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ZONEAMENTO GEOAMBIENTAL DO

ESTADO DO CEARÁ
Parte II - MESORREGIÃO DO SUL
CEARENSE

FUNDAÇÃO CEARENSE DE METEOROLOGIA E RECURSOS


HÍDRICOS – FUNCEME
DEPARTAMENTO DE RECURSOS AMBIENTAIS

Fortaleza – 2006
GOVERNO DO ESTADO DO CEARÁ
SECRETARIA DA CIÊNCIA TECNOLOGIA E EDUCAÇÃO SUPERIOR
FUNDAÇÃO CEARENSE DE METEOROLOGIA E RECURSOS HÍDRICOS

ZONEAMENTO GEOAMBIENTAL DO
ESTADO DO CEARÁ
Parte II - MESORREGIÃO DO SUL
CEARENSE

Fortaleza – CE
2006
2
Obra Publicada pela

Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos

Governador do Estado do Ceará


LÚCIO GONÇALO DE ALCÂNTARA

Secretário da Ciência e Tecnologia


HÉLIO GUEDES DE CAMPOS BARROS

Presidente da Funceme
EDUARDO SÁVIO PASSOS RODRIGUES MARTINS

Diretor Administrativo
SANDRA MARIA MAIA COSTA

Diretor Técnico
FRANCISCO HOILTON ARARIPE RIOS

Gerente do Departamento de Recursos Ambientais


MARGARETH SÍLVIA BENÍCIO DE SOUZA CARVALHO

FUNCEME.
F979c
Zoneamento geoambiental do estado do Ceará:
parte II mesorregião do sul cearense. / Fundação
Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos.
Fortaleza, 2006.

132p.: 4 mapas escala 1:250.000


ISBN: 85-756331-93-4
1. Zoneamento goeambiental-Ceará; I- Título

CDU: 504(813.1)

3
ZONEAMENTO GEOAMBIENTAL DO
ESTADO DO CEARÁ
Parte II - MESORREGIÃO DO SUL
CEARENSE

Execução:

Apoio à execução:

Apoio à divulgação:

Fortaleza – 2006
4
GOVERNO DO ESTADO DO CEARÁ
SECRETARIA DA CIÊNCIA TECNOLOGIA E EDUCAÇÃO SUPERIOR
FUNDAÇÃO CEARENSE DE METEOROLOGIA E RECURSOS HÍDRICOS

ZONEAMENTO GEOAMBIENTAL DO ESTADO DO CEARÁ


Parte II - MESORREGIÃO DO SUL CEARENSE

EQUIPE TÉCNICA

Gleuba Maria Borges de Souza Carvalho – Geógrafa - Coordenadora


Manuel Rodrigues de Freitas Filho – Geógrafo
Margareth Sílvia Benício de Souza Carvalho – Engª Agrônoma
Maria Aldemisa Gadelha de Almeida – Geógrafa
Maria Lúcia Ramalho Martins - Geógrafa
Silvânia Maria dos Santos – Geógrafa

Marcos José Nogueira de Souza – Consultoria e Concepção metodológica


Vládia Pinto Vidal de Oliveira - Geóloga
Marcos José Nogueira de Souza Filho – Consultoria em Legislação Ambiental

COLABORADORES

Ana Maria Lebre Soares – Geógrafa


Eduardo José Nunes Veloso – Geógrafo
Francisco de Assis Bezerra Leite – Engenheiro Agrônomo
Francisco Roberto Bezerra Leite - Engenheiro Agrônomo
Zilnice Maria Lebre Soares – Geógrafa

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

FIGURAS

01 Localização da Mesorregião do Sul Cearense


02 Sistema de Degradação do Meio Ambiente
03 Precipitação Média Mensal dos Postos Inseridos no Sistema Ambiental
Chapada do Araripe e Patamares de Entorno (Cp)
04 Precipitação Média Mensal do Posto Inserido no Sistema Ambiental Tabuleiros
Interiores com Coberturas Sedimentares (Tc)
05 Precipitação Média Mensal dos Postos Inseridos no Sistema Ambiental
Maciços e Cristas Residuais (Mr)
06 Precipitação Média Mensal dos Postos Inseridos no Sistema Ambiental da
Depressão Periférica Meridional do Ceará (Sm)
07 Temperatura Média Mensal dos Postos Inseridos no Sistema Ambiental
Chapada do Araripe e Patamares (Cp)
08 Temperatura Média Mensal do Posto Inserido no Sistema Ambiental Tabuleiros
Interiores com Coberturas Sedimentares (Tc)
09 Temperatura Média Mensal dos Postos Inseridos no Sistema Maciços e Cristas
Residuais (Mr)
10 Temperatura Média Mensal dos Postos Inseridos no Sistema da Depressão
Periférica Meridional do Ceará (Sm)
11 Balanço Hídrico de Crato
12 Balanço Hídrico de Salitre
13 Balanço Hídrico de Caririaçu
14 Balanço Hídrico de Aurora
15 Balanço Hídrico de Assaré

6
TABELAS

01 Efetivo Demográfico da Mesorregião do Sul Cearense


02 Temperatura Média Mensal e Anual dos Postos Pluviométricos Inseridos nos
Sistemas Ambientais da Mesorregião do Sul Cearense
03 Rede de Açude/Barragem por Bacia Hidrográfica/Município da Mesorregião
Sul Cearense

QUADROS

01 Indicação atual das Classes de Solos mais Ocorrentes na Área do Projeto e


sua Correlação com a Classificação Anterior
02 Categorias Espaciais dos Sistemas e Subsistemas Ambientais da Mesorregião
do Sul Cearense
03 Capacidade Produtiva dos Sistemas Ambientais: Impactos, Riscos de
Ocupação e Cenários Tendências
04 Zoneamento Geoambiental da Mesorregião do Sul Cearense

7
LISTA DE MAPAS

Mapa dos Sistemas Ambientais em escala 1:250.000


Mapa de Uso e Ocupação do Solo em escala 1:250.000
Mapa das Unidades de Intervenções em escala 1:250.000
Mapa do Zoneamento Geoambiental em escala 1:250.000

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

CPRM – Companhia de Pesquisas de Recursos Minerais – Serviço Geológico do


Brasil
DNPM – Departamento Nacional da Produção Mineral
EMBRAPA – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
FLONA – Floresta Nacional do Araripe
FUNCEME – Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos
INPE – Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
IPECE – Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará
MMA – Ministério do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da Amazônia Legal
SRH – Secretaria dos Recursos Hídricos do Estado do Ceará

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SUMÁRIO

LISTA DE ILUSTRAÇÕES
LISTA DE MAPAS
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
p.
1 INTRODUÇÃO

2 ESTRATÉGIAS METODOLÓGICAS E OPERACIONAIS

2.1 Base Teórica


2.2 Estratégias
2.3 Sensoriamento Remoto e Geoprocessamento
2.4 Mapeamento Temático e Fluxograma Metodológico
3 CONFIGURAÇÃO ECOGEOGRÁFICA DA MESORREGIÃO DO SUL
CEARENSE

4 CONTEXTO GEOAMBIENTAL
4.1 Quadro Geológico - Geomorfológico
4.2 Condições Climáticas e Hidrológicas
4.3 Solos e Cobertura Vegetal
4.4 Sinopse: Categorias Espaciais dos Sistemas e Subsistemas Ambientais

5 CAPACIDADE PRODUTIVA DOS SISTEMAS AMBIENTAIS:


CAPACIDADE PRODUTIVA DOS RECURSOS NATURAIS, IMPACTOS,
RISCOS DE OCUPAÇÃO E CENÁRIOS TENDENCIAIS

6 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL PERTINENTE

7 ESBOÇO DO ZONEAMENTO GEOAMBIENTAL

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANEXOS
Mapas Temáticos
Mapa dos Sistemas Ambientais em escala 1:250.000
Mapa de Uso e Ocupação do Solo em escala 1:250.000
Mapa das Unidades de Intervenções em escala 1:250.000
Mapa do Zoneamento Geoambiental em escala 1:250.000

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APRESENTAÇÃO

A Mesorregião do Sul Cearense representa um dos mais importantes


setores do contexto geográfico, sócio econômico, paleontológico e cultural do
estado do Ceará. Ocupa área equivalente a 14.800 Km2, correspondendo a 10%
do território estadual e abrigando um continente demográfico de 789.262
habitantes e 25 municípios.

Há uma significativa predominância dos terrenos pertencentes à bacia


sedimentar Cretácea do Araripe, que é circundada em todos os seus quadrantes,
por áreas do embasamento cristalino, eventualmente cobertas por pequenas
manchas de materiais sedimentares Cenózoicos. Essas características
contribuem, decisivamente, para justificar os aspectos fundamentais do contexto
geoambiental da Mesorregião, que configura uma acentuada diversidade de
sistemas e de subsistemas naturais. A complexidade dos mesmos justifica um alto
potencial de biodiversidade e de riquezas fossilíferas, implicando na necessidade
de conservação das características físico-biológicas e sócio-culturais dessas
áreas. Os recursos hídricos têm para o semi-árido cearense, um pontencial
expressivo, tanto no que tange às águas superficiais como subterrâneas.
Diversificado são também os tipos e associações de solos, recobertos que são por
variadas unidades fitoecológicas, heranças de uma evolução integrada lenta da
natureza ao longo do Cenozóico Superior.

Esse patrimônio, contudo vem sendo progressivamente empobrecido,


reduzindo e até suprimindo muitas das suas características ecológicas originais.

Foi essa a área selecionada pela FUNCEME para elaborar estudo visando
o Zoneamento Geoambiental da Mesorregião do Sul Cearense. Trata-se de
instrumento indispensável para o planejamento de uso dos recursos naturais e
para a prática da concepção de desenvolvimento sustentável.

Alguns objetivos propostos foram plenamente cumpridos, cabendo


destaque aos seguintes aspectos: a elaboração do diagnóstico geoambiental do
meio físico-biótico com base em aplicação de metodologia geossistêmica;
delimitação dos sistemas e subsistemas ambientais a partir da interpretação digital
de imagens orbitais acompanhado de rigoroso trabalho de campo; caracterização
das condições atuais de uso e ocupação da terra que expõem os indicativos do
grau de conservação e/ou de degradação dos recursos naturais; indicação das
potencialidades e das limitações que os sistemas ambientais apresentam, assim
configurando a capacidade de suporte de cada sistema; avaliação das condições
ecodinâmicas com base no balanço entre as ações morfogenéticas e
pedogenéticas; detecção dos impactos que têm afetado, diferentemente, os
11
sistemas e subsistemas ambientais, expondo-se em alguns casos, estágios
avançados de degradação e inviabilizando a capacidade de resiliência dos
sistemas ambientais. Os estudos contemplam também os aspectos fundamentais
da legislação ambiental pertinente ao contexto geoecológico e ao zoneamento
ambiental.

Os produtos cartográficos temáticos organizados em escalas condizentes


com os objetivos do estudo contêm os mapas de (1) sistemas naturais
(delimitando domínios naturais, sistemas e subsistemas ambientais), (2) uso e
ocupação da terra, incluindo as unidades fitoecológicas; (3) unidades de
intervenção, estabelecidas em função da estabilidade e/ou vulnerabilidade dos
sistemas ambientais e (4) esboço do zoneamento geoambiental com base nos
principais ativos geoecológicos.

Cumpre salientar enfim que o estudo que ora se apresenta em muito pode
contribuir para o conhecimento do contexto ambiental e dos recursos naturais da
importante porção meridional do Estado englobando a Chapada do Araripe e Cariri
Cearense.

Francisco de Assis de Souza Filho Eduardo Sávio Passos Rodrigues Martins


Ex-Presidente da FUNCEME Presidente da FUNCEME

12
Resumo

O estudo do zoneamento geoambiental da Mesorregião do Sul Cearense


apresenta uma compartimentação do território com base nas relações entre os
componentes naturais, tendo como principais objetivos: Identificar e caracterizar
as principais variáveis ambientais da natureza abiótica e biótica; elaborar
diagnóstico do meio físico natural, com base em aplicação de metodologia
sistêmica, delimitada, mediante interpretação digital de imagens orbitais, os
sistemas e subsistemas ambientais; apresentar as condições atuais de uso e
ocupação da terra, indicativas de grau de conservação ou de degradação dos
recursos naturais; indicar as potencialidades, as limitações e as condições
ecodinâmicas dos sistemas ambientais definindo sua capacidade de suporte;
identificar os impactos que afetam os sistemas ambientais e seus subsistemas e
analisar a legislação ambiental pertinente ao contexto geoecológico e ao
zoneamento ambiental.

O mapeamento produzido contem os seguintes mapas elaborados na escala de


1:250.000 com interpretações digitais das imagens do LANDSAT realizadas na
escala de 1:100.000: Mapa dos Sistemas Ambientais; Mapa do Uso e Ocupação
da Terra, Mapa das unidades de Intervenção e Ecodinâmica Natural, Mapa do
Zoneamento Geoambiental.

13
1 INTRODUÇÃO

O diagnóstico geoambiental envolvendo a caracterização da Mesorregião


do Sul Cearense leva em consideração as seguintes estratégias metodológicas:
(1) Abordagem Sistêmica; (2) Valorização da Multidisciplinaridade e (3) Sistema
de Informação, visando à elaboração do zoneamento geoambiental dessa região.

A Abordagem Sistêmica, na concepção de Miller (1965), considera o


sistema como o conjunto de unidades que têm relações entre si. O conjunto
significa que as unidades possuem propriedades comuns, sendo que o estado de
cada unidade é controlado, condicionado ou dependente do estado das demais
unidades. Acrescenta-se que os sistemas não atuam de modo isolado, mas
funcionam dentro de um ambiente e fazem parte de um conjunto maior (MMA,
2003:14). Sob o ponto de vista teórico-metodológico, a abordagem sistêmica
integra o conjunto das variáveis ambientais envolvidas no processo.

A Valorização da Multidisciplinaridade é indispensável diante do espectro


amplo de atividades e estudos envolvidos no programa. Desse modo, o estudo
geoambiental requer um conhecimento profundo da realidade ecogeográfica,
necessitando o envolvimento de profissionais das mais diversas especialidades.

O Sistema de Informação contempla os diferentes módulos de coleta,


armazenamento, tratamento e divulgação de dados, concentrando informações e
descentralizando o seu acesso.

Para a elaboração do Diagnóstico e Zoneamento Geoambiental da


Mesorregião do Sul Cearense, os estudos se fundamentam na concepção
geossistêmica, considerando o contexto das variáveis físicas e bióticas, as
relações entre os subsistemas naturais e as condições do uso e ocupação que
encerram a realidade estática e dinâmica do espaço. Foram obtidas informações
integradas em uma base geográfica, de modo a classificar o território de acordo
com a sua capacidade de suporte.

As análises setoriais apenas servem de meios para integração dos


componentes. Adotam-se procedimentos que conduzem à delimitação dos
sistemas ambientais, em consonância com pressupostos metodológicos
integrativos capazes de apreender as relações de interdependência dos
componentes físico-bióticos.

Os conjuntos ambientais são hierarquizados em domínios naturais,


sistemas ambientais (geossistemas) e subsistemas ambientais (geofácies),
configurados em mapas organizados em duas escalas previamente selecionadas
(1:250.000 e 1:100.000), delimitados na interpretação de imagens orbitais e com
rigoroso controle de campo.
14
Desse modo, os estudos privilegiam as sínteses e correlações
interdisciplinares e não estudos estanques e setoriais.

Os procedimentos adotados na elaboração dos estudos físico-ambientais


merecem a devida atenção, ao tratar de estabelecer as diretrizes das políticas do
meio ambiente. Os resultados e experiências alcançados na última década se
baseiam em um modelo sistêmico, revelando-se mais adequado para incorporar a
variável ambiental à organização territorial. Partindo-se do pressuposto de
considerar o ambiente como um sistema complexo que deriva das relações
mútuas e interações dos componentes do potencial ecológico e componentes da
exploração biológica, essas relações assumem maior grau de complexidade
quando incorporam as variáveis socioeconômicas.

Os estudos mostram que os sistemas ambientais tendem a apresentar um


arranjo espacial decorrente da similaridade de relações entre os componentes
naturais – de natureza geológica, geomorfológica, hidroclimática, pedológica e
bioecológica – materializando-se nos diferentes padrões de paisagens.

Considerando-se que os sistemas ambientais são integrados por variados


elementos que mantêm relações mútuas e são continuamente submetidos aos
fluxos de matéria e de energia, cada sistema representa uma unidade de
organização do ambiente natural. Em cada sistema verifica-se, comumente, um
relacionamento harmônico entre seus componentes, dotados de potencialidades e
limitações próprias sob o ponto de vista de recursos ambientais. Como tal, reagem
também de forma singular no que tange às condições históricas de uso e
ocupação.

Considerando os pressupostos retromencionados, o estudo tem como


objetivos :

• identificar e caracterizar as principais variáveis ambientais relativas ao suporte


(condições geológicas, geomorfológicas e hidrogeológicas), ao envoltório
(clima e hidrologia de superfície) e à cobertura (solos e condições de
biodiversidade);

• elaborar o diagnóstico ambiental do meio físico-biótico com base na aplicação


de metodologia sistêmica;

• delimitar, mediante interpretação digital de imagens orbitais, os sistemas e


subsistemas ambientais, com base nas relações entre os componentes do
potencial ecológico e da exploração biológica, definindo a compartimentação
geoambiental;

• utilizar produtos de sensoriamento remoto na elaboração da cartografia básica


e temática da Mesorregião do Sul Cearense;
15
• apresentar as condições atuais de uso e ocupação do solo, indicativas do grau
de conservação ou de degradação da área estudada;

• indicar as potencialidades, as limitações e a ecodinâmica dos sistemas


ambientais, definindo sua capacidade de suporte;

• identificar impactos que afetam os sistemas e os subsistemas ambientais; e

• analisar a legislação ambiental pertinente ao contexto geoecológico e ao


zoneamento ambiental.

16
2 ESTRATÉGIAS METODOLÓGICAS E OPERACIONAIS

2.1 Base Teórica

Os resultados do presente estudo decorrem de uma revisão sistemática dos


levantamentos anteriormente procedidos sobre a base dos recursos naturais. As
análises desse material e a interpretação digital dos produtos do sensoriamento
remoto, além dos trabalhos de campo, para fins de reconhecimento da verdade
terrestre, constituem os meios utilizados para o alcance dos objetivos propostos.

As análises temáticas são apresentadas de modo a demonstrar o estreito


relacionamento entre os componentes geoambientais. Estas análises, que
encerram a primeira etapa do diagnóstico, são conduzidas de modo a definir as
características das diversas variáveis que compõem o meio físico.
Seqüencialmente, são apresentadas as condições litoestratigráficas e as
características das feições morfogenéticas; características climáticas e
hidrológicas; e, finalmente, distribuição dos solos, suas principais propriedades e
os padrões de cobertura vegetal. Essa seqüência apresenta uma cadeia de
produtos parciais que expõe uma relação de dependência entre as variáveis
geoambientais. Cada uma delas se apóia nas anteriores e fundamenta as
seguintes.

Na caracterização do meio físico, é apresentada uma proposta de síntese


da compartimentação geoambiental por meio de um quadro sinóptico. Essa
proposta está sustentada na análise das variáveis anteriormente referidas e nas
relações mútuas dessas variáveis. São realizadas integrações parciais entre os
componentes, de modo a definir o significado geoambiental das variáveis
relacionadas com o “suporte,” com o “envoltório” e com a “cobertura”. Visa-se,
com isso, a atender os pressupostos de uma análise integrada do ambiente físico-
natural.

Nessa etapa prioriza-se a visão de totalidade para a caracterização dos


sistemas ambientais. Destacam-se, nesse aspecto, as concepções metodológicas
consagradas em trabalhos ligados aos diagnósticos e zoneamentos ambientais.

Os sistemas e sub-sistemas ambientais são delimitados em função de


combinações mútuas específicas entre as variáveis abióticas e bióticas.
Destacando-se as diversidades internas dos sistemas, são delimitadas as
unidades elementares contidas em um mesmo sistema de relações. Sob esse
aspecto, a concepção de paisagem assume significado na delimitação dos
subsistemas, em virtude da exposição de padrões uniformes ou relativamente
homogêneos, perceptíveis nas imagens orbitais. A paisagem encerra o resultado
da combinação dinâmica e instável de elementos físicos, biológicos e antrópicos
que, reagindo dialeticamente uns sobre os outros, fazem dessa paisagem um
conjunto único e indissociável em perpétua evolução (BERTRAND, 1969).
17
Na preparação da legenda do mapa da compartimentação geoambiental,
são destacadas as características dos principais atributos ambientais. Estas
serviram de base para indicar condições potenciais ou limitativas, quanto às
possibilidades de uso dos recursos naturais e das reservas ambientais.

Com o objetivo de avaliar a dinâmica ambiental e o estado de evolução dos


sistemas e sub-sistemas, são estabelecidas categorias de meios ecodinâmicos,
com base em critérios de (TRICART,1977). Cada categoria de meio está
associada ao comportamento e à vulnerabilidade das condições geoambientais
em função dos processos degradacionais.

Adaptando-se os critérios de Tricart à área em foco, distinguem-se as


categorias de meios a seguir relacionadas e sumariamente caracterizadas:

Ambientes Estáveis - apresentam uma estabilidade morfogenética antiga; os solos


são geralmente espessos e bem evoluídos; há forte predominância dos processos
pedogenéticos sobre os morfogenéticos; a cobertura vegetal tem características
evoluídas, estando em equilíbrio com o ambiente físico.

Ambientes de Transição ou “Intergrades” - têm ação simultânea dos processos


morfogenéticos e dos pedogenéticos; há incidência moderada das ações
areolares; predominância dos processos pedogenéticos indica tendência à
estabilidade; predominância dos processos morfogenéticos demonstra tendência à
instabilidade.

Ambientes Fortemente Instáveis - pedogênese praticamente nula; ausência ou


grande rarefação de cobertura vegetal; incidência muito forte dos processos
morfogenéticos, especialmente das ações eólicas e pluviais.

Com o enquadramento das unidades em determinada categoria de meio


ecodinâmico, viabiliza-se a possibilidade de detectar o grau de vulnerabilidade do
ambiente e sua sustentabilidade futura: cenário tendencial e desejado.

Após a caracterização do contexto geoambiental da área, foi organizado


Quadro Sinóptico das Unidades Geoambientais, contemplando aspectos
significantes para o uso e ocupação da terra em consonância com a capacidade
de suporte do ambiente.

A capacidade de suporte inclui condições de potencialidades e limitações.

As potencialidades são tratadas como atividades de prática exeqüível em


cada unidade geoambiental, sendo propícias à implantação dessas atividades ou
de infra-estruturas. As limitações ao uso produtivo, além das restrições ligadas à
legislação ambiental, são identificadas com base na vulnerabilidade e nas
deficiências do potencial produtivo dos recursos naturais e no estado de
18
conservação da natureza, em função dos impactos produzidos pela ocupação da
terra. Os riscos se referem aos impactos negativos oriundos de uma ocupação
desordenada do ambiente.

A organização do mapeamento é feita com base na interpretação digital de


imagens de sensoriamento remoto, em produtos cartográficos básicos e temáticos
disponíveis e a partir dos trabalhos de campo.

2.2 Estratégias

A partir do conhecimento e da análise integrada dos atributos


geoambientais mencionados e para a individualização dos espaços territoriais
modificados ou não pelos fatores econômicos e sociais, foram adotadas as
seguintes estratégias metodológicas:

a) identificação e delimitação dos sistemas e subsistemas ambientais


homogêneos configurados no mapa dos sistemas ambientais, inicialmente na
escala de 1:250.000, para permitir a visão sinóptica. Tais sistemas e
subsistemas são resultantes do agrupamento de áreas dotadas de condições
específicas quanto às relações mútuas entre os fatores do potencial ecológico
(fatores abióticos) e aqueles da exploração biológica, compostos
essencialmente pelo mosaico de solos e pela cobertura vegetal. Esse mapa é
organizado mediante a interpretação das imagens de sensoriamento remoto,
uma vez que a individualização dos sistemas e subsistemas é, quase sempre,
facilmente perceptível nas imagens orbitais. Também foi utilizado o acervo
cartográfico temático disponível, oriundo de levantamentos sistemáticos dos
recursos naturais, sendo essas informações, posteriormente, checadas em
campo;

b) análise das condições atuais de uso e ocupação do solo, também indicativas


do grau de conservação ou de degradação dos recursos naturais das áreas
estudadas, por meio da interpretação das imagens e das observações no
campo;

c) análise e interpretação de produtos de sensoriamento remoto, seguindo uma


legenda temática previamente estabelecida, tendo em vista os diversos
estudos temáticos e as integrações parciais e progressivas desses temas, com
a utilização de imagens do sensor ETM+ do satélite LANDSAT - 7, com poder
de resolução de 15 metros;

d) utilização de geoprocessamento na preparação da cartografia básica e


temática elaborada mediante o Sistema SPRING, contendo as principais
informações planialtimétricas e aquelas referentes aos temas abordados, na
escala de 1:250.000;

e) levantamentos de campo para fins de reconhecimento da verdade terrestre sob


19
o ponto de vista dos recursos naturais e das condições de ocupação e
exploração desses recursos;

f) elaboração final das cartas temáticas com os sinais convencionais e legendas;


e

g) análise ecodinâmica - procedida com base em critérios consagrados, com as


necessárias adaptações às características naturais da área. São consideradas
como categorias de ambientes as seguintes: 1- ambientes estáveis; 2-
ambientes de transição (intergrade) e 3- ambientes fortemente instáveis. Cada
uma dessas categorias, definidas e enquadradas para os diferentes sistemas,
serviu de base para avaliar a tipologia da vulnerabilidade ambiental, impactos
e comprometimento ambiental.

2.3 Sensoriamento Remoto e Geoprocessamento

O mapeamento básico e temático da área em estudo resultou da análise


integrada dos levantamentos temáticos existentes, da interpretação de produtos
de sensoriamento remoto, da utilização de análise espacial contida em Sistemas
de Informações Geográficas (SIGs) e da execução de trabalhos de campo.

Utilizando o SPRING (Sistema de Processamento de Informações


Georreferenciadas) versão 4.1 para Windows, desenvolvido pelo INPE (Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais), foi definido o projeto, limitado pelas
coordenadas geográficas 060 45’ 00’’ a 070 50’ 00’’ lat. S e 380 20’ 00’’ a 400 35’
00’’ de long. oeste de Gr., que envolvem a Mesorregião do Sul Cearense. Os
arquivos digitais foram organizados e armazenados segundo categorias e planos
de informação (Pis), onde cada PI está associado a uma categoria de dados.

De acordo com esta metodologia, foram criadas as seguintes categorias:


Imagens Orbitais, Hidrografia, Rede Viária, Centros Urbanos, Altimetria, Limites
Político-Administrativos, Sistemas Ambientais, Uso e Ocupação da Terra,
Unidades de Intervenção e Zoneamento Geoambiental, com seus respectivos Pis
(mapas e imagens).

As imagens orbitais utilizadas foram obtidas pelo sensor ETM+ do satélite


LANDSAT - 7, correspondentes às cenas 216.065 e 217.065, tomadas em 2002 e
cortadas segundo as coordenadas envolventes da área que obedeceu ao limite
político-administrativo da Mesorregião.

