CLONAGEM HUMANA
ENFOQUE TEOLÓGICO
Objetivo do estudo:
A luz do que já aprendemos sobre clonagem humana, analisar até que ponto o
assunto pode ser aceito pelo cristão, e questionar sobre a possibilidade ou não da
formação do espírito humano neste projeto científico.
INTRODUÇÃO
Num sentido mais popular, podemos dizer que teologia é o estudo de Deus e sua
relação com o universo. E aí entra a própria criação do universo, suas leis, e a criação
do ser humano e de todos os seres vivos.
Neste caminho, a teologia indaga sobre o que Deus pensa de todo o empreendimento
científico de clonagem humana.
• Como foi que Ele criou o ser humano, e que planos Ele tem para os métodos e
procedimentos que criou para a procriação humana?
• Faria Deus questão do método de gerar uma vida pelo encontro de duas
pessoas pelo ato conjugal e pelo resultante encontro de um espermatozoide e
um óvulo (semente masculina e semente feminina)?
• Teria Deus um relógio genético para cada ser humano que venha ao mundo
pelos meios normais - um tempo de nascer e um tempo de morrer, como diz
Eclesiastes 3.2?
Dos textos bíblicos acima mencionados, os dois primeiros tratam da metodologia que
Deus usou para criar o ser humano e como o dotou biologicamente. O terceiro texto,
fala especificamente da criação do espírito do ser humano dentro dele.
À luz destes textos, vamos averiguar quais os resultados que advirão da modificação,
pela ciência, dos métodos e processos criados por Deus para a reprodução humana.
Que diferença haveria, por exemplo, entre o ser humano gerado pelo prazer conjugal
de um homem e uma mulher por um feto que se desenvolve num útero onde se deu a
geração do seu ser?
Pelas emoções e pelo sentimento de amor de mãe que o feto recebe durante todo o
seu período de gestação, e o clima de um ser gerado em laboratório, no vidro frio e
insensível, com o núcleo genético modificado, a partir do óvulo de uma mulher que
não lhe comunicou a vida e, ainda, que será desenvolvido num outro útero que não é o
da sua mãe biológica?
E a questão do espírito humano? Muitos cientistas não acreditam que haja espírito no
ser humano. Mas sabe-se, pela Bíblia, que Deus forma o espírito dentro do homem
(Zc 12.1).
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De uma grande discussão do assunto, a maioria dos teólogos entende que o espírito
do homem é formado no processo da concepção, dentro das leis biológicas,
psicológicas e espirituais que Deus estruturou dentro do ser humano.
Ora, na clonagem de um animal isto não é tão relevante, pois este não possui espírito
como o homem. Mas no caso do ser humano, que seria se uma pessoa viesse a existir
sem espírito? Não seria ele um monstro?
Quando Deus criou o primeiro homem, desejou multiplicá-lo. Para tanto, providenciou-
lhe uma mulher, uma fêmea. A fêmea foi tirada do macho, é verdade. Isto poderia ser
até algo semelhante a uma clonagem, pois uma costela de Adão conteria DNA à
vontade.
Só que não foi cópia fiel, porque o sexo foi modificado, e, sobretudo, a cópia já veio
crescida. Será que a ciência ainda vai tentar fazer o mesmo?
Mas o ponto mais importante deste argumento é que, em vez de continuar fazendo um
tipo de "clonagem" para multiplicar a espécie humana, Deus estabeleceu leis
biológicas de reprodução, com uma maravilhosa possibilidade de diversificação, a
começar pelo quociente de inteligência (QI).
É bem verdade que este sistema de clonagem pode até redundar em outros tipos de
benefícios para a humanidade. Mas será que compensa lutar contra a natureza criada
por Deus?
Em resumo: não obstante trabalhar a clonagem com material fornecido pela natureza
que Deus criou, ainda assim, teologicamente, a clonagem não cabe nos propósitos de
Deus.
A teoria do criacionismo. Aqui a ideia é que Deus vai criando cada alma
imediatamente para cada pessoa que vai sendo gerada. Trata-se de uma intervenção
direta de Deus na criação de cada alma ou espírito. Esta teoria foi ferrenhamente
defendida pela chamada Igreja do Oriente, de um modo geral. Na chamada Igreja do
Ocidente, apenas alguns poucos defensores existiram.
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E é com base nesses princípios que o ser humano se reproduz. E é neste sentido que
se entende o texto de Zacarias 12.1. Esta é a teoria que adotamos1.
Macho e fêmea. Deus não criou um laboratório permanente para fabricar seres
humanos, mas criou-os macho e fêmea, anatomicamente estruturados para a
procriação e multiplicação da espécie humana.
A ordem para crescer e multiplicar-se. Outra vez, Deus deixou ao primeiro casal a
tarefa de acionar as leis neles estruturadas. Eles cresceriam seguindo as leis que lhes
foram dadas.
O casamento. Para tão importante mister, Deus instituiu o casamento a fim de garantir
a segurança da espécie multiplicada. Aí entram fatores jurídicos, sociais, psicológicos
e espirituais.
CONCLUSÃO
A ciência é capaz de grandes feitos. No entanto, é preciso indagar se vale a pena
realizar ou não determinado experimento; se será bom ou não para a humanidade. Por
isso, a Ética opõe suas barreiras e a Lei deve ser aperfeiçoada para regular possíveis
danos a todo o mundo. E se a teologia é desrespeitada ou se a vontade de Deus, o
Criador, é violada, poderemos esperar resultados negativos, que virão, com certeza.
Assim, mesmo que a Bíblia não registre matéria específica sobre este tema, ela nos
dá princípios claros sobre a metodologia que Deus, o Criador, usou para criar o ser
humano, inclusive a sua parte espiritual. E a Bíblia ressalta: "E viu Deus que era bom"
(Gn 1.12).
Neste ponto, poderíamos buscar a opinião de vários teólogos sobre esta matéria. No
entanto, achamos que isto tornaria a lição muito acadêmica, o que fugiria aos nossos
propósitos com este trabalho. Cremos que o material que temos aqui já é suficiente
para o nosso enfoque teológico.
1
Ver Teologia Sistemática, L. Berkhof, Casa Bautista de Publicaciones, El Paso, Texas,
pp.231/237
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