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EXMO. SR. DR.

JUIZ DA 38ª ZONA ELEITORAL DO MUNICÍPIO


TERESÓPOLIS/RJ.

Processo nº 102/2008

JOSÉ CARLOS FARIA, nos autos da


INVESTIGAÇÃO JUDICIAL POR ABUSO DE PODER ECONÔMICO E USO
INDEVIDO DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO interposta pelo MINISTÉRIO
PÚBLICO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, vem, por seus
procuradores, que a esta subscrevem, apresentar suas

ALEGAÇÕES FINAIS,

constante dos seguintes termos:

Ao término da instrução, ficou


devidamente demonstrado que os acontecimentos narrados na peça
vestibular não se revestem de respaldo legal, eis que as
acusações encetadas pelo ilustre representante do Ministério
Público foram totalmente descaracterizadas, não havendo sequer
mínimos indícios do cometimento de infração eleitoral por
parte do Sr. José Carlos Faria.
Essas assertivas são consubstanciadas
na prova testemunhal colhida, quando as testemunhas de
acusação, policiais militares Marcelo Lamenza e Paulo César
Ponte, que participaram diretamente das diligências na
apreensão do Jornal “Tribuna Independente”, em momento algum
mencionaram perante o Juízo que o investigado Faria teria
autorizado a sua veiculação, ou que o mesmo seria o
responsável pela circulação do referido noticiário. As
testemunhas Josiane Corrêa da Silva e Babara Souza Correia,
também arroladas pelo órgão acusador, também não fazem
qualquer citação com relação ao nome do candidato nos fatos em
tela.

Ademais, no tocante a parte da denúncia


quando afirma que o Investigado José Carlos Faria teria
determinado a publicação de 03 (três) edições do Jornal
“Tribuna Independente”, as quais faziam propaganda política
para sua pessoa em prejuízo aos demais candidatos, e que as
publicações inseridas no Jornal “Tribuna Independente”, além
de “tendenciosas”, influiriam “no juízo crítico do eleitor”,
bem como comprometeriam “a lisura do processo eleitoral”. Ora,
Emérito Julgador, esses fatos fantasiosos, jamais ocorreram,
haja vista que o Investigado ficou em último lugar na sucessão
do Executivo Municipal, sendo afirmações inconsistentes e
divorciadas da realidade dos acontecimentos.

Para a decretação da inelegibilidade de


um candidato é necessária prova robusta e incontroversa do
vício a inquinar a liberdade de voto e a legitimidade das
eleições, como também o potencial lesivo suficiente para
macular o comprometimento da lisura do pleito.
Não houve in casu, nenhuma prova
robusta que demonstrasse ter o Investigado maculado a
liberdade de voto, não se podendo falar em comprometimento da
lisura do pleito para ensejar a declaração de inelegibilidade.

Segundo o jurista Marcos Ramayana, em


sua obra Direito Eleitoral, 8ª edição, pág. 399, “O abuso do
poder econômico ou político é toda a conduta ativa ou omissiva
que tenha potencialidade para atingir o equilíbrio entre
candidatos que almejam determinado pleito eleitoral”. Segundo
o mesmo jurista, ”para caracterização do abuso do poder
econômico, é necessária a prova de potencialidade lesiva”,
destacando “que a sanção de inelegibilidade ou cassação do
registro leva em consideração o desequilíbrio causado com a
prática da ação comissiva por parte do infrator ou de seus
cabos eleitorais e simpatizantes em geral”. (Grifos nossos).

Impende reconhecer que o fato sob


comento, isoladamente, não teve potencialidade para
comprometer o resultado obtido nas urnas. Em decorrência
disso, resta incaracterizada a ofensa ao art. 22 da Lei
Complementar nº 64/90.

Nesse sentido, entende o colendo


Tribunal Superior Eleitoral, em julgados ementados a seguir:

“Eleições 2002. Investigação judicial. Art. 22 da Lei Complementar nº 64/90. Abuso


de poder. Utilização indevida dos meios de comunicação social. Jornal.
Suplementos. Matérias. Publicidade Institucional. Entrevista. Governador. 1. Não
cabe à Justiça Eleitoral julgar eventual prática de ato de improbidade
administrativa, o que deve ser apurado por intermédio de ação própria.
Precedente: Acórdão nº 612.

2. Tratando-se de fato ocorrido na imprensa escrita, tem-se que o seu alcance é


inegavelmente menor em relação a um fato sucedido em outros veículos de
comunicação social, como o rádio e a televisão, em face da própria característica
do veículo impresso de comunicação, cujo acesso à informação tem relação direta
ao interesse do eleitor.

3. Na investigação judicial, é fundamental se perquirir se o fato apurado tem a


potencialidade para desequilibrar a disputa do pleito, requisito essencial para a
configuração dos ilícitos a que se refere o art. 22 da Lei de Inelegibilidades .

Recurso ordinário a que se nega provimento .


(Acórdão 725 - GO Relator Luiz Carlos Lopes Madeira Relator designado Carlos
Eduardo Caputo Bastos Publicação DJ - Diário de Justiça, Volume 1, Data
18/11/2005, Página 69).

RECURSO ORDINÁRIO. ELEIÇÃO 2002. AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO JUDICIAL


ELEITORAL. CANDIDATO. SENADOR. ABUSO DO PODER ECONÔMICO. USO
INDEVIDO DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO.
IRREGULARIDADE. UTILIZAÇÃO. RÁDIO. DIVULGAÇÃO. ENTREVISTA.
PESQUISA ELEITORAL. AUSÊNCIA DE DEMONSTRAÇÃO DE
POTENCIALIDADE. INFLUÊNCIA. ELEIÇÃO. NEGADO PROVIMENTO.

