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Alessandra Ap.

Dias Aguiar
Natália Gonçalves
Isabela Gonçalves Valério

JOGOS COM CARTAS:


“Truco é Jogo de ladrão, só quem rouba é campeão!”
Será??

A escola é uma construção social onde vivências e entrecruzamentos de culturas


distintas deveriam ser dialogadas para que houvesse a construção do currículo de forma
realmente democrática. No entanto, em algumas instituições, estas manifestações da cultura
que ecoam nos corredores, nas salas de aula, no pátio, na quadra, e em outros ambientes
tornam-se invisíveis ao ponto de serem silenciadas quando há intenção de inseri-las no currículo
e tratá-las como objeto de estudo e reflexão.
Este tipo de postura leva-nos muitas vezes a questionamentos diversos: de que forma a
escola e o currículo vem trabalhando com este emaranhado de culturas? Como se apropriam
destes entrecruzamentos? E como nós, professores, podemos trabalhar para desconstruir
certas representações que são construídas ao longo do tempo sobre as diversas manifestações
culturais que compõem cada grupo?
Entre as inúmeras manifestações que ocorrem neste ambiente, trazemos para serem
analisados os jogos com cartas de baralho. Esta manifestação cultural faz parte da cultura de
muitos alunos e alunas que praticam ou acessam em diversos momentos como no horário do
intervalo, na entrada e na saída da escola, na troca entre professores, em aulas vagas, salas de
aula e também em suas casas e outros espaços.
Todavia, podemos considerar que em determinados contextos educacionais estes jogos
são classificados como inadequados para compor o ambiente escolar e acusados de serem os
responsáveis em tornar os jogadores viciados em tal prática. Esta inadequação, geralmente,
também é enfatizada e documentada nas normas e regimentos escolares, afastando a
possibilidade dos jogos com cartas compor o currículo ou mesmo ser alvo de discussões.
Como podemos analisar nos trechos das entrevistas coletadas e reproduzidas abaixo
(as transcrições na íntegra encontram-se em anexo no final do documento):

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A; “Os professores, coordenadores, acham que jogos de cartas, alguns, não é viável
(sic) para o ensino infantil, fundamental, e médio, acham que é um jogo que não deveriam (sic)
ser liberado na escola de jeito nenhum.”
L; “Na maioria dos lugares que eu trabalhei o jogo de carta era proibido, porque eles
levam os jogos de carta para o lado religioso, que ganha dinheiro, que perde dinheiro, sempre
era proibido.”
R; “Nunca foi passado nada para os alunos, então pra mim era, como nada chegava,
eles só falavam que eram proibido (sic) e não falavam nada, era falta de conhecimento do que
era, pensavam que a gente estávamos apostando, algo assim.”
Desta forma, estas falas dão indícios o nos levam a refletir sobre como foi se dando esta
construção da representação dos jogos com cartas como “de azar” e também como “jogos que
viciam”. E o que levaram os jogos a serem proibidos na escola?
Ao mergulharmos na origem destes jogos surgem sinais que estes estejam ligados a
antigos rituais de adivinhações, nos quais se utilizavam objetos como pedras, conchas, ossos e
hastes de madeira que ao serem jogados previam os acontecimentos que poderiam indicar
tanto coisas boas como também indesejáveis, caracterizando a possibilidade de se dar bem ou
mal nas questões pessoais.
Outro dado nos revela, que na Idade Média a presença destes jogos, fez com que os
senhores feudais começassem a apostar suas terras e seus escravos promovendo neste grupo
a riqueza de alguns e a pobreza de outros. No decorrer da história, muitas pessoas apostavam
o que tinham: dinheiro, terras, jóias, objetos pessoais, etc, tendo como possibilidade tanto
ganhar como perder tudo o que assinalava tal ato como elemento de sorte ou desgraça para
quem joga.
Temos também evidenciado este fator em alguns filmes como, por exemplo, em “Titanic”
(1997) quando o personagem de Leonardo DiCaprio (Jack) ganha uma passagem para um
transatlântico em uma mesa de jogo , já no filme “Rain Man”(1988) o personagem de Tom
Cruise (Charlie Babbitt) descobre que tem um irmão autista interpretado por Dustin Hoffman
(Raymond Babbitt) que é capaz de verificar a sequência das cartas “no jogo 21” e calcular a
possibilidade de qual carta será jogada na mesa
Atualmente são tidos como “jogos de azar” aqueles em que sua prática não esteja
atrelada exclusivamente a habilidade ou ao conhecimento dos participantes e sim pela
porcentagem igual do jogador ou da jogadora em ganhar ou em perder. Assim, temos em nossa
sociedade alguns jogos considerados como de azar tais como o bingo, apostas em cavalos,
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jogo do bicho, jogos com dados, roleta entre outros que segundo o artigo 50 da lei Nº 3.688/41,
considera-se como jogos de azar aquele em que: “(...) o ganho e a perda dependem
exclusivamente ou principalmente da sorte”.
De posse destas informações, questionamos o motivo pelo qual alguns jogos que
também são considerados de azar estão inseridos e validados nas escolas: Por que o Pocker
não é considerado um jogo de azar? E por que são dados significados pejorativos para os jogos
de cartas, e principalmente para o Truco? Por que o Uno é permitido em algumas escolas,
enquanto o Mau Mau, que possui as mesmas regras, porém é jogado com o baralho tradicional
não é? Na entrevista 4, o entrevistado enfatiza que apóia o truco, porém não concorda com
apostas em dinheiro. De onde vem essa representação já que é incomum verificarmos apostas
em dinheiro em uma rodada de truco?
JG; “É óbvio que eu não concordo com apostas em dinheiro, mas o jogo de cartas exige
raciocínio, concentração. E no caso do truco, além de tudo isso, ele requer dos jogadores
malicia, observação. É que o cara não presta atenção somente nele, mas tem que prestar
atenção também no adversário.”
Ao buscarmos informações destes jogos em contextos educacionais encontramos
algumas variações e usos do baralho que de certa forma validam seu uso no contexto escolar.
Tomamos como exemplo seu uso nas aulas de exatas, como podemos perceber na entrevista
coletada:
L; “... por exemplo, as questões dos meus filhos estavam jogando Vinte e um e
aprendendo a contar com o jogo, eles faziam a conta rápida e o calculo de matemática e foi
super divertido...”
L;“... Eu já vi pessoas trabalhando cartas em Matemática, mas deu toda uma polêmica,
até me lembro que na época eles tiveram que fazer carta de mentira, não podia usar as cartas
do baralho de verdade, a gente tinha que desenham as cartas para pode fazer o baralho.”
Geralmente em algumas instituições, percebe-se que os jogos com cartas são utilizados, porém
com outro enfoque como auxilio nas aulas de matemática, química e física que em
determinadas situações fabricam o seu próprio material (baralho) para trabalhar conceitos
específicos.
Na entrevista 1, a entrevistada faz um declaração interessante:
A; “Os alunos adoram, eles questionam porque não podem jogar cartas na escola. Eles
falam: professora porque eu não posso jogar? Ai você fala que não faz parte do currículo, não
pode porque não faz parte da natureza escolar, por exemplo, é o que nós temos na manga para
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comentarmos com eles, que temos orientação pedagógica que não se deve (sic) jogar cartas na
escola.”
Observem que neste momento a entrevistada justifica a proibição do jogo apelando para
a naturalização das regras escolares, ou seja, se despe de qualquer responsabilidade na
elaboração desta regra, o que faz com que o assunto seja encerrado sem qualquer
possibilidade de argumentação por parte dos alunos.
A partir destas reflexões, ampliaremos o debate a respeito do jogo de Truco
especificamente visto e entendido como manifestação cultural passível de ser incluída no
currículo escolar.
De acordo com os entrevistados, o Truco faz parte da vivencia cultural por serem
praticados em festas de família. Já na escola...
Um dado que nos chamou a atenção é o fato de que as mulheres entrevistadas não
sabem jogar truco, enquanto os entrevistados (homens) conhecem as regras e sabem jogar,
tendo aprendido no bar, na escola, em família, na rua e em festas.
Podemos inferir, a partir destas declarações, que a questão de gênero em relação ao
Truco se dá devido a vivencias culturais dos entrevistados, onde, de acordo com os
depoimentos, as mulheres ficavam encarregadas dos afazeres domésticos como a arrumação
da cozinha e dos pratos a serem servidos, enquanto que os homens “passavam o tempo”
jogando em uma sala ou no quintal. É importante ressaltar que um dos entrevistados ainda citou
que até as crianças obedeciam a esta divisão de “tarefas” e que os meninos se empenhavam
em aprender o jogo para serem incluídos no mundo adulto.
JG: “A principio, o truco é um jogo de caráter popular e eu percebo que o truco pertence
mais ao universo masculino, acho que isso é um dado importante. Você tem sim as mulheres
que joga. Mas ele tem uma conotação muito masculina, porque muitas vezes a forma de como
eu intimido meu adversário ela pode parecer um tanto quanto brusca mais agitada. Você já viu
como colocam o Zap na testa do outro? Já viu esta expressão?”
JG: “É? Por exemplo, o cara vai e cola o zap na testa do outro, e se o outro não aceita
aquilo pode dar confusão, enfim... Mas não sendo machista, tem uma conotação masculinizada,
é raro você ver, não é tão comum você ver as mulheres jogando truco, é mais uma coisa dos
meninos.”
Quando questionados sobre o truco na escola, percebemos que esta manifestação
ainda não é validada no sentido educacional, estando relacionado o jogo a apostas e quando
entra na escola, de acordo com entrevistados, é de forma clandestina. Um dos entrevistados
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citou inclusive, que o truco tem “cara de intervalo”, porém, afirmou várias vezes que não via
problemas no fato do jogo ser trabalhado em sala de aula.
J.G. “Nunca pensei num projeto de usar o truco para desenvolver um assunto ou um
tema na sala de aula, acho que ele tem muito mais a cara do intervalo.”
Em conversa informal com uma professora, esta lembrou que há vinte anos os jogos de
baralho eram proibidos para mulheres e que hoje, nos cursos de formação da qual ela participa,
é praticamente obrigada a aprender estes jogos para que trabalhe com os alunos com fins
didáticos, e que está tendo muitas dificuldades para aprender.
No anexo 1, o aluno questiona a professora a respeito da permissão para alguns jogos
enquanto há proibição para outros:
“Tipo, de 3ª a 5ª série (eu acho) os alunos tem aula de xadrez... XADREZ É UM JOGO P****!!! A
PORCARIA DA MENTE INOVADORA É UM JOGO!!!! CAÇA PALAVRAS É UM TIPO (idiota) DE
JOGO!! CRUZADINHA É UM JOGO!!! "Ah, mas são jogos educativos.." DANE-SE! CONTINUA
SENDO UM JOGO! E outra, a diferença entre o jogo do BARALHO da Mente Inovadora e do
pife do baralho normal, não é tão grande!”
A inserção deste jogo no currículo, quando ocorre, é transformada, adaptada e
descaracterizada com o argumento de que na escola não é lugar para certos tipos de
comportamento. No anexo 4, realizamos o levantamento de algumas palavras pertencentes a
linguagem desta manifestação Esta linguagem caracteriza a manifestação, porém, o que temos
observado em algumas escolas, inclusive no horário do intervalo, é o silenciamento das vozes
dos jogadores sob a alegação de que o palavreado utilizado no jogo contém muitos palavrões
ou mesmo que existe muita gritaria. Observamos muitos “acordos” entre alunos e inspetores de
alunos ou mesmo gestores, onde se permite que joguem truco no pátio, porém, com o
comprometimento dos alunos para que haja silencio e que não haja palavrões.
Outro equivoco é em relação a fama de que neste jogo há “roubo”. É um erro, pois na
verdade, o que acontece são os “blefes”, já que é um jogo onde se “paga para ver” se o
adversário tem ou não determinada carta.
Quando defendemos uma escola que inclua o universo do aluno no currículo,
enfatizamos também que os jogos com cartas devam ser trabalhados e considerados
manifestações corporais, assim como toda e qualquer manifestação cultural pertencente ou não
ao cotidiano desses alunos.