Nestas imagens, além das três bandas espectrais de 30 metros, incluiu-se


uma banda pancromática com resolução espacial de 15 metros e com nível de
correção, apresentado pela empresa distribuidora das imagens, com precisão de
cerca de 1(um) pixel, ou seja 30 metros. As interpretações, entretanto, foram
realizadas em imagens sintéticas - resultantes da fusão de 3 bandas selecionadas
do ETM (banda 3, banda 4 e banda 5) com a imagem pancromática, o que origina
20
uma composição colorida com resolução espectral correspondente às bandas
ETM e resolução espacial da banda pancromática -15 metros.

As informações temáticas foram levantadas por meio de critérios de


fotointerpretação, que levam em consideração seus elementos fundamentais:
textura de relevo e drenagem e matizes de cores.

A análise das imagens de satélite foi realizada por meio de interpretação


visual, utilizando recursos de edição vetorial disponível no SPRING.
Posteriormente, todos os dados trabalhados, na escala 1:100.000, foram
exportados para o formato shapefile do software ARCVIEW 3.2, que possui
recursos complementares ao SPRING, onde se fez a editoração dos mapas
temáticos em escala 1:250.000.

2. 4 Mapeamento Temático e Fluxograma Metodológico

Com base em sucessivos níveis de sínteses mediante relações


interdisciplinares, considerando os fatores do potencial ecológico (geologia +
geomorfologia + climatologia + hidrologia), da exploração biológica (solos +
cobertura vegetal + fauna) e das condições de ocupação e de exploração dos
recursos naturais, foram estabelecidas, delimitadas e hierarquizadas as unidades
espaciais homogêneas, configurando, cartograficamente, a compartimentação
geoambiental da Mesorregião do Sul Cearense que embasou o presente
Zoneamento, com os objetivos, interesses e aplicabilidades práticas do projeto.

A análise dos atributos e da dinâmica natural que identificam os sistemas


ambientais tem caráter globalizante e integrativo. Essa visão holistico-sistêmica
adotada faculta a compreensão dos sistemas de inter-relações e
interdependências que conduzem à formação de combinações dos atributos
geoambientais, ficando descartado o tratamento linear cartesiano dos estudos
setoriais que distorcem a visão de conjunto da realidade regional.

O Mapa dos Sistemas Ambientais embasou a elaboração dos mapas que


identificam as unidades de intervenção e a ecodinâmica natural, além do
zoneamento geoambiental propriamente dito.

Conforme as Diretrizes Metodológicas para o Zoneamento Ecológico -


Econômico do Brasil (MMA, 2001; 2003), as unidades de intervenção
correspondem ao elemento básico de partição do espaço geográfico em função de
características semelhantes que o individualizam em relação às demais áreas.

Em função da capacidade de suporte de cada área, definida com base no


cotejo entre as potencialidades e limitações do território e com fundamento na
identificação das condições de vulnerabilidade e na ecodinâmica natural, são
estabelecidas três categorias de áreas, a saber: (1) Áreas Frágeis, (2) Áreas
Medianamente Frágeis e (3) Áreas Estáveis. Isso representa o subsídio
21
fundamental ao Zoneamento Geoambiental da Mesorregião do Sul Cearense.

O Mapa de Uso e Ocupação, que também fundamenta o zoneamento,


apresenta as províncias fitoecológicas com base em padrões fisionômicos e
florísticos. Acrescentam-se as categorias de uso como agropecuária,
agroextrativismo, pecuária e agricultura com irrigação. Pontualmente, são
localizados os campos fossilíferos e as áreas onde se praticam atividades ligadas
ao extrativismo mineral.

O mapa que trata do zoneamento geoambiental apresenta a delimitação de


setores ou zonas com objetivos de manejo e normas específicas. Visa-se a
proporcionar os meios e as condições para que os objetivos de conservação da
natureza possam ser alcançados de modo harmônico e eficaz. Os fundamentos do
zoneamento se apóiam em alguns critérios básicos, cabendo destaque:
compreensão profunda do território; sustentabilidade ecológica; abordagem
sistêmica e valorização da multi-interdisciplinaridade, além da elaboração de
cenários. Além disso, os critérios têm apoio na definição de atributos dos sistemas
ambientais que constituem características complexas desses sistemas. Essas
características decorrem do funcionamento das funções.

Para cada critério foram identificados níveis decrescentes de alto, médio e


baixo, considerando-se cada um dos atributos, que são assim discriminados,
conforme a legenda do mapeamento produzido: (1) diversidade biológica; (2)
diversidade ambiental; (3) morfologia e patrimônio paisagístico; (4) estado de
conservação e (5) vulnerabilidade e suscetibilidade à erosão. Estabeleceu-se,
então a seguinte tipologia para o zoneamento geoambiental: (I) zona de
recuperação ambiental; (IV) zona de uso sustentável e (V) zona de urbanização.

O fluxograma metodológico apresentado a seguir sintetiza o conjunto de


procedimentos adotados para a consolidação do Projeto.

22
OBJETIVO DO ESTUDO
Promover Análise do Meio Físico
Natural para a Compartimentação
e Zoneamento Geoambiental da
Mesorregião do Sul Cearense

Levantamento Cartografia Básica e Imagens Trabalhos de Campo,


de Dados de Sensoriamento Remoto em Interpretação de Imagens,
Secundários Escala Compatível Geoprocessamento e Cartas
Temáticas

Análise e Correlação
dos Componentes Naturais

Vertente Geoambiental

Litoestruturas Condições
Hidroclimáticas

Compartimentação
das Geoformas Solos

Biodiversidade

Estrutura e Dinâmica
da Natureza

SISTEMAS
AMBIENTAIS
(Geossistemas)

USO E OCUPAÇÃO DO SOLO UNIDADES DE INTERVENÇÃO E


ECODINÂMICA NATURAL

Potencialidades e Vulnerabilidades, Impactos e


Limitações Ambientais Comprometimento Ambiental

ZONEAMENTO GEOAMBIENTAL
23
3 CONFIGURAÇÃO ECOGEOGRÁFICA DA MESORREGIÃO DO SUL
CEARENSE

A Mesorregião do Sul Cearense se inscreve na porção meridional do


Estado do Ceará entre os paralelos 060 46’ 07’’ a 070 51’ 25’’latitude sul e 380 22’
09’’ a 400 35’ 59’’ de longitude oeste de Greenwich.

FORTALEZA

CEARÀ

Figura 01 - Localização da Mesorregião do Sul Cearense

Abrange uma área com cerca de 14.800 km2, limitando-se ao sul com o
Estado de Pernambuco, ao oeste com o Piauí e ao leste com a Paraíba. A Tabela
01 apresenta os municípios contidos na Mesorregião com dados referentes às
24
dimensões territoriais e efetivo demográfico (absoluto e relativo).

Tabela 01. Efetivo Demográfico da Mesorregião do Sul Cearense


MUNICÍPIOS ÁREA EFETIVO DEMOGRÁFICO
2
(km ) População Total Densidade Demográfica
(hab/km2)
Abaiara 179.91 8.385 46,1
Altaneira 73.30 5.687 65,6
Araripe 1347.05 19.606 18,9
Assaré 1116.32 20.882 18,6
Aurora 885.82 25.207 28,4
Barbalha 479.18 47.031 104,5
Barro 709.66 20.007 28,8
Brejo Santo 661.96 38.484 56,5
Campos Sales 1082.77 25.566 23,5
Caririaçu 623.82 25.733 37,4
Crato 1009.20 104.646 94,0
Farias Brito 503.57 20.315 42,8
Granjeiro 100.14 5.295 53,7
Jardim 457.03 26.414 53,0
Jati 312.58 7.265 21,0
Juazeiro do Norte 248.56 212.133 905,0
Mauriti 1111.86 42.399 40,7
Milagres 546.64 26.959 43,6
Missão Velha 651.11 32.586 61,3
Nova Olinda 284.40 12.077 41,7
Penaforte 190.43 7.017 39,6
Porteiras 217.57 15.658 82,7
Potengi 338.72 9.138 27,4
Salitre 899.82 13.925 17,5
Santana do Cariri 768.77 16.847 21,0
TOTAL 14800.19 789.262 53,33
Fonte: IPECE – Anuário Estatístico do Ceará - 2004

Trata-se de uma das áreas que abrange parcela muito significativa da bacia
sedimentar do Araripe, circundada parcialmente, por terrenos paleozóicos, e na
quase totalidade por terrenos pré-Cambrianos do embasamento cristalino.

A área da bacia do Araripe expõe a chapada de denominação homônima,


que possui níveis altimétricos entre 800 e 900m e tem os arenitos Cretáceos da
Formação Exu como mantenedor do relevo. A Chapada é divisor de águas das
bacias hidrográficas dos rios Jaguaribe, São Francisco e Parnaíba. Possui
extensão leste – oeste com cerca de 180 km e largura em torno de 50 – 70 km em
sentido sul – norte.
25
Ao longo da sua borda norte-oriental, desenvolve-se a região do Cariri
cearense que se apresenta como um brejo de encosta e de vales espraiados,
decorrentes de uma ramificação generalizada da drenagem. Nos rebordos da
Chapada, originam-se mais de duas centenas de fontes perenes ou sazonais que
drenam na direção do vale do Cariri e contribuem para o enriquecimento dos
recursos hídricos regionais.

Excluindo a área da Chapada e do seu entorno imediato, submetidas às


condições climáticas subúmidas e com totais pluviométricos superiores a 900 mm,
grande parte da Mesorregião tem clima semi-árido quente. Ele exerce sua
influência nos sertões periféricos da chapada do Araripe que se estendem ao
norte dos seus contrafortes e compõem a ampla depressão periférica meridional
do Ceará. Há, com efeito, um contraste altimétrico nítido entre os dois
macrocompartimentos de relevo predominantes: o da superfície de cimeira da
chapada do Araripe (800 – 900 m) e a depressão periférica sertaneja (350 – 450
m). Sobre o nível da depressão emergem, topograficamente, níveis serranos dos
maciços cristalinos e as cristas residuais, oriundos que são do trabalho seletivo da
erosão diferencial. Embutidas na depressão periférica sertaneja, expandem-se as
planícies fluviais que bordejam as calhas fluviais convergentes para o principal
coletor de drenagem regional – o rio Salgado.

Os recursos hídricos da Mesorregião dependem, de modo significativo, das


influências morfoestruturais e climáticas. Nos sertões da depressão periférica
meridional semi–árida, a rede de drenagem é muito ramificada, subdendrítica e
alguns rios possuem controle estrutural. Na chapada do Araripe, a alta
permeabilidade das rochas sedimentares limita o escoamento superficial e
favorece a elevada percolação de água para alimentar os aqüíferos. Desse modo,
a escassez ou ausência de rios é compensada pelo maior potencial de águas
subterrâneas que ressurgem nas bordas norte – orientais da Chapada.

Os solos exibem maior diversidade de associações no entorno sertanejo da


depressão periférica meridional. A complexidade do mosaico de solos decorre dos
mais diferenciados tipos de combinações entre os fatores e processos
pedogenéticos. Na chapada, as condições ambientais mais homogêneas
encerram menor variedade de tipos e de associações de solos, onde há
significativa preponderância de Latossolos e Neossolos Quartzarênicos. Nos
sertões há maior ocorrência de solos rasos ou mais fortemente erodidos das
classes de Neossolos Litólicos, Luvissolos, Planossolos, Vertissolos e
Afloramentos rochosos. Nos maciços residuais, as classes de Neossolos Litólicos,
Argissolos e Afloramentos rochosos. Nas planícies fluviais sertanejas há evidente
primazia de Neossolos Flúvicos, muitas vezes associados a Planossolos e
Vertissolos.

Das relações que se estabelecem entre os fatores do potencial ecológico


(fatores abióticos) e da exploração biológica (fatores bióticos), resultam as
características do recobrimento vegetal. Na depressão periférica, onde há maior
26
escassez de umidade e maiores taxas de evaporação, há primazia de vegetação
de caatingas que ostentam variados padrões fisionômicos e florísticos. As matas
ciliares que recobriam primariamente as planícies aluviais estão fortemente
descaracterizadas pelos desmatamentos desordenados. No acesso ao nível de
cimeira da chapada do Araripe, os patamares se revestem de matas secas ou de
faixas de transição com as matas de encostas e com os cerrados, cerradões e
carrascos do altiplano sedimentar.

As marcas da ação antrópica são evidentes em toda a Mesorregião do Sul


Cearense, destacando-se como mais evidentes: os desmatamentos
desordenados; manejo não adequado dos recursos hídricos e dos solos; caça
predatória; ocupação de áreas de preservação permanente; aceleração dos
processos erosivos com a conseqüente ablação dos horizontes superficiais dos
solos; intensificação do assoreamento dos rios e pequenos açudes;
comprometimento das fontes e ressurgências nas bordas norte – orientais da
chapada do Araripe; queimadas indiscriminadas, inclusive na área da FLONA;
contaminação dos solos e dos recursos hídricos, dentre outras.

Diante das evidências aludidas, os sistemas e subsistemas ambientais


derivados da auto–organização da biosfera dentro de um ambiente físico,
praticamente já não existem.

27
4 CONTEXTO GEOAMBIENTAL

4.1 Quadro Geológico - Geomorfológico

A compartimentação do relevo da Mesorregião do Sul cearense é feita com


base na distribuição dos domínios estruturais, em que se consideram desde os
elementos geotectônicos até as influências litológicas. Os domínios estruturais
exercem sua influência com base na macrodivisão das áreas cratônicas do
embasamento cristalino e na bacia sedimentar do Araripe. As feições do modelado
são mais diretamente influenciadas pelos processos exodinâmicos que operam de
conformidade com as propriedades geomorfológicas das rochas em que se
incluem: coesão, permeporosidade, consistência, composição mineralógica,
planos de estratificação, textura, deformações, dentre outras. Os processos
atuantes se integram para compor os sistemas morfogenéticos que modelam a
superfície.

A evidência morfoestrutural de maior nitidez na área é representada pela


chapada do Araripe. Trata-se de parte da bacia sedimentar mesozóica que ocupa
áreas dos Estados do Ceará, Pernambuco e Piauí. Mantida pelas rochas da
Formação Exu no nível de 900 metros, ela se alarga por aproximadamente 180km,
ocupando grande parte dos 24.000km² da bacia. O entorno da Chapada é
constituído por formações sedimentares sotopostas à camada mantenedora que
expõe um paredão arenítico com vertentes verticalizadas e rochas pertencentes
ao embasamento cristalino.

A natureza do presente trabalho não comporta uma análise minuciosa a


respeito de detalhamentos sobre a estratigrafia de seqüências sedimentares,
sobre o arcabouço estrutural ou sobre a evolução tectônico-sedimentar. Além
disso, há significativas diferenças com relação às denominações das formações
geológicas e às respectivas condições litoestratigráficas.

Em mapeamentos tradicionais como proposto pelo Projeto RADAMBRASIL


(1981), identificam-se no entorno do chapadão cretáceo rochas pertencentes ao
embasamento cristalino, a materiais siluro-devonianos da Formação Cariri e às
coberturas colúvio eluviais tércioquaternárias, além de depósitos aluviais
ribeirinhos.

No Projeto de Avaliação Hidrogeológica da Bacia Sedimentar do Araripe


DNPM (1996), ou no Mapa Geológico do Estado do Ceará CPRM (1983), a
litoestratigrafia proposta adquire maior complexidade e detalhamento.

Numa tentativa de associar as condições geológico-geomorfológicas ao


contexto geoambiental, pode-se esboçar o quadro que se segue.

A chapada do Araripe e os patamares de entorno são constituídos por


formações cretáceas integrantes do Grupo Araripe RADAMBRASIL (1981), que se
28
sobrepõem às rochas siluro-devonianas da Formação Cariri.

A Chapada corresponde a uma superfície tabular fortemente influenciada


pela estrutura geológica e pelo modelo de estratificação. Disposta em níveis
altimétricos com 850-900m, a Chapada é mantida pela camada superior da bacia,
constituída pela Formação Exu. Trata-se de uma camada arenítica com cores
amarelo-avermelhada, exibindo textura de grosseira a média, que se alterna com
níveis conglomeráticos e intercalações caulínicas e sílticas. A estratificação
planoparalela e cruzada condiciona a feição tabuliforme do relevo, limitando-a em
toda sua extensão por cornijas abruptas. Os contornos são muito irregulares e
sinuosos e os desníveis com os taludes e patamares do entorno ultrapassam, pelo
menos, três centenas de metros.

A superfície cimeira da Chapada não expõe indícios de dissecação pela


quase total ausência de rede de drenagem, em face da alta permeporosidade das
rochas.

Os patamares do entorno são geologicamente constituídos por rochas das


Formações Santana e Missão Velha, estratificamente posicionadas no Cretáceo
Médio/Inferior.

A Formação Santana se expõe, principalmente, nas áreas correspondentes


aos Patamares Norte-Ocidentais e Orientais do Cariri cearense. Ela é contínua e
estreita em toda a porção norte e leste, ocorrendo manchas menores ao sul e
sudoeste da área objeto do estudo. Litologicamente, a Formação Santana é
constituída por folhelhos e rochas calcíferas e fossilíferas. Associam-se a calcários
laminados, siltitos, calcarenitos e gipsita. A superfície é parcialmente dissecada,
possuindo rebordos erosivos em face de processos pretéritos de pediplanação. Há
evidentes indícios de exumação, tanto dos litotipos da Formação Santana como
da Formação Missão Velha.

A Formação Missão Velha abrange os demais níveis de patamares de


acesso à superfície de cimeira da chapada do Araripe. Ela só chega a assumir
largura mais considerável em superfície na porção oriental da bacia.
Litologicamente é constituída por arenitos de finos a grosseiros, com intercalações
de níveis calcíferos, sílticos e conglomeráticos, apresentando estratificação plano-
paralela e cruzada. Geomorfologicamente posicionada nos níveis de 340 a 600
metros, exibe marcas mais nítidas de dissecação em face do espraiamento da
rede de drenagem.

A Formação Cariri, de datação siluro-devoniana, é correlacionável à


Formação basal da bacia do Parnaíba (Formação Serra Grande), sendo
constituída de arenitos grosseiros e conglomerados com estratificação cruzada.

A Formação Cariri se expõe na paisagem através de altos estruturais nos


29
níveis altimétricos de 440-600 metros.

Os setores de depressão periférica meridional do Ceará desenvolvem-se


em rochas do embasamento cristalino, que são indistintamente truncadas por
superfícies de erosão. De conformidade com o comportamento geomorfológico
das rochas, as feições de dissecação assumem aspectos diferenciados. Há
também parcelas muito significativas de superfícies pedimentadas que se expõem
como amplas rampas de erosão, que têm caimento topográfico para os fundos de
vales.

As ações de erosão diferencial associadas a eventos tectônicos pretéritos


justificam a ocorrência de níveis residuais elevados em rochas do embasamento
cristalino que compõem os maciços e cristas residuais.

Depósitos de cobertura colúvio-eluviais recobrem discordantemente rochas


mais antigas e esboçam o desenvolvimento de superfícies planas arenosas,
fracamente entalhadas pela rede de drenagem superficial. Configuram-se assim
os Tabuleiros Interiores.

Os sedimentos aluviais quaternários, compostos por clásticos de finos a


médios, eventualmente grosseiros, bordejam as calhas fluviais de vales úmidos e
secos para desenvolver as suas respectivas planícies fluviais.

PROCESSOS ATUAIS E ECODINÂMICA DA PAISAGEM

O entendimento da ecodinâmica das paisagens é fundamentado no balanço


entre morfogênese e pedogênese, visando-se ao aproveitamento adequado dos
recursos naturais renováveis. Sob este ponto de vista, a identificação dos
processos erosivos responsáveis pela evolução atual do ambiente assume
significativa importância.

É evidente que são inumeráveis as limitações que se apresentam para uma


avaliação qualitativa e quantitativa dos processos erosivos, nos diferentes tipos de
ambientes que compõem o quadro fisiográfico e ecológico da Mesorregião Sul do
Ceará. É viável, tão somente, destacar algumas hipóteses sobre a atuação dos
processos de erosão. Eles se subordinam, essencialmente, às condições climato-
hidrológicas, cuja eficácia é dependente da capacidade protetora da vegetação e
da declividade.

O Estado do Ceará se insere na quase totalidade no domínio das


depressões intermontanas e interplanálticas semi-áridas revestidas por diferentes
tipos de caatingas (AB’SABER, 1969a). Observam-se, por conseqüência,
diferenças quanto à funcionalidade dos processos engendrados pelo clima e pelo
escoamento.

30
Nas depressões sertanejas, a dinâmica dos processos deriva
principalmente das elevadas alternâncias térmicas diárias, da irregularidade e da
concentração do ritmo pluviométrico.

A desagregação mecânica das rochas assume um caráter generalizado nos


sertões. Depende, inicialmente, da intensidade da insolação a que as rochas são
submetidas. Importante é considerar também as características das rochas como
a composição mineralógica, textura, fraturamentos, massividade, dentre outras
propriedades.

As rochas sedimentares têm seu comportamento dependente da espessura


e do modelo de estratificação. Em pacotes mais espessos e com disposições
horizontais ou de mergulhos fracos, como na chapada do Araripe, os arenitos são
muito resistentes. Sob condições opostas, a desagregação tende a se pronunciar.
Por esta razão, no semi-árido cearense ou nordestino, as chapadas e cuestas de
níveis mais elevados têm cornijas areníticas, que as mantêm como no caso da
Formação Exu em relação à chapada do Araripe.

Ao lado da desagregação mecânica, o escoamento superficial complementa


o quadro de processos dominantes da morfodinâmica semi-árida sertaneja.

As variações umidade x secura durante o ano, aliadas a uma precária


capacidade de proteção à superfície por parte da caatinga, fortalecem o
desempenho erosivo do escoamento superficial durante a estação chuvosa. Este
é mais ativo com as chuvas iniciais, quando caem pesados aguaceiros.
Acompanhando o caimento topográfico, as chuvas torrenciais dão origem ao
escoamento superficial difuso. Mobilizam-se, desta forma, os detritos derivados da
desagregação mecânica, por intermédio de um processo seletivo oriundo da
competência do agente. O material grosseiro permanece na periferia dos relevos
elaborados enquanto os clásticos finos são mobilizados a uma distância maior.
Justifica-se, assim o adelgaçamento do manto de alteração das rochas, além da
elevada freqüência de lajedos e de chãos pedregosos nos sertões que circundam
as serras de São Pedro e Quincuncá e as cristas residuais.

Nas caatingas densas, a degradação tende a intensificar o escoamento,


originando sulcos, ravinas, cones de detritos e ablação dos horizontes superficiais
dos solos, isolando blocos e matacões.

A decomposição química tem significado muito restrito e depende de uma


estagnação efêmera das águas. Dela resultam principalmente as caneluras que
sulcam as encostas dos inselbergs ou dos maciços sertanejos.

O escoamento fluvial, em função do tipo de regime, possui pequena


capacidade de entalhe, refletindo a natureza da alimentação deficiente e irregular.
Os rios possuem gradientes fracamente inclinados e perfis transversais com
vertentes planas e ligeiramente côncavas. Do pequeno entalhe, deriva uma
31
amplitude altimétrica insignificante entre os interflúvios e fundos de vales, tanto
nas planícies do Cariri cearense como nas planícies semi-áridas.

A morfodinâmica dos interflúvios sertanejos, já referida em traços gerais,


tem implicações importantes para o comportamento do fluxo hidrológico. As
rochas sujeitas aos efeitos de processos como a desagregação granular ou a
esfoliação térmica liberam detritos rochosos. A estes se acrescentam os
sedimentos finos que constituem os horizontes superficiais dos solos sertanejos.
Aliando-se a pequena capacidade protetora da vegetação de caatingas aos
resultados do escoamento difuso e do escoamento em lençol, deduz-se o grande
aporte de sedimentos removidos por meio de rampas pedimentadas que se
orientam para os cursos d’água. Decorre daí o entulhamento dos fundos de vales,
que agrava consideravelmente as enchentes das correntes fluviais à época das
chuvas excepcionais, com graves problemas para as lavouras de vazante.

As áreas em que os processos de dissecação tendem a suplantar os efeitos


da pedimentação funcional restringem-se a setores dotados de chuvas mais
abundantes, como nas superfícies serranas.

Nestas áreas, a morfogênese atual assume funcionalidade que contrasta,


nitidamente, com o que é verificado para as depressões sertanejas. Constituem
paisagens de exceção no contexto semi-árido. Se a morfogênese química impõe
alguma semelhança entre aqueles setores de relevos elevados, as diferenciações
litológicas e estruturais, aliadas aos padrões de drenagem por elas imposta,
configuram feições dissecadas também diversificadas. Nas serras constituídas de
rochas cristalinas, os relevos de topo convexos ou em forma de cristas
prevalecem. A drenagem com padrão subdendrítico revela elevado poder de
entalhe com amplitude topográfica superior a 20 metros. Os vales têm forma de V
em decorrência da maior capacidade energética dos cursos d’água que
apresentam fortes declives em seus perfis longitudinais. O alargamento dos vales
em pontos de suavização daqueles perfis contribui para a deposição dos
sedimentos carreados com a conseqüente formação de alvéolos. Estas pequenas
formas semicirculares são simultâneamente colmatadas por colúvios finos
provenientes das encostas de declives íngremes das cristas e colinas, a exemplo
do que se verifica nos arredores de Várzea Alegre.

Na chapada do Araripe, a ausência de drenagem superficial motivada pela


permeporosidade das rochas justifica a superfície plana e sem maiores evidências
de entalhamento fluvial. Apenas nos patamares de entorno a dissecação
morfológica se intensifica, mas sempre exibindo a influência dos planos de
estratificação das rochas sedimentares.

As rupturas do equilíbrio ambiental nos diferentes subsistemas estão


diretamente subordinadas aos processos de degradação do meio ambiente,
conforme se demonstra na Figura 02.

32
Sistema de Degradação do Meio Ambiente

DEGRADAÇÃO DIMINUIÇÃO DA MODIFICAÇÃO DAS


DA COBERTURA MATÉRIA PROPRIEDADES FÍSICAS DO SOLO
VEGETAL ORGÂNICA DO E DESTRUIÇÃO DOS AGREGADOS
SOLO

< CAPACIDADE DE
RETENÇÃO DO < INFILTRAÇÃO > ESCOAMENTO
SOLO

< CAPACIDADE < PEDOGÊNESE


DE RESERVA NO < ALTERAÇÃO
SOLO

DESTRUIÇÃO MODIFICAÇÃO DO < ESCOAMENTO > REGIME


DOS SOLOS SISTEMA HIPODÉRMICO TORRENCIAL
MORFOGENÉTICO < ALIMENTAÇÃO
DOS AQUÍFEROS

Adaptado de Tricart, 1965

Figura 02

33
Percebe-se que um ambiente em equilíbrio e/ou em condições de
estabilidade - preponderância da pedogênese sobre a morfogênese - pode evoluir
para um ambiente fortemente instável, onde há sensível mudança do sistema
morfogenético. Por conseqüência e em virtude da degradação da cobertura
vegetal, todos os demais recursos naturais são afetados e os solos podem ser
fortemente impactados ou destruídos.

4.2 Condições Climáticas e Hidrológicas

Os sistemas que provocam chuvas no Ceará agem diferentemente de ano


para ano, com mudanças na época de atuação, duração, estrutura e intensidade.
Isto provoca alta variabilidade espacial e grandes flutuações interanuais da
precipitação.

Na Mesorregião, as chuvas mais significativas iniciam-se em dezembro,


chuvas de pré-estação, influenciadas pela proximidade de frentes frias - FF, que
se posicionam sobre a Bahia, sul do Maranhão e Piauí.

