SOBREVIVÊNCIA do INTERNO
URGÊNCIA E EMERGÊNCIA
DEPARTAMENTO CIENTÍFICO
16/01/2017 1
Editor chefe
Autores
Capa
Agradecimentos
2
Sumário:
Sutura .................................................................................................... 15
3
Nota dos autores:
A área de urgência e emergência é sem dúvida uma das mais
importantes na formação do médico, que deve dominar os princípios básicos
de seu atendimento. Para os estudantes de medicina da UFAL, e metade das
turmas da UNCISAL, o estágio em Urgência em Emergência é o primeiro de
mais uma importante fase da formação: o internato. Com isto, existe muita
ansiedade e angústias por parte dos alunos, cercada por várias dúvidas com
relação ao funcionamento do estágio, seus objetivos, o papel do interno e quais
são os casos que ele deve dominar.
Keith L. Moore
4
Especial
Aqui entre nós, humanos
Por Clarissa França
5
enfermagem cuidadoso ou o médico humilde e solícito. Basta estar atento e
cada plantão será fonte de muitos aprendizados em humanização.
Porém, é nesse mesmo ambiente que você verá a força que a Medicina
tem, e como é gratificante participar da cura ou mesmo do alívio das dores de
alguém. Como nos ensina tão bem o valoroso doutor e escritor, J.J.Camargo¹,
aliviar o sofrimento de alguém “é um princípio básico da medicina,
surpreendentemente ainda não assimilado por muitos médicos, que não se dão
conta de que alguém gemente de dor num hospital,é a mais fragorosa
capitulação da nossa ciência e da nossa arte”.
1
J.J. Camargo, 2014. A tristeza pode esperar: uma jornada de afeto, perda e superação entre o
médico e seus pacientes. Porto Alegre, RS: L&PM.
6
Funções dos estagiários de medicina
Como "ensaio" para sua futura profissão, ao estagiário de medicina
cabem as mesmas atribuições dos médicos, realizadas sob supervisão e de
maneira que o aprendizado não seja comprometido em detrimento do serviço.
Com isto, o estagiário de medicina deve:
1. Recepcionar os pacientes
2. Colher sua história clínica
3. Executar o exame físico dentro de suas capacidades
4. Se possível, adiantar solicitações de exames complementares, quando
necessários
5. Passar o caso a um médico, que irá tirar suas dúvidas e discutir a
conduta a ser tomada
6. Auxiliar o médico na realização das condutas
7. Comparecer a demais procedimentos, como cirurgias, sempre que
solicitado
7
Os pacientes no serviço terciário de
cirurgia
O objetivo de um serviço terciário é prestar um atendimento
especializado para os casos considerados mais complexos, como abdome
agudo, traumatismo crânio-encefálico ou politraumatismo. Os pacientes
podem dar entrada no serviço após uma triagem, ou encaminhados de outros
serviços de saúde.
Troca de curativos
Retirada de pontos
Bossas serossanguíneas
Ferimentos superficiais
Abscessos
Hérnias redutíveis
Doença hemorroidária não urgente
Por outro lado, os pacientes que dão entrada no serviço muitas vezes
são pessoas ansiosas, que nunca entraram numa sala de urgência e
emergência e ficam anda mais preocupadas ao ver outros pacientes em estado
mais grave. É preciso estar atento também para o lado emocional dos
pacientes, acalmá-los e, por vezes, pedir para que se retirem para um local
mais reservado. Cuidado a mais se deve ter com crianças, para que elas não
fiquem em contato com pacientes em estado grave e desenvolvam traumas
futuros.
Faz-se mister ainda explicar ao paciente tudo o que será feito durante o
atendimento. Avisar quando for examiná-lo, pedir licença se precisar investigar
8
um local mais íntimo e descrever todos os procedimentos pelos quais o mesmo
irá passar, desde sutura até acessos venosos centrais, bem como deixar claro
os motivos destes procedimentos. Ao receber alta, reforçar demais orientações
e sempre perguntar se o paciente tem alguma dúvida.
9
A ficha de atendimento - Trauma e
Cirurgia de Urgência / Emergência
Para ser atendido, com a óbvia exceção dos casos emergenciais, todo
paciente deve portar sua ficha de atendimento. Em sua parte frontal constam a
identificação do paciente, número de registro, idade, endereço, Queixa
principal/História clínica, Exame Físico, Hipótese diagnóstica e Conduta. Cabe
ao interno, quando solicitado, preencher as quatro últimas sessões, e ao
preceptor conferir e assinar a ficha.
Mecanismo do trauma
Instrumento ou agente traumático
Tempo decorrido
Evolução dos sintomas
o Obs¹: Na suspeita de traumatismo cranioencefálico, mesmo leve,
sempre questionar perda de consciência (ou intervalos lúcidos),
sonolência, cefaleia, vômitos, crises convulsivas ou alterações
motoras
Alergias
Imunização antitetânica
Uso de drogas psicoativas (se referido pelo paciente ou acompanhante)
10
Exemplos:
Exame físico:
Exemplos:
11
C: RCR em 2T, BNF, s/ SA, FC = 95 bpm, PA = 130x90 mmHg
D: Escala de coma de Glasgow 9, pupilas anisocóricas com midríase à
direita, não fotorreagentes
E: Ferimento corto-contuso em região temporal direita, com hematoma,
sinais de contaminação
Hipótese diagnóstica:
Exemplos:
3) Apendicite aguda
Conduta:
Também discutida antes de ser registrada, deve conter tudo o que foi
realizado para reverter o quadro do paciente, incluindo: procedimentos (sutura
de lesão, drenagem de abscesso), prescrições imediatas, encaminhamentos,
altas (hospitalar ou dos setores), orientações e prescrições externas.