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De acordo com um currículo multicultural, onde todas as manifestações têm direito a
voz, podemos propor diversas formas de trabalho a partir deste tema, e mais uma dezena de
outras que forem surgindo ao longo do processo, podemos citar alguns exemplos:
- Como se deu esta prática nas diversas sociedades;
- Os múltipos jogos existentes como truco, caxeta, buraco, pocker, dominó com baralho, tranca,
mau- mau, o baralho do tarô;
- Quais são as pessoas que praticam, em quais locais praticam, de que forma nossos alunos
acessam a estes jogos;
- Como a comunidade escolar apropria desta temática, quais são as linguagens e os gestos
utilizados pelos jogadores, a existência dos jogos de cartas online, entre tantas outras.
Enfim, as cartas estão colocadas sobre a mesa para que disputemos um jogo de desafio
onde o elemento sorte ou azar não está presente e sim as possibilidades de travarmos jogadas
para desconstruirmos certas representações muitas vezes distorcidas, injustas e
preconceituosas construídas pela comunidade escolar a respeito desta manifestação que
encontra-se presente no cotidiano dos nossos alunos além dos muros da escola.

Bibliografia

http://coisasdeescolamt.blogspot.com/2011/03/baralho-na-escola-refletindo.htmlgrafia
www.brasilescola.com/curiosidades/baralho.htmm acessado em março/2010.
www.planalto.gov.br/ccivil/Decreto-Lei/Del3688.htmm acessado em março/2010.
http://coisasdeescolamt.blogspot.com/2011/03/baralho-na-escola-refletindo.html acessado em
março/2010.
http://educador.brasilescola.com/estrategias-ensino/o-uso-baralho-dado-no-ensino-
probabilidade.htmm acessado em março/2010.
http://jogosdecartas.hut.com.br/ acessado em abril/2011
http://sec.sbq.org.br/cdrom/31ra/resumos/T1671-1.pdf acessado em abril/2011
Editor e diretor Victor Civita, Os melhores jogos do mundo, p. 11 a 15, São Paulo: Abril, 1978.

Para saber mais sobre algumas regras do truco:


http://www.truco.com.br/

Anexo 1:

Carta escrita por internauta em blog

http://coisasdeescolamt.blogspot.com/2011/03/baralho-na-escola-refletindo.htmlgrafia

Coisas de Escola
Quem nunca reclamou dessas coisas de escola?

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10 de março de 2011

Baralho na Escola - Refletindo...

Boa Tarde Internauta, hoje postarei meio que uma crítica para com a escola. Por que
exatamente não pode baralho na escola?
Até entendo o porque que não pode boné, ou porque devemos usar uniforme.. Mas por que
não baralho? Como eu gosto de fazer listas farei uma agora de o porque não podem tomar
nosso baralho na escola:
Porque não podem tomar nosso Baralho na Escola:
1. Não está escrito em nenhum lugar que o uso de baralho é proibido (nem no manual do aluno
nem naquela folha xexelenta que nos entregaram, em nada);
2. Na minha opinião À Pesca , Arremate, Carteado, Batalha Bisca, Vinte-e-um , Porco,
Canastra, Copas, Escopa, Freecell, Mau-mau, Mexe-mexe, Mico preto, Paciência, Pife, Rouba-
monte, Tranca, Triunfo, Truco, Uno, e outros jogos que as pessoas inventam, NÃO SÃO
JOGOS DE AZAR P****!!!! DESDE QUANDO PIFE É UM JOGO DE AZAR, HEIM???? ;
3. Quando jogamos baralho não estamos em horário de aula ( estamos no intervalo ou na saída)
e quando estamos jogando em sala, ou é aula vaga, ou já terminamos a lição.
4. BARALHO NÃO AFETA EM NADA NO DESENVOLVIMENTO ESCOLAR, ao contrário, 21
você usa matemática, assim como escopa, além de em todos os jogos de baralho você tem que
ter uma estratégia.
Beleza, hoje fui perguntar para a professora Fabiana (substituta de todas as matérias
existentes naquela escola) o por quê que não podia o bentido baralho na escola, e ela me
respondeu: " É porque é um jogo..."
Tipo, de 3ª a 5ª série (eu acho) os alunos tem aula de xadrez... XADREZ É UM JOGO P****!!!
A PORCARIA DA MENTE INOVADORA É UM JOGO!!!! CAÇA PALAVRAS É UM TIPO (idiota)
DE JOGO!! CRUZADINHA É UM JOGO!!! "Ah, mas são jogos educativos.." DANE-SE!
CONTINUA SENDO UM JOGO! E outra, a diferença entre o jogo do BARALHO da Mente
Inovadora e do pife do baralho normal, não é tão grande!
E então a professora ficou sem palavras.. :)
Então, pensei eu, porque não fazemos um tipo de protesto? Funcionaria assim: Vocês
internautas, TRAGAM baralho pra escola, e JOGUEM (Claro, quando for aula vaga, ou quando
não tem lição, para ninguém tomar seu baralho com razão.. Fikdik :).. ) E quando os professores
ou orientadores pedirem pra guardar ou tentarem tomar , SEJAM REBELDES, não guardem,
não entreguem, até que ele te responda o que isso atrapalha na aula, ou por que não pode
baralho na escola, (vocês já sabem os argumentos que podem ser usados, pelo que você leu
dalí de cima ^)

Anexo 2: Entrevistas realizadas com Educadores em atuação.

As entrevistas 1, 2 e 3 foram concedida a professora Alessandra Aparecida Dias Aguiar pelo


coordenadores Amanda,Lilian e Robson da rede municipal de Educação da cidade de Jandira
SP, em 2, 3 e 4 de maio de 2011.

