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Língua Portuguesa para ATA/MF

Teoria e questões comentadas


Prof. Fernando Pestana – Aula 05

AULA 05: PONTUAÇÃO

Salve, salve, meus alunos inquietos!

É isso aí, a aula de hoje é Pontuação! Tudo a ver com a aula


passada de Sintaxe. “Ahn?! O Pest enlouqueceu de vez... Desde quando
pontuação tem a ver com sintaxe, Pestana? Eu aprendi, desde criancinha,
que vírgula é uma pausa.” Meu nobre, calma. Vamos falar das duas
coisas, mas especialmente sobre vírgula, a pausa nem é tão importante
assim, mas a sintaxe... tudo a ver. Você vai descobrir ao longo do curso
se estou “viajando” ou não. Relax.

Vou dizer mais! A aula de hoje também tem uma relação muito
grande com a semântica e com o objetivo discursivo do falante. Você já
deve ter ouvido falar que ‘uma vírgula muda tudo’, não é?

Veja a Campanha dos 100 anos da ABI


(Associação Brasileira de Imprensa)

Vírgula, aquele sinal incômodo que às vezes sobra, às vezes falta, e


outras vezes muda o sentido do texto.

A vírgula pode ser uma pausa... ou não.


Não, espere.
Não espere.

Ela pode sumir com seu dinheiro.


23,4.
2,34.

Pode ser autoritária.


Aceito, obrigado.
Aceito obrigado.

Pode criar heróis.

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Isso só, ele resolve.
Isso só ele resolve.

E vilões.
Este, juiz, é corrupto.
Este juiz é corrupto.

Ela pode ser a solução.


Vamos perder, nada foi resolvido.
Vamos perder nada, foi resolvido.

A vírgula muda uma opinião.


Não queremos saber.
Não, queremos saber.

Isto serve para nos lembrar que vírgula não é problema de gramática,
mas de informação.

ABI: 100 anos lutando para que ninguém mude uma vírgula da sua informação.

Lembre-se: a Pontuação, principalmente a vírgula, está ligada


diretamente ao seu conhecimento de análise sintática. Você precisará
reconhecer o sujeito, o verbo, os complementos e os adjuntos. Precisará
também dominar orações. Não está acreditando ainda? Fique atento!

Veja este link interessante (☺) assim que puder:

http://www.mundogump.com.br/as-mais-incriveis-confusoes-causadas-pela-virgula/

Há muitas confusões causadas por esse sinalzinho, não é? Chega de


prosa… Vamos à aula em si, porque a ESAF adoooooora pontuação!

Sumário

1- A Vírgula.................................................................................03
2- O Ponto e vírgula (com a nova ortografia, sem hífen).............11
3- Os Dois-pontos........................................................................12
4- O Ponto...................................................................................13
5- O Ponto de interrogação..........................................................13
6- O Ponto de exclamação...........................................................14
7- O Travessão............................................................................14
8- Os Parênteses.........................................................................16
9- As Aspas.................................................................................17
10- As Reticências.......................................................................18
11- Questões com gabarito comentado.......................................20

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A Vírgula

Antes de mais nada, sobre vírgula (,), é bom reiterar que seu
conhecimento de sintaxe precisa estar ‘em dia” para que entenda o que
vou dizer agora. Ok?

Existe um livro do sensacional professor Celso Pedro Luft chamado


A Vírgula (é isso mesmo, são mais de 80 páginas só desse assunto).
Basear-me-ei principalmente nele para elucidar as questões pertinentes à
vírgula. Além disso, não posso deixar de consultar outros bons gramáticos
no assunto, como Bechara, Celso Cunha e Sacconi. Conto com a ajuda
também do virtuoso dicionário Michaelis. Você está em boas mãos, meu
nobre!

Neste livro ele (Luft) diz que a vírgula não tem a ver com prosódia,
mas com sintaxe. Estou insistindo nisso porque logo no início ele diz que
algumas pessoas colocam vírgulas por causa de pausas feitas na fala. A
vírgula, na escrita, não necessariamente é uma pausa na fala, tampouco
é usada para pausar quando se lê um trecho virgulado.

Assim, vale dizer que o importante é, primeiro, saber em que


situações gerais não se usa a vírgula. Perceba que vou falar de sintaxe
agora (especificamente de sujeito, verbo, complemento e adjunto
adverbial (ordem direta)). Há algumas regras gerais que informam:

A vírgula não pode ser usada entre o Sujeito (S) e logo após seu
Verbo (V)

Todos os alunos do site Estratégia Concursos, entenderam a explicação.

Obs.:

1- Em orações substantivas com função de sujeito iniciadas por QUEM, a vírgula entre tal
oração e o verbo da principal é facultativa, segundo alguns autores, como Sacconi:
“Quem lê sabe mais” ou “Quem lê, sabe mais”.

2- Se o sujeito vier após o verbo (antes do complemento ou depois dele), a vírgula é


facultativa: “Entenderam, todos os alunos, a explicação” ou “Entenderam todos os
alunos a explicação” / “Entenderam a explicação, todos os alunos” ou “Entenderam a
explicação todos os alunos”.

A vírgula não pode ser usada entre o Verbo (V) e logo após seu
complemento (C) (objeto direto, indireto (em forma de oração,
inclusive) e o predicativo do sujeito)

Os alunos entenderam, toda aquela explicação do professor sobre vírgula.

Os alunos precisam, de uma explicação detalhada sobre vírgula.

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Os alunos entenderam, que precisam estudar bem a vírgula.

Os alunos precisam de, que os professores os ajudem.

Os alunos ficaram, satisfeitos com a explicação.

Obs.:

1- Alguns verbos de ligação que se tornam intransitivos quando vêm acompanhados de


adjunto adverbial de lugar não são separados por vírgula deste adjunto: “Os alunos
ficaram, em casa” (errado) / “Os alunos ficaram em casa” (certo).

2- Se o complemento vier deslocado da sua posição original, a vírgula deverá ser


colocada: “Toda aquela explicação do professor sobre vírgula, os alunos entenderam” /
“De uma explicação detalhada sobre vírgula, os alunos precisam” / “Satisfeitos com a
explicação, os alunos ficaram.”

A vírgula é facultativa entre o complemento de um verbo (C) e


logo após um adjunto adverbial (ADV)

“Nossos alunos ficaram exercitando questões de vírgula, ontem à noite”


ou “Nossos alunos ficaram exercitando questões de vírgula ontem à
noite”.