Exemplos:
12
3) Tilatil 40 mg 01 amp + AD EV
Dipirona 01g 01 amp + AD EV
Ao centro cirúrgico
13
Prescrições mais utilizadas
Imunoglobulina antitetânica humana (IGHAT): é necessário escrever na ficha
do paciente e em uma via de receituário a parte para que se possa dispensar
na farmácia.
Analgésicos
Antibióticos
Cefalotina 02 g EV
Antipiscóticos
Haloperidol 05 mg 01 amp IM
Protetor gástrico
Omeprazol 40 mg 01 amp + AD
Prescrições externas:
14
Procedimentos frequentes
O estágio de Urgência e Emergência é uma excelente oportunidade para
que os estudantes entrem em contato com vários procedimentos realizados de
rotina pelos médicos. Segue adiante a descrição de alguns dos mais
frequentes no serviço, porém, ressalta-se que nenhum deles deve ser realizado
sem o consentimento e a supervisão de um preceptor, em particular
procedimentos invasivos, como acesso venoso central.
Sutura
Consiste num método de síntese em que se utiliza fios para aproximar
as bordas de um tecido.
15
Embora raros, alguns pacientes rejeitam certos tipos de fios absorvíveis,
especialmente o Prolene, que também é utilizado na confecção de telas para
hernioplastias.
16
Antes de realizar a sutura em um paciente, é essencial checar se não há
infecção local ou corpos estranhos não removidos, condições que
contraindicam o procedimento. Mordedura de animal, por si só, não é uma
contraindicação, devendo-se individualizar cada caso. Em geral, evita-se
suturar os ferimentos com mais de 06 a 08 horas de duração, mas é importante
discutir cuidadosamente o risco-benefício de cada caso com um cirurgião.
Obs: o frasco com solução anestésica é manuseado pelo auxiliar, e deve ficar
fora do campo, bem como materiais de diluição e solução fisiológica (SF) para
lavagem.
Obs: embora seja comum dividir kits de sutura em dias de bastante demanda e
pouco material disponível, esta prática deve ser desencorajada. Às vezes há
17
kits disponíveis em locais diferentes do habitual, o armário na sala de sutura,
então é importante checar bem e solicitar aos técnicos que providenciem mais
kits quando houver poucos.
18
4. Anestesia: aplica-se a injeção por fora da
ferida, em área degermada, cobrindo-se todas
as bordas do ferimento por onde passará o fio
de sutura. Sempre aspirar antes de infundir a
solução anestésica, para garantir que não
houve retorno venoso, logo, punção de vasos.
Anestésicos na corrente sanguínea podem provocar arritmias,
rebaixamento do nível de consciência ou mesmo convulsões. De rotina,
utiliza-se lidocaína a 2% sem vasoconstrictor, respeitando-se a dose
máxima de 05 mg/kg de anestésico (lembrando que 2% significa
02g/100ml). Sempre aguardar cerca de 01 a 05 min, conforme o tipo de
bloqueio, para o anestésico fazer efeito, o qual dura cerca de 01 hora.
Algumas considerações a mais se fazem necessárias:
o Ao pegar o frasco, é importante checar seus dados,
especialmente se o anestésico realmente está sem
vasoconstrictor.
o Se o ferimento for extenso e o paciente necessitar de mais ml
além da dose máxima, pode-se diluir com água destilada (AD) na
proporção de 1ml de solução anestésica para 1ml de AD,
dobrando-se assim a quantidade de ml permitida para o paciente.
o Outra opção para aumentar a dose máxima de anestésico é
utilizar vasoconstrictor (ex: adrenalina), o que a aumenta para 7,5
mg/kg. Porém o uso de vasoconstrictor está contraindicado em
extremidades (dedos, pavilhão auricular, pênis etc) e em
pacientes coronariopatas, devendo-se ter muito critério e atenção
ao utilizá-lo.
o Também é possível realizar bloqueios tronculares ou à distância,
ao se atingir nervos periféricos. É importante aprender
procedimentos, como bloqueio troncular dos dedos, bloqueio do
pavilhão auricular, do nervo mediano e outros, com os cirurgiões.
Lembrar que o bloqueio troncular dos dedos demora cerca de 03
a 05 min para fazer efeito, sendo preciso aguardar este tempo
antes de considerar falha deste método.
o Existem profissionais que recomendam a inserção da agulha por
dentro da ferida, para minimizar a dor do paciente, porém várias
fontes na literatura condenam esta prática. Inclusive, alguns
concursos com OSCE penalizam os candidatos que a realizam.
o A dor à inserção da agulha pode ser minimizada com o uso de
agulhas de insulina (laranjas), porém com mais resistência em
sua infusão.