Entrevista 1

1. Pesquisadora: Você conhece alguns tipos de jogos de carta?


2. Amanda: conhecer alguns eu conheço, Uno, Rouba monte, Pife e Vinte um.
1. P; Sabe jogar algum?
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2. A; Vinte um, Pife, Rouba monte estes eu sei jogar.
1. P; Com quem você jogou e em qual local?
1. A; Na minha infância não tive muito a oportunidade jogar cartas, por que não tinha com
quem jogar, hoje jogo mais com meus filhos de 14 anos aprendi mais com ele, ele que ensinou
a jogar, Uno eu não sei ainda mais o outro filho de 6 anos já está me ensino. Mas jogos de
cartas eu sei poucos, pois não tenho muita habilidade de jogar e não tenho muito interesse para
ficar jogando jogos de cartas se for para jogar eu jogo em competição e de brincadeira não
tenho problema não.
1. P; Já jogou pela internet? Como foi?
2. A;Já joguei, mais assim como é o nome deste jogo que tem que colocar as cartas em
fileiras, paus, valete mais eu nunca entendi este jogo, eu achava que estava ganhando mais na
verdade eu estava perdendo tudo (risos), depois é que eu fui ler as regras, e descobriu que eu
estava jogando errado, mais até eu entender, quem me ensinou foi os meus filhos que eles já
tem habilidades e eu acabo aprendendo com eles.
1. P; Na sua família há pratica de jogos?
2. A; Prática não, mas como tem uma festinha ou outra eles gostam de jogar aquele que
grita Truco, eles adoram jogar Truco cartas o que mais jogam é Truco.
1. P; Você sabe jogar truco?
2. A; Não sei jogar Truco, não conheço as regras não entendo nada, acho complicado,
mas assim, eles jogam muito. O que eu não gosto é que eles gritam muito, mas assim é legal
que é bem alegre, minha família joga assim só para brincar, não para competir não.
1. P; Você conhece alguma linguagem utilizada neste jogo?
2. A; Deixa eu ver se recordo, que eu escuto eles falarem, ah deixa eu ver se recordo
agora. Eu sei que quando eles estão quase ganhando eles gritam Truco (risos), é a única coisa
que eu escuto ele gritarem é Truco, é porque ai está próximo para ganhar do adversário, uma
coisa que eu acha que entendi foi isto porque o resto é muito grito. È muito difícil o jogo.
1. P; E o que você acha dos jogos de cartas na escola?
2. A; Então na escola, eu acho assim se ele tiver um objetivo uma proposta eu acho que
ele é interessante, mas se você deixar livre, eu acho que não é interessante, como é que os
alunos irão saber que aquilo é uma aula ou aquilo é um jogo para brincadeira só para passar um
tempo, vai achar que o professor não está dando uma aula, está deixando passar o tempo da
matéria dele, hoje em dia eles pensam assim se jogar cartas é matar aulas como eles dizem por
aí matar aula.
1. P; Todos os jogos de cartas?
2. A; Todo o jogo de cartas, cartas, Uno, se você estiver uma proposta acho que até ele
entendam, mas por enquanto até onde eu já trabalhei, no caso o Estado ele não olha a carta
como um bom tom.
1. P; Ele quem?
2. A; Os professores, coordenadores, acham que jogos de cartas, alguns, não é viável
para o ensino infantil, fundamental, e médio, acham que é um jogo que não deveriam ser
liberado na escola de jeito nem um.
1. P; E os alunos, o que pensam a respeito?
2. A; Os alunos adoram, eles questionam porque não podem jogar cartas na escola. Eles
falam professora por que eu não posso jogar? Ai você fala que não faz parte do currículo, não
pode por que não faz parte da natureza escolar, por exemplo, é o que nós temos na manga para
comentarmos com eles, que temos orientação pedagógica que não se deve jogar cartas na
escola.
1. P; Você acha que é uma manifestação cultural o jogo de cartas?

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2. A; Eu não acho que é uma manifestação cultural, acho que é um jogo uma prática que
eles, adquiriram na vivencia deles, porque faz parte do cotidiano deles da vivencia deles e
trouxeram para escola, só que este trazer para escola, eu acho que gera certa polêmica, porque
os professores, não vêem isto como um bom tom jogar carta na escola ele acham que os
alunos, não vão saber separar, quando vão jogar cartas, para jogar para ter um objetivo, por que
assim, se for para deixar livre vira bagunça, se for para ter um objetivo você tem que montar um
projeto mostrar para os outros professores eles irão entender, se jogar carta por si só eles não
vão gostar não
1. P; Se tivesse um projeto você participaria?
2. A; Eu participaria. Eu também como professora não deixaria ele jogarem sem projeto,
que eu acho que vai virar bagunça, porque senão todos os dias eles vão querer jogar sempre 10
minutinhos todas as aulas, eles não saberiam separar, tem alunos que jogam no fundo da sala e
tem professor que não percebe. E depende do professor também, mas se um professor que não
liga muito eles jogam mesmo, mais no Ensino Médio, no Fundamental ele não jogam porque
tem medo e sabe que o professor vai pegar, mas se bobear eles levam mesmo.

Entrevista 2

1. Alessandra; Você conhece algum tipo de jogo de carta e sabe jogar?


2. Lilian; Conheço o Vinte e um, só eu acho.
1. A; Em qual local você jogou?
2. L; Joguei em família meus pais me ensinaram, hoje eu jogo com meus filhos, porque
eles estavam com dificuldade de contar, aí a gente trabalhou o Vinte e um é muito divertido.
1. A; Você conhece algum tipo de jogo de carta pela internet?
2. L; No computador, Paciência.
1. A; Sua família tem o hábito de jogar sempre?
2. L; Tem geralmente tem, em festa de família, o pessoal joga truco, joga Buraco, estas
coisas mais eu não sei jogar, nem um outro, só vejo só, eu me divirto com a festa que eles
fazem.
1. A; Em relação ao jogo de truco qual a linguagem, que você escuta?
2. L; Escuto só os gritos, então não dá para eu dizer muita coisa não.
1. A; O que você acha dos jogos de cartas na escola?
2. L;Eu não tenho nada contra acho que o jogo, os jogos se eles tem um objetivo
pedagógico não tem nem um problema serem feitos na escola, por exemplo a questão dos
meus filhos, estavam jogando Vinte e um e aprendendo a contar com o jogo, eles faziam a
conta rápida e o calculo de matemática e foi super divertido, eu não vejo nem um problema no
jogo de carta, acho que é uma questão que as crianças já vem, as crianças já viram em casa,
assim como eu já vi, embora eu não entenda nada, mas eu vejo as pessoas jogando Truco,
então é uma situação que para mim não tem nem um problema.
1. A; E o truco você acha que poderia entrar na escola?
2. L; Eu não tenho certeza né (risos), por quê, porque não sei quais são os fundamentos
do truco, mas se tiver uma função pedagógica acho que não teria nem um problema. Se por
exemplo, o professor tiver um objetivo e ele sabe o que ele quer que os alunos desenvolva
neste jogo não tem nem um problema. Qualquer coisa pode entrar na escola, desde o que ele
vai fazer lá na escola tenha relação com a própria vivencia do lugar, porque as vezes,
determinada comunidade o Truco não vai fazer nem sentido nem sucesso, mas em outras eles
passam o tempo todo eles jogam, em EJA por exemplo, tem que aproveitar esta realidade este
contexto.

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1. A; Você já trabalhou em alguma escola no qual era permitido ou proibido o jogo de
carta?
2. L; Na maioria dos lugares que eu trabalhei o jogo de carta era proibido, porque eles
levam os jogos de carta para o lado religioso, que ganha dinheiro, que pede dinheiro, sempre
era proibido. Eu já vi pessoas trabalhando cartas em Matemática, mas deu toda uma polêmica,
até me lembro que na época eles tiveram que fazer carta de mentira, não podiam usar as cartas
do baralho de verdade, a gente tinha que desenham as cartas para pode fazer o baralho.
1. A; E tinha alguma justificativa para esta proibição?
2. L; Não, só o medo dos pais, porque os pais poderiam, dizer. ”Nossa está ensinando o
meu filho a jogar baralho, virou Cassino na escola”. Só isto.

Entrevista 3

1. A; Você já jogou algum tipo de jogo de carta?


2. R;Truco, Pife, Uno, basicamente estes.
1. A; Quais foram os locais que você jogou estes jogos?
2. R; Bar, escola, na rua, em festas.
1. A; Como era jogar na escola?
2. R; Emocionante, porque tinha a preocupação com o inspetor de alunos (risos) enquanto
seis jogavam, dois ficavam em cada parte da escada para ver se o Inspetor estava subindo.
1. A; Então o jogo era proibido na escola?
2. R; Era proibido.
1. A; Você acha que essa proibição era devido ao quê?
2. R; Claramente eu não sei, porque a gente jogava em aula vaga, não tinha atividade.
1. A; E como ocorria o jogo, o baralho já foi pego?
2. R; Várias vezes, já fomos varias vezes para diretoria. Aí a diretora conversa que não
pode e vai embora e acabou.
1. A; Hoje você ministrando aulas, utilizaria o baralho na suas aulas?
2. R; Se eu precisasse sim, não vejo mal.
1. A; Hoje enquanto educador, você acha que era proibido o jogo na escola porquê?
2. R; Nunca foi passado nada para os alunos, então pra mim era, como nada chegava,
eles só falavam que eram proibido e não falavam nada, era falta de conhecimento do que era,
pensavam que a gente estávamos apostando, algo assim.