Obs.:

1- Um advérbio só, como o não ou o nunca antes do verbo, jamais é separado por
vírgula: Eu não vou mais errar esta questão. / Nunca errarei esta questão.

2- Se o adjunto adverbial de curta extensão (normalmente uma ou duas palavras)


estiver deslocado em qualquer posição na frase, a vírgula será facultativa também: “De
fato estes alunos são mais interessados” ou “De fato, estes alunos são mais
interessados”. Celso Cunha diz que a vírgula é facultativa entre o adjunto adverbial
(mesmo não sendo de curta extensão) no início da oração e logo após o verbo: “Por
cima daquele prédio(,) formavam-se muitas nuvens”. Esta questão de curta ou longa
extensão às vezes é subjetiva. Veja a questão 2 da página 28!

A vírgula não pode ser usada entre o núcleo do sujeito (NS) e


algum complemento nominal (CN) ou adjunto adnominal (ADN)
ligado a ele

Todos os alunos, do site Estratégia Concursos entenderam a explicação.

A vírgula não pode ser usada entre o núcleo do objeto (NO) e


algum complemento nominal (CN) ou adjunto adnominal (ADN)
ligado a ele

Convidamos todos os alunos, do site Estratégia Concursos para a festa.

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A vírgula não pode ser usada entre a locução verbal de voz
passiva (LVP) e o agente da passiva (AGP)

Todos os alunos foram convidados, pelo site Estratégia para a festa.

Resumindo, na ordem direta, não se pode usar vírgula nestes casos


principais:

1) S, V
2) V, C
3) NS, CN ou NS, ADN
4) NO, CN ou NO, ADN
5) LVP, AGP

Normalmente as questões de concursos relativas à vírgula tratam


do que eu acabei de falar. As pontuações erradas acima são bizarrices de
grande porte! Se aparecer isso na prova — atenção! — não titubeie,
acerte e seja feliz!

“Pestana, e se houver um termo ou uma oração intercalada entre o


sujeito e o verbo, ou entre o verbo e o complemento, ou entre o
complemento e o adjunto adverbial? Como fica a posição da vírgula?”
Bem, normalmente as vírgulas são colocadas entre termos que
interrompem a estrutura S V C A. Exemplo:

Sujeito , ... , Verbo + Complemento + Adjunto Adverbial

O professor do Estratégia, Fernando Pestana, ministra aulas de Português

Estamos diante de um aposto explicativo.

Sujeito + Verbo , ... , Complemento + Adjunto Adverbial

Eu estudei, Pestana, toda a aula ontem, ok?

Estamos diante de um vocativo.

Sujeito + Verbo + Complemento , ... , Adjunto Adverbial

O professor explicou Português, que é minha matéria preferida, ontem.

Estamos diante de uma oração subordinada adjetiva explicativa.

E se o adjunto adverbial estiver antes do sujeito, entre o sujeito e o


verbo ou entre o verbo e seu complemento, dependendo de sua extensão
(como já vimos na obs. 2 da página 4), a vírgula poderá ser usada
assim:

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Adjunto adverbial, Sujeito + Verbo + Complemento


Sujeito, Adjunto Adverbial, Verbo + Complemento
Sujeito + Verbo, Adjunto Adverbial, Complemento

Bem, se você compreender todas as informações anteriores, terá


“meio caminho andado”, pois tais questões são recorrentes na sua prova.

Há outras virgulações certamente. Vejamos as vírgulas que são


usadas dentro do período simples e dentro do período composto.

A Vírgula dentro do Período Simples

Alguns exemplos foram retirados do Manual de Redação da Presidência da


República.

• separa termos de mesma função sintática; enumeração

Ex.: Simplicidade, clareza, objetividade, concisão são qualidades a


serem observadas na redação oficial.

Devemos observar a simplicidade, a clareza, a objetividade, a


concisão na redação oficial.

• separa aposto explicativo

Ex.: Aristóteles, o grande filósofo, foi o criador da Lógica.

• separa vocativo

Ex.: Brasileiros, é chegada a hora de buscar o entendimento.

• separa predicativos do sujeito deslocados

Ex.: Sereno e tranquilo, o condenado esperava sua morte.

O condenado, sereno e tranquilo, esperava sua morte.

Obs.: Por uma questão estética ou de clareza de pensamento, a pausa marcada pela
vírgula antes de um predicativo do sujeito em sua posição original, ou seja, após o
verbo, é conveniente: “Minha filha passou em um grande concurso, avessa a todas as
palavras derrotistas”.

• separa termos (objeto direto ou indireto, normalmente)


deslocados de sua posição normal na oração

Ex.: As explicações, o professor procurou lhes dar?

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Obs.: Se o objeto estiver no início da oração e vier depois um objeto pleonástico, a
vírgula pode não figurar: Aos amigos(,) ninguém lhes dá a devida atenção.

• separa termos repetidos

Ex.: Aquele aluno era esforçado, esforçado.

Ele estava cansado, cansado de dar dó.

• separa os adjuntos adverbiais (vírgula facultativa)

Ex.: A multidão foi, aos poucos, avançando para o palácio.

Os clientes serão atendidos, das oito às duas, pelo próprio


gerente.

• separa as expressões explicativas, retificativas, concessivas,


etc., como: isto é, ou seja, ademais, a saber, melhor dizendo,
quer dizer, por exemplo, além disso, aliás, antes, com efeito,
data venia...”

Ex.: O político, a meu ver, deve sempre usar uma linguagem clara,
ou seja, de fácil compreensão.

As Nações Unidas decidiram intervir no conflito, ou melhor,


iniciaram as tratativas de paz.

A Vírgula dentro do Período Composto

• marca a elipse de um verbo (às vezes, de seus complementos)

Ex.: O decreto regulamenta os casos gerais; a portaria, os


particulares. (A vírgula indica a elipse do verbo regulamenta.)

Em 1994, Romário ganhou a Copa do Mundo; em 2002,


Ronaldo. (em 2002, Ronaldo ganhou a Copa do Mundo)

• separa orações coordenadas assindéticas

Ex.: Levantava-me de manhã, entrava no chuveiro, organizava as


ideias na cabeça...

• não separa as orações coordenadas sindéticas aditivas (as


orações iniciadas por E só podem ser separadas se a
conjunção vier ligando orações com sujeitos diferentes)

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Ex.: Muitos policiais estão envolvidos em corrupção e continuam a
se envolver cada vez mais.