19
(digitalmente e através de pinças), seus corpos estranhos removidos
manualmente ou com pinças, tecidos inviáveis desbridados com bisturi
ou tesoura, e seu interior lavado com SF (manuseada por um auxiliar).
o É essencial estar atento para identificar lesões mais graves,
como lesões musculares, tendinosas, aponeuróticas, ósseas e
vasculares, que requerem um atendimento mais especializado.
o Para evitar acidentes de trabalho, na suspeita de corpos
estranhos cortantes, como fragmentos de vidro, pode-se explorar
inicialmente com as pinças hemostáticas.
o Para conter uma hemorragia repentina, de maneira emergencial,
pode-se comprimir o ferimento com gazes estéreis (se ficarem
encharcadas, não retirar, colocar mais gaze por cima) ou
clampear vasos, se visíveis, com pinças hemostáticas. O
tratamento definitivo pode ser a própria compressão, uma sutura
mais hemostática (ex: pontos Donatti) ou até mesmo a ligadura
do vaso.
20
enrugada ou hipocorada pode significar que houve excesso de
tensão;
21
7. Revisão e limpeza: checar se a ferida foi fechada corretamente e se os
principais sangramentos foram contidos. Uma massa expansível pode
significar um hematoma por um vaso calibroso ainda sangrante. Limpar
todos os restos da pele do paciente antes de colocar o curativo. Uma
opção para remover sangue coagulado é o peróxido de oxigênio, mas
cuidado com mucosas.
22
devendo o paciente retirar os pontos mais tardiamente, em cerca de 10
a 14 dias;
Evitar exposição solar nos 3 primeiros meses, que correspondem à fase
de remodelamento da ferida, para prevenir complicações como
hiperpigmentação;
Reconhecer sinais de infecção e orientá-lo a procurar um médico nestes
casos.
23
Eventualmente, é preciso retirar os pontos de uma sutura. A figura
abaixo ilustra a técnica correta:
Links úteis:
Nó de sapateiro: https://www.youtube.com/watch?v=o8OqxTGaS7o
Donatti: https://www.youtube.com/watch?v=_ugNygsppKk
Ponto em X: https://www.youtube.com/watch?v=PDk-Rs08d3g
U horizontal: https://www.youtube.com/watch?v=dbi5xdknRBk
24
Sutura em pacientes pediátricos:
25
Drenagem de abscesso
Entende-se por abscesso uma infecção localizada no tecido conjuntivo,
com destruição de tecidos e formação de pus, podendo ser secundário a
infecções contíguas (erisipela, celulite, hidradenite supurativa etc),
contaminação de uma ferida traumática ou bacteremias. O pus em seu interior
é resultado de morte de células fagocitárias com exudato inflamatório e
bactérias piogênicas, formando um ambiente anaeróbio, ácido e separado dos
tecidos normais por uma membrana piogênica (área de neoformação vascular
e proliferação celular), circundada frequentemente por áreas de celulite,
especialmente durante a fase de maturação do abscesso. Antibióticos não
penetram no interior da cavidade, apenas na área de celulite, daí a
necessidade de se drenar o conteúdo piogênico.
Material necessário:
EPI
Luvas estéreis
Antissépticos
Seringa e agulhas para anestesia
Seringa para lavagem
SF para lavagem interna
Solução anestésica
Vários pacotes de gazes
Pinça hemostática
26
Dreno de Penrose (geralmente de número 1 ou 2)
Fio de sutura
Procedimento:
27
5. Exploração e lavagem interna: idealmente, deve-
se explorar a intimidade do abscesso
duvulsionando-se uma pinça hemostática, para
desfazer septações remanescentes. Em seguida,
pode-se aplicar alguns jatos de SF com uma seringa
no interior da cavidade, para remover o restante das
secreções.
28
Paracentese de alívio
A paracentese de alívio é um procedimento comumente realizado, sendo
indicado na presença de ascite e desconforto respiratório, num paciente
hemodinamicamente estável. Muitas vezes os pacientes chegam para a
avaliação da cirurgia geral, porém sem os sinais clínicos de desconforto.
Nestes casos, o procedimento geralmente não é realizado. Outra situação,
menos comum, são encaminhamentos clínicos já solicitando a realização da
paracentese e indicando a quantidade de líquido ascitico a ser retirado. É
importante entendermos que a sua função é apenas fornecer um alívio
temporário ao paciente, ajudando-o a respirar melhor e que sem o tratamento
clínico da causa base, o líquido ascitico se acumulará novamente. Assim,
devemos sempre orientar os pacientes quanto a finalidade paliativa e
momentânea do procedimento.
29
Material necessário:
Iodo povidine
Gaze
Luva estéril
Máscara
Anestésico
Seringa
Jelco 14 ou 16
Equipo (com o recipiente transparente cortado)
Recipiente com medição para coleta do líquido (ex: embalagem de soro
de 500 ml ou bolsa de sonda vesical*)
*Obs: a bolsa de sonda é um material caro. Deixe para utilizá-la quando não
tiver alternativa ou quando o movimento estiver muito grande, pois em
decorrência de sua capacidade de 2L demora para encher e só precisa ser
esvaziada uma vez.