Entrevista 4

Entrevista concedida a professora Natalia Gonçalves pelo diretor José Geraldo da EMEF Prof.
Roberto Plínio Colacioppo, situada no município de São Paulo em 6 de maio de 2011.

1. Natalia : Você joga Truco?


2. José Geraldo: Eu jogo sim! Aprendi a jogar com uns 15 anos, com meu pai, meus tios,
etcEra comum eles se reunirem em alguns finais de semana para jogar truco. Aí, a gente, os
mais jovens, ficávamos em torno da mesa observando e tentando entender aquela gritaria toda.
Era comum o truco na minha família, se chamava Dourada
1. N: O que seria uma dourada?
2. JG: Dependendo do numero de pessoas você pode chamar de dourada ou douradinha,
que são variações do truco. Pode ser jogado com até 4 jogadores de cada lado e se determina
quais as cartas que valem. Existe outra variação de truco que na minha família é chamado de
“ponto acima”. A variação “ponto acima” é o truco mais comum. Uma carta é virada e o que vale
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são as cartas com um numero acima da vira, estas são chamadas de “manias”, o equivalente
em São Paulo seria “manilhas”. Na versão dourada, o numero de participantes é de até 14
participantes.
1 N:.De onde vem essas versões diferentes?
2. JG: Minha família é mineira, essas versões são conhecidas em Minas.
1. N: Como diretor e apreciador do Truco, o que o Sr. Acha de termos alunos jogando
truco , por exemplo, na hora do intervalo?
2. JG: Já tivemos um grupo aqui na escola, acho que no ano passado, que se reunia num
canto do pátio e jogava. Eu, particularmente sou favorável. Acho que o truco em primeiro lugar é
um jogo que trás a possibilidade do lúdico, da brincadeira e isso é importante. Também tem a
questão da socialização, o saber ganhar e o saber perder e no jogo de truco você tem um outro
ingrediente que é a parceria de ter que combinar coisas com o seu parceiro, e é lógico que tem
que seguir as regras. Então a pessoa que joga não joga de qualquer jeito, tem algumas regras
que mesmo que não estejam escritas, os jogadores de truco sabem. E quando você joga, o
importante é você trocar informações com seu parceiro com o objetivo de ganhar o jogo e
enganar seu oponente.
1. N: Enganar é permitido na escola?
2. JG: Sim. Enganar num jogo de truco não é enganar no sentido de roubar, no sentido de
prejudicar, é enganar no sentido de blefar, é uma coisa mais teatral, mais do teatro de rua da
Itália, aquela coisa burlesca, de você subir na mesa, falar alto. E quem vê de fora,
aparentemente pensa que o outro está ofendendo. Dentro da regra do truco isso é permitido. E
para você blefar, normalmente, você tem que teatralizar. Então, nesse sentido eu não vejo
problema, eu acho que a gente não incentiva porque nem todo mundo conhece. Mas eu cheguei
a falar com os garotos que a gente ia fazer um torneio e tal. E eu não vejo problema nesse
sentido, do jogo, do baralho em si, do jogo das cartas dentro da escola. É óbvio que eu não
concordo com apostas em dinheiro, mas o jogo de cartas exige raciocínio, concentração. E no
caso do truco, além de tudo isso, ele requer dos jogadores malicia, observação. É que o cara
não presta atenção somente nele, mas tem que prestar atenção também no adversário.

1. N: Esse truco que você se refere tem um caráter educacional, se presta a ensinar
algum conteúdo através dele, é isso mesmo?
2. JG: A principio, o truco é um jogo de caráter popular e eu percebo que o truco pertence
mais ao universo masculino, acho que isso é um dado importante. Você tem sim as
mulheres que joga. Mas ele tem uma conotação muito masculina, porque muitas vezes
a forma de como eu intimido meu adversário ela pode parecer um tanto quanto brusca
mais agitada. Você já viu como colocam o Zap na testa do outro? Já viu esta
expressão?
1. N: Eu já fiz isso! Risos
2. JG: É? Por exemplo, o cara vai e cola o zap na testa do outro, e se o outro não aceita
aquilo pode dar confusão, enfim...Mas não sendo machista, tem uma conotação
masculinizada, é raro você ver, não é tão comum você ver as mulheres jogando truco, é
mais uma coisa dos meninos.

1. N: Você quer dizer então que culturalmente é um jogo masculino?


2. JG: É...a gente tem essa impressão. Se você falar em jogo de truco a representação
social do truco é do universo masculino. Na escola, primeiro precisaríamos de
professores que gostam e que poderiam ensinar. O que a gente tem são alunos com
iniciativa de jogar, acontece de maneira mais lúdica, não tanto do ponto de vista
pedagógico é muito mais na interação e integração entre eles na hora do intervalo ou
11
em alguma aula vaga como usam a dama, o xadrez, o War, é o jogo pelo jogo. Nunca
pensei num projeto de usar o truco para desenvolver um assunto ou um tema na sala de
aula, acho que ele tem muito mais a cara do intervalo.
1. N: O que você acha de estudar o truco como manifestação cultural e não apenas como
meio para se alcançar determinado objetivo? Por exemplo: estudamos varias
manifestações culturais na Educação Física como o futebol , as lutas, as danças
visando o aprofundamento destas manifestações. Você acha que o truco pode ser
incorporado ao currículo da escola?
2. JG: Sou favorável, se algum professor quiser desenvolver isso eu apoio totalmente,
porque eu conheço, sou jogador, gosto, é uma atividade que ajuda na interação, e eu
diria que é uma manifestação cultural popular genuinamente nossa e uma versão que
se aproxima desse jogo é o Poker que é uma coisa de fora, principalmente na questão
do blefe, eu particularmente nunca vi pesquisas ou estudos sobre o truco, deve ter, eu a
classifico como uma daquelas manifestações culturaisque estão presentes na vida das
pessoas mas que não tem o aval ou a dimensão da grande mídia. Sou totalmente
favorável, e penso que dentro de uma perspectiva cultural é uma coisa que vale a pena
a gente discutir.

Anexo 3
A linguagem do truco

- Eu sou pé e não sou de café.