Muitos policiais estão envolvidos em corrupção, e os políticos


não deixam para menos.
Obs.:

1- Neste último exemplo, alguns gramáticos, incluindo Bechara, dizem que a vírgula é
facultativa: “Muitos policiais estão envolvidos em corrupção(,) e os políticos não
deixam para menos”.

2- O e com valor adversativo (=mas) e conclusivo/consecutivo (=portanto) são


separados por vírgula, segundo alguns gramáticos: “Ele sempre chega atrasado, e nunca
leva bronca do patrão.” / “Ela foi prorrogada, e não anulada.” / Eles violaram a lei, e
foram presos.

3- Se tal conjunção vier repetida (polissíndeto), a vírgula é obrigatória: “Muitos policiais


estão envolvidos em corrupção, e tramas obscuras, e conluios, e todo tipo de intrigas
escusas”. Qualquer polissíndeto vem separado por vírgula: “João, ou Maria, ou Pedro,
ou José são personagens bíblicos.” A vírgula antes do e pode realçar o sentido da frase
que vem após ela: “Fiz, e faria de novo!”

4- Quando elementos que têm mesma função sintática aparecem unidos pelas
conjunções e, nem e ou, não se usa vírgulas, a não ser que as conjunções apareçam
repetidas: “Tenho muito cuidado com meus filhos e filhas” / “Ou você, ou sua esposa
deve comparecer à reunião de pais.”

5- Alguns gramáticos, em seus exemplos de oração coordenada sindética aditiva com


“não só... mas também”, separam por vírgula: “Não só trabalho de manhã e à tarde,
mas também estudo à noite.” Mas isso é controverso, logo podemos dizer que faculta.

6- A conjunção e pode vir entre vírgulas se as vírgulas forem usadas para outras
estruturas na oração: A casa, muito antiga, e, além dela, o edifício, moderníssimo,
formavam visível contraste. (as duas primeiras vírgulas são para o predicativo do sujeito
deslocado; a terceira e a quarta vírgula são usadas para a expressão intercalada; as
duas últimas separam o predicativo do sujeito)

• separa as orações coordenadas sindéticas adversativas

Ex.: O dono de uma empresa demitiu 60% dos empregados, mas


se arrependeu dias depois.

Obs.:

1- O mas nunca pode ser deslocado na oração, mas as outras conjunções adversativas
(porém, contudo, todavia, entretanto, no entanto, não obstante...), quando deslocadas
por qualquer parte da oração, são separadas por vírgula: “A maioria das pessoas julgam
indiscriminadamente; eu, porém, não o faço (eu não o faço, porém)”

2- Segundo alguns gramáticos, o mas pode vir antecedido ou não de vírgula: “O dono
de uma empresa demitiu 60% dos empregados(,) mas se arrependeu dias depois.”

• separa as orações coordenadas sindéticas alternativas (com


ou... ou, ora... ora, quer... quer)

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Ex.: Ora ele procura resolver algumas situações com paciência, ora
decide fazer justamente o avesso.

• separa as orações coordenadas sindéticas conclusivas

Ex.: Os atores fizeram um grande espetáculo, por isso toda a


plateia os aplaudiu efusivamente.

Obs.: As conjunções coordenativas conclusivas, se deslocadas para qualquer parte da


oração, são separadas por vírgula sempre: “Os atores fizeram um grande espetáculo;
toda a plateia, portanto, os aplaudiu efusivamente (toda a plateia os aplaudiu
efusivamente, portanto).”

• separa as orações coordenadas sindéticas explicativas

Ex.: Devo buscar mais informações, pois a vida me exige isso.

Obs.: O pois deslocado (após o verbo) e entre vírgulas é conclusivo: “Esse assunto não
tem importância; devemos, pois, retirá-lo da pauta”.

• separa as orações subordinadas substantivas deslocadas


(facultativa)

Ex.: Que vocês estudam a Língua Portuguesa(,) todos já sabemos.

Obs.: As orações subordinadas substantivas apositivas podem ser separadas por vírgula:
“Dos alunos eu só quero isto, que eles estudem mais.”

• separa as orações subordinadas adjetivas explicativas

Ex.: O homem, que é razoável, saberá evitar uma terceira guerra.

Obs.:

1- Esta frase significa que todo homem é razoável, e, por essa razão, saberá evitar uma
terceira guerra. Caso retirássemos as vírgulas, estaríamos afirmando que nem todos os
homens são razoáveis a ponto de saber evitar uma terceira guerra, mas somente
aqueles que são razoáveis saberão evitar uma terceira guerra.

2- As orações subordinadas adjetivas restritivas não são separadas por vírgula, mas
alguns gramáticos (como Bechara) dizem que uma vírgula pode vir no fim dessa oração,
principalmente quando os verbos das orações do período estão próximos: “O sol que
através das folhas se filtra(,) desenha no ar colunas amarelas de poeira.”

• separa as orações subordinadas adverbiais

Ex.: Quando comprei o material, gostei muito.

Obs.: A vírgula é facultativa, segundo Ulisses Infante, quando as orações principais das
adverbiais vierem à frente das subordinadas: “Gostei muito(,) quando comprei”

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• orações intercaladas

Ex.: Você, apesar de ser melancólico, me diverte.

O mercado financeiro, creio eu, deve beneficiar os pobres.

• separa orações reduzidas de gerúndio, particípio ou infinitivo

Ex.: Chegando a carta, avise-me.

Terminada a palestra, rompeu com risos e aplausos.

Ele, antes de ser homem, foi uma criança.

Situações extras

• isola o nome do lugar nas datas

Ex.: Rio de Janeiro, 21 de julho de 2006.

• separa o paralelismo de provérbios

Ex.: Ladrão de tostão, ladrão de milhão.

Casa de ferreiro, espeto de pau.

• após a saudação em correspondência (social e comercial)

Ex.: Com muito amor,

Respeitosamente, (...)

• a vírgula antes do etc. é controversa, mas a maioria dos gramáticos


sugere o seu uso

Ex.: Eu adquiri um livro, um cd, um computador(,) etc.

• depois do sim ou do não usados em respostas, segundo a maioria dos


gramáticos

Ex.: Sim, senhor! Não, senhor!

• facultativa quando uma conjunção inicia um período

Ex.: Você deve estudar. No entanto(,) não exagere.