**OBS: alguns cirurgiões utilizam apenas o jelco para puncionar, sem seringa
acoplada.
30
Drenagem de hematoma subungueal
O hematoma subungueal resulta de um trauma na base da unha que
provoca sangramento e separação do leito ungueal. Consiste em um quadro
doloroso, porém de fácil resolubilidade e alívio imediato para o paciente. Para o
procedimento de drenagem utilizamos basicamente uma simples agulha rosa
associada a paciência e sutileza de movimento.
31
Venóclise periférica
Material necessário:
Sequência do Ato:
32
Dando início ao procedimento
propriamente dito, calça-se as luvas e
amarra-se o garrote de cerca de 20 cm
acima do local escolhido para punção. Com
algodão embebido em álcool 70%, precede-
se assepsia no sentido do retorno venoso.
33
Figura: Opções de fixação do acesso venoso
Cuidados pós-procedimento:
A cânula deve ser removida quando não for mais necessária ou quando
houver evidências de complicações. Deve-se remover o curativo e aplicar gaze
estéril no local da punção, e pressionar firmemente ao remover a cânula. Deve-
se, então, continuar a aplicação da pressão por ao menos um minuto após
remoção ou até a hemóstase ser atingida. Cobre-se então o local com curativo
estéril.
Complicações:
34
ser decorrente do desalojamento do cateter da veia durante a infusão. As
infecções são mais raras e, quando ocorrem. Estão associadas a infecção
nosocomial. Também são raras as inflamações nervosas, que podem ter
origem na introdução da agulha, já que os nervos periféricos são
potencialmente vulneráveis, e podem causar sequelas desde alterações da
sensibilidade até paralisia do membro.
Resumo:
INDICAÇÕES:
CONTRAINDICAÇÕES :
35
Acesso venoso central
Define-se por canulação venosa central o posicionamento de um
dispositivo apropriado de acesso vascular cuja extremidade atinja a veia cava
superior ou inferior, independentemente do local da inserção periférica.
Principais indicações
Principais contra-indicações
Obs: Se o acesso venoso central não for possível de ser realizado, seja por
contra-indicação, seja por falha na técnica de punção, uma alternativa é a
dissecção venosa.
Preparação
36
capaz de segurar a gaze para a anti-sepsia), afastador de Farabeuf (caso seja
necessária a dissecção venosa). Além disso você vai precisar de luva estéril,
anestésico (ex. lidocaína), seringa 5ml e 10ml, agulha fina para aplicação do
anestésico, lâmina de bisturi, fio de sutura 4.0, polvidine ou clorexidina, gaze,
kit de acesso venoso central, equipo, solução salina (ex. SF 0,9%)
Localização:
a) Identificar a linha que vai do processo mastoide até a inserção esternal do
músculo esternocleidomastoideo (SCM);
b) Localizar o ápice do triângulo formado pelas duas cabeças do SCM, tendo
a clavícula como base;
c) Palpar a pulsação da artéria carótida (medial ao bordo interno do SCM);
d) Identificar visualmente, ou por palpação, a posição da veia jugular externa,
para evitar sua punção acidental.
Obs: A VJI direita corre ao longo da linha descrita no item 1 acima, a partir
do ápice do triângulo formado pelas duas bordas do SCM, lateral à artéria
carótida. Usando essas referências anatômicas, posicione a agulha o mais
próximo possível do ápice do triângulo, distanciando-se da clavícula para
evitar lesão pleural.
Procedimento:
a) Posicionar o paciente em Trendelenburg (decúbito dorsal com o dorso mais
baixo que os MMII), com a face voltada para o lado oposto ao da punção.
b) Calçar luvas estéreis, realizar a anti-sepsia da pele e colocação de campos
cirúrgicos, deixando expostos para visualização e palpação a mastóide,
carótida, clavícula, fúrcula esternal e borda lateral do SCM. Ao se fazer a
antissepsia o ideal é que se faça em todo o pescoço (dos lados direito e
esquerdo) e até a linha mamilar (em toda a sua extensão), devido o fato de
37
que algumas vezes a punção de VJI é mal sucedida de um lado e pode-se
tentar do lado contralateral. Se for mal sucedida dos dois lados, pode-se
tentar puncionar a veia subclávia através da técnica descrita a frente nesse
mesmo capítulo.
c) Infiltrar a pele com solução anestésica.
d) Com uma agulha fina (22G) adaptada a uma seringa contendo solução
salina fisiológica, sempre se aplicando uma leve força de aspiração,
avançar, num ângulo inclinado de 30º em relação à pele, apontando- a
para o mamilo ipsilateral. VJI é relativamente superficial em relação à pele
(2-3cm de profundidade). Para evitar punção da carótida, deve-se localizá-
la por palpação e introduzir a agulha sempre lateral à mesma.
e) Uma vez tendo sido localizada a VJI, remover a agulha fina, e, com uma
agulha 18G adaptada à seringa, puncionar a veia obedecendo sempre aos
mesmos ângulo e direção utilizados para localizá-la. O sangue deve fluir
fácil e livremente para dentro da seringa.