- Quando tomba um set, quem tem dama vai pro baile.
- Quando tomba uma dama, quem tem anzol vai pescar.
- Pé deu, pé se vira!
- Aqui não tatu! Aqui é asfalto! Aqui é aroeira, pica-pau!
- Mata o zap!
- Vai roubar no mato!
- Lugar de mortadela é no meio do pão.
- Quem vira o três, sabe o que fez...
- Quem vira o três não sabe o que fez...
- Baralho de burro eu corto no murro.. - O pé não é porteira.
- Trucoooooo... Pé não pode pé truca.
-Cola na testa, seu mandioca!
- Sou pé e não sou de sapê.
- Baralho de marreco a gente torce o pescoço, enfia o dedo no rabo e manda subir...
- Reboco de Igreja Velha... Da escola do Truco eu sou Doutorado.
- Onde tem onça pintada macaco não assobia SEEEIS.
- Truquei e ta trucado. Quem é o marreco que fico melado?
- Seriema é bicho feio, tem cabelo no joelho, truco na vaza do meio!
- Meeeeeeeia dezeeenaaaaa. (tem tonto q cai ainda...)
- Demoro pra matar meu zap...
- Trucoooooooooo marreco, vai seu pato...
- Meio pau seu ladrão de pudim de padaria!
- Subi no muro, cai do portão... truco ladrãooo!
- Subi no muro e caindo de frente... truco seu doente!
- Subiu no muro caí de frente é trunco minha gente!
- Subi no muro, caí de lado... Truco, seu viado!
12
- Subi no muro, caí no mato... Truco, seu pato!
- Subi no muro, caí de costa... Truco seu bosta!
-Subiu no muro caiu de costa... Truco nessa bosta, bosta é xadrez nessa merda eu peço seis!
-Subi no coqueiro cai de costa, quebrei a costela perfurei o pulmão é truuuuuucooooo
ladrãooooooo!!!!!
- Subi no cupim cai de costa... Truco seus bando de bosta!
- Pé deu pé come e pé truca quando não vem nada, um fala eu to com zap o outro responde:
então tem 2.
- Vou jogar no escuro que é pra não acabar.
- Lugar de pato é no monte, só torno se for no truco, meio saco ladrão.
- Vai rouba no mato.
- Tinha zap e sete copas, mas corri pra não humilhar.
- Columbia Pictures apresenta o Zape (realmente a pessoa fala com o "e" no final)
- Casa veia quando ronca, sai de baixo que desaba.
- Secou o leite!
- Passa o peito nele! Passa o peito! (quando alguém quer que o parceiro truque
- Eu não vou ao baile sem dama! (quando alguém vira o sete)
- Baralho de pato não se corta, torce o pescoço.
- Pica fumo, bêbado = ouro
- São Jorge, espadilha = espada
- Escopeta = copa
- zap = pau
- Morreu com o pau na mão.
- Morreu de pau duro
- Torce o pescoço do ganso e enfia o dedo no “c... - Truco seis....to loco
- A primeira é um caminhão de areia.
- A primeira é caminhão de manga
- Mata zap bichão
- Faz aí parceiro
- Eu sou pé.
- Empacho
- Mostra a maior larazento
- TRUCO ladrão, pede seis.
- Três corre livre.
- Chuuuuuuuupa.
- Todo mundo três cartas?
- Trucooooooooooooooooooooooooooooooooooooooo, corre marreco!
- 11 a 11 no pé do bronze!
-11 a 11 corte seco e baralho corrido.
- Gastou o sal da janta! (quando o cara gasta zap pra fazer a primeira)
- A primeira é o caminhão.
- É truco seu... Cabeça de camarão, de minhoca, frango assado, ordinário, safado...
- Aperta que ele peida.
- Baralho na mão de tonto é um ponto.
- Manilha na mão de tonto um ponto.
- Lá no meu sitio tem 2 frangos, 3 vacas, 4 patas, 5 porcos e SEIIIIIIIIIIS MARRECOS!
- Truco mesmo, seis rato, nove malandro e doze pra acaba!
- Quem tem medo de cagar não come!
- Correu de medo, cagou no dedo e foi na bica e lavar o dedo.
13
- Lambari é pescado, e truco é jogado.
- A pata do meu cavalo não bota ovo
- Macaco velho não bota a mão em cumbuca.
- Testa.com (cola o zapão na testa).
- Suuuuucooooo.
- Quem não aguenta bebe leite.
- Truco pé de bosta.
- Casa veia quando ronca sai de baixo! (essa é p/ aqueles mané que só trucam quando tem
carta....)
- Passei na cozinha comi torresmo! Eu truco mesmooooooooo!
- Aqui não cabritinho, vai roubar no mato!
- Chama a polícia. 190
- Truco é jogo de ladrão, só quem rouba é campeão!
- Truco bauzão fica tirando onda com meu zapão...
- Baralho é de guiné da pra quem qué!
- Trucador bom, é quem truca em mão de 11.
- Trucar é a arte de correr, faz parte....
- Só caio se for trucado! Se tu pedir truco eu peço 6!
- Quer cagar vermelho come beterraba!
- Pé não pode pé se fode.
- O trouxa, quando demora assim é porque é sua vez, seu lerdo!
- Quer que nós fechamos os olhos pra vocês combinarem sinal?
- Quer combinar o sinal vai pra cozinha!
- Pisa na banana e cai de costa TRUCO nessa bosta!
- Mete o beeeeiço!
- Tem dono esse lixo? Eu trucooooo.
- Meio pau! Quero pau inteiro, porra!
- Morri de pau duro!
- A primeira é dos patos!
- Mata o zap!
- Em rio de piranha, jacaré nada de costas!
- Comigo ninguém pode...
- Quem tem cavanhaque é bode.
- Onde passa um boi passa uma boiada.
- Qual o nome do jogo?Trucoooooooooooooooo...
- 3 tentintinhos....
- Lugar de frango é na coxinha!
- Lugar de atleta é na corrida. Só tem maratonista nessa mesa!
- Cavalo é crioulo, charolês é o touro, mulher para ser bonita tem que ter uma flor de ouro.
- Fui para Buenos Aires, num barquito a vapor, quando olhei sobre a água uma bela de uma flor.
- Tropicar não é cair, são voltas que a vida dá, por isso nasceu roxa a flor de maracujá!
- O sexo é como truco: se não tiver um bom parceiro, é muito importante que se tenha uma boa
mão.
- Vai roubar no maaaato, cabelo de macaco! Paga e ri pra sorte abrir!
- Seriema é bicho feio, tem cabelo no joelho... Truuuuco mesmoooo.
- Minhoca não tem osso, banana não tem caroço, truco seu moço.
- Jogar truco é muito fácil, principalmente com freguês, agora eu grito truco , e quero ver quem
vai pro seis
- Truco pra frente, pra trás não tem gente!
14
Trucuzinho ou trucuzão, paga seis seu ladrão!
- La em cima desse moro passa boi, passa boiada essa rodada eu só saio se for trucada!
- Se galinha fosse vaca, milho seria capim, e se guampa fosse flor,tua cabeça era um jardim.
- A cachaça é minha prima, o vinho é meu primo-irmão, com essas carta eu to no jogo. Chamo
flor de bastião!
- Chica, Chica, mela, mela, eu entrei numa capela e vi o padre celebrar, mulher casada que
duvida do marido, leva flor no pé do ouvido e para de duvidar.
- Dei a volta no Brasil, fui até o Pernambuco, na ida colhi a flor, na volta gritava truco.
- Lá em cima daquele morro, passa boi passa boiada, então eu peço truco, pra continuar essa
jogada.
- Como eu como arroz e feijão, peso nove seu ladrão!
- Na novena de santa clara, tinha doce e goiabada, se o nove doces você pediu, 12 goiabadas
saiu.
- Sai do meu caminho, saco de toicinho!

FONTE: comunidades do Orkut- Truco e Mulheres no Truco (que contém 64.496 e 64.214
membros respectivamente). Data de acesso 09/03/2011.

Anexo 5 : Fórum da comunidade do Orkut: Educação Física Escolar


Natália: O que você acha do jogo de baralho na Educação Física escolar?
Herik Makoto é bem interessante, mas tem gente que não gosta por considerar jogo de azar.
Acho muito legal trabalhar esses temas com os alunos..
Guilherme Tem uma infinidade de jogos de cartas.. e acho q cabe sim abordar, até porque o
jogo é um conteúdo da educação física.
Eu tinha a proposta de construir com uma turma uma espécie de cardgame, onde os atributos
seriam numerados através de atividades (corridas, medição de peso e altura, força...). Tem
muita coisa para se falar do tema, pena q esbarre em preconceitos...
MARCOS Jogo de carta...pelo amor de Deus, vamos parar de enganar nosso alunos. É
inadmissível,por quêe naõ trabalhar com jogos de tabuleiros:dama , xadrex e jogo de botão.
Realmente o jogo é tema para ser trabalhado na ed. física, mas cartas...alguém já teve um
amigo ou parente VICIADO em jogo de cartas; baralho ou sei lá...Não leve a mal,mas a
educação física é mitomais rica do que jogo de crtas...think about!
L.CH@RLES INCLUA OS JOGOS DE CARTAS MAS NÃO DEIXE DE EXPLICAR A ORIGEM
DOS MESMOS, OS MALES QUE O MESMO PODE OCASIONAR SE FOR JOGADO
APOSTADO.
CONSCIENTIZE SEUS ALUNOS.
MARCOS Se vc me conhece da UFRJ entende um pouco da minha crítica...agora "Ed Física",
eu naço conheço vc...afinal p seu perfil é um tabuleiro...
Luiz Eduardo jogos com baralho não significa que é jogo de azar
até porque pode ter aposta em qualquer jogo (damas, xadrez, etc).
Saulo O grande problema da escola em minha opinião é não incluir certos conteúdos
considerados como mitos e que atraem muito as pessoas... como ex: religião, morte,
homossexualismo, jogo de cartas etc...
Quer dizer então que todo mundo q joga cartas é viciado e pode perder a vida???
O que devemos fazer é ressignificar certos conteúdos, e nao esteriotipá-los...
Tem gente que é viciada em comida por exemplo e sofre de obesidade... Entao não falaremos
de nutricao em nossas aulas???
Guilherme Eu aceito bem discordâncias, mas nunca a ausência do diálogo e a colocação de
pontos de vista. Ataques a ideologias ou opiniões também...
15
Convenhamos, prof. Marcos, o assunto só surgiu porque um aluno sugeriu o tema na aula.
Supõe-se que este jogo seja parte do ambiente no qual ele se insere, parte integrante da cultura
local. De que vale uma disciplina (e não do que serve... não vou aceitar que a educação SIRVA
a alguma coisa, prefiro continuar lutando para que ela tenha um valor) escolar se esta não dá
conta de responder a questões que estão presentes no cotidiano? Senão todas, que é
impossível, mas aquelas que, de acordo com a opção de cada professor, sejam as mais
relevantes para a realidade da turma com que trabalham.
Por isso, não dá pra negar que jogos de cartas fazem parte da cultura brasileira, mas com
certeza ela pode estar fora dos conteúdos abordados em uma aula, do mesmo modo que pode
estar presente, desde que justificada com bases teóricas e críticas, um trabalho necessário para
desmitificar domínios como esse. Não é tão diferente de como os alunos querem futebol para
"jogar bola" e como podemos apresentá-los o esporte Futebol e suas nuances sociais, históricas
e técnicas.
Ribamar Isso é um forum, serve pra discussão, então porque não explicarmos o porque do
nosso posicionamento? Caso contrário, fica parecendo uma enquente, sem mta utilidade.... (2)
Por exemplo... ao invés de dizer que apenas acha ou não que o uso do "jogos de cartas" é um
conteúdo pertinente a E.F., argumente o porquê. Fazendo assim, se alguém não concordar com
sua posição terá que argumentar de forma semelhante.
Saulo Lembrando que somos todos profissionais... (da mesma area inclusive) que estamos
nesse espaco para aprender e buscar maiores reflexões com o intuito de melhorar cada dia
nossa prática docente!!
Ribamar Marcel"...nas minhas aulas nao admitia cartas, pois as crianças ficam jogando truco,
batendo bafo, e acabam nao fazendo uma atividade física..."
Penso que o problema ganha outra dimensão, pois teremos que discutir a noção de "atividade
física". Acho que você deveria expor seu entendimento.
Na minha concepção por exemplo, manusear o baralho é uma atividade física de ínfima
intensidade, como diversos outros trabalhos motores cotidianos, mas que não deixa de ser
MOVIMENTO. Se no simples carteado é assim imagine então no Jogo de Bafo?!?!?!
Manu concordo com vc clen!! o jogo desenvolve bastante o raciocínio lógico, e trabalhar tudo
isso com os alunos é tao importante quanto jogar bola na quadra. Até pq oq eu percebo nas
minhas aulas, é justamente isso. falta um raciocinio logico, a criação de uma estrategia para
solucionar problemas. q se desenvolve com jogos como esses.
mas acho q o colega marcel nao entendeu a proposta. Quando foi falado dessa possibilidade
na aula de ed. fisica, nao é simplesmente entregar o baralho para o aluno e pronto. muito pelo o
contrario. é contextualizar com algo histórico ou curioso. alem de mostrar outras possibilidades
de jogos com as cartas, nao limitando a um simples jogo de azar.
para mim, qualquer tipo de jogo é válido na aula de ed. fisica, desde que voce tenha a
capacidade de enquadrar esse jogo para os objetivos de sua aula.
acredito ser um grande desafio para nós, propor atividades que nao fiquem limitados ao censo
comum da bola e da quadra.
Clen Legal a idéia do card Gam
Poderia fazer cartas com cartões telefônicos. Poderiam ter uma face pintada com tinta óleo,
assim uniformizavam a cartas. Basta mergulhar na tinta e pendurar em um grampo
Do outro lado podem-se fazer as configurações. O card game pode funcionar como um trunfo,
abordando questões interdisciplinares (ecologia, história...). Ou alcançar maior complexidade
como magic...
Pode-se também colar figurinhas, até de jogadores ilustrando mais o card game
Acho que vou fazer isso também, alguém tem mais alguma sugestão?

