se a
teologia é rasa, a Igreja é imatura. Por esta razão, a compreensão das Escrituras é
limitada, ora ficando aquém das mesmas, ora indo além.
Superficialidade Doutrinária - Em Atos 2.42, é dito sobre a Igreja primitiva, que ela
perseverava na doutrina dos apóstolos; a conheciam, por isso perseveravam nela.
Hoje, o conhecimento das doutrinas é superficial: há gente, por exemplo, que se
assusta quando se fala em ressurreição corporal, encarnação do Verbo,
predestinação, soberania de Deus, e outros temas que poucos conhecem.
Exageros quanto à Fé - Há muita gente com fé nos agentes de Deus, e não no Deus
que age. Outros têm fé na fé dos líderes da comunidade. Outros têm fé na oração, na
forma da oração, no óleo da unção, e não no Deus vivo e verdadeiro. Uma teologia
enferma, gera uma fé enferma.
Distorções do Avivamento - Não podemos negar que Deus tem atuado em muito do
que tem acontecido no Brasil, pois há barreiras que ruíram pela intervenção de Deus.
Contudo, temos que tomar extremos cuidados, pois podemos transformar um
avivamento em mero pentecostismo.
Aversão ao Evangelho - Um outro prejuízo notório que uma teologia enferma produz,
é um sentimento de repulsa e aversão por parte dos não-crentes ao Evangelho.
Contrariando o texto de Atos 2.47, a Igreja atual tem começado a despertar a antipatia
da sociedade, e o não reconhecimento da sua voz profética.
Estando a nossa enferma teologia como está, o único remédio é pregar só a Escritura
e toda a Escritura. Só assim resgataremos a sã doutrina, ou a sã teologia. Há três
etapas desta pregação:
Correção - Voltar-se para a Bíblia, detectar o erro, e substituí-lo pelo que é correto;
colocar a doutrina dos apóstolos no seu devido lugar; rejeitar fábulas, e tudo o que não
tem fundamentação nas Escrituras (I Tm 4.6,7).
Repreensão - Trabalhar a consciência, pois uma teologia errada, leva a uma vida
prática errada. Com os conceitos errados na mente, não poderemos ser "perfeitos e
perfeitamente habilitados para toda boa obra" (II Tm 5.17).
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Paulo fala de exortar com perseverança e ensino da verdade, para que, nesse tempo
difícil, mesmo com toda oposição, permaneçamos na sã teologia.
DISCUSSÃO
1 - Como a sua Igreja tem reagido diante dos modismos teológicos?
2 - Em sua visão, qual será a teologia da Igreja no 3o milênio?
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