• Antes de como abrindo uma enumeração, explicação ou exemplificação


(equivalendo a ‘por exemplo’)

Ex.: O Rio de Janeiro sempre lançou excelentes jogadores, como (por exemplo)
Zico, Romário e Ronaldo.

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Há mais o que dizer, amigos... Vamos nessa! E essa vírgula
anterior, antes de ‘amigos’? Pense! Por que seu uso? :)

O Ponto e vírgula

O ponto e vírgula (;) é usado para marcar uma pausa maior do que
a da vírgula. Seu objetivo é colaborar com a clareza do texto — pouco
usado hoje em dia, mas frequente nos concursos. Por isso fique esperto!

Não há mistérios; entenda quando se deve usar (percebeu que eu


usei um agora?). O ponto e vírgula serve para:

• separar orações coordenadas assindéticas, normalmente


entre trechos já separados por vírgula

Ex.: Criança, foi uma garota sapeca; moça, era inteligente e


alegre; agora, mulher madura, tornou-se uma doidivanas.

• separar vários itens de uma enumeração (frequente em leis)

Ex.: Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes
princípios:

I - igualdade de condições para o acesso e permanência na


escola;
II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o
pensamento, a arte e o saber;
III - pluralismo de idéias e de concepções, e coexistência de
instituições públicas e privadas de ensino;
IV - gratuidade do ensino em estabelecimentos oficiais;
(...)
(Constituição da República Federativa do Brasil)

• separar orações coordenadas cuja conjunção ‘implícita’ é


facilmente percebida

Ex.: Comeu muito na festa, exageradamente; não conseguiu ir à


aula de hoje. (= Comeu muito na festa, exageradamente, por
isso não conseguiu ir à aula hoje.)

• separar orações coordenadas adversativas e conclusivas com


conectivo deslocado (ou não)

Ex.: Ficarei com ela; (porém) não posso, porém, pagá-la à vista.

Vencemos; fiquemos, pois, felizes com nossa conquista!

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Os Dois-pontos

Os dois-pontos (:) marcam uma supressão de voz em frase ainda


não concluída. Em termos práticos, este sinal é usado para:

• abrir uma citação (discurso direto)

Ex.: Assim disse Voltaire: “Devemos julgar um homem mais pelas


suas perguntas que pelas respostas.”

• abrir um aposto explicativo, enumerativo, distributivo ou


uma oração subordinada substantiva apositiva

Ex.: Amanda tinha conseguido finalmente realizar seu maior


propósito: seduzir Pedro, que, por sua vez, amara duas
pessoas: Magda e Luana.

Em nosso meio há bons profissionais: professores, jornalistas,


médicos...

• abrir uma explicação após as expressões ‘por exemplo, isto


é, ou seja, a saber, como’, etc.

Ex.: Adquirimos várias aulas, a saber: a do Pestana, a do Heber, a


do Fabiano, etc.

• marcar uma pausa entre orações coordenadas (normalmente


a relação semântica entre elas é de oposição, explicação ou
consequência)

Ex.: Ele já leu muitos livros: é um homem considerado culto.

Há certas pessoas muito generosas: visam a uma rápida


ascensão.

Precisamos ousar na vida: devemos fazê-lo com cautela.

• marcar a invocação em correspondências

Ex.: Prezados senhores:

Importante: só há letra maiúscula após os dois-pontos se a palavra for uma expressão


em que se exija a letra maiúscula, como topônimos, antropônimos, siglas, etc.; em
citações também a letra maiúscula pode vir após os dois-pontos; ainda é usada a letra
maiúscula após ‘nota:’ ou ‘obs.:’.

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O Ponto

Emprega-se o ponto (.), basicamente, para indicar o fim de um


frase declarativa de um período simples ou composto. Pode substituir a
vírgula quando o autor quer realçar, enfatizar o que vem após.

Ex.: Posso ouvir o vento assoprar com força. (,) Derrubando tudo!

Como não posso ser o vento, serei só o pensamento.

O ponto é também usado em quase todas as abreviaturas: fev. =


fevereiro, hab. = habitante, rod. = rodovia, etc. = et caetera.

O ponto do etc. também termina o período, logo não pode haver


isto: etc.. (absurdo também é usar etc. seguido de reticências, etc...).

Chama-se ponto parágrafo aquele que encerra um período e se


segue outro período em linha diferente, como é o caso do último ponto
depois do parêntese acima. Este último ponto agora (antes do ‘este’) é
chamado de continuativo, pois se segue um outro período no mesmo
parágrafo. Ponto final é este que virá agora.

O Ponto de interrogação

O ponto de interrogação (?) marca uma entoação ascendente


(elevação da voz) com tom questionador. Usa-se nestes casos:

• frase interrogativa direta

Ex.: O que você faria se só te restasse um dia?

• entre parênteses para indicar incerteza sobre o que se disse

Ex.: Eu disse a palavra peremptório (?), mas acho que havia


palavra melhor naquele contexto (?).

• junto de exclamação para denotar surpresa, admiração, etc.

Ex.: Você não conseguiu chegar ao local de prova?! (ou !?)

• em interrogações retóricas (sentença que é uma


interrogação na forma, mas que expressa uma afirmação ou
gera uma reflexão com resposta subentendida)

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Ex.: E o que tenho eu com isso?

Pessoas morrem de fome de 5 em 5 segundos no mundo.


Jogaremos comida fora à toa?

Hoje em dia, nos concursos, é muito recorrente questões sobre o objetivo


discursivo desse ponto, como estratégia argumentativa do autor do texto.
Um dos objetivos principais é provocar, aguçar a reflexão do leitor!

O Ponto de exclamação

O ponto de exclamação (!) é empregado para marcar o fim de


qualquer frase com entonação exclamativa. Tal ponto

• normalmente exprime admiração, surpresa, assombro,


indignação, ordem, etc.

Ex.: Coitada dessa menina! / Que linda mulher! / Saia daqui!

• vem após as interjeições usualmente

Ex.: Nossa! Deus do céu! Como não vimos isso antes? Oh! Isso é
fantástico!

• é usado para substituir as vírgulas em vocativos enfáticos

Ex.: Fernando José! onde estava até esta hora!?

• é repetido (duas ou mais vezes) quando a intenção é marcar


uma ênfase, uma intensidade na voz, uma altissonância.

Ex.: Neymar driblou um, driblou dois, ficou de cara para o gol e...
perdeu!!! Inacreditável Futebol Clube!