16
MARCOS A idéia de um card game ( ou outros jogos criativos que usem cartas mas que não
sejam baralho ) é mais adequada por respeitar os evangélicos presentes na turma e aqueles
que não gostam de jogos de azar. Um card game é menos "agressivo" pra esses alunos e
podemos criar jogos que estimulem o raciocínio lógico, a criatividade, memória e várias outras
habilidades que acabarão influenciando positivamente em outras disciplinas e ao mesmo tempo
não estaremos incentivando os jogos de apostas e sim mostrando que há outras opções para o
lazer com cartas e que há ganhos em diversão e desenvolvimento de habilidades.
Abraço a todos!
Marcus tao fácil Relaciona as cartas ao tema jogos e brincadeiras, como por exemplo um
grande grupo onde cada um por sua vez deverá retirar uma carta onde a soma dessas cartas
nao deverao passar 21 pontos a partir dai o primeiro a estourar sera o pegador , todos deverao
estar atentos para poderem correr na hora certa.
Essa seria uma atividade bem facil , rapida e eficiente.
Marcelo O que o baralho ensina sobre o corpo em movimento?
Por que não incluir o baralho na aula de história?
Deveriamos ensinar as crianças a levantar o garfo e usar a faca na aula de educação física?
Afinal também é uma atividade fisica e trabalho com o aspecto oculo-manual.
Clen usar garfo e faca não é jogo, mas é ensinado sim na EF para deficientes. ensinar cegos a
andar também é função da educação física por aqui.
Marcus "jogos e brincadeiras"
È uma das tematicas propostas pela ed. fisica, agora o ensinar ou nao cada tipo de atividade vai
da capacidade de cada professor e das necessidades de cada turma. Se eu tivesse uma turma
com algun tipo de deficiencia motora, pq nao ensinar a pegar no garfo e faca ?...
Ribamar O que o baralho ensina sobre o corpo em movimento?
Depende. Se você se refere ao objeto baralho, fora de qualquer contexto ou aplicação, tanto
quanto uma bola na mesma situação.
Por que não incluir o baralho na aula de história?
Seria totalmente possível ao meu ver.
Deveriamos ensinar as crianças a levantar o garfo e usar a faca na aula de educação física?
Afinal também é uma atividade fisica e trabalho com o aspecto oculo-manual.
Concepções como esta mostram o quanto o preconceito e falta de informação estão presentes
na área. Talvez porque a maioria trabalha com a "normalidade". Neste sentido, caberia ao
professor ensinar a criança deficiente com paralisia cerebral a rastejar, em uma atividade que
proporcione "o verdadeiro movimento", ao invés de se preocupar com a realização de uma aula
que estimule o "levantamento de garfo", ou seja a preensão, pronação e supinação. Algumas
respostas nesta página foram excluídas ou estão sob revisão.
MARCOS "A educação é para que se tenha desenvolvimento físico e não mental"
Creio que frases desse tipo nos faz regredir à época do império romano sobre a Grécia.Onde só
o aspecto físico era trabalhado. Essa concepção anatômica de educação física já foi superada
com o avanço da fisiologia. Hoje sabemos que cada movimento está relacionado ao sistema
nervoso e a uma área específica do cérebro e que através do desenvolvimento físico estamos
estimulando áreas no cérebro e desenvolvendo a inteligência, a criatividade, a percepção, a
organização, a motivação... e a própria mente.
Marcelo E ensinar a pegar no garfo e faca é conteudo de educaçao física
Caraca, não me ensinaram isso na faculdade, vou reclamar.
Opa...vai ter banco imobiliário na escola? Também é jogo.
Piadas são brincadeiras, faremos aulas só de piadas.
Ribamar: Me diz uma coisa: Qual é o objetivo da escola?

