Q=V.C
Quando uma Tensão Contínua é aplicada às placas do capacitor, através dele não se
verifica nenhuma passagem de corrente, devido à presença do dielétrico. Por outro lado, ocorre
uma acumulação de carga elétrica nas placas de tal forma que, a placa ligada ao pólo negativo
do gerador acumula elétrons enquanto que a placa ligada ao pólo positivo do gerador fica com
falta elétrons. Este fenômeno é chamado de Polarização do Dielétrico.
Quando a tensão aplicada é interrompida, a carga acumulada mantém-se devido ao
campo elétrico que se forma entre as placas. Se as placas forem curto-circuitadas, encostando-
se os dois terminais de ligação, uma rápida passagem de corrente é produzida e o capacitor se
descarrega, retornando à condição inicial.
Quando uma corrente contínua é aplicada a um capacitor, a tensão leva certo tempo
para atingir o valor máximo. Portanto, no capacitor, a corrente está adiantada em relação à
tensão. O tempo necessário para que o capacitor se carregue totalmente depende das
resistências do circuito.
Para um circuito RC em série, quanto maior o valor do resistor e do capacitor, mais
tempo leva para que o capacitor carregue-se totalmente. A medida da velocidade de
crescimento da tensão no capacitor é dada pela constante de tempo (τ) do circuito.
–t/τ
VC = Vcc . (1 – e ) τ=R.C
Onde:
VC – Tensão do Capacitor
e – n° de Euller ou base do logaritmo neperiano (e = 2,72)
t – tempo decorrido após o fechamento da chave.
Gráfico Vc x t Gráfico i x t
Com um intervalo de tempo igual a R.C, o capacitor terá o valor de 63,2% da tensão da
fonte. Com 3.R.C, o capacitor estará com aproximadamente 95% de carga e com 5.R.C, estará
com 99,3%, quando consideramos como carga total para efeitos práticos. A tabela abaixo
mostra alguns pontos notáveis na curva de carga do capacitor.
–t/τ
Constante de tempo 1–e (tensão no capacitor)
RC 63,2 % Vcc
2RC 86,5 % Vcc
3RC 95,0 % Vcc
4RC 98,2 % Vcc
5RC 99,3 % Vcc
–t/τ
VC = Vatual. (e )
Onde:
V atual – tensão que está acumulada no capacitor no instante do fechamento da chave.
VC – Tensão do Capacitor
e – n° de Euller ou base do logaritmo neperiano (e = 2,72)
t – tempo decorrido após o fechamento da chave.
Reatância Capacitiva
Quando uma Tensão Alternada é aplicada a um capacitor, seu comportamento é a
conseqüência direta do que ele manifesta no caso de uma Tensão Contínua.
O Dielétrico é submetido a solicitações alternadas, pois variam de sinal rapidamente e
sua polarização muda com o mesmo ritmo. Se a freqüência aumenta, o Dielétrico não pode
seguir as mudanças com a mesma velocidade com que ocorrem, e assim, a polarização
diminui, o que acarreta uma redução da capacitância. Portanto, devido ao fato de que a
capacitância tende a diminuir com o aumento da freqüência, os capacitores Styroflex e
cerâmicos são os únicos que podem ser empregados em alta freqüência (Amplificadores e
Osciladores). Com as Tensões Alternadas, produzindo o fenômeno de sucessivas cargas e
descargas, verifica-se uma circulação de corrente, embora esta não flua diretamente pelo
Dielétrico.
Assim, chega-se a uma das principais aplicações dos capacitores: a de separar a
Corrente Alternada da Corrente Contínua, quando estas se apresentam simultaneamente.Em
geral: o capacitor comporta-se como um circuito aberto em corrente contínua e como uma
resistência elétrica em corrente alternada.
Xc = 1
2 . π .f .C
Onde:
F – Freqüência (Hz)
C – Capacitância (F)
Xc – Reatância Capacitiva (Ω)
Vc = Xc . Ic
Tipos de Capacitores
O que determina o tipo do capacitor é o seu Dielétrico. Pode ser do tipo:
- Axial (1 terminal em cada extremidade).
- Radial (2 terminais na mesma extremidade).
Associações de Capacitores
Associação em Série
A Capacitância Total diminui, pois há um aumento efetivo da distância entre as placas.
Para calcular a Capacitância Total em Paralelo:
1= 1+ 1+ 1 CT = C1 . C2
CT C1 C2 Cn C1 + C2
(para 2 capacitores)
Associação em Paralelo
A Capacitância Total aumenta, pois aumenta a área de placas que recebem cargas.
Para calcular a Capacitância Total em Série:
CT = C1 + C2 + Cn
Tensão de Trabalho
Há um limite para a tensão que pode ser aplicada a um capacitor qualquer. Se for
aplicada uma tensão alta, haverá uma corrente que forçará uma passagem através do
Dielétrico. O capacitor entra em curto-circuito e é descarregado. A tensão máxima a ser
aplicada a um capacitor é chamada de Tensão de Trabalho e não deve ser ultrapassada.
Capacitores eletrolíticos
Consiste em uma folha de alumínio como armadura positiva, onde por um processo
eletrolítico, forma-se uma camada de óxido de alumínio que serve como dielétrico, e um fluído
condutor, o eletrólito que impregnado em um papel poroso, é colocado em contato com uma
outra folha de alumínio de maneira a formar uma armadura negativa. O conjunto é bobinado,
sendo a primeira folha de alumínio ligada ao terminal positivo e a outra ligada a uma caneca
tubular, encapsulado todo o conjunto, e ao terminal negativo.
Os capacitores eletrolíticos, por apresentarem o dielétrico como uma fina camada de
óxido de alumínio e em uma das armaduras um fluido, constituem uma série de altos valores
de capacitância, mas com valores limitados de tensão de isolação e terminais polarizados.
Leitura de capacitores
-12
O valor do capacitor,"B", é de 3300 pF (picofarad = 10 F) ou 3,3 nF
-9 -6
(nanofarad = 10 F) ou 0,0033 µF (microfarad = 10 F). No capacitor "A", devemos acrescentar
mais 4 zeros após os dois primeiros algarismos. O valor do capacitor, que se lê 104, é de
100000 pF ou 100 nF ou 0,1µF.
-12
Para transformar em picofarad, pegamos 0,000.000.003.3F e dividimos por 10 ,
resultando 3300pF. Alguns fabricantes fazem capacitores com formatos e valores impressos
como os apresentados abaixo. O nosso exemplo, de 3300pF, é o primeiro da fila.
Note nos capacitores seguintes, o aparecimento de uma letra maiúscula ao lado dos
números. Esta letra refere-se a tolerância do capacitor, ou seja, o quanto que o capacitor
pode variar de seu valor em uma temperatura padrão de 25°C. A letra "J" significa que este
capacitor pode variar até ±5% de seu valor, a letra "K" = ±10% ou "M" = ±20%. Segue na
tabela abaixo, os códigos de tolerâncias de capacitância.
Até 10pF Código Acima de 10pF
±0,1pF B
±0,25pF C
±0,5pF D
±1,0pF F ±1%
G ±2%
H ±3%
J ±5%
K ±10%
M ±20%
S -50% -20%
+80% -20%
Z
ou +100% -20%
P +100% -0%
A tabela a seguir, mostra como interpretar o código de cores dos capacitores abaixo.
No capacitor "A", as 3 primeiras cores são: laranja, laranja e laranja, correspondem a 33000,
equivalendo a 33 nF. A cor branca, logo adiante, é referente a ±10% de tolerância. E o
vermelho, representa a tensão nominal, que é de 250 volts.