O Travessão

O travessão (—) é um sinal bastante usado na narração, na


descrição, na dissertação e no diálogo, portanto, figura repetida em
qualquer prova; é um instrumento eficaz em uma redação. Pode vir em
dupla se vier intercalado na frase. Veja seus usos:

• indica a mudança de interlocutor no diálogo (discurso direto)

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Ex.: — Que gente é aquela, seu Alberto?
— São japoneses.
— Japoneses? E... é gente como nós?
— É. O Japão é um grande país. A única diferença é que eles
são amarelos.
— Mas então não são índios?
(Ferreira de Castro)

• coloca em relevo certos termos, expressões ou orações;


substitui nestes casos a vírgula ou os dois-pontos

Ex.: Maria José sempre muito generosa — sem ser artificial ou


piegas — a perdoou sem restrições. (oração adverbial modal)

Um grupo de turistas estrangeiros — todos muito ruidosos —


invadiu o saguão do hotel no qual estávamos hospedados.
(predicativo do sujeito)

Os alunos — amigos meus do site Estratégia Concursos — vão


passar este ano. (aposto explicativo)

Só não se inventou a máquina de fazer versos — já havia o


poeta parnasiano. (orações coordenadas assindéticas
(conectivo implícito))

A decisão do ministério foi a seguinte — que todos se unissem


contra o mosquito transmissor da dengue. (oração substantiva
apositiva)

O Brasil — que é o maior país da América do Sul — tem


milhões de analfabetos. (oração adjetiva explicativa)

Meninos — pediu ela — vão lavar as mãos, que vamos jantar.


(oração intercalada)

Ela é linda — linda! (travessão usado como mero realce)

A vírgula pode vir após um travessão se houver necessidade dela. Em outras


palavras, toda vez que vier uma questão trabalhando travessões intercalados e
vírgula após eles, por favor, faça o seguinte: ignore a existência dos travessões e do
que está dentro dele, ok? Se houver necessidade de vírgula, use-a após o último
travessão. Veja um exemplo:

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Quando João a viu chorando — ele lamentou muito tal fato, pois a amava —,
não conseguiu conter seu próprio choro.

Se você ignorar os travessões e a oração interferente dentro deles, o período ficará


assim:
Quando João a viu chorando, não conseguiu conter seu próprio choro.

Esta vírgula aí está, pois a primeira oração é uma subordinada adverbial iniciando
período (sempre separada por vírgula, portanto). Tal regrinha vale também para os
parênteses, ou seja:
Quando João a viu chorando (ele lamentou muito tal fato, pois a amava),
não conseguiu conter seu próprio choro.

Os Parênteses

Os parênteses ( ), muito semelhantes aos travessões e às vírgulas,


são empregados para:

• colocar em relevo certos termos, expressões ou orações;


substitui nestes casos a vírgula ou os travessões

Ex.: Maria José sempre muito generosa (sem ser artificial ou


piegas) a perdoou sem restrições. — oração adverbial modal

Um grupo de turistas estrangeiros (todos muito ruidosos)


invadiu o saguão do hotel no qual estávamos hospedados. —
predicativo do sujeito

Os alunos (amigos meus do site Estratégia Concursos) vão


passar este ano. — aposto explicativo

O Brasil (que é o maior país da América do Sul) tem milhões


de analfabetos. — oração adjetiva explicativa

Meninos (pediu ela) vão lavar as mãos, que vamos jantar. —


oração intercalada

• incluir dados informativos sobre bibliografia (autor, ano de


publicação, página, etc.):

Ex.: Mattoso Câmara (1977:91) afirma que, às vezes, os preceitos


da gramática e os registros dos dicionários são discutíveis:
consideram erro o que já poderia ser admitido e aceitam o
que poderia, de preferência, ser posto de lado.

• indicar marcações cênicas numa peça de teatro

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Teoria e questões comentadas
Prof. Fernando Pestana – Aula 05

Ex.: Abelardo I — Que fim levou o americano?

João — Decerto caiu no copo de uísque!

Abelardo I — Vou salvá-lo. Até já! (sai pela direita)

Os colchetes ( [ ] ) fazem o mesmo papel dos parênteses, porém


são mais usados na Matemática.

As Aspas

As aspas (“ ”) duplas e simples (‘ ’), segundo o conceituado doutor em


Letras da UERJ José Carlos de Azeredo, são empregadas igualmente; as
simples, porém, são usadas comumente em citações fragmentadas ou
dentro de citações. Atualmente o negrito e o itálico vêm substituindo
frequentemente o uso das aspas. Resumindo, elas são empregadas:

• antes e depois de citações textuais

Ex.: Roulet afirma que "o gramático deveria descrever a língua em


uso em nossa época, pois é dela que os alunos necessitam
para a comunicação quotidiana". (ou ‘o gramático...
comunicação cotidiana’).

• para assinalar estrangeirismos, neologismos, arcaísmos,


gírias e expressões populares ou vulgares, conotativas

Ex.: O "lobby" para que se mantenha a autorização de importação


de pneus usados no Brasil está cada vez mais descarado.
(Veja)

Não me venham com problemática, que tenho


a “solucionática”. (Dadá Maravilha)

O homem, “ledo” de paixão, não teve a “fortuna” que


desejava.

Mulher Filé dá “capilé” em repórter “nerd” (Jornal Meia Hora)

Anderson Silva “passou o carro” no adversário.

• para realçar uma palavra ou expressão imprópria; às vezes


com objetivo irônico ou malicioso

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Teoria e questões comentadas
Prof. Fernando Pestana – Aula 05
Ex.: Ele reagiu impulsivamente e lhe deu um "não" sonoro.

Veja como ele é “educado”: cuspiu no chão!

Se ela fosse “minha”...

• quando se citam nomes de mídias, livros, etc.

Ex.: Ouvi a notícia no “Jornal Nacional”.

“Os Lusíadas” foi escrito no século XVI.

Quanto à posição das aspas

Se o fim da citação, assinalado por ponto, ponto de interrogação ou ponto de


exclamação ou reticências coincidir com o término da frase, as aspas são colocadas
após esses pontos; não se usa após isso nenhum sinal de pontuação.

A torcida, aos 45 do segundo tempo, gritou na final entre Brasil e Espanha: “Gol!!!”

Sacconi já acha que é necessária a colocação de um ponto ao fim do período. Logo,


a frase acima ficaria: A torcida, aos 45 do segundo tempo, gritou na final entre
Brasil e Espanha: “Gol!!!”.