f) Reduzir o ângulo de inclinação da agulha em relação à pele para mantê-la
mais alinhada com a veia.
g) Desconectar a seringa e observar se não há fluxo sanguíneo pulsátil
(arterial) pela agulha (o sangue venoso flui de maneira contínua e é mais
escuro que o sangue arterial). Deve-se manter o orifício externo da agulha
ocluído com o dedo para evitar o risco potencial de embolia aérea
h) Inserir o fio-guia suavemente para dentro do vaso, através do orifício
interno da agulha, que deve progredir sem nenhuma resistência até a
marcação escura que contém no fio-guia.
i) Segurar o fio-guia com uma mão e retirar a agulha com a outra, passando-
a pela extremidade externa do fio guia.
j) Vestir o fio-guia com o dilatador e empurrar o conjunto todo para dentro da
veia. Pode-se “girar” o dilatador em sentido horário ou anti-horário para que
o orifício de entrada do vaso fique ainda mais dilatado. Em seguida,
remover o dilatador com uma mão, mantendo o fio-guia em posição,
segurando-o com a outra mão.
k) Comprimir o orifício de entrada na pele para evitar sangramentos
desnecessários.
l) Vestir o fio-guia com o cateter até a extremidade do fio ultrapassar a do
cateter. Inserir o conjunto todo através da pele até a medida apropriada.
Em seguida, retirar o fio-guia através de um dos orifícios do cateter.
m) Finalmente, realizar o teste do refluxo de sangue através dos lúmens do
cateter, que deve ser livre e fácil. Conecta-se o equipo de solução salina à
saída do cateter, verifica-se a entrada da solução para dentro do cateter e
em seguida coloca-se o frasco de solução salina em uma altura inferior ao
leito do pacientes para verificar se o sangue reflui para dentro do equipo.
n) Fixá-lo à pele com fio 4.0, por exemplo, e aplicar o curativo apropriado.
o) Solicitar Rx de tórax em AP para verificar o local se o cateter está no local
adequado e se houve confecção de pneumotórax durante o procedimento.
38
2. VEIA SUBCLÁVIA
Localização:
a) Identificar e demarcar a linha coraco-clavicular, isto é, a linha que vai da
borda superior da cabeça medial da clavícula à borda inferior do
processo coracóide.
b) Demarcar a linha infraclavicular.
c) Identificar o ponto de cruzamento da linha coraco-clavicular com a linha
infraclavicular (geralmente, na região médio-clavicular), e marcar um
outro ponto cerca de 1,5cm (uma polpa digital) para fora do cruzamento
das duas linhas. A veia subclávia corre paralela à linha coraco-clavicular,
por baixo da clavícula, justamente medial ao ponto hemiclavicular.
a) Pode-se também correr um dedo pelo sulco subclávio, identificando-se o
triângulo deltopeitoral, que também é um local apropriado para punção
da VSC.
39
Procedimento:
a) Posicionar o paciente em Trendelenburg, com a face ligeiramente
voltada para o lado oposto ao da punção. Opcionalmente, um coxim
interescapular pode ser colocado sob o paciente para melhor ressaltar a
região infraclavicular.
b) Calçar luvas estéreis, realizar a anti-sepsia da pele e colocação de
campos cirúrgicos, deixando expostos para visualização e palpação os
terços médio e interno da clavícula e a fúrcula esternal. Ao se fazer a
antissepsia o ideal é que se faça em todo o pescoço (dos lados direito e
esquerdo) e até a linha mamilar (em toda a sua extensão), devido o fato
de que algumas vezes a punção de veia subclávia é mal sucedida de um
lado e pode-se tentar do lado contralateral. Se for mal sucedida dos dois
lados, pode-se tentar puncionar a VJI através da técnica já descrita
anteriormente.
c) Infiltrar o local identificado para a punção com solução anestésica.
d) Adaptar uma agulha longa, 18G, a uma seringa preenchida com solução
salina, e introduzi-la, rente à borda inferior da clavícula, direcionando-a
para a fúrcula esternal. A VSC é relativamente profunda, e, ao ser
puncionada, o sangue deve fluir fácil e livremente para dentro da
seringa.
e) Desconectar a seringa da agulha e observar se não há fluxo sanguíneo
pulsátil (arterial). O sangue venoso flui de maneira contínua.
f) Manter o orifício externo da agulha ocluído com o dedo para evitar o
risco potencial de embolia aérea.
g) Inserir o fio-guia suavemente para dentro do vaso, através do orifício
interno da agulha, que deve progredir sem nenhuma resistência até a
marcação escura que contém no fio-guia.
h) Segurar o fio-guia com uma mão e retirar a agulha com a outra,
passando-a pela extremidade externa do fio guia.
i) Vestir o fio-guia com o dilatador e empurrar o conjunto todo para dentro
da veia. Pode-se “girar” o dilatador em sentido horário ou anti-horário
para que o orifício de entrada do vaso fique ainda mais dilatado. Em
seguida, remover o dilatador com uma mão, mantendo o fio-guia em
posição, segurando-o com a outra mão.
j) Comprimir o orifício de entrada na pele para evitar sangramentos
desnecessários.
k) Vestir o fio-guia com o cateter até a extremidade do fio ultrapassar a do
cateter. Inserir o conjunto todo através da pele até a medida apropriada.