É no mês de fevereiro que se inicia a chamada quadra chuvosa, podendo


estender-se até junho, dependendo das condições oceânicas e atmosféricas
atuantes. As chuvas nesse período são influenciadas, principalmente, pela
presença da Zona de Convergência Intertropical - ZCIT. A ZCIT é uma banda de
nuvens que circunda a faixa equatorial do globo terrestre, formada principalmente
pela confluência dos ventos alísios do hemisfério norte com os ventos alísios do
hemisfério sul.

A análise das condições climáticas é feita, principalmente, com base no


estudo dos parâmetros climáticos referentes à precipitação e temperatura,
complementada por informações de umidade do ar, insolação e vento.

Precipitação

Os valores de precipitação foram obtidos da SUDENE e FUNCEME,


referentes aos postos pluviométricos dos Municípios de Altaneira, Caririaçu,
Araripe, Assaré, Aurora, Campos Sales, Jati, Crato, Jardim, Missão Velha, Salitre
e Milagres, inclusos na Mesorregião e considerados representativos para o
estudo.

O regime pluviométrico é bastante irregular. O fato mais negativo das


precipitações sobre a região não reside na altura dos seus totais, mas na sua
distribuição anual. A repartição das chuvas se caracteriza pela grande
concentração em poucos meses. As chuvas começam a cair em dezembro, mas
percebe-se que o período mais chuvoso acontece durante os meses de janeiro a
maio, responsável por um percentual de aproximadamente 70% das chuvas no
34
ano, sendo em fevereiro, março e abril a ocorrência da média máxima anual de
precipitação. O trimestre menos chuvoso abrange o período de agosto a outubro.

A análise dos dados pluviométricos mostra que as precipitações mais


significativas e mais bem distribuídas ocorrem na Chapada do Araripe e
Patamares de Entorno; Tabuleiros Interiores; Maciços Residuais e Vales Úmidos,
enquanto a maior irregularidade e escassez verifica-se nos Sertões da Depressão
Periférica Meridional do Ceará.

Na área da Chapada do Araripe e Patamares de Entorno, ocorrem chuvas


mais abundantes que chegam anualmente à média de 1.154,6mm no posto
pluviométrico de Crato; 987,3mm em Missão Velha e 801,5mm em Jardim. Na
área dos Tabuleiros Interiores a média anual chega a 852,6mm no posto de
Salitre, enquanto que, nos Maciços Residuais, existem totais de 1.126,2mm,
precisamente na serra de São Pedro, no posto de Caririaçu, e de 974,3mm na
serra do Quincuncá, posto de Altaneira. Quase com a mesma intensidade,
registra-se, nas áreas dos vales úmidos, uma precipitação de 938,8mm no posto
pluviométrico da cidade de Milagres.

Nos Sertões da Depressão Periférica Meridional do Ceará, há um


decréscimo sensível das chuvas e a média anual não ultrapassa a 800mm, à
exceção dos sertões de Aurora/Granjeiro, onde ocorre a média de 952,6mm no
posto de Aurora. Pode-se observar que chove em Araripe 746,6mm; em Assaré
730,7mm; em Campos Sales 602,2mm e em Jati 668,6mm (Figuras 03 a 06).

Evidencia-se forte irregularidade espaciotemporal das chuvas na


Mesorregião.

35
Precipitação Média Mensal dos Postos Inseridos no Sistema Ambiental
Chapadado Araripe e Patamares de Entorno (Cp)

300,00

250,00

200,00 Crato
precipitação (mm)

Jardim
150,00

100,00

50,00

0,00
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Figura 03 – Precipitação Média Mensal dos Postos Inseridos no Sistema


Ambiental Chapada do Araripe e Patamares de Entorno (Cp)

Precipitação Média Mensal do Posto Inserido no Sistema Ambiental


Tabuleiros Interiores com Coberturas Sedimentares (Tc)

250,00

200,00
precipitação (mm)

150,00

Salitre
100,00

50,00

0,00
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Figura 04 – Precipitação Média Mensal do Posto Inserido no Sistema Ambiental


Tabuleiros Interiores com Coberturas Sedimentares (Tc)

36
Precipitação Média Mensal dos Postos Inseridos no Sistema Ambiental
Maciços e Cristas Residuais (Mr)
300,00

250,00

200,00
Altaneira
precipitação (mm)

150,00
Caririaçu

100,00

50,00

0,00
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Figura 05 – Precipitação Média Mensal dos Postos Inseridos no Sistema


Ambiental Maciços e Cristas Residuais (Mr)

Precipitação Média Mensal dos Postos Inseridos no Sistema Ambiental


Sertões da Depressão Periférica Meridional do Ceará (Sm)
250.00

200.00

Assaré
precipitação (mm)

150.00
Aurora
Campos Sales
100.00 Jati

50.00

0.00
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Figura 06 – Precipitação Média Mensal dos Postos Inseridos no Sistema


Ambiental Sertões da Depressão Periférica Meridional do Ceará (Sm)

37
Temperatura

As variações térmicas anuais são insignificantes, em toda a área da


Mesorregião, mesmo com ocorrências de sistemas ambientais diferenciados.

As temperaturas médias anuais situam-se, geralmente, entre 23º e 27ºC. A


variação é mínima sendo o período de maio a agosto mais ameno, com
temperaturas médias entre 21º a 25ºC. Em termos absolutos, as temperaturas
podem elevar-se a índices superiores a 25ºC nos maciços residuais e tabuleiros
interiores; 26,6ºC nos patamares e sertões; 27,6ºC nos vales úmidos. (Tabela 02)
e (Figuras 07,08, 09 e 10).

Tabela 02 - Temperatura Média Mensal e Anual dos Postos


Pluviométricos
Inseridos nos Sistemas Ambientais da Mesorregião do Sul Cearense
Meses Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Ano
Postos temperaturas ºC

Sistema dos Maciços e Cristas Residuais (Mr)


Altaneira 24,2 23,4 23,2 22,7 21,9 21,3 21,1 21,8 23,3 24,1 24,7 24,9 23,1
Caririaçu 23,8 22,8 23,8 25,2 21,4 20,7 20,5 21,0 22,5 23,0 24,1 24,5 22,5

Sistema dos Sertões da Depressão Periférica Meridional do Ceará (Sm)


Araripe 24,5 23,7 23,3 23,0 22,5 22,0 21,8 22,4 24,2 25,2 25,4 25,1 23,6
Assaré 25,8 25,0 24,5 24,3 23,9 23,5 23,6 24,3 25,8 26,6 26,6 26,4 25,0
Aurora 27,4 26,3 25,8 25,7 25,4 25,1 25,3 26,2 27,4 28,1 28,1 27,9 26,6
Campos Sales 24,7 24,1 23,5 23,3 22,9 22,4 22,3 23,0 24,7 25,8 25,7 25,4 24,0
Jati 25,7 24,3 24,4 24,3 23,9 23,5 23,4 24,2 25,7 26,5 26,5 26,3 24,9
Nova Olinda 26,0 25,0 24,7 24,5 24,1 23,7 23,8 24,5 26,0 26,8 26,8 26,6 25,2
Penaforte 25,0 23,6 24,0 23,7 23,2 22,7 22,5 23,2 24,9 25,5 25,8 25,6 24,1

Sistema da Chapada do Araripe e Patamares de Entorno (Cp)


Jardim 24,0 22,8 23,3 22,8 21,9 21,2 20,9 21,5 23,1 23,8 24,5 24,7 22,9
Crato 26,1 25,0 24,8 24,6 24,2 23,8 23,9 24,6 26,1 26,8 26,9 26,6 25,3
Mauriti 26,3 25,0 25,0 24,9 24,5 24,0 24,1 24,9 26,3 26,9 27,0 26,8 25,5
Missão Velha 26,6 25,5 25,2 25,1 24,8 24,4 24,5 25,3 26,7 27,4 27,4 27,2 25,8

(Tc)
Sistema dos Tabuleiros Interiores com Coberturas Sedimentares
Salitre 23,9 23,4 22,7 22,5 22,0 21,5 21,2 21,8 23,8 25,0 25,0 24,2 23,1

Sistema dos Vales Úmidos e Alveolos (Vu)


Milagres 26,8 25,5 25,3 25,2 24,9 24,5 24,7 25,5 26,9 27,6 27,6 27,3 26,0
fonte: Varejão Silva (1990)

38
Temperatura Média Mensal dos Postos Inseridos no Sistema Ambiental
Chapada do Araripe e Patamares de Entorno (Cp)

30,0

25,0

Jardim
20,0
Crato
temperatura ºC

15,0 Mauriti
Missão Velha
10,0

5,0

0,0
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Figura 07 – Temperatura Média Mensal dos Postos Inseridos no Sistema


Ambiental Chapada do Araripe e Patamares de Entorno (Cp)

Temperatura Média Mensal do Posto Inserido no Sistema Ambiental


Tabuleiros Interiores com Coberturas Sedimentares (Tc)

30,0

25,0

20,0
temperatura ºC

15,0
Salitre
10,0

5,0

0,0
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Figura 08 – Temperatura Média Mensal do Posto Inserido no Sistema Ambiental


Tabuleiros Interiores com Coberturas Sedimentares (Tc)

39
Temperatuara Média Mensal dos Postos Inseridos no Sistema Ambiental
Maciços e Cristas Residuais (Mr)
30,0

25,0

20,0
temperatuara ºC

Altaneira
15,0 Caririaçu

10,0

5,0

0,0
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Figura 09 – Temperatura Média Mensal dos Postos Inseridos no Sistema


Ambiental Maciços e Cristas Residuais (Mr)

Temperatura Média Mensal dos Postos Inseridos no Sistema Ambiental


Sertões da Depressão Periférica Meridional do Ceará (Sm)
30,0

25,0
Araripe
20,0 Assaré
temperatura ºC

Aurora
15,0 Campos Sales
Jati
10,0
Nova Olinda
Penaforte
5,0

0,0
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Figura 10 – Temperatura Média Mensal dos Postos Inseridos no Sistema


Ambiental Sertões da Depressão Periférica Meridional do Ceará
(Sm)
40
Umidade relativa do ar, insolação e ventos

Intimamente ligada com a pluviosidade, a umidade relativa do ar, na quadra


chuvosa, fica em torno de 80 %. No período seco, reduz-se para a faixa de 50%.

Com respeito à insolação, o número médio de horas altera-se pouco na


área, sendo, aproximadamente, de 2.624,3 h/ano em Campos Sales e 2.848,0
h/ano em Barbalha (INMET, 1992).

Os ventos são atuantes, apresentando velocidades maiores no segundo


semestre, quando a velocidade média predominante é de 3,0 m/s a 4,0 m/s
(CEARÁ, 1992).

Balanço Hídrico

Para uma análise do balanço hídrico optou-se, pelo uso do programa


Balanço Hídrico – Varejão Silva (1990), que utiliza o método de Thornthwaite e
Mather (1955). Como capacidade de armazenamento de água nos solos, adotou-
se o limite pluviométrico de 125mm.

Observa-se na Mesorregião um gradiente de elevação dos valores do


balanço hídrico, onde as maiores ofertas pluviométricas ocorrem nos sistemas
ambientais da Chapada do Araripe e Patamares de Entorno e no de Maciços
Residuais com 1.090,0mm e 1.127,0mm, respectivamente. O sistema dos Sertões
da Depressão Periférica Meridional do Ceará apresenta na sua totalidade os
menores índices dos valores do balanço hídrico-climático, em decorrência das
altas temperaturas, baixa oferta pluviométrica e evapotranspiração potencial com
marcante deficiência hídrica entre 590,0mm a 821,0mm.

Em uma análise dos gráficos em base mensal do balanço hídrico, observa-


se que a deficiência hídrica se apresenta para toda a Mesorregião a partir do mês
de maio, prolongando-se até janeiro, a partir do qual, com o aumento da oferta
pluviométrica, se verifica o excedente hídrico que ocorre, somente, nos meses de
março e abril.

Pelos resultados, verifica-se que a distribuição temporal e espacial do


regime do balanço hídrico-climático é bem diferenciada nos distintos sistemas
ambientais, mas, em todos, prevalece marcante deficiência hídrica em quase
todos os meses.

Os estudos foram realizados em postos representativos dos sistemas


ambientais, como: Crato - Sistema Chapada do Araripe e Patamares de Entorno;
Salitre – Sistema dos Tabuleiros Interiores; Caririaçu – Sistema dos Maciços
Residuais; Assaré e Aurora – Sistema dos Sertões da Depressão Periférica
41
Meridional do Ceará.
Inserido nos Patamares de Entorno, Crato detém índices pluviométricos
com um total médio de 1.090,0mm. A evapotranspiração potencial (EP) ocorre
com índices médios anuais de 1.424,0mm. Seus maiores índices pluviométricos
são verificados no período janeiro a abril, coincidindo com o período de
armazenamento de água no solo. A deficiência hídrica começa no mês de maio
prolongando-se até janeiro com valores situados em 567,0mm, enquanto o
excedente hídrico acontece no período que vai de março a abril, apresentando
234,0mm (Figura 11).

No posto de Salitre, localizado no sistema ambiental dos Tabuleiros


Interiores, as precipitações pluviométricas atingem média anual de 852,6mm. A
evapotranspiração potencial (EP) chega a índices médios de 1.156,0mm. A
deficiência hídrica ocorre no período entre os meses de maio a dezembro,
apresentando o índice de 515,0mm. O excedente hídrico é verificado entre os
meses de fevereiro a abril (Figura 12).

Caririaçu, localizado na serra de São Pedro, no sistema ambiental dos


Maciços Residuais, detém maiores índices pluviométricos, com um total de
1.127,1mm. A evapotranspiração potencial (EP) atinge índices de 1.093,0mm, e
seus maiores valores mensal ocorrem entre os meses de fevereiro a maio,
coincidindo com o período de armazenamento de água no solo. A deficiência
hídrica começa no mês de maio e estende-se ao mês de dezembro, com índice
situado em 342,0mm (Figura 13).

No sistema ambiental dos Sertões, foram analisados dois postos


pluviométricos (Aurora e Assaré) que apresentam pequeno diferencial. Em
Aurora, a precipitação média anual chega a 884,9mm, a evapotranspiração
potencial (EP) atinge 1.601,0mm, o excedente hídrico chega a 105,0mm nos
meses de abril e maio e a deficiência ocorre entre maio a fevereiro, atingindo
705,0mm. Dentro do mesmo sistema, encontra-se Assaré, entretanto apresenta
índices diferenciados do posto mencionado anteriormente. Aí, a precipitação
chega a 680,0mm, a evapotranspiração potencial a 1.386,0mm. Não apresenta
excedente hídrico e sua deficiência ocorre a partir de abril, prolongando-se a
fevereiro do ano seguinte, atingindo índice de 705,0mm (Figuras 14 e 15).

A análise das condições hidrológicas e hidrogeológicas da Mesorregião do


Sul Cearense é requisito fundamental para o aproveitamento dos recursos
naturais renováveis. Nessa área, situam-se as nascentes do rio Salgado, que
compõe uma das mais importantes sub-bacias do rio Jaguaribe. De acordo com
dados do Plano Estadual de Recursos Hídricos do Ceará - PERH (1992), a sub-
bacia do rio Salgado totaliza área de 12.216 km2. É constituída por cursos d’água
cujas nascentes estão localizadas na chapada do Araripe, a partir de onde os
gradientes fluviais são mais acentuados.

Com referência aos aspectos da água nas bacias hidrográficas, há de considerar


42
desde o volume pluviométrico precipitado à permanência das águas em superfície
até atingir os talvegues. Engloba, por conseqüência, o escoamento superficial na
sua integralidade, as perdas de água por evaporação ou das águas que se
infiltram para alimentar os lençóis subterrâneos, a exemplo do que se verifica na
chapada do Araripe e em seu entorno. Pelas chuvas, as reservas de água são
renovadas, modificando de modo temporário a água em superfície, no solo e no
subsolo.

43
44
45
46
47
48
Quanto ao escoamento, a sub-bacia do rio Salgado tem características de
hidrografia intermitente sazonal exorréica, assumindo tais características através
do coletor principal de drenagem – o rio Jaguaribe.

Tratando a respeito da hidrologia superficial do semi-árido nordestino,


particularizando-se para os sertões da Mesorregião Sul Cearense, Ab’Saber
(1974) assinala alguns aspectos julgados relevantes. O domínio do semi-árido das
caatingas tem uma hidrologia que é típica de região semi-árida intertropical. Em
seu conjunto, é uma drenagem aberta, exorréica e dotada de rios intermitentes
sazonais. Nos anos secos a drenagem tem um funcionamento esporádico nas
áreas mais diretamente afetadas pela escassez e irregularidade das chuvas. Na
época de chuvas excepcionais, ocorre uma superalimentação dos cursos d’água
principais, criando-se o fenômeno paradoxal das inundações.

Na Chapada, o escoamento superficial praticamente não existe em face da


alta permeporosidade das rochas da Formação EXU. Nos patamares, a elevada
concentração de fontes perenes e sazonais e de nascentes fluviais contribui para
o espraiamento de vales fluviais que convergem para a área úmida do Cariri
cearense. Nos sertões do embasamento cristalino, a rede hidrográfica assume um
padrão dendrítico de textura aberta, com os maiores rios exibindo controle
estrutural nas áreas mais intensamente fraturadas.

A rede de açudes registrada na Mesorregião em análise é apresentada na


Tabela 03.

O potencial hidrológico da Mesorregião Sul Cearense tem maior significado


nas áreas de abrangência da bacia do Araripe e do seu entorno imediato. Cabe,
assim, maior destaque aos subsistemas ambientais compreendidos pelos
patamares de acesso ao nível cimeiro da Chapada e às planícies fluviais.

De acordo com estudo da CPRM – Ribeiro et al. (1995), as características


hidrogeológicas da área em apreço se incluem como aqüíferos e como aquicludes.
No primeiro caso, as unidades geológicas aqüíferas são capazes de armazenar e
de fornecer água para consumo. As unidades consideradas como aquicludes são
capazes de conter água mas têm permeabilidade reduzida, limitando à capacidade
de recarga. Desse modo, a baixa permeabilidade das rochas condiciona um fluxo
hídrico muito lento.

49
Tabela 03: Rede de Açude/Barragem por Bacia Hidrográfica/Município da
Mesorregião Sul Cearense
Açude/Barragem Bacia Capacidade Município
Hidrográfica (milhões de m3)
Aç. Quixabinha Salgado 31,7 Mauriti
Aç. Gomes Salgado 2,3 Mauriti
Aç. Mina Salgado 68,0 Jardim
Aç. Taquari Salgado 9,0 Jardim
Aç. Thomáz Osterne Salgado 28,7 Crato
Aç. Manoel Balbino Salgado 37,1 Juazeiro do Norte
Aç. Prazeres Salgado 32,5 Barro
Aç. Tavares Salgado 1,5 Barro
Aç. Atalho Salgado 108,2 Brejo Santo
Aç. Cachoeira Salgado 34,3 Aurora
Aç. Poço da Pedra Alto Jaguaribe 52,0 Campos Sales
Aç. Anjinho Alto Jaguaribe 1,2 Santana do Cariri
Aç. Canoas Alto Jaguaribe 69,2 Assaré
Aç. Pau Preto Alto Jaguaribe 1,8 Potengi
Aç. Valério Alto Jaguaribe 2,0 Altaneira
Fonte: SRH – Atlas Eletrônico dos Recursos Hídricos e Meteorológicos do Ceará -
2005

O mesmo estudo identifica os seguintes aqüíferos: Mauriti (ou Cariri),


Missão Velha e Exu. As rochas da Formação Santana têm características de
aquiclude.

O aqüífero Mauriti ou Cariri tem abrangência nas bordas leste e norte da


bacia cretácea, exibindo-se em contato com os litotipos do embasamento
cristalino. Tem uma área de exposição próxima de 1000 km2. Conforme a CPRM
(1983), os poços tubulares nesse aqüífero têm uma profundidade média de 130
metros, com capacidade específica de 1,03 m3/h/m. A água é admitida como de
boa qualidade e sem restrições para o consumo humano.

O aqüífero Missão Velha é considerado como de maior importância


regional, sob o ponto de vista de potencial para explotação. Tem uma superfície
aflorante pouco superior a 1000 km2 na borda oriental da bacia. Tem capacidade
de vazão média em torno de 300.000 l/h e profundidades que oscilam entre 80 e
110 metros.

O aqüífero Exu, situado no topo da chapada do Araripe, tem como principal


limitação a acentuada espessura das rochas, atingindo, em média, cerca de 300
metros. Os exutórios ficam situados nas superfícies pedimentadas da Chapada,
compreendidos pelos patamares, que se expõem em de inumeráveis fontes.

O aquiclude Santana, segundo dados do Plano Estadual de Recursos


50
Hídricos – PERH (1992), tem área de abrangência de 337 km2. Os poços
perfurados, via de regra, têm profundidade média de 75 metros e vazões em torno
de 1,3 m3/h.

Lima & Souza (2004), tratando da caracterização hidrogeológica da bacia


do Araripe e baseados em estudos de Mont’ Alverne sugerem uma configuração
mais detalhada para a seqüência hidrogeológica da bacia do Araripe. Subdividem
em três aqüíferos e dois aquicludes, conforme se especifica a seguir:
1 sistema aqüífero superior (Formações Exu e Arajara), aproximadamente 320
metros de espessura;
2 aquiclude Santana - aproximadamente 180 metros de espessura;
3 sistema aqüífero médio (Formações Rio da Batateira, Abaiara e Missão Velha)
- aproximadamente 500 metros de espessura;
4 aquiclude Brejo Santo - aproximadamente 400 metros de espessura; e
5 sistema aqüífero inferior (Formação Mauriti e parte basal da Formação Brejo
Santo) - 60 a 100 metros de espessura.

No embasamento cristalino, as reservas hídricas subterrâneas são


diminutas em face da baixa porosidade e de infiltrações reduzidas. Nas planícies
fluviais há estreita semelhança com as zonas fissuradas e alteradas do cristalino.
O caso das aluviões, contudo, deve ser tratado como as condições inerentes à
permeporosidade, um aspecto de sedimentar. Assim é que perfurações realizadas
em zonas alteradas ou próximas de falhamentos em contato com aluviões
implicam resultados positivos.

4.3 Solos e Cobertura Vegetal

Aspectos Gerais da Formação dos Solos

Os solos da Mesorregião Sul Cearense têm uma tipologia diversificada e


expressiva variação espacial. Grande parte dessas áreas se insere em domínio de
clima semi-árido, embora possam ocorrer variações nos balanços hídricos, de
acordo com as condições de maior ou mais baixa pluviosidade que podem se
registrar em diferentes segmentos da região hidrográfica. Na área da chapada do
Araripe e nos patamares de entorno, há uma maior homogeneidade quanto aos
tipos de associações de solos.

Nos sertões, a origem e evolução dos solos estão condicionadas a fatores


que traduzem certa uniformidade, configurada por um clima semi-árido, vegetação
primária de caatinga, prevalência de rochas cristalinas e relevos aplainados. Os
litotipos de rochas cristalinas, sobre os quais os solos se assentam, exibem
variações significativas, principalmente na sua composição química e
mineralógica. Nas mesmas circunstâncias, os relevos das depressões variam
desde plano (0-3% de declividade) até ondulado (8-20%), intercalados por cristas

51
residuais dependentes do trabalho de erosão diferencial.

Dos aspectos litológicos e morfológicos pode-se conferir que, mesmo sob o


domínio bioclimático caracterizado pela quase-permanência de semi-aridez com
vegetação de caatingas, verificam-se mudanças nas associações de solos.

Nesse meio, de extensos níveis rebaixados do relevo (depressões


sertanejas), ocorrem solos quase sempre de pedogênese mais recente. Nos
setores mais movimentados dos relevos serranos (São Pedro e Quincuncá), os
processos pedogenéticos resultam de condições evidenciadas pelas remoções
laterais de partículas minerais e orgânicas por efeitos de agentes erosivos e
formação de argilas do grupo 2/1 (grupo da montmorilonita), podendo ocorrer
processos de podzolização.

Em direção aos fundos de vales, as condições locais somadas às


condições bioclimáticas semi-áridas regionais propiciam a ocorrência de
processos de hidromorfismo temporário (excesso temporário de água) e
halomorfismo (excesso temporário de água seguido de solidificação do meio).
Predominam solos pouco profundos (50-100cm) intercalados por solos rasos (<=
50cm) e em menores proporções solos profundos (100-200cm).

Nas áreas da Chapada e nos patamares de acesso ao nível cimeiro,


verificam-se solos mais profundos e que foram submetidos a uma pedogênese
mais antiga, propiciando o desenvolvimento de Latossolos e Argissolos.

Unidades Taxonômicas

Relação das Principais Classes de Solos

Com base nos critérios contidos nos levantamento disponíveis e atividades


de campo para fins de reconhecimento e correlação dos solos, e destes com as
unidades de paisagem, foram reconhecidas basicamente as seguintes classes de
solos como constam no Quadro 01.

52
Quadro 01– Indicação das classes de solos atual, mais ocorrentes na área do
Projeto e sua correlação com a classificação anterior.

CLASSIFICAÇÃO ATUAL CLASSIFICAÇÃO ANTIGA


SISTEMA BRASILEIRO DE CLASSIFICAÇÃO ANTERIORMENTE
CLASSIFICAÇÃO (2006) USADA NA EMBRAPA (1973)
Luvissolo Crômico Podzólico Vermelho-Amarelo Eutrófico Ta
Bruno não Cálcico
Argissolo Vermelho-Amarelo Podzólico Vermelho-Amarelo
Planossolos (Nátrico, Hidromórfico e Planossolos Solódicos
Hálico)
Latossolo Vermelho-Amarelo Eutrófico Latossolo Vermelho-Amarelo Eutrófico e
e Distrófico Distrófico
Vertissolo Ebânico Vertissolo
Neossolos (Litólico, Flúvico, Regolítico Solo Litólico (eutrófico e distrófico)
e Quartzarênico) Solo Aluvial
Regossolo
Areia Quartzosa
Nitossolo Terra Roxa Estruturada
Plintossolo Pétrico Solos Concrecionários
Fonte: EMBRAPA, 2006 & BRASIL, 1973.

Descrição Geral

De forma sucinta, segue uma descrição das principais classes de solos da


Mesorregião do Sul Cearense. Os conceitos e características seguem as normas
do Sistema Brasileiro de Classificação de Solos – (EMBRAPA,1999).

Luvissolo Crômico
Nesta classe estão agrupados os solos bem definidos com seqüência de
horizontes A, Bt e C, cuja característica diagnóstica principal é possuir um
horizonte B de acumulação de argila, o que impõe uma diferença textural de A
para B. São normalmente profundos e raramente rasos, bem drenados, possuindo
cores que variam de vermelho amarelado até amarelo no horizonte Bt.
Apresentam-se geralmente com horizonte moderado fraco ou proeminente e
estruturas granulares ou blocos subangulares, neste horizonte, e em blocos
angulares e subangulares no B dos perfis mais típicos. A textura é em geral
arenosa ou média no A e argilosa ou média no Bt, comumente cascalhenta ou
53
com cascalho, podendo ainda conter na sua composição mineralógica concreções
lateríticas.

São solos os mais difundidos na área, com um potencial químico que


apresenta de média a alta saturação por bases (V%), teores de cálcio
normalmente altos, baixa saturação por alumínio trocável, acidez moderada ou por
vezes ácida. Freqüentemente, apresentam na sua composição minerais primários
de fácil intemperização, oriundos de rochas do embasamento cristalino.

