INTRODUÇÃO
1. Fatores que geram
O sentimento de aceitação é básico para o
desenvolvimento da personalidade do ser sentimentos de não-aceitação
humano. A criança, quando nasce, tem seus
referenciais na família. Seus pais são como
espelhos de onde, desde bebê, obterá as
primeiras percepções de si mesmo e do tipo
de pessoa que pensa que é. Ele incorpora o
ambiente emocional do seu lar, percebendo Críticas constantes
desde cedo se existe a sua volta um clima
de paz, amor e companheirismo ou de ódio, A crítica, quando feita de forma construtiva,
violência, confusão e tensão. tem seu espaço e faz parte do processo de
amadurecimento de todos nós. Entretanto,
De certa forma, seus cuidadores mais quando se trata de crianças, a advertência
próximos acabam sendo uma espécie de deve ser feita com amor, cuidado e
ponte, que liga a criança ao resto do mundo. moderação. Os pais, na ânsia de corrigir
Logo, se o ambiente doméstico é repleto de seus filhos, acabam por sobrecarregá-los
amor e carinho, a criança se sentirá feliz, com cobranças intermináveis.
valorizada e forte. A ambiência do convívio
familiar nos primeiros anos de sua vida É sabido que o ser humano fixa sua atenção
contribui grandemente para que tenha uma mais profundamente nas experiências
boa imagem de si mesma, tornando-a apta desagradáveis do que nas bem sucedidas.
para enfrentar o mundo lá fora. Uma criança que só recebe críticas de seus
pais e que não é valorizada pelas coisas
positivas que realiza experimentará um
OBJETIVO profundo sentimento de rejeição e
frustração, podendo desenvolver uma
Abordar os fatores que influenciam para que personalidade medrosa e insegura, incapaz
uma criança se sinta amada e aceita por sua de encarar desafios e confiar em seu próprio
família. potencial para vencer os embates no
decorrer de sua história.
A educação pelo medo deforma a alma.
Coelho Neto
Uma criança, dependendo do grau de rejeição a que foi submetida, pode aprender desde muito
cedo que não deve confiar nos adultos. Tal convencimento pode ocorrer quando:
b) perceber a indiferença e falta de atenção do adulto quando busca falar sobre seus problemas
existenciais;
Quando nos sentimos rejeitados é normal nos retrairmos; e se isso acontece sistematicamente
com uma criança, uma ferida muito grande é aberta, fazendo com que ela cresça com uma
constante sensação de que não é aceita. Ela passa a acreditar que não poderá contar com o
apoio e amor das pessoas que a cercam, já que não se sente aceita nem amada por sua própria
família.
Em vez de preparar os filhos para alcançar sempre o sucesso, seria mais interessante prepará-
los, também, para absorver e superar os fracassos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AZEVEDO, M. A.; GUERRA, V. N. A. Crianças Vitimizadas: a síndrome do pequeno poder: São
Paulo: Iglu, 1989.
CUNHA, Maria Leolina Couto. Curso de Capacitação: violência doméstica contra crianças e
adolescentes. Curitiba: Cecovi/Unicef, 2003.
EWING, C. P. In: CLARKSON, W. Whatever Mother Says. Nova Iorque: St. Martin’s Press, 1995.
KEMPE, R. S.; KEMPE, C. H. Child Abuse. Londres: Fontana Open Books, 1978.
WATSON, J. B. Psychological Care of Infant and Child. Norton & Company, 1928.
WOODWARD, Luther, com Morton Edwards, editor, Your Child from Two to Five. Nova Iorque:
Permabooks, 1955.