LUTO E DEPRESSÃO
O diagnóstico no DSM-5 e o tratamento pela TCC
SÃO PAULO
2017
ANDRÉ PEREIRA NOVAES
LUTO E DEPRESSÃO
O diagnóstico no DSM-5 e o tratamento pela TCC
Orientadores:
SÃO PAULO
2017
ANDRÉ PEREIRA NOVAES
LUTO E DEPRESSÃO
O diagnóstico no DSM-5 e o tratamento pela TCC
Orientadores:
Aprovado em:
BANCA EXAMINADORA
_______________________/__/___
Prof. Hewdy Lobo Ribeiro
Universidade Paulista – UNIP
_______________________/__/___
Profa. Ana Carolina S. de Oliveira
Universidade Paulista – UNIP
RESUMO
1 INTRODUÇÃO......................................................................................... 10
2 OBJETIVOS............................................................................................. 14
3 METODOLOGIA...................................................................................... 15
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO................................................................16
4.1 Os diagnósticos de depressão e de luto.……..............................………21
4.2 O tratamento da depressão e luto pela TCC……........……………...…...23
4.3 As produções atuais e as alterações no DSM-5……......……...….....…..28
5 CONCLUSÕES........................................................................................ 30
REFERÊNCIAS...........................................................................................31
10
1 INTRODUÇÃO
2 OBJETIVOS
3 METODOLOGIA
4 RESULTADOS E DISUSSÃO
Formaç ão de Tânia Maria O trabalho foi É possível classificar A versão traduzida e
indicadores para Alves, 2014 realizado em duas corretamente 71,3% adaptada do TRIG
a psicopatologia etapas: a) traduç ão dos indivíduos com e para o português é
do Luto e adaptaç ão sem luto complicado. confiável e válida como
transcultural do Pela regressão medida do luto tanto
TRIG para o logiś tica demonstrou- quanto a versão
português do Brasil se que nível original. O TRIG foi
e b) estudo em educacional, idade do capaz de distinguir
corte transversal falecido, idade do pacientes com e sem
para análise da enlutado, perda de luto complicado. Nós
confiabilidade e filho(a) e morte do sugerimos o uso do
validaç ão desse tipo inesperada são TRIG com ponto de
instrumento. fatores de risco para corte igual a 104 para
luto complicado. identificar enlutados
Nossos resultados com luto complicado.
também sugerem que
religião pode
influenciar luto
complicado.
Fatores Ana Carolina Foi realizada uma Identificou-se que os Dessa forma, mostra-
psicológicos da Rimoldi de Lima; pesquisa de participantes se relevante propor a
obesidade e Angélica Borges levantamento, apresentaram estes participantes
alguns Oliveira, 2016 cujos dados foram sintomas de uma abordagem de
apontamentos coletados através ansiedade, estresse e tratamento
sobre a terapia de questionário um perfil cognitivo multidisciplinar para
cognitivo- estruturado, da disfuncional que tais aspectos
comportamental aplicaç ão dos relacionado ao psicológicos sejam
Inventários de padrão alimentar e à abordados. A terapia
Beck para autoestima, além de cognitivo-
ansiedade e comportamentos não comportamental é uma
depressão e do saudáveis, tais como abordagem útil neste
Inventário de alimentaç ão tratamento, pois
sintomas de stress compulsiva e baixa favorece a aquisiç ão
de Lipp. adesão a atividades de hábitos saudáveis,
fiś icas. promove a regulaç ão
afetiva, a
reestruturaç ão
cognitiva e a melhora
do enfrentamento de
estressores
psicossociais.
pacientes com DPOC. Dentre elas, os autores afirmam que “A terapia cognitivo-
comportamental ajuda a reduzir a sensação de dispneia, bem como os sintomas
de depressão e ansiedade” (ARAUJO; ARAUJO, 2013, p.37).
Em um artigo que investiga o modelo de flexibilidade psicológica (FP), um
instrumento que mensura a capacidade do indivíduo agir embasado em valores,
não em evitar sofrimento, a terapia cognitivo-comportamental coloca-se em
estudo. Esta abordagem fundamenta a terapia de aceitação e compromisso
(ACT) que construiu o FP e prioriza a modificação do ambiente em lugar da
busca por modificar pensamentos, conteúdo, sensações e sentimentos
(BARBOSA; MURTA, 2015).
O FP fornece construtos indicativos de saúde mental incluindo a depressão,
sendo considerado um importante instrumento para avaliar o comportamento
humano. Apesar de haver restrições metodológicas neste estudo que limitam a
comprovação empírica da efetividade deste instrumento, os autores afirmam que
o FP “contribui não apenas para identificar riscos relativos a diversos transtornos
emocionais, mas também para o possível desenvolvimento de técnicas de efeito
transversal a transtornos de humor variados” (BARBOSA; MURTA, 2015, p.80).
Nesse sentido, o FP mostra-se relevante ao diagnóstico e, portanto, ao
tratamento da depressão, um instrumento embasado na TCC.