São solos condicionados a relevos desde maciços residuais das serras de


São Pedro e Quincuncá, sertões de Aurora/Granjeiro, sertões de Barro, sertões de
Penaforte, sertões de Campos Sales e sertões de Potengi.

Argissolo Vermelho-Amarelo
Agrupam solos de cores comumente avermelhadas e amareladas, com
profundidade variável, desde forte a imperfeitamente drenados, com seqüência de
horizonte A, Bt, C e R, com horizonte B textural (Bt), de argila de atividade baixa,
imediatamente abaixo de horizonte A ou E. A transição entre o horizonte A e Bt é
usualmente clara, abrupta ou gradual. São de forte a moderadamente ácidos, com
saturação por bases alta ou baixa.

Distribuem-se nos mais diferentes subsistemas ambientais, tais como:


patamares norte-ocidentais e orientais do Cariri cearense, patamares de Missão
Velha, maciços residuais das serras de São Pedro e Quincuncá, sertões de
Aurora/Granjeiro, sertões de Barro, sertões de Jati, sertões de Penaforte, sertões
de Juazeiro do Norte, sertões de Nova Olinda / Farias Brito, sertões de Araripe,
sertões de Assaré/Altamira, sertões de Campos Sales e Potengi.

Planossolos (Nátrico e Hidromórfico)

São solos de rasos a pouco profundos, que apresentam perfis do tipo A, Bt


e C, mudança textural abrupta do horizonte A para B, sendo freqüentes os
horizontes subsuperficiais e ou C exibirem evidências de hidromorfia mesmo que
por um período relativamente curto. Isso decorre da drenagem imperfeita que
ocasiona excesso de umidade no solo durante a estiagem, resultando no
aparecimento de manchas e ou cores de redução nos horizontes aludidos.

O horizonte A é comumente fraco ou moderado, de cores claras, textura


arenosa e estruturadas em grãos simples ou maciça. O horizonte Bt distingue-se
bem por suas cores acinzentadas com ou sem mosqueado, textura argilosa ou
média, adensado, pouco permeável e estrutura forte ou moderada prismática
composta de blocos, tendo ainda consistência extremamente dura quando seco e
extremamente firme quando úmido.
54
Os Planossolos das áreas consideradas apresentam em geral alta
saturação por bases, entretanto possuem também característica solódica, ou seja,
saturação por sódio trocável (100. Na+/T) entre 8 e 20%, o que indica conter esse
solo, considerável presença de sódio trocável no horizonte B e ou C. São em geral
de moderadamente ácidos a praticamente neutros e exibem nos horizontes
subsuperficiais apreciáveis proporções de minerais de fácil intemperização.

Quando o hidromorfismo se prolonga em virtude da ação das águas das


chuvas, se produz lavagem das argilas sódicas, de tal forma que o perfil adquire
um aspecto diferenciado, formando na parte superior um horizonte A parcialmente
descolorido, siltoso e mal estruturado sobre um horizonte B nátrico que
desenvolve estrutura colunar prismática. Com a duração estacional, mas
prolongada, produz na zona de oscilação do lençol freático a redução do ferro livre
que, em sua maior parte apresenta-se em estado ferroso, atribuindo ao horizonte
cores verdes e azuladas, originando o horizonte glei. Os solos com horizonte B
com essas características adicionais aos planossolos, classificam-se em
Planossolos Hidromórficos. Ocorrem principalmente nos vales úmidos e secos e
nos sertões da depressão periférica meridional do Ceará.

Latossolo Vermelho-Amarelo (Eutrófico e Distrófico)

Esta classe representa na área os solos comumente de cores amarelo-


avermelhadas, profundos ou muito profundos, porosos, bem drenados, friáveis,
com seqüência de horizonte A, Bw (B latossólico), C pouco diferenciados. Neles,
os teores de argila mantêm-se uniformes ao longo do perfil ou apenas aumentam
levemente em relação aos demais horizontes. O horizonte A varia normalmente de
fraco a moderado, podendo constatar-se também proeminente.

São solos minerais não hidromórficos, regularmente desprovidos de


minerais primários de fácil intemperização, constituídos por mistura, entre outros
componentes, de óxidos hidratados de ferro e/ou alumínio.

A textura é comumente média e raramente argilosa. As estruturas são


fracas em blocos subangulares ou granular pequena ou ainda maciça.

Têm os seguintes subsistemas como áreas de ocorrências: platô oriental e


platô ocidental da chapada do Araripe, patamares norte ocidentais, patamares
orientais, patamares de Missão Velha, tabuleiros interiores norte-ocidentais e
tabuleiros de Salitre.

Vertissolo

Compõe a classe de solos que possuem perfis do tipo A, Cv, CVg, cuja
55
profundidade varia conforme a espessura do horizonte C, a qual depende da
maior ou menor profundidade da rocha subjacente. São de argilosos a muito
argilosos, tendo como constituinte principal argilas do grupo 2/1 (grupo da
montorilonita), cuja elevada presença resulta em movimentos internos de
expansões e contrações da massa do solos e no aparecimento de superfície de
deslizamento (“slikensides”) nas partes interiores do perfil.

Durante a estação seca mostram-se fendilhados e extremamente duros,


passando a muito plásticos e pegajosos nos períodos úmidos quando a sua
massa se expande. O horizonte A pode ser fraco ou moderado, em geral com
cores bruno escuras ou escuras e estrutura do tipo granular. O horizonte C,
apresenta cores muito variáveis em função dos materiais de origem, variando de
cores escuras até bruno avermelhado. A estrutura é comumente forte ou
moderada, do tipo prismática.

São solos que apresentam elevada soma de bases trocáveis (S), alta
saturação por bases, portanto, eutróficos, e pH de praticamente neutros a
alcalinos. Dispersam-se em todos os subsistemas integrantes dos sertões da
depressão periférica meridional do Ceará.

Neossolos Flúvicos

Trata-se de solos pouco desenvolvidos e de pouco profundos a muito


profundos, derivados de sedimentos aluviais não consolidados. Apresentam um
horizonte A assente sobre o C, normalmente composto por uma seqüência de
camadas diferenciadas geneticamente entre si.

Possuem características muito variáveis, tendo o horizonte A comumente


fraco e às vezes moderado de cores normalmente escuras, textura desde arenosa
até argilosa e estruturas em blocos, granular ou maciça, de consistência que varia
desde macia até extremamente dura quando seco.

Subjacente ao A, aparece uma sucessão de camadas sem posicionamento


preferencial no perfil, com texturas muito alternadas entre arenosa até muito
argilosa e de variados aspectos de coloração.

Nas áreas da Mesorregião Sul Cearense, normalmente são de caráter


eutrófico (elevada saturação por bases), portanto, de alta fertilidade natural. Tem
grande potencial de uso dentro dos sertões semi-áridos principalmente por
ocorrerem em várzeas, sendo assim dotados de condições de umidade mais
favoráveis à utilização agrícola. Distribuem-se, predominantemente nos
subsistemas dos vales úmidos e alvéolos e nos vales secos, recobrindo as
planícies fluviais.

56
Neossolos Litólicos

Os Litólicos são solos que, tendo sofrido fraca evolução pedológica,


apresentam perfis pouco desenvolvidos e rasos (inferior a 50cm), sendo
caracterizados por apresentarem um horizonte A diretamente sobre a rocha - R -
ou sobre a camada de alteração desta - horizonte Cr, geralmente de pequena
espessura.

O horizonte A pode ser do tipo fraco ou moderado, de cores muito variadas,


desde claras a escuras e textura quase sempre média, embora ocorram também
solos de textura, siltosa e argilosa, com cascalho ou cascalhenta. As estruturas
variam entre granular, blocos angulares e até grãos simples. Abaixo deste
horizonte, surge a rocha R ou horizonte Cr com elevados conteúdos de minerais
primários e blocos de rocha semi-intemperizados sobra a rochas - R.

Em geral possuem pedregosidade e/ou rochosidade na superfície, podendo


normalmente ser encontrados associados com afloramentos de rocha.

São solos cuja drenagem varia de moderada a acentuada e podem ser


encontrados com características eutróficas (alta saturação por bases) ou distrófica
(baixa saturação por bases), sendo que na região considerada prevalecem os
eutróficos, que estão posicionados nos sertões e serras cristalinas semi-áridas.

A reação comumente varia de moderadamente ácida a praticamente neutra,


quando eutróficos, e de fortemente ácido a moderadamente ácido quando
distróficos, ocorrendo, indistintamente, nos patamares, altos estruturais, nos
maciços e cristas residuais e nos sertões da depressão periférica meridional do
Ceará, do planalto sedimentar do Araripe, portanto em relevos desde plano até
montanhoso em quaisquer condições climáticas. Considerados como solos
azonais, são, em sua maioria, formados a partir de gnaisses, migmatitos e granitos
(pré-Cambriano), encontrando-se também solos derivados de arenitos, quartzitos,
xistos, folhelhos, filitos, calcários e calcarenitos, referidos a diversas formações
geológicas.

Neossolos Quartzarênicos (Areias Quartzosas)

São solos arenoquartzosos profundos ou muito profundos, pouco


desenvolvidos, excessivamente drenados e apresentando perfis do tipo A, C . sem
contato lítico dentro de 50cm.

O horizonte A é mais comumente fraco com cores bruno acinzentadas


dominantes e estrutura fraca granular ou em grãos simples. O horizonte C,
geralmente de grande espessura, pode compreender vários sub-horizontes (C1,
C2, C3, C4), tendo cores que variam de vermelho amareladas a cores mais claras
ou esbranquiçadas, sendo que normalmente não demonstram desenvolvimento de
57
estruturas, constando sempre de grãos simples.

São ácidos ou muito ácidos com baixa saturação por bases (distróficos) e
praticamente desprovidos de minerais primários de fraca resistência ao
intemperismo, que possam ser contados como reservas de nutrientes para as
plantas. Há maior ocorrência desses solos nos patamares de entorno da chapada
do Araripe, no platô ocidental e dos tabuleiros interiores e nos altos estruturais.

Nitossolos

São solos minerais com horizonte B nítico, de textura argilosa ou muito


argilosa, apresentando cerosidade na superfície dos agregados.

São profundos, bem drenados, de coloração variando de vermelha a


brunada. Ocorrem nos sertões de Assaré/Altaneira.

Plintossolos Pétricos

São solos constituídos por material mineral, com horizonte plíntico ou


litoplíntico, começando dentro de 40 cm, ou dentro de 200 cm, quando
imediatamente abaixo do horizonte A ou E, ou subjacente a horizontes que
apresentam coloração pálida ou veriegada ou mosqueado em quantidade
abundante.

Ocorrem nos tabuleiros interiores norte–ocidentais

Cobertura Vegetal

Os aspectos associados à cobertura vegetal da Mesorregião do Sul


Cearense estão associados principalmente às características edafoclimáticas e
morfológicas. A totalidade das unidades fitoecológicas já não apresenta suas
características primárias. Para efeitos do presente estudo, são consideradas as
seguintes unidades fitoecológicas.

a) matas ciliares
b) caatingas
c) mata seca
d) mata úmida
e) cerrado

a) Matas Ciliares

As matas ciliares se desenvolvem ao longo dos médios e baixos cursos


58
fluviais da região, além das áreas de inundação sazonal.

Há predomínio de solos argilo-arenosos nos ambientes de inundação da


vegetação de várzea, sendo que as espécies vegetais pertencentes a esta
unidade vegetacional tanto estão adaptadas à inundação dos solos como aos
períodos de estiagem quando estes ressecam. Em virtude da irregularidade pluvial
de sua área de ocorrência, apresentam um caráter subcaducifólio.
Fisionomicamente, a paisagem vegetal desta unidade é de composição
mista, sendo constituída por palmáceas. Os arbustos distribuem-se de forma
dispersa e irregular ao longo das planícies de inundação, dada a devastação para
o corte das folhas de carnaúbas.

A exemplo de outras unidades vegetacionais do Estado do Ceará, as


atividades humanas, como o extrativismo vegetal e a agricultura, impuseram
diferentes modificações florísticas e fisionômicas na cobertura vegetal original.
Muitas espécies arbóreas que compunham a flora da vegetação de várzea, hoje,
encontram-se praticamente extintas em razão dos desmatamentos.

Como principais espécies arbustivas e arbóreas freqüentemente associadas


a Copernicia prunifera (carnaubeira) citam-se: Combretum leprosum (mofumbo),
Cróton sonderianus (marmeleiro), Mimosa malacocentra (calúmbi), M. hostilis
(jurema-preta), Piptadenia stipulacea (jurema-branca), Chloroleucon foliolosum
(arapiraca), Triplaris gardneriana (pajeú) e Ziziphus joazeiro (juazeiro).

b) Caatingas

A caatinga arbórea é a unidade vegetacional primária que dominou, em


tempos passados, a depressão periférica meridional do Ceará. Com a ocupação
dos sertões pela pecuária extensiva e os plantios de algodão, ao longo dos anos,
praticamente toda a cobertura vegetal natural foi transformada, configurando-se
atualmente como uma caatinga arbustiva.

Apesar dos intensos processos de transformação da paisagem vegetal,


ainda se conservaram algumas áreas de caatinga arbórea. Existem áreas dos
sertões em que o plantio de algodão foi pouco explorado, mantendo-se apenas a
atividade da pecuária extensiva, sem desmatamentos, conservando-se, portanto,
mesmo que parcialmente, a cobertura vegetal original.

Com a manutenção do ambiente natural de algumas áreas, conservam-se


as condições do solo quanto à estrutura, fertilidade e disponibilidade hídrica. Por
meio da existência de áreas conservadas, ocorre a manutenção do potencial
genético da vegetação, possibilitando assim a regeneração natural ou artificial de
superfícies de caatingas degradas.

A caatinga arbórea possui um estrato superior com árvores que chegam a


59
alcançar de 8 a 12 metros de altura, destacando-se entre elas: Auxemma
oncocalyx (pau-branco), Anadenathera macracarpa (angico), Aspidosperma
pyrifolium (pereiro), Myracrodruon urundeuva (aroeira), Commiphora leptophloeos
(imburana) Mimosa tenuiflora (jurema-preta), Schinopsis brasiliensis (baraúna),
Tabebuia impetiginosa (pau d’arco), Torresea cearenses (cumaru) e Ziziphus
joazeiro (juazeiro). O estrato arbustivo e subarbustivo é composto pelas mesmas
espécies relacionadas à caatinga arbustiva.

c) Mata Seca

Ocupa superfícies de serras secas, de vertentes subúmidas de serras e


rebordos de chapadas, geralmente a partir da cota de 500 até 600 metros de
altitude. Fatores como solos relativamente profundos e férteis, além de maior
umidade atmosférica decorrente de altimetria mais elevada, favorecem o
desenvolvimento dessa unidade vegetacional.

Sua fisionomia é arbóreo-arbustiva, embora tenha um estrato herbáceo,


muito denso, mais desenvolvido no período das chuvas. Conforme seu estado de
conservação, predomina o estrato arbóreo, cujas árvores chegam a alcançar 15
metros de altura. Nas serras de São Pedro e Quincuncá, as características
primárias da mata seca estão fortemente degradas.

Entre as principais espécies arbóreas e arbustivas, podem-se mencionar:


Acacia glomerosa (espinheiro-preto), Acacia paniculata, Anadenanthera
macrocarpa (angico vermelho), Astronium fraxinifolium (gonçalo-alves), Ceiba
glaziovii (barriguda), Caesalpina bracteosa, Caesalpinia leiostachya (pau-ferro),
Capparis cipropholo (feijão-bravo), Erythrina velutina (mulungu), Machaerium
acutifolium (coração-negro), Spondias mombim (cajá), Tabebui serratifolia (pau
d’arco-amarelo), Triplaris gardneriana (pajeú) e Talisia esculenta (pitombeira).

Em função de constantes desmatamentos, o estrato arbustivo começa a ser


ocupado mais intensamente por espécies típicas de caatinga.

A retirada de madeira das árvores para uso na carpintaria, o desmatamento


para o aproveitamento de lenha, como combustível, e posterior plantio de cultivos
de subsistência são as principais formas de uso e ocupação da mata seca.
Constata-se que os impactos causados pelo desmatamento tornam-se muitas
vezes irreversíveis, uma vez que a regeneração natural da mata seca dificilmente
ocorre.

Por situar-se em áreas de declives mais íngremes, após o desmatamento e


uso agrícola, há grande perda de solos, impedindo a regeneração da vegetação
original, principalmente das espécies arbóreas. Espécies arbustivas da caatinga,
mais adaptadas às condições xéricas, passam a fixar-se nas áreas anteriormente
ocupadas pela mata seca.
60
Quanto ao seu estado de conservação, pode-se considerar como altamente
degradada, não apenas nas serras anteriormente referidas como também em
setores esparsos dos patamares de acesso à chapada do Araripe.

d) Mata Úmida

A chamada mata úmida / subúmida ocupa os níveis de cimeira e o alto das


vertentes das serras úmidas e as vertentes úmidas da chapada do Araripe. Esta
unidade vegetacional possui uma fisionomia onde predomina o estrato arbóreo
com alturas superiores a 15 metros, formando uma cobertura vegetal bastante
densa, a exemplo do que se verifica na área da Floresta Nacional do Araripe
(FLONA).

Nas bordas da chapada do Araripe, a exuberância da vegetação e sua


elevada biodiversidade decorrem principalmente do fator azonal decorrente da
altitude. O relevo elevado induz a que haja uma maior umidade atmosférica e
freqüentes chuvas orográficas, favorecendo à formação de solos mais profundos
que, juntamente com as condições climáticas mais favoráveis, propiciam o
desenvolvimento da mata úmida/subúmida a partir da cota de 700 metros. Além
disso, a abundância de ressurgências na encosta favorece a proliferação de
espécies.

Como principais espécies de árvores e arbustos, destacam-se: Bauhínia


forficata (mororó), Brosimum gaudiclaudii (inharé), Bombax cearenseis
(embiratanha), Byrsonima sericea (Imurici), Cedrela adorata (cedro), Copaifera
langdosffii (pau-d’óleo), Chlorophora tinctoria (jaracatiá), Lonchocarpus sericeus,
Câmara Lantana (câmara), Machaerium acutifolium (coração-de-negro), Orbignya
phalerata (babaçu), Pittecellobium trapezifolium (canafistala-da-serra), Pourouma
áspera, Roupala cearensis (maritacaca), Tabebuia serratifolia (pau-d’arco-
amarelo), Tabebuia impetiginosa (pau-d’arco-rocho), Thiloa glaucocarpa (cipauba).
Compondo um estrato herbáceo, estão plantas como: Borreria verticillata,
Bauhinia glabra, Chanmescrista duckeana, Hydrocotyle umbellata, Langsdorfia
hypogea, Vernonia scabra, Wedelia scaberrima (camará-de-flecha), Vismia
surinamensis (lacre) etc. Em função da presença de maior umidade e um
ambiente ombrófilo, há muitas plantas compondo o estrato herbáceo durante todo
o ano, ao contrário do que ocorre com outras unidades de vegetação.

e) Cerradão

O cerradão ocupa o platô da chapada do Araripe, estendendo-se em


direção ao Estado de Pernambuco. É uma das unidades de vegetação que possui
melhores condições de conservação. Considerado um encrave vegetacional, o
cerradão conserva sua fisionomia vegetal, sobre os Latossolos da chapada do
61
Araripe. Sua estrutura fisionômica é composta, basicamente, por árvores de
grande porte, constituindo uma vegetação bastante densa e fechada.

Dentre as principais espécies que formam a unidade vegetacional do


cerradão, destacam-se: Agonandra brasiliensis (pau d’alho), Annona coriacea
(araticum), Bowdichia virgilioides (sucupira), Caryocar coriaceum (piqui),
Byrsonima crassifólia, B. sericea (murici), Dimorphandra gardneriana, Hymenaea
courbaril (jatobá), H. stignnocarpo, H. stilbocarpa, Qualea parviflora (pau-terra),
Simaruba versicolor (paraíba), Himatanthus drasticus, Cássia ferruginosa,
Buchenavia capitata, Terminalia fagifolia, Lonchocarpus araripensis,
Vanillosmopsis arbórea, Dalbergia miscolobium.

O “carrasco”, como um complexo vegetacional, ocorre nas áreas com


Neossolos Quartzarênicos dos tabuleiros de Salitre e do platô ocidental da
chapada do Araripe.

62
4.4 Sinopse: Categorias Espaciais dos Sistemas e Subsistemas Ambientais

Quadro 02 – Categorias Espaciais dos Sistemas e Subsistemas Ambientais da Mesorregião do Sul Cearense
SISTEMAS SUBSISTE- GEOLOGIA GEOMORFOLOGIA HIDROCLIMATOLOGIA SOLOS COBERTURA
AMBIENTAIS MAS VEGETAL / USO E
(Geossistemas) AMBIENTAIS OCUPAÇÂO
(Geofácies)

Cp1- Platô Grupo Araripe - Superfície tabular Clima subúmido com Latossolos Vermelho- Cerrado: vegetação de porte
Oriental revestido Formação Exu: capeia elevada coincidente precipitações médias Amarelos: solos espessos médio, com árvores esparsas
por Cerrado / a chapada do Araripe com a estrutura anuais acima de 900mm na superfície de cimeira, e clareiras;
Cerradão predominando arenitos concordante horizontal. entre dezembro e maio; com boas condições de Cerradão: com árvores de
amarelados a Dissecação ausência de escoamento drenagem, fertilidade porte elevado, conserva a
avermelhados, grossos praticamente nula. superficial no platô; natural baixa e acidez. fisionomia original,
a médios, com níveis Altitude: 800 – 950m. razoável a bom potencial apresenta-se densa e
conglomeráticos, de águas subterrâneas fechada, estando em sua
estratificação plano- profundas. maioria, inserida na
paralela e cruzada e Floresta Nacional do
intercalações caulínicas Araripe - Flona.
e siltíticas.
Uso: extrativismo vegetal
(piqui); agroextrativismo;
CHAPADA DO apicultura; turismo e lazer;
ARARIPE E preservação.
PATAMARES DE
ENTORNO (Cp)
Cp2-Platô Grupo Araripe – Superfície tabular Clima mais seco que o Latossolos Vermelho- Carrasco: vegetação de
Ocidental Formação Exu: capeia elevada coincidente platô oriental, com Amarelos: solos espessos na transição com fisionomia de
revestido por a chapada do Araripe com a estrutura precipitações médias superfície de cimeira, com capoeira densa,
“Carrasco” predominando arenitos concordante horizontal. anuais abaixo de 900mm; boas condições de apresentando extrato
amarelados a Dissecação ausência de escoamento drenagem, fertilidade natural arbustivo fechado, localizada
avermelhados, grossos praticamente nula. superficial no platô; baixa e acidez. nas áreas mais secas da
a médios, com níveis Altitude: 800 – 900m. armazenamento d’água em Neossolos Quartzarênicos Chapada e decorrente da
conglomeráticos, “barreiros”. solos muito profundos, destruição parcial do
estratificação plano- excessivamente drenados, cerradão.
paralela e cruzada e ácidos e com fertilidade
intercalações caulínicas natural muito baixa. Uso: agricultura de mandioca
e siltíticas. e de subsistência;
extrativismo vegetal (lenha,
carvão); agroextrativismo;
apicultura.

(Continua)

63
Quadro 02 – Categorias Espaciais dos Sistemas e Subsistemas Ambientais da Mesorregião do Sul Cearense.
(Continuação)
SISTEMAS SUBSISTE- GEOLOGIA GEOMORFOLOGIA HIDROCLIMATOLOGIA SOLOS COBERTURA
AMBIENTAIS MAS VEGETAL / USO E
(Geossistemas) AMBIENTAIS OCUPAÇÂO
(Geofácies)

Cp3-Patamares Grupo Araripe - Rebordos erosivos Clima subúmido; Argissolos Vermelho-Amarelos: Mata Seca: ocorre em
Norte- Formação Santana: festonados da chapada precipitações médias solos medianamente pequenas áreas nas
ocidentais folhelhos de coloração do Araripe submetidos anuais em torno de profundos, com boas condições encostas da Chapada,
cinza avermelhada, em a processos de 900mm; de fertilidade natural e textura associada à presença de
parte calcíferos e pedimentação. ocorrência de drenagem arenosa cascalhenta; palmeiras diversas (catolé,
fossiliferos, com Altitude: 600 – 800m. superficial. Latossolos Vermelho-Amarelos: macaúba e outras).
intercalações de calcários solos espessos, com boas Caatinga: ora com
laminados creme, condições de drenagem, predominância arbustiva,
margas, siltitos, fertilidade natural baixa e ora arbórea, variando o
calcarenitos, arenitos acidez; porte e a densidade
finos e gipsita no topo. Neossolos Litólicos: solos rasos conforme as condições
e pedregosos e com fertilidade ambientais locais.
CHAPADA DO natural muito baixa.
ARARIPE E Uso: agropecuária;
PATAMARES DE agroextrativismo; Turismo.
ENTORNO (Cp)

Cp4-Patamares Grupo Araripe - Rebordos erosivos Condições climáticas Argissolos Vermelho-Amarelos: Mata Úmida e Subúmida;
Orientais do Formação Santana: festonados da chapada subúmidas; solos medianamente área de transição floresta-
Cariri Cearense calcários laminados com do Araripe submetidos precipitações médias profundos, com boas condições caatinga arbórea
intercalações de a processos de anuais entre 950 a de fertilidade natural e textura fortemente degradada.
folhelhos pedimentação. 1100mm de dezembro a arenosa cascalhenta;
siltitos, margas e gipsitas. Altitude: 600 – 800m. maio; Latossolos Vermelho-Amarelos: Uso: agropecuária com
bom potencial de águas solos espessos, com boas pastagem natural;
superficiais e subterrâneas condições de drenagem, agricultura; extrativismo
com grande ocorrência de fertilidade natural baixa e vegetal (lenha, madeira);
fontes nas encostas e pés- acidez; fruticultura; turismo e lazer.
de-serra orientais voltados Neossolos Litólicos: solos rasos
para o Cariri cearense. e pedregosos e com fertilidade
natural muito baixa.

(Continua)

64
Quadro 02 – Categorias Espaciais dos Sistemas e Subsistemas Ambientais da Mesorregião do Sul Cearense
(Continuação)
SISTEMAS SUBSISTE- GEOLOGIA GEOMORFOLOGIA HIDROCLIMATOLOGIA SOLOS COBERTURA
AMBIENTAIS MAS VEGETAL / USO E
(Geossistemas) AMBIENTAIS OCUPAÇÂO
(Geofácies)

Cp5-Patamares Grupo Araripe – Rebordos erosivos Condições climáticas Latossolos Vermelho- Mata Seca; Caatinga
de Formação Missão Velha: festonados submetidos subúmidas; Amarelos: solos espessos, Arbóreo-arbustiva
Missão Velha arenitos avermelhados a processos de Precipitações médias com boas condições de parcialmente degradada.
finos a grossos, com pedimentação / relevo anuais entre 900 a drenagem, fertilidade natural
intercalações de níveis plano a suave- 1200mm; baixa e acidez; Uso: agropecuária;
calcíferos, sílticos e ondulado. Bom potencial de águas Argissolos Vermelho-Amarelos: agricultura.
conglomeráticos. Altitude: 400 – 600m. superficiais e subterrâneas. solos medianamente
Apresenta estratificação . profundos, com boas condições
plano-paralela e cruzada. de fertilidade natural e textura
arenosa cascalhenta;
Latossolos Vermelho-
Amarelos: solos espessos na
superfície de cimeira, com
boas condições de
CHAPADA DO
drenagem, fertilidade natural
ARARIPE E
baixa e acidez;
PATAMARES DE
Neossolos Litólicos: solos rasos
ENTORNO (Cp)
e pedregosos e com fertilidade
natural muito baixa.