Em seguida, retirar o fio-guia através de um dos orifícios do cateter.
l) Finalmente, realizar o teste do refluxo de sangue através dos lúmens do
cateter, que deve ser livre e fácil. Conecta-se o equipo de solução salina
à saída do cateter, verifica-se a entrada da solução para dentro do
cateter e em seguida coloca-se o frasco de solução salina em uma altura
inferior ao leito do pacientes para verificar se o sangue reflui para dentro
do equipo.
m) Fixá-lo à pele com fio 4.0, por exemplo, e aplicar o curativo apropriado.
n) Solicitar Rx de tórax em AP para verificar o local se o cateter está no
local adequado e se houve confecção de pneumotórax durante o
procedimento.
40
Existem 3 tipos de dispositivos para acesso venoso profundo e técnicas
de punção:
41
2. Dispositivos “plástico por dentro da agulha” (Intracath®). O vaso é
puncionado com uma agulha longa, de grosso calibre, por dentro da qual o
cateter é avançado até a posição desejada (Figura2). Os riscos de
complicações são relativamente elevados, além do fato de que o orifício feito
na parede vascular é maior do que o calibre do cateter, o que facilita
vazamentos em torno do mesmo. O uso destes dispositivos é de contra-
indicação absoluta em pacientes com distúrbios da coagulação.
42
passado vestindo o fio-guia até a posição desejada (Figura 3). É uma técnica
relativamente segura, com menores riscos de complicações imediatas, uma
vez que o vaso é puncionado com uma agulha de calibre relativamente
pequeno (18G).
43
Intubação orotraqueal
A intubação orotraqueal (IOT) é um procedimento fundamental no
manejo dos pacientes graves, sendo uma das formas mais eficientes e seguras
de manutenção das vias aéreas e controle da ventilação do paciente. Através
da IOT é possível manter o paciente sob ventilação assistida e prevenir
broncoaspiração em pacientes comatosos. Portanto, é essencial que todo
médico domine a técnica e seja capaz de indicar e realiza-la com segurança.
44
Figura 2 – Índice de Mallampati
EQUIPAMENTO
45
Figura 3 – Equipamento para intubação
46
TÉCNICA
Preparo
Obs: trauma cervical NÃO contraindica IOT, mas sim a extensão do pescoço.
Figura 4 – Posição da cabeça do paciente
47
evitando escape. O “E” é feito com os demais dedos, e serve para apoiar a
mão do assistente e evitar que a máscara saia do lugar.
Laringoscopia
48
No adulto, utiliza-se o laringoscópio de lâmina curva. Posicionado o
laringoscópio, basta continuar empurrando a língua e aprofundando até
alcançar a valécula, quando será possível visualizar as pregas vocais. Neste
momento pode-se colocar o tubo.
Figura 8 – Laringoscopia
Figura 8. A. Visualização da epiglote, indicando o ponto de apoio da lâmina na valécula. B. Visualização das pregas vocais,
indicando que é o momento de iniciar a intubação.
ATENÇÃO!
Intubação
Sempre deve-se visualizar o
O balonete do tubo deve ser procedimento, nunca tentar colocar o
testado antes do procedimento e tubo às cegas. Ao visualizar a glote,
desinsuflado antes da inserção do tubo. não desvie o olhar para pegar o
Recomenda-se o uso de um fio guia tubo, estenda a mão e o peça a um
dentro do tubo para deixa-lo mais auxiliar.
49
rígido. Com a mão direita, o assistente deve pegar o tubo na pela porção que
ficará fora da boca do paciente (para evitar contaminação), introduzi-lo pelo
canto direito da boca (para não atrapalhar a linha de visão) e guia-lo até que
penetre as cordas vocais.
Confirmação
Para confirmar se o tubo foi realmente para as vias aéreas deve ser feita
a ausculta de ambos os pulmões (intubação seletiva) e do abdome (intubação
esofágica). Ainda pode ser utilizada a capnografia e a radiografia simples de
tórax (mostrando o tubo 2 cm acima da carina).
50
Confirmado o sucesso da IOT, pedir para um auxiliar fixar o tubo e
retomar o ritmo das ventilações: em adultos, 8 a 10 ventilações por minuto
(uma a cada 6 a 8 segundos); em neonatos, 1/3 (“aperta, solta, solta”). No
adulto, em caso de PCR, as ventilações agora podem ser realizadas
independentemente das compressões.
ATENÇÃO!
É importante que todo o
procedimento não leve mais de 30
segundos, o que é relativamente
fácil na maioria dos pacientes. Se
estiver demorando demais, melhor
parar, ventilar o paciente e tentar a
laringoscopia de novo.
51
Preparo para o centro cirúrgico
Ao ser chamado para o Centro Cirúrgico (CC), o estudante deve se
dirigir a uma janela ao lado da entrada, onde pegará uma muda de roupa
higienizada. Em seguida, ir ao vestiário, masculino ou feminino, para se trocar.
Dica: A muda de roupa é entregue dentro de um saco plástico, que pode ser
utilizado para guardar seus pertences, como estetoscópio, relógio, carteiras e
celulares, e deixado na sala de cirurgia, em algum local apropriado.