17
Utilizando uma passagem da Ninha: "Acho que não deve ser introduzido jogo de baralho, pois
não tem nada a ver com educação física", e sim com estimulo lógico matemático, reforçando
que o corpo não é importante nem nas aulas de educação física.
Com certeza sabemos que corpo e mente estão integrados, no meu ver temos a dever de
explicar sobre o corpo e o motivo de te-lo saudável, afinal na hora do pânico não paramos para
pensar em (talves) correr, certo?
Clen eu já usei banco imobiliário. alías eu abuso dos jogos cognitivos por onde passo. é irônico
como eles se desenvolvem em tudo, em todas as disciplinas "quando bem ministradas claro,
senão eles se rebelam"
se tenho 8 aulas em um mês, posso usar 2 com atividades cognitivas, uma com atividades
sensoriais, uma para desenvolvimento de jogos corporais, restando quatro aulas "dirigidas" para
atividades que envolvam habilidades e fundamentação esportiva, por exemplo.
um resultado que tenho a exibir, tenho um aluno, que mal fez quatro anos e desenvolveu um
jogo chamado vampiro preto:
- duas equipes, uma de cada lado da quadra.
- o objetivo é roubar as bolas que estão no gol adversário
- ao passar o meio de campo, pode ser pego, devendo ir para um bambolê grande também no
meio da quadra, mais para o lado adversário
- quando tiver dois pegos ou mais estes podem ser salvos com um toque na mão de algum
e agora que entra o vampiro preto! é um aluno que pode pegar qualquer um em qualquer lugar.
isso dá uma dinâmica diferente ao jogo, evitando que um equipe passe muito a outra, ou que
guarde caixão. minhas correções:
- só pode levar uma bola de cada vez e são três
pego com bola solta a bola
- com bola não pode pegar experimente esse jogo, é bem dinâmico e serve para qualquer idade,
acima de 4 até universidade., basta aumentar o número de bolas, ou de presos no bambole
para serem salvos, e colocar dois vampiros.ele falou quase tudo de uma vez. o jogo tem
obviamente uma origem simbólica, na imaginação infantil. não tenho dúvidas que a exposição
desse jogo por ele reflete processos cognitivos muito bem estruturados e adiantados. depois
passa o jogo, passa a educação infantil, passa a escola e a universidade... mas a capacidade
de abstração, explanação, argumentação, exposição em público, estas permanecem e serão
muito importantes.
até desanimei pra que serve a escola? para ensinar a viver, a ser. responde as próprias
perguntas marcelo.
MARCOS Qual o objetivo do professor?
Ser um personal trainer? Um técnico? Um alienador?
Ou educar seres humanos para atuar no mundo?
Para que servem as abordagens?
Concordo com o Clein sobre diversificar as aulas e estimular além de habilidades motoras a
inserção do aluno no contexto no qual se encontra e no mundo, aproveitando oportunidades
como o jogo de cartas por exemplo, levando-o a refletir sobre o mundo que o cerca.
Abraço a todos!
Guilherme O que o Clen pede é coerente, Marcelo, você algumas vezes questiona e implica
com algo que tenha sido falado, mas dificilmente coloca aquilo que você pensa sobre ou ainda
apresenta quais idéias reforçam a contrariedade do que foi dito... acho que um fórum requer
uma atitude mais recíproca...
Fica claro que o viés que se apresenta, após a intervençao do Marcelo, é: qual o objetivo da
Escola? Qual o objetivo da Ed Física?Mora aí um grande problema, porque pensar que as
disciplinas são grandes bacias onde se depositam este ou aquele conteúdo? Eu nunca concebia
18
porquê desvincular o ensino da história de literatura, ou da matemática e os gráficos da
geografia... Isso como estudante no Fundamental... A compartimentação existente na escola só
afasta mais ainda o aluno do ambiente educativo, já que nada se relaciona e tudo tem o seu
lugar certo e imutável. Em algum ponto, as coisas que ele deve aprender vão trabalhar/serão
usadas juntas, então qual a razão dessa burocracia???
Durante a minha aula, eu dificilmente falo somente sobre Educação Física, nem convém listar
que nos valemos de conhecimentos de diversas áreas... nenhuma disciplina serve a esta ou
aquela, mas o trabalho conjunto é o q vale mais. As disciplinas deveriam ser uma divisão
funcional de um projeto único de formação do aluno.
Tudo isso pra dizer que os jogos podem ser trazidos por nós ao conhecimento dos alunos. Mas
também não podem. A história de uma sociedade e civilização também pode ser trazida por
nós. As estatísticas de uma partida de futebol... As estruturas de um organismo humano em
exercício.. É tudo relacionado ao contexto em que se está.
nada seria maior do que envolver os educandos em um projeto educativo rico, com professores
falando a mesma língua em sala, desenvolvendo conteúdos que interrelacionem e oferecendo
algo melhor do que simples avaliações que dão conta apenas do que o professor ensina,
preferindo aferir o que todos construíram. Utópico, mas perfeito... Seríamos educadores ao
invés de professores.
Ribamar "A aula de educação física é para que se tenha desenvolvimento físico, pratica de
esporte, e não desenvolvimento mental."
Viva o cartesianismo!!!!!!!
"E ensinar a pegar no garfo e faca é conteudo de educaçao física? Caraca, não me ensinaram
isso na faculdade, vou reclamar."
Não faça isso Marcelo. O curso de graduação tem apenas uma parcela de culpa. Todo o resto
recai sobre o profissional. Cada um trabalha como acredita.
"Opa...vai ter banco imobiliário na escola? Também é jogo."
Monopólio seria uma boa... já até imaginei um tabuleiro formado com colchonetes.
"Piadas são brincadeiras, faremos aulas só de piadas."
Uma piada de salão (não uma do Ari Toledo) pode ser usada para introduzir uma temática num
jogo simbólico. No problem.
"Ribamar: Me diz uma coisa: Qual é o objetivo da escola?"
Putz... não vou responder porque acho que foge totalmente do assunto do tópico. Se tiver
realmente interesse em saber a minha opinião, avise que te envio um scrap. Não se esqueça de
dizer sobre qual viés gostaria que respondesse: pelo materialismo histórico dialético ou pelo
senso comum.