Cp6-Patamares Grupo Araripe – Superfície plana a Condições climáticas Latossolos Vermelho-Amarelos: Caatinga Arbóreo-arbustiva
de Mauriti Formação Missão Velha. parcialmente subúmidas; solos espessos, com boas degradada com cactáceas.
Conglomerados, arenitos dissecada, embutida Precipitações médias condições de drenagem,
grossos, em parte entre níveis de cristas anuais entre 800 a 900mm; fertilidade natural baixa e Uso: agropecuária;
silificados, de coloração residuais. bom potencial de águas acidez; pecuária e agricultura com
cinza a esbranquiçada e Altitude: 340 – 360m. superficiais e subterrâneas. Neossolos Litólicos: solos rasos irrigação.
tons avermelhados, com e pedregosos e com fertilidade
estratificação plano- natural muito baixa;
paralela e cruzada. Afloramentos Rochosos
Podem conter horizontes
de siltitos e folhelhos.

(Continua)

65
Quadro 02 – Categorias Espaciais dos Sistemas e Subsistemas Ambientais da Mesorregião do Sul Cearense
(Continuação)
SISTEMAS SUBSISTE- GEOLOGIA GEOMORFOLOGIA HIDROCLIMATOLOGIA SOLOS COBERTURA
AMBIENTAIS MAS VEGETAL / USO E
(Geossistemas) AMBIENTAIS OCUPAÇÂO
(Geofácies)

Cp7-Patamares Grupo Araripe – Espraiamento de vales Condições climáticas Vertissolos Ebânicos: Caatinga Arbóreo-arbustiva
de Brejo Santo Formação Missão Velha. de fundo chato e com subúmidas; medianamente profundos, degradada e Mata Seca.
Folhelhos, argilas vastos setores de precipitações médias textura predominantemente
calcíferas, margas de planícies fluviais. anuais em torno de argilosa, problemas de Uso: agricultura; agricultura
coloração variegada e Altitude: 460 – 500m. 900mm; salinização e mal drenados; irrigada.
arenitos castanho- drenagem paralela com Neossolos Quartzarênicos:
avermelhados, finos, com escoamento superficial solos muito profundos,
intercalações de lâminas semi-perenizado. excessivamente drenados,
de aragonita e calcários. . ácidos e com fertilidade natural
muito baixa;
Neossolos Litólicos: solos rasos
e pedregosos e com fertilidade
natural muito baixa;
Neossolos Flúvicos: derivados
de sedimentos aluviais não
CHAPADA DO
consolidados, são comumente
ARARIPE E
profundos, mal drenados e com
PATAMARES DE
fertilidade natural muito
ENTORNO (Cp)
variável, de baixa a alta.

Cp8 – Litotipos variados do Superfície dissecada Clima semi-árido; Argissolos Vermelho-Amarelos: Caatinga Arbóreo-arbustiva
Patamares do embasamento cristalino e de exumação próxima Precipitações em torno de solos medianamente degradada.
Araripe cobertura coluviais aos rebordos 600mm; profundos, com boas condições
Tércio-Quartenárias setentrionais da Escoamento superficial de fertilidade natural e textura Uso: agropecuária
Chapada do Araripe. intermitente sazonal e com arenosa cascalhenta;
Altitude: 500 – 600m. padrão dendrítico. Neossolos Litólicos: solos rasos
e pedregosos e com fertilidade
natural muito baixa;
Vertissolos Ebânicos:
medianamente profundos,
textura predominantemente
argilosa, problemas de
salinização e mal drenado.

(Continua)

66
Quadro 02 – Categorias Espaciais dos Sistemas e Subsistemas Ambientais da Mesorregião do Sul Cearense
(Continuação)
SISTEMAS SUBSISTE- GEOLOGIA GEOMORFOLOGIA HIDROCLIMATOLOGIA SOLOS COBERTURA
AMBIENTAIS MAS VEGETAL / USO E
(Geossistemas) AMBIENTAIS OCUPAÇÂO
(Geofácies)

Cp9- Altos Formação Cariri: arenitos Altos estruturais Condições climáticas Neossolos Litólicos: solos rasos Caatinga Arbóreo-arbustiva
CHAPADA DO Estruturais grosseiros e mantidos por arenitos subúmidas; e pedregosos e com fertilidade parcialmente degradada;
ARARIPE E conglomerados com homogêneos. Precipitações médias natural muito baixa;
PATAMARES DE estratificação cruzada. Altitude: 440 – 600m. anuais entre 800 a Neossolos Quartzarênicos: Uso: extrativismo vegetal
ENTORNO (Cp) 900mm; solos muito profundos, (lenha); agroextrativismo e
Níveis residuais com rede excessivamente drenados, agropecuária.
de drenagem de 1a e 2a ácidos e com fertilidade natural
ordem muito baixa.

Tc1- Tabuleiros Coberturas colúvio- Rampas de Clima semi-árido; Latossolos Vermelho- Vegetação de Tabuleiros;
Interiores eluviais: sedimentos acumulação em precipitações médias Amarelos: solos espessos, Caatinga Arbóreo-
Norte- inconsolidados, depressões periféricas anuais entre 600 a 900mm; com boas condições de arbustiva;
Ocidentais localmente laterizados, de planaltos escoamento intermitente drenagem, fertilidade natural
de constituição sedimentares, sazonal e rede de baixa e acidez; Uso: agropecuária;
essencialmente areno- dissecadas em níveis drenagem esparsa. Plintossolos Pétricos: solos agroextrativismo.
argilosa. colinosos e em constituídos sob condições
TABULEIROS interflúvios tabulares. de restrições à percolação de
INTERIORES Altitude: 560m. água, apresentando
COM horizonte litoplíntico.
COBERTURAS
SEDIMENTARES
(Tc)
Tc2-Tabuleiros Coberturas colúvio- Rampas de Clima semi-árido; Latossolos Vermelho- Vegetação de Tabuleiros;
de Salitre eluvionais sílticas, acumulação interiores precipitações médias Amarelos: solos espessos, Caatinga Arbustiva
sedimentos em depressões anuais em torno de com boas condições de degradada.
inconsolidados de periféricas de planaltos 800mm; drenagem, fertilidade natural
constituição sedimentares, escoamento sazonal e rede baixa e acidez. Uso: agricultura;
essencialmente arenosa. dissecadas em de drenagem com padrão agroextrativismo;
interflúvios tabulares. paralelo.. agropecuária.
Altitude: 600 – 640m.

(Continua)

67
Quadro 02 – Categorias Espaciais dos Sistemas e Subsistemas Ambientais da Mesorregião do Sul Cearense
(Continuação)
SISTEMAS SUBSISTE- GEOLOGIA GEOMORFOLOGIA HIDROCLIMATOLOGIA SOLOS COBERTURA
AMBIENTAIS MAS VEGETAL / USO E
(Geossistemas) AMBIENTAIS OCUPAÇÂO
(Geofácies)

Vu- Planícies Aluvião: cascalhos e Planícies aluviais ou Clima subúmido; Neossolos Flúvicos: derivados Matas Ciliares ou Matas
Fluviais do areias com granulação vales do Cariri : precipitações médias de sedimentos aluviais não Galerias: corresponde à
Cariri variada, localmente com correspondem a formas anuais entre 800 a consolidados, são comumente vegetação ribeirinha que
concentração de material de acumulação 1.100mm; profundos, mal drenados e com bordeja as calhas fluviais,
argiloso. decorrentes da ação os vales úmidos margeiam fertilidade natural muito beneficiadas pelos solos
fluvial de deposição os cursos d’água que variável, de baixa a alta; aluviais mais férteis e o
dos sedimentos drenam setores do sopé Vertissolos Ebânicos: maior teor hídrico. Destaca-
aluviais, com larguras oriental da Chapada– o medianamente profundos, se, entre as espécies
expressivas em função Cariri cearense. textura predominantemente arbóreas, o juazeiro.
do regime fluvial, Ramificação da drenagem. argilosa, problemas de
favorecido pela salinização e mal drenados. Uso: pecuária e agricultura
alimentação de fontes com irrigação, incluindo
VALES ÚMIDOS oriundas da Chapada, fruticultura, milho e capim;
E ALVEOLOS(Vu) dando origem a vales olarias; sítios urbanos.
E de fundo chato com
VALES largas planícies fluviais.
SECOS(Vs) Altitude: 300 – 410m.

Vs- Planícies Aluvião: sedimentos Áreas planas em faixas Clima semi-árido; Vertissolos Ebânicos: Vegetação de Campos de
Fluviais da aluviais com areias mal de aluviões recentes Precipitações médias medianamente profundos, Várzea com carnaubais e
Depressão selecionadas, incluindo resultantes da anuais em torno de textura predominantemente oiticica.
Periférica siltes, argilas e acumulação fluvial e 800mm; argilosa, problemas de
Meridional do cascalhos. sujeitas a inundações Escoamento intermitente salinização e mal drenados; Uso: agropecuária;
Ceará periódicas. Ao contrário sazonal em fluxo muito Neossolos Flúvicos: derivados agricultura de subsistência;
dos vales úmidos, são lento. de sedimentos aluviais não olarias; sítios urbanos;
planícies estreitas. consolidados, são comumente pecuária e agricultura com
Altitude: 250 – 300m. profundos, mal drenados e com irrigação.
fertilidade natural muito
variável, de baixa a alta.

(Continua)

68
Quadro 02 – Categorias Espaciais dos Sistemas e Subsistemas Ambientais da Mesorregião do Sul Cearense
(Continuação)
SISTEMAS SUBSISTE- GEOLOGIA GEOMORFOLOGIA HIDROCLIMATOLOGIA SOLOS COBERTURA
AMBIENTAIS MAS VEGETAL / USO E
(Geossistemas) AMBIENTAIS OCUPAÇÂO
(Geofácies)

Mr1-Serra de Litotipos variados do Maciço residual com Clima subúmido; Argissolos Vermelho-Amarelos: Mata Seca;
São Pedro complexo cristalino pré- relevos elevados, precipitações médias solos medianamente Caatinga Arbóreo-arbustiva
Cambriano deformados fortemente dissecados, anuais em torno de profundos, com boas condições degradada.
por tectonismo. com topos convexos 1.100mm; de fertilidade natural e textura
ou em forma de cristas escoamento superficial com arenosa cascalhenta; Uso: agroextrativismo;
aguçadas. Derivam do rios de padrão dendrítico e Neossolos Litólicos: solos rasos agropecuária.
trabalho de erosão escoamento intermitente e pedregosos e com fertilidade
diferencial em setores sazonal. natural muito baixa;
de rochas muito Afloramentos Rochosos nas
resistentes. cristas e vertentes íngremes.
Altitude: 700 – 720m.

Mr2-Serra do Litotipos variados do Superfícies serranas Clima subúmido; Argissolos Vermelho-Amarelos: Mata Seca;
MACIÇOS E Quincuncá complexo cristalino pré- com vertentes precipitações médias solos medianamente Caatinga Arbóreo-arbustiva
CRISTAS Cambriano deformados íngremes e dissecadas anuais entre 900 a profundos, com boas condições degradada.
RESIDUAIS(Mr) por tectonismo. em cristas e colinas 1.000mm; de fertilidade natural e textura
truncadas por escoamento superficial arenosa cascalhenta; Uso: agropecuária;
superfície de erosão. intermitente, sazonal e com Neossolos Litólicos: solos rasos agroextrativismo;
Vales em V e em U. padrão dendrítico. e pedregosos e com fertilidade extrativismo mineral
Altitude: 700 – 720m. natural muito baixa. (calcário).

Mr3-Baixos Litotipos variados do Superfícies serranas Clima semi-árido; Neossolos Litólicos: solos rasos Caatinga Arbóreo-
Maciços e complexo cristalino pré- com vertentes precipitações médias e pedregosos e com fertilidade arbustiva;
Cristas Cambriano. íngremes e dissecadas anuais menores que natural muito baixa; Mata Seca e Rupestre;
Residuais em cristas. 800mm; Afloramentos Rochosos
Altitude: 500 – 600m. escoamento superficial com Uso: agroextrativismo;
rios de padrões dendríticos agricultura e agropecuária.
e escoamento intermitente
sazonal. Vales em V.

(Continua)

69
Quadro 02 – Categorias Espaciais dos Sistemas e Subsistemas Ambientais da Mesorregião do Sul Cearense
(Continuação)
SISTEMAS SUBSISTE- GEOLOGIA GEOMORFOLOGIA HIDROCLIMATOLOGIA SOLOS COBERTURA
AMBIENTAIS MAS VEGETAL / USO E
(Geossistemas) AMBIENTAIS OCUPAÇÂO
(Geofácies)

Sm1-Sertões Litotipos variados do Superfície pediplanada Clima semi-árido; Luvissolos Crômicos: solos Caatinga Arbóreo-
de Aurora / complexo cristalino truncando variados pecipitações entre 800 a medianamente profundos com arbustiva;
Granjeiro truncados por tipos de rochas, 900mm com irregularidade fertilidade natural alta, bastante
superfície de erosão. dissecada em feições tempo-espacial; susceptível à erosão; Uso: agropecuária .
variadas, colinosas drenagem dendrítica, Neossolos Litólicos: solos rasos
rasas, intercaladas por sazonal. e pedregosos e com fertilidade
cristas com controle natural muito baixa;
estrutural. Argissolos Vermelho-Amarelos:
Altitude: 320 – 360m. solos medianamente
profundos, com boas condições
de fertilidade natural e textura
arenosa cascalhenta.

Sm2-Sertões Litotipos do complexo Superfície Clima semi-árido; Luvissolos Crômicos: solos Caatinga Arbóreo-
SERTÕES DA de Barro cristalino truncados por pediplanada, precipitações em torno de medianamente profundos com arbustiva.
DEPRESSÃO superfície de erosão. parcialmente 900mm; fertilidade natural alta, bastante
PERIFÉRICA dissecada em colinas drenagem dendrítica susceptível à erosão; Uso: agropecuária..
MERIDIONAL DO rasas e com cristas sazonal. Neossolos Litólicos: solos rasos
CEARÁ (Sm) alinhadas. e pedregosos e com fertilidade
Altitude: 340 – 360m. natural muito baixa;
Argissolos Vermelho-Amarelos:
solos medianamente
profundos, com boas condições
de fertilidade natural e textura
arenosa cascalhenta.

Sm3-Sertões Litotipos do Grupo Superfície Clima semi-árido; Neossolos Litólicos: solos rasos Caatinga Arbóreo-arbustiva
de Jati Cachoeirinha Superior moderadamente precipitações entre 600 a e pedregosos e com fertilidade parcialmente degradada.
truncados por superfície dissecada em lombas e 800mm; natural muito baixa;
de aplainamento. colinas intercaladas por drenagem dendrítica Argissolos Vermelho Amarelos: Uso: agropecuária e
planícies alveolares. sazonal. solos medianamente agroextrativismo.
Altitude: 460 – 500m. profundos, com boas condições
de fertilidade natural e textura
arenosa cascalhenta.

(Continua)
70
Quadro 02 – Categorias Espaciais dos Sistemas e Subsistemas Ambientais da Mesorregião do Sul Cearense
(Continuação)
SISTEMAS SUBSISTE- GEOLOGIA GEOMORFOLOGIA HIDROCLIMATOLOGIA SOLOS COBERTURA
AMBIENTAIS MAS VEGETAL / USO E
(Geossistemas) AMBIENTAIS OCUPAÇÂO
(Geofácies)

Sm4-Sertões Litotipos do complexo Superfície aplainada a Clima semi-árido; Neossolos Litólicos: solos rasos Caatinga Arbustiva
de Penaforte cristalino truncados por parcialmente dissecada precipitações entre 600 a e pedregosos e com fertilidade fortemente degradada.
superfície de erosão, em colinas rasas, 700mm; natural muito baixa;
exibindo exposições de intercaladas por drenagem dendrítica Luvissolos Crômicos: solos Uso: agropecuária e
eventuais de rochas planícies fluviais, com sazonal. medianamente profundos, com pecuária e agricultura com
Siluro – Devonianas da pedimentos que têm fertilidade natural alta, bastante irrigação.
Formação Cariri. caimento suave para susceptível à erosão;
fundos de vales. Vertissolos Ebânicos:
Altitude: 470 – 510m. medianamente profundos,
textura predominantemente
SERTÕES DA
argilosa, problemas de
DEPRESSÃO
salinização e mal drenados.
PERIFÉRICA
MERIDIONAL DO
CEARÁ (Sm)
Sm5-Sertões Litotipos variados do Superfície parcialmente Clima semi-árido/subúmido; Neossolos Litólicos: solos rasos Caatinga Arbóreo-arbustiva
de Juazeiro do complexo cristalino dissecada em colinas precipitações em torno de e pedregosos e com fertilidade fortemente degradada.
Norte truncados por superfície rasas e rampas de 900mm; natural muito baixa; Uso: agropecuária;
de erosão. pedimentação. escoamento superficial Luvissolos Crômicos: solos agricultura.
Altitude: 380 – 440m. intermitente sazonal e com medianamente profundos, com
padrão dendrítico. fertilidade natural alta e muito
suscetíveis à erosão.

Sm6-Sertões Litotipos variados do Superfície aplainada Clima semi-árido; Argissolos Vermelho-Amarelos: Caatinga Arbóreo-arbustiva
de Nova Olinda complexo cristalino e com rampas precipitações entre 600 a solos medianamente degradada.
/ Farias Brito rochas metaplutônicas. pedimentadas que têm 900mm; profundos, com boas condições
caimento topográfico escoamento superficial de fertilidade natural e textura Uso: agropecuária.
sempre para fundos de intermitente sazonal e com arenosa cascalhenta;
vales. padrão dendrítico. Neossolos Litólicos: solos rasos
Altitude: 440 – 480m. e pedregosos e com fertilidade
natural muito baixa.

(Continua)

71
Quadro 02 – Categorias Espaciais dos Sistemas e Subsistemas Ambientais da Mesorregião do Sul Cearense
(Continuação)
SISTEMAS SUBSISTE- GEOLOGIA GEOMORFOLOGIA HIDROCLIMATOLOGIA SOLOS COBERTURA
AMBIENTAIS MAS VEGETAL / USO E
(Geossistemas) AMBIENTAIS OCUPAÇÂO
(Geofácies)

Sm7-Sertões Litotipos Superfície dissecada Clima semi-árido; Argissolos Vermelho-Amarelos: solos Caatinga Arbórea; Mata
de Assaré / variados do em colinas e lombas precipitações entre 600 a medianamente profundos, com boas Seca parcialmente
Altaneira embasamento alongadas. 900mm; condições de fertilidade natural e textura degradada.
cristalino e Altitude: 450 – 600m. escoamento superficial arenosa cascalhenta;
rochas intermitente sazonal e com Neossolos Litólicos: solos rasos e Uso: agropecuária;
metavulcânicas padrão dendrítico. pedregosos e com fertilidade natural muito agroextrativismo.
básicas. Área baixa;
fortemente Nitossolos: solos medianamente profundos e
influenciada por com boas condições de fertilidade natural.
deformações
crustais.

Sm8-Sertões Litotipos Superfície pediplanada Clima semi-árido; Neossolos Litólicos: solos rasos e Caatinga Arbóreo-
de Campos variados do com pedimentos que precipitações entre 600 a pedregosos e com fertilidade natural muito arbustiva degradada.
SERTÕES DA
Sales embasamento têm caimento suave 700mm; baixa;
DEPRESSÃO
cristalino com para os fundos de escoamento superficial Luvissolos Crômicos: solos medianamente Uso: agropecuária.
PERIFÉRICA
predominância vales. intermitente sazonal e com profundos com fertilidade natural alta,
MERIDIONAL DO
de granitos Altitude: 500 – 600m. padrão dendrítico. bastante susceptível à erosão;
CEARÁ (Sm)
gnaissificados Argissolos Vermelho-Amarelos: solo
e áreas medianamente profundo, com boas
migmatizadas. condições de fertilidade natural e textura
arenosa cascalhenta;
Plintossolos Pétricos: solos constituídos
sob condições de restrições a percolação
de água, apresentando horizonte
litoplíntico.

Sm9-Sertões Litotipos Superfície dissecada Clima semi-árido; Neossolos Litólicos: solos rasos e Caatinga Arbóreo-
de Potengi variados do em colinas e lombas precipitações entre 600 a pedregosos e com fertilidade natural muito arbustiva degradada.
embasamento alongadas. 700mm; baixa;
cristalino. Altitude: 500 – 600m. escoamento superficial Luvissolos Crômicos: solos medianamente Uso: agropecuária.
intermitente sazonal e com profundos com fertilidade natural alta,
padrão dendrítico. bastante susceptível à erosão.

(Conclusão)

72
5. CAPACIDADE PRODUTIVA DOS SISTEMAS AMBIENTAIS: IMPACTOS, RISCOS DE OCUPAÇÃO E CENÁRIOS
TENDENCIAIS

Quadro 03 - Capacidade Produtiva dos Sistemas Ambientais: Capacidade Produtiva dos Recursos Naturais, Impactos e
Riscos de Ocupação e Cenários Tendenciais
Subsistema ambiental: Platô Oriental da Chapada do Araripe revestido por Área: 1.235 km2
cerrado/cerradão - superfície tabular elevada em rochas da Formação Exu, com clima Municípios: Barbalha, Brejo Santo,
subúmido, ausência de drenagem superficial e com Latossolos revestidos por Crato, Jardim, Missão Velha, Nova
cerrado/cerradão. Olinda, Porteiras e Santana do Cariri

CAPACIDADE PRODUTIVA DOS RECURSOS NATURAIS IMPACTOS E RISCOS CENÁRIO TENDENCIAL E METAS
DE OCUPAÇÃO AMBIENTAIS
POTENCIALIDADES LIMITAÇÕES

• Solos espessos • Baixa fertilidade dos solos • Riscos de poluição • Aumento da demanda pelos
• Clima subúmido • Profundidade dos dos recursos hídricos recursos hídricos
• Águas subterrâneas aqüíferos subterrâneos • Aumento do desmatamento e
• Baixa vulnerabilidade à • Baixa capacidade dos • Desmatamentos da degradação dos solos e dos
ocupação solos em manter umidade desordenados e recursos vegetais
• Ambiente estável em e alta lixiviação proliferação de • Biodiversidade empobrecida
condições de equilíbrio • Ausência ou escassez de incêndios • Controle das atividades
ecológico águas superficiais • Aumento das agroextrativas
• Unidades de conservação emissões de carbono
instaladas na atmosfera Metas
• Topografias planas
• Culturas de ciclo longo ou • Manejo ambiental da flora e da
curto com adubação e fauna
corretivos da acidez dos solos • Conservação/recuperação do
• Extrativismo vegetal controlado patrimônio paisagístico

(Continua)

73
(Continuação)
2
Subsistema ambiental: Platô Ocidental da Chapada do Araripe revestido por “carrasco” - Área: 1.215 km
superfície tabular elevada em rochas da Formação Exu, com clima subúmido seco, Municípios: Araripe, Crato, Salitre e
ausência de drenagem superficial e com Latossolos e Neossolos Quartzarênicos revestidos Santana do Cariri
por “carrasco”

CAPACIDADE PRODUTIVA DOS RECURSOS NATURAIS IMPACTOS E RISCOS CENÁRIO TENDENCIAL E METAS
DE OCUPAÇÃO AMBIENTAIS
POTENCIALIDADES LIMITAÇÕES

• Solos espessos • Baixa fertilidade dos solos • Riscos de poluição • Aumento da demanda pelos
• Águas subterrâneas • Profundidade dos dos recursos hídricos recursos hídricos
• Baixa vulnerabilidade à aqüíferos subterrâneos • Biodiversidade empobrecida
ocupação • Baixa capacidade dos • Desmatamentos • Recursos naturais renováveis
• Ambiente estável em solos em manter umidade desordenados degradados
condições de equilíbrio e alta lixiviação • Focos eventuais de • Controle das atividades
ecológico • Ausência ou escassez de incêndios agroextrativas
• Topografias planas águas superficiais descontrolados
• Extrativismo vegetal controlado • Condições climáticas de • Aumento das Metas
semi-aridez emissões de carbono
na atmosfera • Manejo ambiental da flora e da
fauna
• Conservação/recuperação do
patrimônio paisagístico

(Continua)

74
(Continuação)
2
Subsistema ambiental: Patamares Norte-Ocidentais - rebordos erosivos festonados da Área: 222 km
chapada do Araripe em rochas da Formação Santana, com clima subúmido, ocorrência de Municípios: Araripe, Crato, Nova
drenagem superficial paralela, Neossolos Litólicos, Argissolos e Latossolos revestidos por Olinda, Salitre e Santana do Cariri
mata seca e caatinga.