52
Técnica de escovação: Usar os
braços (acima dos cotovelos) ou
a esponja para abrir e fechar a
torneira, sem contaminar as
áreas já escovadas. Molhar a
esponja e ensaboar das pontas
dos dedos ao cotovelo, limpando
bem os espaços interdigitais. Em
seguida, nesta ordem e em
ambos os MMSS, escovar a
ponta dos dedos, a palma das
mãos, o dorso, as interdigitais,
todo o antebraço e os cotovelos.
Sempre passar as cerdas de
distal para proximal. Finalizar
enxaguando mãos e antebraços.
53
Uma vez totalmente paramentado, se solicitado, o estudante pode
montar a mesa cirúrgica, com todos os cuidados para evitar contaminação. O
importante é manter instrumentos de função semelhante próximos e saber bem
localizá-los quando solicitados pelo cirurgião. Abaixo segue alguns exemplos
de mesas montadas:
54
Obs¹: Deve-se ter extremo cuidado para evitar contaminação das luvas, da
parte frontal do capote, dos campos, instrumentos e mesa. Enquanto a cirurgia
não se inicia, é importante manter as mãos unidas acima da cicatriz umbilical,
estar longe do caminho dos circulantes e jamais dar as costas para a mesa de
instrumentos, visto que a parte posterior do capote é contaminada.
55
Se solicitado, o acadêmico pode atuar como instrumentador, auxiliar ou
ambos. Daí a necessidade de conhecer corretamente os tempos e o nome dos
instrumentos cirúrgicos. Abaixo, segue uma lista dos mais utilizados no serviço:
Instrumentos de diérese:
Bisturi frio
Bisturi elétrico
Tesoura de Metzenbaum curva
Tesoura de Metzenbaum reta
Afastadores:
Farabeuf
Doyen (pronuncia-se "Doyan")
Suprapúbico
Maleável
Abdominal (Finocchietto e/ou Gosset)
Instrumentos de síntese:
Porta agulha
Fios de sutura
Outros:
Compressas
Gazes
Cuba
56
Miniatlas de instrumentos cirúrgicos
57
58
Rotina em caso de acidente de
trabalho (2015)
1 – ACIDENTE COM MATERIAL PERFURO – CORTANTE:
Importante 1:
Importante 2:
Importante 3:
59
2 – OUTROS ACIDENTES (Queimaduras, Quedas, Acidentes de trajeto, etc.):
3 – Notificação de Acidente:
60
61
Anexos:
Escalas:
Espontânea 4
Abertura ocular À voz 3
À dor 2
Nenhuma 1
Orientada 5
Confusa 4
Resposta verbal Palavras inapropriadas 3
Palavras incompreensíveis 2
Nenhuma 1
Obedece comandos 6
Localiza dor 5
Resposta motora Movimento de retirada 4
Flexão anormal 3
Extensão anormal 2
Nenhuma 1
62
Avaliação radiológica:
AVALIAÇÃO DE RX DE TÓRAX
A Traqueia e brônquios
B Parênquima pulmonar
C Mediastino
D Diafragma (e recessos costodiafragmáticos)
E Esqueleto
F Partes moles
G Extras (tubos, projéteis, acessos venosos ...)
AVALIAÇÃO DE RX DE PELVE
1 Sínfise púbica e ramos púbicos (diástase e fratura)
2 Acetábulo, cabeça e colo do fêmur
3 Asas do ilíaco e sacro-ilíaca
4 Forames sacrais anteriores
5 5ª vértebra e processos transversos
63
INCIDÊNCIA DE RX
Crânio PA / Perfil esquerdo ou direito
Face Mento-naso / Perfil
Seios da face Fronto-naso / Mento-naso
Ossos nasais Perfil
Mandíbula PA/ Oblíqua
Coluna Cervical C1 e C2 / PA/ Perfil / Oblíqua direita e esquerda
Coluna Torácica AP/Perfil
Coluna Lombar AP/ Perfil / Oblíqua Posterior direito
Sacro e Coccix AP/ Perfil
Tórax AP/ Perfil / PA/ Decúbito lateral com raios
horizontais
Arcos Costais AP / Oblíqua Posterior direito
Abdome AP/ Perfil / PA/ Decúbito lateral com raios
horizontais/ AP em ortostase
Bacia AP
Escápula AP/ Perfil
Ombro Rotação/ AP verdadeiro/ Transaxilar/ Perfil de
escápula
Braço AP/ Perfil interno
Cotovelo AP/ Perfil interno
Antebraço AP/ Perfil interno
Mão PA/ Oblíqua/ Perfil
Quirodáctilos PA/ Oblíqua/ Perfil
MMII AP/ Perfil esquerdo
Fêmur Perfil
Joelho AP/ Perfil
Perna AP/ Perfil externo
Tornozelo AP/ Perfil
Calcanhar AP/ Perfil / Oblíqua
Pé AP/ Perfil / Oblíqua
Pododáctilos AP/Axial
64
Dados semiológicos:
65
SITUAÇÕES DE DOR ABDOMINAL
Situação Características da dor Possíveis achados associados
Apendicite Inicialmente periumbilical ou epigástrica: Defesa, dor à palpação; sinais do ileopsoas e do
em cólica; mais tarde no QID, obturador+, hiperestesia na pele do QID; anorexia,
frequentemente no ponto de McBurney. náusea ou vômito depois do início da dor; febre em
baixo grau; sinais de Aaron, Rovsing, Markle e
McBurney+.