Quando não fizerem parte da citação, o ponto de interrogação e o ponto de


exclamação deverão vir depois das aspas:

Conheces a famosa frase “Penso, logo existo”?

As Reticências

As reticências (...), também chamadas de pontos suspensivos, são


empregadas para:

• assinalar interrupção do pensamento

Ex.: — Bem; eu retiro-me, que sou prudente. Levo a consciência


de que fiz o meu dever. Mas o mundo saberá... (Júlio Dinis)

Quer dizer, então, que você estava pensando que...

• indicar partes que são suprimidas de um texto (pode vir entre


parênteses ou colchetes)

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Teoria e questões comentadas
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Ex.: O primeiro e crucial problema de linguística geral que


Saussure focalizou dizia respeito à natureza da linguagem.
Encarava-a como um sistema de signos... (ou (...), ou [...])
Considerava a linguística, portanto, com um aspecto de uma
ciência mais geral, a ciência dos signos...
(Mattoso Câmara Jr.)

• para sugerir o prolongamento da fala

Ex.:

Saul Garber
Adaptado de FAOZA et al. (org.). Central de tiras.
São Paulo: Via Lettera, 2003.

Percebeu a fala “Mapa Astral...”? Vênus ia acelerado e a lua fez uma


pergunta, só que ele não parou para responder a nada, ele falou
correndo, logo a sua fala fica mais ou menos assim (prosodicamente
falando): “Mapa astraaaaaaaal”. Interessante, não?

• para indicar hesitação, suspense ou breve interrupção de


pensamento

Ex.: Eu não a beijava porque... porque... eu tinha vergonha!

• para realçar uma palavra ou expressão, normalmente com


malícia, ironia ou outro sentimento

Ex.: Ela é linda... você nem sabe como... (lê-se assim,


prosodicamente: “Ela é liiiiinda... você nem sabe como...”)

Aqui terminamos a teoria; vamos dar início aos exercícios?


Acompanhe!

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Teoria e questões comentadas
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Questões com gabarito comentado

Saiba de antemão que VÍRGULA é “a menina dos olhos” da ESAF. É


bom dizer também que muitas questões de pontuação na ESAF são
misturadas com outros assuntos ao mesmo tempo, portanto nem todas as
questões são exclusivamente de pontuação. Comentarei apenas as
alternativas relacionadas à pontuação, ok? Bastante atenção, hein!

Manda ver!!!

ESAF – CVM – ANALISTA DE SISTEMAS – 2010

1- Assinale a opção segundo a qual provoca-se incoerência entre os


argumentos e/ou incorreção gramatical ao fazer a alteração sugerida na
pontuação do texto.

A institucionalização de alguns aspectos morais da sociedade é


capaz de transformar completamente uma sociedade, é fato. Transformar
certas atitudes e preceitos em hábitos nos leva ao passo contrário do
questionamento e da capacidade de reinventar o cotidiano. Por aqui,
potencializou-se no decorrer dos anos a necessidade de ostentação.
Patrimônio no Brasil se compreende como quantos carros, móveis e
imóveis se possui. Pior, o brasileiro quer possuir esses bens ainda que
seus pagamentos sejam arrastados durante anos, num ciclo
completamente automatizado. Isso não é construir patrimônio. Pense que
essa estratégia envolve diversos custos e que, para manter tal raciocínio
vicioso, você precisará estar sempre se vendo assalariado ou com uma
fonte fixa de renda. Não sou contra o emprego, sou contra a acomodação.
Onde fica a qualidade de vida? Seu maior patrimônio é você mesmo.
Qualidade de vida é ter o que você merece, mas também ter
responsabilidade e preparo para poder lutar pelo que merece. Qualidade
de vida é gastar seu dinheiro com você, desde que você não entre em
conflito com você mesmo.

(Adaptado de Conrado Navarro. Educação financeira e qualidade de vida.


http://dinheirama.com/blog/2007/09/19/educacao-financeira-e-qualidade-de-vida,
acesso em 20 de outubro de 2010)

a) Reescrever o final do primeiro período do texto, na linha 2, como: [...]


uma sociedade; isso é fato.
b) Isolar por vírgulas a expressão “no decorrer dos anos” (ℓ.5).
c) Substituir a conjunção em “Pense que essa estratégia” (ℓ.9-10) pelo
sinal de dois-pontos, escrevendo: Pense: essa estratégia.
d) Substituir a vírgula depois de “Pior” (ℓ.7) pelo sinal de dois pontos.
e) Inserir um travessão antes de “ou com uma fonte” (ℓ.11-12).

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Tradicional defensor de instrumentos ortodoxos de política
econômica, o Fundo Monetário Internacional (FMI) admitiu o uso de
controles de capital para combater a formação de bolhas financeiras e o
fluxo exagerado de investimentos estrangeiros que valorizam
excessivamente as moedas nacionais em relação ao dólar. Entre as
opções, está a tributação do ingresso de recursos, caminho escolhido pelo
Brasil, que elevou de 4% para 6% a alíquota do imposto de operações
financeiras (IOF) nas aplicações de renda fixa. Outra possibilidade é a
proibição de retirada do dinheiro por um tempo determinado, como fez o
Chile. Por enquanto a equipe econômica brasileira resiste em adotar este
passo, pois, para o economista americano J. L., o reforço no balanço
orçamentário e as ações de caráter mais estrutural são, muitas vezes, as
respostas mais adequadas para o aumento de fluxos. “Mas pode haver
circunstâncias em que os controles cambiais sejam úteis, numa medida
temporária, para lidar com esse crescimento de capital”, afirma.
(Adaptado de Correio Braziliense, 19 de outubro de 2010)

2- Assinale a opção correta a respeito do uso das estruturas linguísticas


no texto.
a) Por integrar um termo que complementa “combater” (ℓ.3), o artigo em
“a formação” (ℓ.3) poderia receber o sinal indicativo de crase, o que
indicaria a inserção da preposição a no texto.
b) Apesar da extensão do período sintático, a inserção de uma vírgula
depois de “estrangeiros” (ℓ.4) provocaria erro gramatical e incoerência
textual.
c) Como a expressão “imposto de operações financeiras” (ℓ.7 e 8) está
escrita, no texto, com iniciais minúsculas, sua sigla também deveria ser
grafada com letras minúsculas para atender às regras de ortografia.
d) O uso do modo subjuntivo em “sejam” (ℓ.14) ressalta a ideia de uma
hipótese, uma possibilidade; para se fazer uma afirmação, o
desenvolvimento textual admitiria a forma de indicativo: são ou serão.
e) Preserva-se a coerência entre os argumentos e a correção gramatical
do texto ao usar o verbo existir em lugar de “haver” (ℓ.13), desde que se
faça a concordância adequada, escrevendo pode existirem
circunstâncias.