CAPACIDADE PRODUTIVA DOS RECURSOS NATURAIS IMPACTOS E RISCOS CENÁRIO TENDENCIAL E METAS
DE OCUPAÇÃO AMBIENTAIS
POTENCIALIDADES LIMITAÇÕES

• Condições hidroclimáticas • Áreas de Neossolos • Desmatamentos • Aumento do ritmo de degradação


favoráveis ao desenvolvimento Litólicos desfavoráveis ao desordenados e dos recursos naturais renováveis
de atividades agrícolas uso agrícola empobrecimento da nas áreas da mata seca e da
• Alto potencial dos recursos • Baixa fertilidade natural biodiversidade caatinga arbórea
hídricos dos Latossolos • Desmatamentos em • Biodiversidade empobrecida
• Parcelas significativas de solos Vermelho-Amarelos áreas de fontes e de • Aumento da demanda pelos
profundos e com alta • Deficiência hídrica nascentes fluviais recursos hídricos
fertilidade natural (Argissolos durante o período de • Riscos de • Monitoramento das fontes e
Vermelho-Amarelos) estiagem contaminação nascentes fluviais
• Exploração de rochas química dos solos e • Conservação/recuperação do
ornamentais dos recursos patrimônio paisagístico
• Clima subúmido hídricos
• Relevo parcialmente dissecado • Ressecamento de Metas
• Agropecuária, fontes e de
agroextrativismo, apicultura, nascentes fluviais • Manejo ambiental da flora e da
lazer e turismo em face de fauna
desmatamentos • Manutenção funcional do
indiscriminados subsistema
• Obediência ao Código Florestal

(Continua)

75
(Continuação)
2
Subsistema ambiental: Patamares Orientais do Cariri Cearense - rebordos erosivos Área: 392 km
festonados da chapada do Araripe em rochas da Formação Santana, com clima subúmido, Municípios: Abaiara, Barbalha, Brejo
ocorrência de drenagem superficial paralela, Argissolos, Latossolos e Neossolos Litólicos Santo, Crato, Jardim, Missão Velha e
revestidos por mata úmida. Porteiras

CAPACIDADE PRODUTIVA DOS RECURSOS NATURAIS IMPACTOS E RISCOS DE CENÁRIO TENDENCIAL E


OCUPAÇÃO METAS AMBIENTAIS
POTENCIALIDADES LIMITAÇÕES

• Condições hidroclimáticas • Áreas de Neossolos • Desmatamentos • Intensificação do ritmo de


favoráveis ao desenvolvimento Litólicos desfavoráveis ao desordenados e degradação dos recursos
de atividades agrícolas uso agrícola empobrecimento da naturais renováveis nas áreas
• Alto potencial dos recursos • Baixa fertilidade natural biodiversidade da mata úmida e da área de
hídricos dos Latossolos • Desmatamentos em transição floresta-caatinga
• Parcelas significativas de solos Vermelho-Amarelos áreas de fontes e de arbórea
profundos e com alta • Deficiência hídrica nascentes fluviais • Biodiversidade empobrecida
fertilidade natural dos solos durante o período de • Riscos de contaminação • Aumento da demanda pelos
(Argissolos Vermelho- estiagem química dos solos e dos recursos hídricos
Amarelos) recursos hídricos
• Clima subúmido • Ressecamento de fontes Metas
• Relevo parcialmente dissecado e de nascentes fluviais
• Agropecuária, em face de • Monitoramento das fontes e
agroextrativismo, apicultura, desmatamentos nascentes fluviais
lazer e turismo indiscriminados • Conservação/recuperação do
patrimônio paisagístico
• Manejo ambiental da flora e da
fauna
• Manutenção funcional do
subsistema
• Obediência ao Código
Florestal
(Continua)

76
(Continuação)
2
Subsistema ambiental: Patamares de Missão Velha - superfície plana a parcialmente Área: 774 km
dissecada em rochas da Formação Missão Velha, com clima subúmido, drenagem Municípios: Abaiara, Barbalha, Brejo
superficial densa e com Latossolos, Argissolos e Neossolos Litólicos revestidos por mata Santo, Crato, Juazeiro do Norte,
seca e caatinga arbórea. Milagres e Missão Velha

CAPACIDADE PRODUTIVA DOS RECURSOS NATURAIS IMPACTOS E RISCOS CENÁRIO TENDENCIAL E METAS
DE OCUPAÇÃO AMBIENTAIS
POTENCIALIDADES LIMITAÇÕES

• Condições hidroclimáticas • Baixa fertilidade natural • Desmatamentos • Biodiversidade empobrecida


favoráveis ao desenvolvimento dos Latossolos e desordenados das • Aumento do ritmo de degradação
de atividades agroextrativas Neossolos áreas de matas dos recursos naturais nas áreas da
• Bom potencial dos recursos Quartzarênicos secas e caatingas mata seca e caatinga arbórea
hídricos • Deficiência hídrica • Empobrecimento da • Aumento da demanda por recursos
• Parcelas significativas de solos durante o período de biodiversidade hídricos
profundos e com alta estiagem motivado por
fertilidade natural dos solos desmatamentos Metas
(Argissolos Vermelho- • Ressecamento de
Amarelos) fontes e de • Monitoramento das fontes e
• Clima subúmido nascentes fluviais nascentes fluviais
• Relevo plano a parcialmente em face de • Conservação/recuperação do
dissecado desmatamentos patrimônio paisagístico
• Agropecuária, apicultura, lazer desordenados • Manejo ambiental da flora e da
e turismo fauna
• Controle de atividades
agroextrativas
• Obediência ao Código Florestal

(Continua)
77
(Continuação)
2
Subsistema Ambiental: Patamares de Mauriti - superfície plana a parcialmente dissecada Área: 614 km
em rochas da Formação Missão Velha, com clima subúmido, drenagem superficial densa e Municípios: Brejo Santo, Mauriti e
com Latossolos e Neossolos Litólicos revestidos por caatinga arbóreo-arbustiva. Milagres

CAPACIDADE PRODUTIVA DOS RECURSOS NATURAIS IMPACTOS E CENÁRIO TENDENCIAL E METAS


RISCOS DE AMBIENTAIS
POTENCIALIDADES LIMITAÇÕES
OCUPAÇÃO

• Bom potencial dos recursos • Irregularidade • Desmatamentos • Intensificação do ritmo de


hídricos pluviométrica do clima desordenados e degradação dos recursos naturais
• Relevo plano a parcialmente subúmido/semi-árido empobrecimento renováveis
dissecado • Baixa fertilidade natural e da biodiversidade • Biodiversidade empobrecida
• Agropecuária e extrativismo pequena espessura de • Risco de • Aumento da demanda por recursos
Neossolos Litólicos contaminação hídricos
• Deficiência hídrica durante química dos solos
o período de estiagem e dos recursos Metas
hídricos
• Manejo ambiental da flora e da
fauna
• Controle de atividades
agroextrativas
• Manutenção funcional do
subsistema

(Continua)
78
(Continuação)
2
Subsistema ambiental: Patamares de Brejo Santo - espraiamento de vales de fundo chato e Área: 519 km
planícies fluviais em rochas da Formação Missão Velha e em depósitos aluviais, com Municípios: Brejo Santo, Jardim,
Vertissolos, Neossolos Quartzarênicos, Neossolos Litólicos e Neossolos Flúvicos revestidos Mauriti, Porteiras
por caatinga arbóreo-arbustiva.

CAPACIDADE PRODUTIVA DOS RECURSOS NATURAIS IMPACTOS E CENÁRIO TENDENCIAL E METAS


RISCOS DE AMBIENTAIS
POTENCIALIDADES LIMITAÇÕES
OCUPAÇÃO

• Condições hidroclimáticas • Áreas de Neossolos • Desmatamentos • Intensificação do ritmo de


favoráveis ao desenvolvimento Litólicos desfavoráveis ao desordenados e degradação dos recursos naturais
de atividades agrícolas uso agrícola empobrecimento renováveis nas áreas de caatinga
• Bom potencial dos recursos • Baixa fertilidade natural de da biodiversidade e de mata seca
hídricos Neossolos Quartzarênicos • Risco de • Biodiversidade empobrecida
• Parcelas significativas de solos • Deficiência hídrica durante contaminação • Aumento da demanda pelos
com alta fertilidade natural ( o período de estiagem química dos solos recursos hídricos
Vertissolos e Neossolos e dos recursos
Flúvicos) hídricos Metas
• Clima subúmido • Ressecamento de
• Espraiamento de vales chatos fontes e de • Conservação/recuperação do
• Agropecuária nascentes fluviais patrimônio paisagístico
em face de • Manejo ambiental da flora e da
desmatamentos fauna
desordenados • Atividades agroextrativas
controladas
• Manutenção funcional do
subsistema
• Obediência ao Código Florestal

(Continua)

79
(Continuação)
Subsistema ambiental: Patamares de Araripe - superfície dissecada em interflúvios Área: 321 km2
tabulares e relevos colinosos em litotipos variados das faixas de transição no contato do Municípios: Araripe, Nova Olinda,
embasamento com a bacia do Araripe, clima semi-árido com Argissolos, Neossolos Litólicos Potengi e Santana do Cariri
e Vertissolos, revestidos por caatinga arbóreo-arbustiva parcialmente degradada.

CAPACIDADE PRODUTIVA DOS RECURSOS NATURAIS IMPACTOS E RISCOS DE CENÁRIO TENDENCIAL


OCUPAÇÃO E METAS AMBIENTAIS
POTENCIALIDADES LIMITAÇÕES

• Interflúvios tabulares e relevos • Solos rasos e pedregosos • Empobrecimento da • Solos e


com baixos declives (Neossolos Litólicos) biodiversidade biodiversidade
• Solos com fertilidade natural • Semi-aridez com • Sobrepastoreio comprometidos
média a alta (Argissolos acentuada irregularidade e • Paisagens degradadas • Capacidade produtiva
Vermelho-Amarelos e escassez das chuvas • Desencadeamento de dos recursos naturais
Vertissolos) • Baixo potencial dos processos erosivos em face da diminuída
• Extrativismo vegetal controlado recursos hídricos baixa capacidade protetora da • Intensificação das
• Ambiente estável em • Solos e vegetação lenhosa vegetação de caatinga ações erosivas
condições de equilíbrio degradados
ecológico Metas

• Biodiversidade
recuperada
• Manejo ambiental da
flora e da fauna
• Manutenção funcional
do sub-sistema

(Continua)

80
(Continuação)
2
Subsistema Ambiental: Altos Estruturais - superfícies planas mantidas por arenitos Área: 24 km
homogêneos da Formação Cariri, com clima subúmido, escoamento superficial Municípios: Abaiara, Mauriti, Milagres
semiperenizado, Neossolos Quartzarênicos e Neossolos Litólicos revestidos por caatinga e Missão Velha
arbóreo-arbustiva.

CAPACIDADE PRODUTIVA DOS RECURSOS NATURAIS IMPACTOS E RISCOS DE CENÁRIO TENDENCIAL E METAS
OCUPAÇÃO AMBIENTAIS
POTENCIALIDADES LIMITAÇÕES

• Relevo plano • Solos rasos e • Desmatamentos • Biodiversidade empobrecida


• Clima subúmido pedregosos (Neossolos desordenados e
• Exploração de rochas Litólicos) empobrecimento da Metas
ornamentais • Solos com fertilidade biodiversidade
natural muito baixa • Manejo ambiental da flora e da
• Deficiência hídrica fauna
durante o período de • Obediência ao Código Florestal
estiagem

(Continua)

81
(Continuação)
Subsistema ambiental: Tabuleiros Interiores Norte-Ocidentais - rampas de acumulação Área: 316 km2
dissecadas em níveis colinosos e em interflúvios tabulares, com clima semi-árido e Municípios: Altaneira, Araripe,
escoamento intermitente sazonal, com Latossolos e Plintossolos revestidos por vegetação de Assaré, Campos Sales, Nova Olinda,
tabuleiros e caatinga. Potengi, Salitre e Santana do Cariri

CAPACIDADE PRODUTIVA DOS RECURSOS NATURAIS IMPACTOS E RISCOS DE CENÁRIO TENDENCIAL E METAS
OCUPAÇÃO AMBIENTAIS
POTENCIALIDADES LIMITAÇÕES

• Solos espessos • Baixa fertilidade dos • Desencadeamento de • Degradação de áreas de


• Ambiente estável em solos processos erosivos em recarga dos aqüíferos
condições de equilíbrio natural • Deficiência hídrica áreas fortemente • Aumento do desmatamento e
• Baixa vulnerabilidade à durante a estiagem degradadas da degradação dos solos e dos
ocupação • Ausência de áreas • Riscos de poluição dos recursos vegetais
• Relevo plano favoráveis para recursos hídricos
• Agroextrativismo represamento de água Metas

• Manejo ambiental da flora e da


fauna

(Continua)

82
(Continuação)
Subsistema ambiental: Tabuleiros de Salitre - rampas de acumulação interiores dissecadas em Área: 459 km2
interflúvios tabulares em coberturas colúvio-eluviais, com clima semi-árido, escoamento Municípios: Araripe e Salitre
sazonal e com Latossolos Vermelho-Amarelos revestidos por vegetação de tabuleiros e
caatinga arbustiva.

CAPACIDADE PRODUTIVA DOS RECURSOS NATURAIS IMPACTOS E RISCOS DE CENÁRIO TENDENCIAL E


OCUPAÇÃO METAS AMBIENTAIS
POTENCIALIDADES LIMITAÇÕES

• Solos espessos • Baixa fertilidade natural • Desencadeamento de • Aumento do desmatamento e


• Ambiente estável em dos solos processos erosivos em degradação dos solos e dos
condições de equilíbrio natural • Deficiência hídrica áreas fortemente recursos vegetais
• Baixa vulnerabilidade à durante o período de degradadas
ocupação estiagem Metas
• Relevo plano • Ausência de áreas
• Agroextrativismo favoráveis para • Manejo ambiental da flora e da
represamento de água fauna

(Continua)

83
(Continuação)
2
Subsistema ambiental: Planícies Fluviais do Cariri - formas planas de acumulação Área: 490 km
fluvial em depósitos aluviais, com clima subúmido e Neossolos Flúvicos e Vertissolos Municípios: Abaiara, Barbalha, Brejo
revestidos por matas ciliares. Santo, Crato, Juazeiro do Norte, Mauriti,
Milagres, Missão Velha, Milagres e
Porteiras

CAPACIDADE PRODUTIVA DOS RECURSOS NATURAIS IMPACTOS E RISCOS DE CENÁRIO TENDENCIAL E


OCUPAÇÃO METAS AMBIENTAIS
POTENCIALIDADES LIMITAÇÕES

• Recursos hídricos • Restrições legais visando • Degradação da mata • Intensificação da degradação


• Mineração controlada à preservação de matas ciliar desencadeando das matas ciliares
• Agricultura irrigada ciliares processos erosivos e • Assoreamento dos leitos
• Captação de água • Drenagem imperfeita dos assoreamento dos fluviais agravando problemas
• Ambiente estável em solos leitos fluviais de cheias
condições de equilíbrio • Inundações sazonais • Poluição dos recursos • Comprometimento da
ecológico • Salinização hídricos qualidade das águas
• Baixa vulnerabilidade à • Mineração descontrolada • Salinização dos solos • Aumento da demanda pelos
ocupação • Expansão urbana nos • Inundações e cheias recursos hídricos
baixos níveis de terraços • Concentração de moradias em
fluviais áreas ribeirinhas
• Alta vulnerabilidade à • Impactos da mineração de
poluição/contaminação dos areia e de argilas
recursos hídricos intensificadas
superficiais e subterrâneos Metas
• Recuperação das matas
ciliares
• Preservação das áreas de
proteção permanente (APPs)
• Biodiversidade recuperada

(Continua)

84
(Continuação)
2
Subsistema ambiental: Planícies Fluviais da Depressão Periférica - formas planas de Área: 199 km
acumulação fluvial em depósitos aluviais, com clima semi-árido e com Neossolos Flúvicos e Municípios: Araripe, Assaré, Aurora,
Vertissolos revestidos por campos de várzea e matas ciliares degradadas. Barro, Campos Sales, Caririaçu, Farias
Brito, Granjeiro, Jardim, Jati, Potengi,
Santana do Cariri e Salitre

CAPACIDADE PRODUTIVA DOS RECURSOS NATURAIS IMPACTOS E RISCOS DE CENÁRIO TENDENCIAL E


OCUPAÇÃO METAS AMBIENTAIS
POTENCIALIDADES LIMITAÇÕES

• Recursos hídricos • Restrições legais visando • Degradação da mata • Intensificação da degradação


• Mineração controlada à preservação de matas ciliar desencadeando das matas ciliares
• Agricultura irrigada ciliares processos erosivos e • Assoreamento dos leitos
• Captação de água • Drenagem imperfeita dos assoreamento dos leitos fluviais, agravando
• Ambiente estável em solos fluviais problemas de cheias
condições de equilíbrio • Inundações sazonais • Poluição dos recursos • Comprometimento da
ecológico • Salinização hídricos qualidade das águas
• Baixa vulnerabilidade à • Mineração descontrolada • Salinização dos solos • Aumento da demanda pelos
ocupação • Expansão urbana nos • Inundações e cheias recursos hídricos
baixos níveis de terraços • Concentração de moradias
fluviais em áreas ribeirinhas
• Alta vulnerabilidade à • Impactos da mineração de
poluição/contaminação dos areia e de argilas
recursos hídricos intensificadas
superficiais e subterrâneos Metas
• Recuperação das matas
ciliares
• Preservação das áreas de
proteção permanente (APPs)
Biodiversidade recuperada

(Continua)

85
(Continuação)
2
Subsistema ambiental: Serra de São Pedro - maciço residual fortemente dissecado em Área: 530 km
litotipos do complexo cristalino, com clima subúmido, drenagem dendrítica e escoamento Municípios: Aurora, Caririaçu, Crato,
sazonal, Argissolos e Neossolos Litólicos revestidos por mata seca e caatinga. Farias Brito e Granjeiro

CAPACIDADE PRODUTIVA DOS RECURSOS NATURAIS IMPACTOS E RISCOS DE CENÁRIO TENDENCIAL E


OCUPAÇÃO METAS AMBIENTAIS
POTENCIALIDADES LIMITAÇÕES

• Condições hidroclimáticas • Solos rasos e • Erosão acelerada das • Intensificação das ações
favoráveis degradados vertentes em face de erosivas nas vertentes
• Fertilidade natural média dos • Grandes parcelas de desmatamentos • Empobrecimento progressivo
solos terras impraticáveis para desordenados da biodiversidade
• Agricultura em áreas de ocupação produtiva, • Empobrecimento da • Manejo ambiental da flora e
Argissolos exceto lavras de material biodiversidade da fauna
para construção civil • Processos erosivos ativos
• Forte declividade das • Remoção da cobertura Metas
vertentes vegetal
• Áreas de risco sujeitas a • Degradação das áreas de • Recuperação ambiental
movimento de massa nascentes fluviais • Manutenção funcional do
subsistema ambiental
• Adoção e obediência
rigorosa ao Código Florestal
• Combate sistemático à
degradação da terra,
mediante de técnicas de
conservação do solo e de
atividades de recuperação
ambiental

(Continua)

86
(Continuação)
2
Subsistema ambiental: Serra do Quincuncá - superfície serrana truncada por superfície de Área: 93 km
erosão, parcialmente dissecada em litotipos do complexo cristalino, com clima subúmido, Municípios: Altaneira, Assaré, Farias
com Argissolos e Neossolos Litólicos revestidos por mata seca e caatinga. Brito e Nova Olinda

CAPACIDADE PRODUTIVA DOS RECURSOS NATURAIS IMPACTOS E RISCOS DE CENÁRIO TENDENCIAL E


OCUPAÇÃO METAS AMBIENTAIS
POTENCIALIDADES LIMITAÇÕES

• Condições hidroclimáticas • Solos rasos e degradados • Riscos de intensificação • Intensificação das ações
favoráveis • Grandes parcelas de terras das ações erosivas em erosivas nas vertentes
• Fertilidade natural média dos impraticáveis para face de desmatamentos • Empobrecimento
solos (Argissolos) ocupação agrícola desordenados progressivo da
• Grandes parcelas de terras • Empobrecimento da biodiversidade
aplainadas por superfície de biodiversidade
erosão ou parcialmente • Remoção da cobertura Metas
dissecadas vegetal
• Manejo ambiental da flora e
da fauna
• Recuperação ambiental
• Combate sistemático à
degradação da terra,
mediante de técnicas de
conservação do solo e de
atividades de recuperação
ambiental

(Continua)

87
(Continuação)
2
Subsistema ambiental: Baixos Maciços e Cristas Residuais - superfícies de serras Área: 458 km
rebaixadas, com vertentes rochosas do embasamento cristalino, com clima semi- Municípios: Assaré, Aurora, Barro, Brejo
árido, drenagem dendrítica e escoamento sazonal, com Neossolos Litólicos e Santo, Campos Sales, Crato, Farias Brito,
Afloramentos Rochosos revestidos por caatinga arbustiva e vegetação rupestre. Granjeiro, Jardim, Jati, Juazeiro do Norte,
Mauriti, Milagres, Nova Olinda, Porteiras,
Potengi e Salitre.

CAPACIDADE PRODUTIVA DOS RECURSOS NATURAIS IMPACTOS E RISCOS DE CENÁRIO TENDENCIAL E


OCUPAÇÃO METAS AMBIENTAIS
POTENCIALIDADES LIMITAÇÕES

• Áreas com potencial para • Vertentes muito íngremes • Remoção do escasso • Intensificação das ações
exploração de rochas para • Ausência de solos revestimento vegetal erosivas nas vertentes
brita e revestimento produtivos e de recursos
hídricos Metas
• Áreas impraticáveis para
ocupação produtiva, • Recuperação ambiental
exceto lavras de material • Adoção e obediência ao
para construção Código Florestal

(Continua)

88
(Continuação)
2
Subsistema ambiental: Sertões de Aurora/Granjeiro - superfície pediplanada em litotipos Área: 465 km
variados do complexo cristalino, clima subúmido e drenagem dendrítica sazonal, com Municípios: Aurora, Caririaçu e
Luvissolos, Neossolos Litólicos e Argissolos revestidos por caatinga arbóreo-arbustiva. Granjeiro

CAPACIDADE PRODUTIVA DOS RECURSOS NATURAIS IMPACTOS E RISCOS DE CENÁRIO TENDENCIAL E


OCUPAÇÃO METAS AMBIENTAIS
POTENCIALIDADES LIMITAÇÕES

• Relevos aplainados e/ou • Solos rasos e • Desencadeamento de • Solos e biodiversidade


parcialmente dissecados em pedregosos (Neossolos processos erosivos comprometidos
colinas rasas Litólicos) acelerados • Capacidade produtiva dos
• Clima subúmido • Irregularidade • Sobrepastoreio recursos naturais diminuída
• Solos com fertilidade natural pluviométrica • Empobrecimento da • Intensificação das ações
média a alta (Luvissolos e • Baixo potencial de biodiversidade erosivas
Argissolos Vermelho- recursos hídricos • Assoreamento dos • Maior torrencialidade do
Amarelos) • Solos e vegetação fundos de vales escoamento superficial
• Extrativismo vegetal controlado lenhosa degradados • Paisagens degradadas
• Ambiente estável em • Alta suscetibilidade à Metas
condições de equilíbrio erosão
ecológico • Rede de drenagem e matas
ciliares incluídas como zona
de proteção dos recursos
hídricos
• Biodiversidade recuperada
• Manejo ambiental da flora e da
fauna
• Manutenção funcional do
subsistema

(Continua)

89
(Continuação)
2
Subsistema ambiental: Sertões de Barro - superfície pediplanada e parcialmente dissecada Área: 1.165 km
em litotipos variados do complexo cristalino, clima semi-árido e drenagem dendrítica Municípios: Aurora, Barro, Mauriti,
sazonal, com Luvissolos, Argissolos e Neossolos Litólicos revestidos por caatinga arbóreo- Milagres e Missão Velha
arbustiva.

CAPACIDADE PRODUTIVA DOS RECURSOS NATURAIS IMPACTOS E RISCOS DE CENÁRIO TENDENCIAL E


OCUPAÇÃO METAS AMBIENTAIS
POTENCIALIDADES LIMITAÇÕES

• Relevos aplainados e/ou • Solos rasos e • Desencadeamento de • Solos e biodiversidade


parcialmente dissecados em pedregosos (Neossolos processos erosivos comprometidos
colinas rasas Litólicos) acelerados • Capacidade produtiva dos
• Solos com fertilidade natural • Irregularidade • Rarefação muito recursos naturais diminuída
média a alta (Luvissolos e pluviométrica escassez significativa de plantas • Intensificação das ações
Argissolos Vermelho- de chuvas lenhosas da caatinga erosivas
Amarelos) • Baixo potencial de • Sobrepastoreio
• Extrativismo vegetal controlado recursos hídricos • Empobrecimento da Metas
• Ambiente estável em • Solos e vegetação biodiversidade
condições de equilíbrio lenhosa degradados • Assoreamento dos • Biodiversidade recuperada
ecológico • Alta suscetibilidade à fundos de vales • Manejo ambiental da flora e da
erosão intensificado pela fauna
degradação das áreas • Manutenção funcional do
interfluviais e das subsistema
matas ciliares
• Paisagens degradadas

(Continua)

90
(Continuação)
Subsistema ambiental: Sertões de Jati - superfície moderadamente dissecada em litotipos Área: 848 km2
variados do Grupo Cachoeirinha, clima semi-árido e drenagem dendrítica sazonal, com Municípios: Brejo Santo, Jardim,
Neossolos Litólicos e Argissolos Vermelho-Amarelos revestidos por caatinga arbóreo- Jati, Mauriti e Porteiras
arbustiva degradada.

CAPACIDADE PRODUTIVA DOS RECURSOS NATURAIS IMPACTOS E RISCOS DE CENÁRIO TENDENCIAL E


OCUPAÇÃO METAS AMBIENTAIS
POTENCIALIDADES LIMITAÇÕES

• Relevos aplainados e • Solos rasos e • Desencadeamento de • Solos e biodiversidade


moderadamente dissecados pedregosos (Neossolos processos erosivos comprometidos
em colinas rasas Litólicos) acelerados • Capacidade produtiva dos
• Solos com fertilidade natural • Irregularidade • Sobrepastoreio recursos naturais afetada
média a alta (Argissolos pluviométrica do semi- • Empobrecimento da • Intensificação das ações
Vermelho-Amarelos) árido biodiversidade erosivas
• Extrativismo vegetal controlado • Baixo potencial de • Assoreamento dos • Maior torrencialidade do
• Ambiente estável em recursos hídricos fundos de vales escoamento superficial
condições de equilíbrio • Solos e vegetação • Paisagens degradadas
ecológico lenhosa degradados Metas
• Alta suscetibilidade à
erosão • Biodiversidade recuperada
• Manejo ambiental da flora e
da fauna
• Manutenção funcional do
subsistema

(Continua)

91
(Continuação)
2
Subsistema ambiental: Sertões de Penaforte - superfície aplainada a parcialmente Área: 348 km
dissecada em litotipos variados do complexo cristalino, clima semi-árido e drenagem Municípios: Brejo Santo, Jardim, Jati
dendrítica sazonal, com Neossolos Litólicos, Luvissolos, Vertissolos revestidos por caatinga e Penaforte
arbustiva fortemente degradada.

CAPACIDADE PRODUTIVA DOS RECURSOS NATURAIS IMPACTOS E RISCOS DE CENÁRIO TENDENCIAL E METAS
OCUPAÇÃO AMBIENTAIS
POTENCIALIDADES LIMITAÇÕES

• Relevos aplainados e/ou • Irregularidade • Desencadeamento de • Solos e biodiversidade


parcialmente dissecados pluviométrica do semi- processos erosivos comprometidos
• Solos com fertilidade natural árido e escassez de acelerados • Capacidade produtiva dos
média a alta ( Luvissolos, chuvas • Sobrepastoreio recursos naturais diminuída
Vertissolos) • Solos rasos e • Empobrecimento da • Intensificação das ações
• Extrativismo vegetal controlado pedregosos (Neossolos biodiversidade erosivas
• Ambiente estável em Litólicos) • Assoreamento dos • Maior torrencialidade do
condições de equilíbrio • Baixo potencial de fundos de vales escoamento superficial
ecológico recursos hídricos • Paisagens degradadas • Processos de desertificação
• Solos e vegetação e evidências pontuais desencadeados
lenhosa degradados de desertificação
• Alta suscetibilidade à Metas
erosão
• Manejo ambiental da flora e da
fauna
• Manutenção funcional do
subsistema
• Recuperação da capacidade
produtiva dos recursos naturais
renováveis e biodiversidade
recuperada
(Continua)

92
(Continuação)
2
Subsistema ambiental: Sertões de Juazeiro do Norte - superfície parcialmente dissecada Área: 425 km
em colinas rasas, com litotipos variados do complexo cristalino, clima semi-árido/subúmido Municípios: Aurora, Caririaçu, Crato,
e drenagem dendrítica sazonal, com Neossolos Litólicos e Luvissolos revestidos por Juazeiro do Norte e Missão Velha
caatinga arbóreo-arbustiva degradada.