Em um artigo que investiga a efetividade da TCC para compras compulsivas,
ao valer-se de instrumentos citados neste trabalho como o Inventário Beck de
Depressão (BDI) e o Inventário Beck de Ansiedade (BAI), notou-se resultados
efetivos no estudo de caso:
A investigaç ão sugere que, em casos de compras compulsivas, a TCC
é efetiva, não somente promovendo a alteraç ão desse comportamento,
mas também melhorando sintomas de depressão e o ajustamento
social desses pacientes. (BRANDTNER; SERRALTA, 2016, p.187).
O BDI e o BAI também foram utilizados em outro estudo que teve como foco
o tratamento para a interrupção de tabagismo pela TCC. Foram mensurados
sintomas de depressão, ansiedade, estresse e a motivação no processo de
busca pela mudança de comportamento dos pacientes fumantes selecionados.
Os resultados indicaram eficácia do tratamento pela TCC:
Tal como aconteceu com a ansiedade dos pacientes no presente
estudo, a gravidade da depressão, quantificada pela pontuaç ão obtida
no BDI, foi menor após o tratamento do tabagismo. Esse desfecho é
provavelmente atribuiv́ el aos efeitos combinados do tratamento
25
Em uma análise que enfoca meninas com idade entre 9 e 16 anos vítimas
de violência sexual, outros instrumentos da TCC foram utilizados como o
Inventário de Depressão Infantil (CDI), uma adaptação do BDI. Após a análise
do processo terapêutico, notou-se uma diminuição no escore da escala CDI, o
que indicou um impacto positivo em sintomas de depressão infantil. Entende-se
que esta diminuição na pontuação “pode estar relacionada com a reestruturação
de pensamentos disfuncionais geradores de sentimentos de culpa, vergonha,
raiva e desesperança” (SCHNEIDER; HABIGZANG, 2016, p.554), o que se deve
a uma abordagem terapêutica cognitivo-comportamental.
Outro artigo também utilizou um instrumento destinado a pessoas menores
́ de Cognitiva para Crianças e Adolescentes (ITC-
de 18 anos, o Inventário da Tria
CA), que também tem por base o BDI. Fundamentando-se em pressupostos da
TCC, utilizou-se também da Escala de Pensamentos Automáticos para Crianças
e Adolescentes (EPA). A obra se detém a avaliar o ITC-CA em sua eficácia para
investigar a tríade cognitiva em crianças e adolescentes, foi considerada
adequada por suas propriedades psicométricas. No que se refere a depressão,
os autores postulam que:
O modelo cognitivo da depressão desenvolvido por Aaron T. Beck e
sua abordagem psicoterápica, a Terapia Cognitiva, se destacam como
ferramentas importantes na compreensão e no tratamento da
depressão (Powell, Abreu, Oliveira, & Sudak, 2008) (TEODORO;
FROESELER; ALMEIDA; OHNO, 2015, p.64).
Os resultados obtidos vão na mesma direcç ão que os obtidos por Yoo
e colaboradores (2009). Estes investigadores estudaram os efeitos de
uma intervenç ão cognitivo-comportamental sobre a ansiedade e a
depressão em mulheres com cancro da mama em tratamento por
radioterapia (com aconselhamento, educaç ão sobre tratamentos,
estratégias para enfrentar a radioterapia e exercić ios de reabilitaç ão) e
concluiŕ am que após a intervenç ão, o GE apresentou niv́ eis muito mais
baixos de ansiedade e depressão, comparando com o GC (DEEP;
LEAL; PATRÃ O, 2014, p.299).
Os estudos desta publicação foram aplicados quando DSM-5 ainda não havia
sido publicado, porém constatou-se que todos os indivíduos enlutados que
receberam o diagnóstico de luto complicado segundo o DSM-IV adequam-se aos
critérios diagnósticos de luto prolongado segundo o DSM-5 (ALVES,2014).
Desse modo, apenas esta dissertação tratou detidamente das alterações nos
critérios diagnósticos de depressão e de luto, o que nos indica pouca
preocupação com as consequências que esta mudança pode gerar tanto no
próprio diagnóstico quanto no tratamento.
30
5 CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
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5 5th ed. Porto Alegre: Artmed, 2014.
BASSO, Lissia Ana e WAINER, Ricardo. Luto e perdas repentinas: contribuições da Terapia
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5687.
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CLARK DA, BECK AT, ALFORD BA. Scientific foundations of cognitive theory and therapy
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CUNHA, J. A. (2001). Manual da versão em português das Escalas Beck. São Paulo: Casa
do Psicólogo.
32
DE LIMA, Ana Carolina Rimoldi; OLIVEIRA, Angélica Borges. Fatores psicológicos da obesidade
e alguns apontamentos sobre a terapia cognitivo-comportamental. Mudanças-Psicologia da
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DEEP, C., LEAL, I., & PATRÃO, I. (2014). Avaliação da intervenção cognitiva-comportamental
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23, 293-301.
ESTEVES, Anabela and GOMES, A. Rui. Stress ocupacional e avaliação cognitiva: um estudo
com forças de segurança. Saude soc. [online]. 2013, vol.22, n.3, pp.701-713. ISSN 0104-1290.
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lança a campanha “Vamos conversar”. Disponível em:
<http://www.paho.org/bra/index.php?option=com_content&view=article&id=5385:com-
depressao-no-topo-da-lista-de-causas-de-problemas-de-saude-oms-lanca-a-campanha-vamos-
conversar&Itemid=839>. Acesso em: 15 de out. 2017.