I - Para a configuração do ilícito previsto no art. 22 da LC nº 64/90, é necessário


aferir se o fato tem potencialidade ou probabilidade de influir no equilíbrio da
disputa,
TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO ESTADO DO PIAUÍ
Processo n° 135– Classe “17ª”
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TRE-PI
Fls._____
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independentemente da vitória eleitoral do autor ou do beneficiário da conduta
lesiva.
(Grifos do Relator)
II - Em ação de investigação judicial eleitoral, o Ministério Público Eleitoral é
competente para atuar em todas as fases e instâncias do processo eleitoral,
inclusive em sede recursal.

(Acórdão 781 - RO Relator Francisco Peçanha Martins Publicação DJ - Diário de


Justiça, volume 1, Data 24/09/2004, Página 163.)

Seguindo a pacífica jurisprudência do


Tribunal Superior Eleitoral, a procedência da investigação
judicial, fundada em abuso de poder é necessária, para
decretação da inelegibilidade, prova robusta e incontroversa,
exigindo a demonstração da potencialidade do ato em influir no
resultado do pleito, não se admitindo a condenação por meras
conjecturas e ilações. O Ministro Carlos Velloso, relator do
Recurso Ordinário nº 730, de 04/05/2004, cuja decisão teve a
unanimidade de Corte Superior, assim entendeu:

“ (...)

Entretanto, para que seja configurado o abuso do poder econômico,


embora dispensada a participação do candidato beneficiado, deve
estar evidente a potencialidade de influência no pleito, ou seja a
possibilidade de desequilíbrio de disputa eleitoral. As práticas abusivas,
como afirmou Ministro Fernando Neves no Ac. 19.536, DJ de
21.06.2002, devem ser importantes e“ significativas. No mesmo
sentido, os Acs. nºs 19.553, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, DJ de
21.06.2002, e 4.410, Rel. Min. Fernando Neves, DJ de 7.11.2003. (...)”

Igual posição adotou o Ministro José Delgado,


no Recurso Ordinário nº 708. publicado no DJ de 08/08/2006, também
julgado de forma unânime pela Corte:

“REPRESENTAÇÃO. RECURSO ORDINÁRIO. ABUSO DE PODER.


PROPAGANDA ELEITORAL. PROVAS ROBUSTAS. AUSÊNCIA NEGADO
PROVIMENTO.

1 – É indispensável a demonstração da provável influência do ilícito no


resultado eleitoral. Precedentes.

2 – A ausência de provas robustas compromete a análise de eventual


prejuízo à paridade entre os concorrentes.

3 – (...)

4 – Recurso Ordinário não provido.” (Grifos nossos).

Dessa forma, com a “vênia” do ilustre


representante do Ministério Público, a presente demanda carece
de total respaldo legal, porquanto, no caso em tela, inexiste
a figura do abuso do poder econômico e uso indevido dos meios
de comunicação por parte do Investigado José Carlos Faria,
além do que este não outorgou as publicações editadas no
Jornal “Tribuna Independente”, sendo apanhado de surpresa com
o teor das matérias, não tendo havido, conforme já explicitado
anteriormente, qualquer benefício em seu favor com as
referidas publicações.

Saliente-se que a impetração da


presente ação colheu de surpresa o Investigado, que sempre
procurou na sua campanha eleitoral agir com lisura e decência,
e tais assertivas podem ser constatadas pelo próprio órgão
acusador e pelo magistrado responsável por esta Zona
Eleitoral, sendo este o único procedimento a que está
respondendo. Ao contrário dos demais candidatos, que foram
recheados de denúncias por práticas abusivas durante o pleito
eleitoral. Com atitudes ilícitas praticadas por estes, a
campanha eleitoral do Investigado José Carlos Faria sofreu
sórdidos ataques à sua pessoa, em todos os setores da imprensa
– escrita, falada e televisada – obrigando-o a ajuizar
diversas ações com o intuito de reparar os infundados assaques
contra si realizados, que tiveram efeitos fulminantes e
irreversíveis, influindo de forma decisiva na decisão do
eleitorado, sendo os efeitos danosos produzidos, impossíveis
de ser recompostos, beneficiando os infratores eleitoralmente
dos resultados ilicitamente estimulados.

Com efeito, a conduta atacada não


produziu o resultado obtido no pleito passado, sendo de bom
alvitre argumentar que a tiragem do jornal foi tão
inexpressiva que sequer chegou a abalar a campanha dos demais
candidatos, não sendo demonstrada a potencialidade do fato
para desequilibrar a disputa das eleições de 2008. Na verdade,
não é factível que a relevante diferença de mais de 20.000
(vinte mil) votos que houve entre os candidatos vencedor e
vencido, tenha sido provocada pelo fato em questão,
isoladamente considerado. impossível prosperar a pretensão
ministerial.

Assim, pelos motivos expostos, não


restando comprovado a potencialidade do fato para
desequilibrar a disputa nas eleições de 2008, e inexistindo
por parte do investigado a prática de lesividade das condutas
apontadas pelo órgão ministerial, requer a Vossa Excelência, a
improcedência da presente ação, pois assim procedendo estará
sendo feita mais uma vez a costumeira e sábia JUSTIÇA!.

Termos em que,
P. Deferimento.

Teresópolis, 18 de fevereiro de 2009.

JORGE SPINELLI IENSUNY MOUZINHO MORAIS


OAB/RJ-75.362 OAB/RJ-69.256

YARA DE OLIVEIRA ALMEIDA


OAB/RJ-163.234/E

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