Vou dizer mais! A aula de hoje também tem uma relação muito
grande com a semântica e com o objetivo discursivo do falante. Você já
deve ter ouvido falar que ‘uma vírgula muda tudo’, não é?
E vilões.
Este, juiz, é corrupto.
Este juiz é corrupto.
Isto serve para nos lembrar que vírgula não é problema de gramática,
mas de informação.
ABI: 100 anos lutando para que ninguém mude uma vírgula da sua informação.
http://www.mundogump.com.br/as-mais-incriveis-confusoes-causadas-pela-virgula/
Sumário
1- A Vírgula.................................................................................03
2- O Ponto e vírgula (com a nova ortografia, sem hífen).............11
3- Os Dois-pontos........................................................................12
4- O Ponto...................................................................................13
5- O Ponto de interrogação..........................................................13
6- O Ponto de exclamação...........................................................14
7- O Travessão............................................................................14
8- Os Parênteses.........................................................................16
9- As Aspas.................................................................................17
10- As Reticências.......................................................................18
11- Questões com gabarito comentado.......................................20
Antes de mais nada, sobre vírgula (,), é bom reiterar que seu
conhecimento de sintaxe precisa estar ‘em dia” para que entenda o que
vou dizer agora. Ok?
Neste livro ele (Luft) diz que a vírgula não tem a ver com prosódia,
mas com sintaxe. Estou insistindo nisso porque logo no início ele diz que
algumas pessoas colocam vírgulas por causa de pausas feitas na fala. A
vírgula, na escrita, não necessariamente é uma pausa na fala, tampouco
é usada para pausar quando se lê um trecho virgulado.
A vírgula não pode ser usada entre o Sujeito (S) e logo após seu
Verbo (V)
Obs.:
1- Em orações substantivas com função de sujeito iniciadas por QUEM, a vírgula entre tal
oração e o verbo da principal é facultativa, segundo alguns autores, como Sacconi:
“Quem lê sabe mais” ou “Quem lê, sabe mais”.
A vírgula não pode ser usada entre o Verbo (V) e logo após seu
complemento (C) (objeto direto, indireto (em forma de oração,
inclusive) e o predicativo do sujeito)
Obs.:
Obs.:
1- Um advérbio só, como o não ou o nunca antes do verbo, jamais é separado por
vírgula: Eu não vou mais errar esta questão. / Nunca errarei esta questão.
1) S, V
2) V, C
3) NS, CN ou NS, ADN
4) NO, CN ou NO, ADN
5) LVP, AGP
• separa vocativo
Obs.: Por uma questão estética ou de clareza de pensamento, a pausa marcada pela
vírgula antes de um predicativo do sujeito em sua posição original, ou seja, após o
verbo, é conveniente: “Minha filha passou em um grande concurso, avessa a todas as
palavras derrotistas”.
Ex.: O político, a meu ver, deve sempre usar uma linguagem clara,
ou seja, de fácil compreensão.
1- Neste último exemplo, alguns gramáticos, incluindo Bechara, dizem que a vírgula é
facultativa: “Muitos policiais estão envolvidos em corrupção(,) e os políticos não
deixam para menos”.
4- Quando elementos que têm mesma função sintática aparecem unidos pelas
conjunções e, nem e ou, não se usa vírgulas, a não ser que as conjunções apareçam
repetidas: “Tenho muito cuidado com meus filhos e filhas” / “Ou você, ou sua esposa
deve comparecer à reunião de pais.”
6- A conjunção e pode vir entre vírgulas se as vírgulas forem usadas para outras
estruturas na oração: A casa, muito antiga, e, além dela, o edifício, moderníssimo,
formavam visível contraste. (as duas primeiras vírgulas são para o predicativo do sujeito
deslocado; a terceira e a quarta vírgula são usadas para a expressão intercalada; as
duas últimas separam o predicativo do sujeito)
Obs.:
1- O mas nunca pode ser deslocado na oração, mas as outras conjunções adversativas
(porém, contudo, todavia, entretanto, no entanto, não obstante...), quando deslocadas
por qualquer parte da oração, são separadas por vírgula: “A maioria das pessoas julgam
indiscriminadamente; eu, porém, não o faço (eu não o faço, porém)”
2- Segundo alguns gramáticos, o mas pode vir antecedido ou não de vírgula: “O dono
de uma empresa demitiu 60% dos empregados(,) mas se arrependeu dias depois.”
Ex.: Ora ele procura resolver algumas situações com paciência, ora
decide fazer justamente o avesso.
Obs.: O pois deslocado (após o verbo) e entre vírgulas é conclusivo: “Esse assunto não
tem importância; devemos, pois, retirá-lo da pauta”.
Obs.: As orações subordinadas substantivas apositivas podem ser separadas por vírgula:
“Dos alunos eu só quero isto, que eles estudem mais.”
Obs.:
1- Esta frase significa que todo homem é razoável, e, por essa razão, saberá evitar uma
terceira guerra. Caso retirássemos as vírgulas, estaríamos afirmando que nem todos os
homens são razoáveis a ponto de saber evitar uma terceira guerra, mas somente
aqueles que são razoáveis saberão evitar uma terceira guerra.
2- As orações subordinadas adjetivas restritivas não são separadas por vírgula, mas
alguns gramáticos (como Bechara) dizem que uma vírgula pode vir no fim dessa oração,
principalmente quando os verbos das orações do período estão próximos: “O sol que
através das folhas se filtra(,) desenha no ar colunas amarelas de poeira.”
