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3.1.2.1. “os homens relutam menos em ofender aos que se fazem amar do que aos
que fazem temer, pois o amor se mantém por um vínculo de obrigação, o
qual, mercê da perfídia humana, rompe-se sempre que lhes aprouver,
enquanto o medo que se incute é alimentado pelo temor do castigo,
sentimento que nunca se abandona” (cap. XVII, p. 106);
3.1.2.2. evite apropriar-se dos bens e das mulheres dos cidadãos e dos súditos,
“uma vez que os homens se esquecem mais rapidamente da morte dopai do
que da perda do patrimônio” (cap. XVII, p. 107);
3.1.2.3. evite ser odiado;
3.2.História:
3.2.1. História é um desenrolar dos fatos humanos e não se dá a partir dos desígnios
divinos como na concepção cristã ou nas tragédias gregas;
3.2.2. Não linear, mas em ciclos que repetem linhas mestras; o que variam são os
tempos de duração das formas de convívio entre os homens;
3.2.3. História cíclica permite: prever, usar os mesmos remédios do passado ou inovar
os remédios segundo semelhanças com o passado; Por isso conhecer a história
passa a ser fundamental para o pensador da política;
3.2.4. Oscilações entre estabilidade e caos;
3.2.5. Põe fim a uma concepção de ordem natural e eterna; portanto a ordem é
resultado da política e, caso alcançada, não será definitiva, pois as ameaças não
cessam;
3.2.6. O presente não é mera cópia, há especificidades nas circunstâncias em que se
vive: fortuna;
3.3.Fortuna e Virtú: o duelo entre o determinismo e a liberdade humana;
3.3.1. Fortuna:
3.3.1.1. Constitui a metade da vida humana que não pode ser governada pelo
indivíduo; Ela proporciona a “ocasião”;
3.3.1.2. Deusa possuidora de bens que todos os homens desejavam: a honra, a
riqueza, a glória, o poder;
3.3.1.3. Comparada ao rio que, quando se enfurece, inunda as planícies;
3.3.2. Virtú:
3.3.2.1. Avesso da virtude clássica ou medieval que significa: sabedoria, coragem,
moderação, bondade, justiça, honrar sua palavra, etc.
3.3.2.2. Corresponde à virilidade, à coragem, à firmeza na tomada de decisão,
sensibilidade quanto ao momento, à capacidade de manter o domínio
(medida de virtú);
3.3.2.3. O governante deve ser bom? (Cap. XV).
3.3.2.4. as duas formas do combate: as leis (própria dos homens) e a força
(própria dos animais); O príncipe deve conhecer ambas;
3.3.2.4.1. Como animal, o príncipe deve ser raposa e leão;
3.3.2.5. O príncipe deve parecer ser bom: “Não é necessário a um príncipe ter
todas as qualidade mencionadas, mas é indispensável que pareça tê-las. (...)
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poder descentralizado (França) ilustra o caso. Destaque deve ser dado para a
resistência superior à invasão representada pela república, dado que os cidadãos
estão acostumados à liberdade e não esquecerão facilmente dela.
4. MAQUIAVEL REPUBLICANO
4.1.Humanismo cívico marca o pensamento renascentista
4.2.República = liberdade
4.2.1. Liberdade é proteção contra tirania
4.2.2. Para garantia se faz necessário um código legal que impeçam que os ricos
tomem o poder;
4.2.3. O mesmo código legal deve: garantir a igualdade entre os cidadãos, ou seja, a
garantia da virtú, da participação; a própria potência econômica depende da forma
constitucional estabelecida;
4.3. A questão da liberdade na obra de Maquiavel:
4.3.1. Dedicatória de O Príncipe x dedicatória dos Comentários da primeira década de
Tito Lívio (historiador de Roma): a Buodelmonti e Ruccellai (dois republicanos)
4.3.2. Origem de Roma x origem de Florença
4.3.2.1. A primeira nasce livre, portanto possui hoje maior progresso das suas
instituições;
4.3.3. Liberdade originária da boa legislatura (Esparta):
4.3.3.1. “no entanto, diz-se que a fome a pobreza fazem os homens industriosos,
e as leis os fazem bons” (cap. 3).
4.3.3.2. Natureza má x homens bons através das leis: debate grego?
4.3.4. O papel relevante dos conflitos sociais na força romana:
4.3.4.1. “Mas retornemos aos aspectos particulares daquela cidade. Digo que
aqueles que condenavam os tumultos entre os nobres e a plebe condenam a
causa primeira da liberdade romana, levando em conta mais os rumores e
gritos que nasciam desses tumultos do que os bons efeitos que eles
produziam” (cap. 4).
4.3.4.2. A liberdade é o resultado das forças em luta: “e deve-se considerar como
existem em toda república dois humores diversos: o do povo e o dos grandes,
e toda lei que se faz em favor da liberdade nasce da desunião entre eles”
(cap. 4).
4.3.4.3. Mais uma dose de realismo: os conflitos marcam a história da
humanidade;
4.3.4.4. Opção pelo povo: o desejo do povo está mais próximo da liberdade: “e os
desejos dos povos livres raras vezes são perniciosos à liberdade, porque
nascem ou da opressão que eles sofrem, ou da suspeição de que poderão
sofrê-la” (cap. 4).
4.3.4.5. O conflito não produz sempre os mesmos resultados; pode levar à ruína
caso as leis não aplaquem o ódio;
4.3.4.6. O desejo da liberdade pode levar a uma tirania: “De onde decorre que os
tiranos que são amigos do povo e inimigos dos grandes são mais seguros, por
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ser sua violência defendida por uma força maior do que daqueles que tem o
povo como inimigo ou a nobreza como amiga” (cap. 40).
4.3.5. A liberdade em O Príncipe:
4.3.5.1. Cap. V: a dificuldade da conquista de uma república se deve ao fato de os
cidadãos não esquecerem facilmente a liberdade antiga; tal comprova a
superioridade deste regime;
4.3.5.2. Cap. IX: desejo do povo de não ser oprimido x o desejo dos grandes de
oprimir resulta em um principado, em liberdade ou em anarquia;
4.3.5.3. “concluo somente que ao príncipe é necessário ser amigo do povo; de
outra forma não terá remédio na adversidade”. (p. 33)
5. MAQUIAVELISMO E MAQUIAVÉLICO
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