A QUEDA DA BABILÔNIA
Apocalipse 18.21 a 19.10
“Deus tarda, mas não falha" - diz o ditado, referindo-se à justiça do bom Deus. Quanto
a isso, podemos dizer que Ele não tarda e nem falha. A justiça dos homens e,
principalmente a brasileira, podemos dizer que "tarda e falha". Essa é a realidade da
justiça dos homens.
Da justiça divina até podemos dizer - sob o ponto de vista humano - que ela "tarda";
mas não falha nunca.
O texto que serve de base para nossa reflexão neste estudo, mostra exatamente o
julgamento de Deus fazendo aparecer a verdade dos fatos.
Para alguns, pode até parecer demorado, mas mostra-nos uma inabalável certeza: a
destruição do mal e a recompensa de uma vida consagrada ao Senhor e à sua justiça.
Julgamento que, com certeza, sempre trouxe alívio e conforto a todos os cristãos, em
todas as épocas.
Babilônia e Nova Jerusalém! Que grandes verdades encerram essas duas cidades! O
que está por detrás delas? O que simbolizam?
Análise do texto
O texto bíblico em apreço envolve três capítulos do Apocalipse (17, 18 e 19.1-10). No
capítulo 17, há o registro da descrição da "grande meretriz" retratando a cidade de
Roma, simbolizada na visão da "mulher montada numa besta com sete cabeças e dez
chifres".
Nesse capítulo há uma descrição da visão, bem como uma certa explicação do anjo a
João. Tomamos, como exemplo, a palavra do anjo que diz: "A mulher que viste é a
grande cidade que domina sobre os reis da terra "(17.18).
No capítulo 18, João vê outro anjo que desce do céu e anuncia a queda da "grande
Babilônia" (v.2). Babilônia era cidade imponente e importante nos dias do Antigo
Testamento.
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É o Deus que "manifesta a sua glória, poder e salvação, ao destruir aquela que
destruía a terra. Ele faz justiça, reabilitando a honra dos perseguidos e mártires"
(Notas da Bíblia Sagrada Edição Pastoral).
A visão descrita nestes capítulos foi, com certeza, de grande conforto e consolo para
os cristãos perseguidos da Ásia. Revela a aplicação da justiça de Deus (18.21-24) e o
triunfo da retidão sobre o mal, celebrado no simbolismo de uma festa de casamento:
as bodas do Cordeiro (19.7-9).
Ela representa a sociedade que explora o povo. Naquele tempo, 90% de todos os
produtos e riquezas dos povos dominados convergiam para a cidade de Roma. "É a
exploração econômica que impede aos povos de sobreviver.
A igreja cristã atual é desafiada a agir no mundo de hoje de duas maneiras. Primeiro,
opondo-se, denunciando e buscando transformar todo tipo de sociedade que oprime o
ser humano.
Essa é a missão profética da igreja. Segundo, implantando já, as bases de uma nova
sociedade. Uma sociedade que liberta, levando o homem a uma nova relação com
Deus (19.1-10). Será que, como cristãos, estamos sinceramente dispostos a isto?
Será que existe alguma semelhança com os dias de hoje? Infelizmente e, com
certeza, isso acontece, também, hoje. E há aqueles que foram explorados, iludidos,
enganados e excluídos e estão, pelas atividades dessa sociedade, cada vez mais
pobres.
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Essa elite lamenta a queda da sociedade da desigualdade (18.9-19), pois ela sempre
se alimentou da preocupação materialista dessa mesma sociedade.
O primeiro lamento (18.9,10) é daqueles que detêm o poder político - "gente com
tanto poder e nenhum coração, gente que compra e que vende a moral da nação" -
como diz a canção.
A tão falada "globalização" tem promovido, nos dias atuais, o avanço desta
desigualdade entre os povos.
A igreja é o protótipo dessa nova sociedade. Cabe a ela tanto o testemunho desse
novo estilo de vida, bem como a luta para a expansão da sociedade da fraternidade.
João mostra claramente, a partir do que viu, que há um tempo em que o Senhor Deus
intervém. Foi assim nos tempos de Noé (Gn 6.5,6; 7.17-24). Foi assim nos tempos de
Babel (Gn 11.1 -9). Foi assim nos tempos de Sodoma e Gomorra (Gn 19.23-29).
A alegria é intensa. No trecho de 19.1-10, a expressão "aleluia " aparece quatro vezes,
num insistente convite à celebração.
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Eis aí o grande desafio da igreja cristã: pela prática da justiça, lutar pela transformação
da sociedade corrompida, em povo de Deus - uma sociedade restaurada, perfeita,
onde a vida será plena e abundante.
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