ESAF – SUSEP – ANALISTA TÉCNICO – 2010

3- Julgue como verdadeiras (V) ou falsas (F) as afirmações a respeito do


uso das estruturas linguísticas no texto abaixo. Em seguida, assinale a
opção correta.

Houve uma grande queda da taxa de natalidade a partir de meados da


década de 80. Vinte anos depois, tal fenômeno praticamente ausente dos
debates econômicos resultou noutra tendência: a redução da população
mais jovem. O efeito tem sido uma menor pressão por empregos, o que
vai levar a aumento dos salários reais. Produtividade maior na economia,

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mais renda e melhores empregos estão promovendo uma revolução ainda
pouco compreendida e estudada.

(Antônio Machado, Mundo invisível. Correio Braziliense, 14 de fevereiro de 2010, com


adaptações)

( ) Mantém-se a coerência entre os argumentos, mas provoca-se erro


gramatical, ao usar o termo “uma grande queda” (ℓ.1) no plural sem o
artigo indefinido: grandes quedas.
( ) Provoca-se erro gramatical e, por consequência, prejudica-se a
coerência textual, ao inserir uma vírgula antes de “praticamente” (ℓ.2) e
outra depois de “econômicos” (ℓ.3).
( ) Explicitam-se relações de sentido entre os termos, preservando a
coerência e a correção gramatical do texto ao substituir “O efeito” (ℓ.4)
por Um dos efeitos dessa redução.
( ) Alteram-se as relações de sentido no período sintático, mas preserva-
se a coerência textual e o respeito às regras gramaticais ao retirar o
pronome do termo “o que” (ℓ.4).
( ) Preservam-se as relações gramaticais, bem como a coerência textual,
ao deslocar “na economia” (ℓ.5) para depois de “promovendo” (ℓ.6), desde
que se coloque tal termo entre vírgulas.

A sequência obtida é
a) V, F, F, V, V
b) V, F, V, V, F
c) F, V, V, F, F
d) F, V, F, F, V
e) F, F, V, V, V

4- Em relação às estruturas linguísticas do texto, assinale a opção


correta.

Dados do Sine — uma rede pública de agências de emprego,


associada ao Ministério do Trabalho — mostram que apenas 39% das
vagas ali oferecidas em 2009 foram preenchidas. Em 2008, na mesma
rede, 42% haviam sido ocupadas; no ano anterior, 48%. Ou seja, mesmo
com um índice de desemprego ainda relativamente alto, de 8,9% no ano
passado, o país vive o paradoxo de criar vagas e não encontrar
profissionais que as preencham. A explicação, dizem as empresas, está,
sobretudo, na escolaridade precária dos trabalhadores.
O fenômeno já se fazia sentir com força, no final de 2009, na
procura por engenheiros. Agora se vê que a carência de profissionais se
espraia para vários níveis de formação - sobram vagas para
farmacêuticos, mas também para eletricistas e torneiros.
Trata-se de um problema grave, para o qual não há solução simples
nem imediata. A rede educacional do país, com suas falhas e distorções
distribuídas do ensino fundamental à universidade, mostra-se incapaz de
oferecer ao mercado de trabalho mão de obra competente.

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(Folha de S. Paulo, Editorial, 17/02/2010, com adaptações)

a) Prejudica-se a correção gramatical do período ao se substituir os


travessões das linhas 1 e 2 por vírgulas.
b) O termo “ali” (ℓ.2) retoma o antecedente “Ministério do Trabalho” (ℓ.2).
c) O termo “as” (ℓ.6) funciona como pronome e retoma o antecedente
“vagas” (ℓ.6).
d) Em “se espraia” (ℓ.10) o termo “se” funciona como indicador de sujeito
indeterminado.
e) A forma verbal “mostra-se” (ℓ.15) tem como sujeito “distorções
distribuídas do ensino fundamental à universidade” (ℓ.14 e 15).

ESAF – MTE – AUDITOR FISCAL DO TRABALHO – 2010

A década de 1980 foi o marco do surgimento de um novo ator social


nos países ricos: o novo-pobre (nouveau-pauvre). Corolário do
desmoronamento do sistema de proteção social, em um quadro agravado
pela revolução tecnológica, que automatizou o sistema produtivo sem
gerar novos postos de trabalho, esse novo personagem vai materializar
uma inesperada e imprevisível reprodução, no mundo desenvolvido, do
problema da desigualdade social, tão comum no terceiro mundo.
O novo-pobre é, cada vez mais, a expressão do fenômeno da
exclusão social. Não é mais um indivíduo que está à margem, mas, sim,
fora do sistema econômico e social prevalente. Não tem acesso ao
mercado de trabalho (nem mesmo informal), não tem perspectiva de
engajamento (independentemente de seu grau de qualificação
profissional) e, cada vez mais, vai ficando de fora dos mecanismos de
proteção social do moribundo welfare state.
No caso da periferia, o fenômeno global da emergência do novo-
pobre, deserdado do neoliberalismo, soma-se ao histórico problema da
pobreza. Os velhos-pobres, em países como o Brasil, são atores presentes
na formação da sociedade nacional desde seus primórdios. O que se
apresenta como fato novo é a constatação de que estes últimos caíram
dos patamares da pobreza para os da miséria. E isso é tão evidente como
tão mais urbana foi-se tornando a sociedade.
(Marcel Bursztyn. “Da pobreza à miséria, da miséria à exclusão: o caso das populações
de rua”. In: No meio da rua: nômades, excluídos e viradores. Org.: Marcel Bursztyn. Rio
de Janeiro: Garamond, 2000, p.34-35, adaptado).

5- Assinale a opção correta acerca do vocabulário e de aspectos


gramaticais do texto.
a) No texto, a palavra “Corolário” (ℓ.2) significa “consequência necessária,
ou continuação natural”.
b) A vírgula foi empregada após a expressão “revolução tecnológica” (ℓ.4)
para isolar oração restritiva, subsequente.