Obs.: A vírgula é facultativa, segundo Ulisses Infante, quando as orações principais das
adverbiais vierem à frente das subordinadas: “Gostei muito(,) quando comprei”
• orações intercaladas
Situações extras
Respeitosamente, (...)
Ex.: O Rio de Janeiro sempre lançou excelentes jogadores, como (por exemplo)
Zico, Romário e Ronaldo.
O Ponto e vírgula
O ponto e vírgula (;) é usado para marcar uma pausa maior do que
a da vírgula. Seu objetivo é colaborar com a clareza do texto — pouco
usado hoje em dia, mas frequente nos concursos. Por isso fique esperto!
Ex.: Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes
princípios:
Ex.: Ficarei com ela; (porém) não posso, porém, pagá-la à vista.
Os Dois-pontos
O Ponto
Ex.: Posso ouvir o vento assoprar com força. (,) Derrubando tudo!
O Ponto de interrogação
O Ponto de exclamação
Ex.: Nossa! Deus do céu! Como não vimos isso antes? Oh! Isso é
fantástico!
Ex.: Neymar driblou um, driblou dois, ficou de cara para o gol e...
perdeu!!! Inacreditável Futebol Clube!
O Travessão
Esta vírgula aí está, pois a primeira oração é uma subordinada adverbial iniciando
período (sempre separada por vírgula, portanto). Tal regrinha vale também para os
parênteses, ou seja:
Quando João a viu chorando (ele lamentou muito tal fato, pois a amava),
não conseguiu conter seu próprio choro.
Os Parênteses
As Aspas
A torcida, aos 45 do segundo tempo, gritou na final entre Brasil e Espanha: “Gol!!!”
As Reticências
Ex.:
Saul Garber
Adaptado de FAOZA et al. (org.). Central de tiras.
São Paulo: Via Lettera, 2003.
Manda ver!!!
A sequência obtida é
a) V, F, F, V, V
b) V, F, V, V, F
c) F, V, V, F, F
d) F, V, F, F, V
e) F, F, V, V, V
a) O travessão após “Estados Unidos” (ℓ.2) pode ser substituído por sinal
de dois-pontos sem prejuízo para a correção gramatical do período.
b) Em “concentrar-se” (ℓ.16), o “-se” indica sujeito indeterminado.
c) O emprego de vírgula após “Europa” (ℓ.7) justifica-se porque isola
adjunto adverbial de lugar no início do período.
d) Preservam-se a correção gramatical do período e a informação original
se a expressão “já socorrida” (ℓ.6) for substituída por que já tinha sido
socorrida.
e) A presença de preposição em “ao desemprego” (ℓ.17) justifica-se pela
regência de “combate”.
1-
2-
GABARITO: D.
3-
GABARITO: E.
4-
GABARITO: C.
5-
GABARITO: A.
6-
GABARITO: E.
7-
GABARITO: C.
Sobre a letra B, a regra é a mesma que consta na letra C. Veja: “... numa
oportunidade de congregar, anualmente, ONGs, personalidades,
estudantes, políticos...”. Enumeração de termos de mesma função
sintática.
Sobre a letra E, “no entanto” não é adjunto adverbial, mas sim uma
locução conjuntiva adversativa deslocada, que deve vir entre vírgulas.
8-
GABARITO: A.
Na letra A, veja como as vírgulas foram bem colocadas (justifico cada uso
da vírgula):
9-
GABARITO: A.
10-
GABARITO: A.
11-
GABARITO: B.
A afirmação de que a vírgula foi usada para isolar uma expressão que
indica circunstância é incabível. Na verdade a vírgula é usada para
separar oração subordinada adjetiva explicativa.
Sobre a letra C, veja que os termos estão enumerados; é por esta razão
que as vírgulas foram colocadas.
12-
GABARITO: B.
Comentando a letra C:
13-
GABARITO: E.
14-
GABARITO: C.
Não obstante, poderíamos dizer também que ocorre uma elipse da oração
anterior, daí o uso da vírgula. Veja: “Na base desta perspectiva está a
crença de que o mundo está aí, (o mundo está) pronto para ser
apreendido por uma consciência cognoscente.”
15-
GABARITO: C.
Bingo!
Sendo assim, o erro é... não podemos separar por vírgula o verbo de seu
complemento. Não esqueça!
16-
GABARITO: E.
E aí, difícil?
17-
Estes termos grifados estão separados por vírgula porque fazem parte de
uma enumeração de termos de mesma função sintática.
18-
GABARITO: E.
Agora veja a B:
19-
GABARITO: A.
Simples assim.
20-
GABARITO: C.
Foi?
21-
GABARITO: B.
22-
GABARITO: E.
23-
GABARITO: D.
24-
GABARITO: C.
25-
GABARITO: B.
26-
GABARITO: E.
27-
GABARITO: D.
28-
GABARITO: B.
Sobre a letra A:
29-
GABARITO: C.
Difícil a letra E! Mas não foi párea para o Pest. ☺ E você? Acertou?
30-
GABARITO: D.
31-
GABARITO: B.
32-
GABARITO: B.
33-
GABARITO: D.
Mais uma questão sobre este assunto! Esta oração é explicativa, e não
restritiva! Portanto, a vírgula é obrigatória.
34-
GABARITO: A.
Grande abraço!
Pestana
fernandopest@yahoo.com.br ou fernandopestana@estrategiaconcursos.com.br
PS: Conseguiria explicar cada vírgula do último período, antes de “Grande abraço!”?
E eu espero não ter errado nenhuma na aula... ☺