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DEFESA - AUDIÊNCIA DE CUSTÓDIA

Meritíssimo juiz, o conduzido da justiça, aqui presente, por intermédio de


seu advogado, vêm com todo o acato e respeito, à honrada presença de V. Exa., com
supedâneo nos artigos 310, III, c/c 321, ambos do CPP, humildemente requerer seja-lhe
concedida, por este douto juízo, sua liberdade provisória.

Haja vista, in casu, não se vislumbram os requisitos constantes do artigo 312


do diploma Penal Formal, tais como a garantia da ordem pública, conveniência da
instrução criminal ou ainda o asseguramento da aplicabilidade da lei penal.

Pois, em relação ao acusado, não há falar em pessoa voltada a práticas


delituosas. Ao contrário, trata-se de pessoa ordeira, trabalhadora, possuindo residência
fixa (endereço), réu primário, bem como conduta e antecedentes ilibados.

Nesta toada, impende ressaltar que, sua liberdade não atentará contra a
ordem pública, não perturbará o rito especial da ação criminal e não prejudicará a
aplicação da Lei Penal não havendo assim, razão para não continuar no distrito da culpa,
conseguintemente podendo este comparecer perante o Poder Judiciário, sempre que
solicitado.

Apenas por amor aos debates, convém esthesir que, o festejado artigo 310
do Código de Processo Penal, que dispõe sobre a liberdade provisória, deixa claro que
não se trata de um favor que se possa outorgar ao preso que está nessa circunstância
como requerente, mas sim um direito a que este faz jus.

Neste diapasão, em sua famigerada obra "Dos Delitos e das Penas", o


insigne jurista Cesare Bonesana, marquês de Beccaria, preleciona: O acusado não deve
ser encarcerado senão na medida em que for necessário para impedi-lo de fugir ou de
ocultar as provas do crime1. (grifos acrescidos)

1
BECCARIA, Cesare. Dos Delitos e das Penas. Tradução de Paulo M. Oliveira. 12. ed. Rio de Janeiro: Ediouro, 1999.
Perfilhando este mesmo entendimento em notável escólio, digno de nota, o
novel jurista Luiz Flávio Gomes, reverbera: A prisão preventiva não é apenas a ultima
ratio. Ela é a extrema ratio da ultima ratio. A regra é a liberdade; a exceção são as
cautelares restritivas da liberdade (art. 319, CPP); dentre elas, vem por último, a
prisão, por expressa previsão legal2. (grifos nossos)

Insta consignar que outro não tem sido o entendimento majoritário de nosso
Egrégio Tribunal de Justiça Capixaba. Como exemplo citamos o afamado aresto, de
relatoria do eminente desembargador Willian Silva, senão vejamos, verbis:
HABEAS CORPUS. PENAL E PROCESSUAL PENAL. ...PRISÃO PREVENTIVA.
REQUISITOS. AUSÊNCIA. CONCESSÃO PARCIAL DA ORDEM.
A prisão cautelar deve ser considerada exceção, já que, por meio desta
medida, priva-se o réu de seu jus libertatis antes do pronunciamento
condenatório definitivo, consubstanciado na sentença transitada em
julgado.
A custódia cautelar é medida excepcional, reservada para os casos de
absoluta imprescindibilidade e deve respeitar os princípios da
homogeneidade, proporcionalidade e adequação.
[...] Ordem parcialmente concedida para substituir a prisão por medida
cautelar diversa, (CPP, art. 319).3

DOS PEDIDOS - Por todo o exposto, propugna-se pela concessão da liberdade


provisória ao conduzido da justiça, aqui presente. Sendo expedido para tanto, o
competente Contra Mandado e o Alvará de Soltura, para defender-se solto da
imputação que lhe é atribuída. Desde já comprometendo-se a comparecer a
todos os atos da Justiça que lhe for determinado, conforme alhures afirmado.
Todavia, caso, não seja este o douto e elevado entendimento de V. Exa., pugna-
se então pela aplicação das Medidas Cautelares diversas da prisão, constantes
do artigo 319 do CPP. Haja vista, assim procedendo, este R. Juízo, certamente
estará aplicando a mais lídima e cristalina Justiça.

2
GOMES, Luiz Flávio; MARQUES, Ivan Luís (Coord.). Prisão e Medidas Cautelares. 2. Tiragem. São Paulo: RT, 2011.
3
HABEAS CORPUS 0002163-61.2017.8.08.0000. Relator: Willian Silva. Órgão Julgador: Primeira Câmara Criminal.
Data do Julgamento: 10/05/2017.

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