CAPACIDADE PRODUTIVA DOS RECURSOS NATURAIS IMPACTOS E RISCOS CENÁRIO TENDENCIAL E METAS
DE OCUPAÇÃO AMBIENTAIS
POTENCIALIDADES LIMITAÇÕES

• Relevo parcialmente • Solos rasos e • Desencadeamento de • Solos e biodiversidade


dissecado em colinas rasas pedregosos (Neossolos processos erosivos comprometidos
• Clima subúmido Litólicos) acelerados • Capacidade produtiva dos
• Solos com fertilidade natural • Solos e vegetação • Sobrepastoreio recursos naturais
média a alta lenhosa degradados • Empobrecimento da progressivamente
• Ambiente estável em • Baixo potencial de biodiversidade comprometidos
condições de equilíbrio recursos hídricos • Assoreamento dos • Intensificação das ações
ecológico • Alta suscetibilidade à fundos de vales erosivas
erosão • Maior torrencialidade do
escoamento superficial

Metas

• Biodiversidade recuperada
• Manejo ambiental da flora e da
fauna
• Manutenção funcional do
subsistema

(Continua)

93
(Continuação)
2
Subsistema ambiental: Sertões de Nova Olinda/Farias Brito - superfície aplainada, em Área: 536 km
litotipos variados do complexo cristalino, clima semi-árido e drenagem dendrítica sazonal, Municípios: Caririaçu, Crato, Farias
com Argissolos Vermelho-Amarelos e Neossolos Litólicos revestidos por caatinga arbóreo- Brito e Nova Olinda
arbustiva degradada.

CAPACIDADE PRODUTIVA DOS RECURSOS NATURAIS IMPACTOS E RISCOS DE CENÁRIO TENDENCIAL E METAS
OCUPAÇÃO AMBIENTAIS
POTENCIALIDADES LIMITAÇÕES

• Relevos planos • Solos rasos e • Desencadeamento de • Solos e biodiversidade


• Grande freqüência de planícies pedregosos (Neossolos processos erosivos comprometidos
alveolares Litólicos) acelerados • Capacidade produtiva dos
• Solos com fertilidade natural • Irregularidade • Sobrepastoreio recursos naturais diminuída
média a alta (Argissolos pluviométrica • Empobrecimento da • Intensificação das ações
Vermelho-Amarelos) • Baixo potencial dos biodiversidade erosivas
• Extrativismo vegetal controlado recursos hídricos • Paisagens degradadas • Maior torrencialidade do
• Ambiente estável em • Solos e vegetação • Assoreamento dos escoamento superficial
condições de equilíbrio lenhosa degradados fundos de vales
ecológico • Alta suscetibilidade à Metas
erosão
• Biodiversidade recuperada
• Manejo ambiental da flora e da
fauna
• Manutenção funcional do sub-
sistema
• Matas ciliares das planícies
alveolares recuperadas

(Continua)
94
(Continuação)
Subsistema ambiental: Sertões de Assaré/Altaneira - superfície dissecada em colinas e Área: 1.001 km2
lombas alongadas em litotipos variados do embasamento e metavulcânicas, clima semi- Municípios: Altaneira, Araripe, Assaré,
árido e drenagem dendrítica sazonal, com Argissolos, Neossolos Litólicos e Nitossolos Nova Olinda, Potengi e Santana do
revestidos por caatinga arbórea e mata seca parcialmente degradadas. Cariri

CAPACIDADE PRODUTIVA DOS RECURSOS NATURAIS IMPACTOS E RISCOS CENÁRIO TENDENCIAL E METAS
DE OCUPAÇÃO AMBIENTAIS
POTENCIALIDADES LIMITAÇÕES

• Relevos colinosos com • Solos rasos e pedregosos • Empobrecimento da • Solos e biodiversidade


vertentes suaves (Neossolos Litólicos) biodiversidade progressivamente degradados
• Solos com fertilidade natural • Semi-aridez moderada • Desencadeamento • Capacidade produtiva dos
alta (Argissolos e solos com • Baixo potencial dos recursos de processos recursos naturais diminuída
materiais de origem vulcânica) hídricos erosivos em áreas • Intensificação das ações
• Ambiente estável ou de • Solos e vegetação lenhosos mais fortemente erosivas em áreas mais
transição em condições de parcialmente degradados degradadas dissecadas
equilíbrio ecológico • Assoreamento dos
• Extrativismo vegetal controlado fundos de vales Metas

• Biodiversidade recuperada
• Manejo ambiental da flora e da
fauna
• Manutenção funcional do
subsistema
• Técnicas conservacionistas
adotadas para manter o bom
potencial produtivo dos solos

(Continua)
95
(Continuação)
Subsistema ambiental: Sertões de Campos Sales - superfície pediplanada em litotipos Área: 1.122 km2
variados do embasamento cristalino, clima semi-árido e drenagem dendrítica sazonal, com Municípios: Campos Sales e Salitre
Argissolos, Luvissolos e Neossolos revestidos por caatinga arbustiva e arbóreo-arbustiva
degradada.

CAPACIDADE PRODUTIVA DOS RECURSOS NATURAIS IMPACTOS E RISCOS CENÁRIO TENDENCIAL E METAS
AMBIENTAIS
POTENCIALIDADES LIMITAÇÕES

• Relevos aplainados • Solos com baixa fertilidade • Desencadeamento • Solos e biodiversidade


• Solos com fertilidade natural natural, rasos e de processos progressivamente degradados
média (Argissolos e pedregosos (Neossolos erosivos acelerados • Capacidade produtiva dos
Luvissolos) Litólicos) • Empobrecimento da recursos naturais diminuída
• Ambiente estável ou de • Semi-aridez com baixo biodiversidade • Intensificação e vales
transição em condições de volume e irregularidade • Paisagens progressivamente assoreados
equilíbrio ecológico das chuvas degradadas • Maior torrencialidade do
• Baixo potencial dos • Assoreamento dos escoamento fluvial
recursos hídricos fundos de vales
• Solos e vegetação Metas
lenhosos parcialmente
degradados • Biodiversidade e solos
• Alta suscetibilidade à recuperados
erosão • Manejo ambiental da flora e da
fauna
• Manutenção funcional do
subsistema

(Continua)

96
(Continuação)
Subsistema ambiental: Sertões de Potengi - superfície dissecada em colinas e lombas Área: 872 km2
alongadas em litotipos variados do embasamento cristalino, clima semi-árido e drenagem Municípios: Araripe, Assaré, Campos
dendrítica sazonal, com Neossolos Litólicos e Luvissolos, revestidos por caatinga arbóreo- Sales, Potengi e Salitre
arbustiva degradada.

CAPACIDADE PRODUTIVA DOS RECURSOS NATURAIS IMPACTOS E RISCOS CENÁRIO TENDENCIAL E METAS
DE OCUPAÇÃO AMBIENTAIS
POTENCIALIDADES LIMITAÇÕES

• Relevos colinosos com • Solos rasos e pedregosos • Desencadeamento • Solos e biodiversidade


vertentes suaves (Neossolos Litólicos) de processos progressivamente degradados
• Solos com fertilidade natural • Semi-aridez com baixo erosivos acelerados • Capacidade produtiva dos
média (Luvissolos) volume e irregularidade • Empobrecimento da recursos naturais diminuída
• Ambiente estável ou de das chuvas biodiversidade • Intensificação das ações erosivas
transição em condições de • Baixo potencial dos • Paisagens
equilíbrio natural recursos hídricos degradadas Metas
• Extrativismo vegetal controlado • Solos e vegetação lenhosa
degradados • Biodiversidade e solos
• Alta suscetibilidade à recuperados
erosão • Manejo ambiental da flora e da
fauna
• Manutenção funcional do
subsistema

(Conclusão)

97
6 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL PERTINENTE

A região do Araripe é mais conhecida em função de seus registros fósseis e


pelo grande reservatório aqüífero do que especialmente pelos ecossistemas ali
encontrados.
Esta conjuntura, entretanto, não desqualifica a relevância dos atributos
naturais ali encontrados, até por haver inúmeras formações geomorfológicas que
ocasionam as peculiaridades ambientais específicas.
É por esta razão que foram instituídas duas unidades de conservação da
natureza: a Área de Proteção Ambiental – APA do Araripe, que abrange 34
municípios nos Estados do Ceará, Pernambuco e Piauí, e a Floresta Nacional –
FLONA do Araripe, localizada no Município do Crato.
Além das unidades de conservação, encontram-se na região inúmeras
outras formas de atributos ambientais que, por suas características, também são
merecedoras de atenção especial e se enquadram na categoria de áreas de
preservação permanente – APP, tais como as encostas da chapada do Araripe,
bem como as nascentes e olhos d’água ali encontrados.
A todas estas áreas são destinadas adiante algumas considerações, o que
se fará à luz da legislação aplicável à espécie, bem como algumas passagens
pela doutrina especializada na matéria.

DO ZONEAMENTO

Antes de se tratar dos espaços territoriais especialmente protegidos (APP e


UC), convém trazer algumas considerações acerca do zoneamento, que também
consiste numa das mais importantes atribuições da administração ambiental.
O ordenamento jurídico brasileiro em matéria de meio ambiente é um dos
mais complexos em todo o mundo. Daí resulta o fato de que muitos dos espaços
territoriais, cujos componentes naturais mereçam alguma forma de proteção,
efetivamente são protegidos pela legislação, o que demonstra uma
conscientização crescente do Poder Público no que concerne ao equilíbrio
ecológico.
Esta situação ocasiona um incremento da própria legislação ambiental, e
bem assim em relação ao comportamento da Administração Pública em face do
implemento de estudos capazes de verificar as características naturais e humanas
de determinada área, relacionando-a com as áreas circunvizinhas.
Tal idéia se revela ainda mais nítida ao se analisar o dispositivo
98
constitucional referente ao meio ambiente. Destaca-se, em função da relevância e
da vinculação com o objeto da dissertação, o inc. III do §1º do art. 225 da
Constituição Federal, que assim reza:

“Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente


ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e
essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder
Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-
lo para as presentes e futuras gerações.
§1º. Para assegurar a efetividade desse direito,
incumbe ao Poder Público:
...
III – definir, em todas as unidades da Federação,
espaços territoriais a serem especialmente protegidos,
sendo a alteração e a supressão permitidas somente
através de lei, vedada qualquer utilização que comprometa
a integridade dos atributos que justifiquem sua
preservação”.

A Lei nº 6.938/81, conhecida como Lei da Política Nacional do Meio Ambiente,


também dispõe acerca da proteção destes espaços territoriais:

“Art. 4º. A Política Nacional do Meio Ambiente


visará:
...
II – à definição de áreas prioritárias de ação
governamental relativa à qualidade e ao equilíbrio
ecológico, atendendo aos interesses da União, dos
Estados, do distrito federal, dos Territórios e dos
Municípios”.

A Constituição do Estado do Ceará, em face do tema, assim preceitua:

“Art. 259. O meio ambiente equilibrado e uma


sadia qualidade de vida são direitos inalienáveis do povo,
99
impondo-se ao Estado e à comunidade o dever de
preservá-los e defendê-los.
Parágrafo único. Para assegurar a efetividade
desses direitos, cabe ao Poder Público, nos termos da lei
estadual:
...
IV – estabelecer, dentro do planejamento geral de
proteção do meio ambiente, áreas especificadamente
protegidas, cirando através de lei, parques, reservas,
estações ecológicas e outras unidades de conservação,
implantado-os e mantendo-os com os serviços públicos
indispensáveis às suas finalidades”.

Outrossim, anuncia o zoneamento ecológico-econômico, discriminando as áreas a


serem protegidas:

“Art. 266. O zoneamento ecológico-econômico do


Estado deverá permitir:
I – áreas de preservação permanente;
II – localização de áreas ideais para a instalação
de parques, florestas, estações ecológicas, jardins
botânicos e hortos florestais ou quaisquer unidades de
preservação estaduais ou municipais;
III – localização de áreas com problemas de
erosão, que deverão receber especial atenção dos
governos estadual e municipal;
IV – localização de áreas ideais para o
reflorestamento”.

Portanto, tendo por base a Constituição Estadual, serão examinadas


sistematicamente as áreas sob proteção legal, utilizando-se as demais normas
jurídicas que disciplinam os componentes formadores desses espaços territoriais.
O Estado do Ceará revela-se detentor de uma rica diversidade de atributos
naturais que, analisados em função também da respectiva ocupação humana,
são merecedores de uma atenção crescente por parte da Administração Pública,
tanto no que tange à plena eficácia nas normas jurídico-ambientais vigentes,
100
quanto na elaboração de novos instrumentos jurídicos capazes de viabilizar cada
vez mais a proteção aos atributos naturais e a conscientização da população
interessada, precipuamente a residente na Mesorregião do Araripe.
O zoneamento da Mesorregião do Sul Cearense, portanto, deve levar em
consideração características naturais e/ou humanas semelhantes, de forma que
possam ser definidas e delineadas de acordo com as características ambientais,
distinguindo-as das demais, limítrofes ou não, como, por exemplo, a análise
sistemática dos atributos naturais verificados no topo da chapada do Araripe e os
encontrados em seu sopé.

DA LIMITAÇÃO AO DIREITO DE PROPRIEDADE

As áreas que constituem a Mesorregião, em virtude da necessidade de


preservação dos sistemas ambientais ali encontrados, consistem em espaços
territoriais em que o Poder Público pode intervir, estabelecendo restrições de uso
com a finalidade de proteger os atributos naturais que as compõe. Assim a
natureza jurídica destas restrições, segundo Sampaio (1993), consiste na
“intervenção do Estado no domínio econômico e na propriedade”.
A propriedade é um direito garantido pela Constituição Federal, em seu art.
5º, inc. XXII. Esse direito é limitado, entretanto, pelo princípio da função social da
propriedade, segundo o qual, apesar de ser um direito individual, a propriedade
está condicionada ao bem-estar da coletividade.
Portanto, o direito à propriedade não é absoluto, sendo subordinado à sua
função social, em que se consubstancia o bem-estar coletivo. E isto é uma das
normais atribuições da Administração Pública, que se utiliza do seu poder de
polícia para assegurar o direito da coletividade em detrimento do particular, por
força do princípio da predominância do interesse coletivo sobre o individual, que
rege as relações jurídicas de vários ramos do Direito, dentre eles o Jus-
ambientalismo.
Outra modalidade de intervenção do Poder Público é no domínio
econômico. Este é o complexo de bens, direitos e obrigações utilizados pelo
particular para atividades lucrativas. Não raramente a poluição industrial decorre
desses tipos de atividades produtivas, em que o proveito do lucro se sobrepõe ao
interesse pela preservação ambiental.
A degradação ecológica sujeita os infratores à reparação do dano bem
como a outras sanções estabelecidas em lei. É o que estabelece a Constituição
Federal:

101
“Art. 225. ......................................................
Parágrafo terceiro. As condutas e atividades
consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os
infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e
administrativas, independentemente da obrigação de
reparar os danos causados”.

Já a Constituição do Ceará é mais compendiada:

“Art. 267. As condutas e atividades lesivas ao


meio ambiente sujeitarão os infratores a sanções
administrativas na forma determinada pela lei”.

Dessa forma, a intervenção no domínio econômico também se justifica pela


predominância do interesse público sobre o individual, bem como se concretiza
por intermédio do poder de polícia da Administração Pública. Aliás, esse poder de
polícia estabelece que o administrador não pode agir arbitrariamente, em respeito
ao Princípio da Legalidade, estabelecido no caput do art. 37 da Constituição
Federal, segundo o qual somente cabe ao agente público fazer o que a lei permite.
Portanto, todo ato administrativo deve estar de acordo com a lei, gozando
de presunção de legitimidade. Desse modo, o ordenamento jurídico estabelece a
maneira pela qual o administrador deve agir em determinada situação.
Acerca destas duas modalidades de intervenção, ensina Meirelles (1994):
“Evidencia-se, portanto, que o nosso ordenamento jurídico-constitucional distingue
as duas formas de intervenção: na propriedade e no domínio econômico. A
intervenção na propriedade incide sobre os bens; a intervenção no domínio
econômico incide sobre a atividade lucrativa, exercida pela empresa, como
instrumento da iniciativa privada. Desde que o uso dos bens seja feito de maneira
anti-social ou a atividade da empresa se realize com abuso do poder econômico,
rendem ensejo à intervenção estatal na propriedade em si mesma, ou na atividade
empresarial” (grifos do autor).

DOS ESPAÇOS TERRITORIAIS ESPECIALMENTE PROTEGIDOS

Há algumas linhas foi citada a atribuição do Poder Público no que tange ao


zoneamento e à necessidade de delimitação de áreas cujos atributos naturais, por
sua relevância, merecem atenção especial. Trata-se dos espaços territoriais
especialmente protegidos, gênero das quais são espécies as áreas de

102
preservação permanente – APP e as unidades de conservação – UC.
Convém dissertar um pouco sobre a diferenciação entre as APPs e as
unidades de conservação, pois muitas vezes tais conceitos são equivocadamente
confundidos.
As unidades de conservação, a exemplo das áreas de preservação
permanente – APP, são áreas detentoras de recursos ambientais relevantes, os
quais necessitam constante vigilância pela Administração Pública com vistas à
preservação e conservação de tais recursos.
A diferença primordial entre ambos os tópicos reside na questão de suas
respectivas criações. No caso das áreas de preservação permanente, não há
necessidade de qualquer manifestação de vontade por parte do Poder Público,
tampouco a edição de ato normativo que as crie. Basta a simples aplicação do que
já está disposto no Código Florestal e na Resolução CONAMA nº 303/02.
Já no que concerne às unidades de conservação, há necessidade, a fim de
viabilizar a vigilância e o disciplinamento das atividades ali desenvolvidas, de ato
normativo declaratório, em que se estabelecem, além de outros tópicos, a
dimensão geográfica, as atividades permitidas e/ou proibidas, a formação do
Conselho Gestor etc.
Portanto, é indispensável que a entidade federativa interessada na proteção
da área crie, mediante ato normativo, a unidade de conservação. É o que reza a
Lei nº 9.985/00, que disciplina o Sistema Nacional de Unidades de Conservação:

“Art. 22. As unidades de conservação são


criadas por ato do Poder Público.”

Em função da Lei do SNUC não ter especificado qual ato seria o pertinente,
entende-se que este pode se efetivar tanto na forma de lei ordinária, expedida
pelo Poder Legislativo, quanto na forma de decreto expedido pelo chefe do Poder
Executivo, sem necessidade de anuência do Legislativo.
Quanto às APPs, conforme já citado, já estão todas elas definidas, numerus
clausus, no Código Florestal e na Resolução CONAMA nº 303/02. Dentre elas,
destacam-se as chapadas, costas íngremes e as nascentes, sobre as quais serão
definidos alguns tópicos de agora em diante.

DAS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO NO ARARIPE

A primeira unidade de conservação criada pelo Governo Federal na


103
Mesorregião foi a Floresta Nacional, inclusive uma das mais antigas do Brasil,
situada no extremo sul do Estado do Ceará, na chapada do Araripe, com uma
área de 38.626,32 hectares, abrangendo parte dos Municípios de Santana do
Cariri, Crato e Barbalha.
Persistindo alguns dos problemas ambientais verificados mesmo após a
instituição da FLONA, bem como a necessidade de levar em consideração
aspectos econômicos e social na região, tal fato levou à criação, também pela
União, da Área de Proteção Ambiental da Chapada do Araripe (de
aproximadamente 10.000 km²), por meio de decreto federal, de 4 de agosto de
1997, incluindo nada menos do que 34 municípios dos três Estados anteriormente
citados, a saber: Pernambuco, Ceará e Piauí.
Ambas as unidades de conservação – APA e FLONA – estão abrangidas
pelo chamado Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza –
SNUC, estabelecido pela Lei Federal nº 9.985/00. Segundo esta norma, as
unidades de conservação dividem-se em dois grupos, com características
específicas: (a) Unidades de Proteção Integral e (b) Unidades de Uso Sustentável:

“Art. 7º. .........................................................


§1º. O objetivo básico das Unidades de Proteção
Integral é preservar a natureza, sendo admitido apenas o
uso indireto dos seus recursos naturais, com exceção dos
casos previstos nesta Lei.
§2º. O objetivo básico das Unidades de Uso
Sustentável é compatibilizar a conservação da natureza
com o uso sustentável de parcela dos seus recursos
naturais.”

O uso sustentável refere-se à utilização direta, que diz respeito à


possibilidade de utilização e exploração, inclusive econômica, dos recursos
naturais constantes da unidade de conservação, desde que de forma sustentada e
mediante autorização da entidade competente, precedida de procedimento
administrativo.
Já a proteção integral admite exclusivamente o uso indireto dos recursos
naturais, ou seja, mediante autorização de atividades das quais não provenha
qualquer risco de desequilíbrio ecológico, tais como ecoturismo, pesquisa
científica, exploração para fins educacionais etc.
A respeito da subclassificação, as unidades de proteção integral têm como
categorias: (a) estação ecológica; (b) reserva biológica; (c) parque nacional,
estadual ou municipal, dependendo do ente federativo que a institua; (d)
104
monumento natural; e (e) refúgio da vida silvestre.
Já as unidades de uso sustentável se subclassificam em (a) área de
proteção ambiental – APA; (b) área de relevante interesse ecológico – ARIE; (c)
floresta nacional, estadual ou municipal; (d) reserva extrativista; (e) reserva de
fauna; (f) reserva de desenvolvimento sustentável; e (g) reserva particular de
patrimônio natural – RPPN.
Portanto, tanto a FLONA como a APA enquadram-se como unidades de
uso sustentável. Sobre tais UC’s, serão delineados alguns tópicos relevantes para
o trabalho.
DA FLORESTA NACIONAL: ASPECTOS GERAIS

Convém destacar alguns pontos atribuídos à categoria da floresta nacional.


Para ser assim caracterizada, evidentemente deve ser implementada pela União;
quando pelo Estado, terá a denominação de floresta estadual; e quando pelo
município, de floresta municipal.
No Ceará, além da do Araripe, existe ainda a de Sobral, no Município de
mesmo nome, em cujo território se encontra a serra da Meruoca.
Trata-se de uma área com cobertura florestal de espécies
predominantemente nativas, em que é permitida a pesquisa científica, desde que
com objetivos vinculados ao conhecimento de métodos relativos à exploração
sustentável.
Na floresta nacional, a área que compõe seus limites geográficos é de
posse e domínio públicos, portanto não se admitindo, em princípio,
propriedades particulares. As que porventura houver, quando da criação da
unidade de conservação, devem ser desapropriadas segundo o rito constante
do Decreto-lei nº 3.365/41.
Apesar desta regra, há possibilidade de as populações tradicionais,
assim consideradas as que se caracterizam pela agricultura de subsistência
e/ou pela criação de animais de pequeno porte, com métodos de exploração
passados de geração em geração e de pouco significado degradador,
permanecerem em seus respectivos terrenos, sem, contudo, se lhes atribuir a
propriedade.
Trata-se da hipótese de contrato administrativo – em modalidade
recente e ainda não estudada em detalhes pelo Direito Administrativo –
previsto no art. 23 da Lei do SNUC, o qual assim reza:

“Art. 23. A posse e o uso das áreas ocupadas


pelas populações tradicionais nas Reservas
105
Extrativistas e Reservas de Desenvolvimento
Sustentável serão regulados por contrato, conforme se
dispuser no regulamento desta Lei.
§ 1º As populações de que trata este artigo
obrigam-se a participar da preservação, recuperação,
defesa e manutenção da unidade de conservação.
§ 2º O uso dos recursos naturais pelas
populações de que trata este artigo obedecerá às
seguintes normas:
I – proibição do uso de espécies localmente
ameaçadas de extinção ou de práticas que danifiquem
os seus habitats;
II – proibição de práticas ou atividades que
impeçam a regeneração natural dos ecossistemas;
III – demais normas estabelecidas na
legislação, no Plano de Manejo da unidade de
conservação e no contrato de concessão de direito real
de uso.”

São permitidas a visitação e a pesquisa científica. A primeira está


condicionada à conciliação com o estabelecido no respectivo plano de manejo, e
a outra à prévia autorização da entidade ambiental competente.
Outrossim, a pesquisa científica, além de permitida nestas condições, deve
ser incentivada, desde que mediante demonstração de coadunação com a
finalidade da criação da unidade, e bem assim da absoluta ausência de riscos de
danos ambientais, assim verificados pela autoridade competente.

DA FLORESTA NACIONAL DO ARARIPE

Segundo informações colhidas junto ao Instituto Brasileiro de Meio


Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA, a área em que está
encravada a FLONA foi objeto de significativa redução de cobertura vegetal nativa
entre 1984 e 1990.
A instituição da FLONA, localizada em uma região onde a desertificação se
revela passível diante das condições de clima e de solo, tem uma relevância
significativa na preservação do equilíbrio ambiental, especialmente levando-se em
consideração aspectos hidrológicos, climáticos e edáficos.
Preserva ainda condições para a manutenção da qualidade de refúgio para
106
a fauna regional, inclusive para espécies ameaçadas de extinção.
A FLONA do Araripe caracteriza-se ainda por seu aspecto socioeconômico.
Em função da reconhecida precariedade das condições de vida de boa parte da
população ali residente, os ecossistemas encontrados na FLONA destacam-se
ainda pelo fornecimento de alimento, energia e plantas medicinais, além de servir
como atrativo turístico.
Enfim, a FLONA do Araripe é composta por ecossistemas relevantes e que
por isso mesmo, merecem atenção especial quanto à proteção das matas da
Chapada, bem assim das nascentes e olhos d’água, da fauna, além de promover
a questão da balneabilidade de seus recursos hídricos, promovendo o ecoturismo.

DAS ÁREAS DE PROTEÇÃO AMBIENTAL: ASPECTOS GERAIS

Trata-se da mais comum entre as unidades de conservação existentes


no Estado do Ceará. São inúmeras, dentre as quais se destacam, além da
APA do Araripe, as APA’s de Jericoacoara, do delta do Parnaíba e da serra de
Ibiapaba (também federais), as APA’s da serra de Baturité, do Pecém e do rio
Pacoti (estaduais), dentre muitas outras.
A APA tem como características intrínsecas, além dos atributos naturais
relevantes, a dimensão da área abrangida pela unidade de conservação,
geralmente extensa, e a evidente ocupação humana.
Esta última característica é possível em virtude da possibilidade de
permanência, quando da instituição da APA, das famílias ali residentes, já que
o domínio da área tanto pode ser público como privado.
Apesar disto, podem ser estabelecidas, tanto por meio do instrumento
normativo responsável pela criação da APA quanto do plano de manejo, regras
restritivas para a utilização da propriedade, desde que observados as
limitações constitucionais.
A dimensão da área abrangida pela APA é, em geral, de grande
extensão; a própria APA do Araripe, que alcança área de aproximadamente um
milhão de hectares e localiza-se no extremo sul do Estado do Ceará e
expandindo-se ao Piauí e Pernambuco.
Quanto à possibilidade de pesquisa, esta é permitida, dependentemente
de autorização da entidade ambiental competente, ex vi do disposto no art. 32,
§2º, da Lei do SNUC:

“Art. 32. ...................................................

107
§ 2º A realização de pesquisas científicas nas
unidades de conservação, exceto Área de Proteção
Ambiental e Reserva Particular do Patrimônio Natural,
depende de aprovação prévia e está sujeita à
fiscalização do órgão responsável por sua
administração”.

Apesar da regra, é relevante destacar que, na hipótese de a pesquisa se


processar em área privada, é indispensável a aquiescência de seu proprietário.