Peritonite Início súbito ou gradual; dor generalizada Respiração superficial: sinais de Blumberg, Markle
ou localizada, surda ou severe e defesa; e Ballance+; ruídos hidroaéreos reduzidos ou
dor na inspiração profunda. ausentes, náusea e vômito; sinais do ileopsoas e do
obturador+.
Colescistite Dor severa, contínua no QSD ou Dor à palpação e rigidez em QSD, sinal de
epigástrica. Pode ser referida na área Murphy+, vesícula biliar palpável, anorexia, vômito,
subescapular direita. febre, possível icterícia.
Pancreatite Dor dramática, súbita, excruciante no Dor à palpação epigástrica, vômito, febre, choque;
QSE, epigástrica ou umbilical; pode estar sinal de Grey-Turner+; Sinal de Cullen+; ambos os
presente em um ou ambos os flancos; ocorrem em 2-3 dias depois do início do quadro.
pode ser referida no ombro esquerdo.
Salpingite Quadrante inferior, pior à esquerda. Náusea, vômito, dor à palpação suprapúbica, abd
rígido, dor ao exame pélvico.
Doença Quadrante inferior, aumento com Cércive e anexos sensíveis, corrimento cervical,
Inflamatória atividade. dispareunia, dor à mobilização do colo.
Pélvica
Diverticulite Epigástrica, irradiando para o lado Flatulência, borborigno, diarreia, disúria, dor à
esquerdo do abd, especialmente depois palpação.
de comer; pode ser referida no dorso.
Úlcera gástrica Abrupta no QSD, pode ser referida nos Ar livre abdominal e distensão com ressonância
ou duodenal ombros. aumentada sobre o fígado; sensibilidade no
perfurada epigástro ou no QSD; parede abdominal rígida,
descompressão dolorosa.
Obstrução Abrupta, severa, espasmódica, referida Distensão, descompressão dolorosa mínima,
intestinal na região epigástrica e umbilical. vômito, sensibilidade localizada, peristalse visível,
RHA ausentes (com obstrução paralítica) ou agudos
e hiperativos (com obstrução mecânica)
Volvo Referida na região epigástrica e umbilical. Distensão, náusea, vômito, defesa; o volvo em alça
sigmoide pode ser palpável.
Aneurisma Latejante e contínua na linha média sobre Náusea, vômito, massa abdominal, sopro
abdominal roto o aneurisma; pode se irradiar para as abdominal.
costas e flanco.
Cálculos Episódica severa, QSD ou epigástrica Sensibilidade no QSD, parede abdominal macia,
biliares, cólica durando de 15 min a várias horas, pode anorexia, vômito, icterícia, temperatura subnormal.
ser referida na área subescapular.
Cálculos renais Intensa; flanco estendendo-se à virilha e Febre, hematúria, sinal de Kehr.
aos genitais; pode ser episódica.
Gravidez Quadrante inferior, firme; aumenta com a Sensibilidade hipogástrica; sintomas de gravidez,
ectópica tosse ou com o movimento. pequeno sangramento vaginal, menstruação
irregular, parede abdominal macia, massa no
exame pélvico bimanual. SE ROTA: choque, parede
abdominal rígida, distensão, sinal de Kehr e
Cullen+.
Cisto ovariano Quadrante inferior, firme; aumenta com a Vômito, febre baixa, anorexia, dor ao exame
roto tosse ou com o movimento. pélvico.
Ruptura Intensa, QSE, Irradiando ao ombro Choque, palidez, diminuição da temperatura.
esplênica esquerdo; pode piorar com a elevação
dos pés da cama.
66
Outros:
MALLAMPATI
Classe I Úvula totalmente visível
Classe II Úvula parcialmente visível
Classe III Apenas a base da úvula é visível
Classe IV Úvula não visualizada
67
Medicações potencialmente inapropriadas para
Tabela idosos.
Qualidade da
Classe e medicação Razão Recomendação evidência
Anti-histamínicos 1ª geração – Ação anticolinégica; Evitar Forte
hidroxizine prometazina
Clearence reduzido
com a idade
Hiostina e escopolamina
Espironolactona com
risco de hipercalemia
em doses maiores
68
Antidepressivos tricíclicos Ação anticolinérgica, Evitar Forte
sedação e hipotensão
Amitriptilina ortostárica
Clordiazepóxido-amitriptilina
Clomipramina
Imipramine
Clonazepam
Diazepam
Ibuprofeno
Meloxicam
Naproxeno
Piroxican
69
Fonte: adaptada de American Geriatrics Society, Beers criteria for potentially inappropriate
medication use in older adults, 2012.
70
Antitetânicos
71
Bibliografia recomendada
• Comitê de Trauma. Suporte Avançado de Vida no Trauma. 9 ed.
Chicago: Colégio Americano de Cirurgiões, 2012.
72