"Utilizando uma passagem da Ninha: 'Acho que não deve ser introduzido jogo de baralho, pois
não tem nada a ver com educação física', e sim com estimulo lógico matemático, reforçando que
o corpo não é importante nem nas aulas de educação física.
Com certeza sabemos que corpo e mente estão integrados, no meu ver temos a dever de
explicar sobre o corpo e o motivo de te-lo saudável, afinal na hora do pânico não paramos para
pensar em (talves) correr, certo?"
Não entenda como algo pessoal Marcelo, mas pensando (e agindo) assim você acaba
justamente reforçando o que mais critica. Não há integração corpo e mente pois eles nunca
existem separados. Há somente o corpo, que da concepção até a morte é MOVIMENTO.
L.CH@RLES NÃO PODEMOS PRIVAR NOSSOS ALUNOS DE CONHECIMENTOS.
QUAL PESQUISA CINTIFICA DEFENDE OU CONDENA JOGOS DE CARTAS NA
EDUCAÇÃO FÍSICA?? QUAL A DIFERENÇA DE JOGAR DAMA, XADREZ, DOMINÓ E
ALGUNS JOGOS DE CARTA??
19
Clen discordo da ideia de que sempre precisamos nos embasar nas palavras de alguém para
poder abrir o bico, ou escrever algo.contudo é importante se aproximar melhor de um
conhecimento que pretende debater.
pesquisei um pouco sobr o baralho na net. quem tiver algo de bom posta ai.
http://www.brasilescola.com/curiosidades/baralho.htm - curiosidades mazomenos
http://www.unemat.br/cbcemt/docs/janela.pdf baralho entre outras brincadeiras
cartas construidas para transmissão de conhecimentos - não é baralho"
http://www.scielo.br/pdf/es/v24n83/a18v2483.pdf - cartas e prevenção DST
ftp://ftp.inf.puc-rio.br/pub/docs/techreports/06_34_figueiredo.pdf - ensino do software
http://www.annq.org/congresso2007/trabalhos_apresentados/T123.pdf - xadez e quimica
Ribamar discordo da ideia de que sempre precisamos nos embasar nas palavras de alguém
para poder abrir o bico, ou escrever algo.
contudo é importante se aproximar melhor de um conhecimento que pretende debater.
Muito boa sua iniciativa. Fique tranquilo que "chamar alguém" para ajudar nos argumentos é
sinal de rigor (no sentido acadêmico) na pesquisa sobre um tema e não uma mera "muleta
ideológica"
Em OFF, permitam um comentário.
Quando faço o uso de citações (quotations) não pretendo fazer uso indevido de trechos
descontextualizados para justificar minhas posições. Minha intenção é esclarecer sobre qual
parte da "fala" no post e a quem estou me referindo, exatamente para evitar interpretações
dúbias e mal-entendidos. Faço uso deste expediente principalmente quando percebo que o post
faz referência as minhas colocações.
Infelizmente é díficil evitar certa ironia diante de algumas afirmações, mas em momento algum
tenho a intenção de ser arrogante ou ofensivo. Se deixei esta impressão, peço desculpa.
Marcelo Responder as próprias perguntas? Ok. Mas já adianto que cada um vai ter um ponto
de vista diferente pelo meu ver do desenvolvimento de cada idéia. A escola, ao meu ver, deveria
servir para formar um cidadão consciente, critico e independente, ou seja, capaz de
compreender por que faz uma atividade, qual as possiveis variáveis na sua excução e o objetivo
que ele quer alcançar.Desenvolver capacidades física, pode até ser interessante, mas e o fim
disso?Por que é tão importante desenvolver as capacidades físicas? Por que é importante
desenvolver a capacidade lógico-matemética? Para que ensinar na escola coisas que eles
podem aprender sozinhos? Deveriamos ser capazes de estimular o conhecimento e não a
reprodução. Bolas uma atividade e passa-la? Imagino o nivel de independencia e critica que
eles desenvolvem. Alguma vez, algum professor, já perguntou para os alunos o que eles
aprenderam nas aulas? É possivel fazer isso na "aula livre" que alguns colocaram. daqui a
pouco vão contratar o "Rui Chapéu" para ensinar snooker como professor de educação física.
Já viram os campeonatos de poker que tem em algumas TVs? Eles fumam, bebem, e tem o
objetivo de "derrotar" os outros. O capitalismo é fantástico, perguntem para os EUAs.
Marcelo Muitos falam do contrutivismo e desenvolvimentismo, mas depois de largo debate
acabam aplicando o tecnicismo. O que adianta tirar o futebol e as outras atividades esportivas
se no final criam outras formas de fazer a mesma coisa. Mudar o nome não muda o principio e o
objetivo do que estão fazendo. Charles: É verdade, por isso que não sou a favor de nenhum na
educação física escolar.
Se o carta não fosse considerada um jogo, ainda seria uma atividade da educação física?
Geral: O que acontece é que para justificarmos nosso trabalho estamos nos apossando de tudo
ou qualquer coisa sem nem parar para pensar no objetivo final.
Variações de atividade e brincadeiras não validam uma brincadeira ou um jogo. Desenvolver
algo por fazer parte de um contexto já tira o contexto do mesmo, pois é criado por nós que não
necessariamente fazemos parte do contexto dos "alunos".
20
CPU HANDCLUB CLEN - VAMPIRO PRETO
Que jogo massa!
Vou usá-lo nas minhas aulas, muito inteligente seu aluno.
Parabéns por colocar a molecada pra pensar!
CPU HANDCLUB Discordo da ideia de que sempre precisamos nos embasar nas palavras de
alguém para poder abrir o bico, ou escrever algo.[2]
Acho que um professor de Ed. Física tem plena condições de desenvolver seu próprio método
de trabalho, sua concepção pedagógica, seu projeto de ensino, etc. Nem sempre são
indispensável citações dentro do conhecimento acadêmico, nem tão pouco devemos acreditar
que os autores sempre estão com a razão. Acredito que a temática aqui discutida é muito
pessoal, eu particularmente não sou muito fan de jogos cognitivos sem uma contextualização
dentro do movimento e sua cultura, mas também não acho um absurdo trabalhar esses como
conteúdos jogos.
Ribamar A escola, ao meu ver, deveria servir para formar um cidadão consciente, critico e
independente, ou seja, capaz de compreender por que faz uma atividade, qual as possiveis
variáveis na sua execução e o objetivo que ele quer alcançar. Não discordo da sua definição
mas acredito que ela condiz com o "senso comum". Mas entendo que a escola não teve e nem
tem historicamente estes objetivos. Não quero aprofundar o tema mas se tiver interesse sugiro a
leitura do livro: "A Produção da Escola Contemporânea" de Gilberto Alves. Apesar de não
concordar com muitas teses apresentadas neste trabalho acho que poderá trazer subsídios para
sua reflexão sobre as reais funções da escola.
Desenvolver capacidades física, pode até ser interessante, mas e o fim disso? Por que é tão
importante desenvolver as capacidades físicas? Para que ensinar na escola coisas que eles
podem aprender sozinhos? Deveriamos ser capazes de estimular o conhecimento e não a
reprodução. Bolas uma atividade e passa-la? Imagino o nivel de independencia e critica que
eles desenvolvem. Alguma vez, algum professor, já perguntou para os alunos o que eles
aprenderam nas aulas? É possivel fazer isso na "aula livre" que alguns colocaram.
Realmente não entendo Marcelo. Você defende o desenvolvimento da autonomia (alunos
críticos, conscientes, independentes, etc.) e ao mesmo tempo condena o uso de materiais ou
práticas não ortodoxas que propiciariam justamente "estimular o conhecimento"!?!
Ribamar Já viram os campeonatos de poker que tem em algumas TVs? Eles fumam, bebem, e
tem o objetivo de "derrotar" os outros. O capitalismo é fantástico, perguntem para os EUAs. E os
bastidores do futebol?!?! Ainda bem que não sabemos nada sobre este "capitalismo" pois ele
não deve existir por aqui. Muitos falam do contrutivismo e desenvolvimentismo, mas depois de
largo debate acabam aplicando o tecnicismo. O que adianta tirar o futebol e as outras atividades
esportivas se no final criam outras formas de fazer a mesma coisa. Mudar o nome não muda o
principio e o objetivo do que estão fazendo.Vou insistir... mas não seriam as práticas e materiais
não convencionais (como o baralho) utilizados em trabalhos contextualizados, uma tentativa de
evitar o mero tecnicismo?
O que acontece é que para justificarmos nosso trabalho estamos nos apossando de tudo ou
qualquer coisa sem nem parar para pensar no objetivo final. Certo. Vamos lá então. Se nos
apossamos de tudo apenas para justificar nossas práticas, deve haver algo que subtraido do
"tudo" seria aquilo que podemos usar como parte constituinte da Educação Física, sendo
justificável em si mesmo. Fiquei curioso. Na sua opinião, o que seria?
Variações de atividade e brincadeiras não validam uma brincadeira ou um jogo. Desenvolver
algo por fazer parte de um contexto já tira o contexto do mesmo, pois é criado por nós que não
necessariamente fazemos parte do contexto dos "alunos".
Concordo em parte. Respeitar o contexto dos alunos não significa desenvolver atividades à
partir "deles". Se deixarmos apenas para seus critérios então teremos aquilo que você chamou
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de "reprodução". O professor precisa ser diretivo, num processo de
contextualização/recontextualição constante, mesmo que determinado conteúdo ou estratégia
tenha necessidade de ser imposto.
Tati Jogos de salão (os que utilizam mais a questão intelectual) podem e devem fazer parte dos
conteúdos da Educação Física na escola. A grande dificuldade é a de convencer os alunos
disso, pois a grande maioria acha que este conteúdo não faz parte. Para este assunto, eu indico
o livro do autor Marcelo Tavares, entitulado "O Ensino do Jogo na Escola". Beijos!
Keeel "A educação é para que se tenha desenvolvimento físico e não mental"
Que tipo de professor(A) vc é???
Ondeeeeee o desenvolvimento mental do seu aluno não interessaaa?!?!
Vc ta querendo educar robos?
No meu ponto de vista pode siim ser trabalhadoo... Realmente não podemos e não temos o
direito de privar nossos alunos de conhecimentos...
O jogo de cartas não tem muita diferença com os jogos de tabuleiros...
Aposto que se alguém aqui parar pra pensar em uma forma de unir algum tipo de jogo de cartas
ao movimento sairia algo interessante,que poderia ser trabalhado...
Banco imobiliariooo...Interessantissímooo!!! Pq não?!?!
Nós educadores físicos não estamos ali só pra ensinar nossos alunos
jogos,brincadeiras,esportes que estam na midiaaa...ou é o que tds ensinam...vou ser assim
tbm...
É o fato de vc ser diferente que te faz um bom ou mal profissional!
Não estamos ali pra ensinar só a parte física...Até pq o ser humano não é composto só por
isso!!
Pelo menos eu aprendo (aprendi) durante a faculdade que Educação física vai muito além disso!
Não esquecendo que estamos trabalhando com pessoas...que se o Mental dela se
desenvolve...Td flui melhor!
É por essas e outras (formas ignorantes de ser e agir) que nossaa profissão não é valorizada
como deveria...
Jogar futebol...voleei...(até msm as regras)eu aprendo na ruaa...Assistindo Tv...Vai assistir aula
de E.F pra que?!?!
Depois reclamam que tem alunos que não fazem aula...
Ps: Tbm adoreiii a brincadeira do vampiro pretooo...
FRANCINALDO Kel Não entendi!
Atividades com movimento podem ser tão intelectivas e cognitivas quanto uma expressão
numérica ou jogo de xadrez, a diferença é que colocar estas faculdades dentro da motricidade e
da cultura corporal é a nossa atribuição.
Natalia Jogos de carta
Colegas, o que vcs acham sobre os jogos de carta (baralho) na escola? Vcs acham que devem
ser proibidos? Estou fazendo um trabalho sobre o assunto e gostaria de saber a opinião de vcs!
Quando terminar me comprometo a divulgar, ok?
Obrigada
Quem quiser me escrever: nataliag_73@yahoo.com.br
Dinho UNO Eu trabalho com UNO ...
Ismael¹³ Eu não trabalho com nenhum tipo de jogo de cartas, por que as atividades que poderia
fazer com as cartas sentado eu faço na quadra de forma prática.
Mas acho importante se trabalhar na escola, pois trabalha muitas vezes a atenção dos alunos.
Isa olha...na verdade eu nao trabalho com cartas, mas acho que o uno como o colega acima
falo não haveria problemas algum.

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Prof. Diego Não vejo problemas algum, quando trabalho jogos de mesa com os alunos sempre
usamos, inclusive o baralho "tradicional". Inclusive os alunos podem criar seus próprios baralhos
e jogos de cartas.Mas para mim não é uma rotina
Allan José Também trabalho com jogos de cartas e não vejo problema algum. Aliás, durante
esta aula aproveito para debater com os alunos alguns aspectos de preconceitos relacionados à
esse tipo de jogo.
Luiz Eduardo Sem problema, inclusive o truco
FRANCINALDO Não uso.Acho que não esta dentro da proposta que defendo, que é a vivencia
da corporeidade. Acho que alguns jogos cognitivos podem ser trabalhados em alguns
momentos, desde que possam ser contextualizados em atividades com movimento.
Natalia Já que os colegas citaram o Uno, gostaria de saber porque esta forma de baralho pode
ser utilizada enquanto o baralho tradicional não.
Guilherme Por aqui, a maioria das escolas é meio crica com o baralho tradicional e alunos
trazendo outras cartas.
Eu acho bacana criar um jogo de cartas com os alunos, estilo super trunfo, já fiz e foi legal.
Anexo 6
Resposta de um professor participante da comunidade Educação Física Escolar ao
questionamento feito em um fórum
Olá Natália, Vi seu questionamento na comunidade de Educação Física escolar. Minha opinião
para o questionamento em epígrafe é que considero relevante, já que o jogo é um patrimônio da
humanidade e uma construção histórica. Sempre coloco o baralho dentro dos JOGOS DE
SALÃO OU DE TABULEIRO que por sua vez está inserido no conteúdo JOGOS E
BRINADERIAS no meu plano de curso. Agora, o que considero mais importante é além de
perceber que os meninos já sabem jogar pois na comunidade deles eles tem o contato com o
baralho quer seja nas ruas, em casa, em centros comunitários; é estimular novas maneiras de
jogar ou mesmo reinventar um novo jogo com cartas a partir do coletivo escolar. E alguns
questionamentos acho interessante, como por exemplo: será possível a invenção duma nova
maneira de jogar? Como? O que caracteriza o jogo? O baralho quais as características que tem
dum jogo? E aí nos professores vamos colocando o conceito de jogo e o raciocínio
lógico presente nos jogos de salão. Espero ter ajudado em sua pesquisa. Um grande abraço.
Prof. Galdino Júnior

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