DA ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL DO ARARIPE

Em atenção ao requisito da dimensão da unidade de conservação, segundo


a Lei do SNUC, conforme dissertado há pouco, de grande extensão, a APA do
Araripe alcança o território de nada menos de 34 (trinta e quatro) municípios,
localizados nos Estados do Ceará, Piauí e Pernambuco.
Outrossim, a ocupação humana também se evidencia, vez que ali residem
cerca de um milhão e meio de habitantes.
A APA foi criada por Decreto sem numeração, datado de 04 de agosto de
1997. Possui extensão de 1.063.000 ha e um perímetro de 2.658,55 km. Localiza-
se na Mesorregião do Complexo do Araripe e abrange os seguintes Municípios:
Missão Velha, Abaiara, Brejo Santo, Porteira, Jardim, Jati, Penaforte, Barbalha,
Crato, Nova Olinda, Santana do Cariri, Araripe, Potengi, Campos Sales, Salitre, no
Estado do Ceará; Araripina, Trindade, Ouricuri, Ipubi, Exu, Santa Cruz, Bodocó,
Cedro, Moreiândia, Granito, Serrita, no Estado de Pernambuco; e Fronteira, Padre
Marcos, Simões, Paulistana, Pio IX, Caldeirão Grande, Curral Novo, no Estado do
Piauí.
Encravada no bioma da Caatinga, a APA do Araripe foi instituída com a
finalidade intrínseca de proteger a fauna e a flora, especialmente as espécies
ameaçadas de extinção. Outrossim, destacam-se como objetivos a garantia da
conservação de remanescentes de mata aluvial, dos leitos naturais das águas
pluviais e das reservas hídricas, bem como a proteção dos sítios cênicos,
arqueológicos e paleontológicos do Cretácio Inferior, do Complexo do Araripe.
A ordenação do turismo ecológico, científico e cultural, e as demais
atividades econômicas compatíveis com a conservação ambiental, também foram
levadas em consideração quando da instituição da APA.

108
DAS ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE
Além das unidades de conservação, outros ecossistemas encontrados na
Mesorregião do Araripe também são detentores dos mais relevantes atributos
naturais, especialmente os pertinentes ao bioma da Caatinga. Tais ecossistemas
são chamados de Áreas de Preservação Permanente – APP, os quais, apesar de
não se constituírem em unidades de conservação, são tanto ou mais relevantes do
que estas.
As modalidades de APPs foram inicialmente elencadas pelo Código
Florestal (Lei nº 4.771/65), mas é na Resolução CONAMA nº 303, de 20 de março
de 2002, que o rol alcançou o mais alto patamar de completude, sendo assim
discriminado:

“Art. 3º Constitui Área de Preservação Permanente


a área situada:
I - em faixa marginal, medida a partir do nível mais
alto, em projeção horizontal, com largura mínima, de:
a) trinta metros, para o curso d’água com menos
de dez metros de largura;
b) cinqüenta metros, para o curso d’água com dez
a cinqüenta metros de largura;
c) cem metros, para o curso d’água com cinqüenta
a duzentos metros de largura;
d) duzentos metros, para o curso d’água com
duzentos a seiscentos metros de largura;
e) quinhentos metros, para o curso d’água com
mais de seiscentos metros de largura;
II - ao redor de nascente ou olho d’água, ainda
que intermitente, com raio mínimo de cinqüenta metros de
tal forma que proteja, em cada caso, a bacia hidrográfica
contribuinte;
III - ao redor de lagos e lagoas naturais, em faixa
com metragem mínima de:
a) trinta metros, para os que estejam situados em
áreas urbanas consolidadas;
b) cem metros, para as que estejam em áreas
rurais, exceto os corpos d’água com até vinte hectares de
109
superfície, cuja faixa marginal será de cinqüenta metros;
IV - em vereda e em faixa marginal, em projeção
horizontal, com largura mínima de cinqüenta metros, a
partir do limite do espaço brejoso e encharcado;
V - no topo de morros e montanhas, em áreas
delimitadas a partir da curva de nível correspondente a
dois terços da altura mínima da elevação em relação a
base;
VI - nas linhas de cumeada, em área delimitada a
partir da curva de nível correspondente a dois terços da
altura, em relação à base, do pico mais baixo da cumeada,
fixando-se a curva de nível para cada segmento da linha
de cumeada equivalente a mil metros;
VII - em encosta ou parte desta, com declividade
superior a cem por cento ou quarenta e cinco graus na
linha de maior declive;
VIII - nas escarpas e nas bordas dos tabuleiros e
chapadas, a partir da linha de ruptura em faixa nunca
inferior a cem metros em projeção horizontal no sentido do
reverso da escarpa;
IX - nas restingas:
a) em faixa mínima de trezentos metros, medidos
a partir da linha de preamar máxima;
b) em qualquer localização ou extensão, quando
recoberta por vegetação com função fixadora de dunas ou
estabilizadora de mangues;
X - em manguezal, em toda a sua extensão;
XI - em duna;
XII - em altitude superior a mil e oitocentos metros,
ou, em Estados que não tenham tais elevações, à critério
do órgão ambiental competente;
XIII - nos locais de refúgio ou reprodução de aves
migratórias;
XIV - nos locais de refúgio ou reprodução de
exemplares da fauna ameaçados de extinção que constem
de lista elaborada pelo Poder Público Federal, Estadual ou

110
Municipal;
XV - nas praias, em locais de nidificação e
reprodução da fauna silvestre”.

Das APPs discriminadas pela Resolução, destacam-se, em função da


relevância que tais ecossistemas mantêm na Mesorregião do Araripe, as
nascentes (inc. II), as encostas e bordas de chapadas (incs. VII e VIII), sobre as
quais serão destinadas algumas linhas adiante.

DAS NASCENTES

As nascentes, ou olhos d’água, compõem, segundo o que dispõe o art. 3º


da Lei de Política Nacional do Meio Ambiente – Lei nº 6.938/81, alterado pela Lei
nº 7.804/89, uma classe dos recursos naturais, consoante reza o citado
dispositivo:

“Art. 3º. Para os fins previstos nesta Lei, entende-


se por:
V – recursos ambientais: a atmosfera, as águas
interiores, superficiais e subterrâneas, os estuários, o mar
territorial, o solo, o subsolo e os elementos da biosfera (a
fauna e a flora)”.

Águas interiores são aquelas que, por exclusão, não se confundem com o
mar territorial, uma vez que este, apesar de constituir o território nacional, é mais
facilmente perceptível se destacado do solo brasileiro.
As águas interiores estão classificadas na própria norma retrotranscrita
como superficiais e subterrâneas, estas sendo constituídas pelos chamados
lençóis freáticos. Já as águas superficiais são compostas por inúmeras formações
lacustres, como, por exemplo rios, lagos, lagoas, riachos, córregos, açudes,
nascentes ou olhos d’água.
Estas últimas formações, que constituem o objeto do presente tópico,
derivam das águas dos lençóis freáticos que emergem à superfície.
Desta configuração, inclusive, advém o conceito legal de nascentes,
insculpido no que dispõe a Resolução do CONAMA nº 303/02:

111
“Art. 2º - Para efeitos desta Resolução são
estabelecidas as seguintes definições:
II - nascente ou olho d’água: local onde aflora
naturalmente, mesmo que de forma intermitente, a água
subterrânea”.

Por serem recursos ambientais, as nascentes ou olhos d’água necessitam


que, para sua preservação, o Poder Público exerça seu poder de polícia sobre
aqueles que porventura degradam, inadvertida ou propositadamente, seu
equilíbrio ambiental, fiscalizando e estabelecendo critérios segundo os quais
possam ser tais recursos utilizados.
Não só as nascentes propriamente ditas são protegidas pelo ordanemento
jurídico-ambiental, mas também as formas vegetais que as circunvizinham. Tal
proteção legal advém da Lei nº 7.754/89, que assim reza:

“Art.1° São consideradas de preservação


permanente, na força da Lei 4.771, de 15 de Setembro de
1965, as florestas e demais formas de vegetação natural
existentes nas nascentes dos rios”.

“Art. 2 Para os fins do disposto no artigo anterior,


será constituída, nas nascentes dos rios, uma área em
forma de paralelograma, denominada Paralelograma de
Cobertura Florestal, na qual são vedadas a derrubada de
árvores e qualquer forma de desmatamento.

§ 1°. Na hipótese em que, antes da vigência desta


Lei, tenha havido derrubada de árvores e desmatamento na
área integrada no Paralelograma de Cobertura Florestal,
deverá ser imediatamente efetuado o reflorestamento, com
espécies vegetais nativas da região”.

Tratando da mesma matéria de forma compatível, o Estado do Ceará, no


poder-dever que lhe conferido pelo inc. III do §1º do art. 225 da Constituição
Federal, editou a Lei nº 12.522/95, a qual definiu como áreas especialmente

112
protegidas as nascentes e olhos d’água e a vegetação natural no seu entorno.
Segundo tal diploma legal, será determinado, nas nascentes e olhos
d’água, um perímetro denominado Perímetro de Conservação de Nascentes e
Olhos D’água, onde é proibida qualquer forma de desmatamento vegetal.

DA BALNEABILIDADE

A instituição da APA do Araripe dotou a região do Cariri de inúmeros clubes


e balneários, incrementando a capacidade turística da região. A chapada do
Araripe possui aproximadamente trezentas fontes de águas límpidas e perenes.
Missão Velha, Juazeiro do Norte, Crato e Barbalha abrigam clubes onde a água é
a grande aliada da diversão.
As águas doces, salobras e salinas destinadas à balneabilidade (recreação
de contato primário) são enquadradas e têm sua condição avaliada nas categorias
excelente, muito boa, satisfatória e imprópria, da seguinte forma:
a) excelente (3 estrelas) - quando em 80% ou mais de um
conjunto de amostras obtidas em cada uma das 5 semanas
anteriores, colhidas no mesmo local, houver, no máximo, 250
coliformes fecais por 100 mililitros ou 1.250 coliformes totais
por 100 mililitros;
b) muito boa (2 estrelas) - quando em 80% ou mais de um
conjunto de amostras obtidas em cada uma das 5 semanas
anteriores, colhidas no mesmo local, houver, no máximo, 500
coliformes fecais por 100 mililitros ou 2.500 coliformes totais
por 100 mililitros;
c) satisfatória (1 estrela) - quando em 80% ou mais de um
conjunto de amostras obtidas em cada uma das 5 semanas
anteriores, colhidas no memso local, houver, no máximo, 1.000
coliformes fecais por 100 mililitros ou 5.000 coliformes totais
por 100 mililitros;
d) impróprias - quando ocorrer, no trecho considerado, qualquer
uma das seguintes circunstâncias:
1 não enquadramento em nenhuma das categorias anteriores, por
terem ultrapassado os índices bacteriológicos nelas admitidos;
2 ocorrência, na região, de incidência relativamente elevada ou
anormal de enfermidades transmissíveis por via hídrica, a critério
das autoridades sanitárias;
3 sinais de poluição por esgotos, perceptíveis pelo olfato ou visão;
113
4 recebimento regular, intermitente ou esporádico, de esgotos por
intermédio de valas, corpos d’água ou canalizações, inclusive
galerias de águas pluviais, mesmo que seja de forma diluída;
5 presença de resíduos ou despejos, sólidos ou líquidos, inclusive
óleos, graxas e outras substâncias, capazes de ofercer riscos à
saúde ou tornar desagradável a recreação;
6 pH menor do que 5 ou maior do que 8,5;
7 presença na água, de parasitas que afetam o homem, ou a
contastação da existência de seus hospedeiros intermediários;
8 presença, na águas doces, de moluscos transmissores
potenciais de esquistossomose, caso em que os avisos de
interdição ou alerta deverão mencionar especificamente esse risco
sanitário; e
9 outros fatores que contra-indiquem, permanente ou
temporariamente, o exercício da recreação de contato primário.
No acompanhamento da condição dos balneários, as categorias excelente,
muito boa e satisfatória poderão ser reunidas em categoria única denominada
própria.
Os balneários deverão ser interditados se o órgão de controle ambiental,
em qualquer plano (federal, estadual ou municipal), constatar que a má qualidade
das águas de recreação primária justifica a medida.
No caso específico da APA do Araripe, a competência aqui indicada é
atribuída ao Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis – IBAMA, como órgão federal executor dentro da estrutura
administrativa do Sistema Nacional do Meio Ambiente – SISNAMA.

DA CHAPADA DO ARARIPE E DA PROTEÇÃO LEGAL DE SUAS VERTENTES

As chapadas, também chamadas de tabuleiros, são conhecidas como as


formações geomorfológicas, semelhantes a trapézios, que se caracterizam pela
ruptura em escarpas, apesar do topo plano e de grandes dimensões.

A conceituação legal está contida na Resolução CONAMA nº 303/02, que


assim estabelece:

“Art. 2º. .........................................................


XI - tabuleiro ou chapada: paisagem de topografia
plana, com declividade média inferior a dez por cento,
114
aproximadamente seis graus e superfície superior a dez
hectares, terminada de forma abrupta em escarpa,
caracterizando-se a chapada por grandes superfícies a
mais de seiscentos metros de altitude”.

E assim é caracterizada a chapada do Araripe, cujas vertentes, em função


de sua configuração íngreme, também são merecedoras de proteção legal.

As vertentes ou escarpas também foram definidas na Resolução CONAMA:

“Art. 2º. ........................................................


XII - escarpa: rampa de terrenos com inclinação
igual ou superior a quarenta e cinco graus, que delimitam
relevos de tabuleiros, chapadas e planalto, estando
limitada no topo pela ruptura positiva de declividade (linha
de escarpa) e no sopé por ruptura negativa de declividade,
englobando os depósitos de colúvio que se localizam
próximo ao sopé da escarpa”.

A proteção que o diploma administrativo atribuiu às vertentes íngremes


justifica-se pela defesa contra a erosão, característica de terrenos tão
verticalizados como os que compõem as costas da chapada do Araripe.

E esta proteção está estabelecida nos incs. VII e VIII do art. 3º da


Resolução CONAMA nº 303/02:

“Art. 3º Constitui Área de Preservação Permanente


a área situada:
VII - em encosta ou parte desta, com declividade
superior a cem por cento ou quarenta e cinco graus na
linha de maior declive;
VIII - nas escarpas e nas bordas dos tabuleiros e
chapadas, a partir da linha de ruptura em faixa nunca
inferior a cem metros em projeção horizontal no sentido do
reverso da escarpa.”

DA PROTEÇÃO AO PATRIMÔNIO FOSSILÍFERO

Um dos grandes equívocos dos estudiosos do Direito Ambiental é


considerar apenas um dos aspectos do meio ambiente, o natural, olvidando-se
dos outros não menos relevantes, tais como o meio ambiente artificial e o meio
115
ambiente cultural.
O patrimônio cultural constitui-se em seu meio ambiente cultural e este
conceito alcança, segundo definição da própria Constituição, os sítios de valor
arqueológico e paleontológico:

“Art. 216. Constituem patrimônio cultural brasileiro


os bens de natureza material e imaterial, tomados
individualmente ou em conjunto, portadores de referência
à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos
formadores da sociedade brasileira, nos quais se incluem:
...
V - os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico,
paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico,
ecológico e científico”.

A legislação pertinente restringe-se basicamente ao Decreto-Lei nº


4.146/42, que dispõe sobre a proteção dos depósitos fossilíferos. O artigo primeiro
considera que “os depósitos fossilíferos são propriedade da Nação, e, como tais, a
extração de espécimes fósseis depende de autorização prévia e fiscalização do
Departamento Nacional da Produção Mineral, do Ministério da Agricultura”.
Tal Decreto-lei foi recepcionado pela Constituição de 1988, pois mantém
entre si parâmetros semelhantes, principalmente no que tange à titularidade
patrimonial dos recursos fossilíferos, que constituem bens da União.
Assim, os artigos 20, 23 e 24 da Carta Magna são bastante claros, ao
indicar que os fósseis são bens da União e que há a responsabilidade do Estado
na defesa do patrimônio natural:

“Artigo 20. São bens da União:


...
X - as cavidades naturais subterrâneas e os sítios
arqueológicos e pré-históricos.”

De acordo com o disposto no Decreto-Lei no 4.146/42, os fósseis já eram


considerados bens da União, situando-se no âmbito do inciso I. Na definição
lógica de fóssil, constituindo-se no registro de vida passada e preservada em
116
função de um processo de mineralização, os recursos paleontológicos podem
ainda ser enquadrados no inciso IX do mesmo artigo 20 da Constituição:

“Art. 20. São bens da União:


IX - os recursos minerais, inclusive os do subsolo”.

Quanto à competência pela proteção dos recursos fossilíferos, trata-se de


desiderato disseminado entre todos os entes federativos:

“Art. 23. É competência comum da União, dos


Estados, do Distrito Federal e dos Municípios:
...
III - proteger os documentos, as obras e outros
bens de valor histórico, artístico e cultural, os
monumentos, as paisagens notáveis e os sítios
arqueológicos;
IV - impedir a evasão, a destruição e
descaracterização de obras de arte e de outros bens de
valor histórico, artístico e cultural”.

Outrossim, a competência legislativa também é distribuída entre a União, os


estados e o Distrito Federal, bem como aos municípios, ao se verificar que a
matéria a ser legislada constitui interesse local:

“Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao


Distrito Federal legislar corretamente sobre:
VII - proteção ao patrimônio histórico, cultural, turístico e
paisagístico;

VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao


consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético,
histórico, turístico e paisagístico.”

No plano infraconstitucional, a própria Lei do Sistema Nacional de Unidades


117
de Conservação – SNUC também dispõe de preceitos legais que podem ser
enquadrados como protetivos dos recursos paleontológicos.
De início, a Lei institui os objetivos nacionais de conservação da natureza,
cria o sistema nacional de unidades de conservação, estabelece medidas de
preservação da diversidade biológica e dispõe sobre responsabilidades
institucionais, implantação de áreas naturais protegidas, incentivos e penalidades.
Acerca especificamente de patrimônio fossilífero, a citada lei estabelece
que sua proteção constitui objetivo do SNUC:

“Art. 4º O SNUC tem os seguintes objetivos:


...
VII – proteger as características relevantes de
natureza geológica, geomorfológica, espeleológica,
arqueológica, paleontológica e cultural”.

Para corrigir a falha de não haver no Brasil diploma legal pertinente


exclusivamente ao patrimônio paleontológico, tramita hoje no Senado Federal
Projeto de Lei do Senador Pedro Simon, complementando trabalho anterior do
ex-senador Lúcio Alcântara, acerca dos depósitos fossilíferos existentes em
território nacional, dentre os quais se destaca o depósito verificado na
Mesorregião do Araripe.

118
7 ESBOÇO DO ZONEAMENTO GEOAMBIENTAL

O zoneamento da área da Mesorregião do Sul Cearense tem o propósito


fundamental de servir como instrumento técnico de manejo, visando à proteção
dos recursos naturais renováveis e o seu uso sustentável. As zonas identificadas
no mapeamento respectivo estão descritas no Quadro 04, com indicadores a
respeito dos principais ativos ambientais. O quadro apresenta a dimensão
geográfica de cada zona e os municípios nelas incluídos.

119
Quadro 04 – Zoneamento Geoambiental da Mesorregião do Sul Cearense

ZONAS ATIVOS AMBIENTAIS


Zona de Preservação Ambiental (ZPAfna)
Visa à preservação de partes dos sistemas dos patamares orientais do Cariri
cearense e do platô oriental da chapada do Araripe, incluídos na unidade de • Diversidade Biológica: Alta
conservação da FLONA (Zona Primitiva). • Diversidade Ambiental: Média/Alta
• Morfologia e Patrimônio Paisagístico: Altos
Área: 379 km2 • Estado de Conservação: Alto/Médio
Municípios: Barbalha, Crato, Jardim, Missão Velha e Santana do Cariri • Vulnerabilidade e Suscetibilidade à Erosão:
Médias
Zona de Preservação Ambiental (ZPAv)
Visa à preservação das planícies fluviais do Cariri e da depressão sertaneja
revestidas por matas ciliares ribeirinhas, incluídas na categoria de áreas de • Diversidade Biológica: Média
preservação permanente (APPs), para fins de manter a biodiversidade e o • Diversidade Ambiental: Média
entorno imediato das calhas dos rios. • Morfologia e Patrimônio Paisagístico: Altos
• Estado de Conservação: Alto
Área: 682 km2 • Vulnerabilidade e Suscetibilidade à Erosão:
Municípios: Abaiara, Araripe, Assaré, Aurora, Barbalha, Barro, Brejo Santo, Médias
Campos Sales, Caririaçu, Crato, Farias Brito, Granjeiro, Jardim, Jati, Juazeiro
do Norte, Mauriti, Milagres, Missão Velha, Nova Olinda, Porteiras, Potengi,
Salitre e Santana do Cariri.

Zona de Preservação Ambiental (ZPApoc)


Visa à preservação das vertentes e matas úmidas/secas dos patamares • Diversidade Biológica: Alta
orientais do Cariri para fins de proteção da biodiversidade e das nascentes • Diversidade Ambiental: Alta
fluviais. • Morfologia e Patrimônio Paisagístico: Altos
• Estado de Conservação: Alto/Médio
Área: 364 km2 • Vulnerabilidade e Suscetibilidade à Erosão:
Municípios: Abaiara, Barbalha, Brejo Santo, Crato, Jardim, Missão Velha e Médias
Porteiras
(Continua)

120
(Continuação)
ZONAS ATIVOS AMBIENTAIS
Zona de Proteção Paisagística e Cultural (ZPPc)
Visa à proteção de locais dotados de beleza cênica e de interesse
cultural e científico das serras do Horto, da Mãozinha e dos sítios
fossilíferos da Bacia do Araripe. • Diversidade Biológica: Alta
• Diversidade Ambiental: Alta
Área: 40 km2 • Morfologia e Patrimônio Paisagístico: Altos
Municípios: Abaiara, Juazeiro do Norte e Missão Velha • Estado de Conservação: Baixo
• Vulnerabilidade e Suscetibilidade à Erosão: Altas
Zona de Recuperação Ambiental (ZRAmr)
Visa à recuperação ou restauração de setores de ambientes
medianamente frágeis dos maciços residuais das serras de São • Diversidade Biológica: Média/Alta
Pedro, do Quincuncá e dos baixos maciços e cristas. • Diversidade Ambiental: Média/Alta
• Morfologia e Patrimônio Paisagístico: Altos
Área: 1.078 km2 • Estado de Conservação: Baixo
Municípios: Altaneira, Assaré, Aurora, Barro, Brejo Santo, Campos • Vulnerabilidade e Suscetibilidade à Erosão: Altas
Sales, Caririaçu, Crato, Farias Brito, Granjeiro, Jardim, Jati, Mauriti,
Milagres, Nova Olinda, Porteiras e Potengi

Zona de Recuperação Ambiental (ZRAs)


Visa à recuperação ou restauração de áreas dos sertões semi-áridos
e/ou subúmidos, em estágios avançado de degradação dos recursos • Diversidade Biológica: Média
naturais renováveis, abrangendo: sertões de Jati, Barro, Juazeiro do • Diversidade Ambiental: Média/Alta
Norte, Aurora/Granjeiro, Assaré/Altaneira, Nova Olinda/Farias Brito, • Morfologia e Patrimônio Paisagístico: Médios
Potengi, Campos Sales e Patamares de Araripe. • Estado de Conservação: Baixo
• Vulnerabilidade e Suscetibilidade à Erosão: Altas
Área: 1.496 km2
Municípios: Altaneira, Araripe, Assaré, Aurora, Barro, Campos Sales,
Crato, Farias Brito, Granjeiro, Jardim, Jati, Juazeiro do Norte, Nova
Olinda, Penaforte, Potengi, Salitre e Santana do Cariri
(Continua)

121
(Continuação)
ZONAS ATIVOS AMBIENTAIS
Zona de Uso Sustentável (ZUSp)
Visa à ocupação ordenada com ecodinâmica de ambientes estáveis • Diversidade Biológica: Alta
e de transição de platô oriental da Chapada do Araripe revestido por • Diversidade Ambiental: Média
cerrado/cerradão e do platô ocidental revestido por carrasco. • Morfologia e Patrimônio Paisagístico: Altos
• Estado de Conservação: Médio
Área: 2.093,00 km2 • Vulnerabilidade e Suscetibilidade à Erosão: Médias
Municípios: Araripe, Barbalha, Crato, Brejo Santo, Jardim, Missão
Velha, Porteiras, Salitre e Santana do Cariri

Zona de Uso Sustentável (ZUSpf)


Visa à ocupação ordenada dos sistemas ambientais das planícies • Diversidade Biológica: Média
fluviais do Cariri e da Depressão Sertaneja, objetivando o • Diversidade Ambiental: Média/Alta
desenvolvimento agrícola. • Morfologia e Patrimônio Paisagístico: Médios
• Estado de Conservação: Baixo
Área: 682 km2 • Vulnerabilidade e Suscetibilidade à Erosão: Médias
Municípios: Abaiara, Araripe, Assaré, Aurora, Barbalha, Barro, Brejo
Santo, Campos Sales, Caririaçu, Crato, Farias Brito, Granjeiro,
Jardim, Jati, Juazeiro do Norte, Mauriti, Milagres, Missão Velha, Nova
Olinda, Porteiras, Potengi, Salitre e Santana do Cariri.

Zona de Uso Sustentável (ZUSpt)


Visa à ocupação ordenada de áreas medianamente frágeis dos • Diversidade Biológica: Alta
patamares de Brejo Santo, Missão Velha, Mauriti, Norte Ocidental e • Diversidade Ambiental: Média
Altos Estruturais. • Morfologia e Patrimônio Paisagístico: Médios
• Estado de Conservação: Médio
Área: 1.957 km2 • Vulnerabilidade e Suscetibilidade à Erosão: Médias
Municípios: Abaiara, Araripe, Barbalha, Brejo Santo, Crato, Jardim,
Juazeiro do Norte, Mauriti, Milagres, Missão Velha, Nova Olinda,
Porteiras, Salitre e Santana do Cariri.
(Continua)

122
(Continuação)
ZONAS ATIVOS AMBIENTAIS
Zona de Uso Sustentável (ZUSt)
Visa à ocupação ordenada de áreas com ecodinâmica de ambientes
estáveis dos tabuleiros interiores e de Salitre, objetivando o • Diversidade Biológica: Média
desenvolvimento agropecuário. • Diversidade Ambiental: Média
• Morfologia e Patrimônio Paisagístico: Médios
Área: 773 km2 • Estado de Conservação: Médio
Municípios: Altaneira, Araripe, Assaré, Campos Sales, Nova Olinda, • Vulnerabilidade e Suscetibilidade à Erosão: Baixos
Salitre e Santana do Cariri.

Zona de Uso Sustentável (ZUSds)


Visa à ocupação ordenada de áreas com ecodinâmica de ambientes
estáveis dos Sertões de Penaforte, Jati, Barro, Juazeiro do Norte, • Diversidade Biológica: Média
Aurora/Granjeiro, Nova Olinda/Farias Brito, Assaré/Altaneira, • Diversidade Ambiental: Alta
Potengi, Campos Sales e Patamares de Araripe. • Morfologia e Patrimônio Paisagístico: Médios
• Estado de Conservação: Médio/Baixo
Área: 5.585 km2 • Vulnerabilidade e Suscetibilidade à Erosão: Médias/Altas
Municípios: Altaneira, Araripe, Assaré, Aurora, Barro, Brejo Santo,
Campos Sales, Caririaçu, Crato, Farias Brito, Granjeiro, Jati, Jardim,
Juazeiro do Norte, Mauriti, Milagres, Missão Velha, Nova Olinda,
Penaforte, Porteiras, Potengi, Salitre e Santana do Cariri

(Conclusão)

123
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Brasil. São Paulo: IGEOG-USP, 1969a. (Geomorfologia, )
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125
ANEXOS

DOCUMENTAÇÃO FOTOGRÁFICA
MAPAS TEMÁTICOS

126

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