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c) O termo “Corolário do desmoronamento do sistema de proteção social”
(ℓ. 2 e 3) refere-se à expressão “uma inesperada e imprevisível
reprodução” (ℓ.6).
d) Por expressar concessão, a oração “sem gerar novos postos de
trabalho” (ℓ. 4 e 5) poderia assumir a seguinte forma: apesar de não ter
gerado novos postos de trabalho.
e) Considerando-se o período em que está inserida e sua função adjetiva,
a oração “que está à margem” (ℓ.9) tem natureza apositiva.

6- Em relação aos elementos do texto, assinale a opção correta.

O presidente do Banco Central Europeu (BCE), Jean-Claude Trichet,


ao anunciar que a taxa básica do BCE não seria mudada, alertou os
governos da União Europeia sobre o déficit crescente das contas públicas,
um perigo para a economia, pois enfraquece o crescimento na zona do
euro. A advertência vale para o Brasil, embora as causas do nosso déficit
sejam diferentes das da União Europeia.
A crise que se iniciou em 2008 nos EUA para depois atingir todas as
economias, no quadro da globalização, ao contrário da de 1929, levou os
governos a optarem pela intervenção pública para salvar o sistema
bancário e para dar um impulso à economia. Isso se traduziu como forte
pressão sobre as finanças públicas, que estão acusando déficits muito
elevados.
(O Estado de S. Paulo, 16/01/2010)

a) O nome próprio “Jean-Claude Trichet” está entre vírgulas por tratar-se


de um vocativo.
b) Mantém-se a correção gramatical do período e as informações originais
ao se substituir “embora” (ℓ.7) por qualquer um dos seguintes termos:
conquanto, se bem que, apesar de que, contanto que, consoante.
c) A preposição para em “para depois atingir” (ℓ.9 e 10) tem a mesma
função significativa que nas ocorrências “para salvar o sistema
bancário”(ℓ.12) e “para dar um impulso” ( ℓ.13).
d) A substituição de “se traduziu” (ℓ.13) por foi traduzido prejudica a
correção gramatical do período.
e) A palavra “acusando” (ℓ.15) está sendo empregada com a acepção de
indicando, mostrando, revelando.

7- Em relação ao emprego de vírgulas no texto abaixo, assinale a


justificativa correta.

Consagrado como espaço para a reflexão dos grandes temas


mundiais, (1) o Fórum Social Mundial retorna a Porto Alegre no ano em
que completa uma década. Mesmo que o encontro seja compartilhado
com cinco cidades da Região Metropolitana e que outras reuniões do
mesmo evento se realizem durante 2010 em vários países, Porto Alegre é
o lugar-referência dos debates inaugurados em 2000. Foi a partir dessa
capital que o Fórum se transformou, já no evento inaugural, numa

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oportunidade de congregar, anualmente, ONGs,(2) personalidades,(2)
estudantes, políticos e todos os envolvidos nas discussões sobre
educação,(3) ambiente, (3)economia, globalização, direitos humanos e
cooperação.
O debate de ideias que contribuam para a melhoria das relações
humanas é a essência do Fórum, que seus organizadores esperam
reforçar este ano. Organizado há 10 anos com o argumento de que era
preciso criar um contraponto ao Fórum Econômico de Davos, (4) o Fórum
Social sempre esteve envolvido em saudáveis controvérsias. A polêmica
sobre a maior ou menor relevância de um ou de outro fórum é da
natureza de qualquer debate. Esse confronto foi aos poucos diluído e
prevalece hoje o entendimento de que o importante é a livre
manifestação de pontos de vista e de diferenças. O importante,(5) no
entanto, (5) é que o Fórum continue contribuindo para a exposição de
ideias e propostas às questões mundiais.
(Zero Hora (RS), Editorial, 18/01/2010)

a) (1) A vírgula isola oração subordinada adverbial comparativa anteposta


à principal.
b) (2) As vírgulas isolam aposto explicativo.
c) (3) As vírgulas isolam elementos de mesma função gramatical
componentes de enumeração.
d) (4) A vírgula isola oração subordinada adjetiva restritiva anteposta à
principal.
e) (5) As vírgulas isolam adjunto adverbial de tempo intercalado na
oração principal.

8- Assinale o trecho em que foram plenamente atendidas as regras de


emprego dos sinais de pontuação.
a) Na linguagem de hoje, a palavra “provedor” evoca mais facilmente um
serviço do mundo virtual do que o homem que, sozinho, sustentava
materialmente sua família. É que saiu do ar esse provedor que, até
recentemente, ocupava não só a cabeceira da mesa, mas também um
lugar de indiscutível poder na família.
b) Na metade do século XX, introduziu-se no espírito das mulheres, uma
ideia subversiva: a identidade e a liberdade passavam pela independência
econômica em face do homem provedor.
c) Nos anos 90, quando as grandes transformações econômicas, a
globalização e a reestruturação das empresas com supressão de
empregos, tornaram precário e inseguro o salário dos homens, as
mulheres aumentaram seu investimento no mercado de trabalho.
d) Para as mulheres, o trabalho remunerado já não representava somente
uma escolha de afirmação de identidade ou de realização pessoal em
algum campo profissional. Ele tornou-se uma necessidade. Homens e
mulheres passaram a somar salários, única maneira para muitos, de
garantir o nível de vida de uma família, em que os homens já não eram
confiáveis como provedores.

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e) Na prática, a inserção das mulheres no mercado de trabalho, não
atenuou suas responsabilidades em relação à família. Simplesmente, a
famosa vida doméstica passou a ser encaixada nos interstícios dos
horários de sua vida profissional. As mulheres porém, senhoras de si,
passaram a se perguntar: por que continuava cabendo exclusivamente a
elas a responsabilidade pela vida privada.
(Adaptado de Rosiska Darcy de Oliveira. Reengenharia do tempo. Rio de Janeiro: Rocco,
2003, p.75-76.)

ESAF – AGENTE DE FAZENDA – 2010

9- Em relação às estruturas gramaticais do texto, assinale a opção


correta.

Passada a fase aguda da crise financeira que eclodiu em setembro


de 2008, o governo tomou algumas medidas para melhorar o consumo
interno: desoneração tributária, maior crédito pessoal e diminuição do
compulsório. Isso facilitou as compras para as pessoas físicas. Como as
emergentes classes C e D estavam sendo incorporadas ao consumo, elas
foram às compras com volúpia, adquirindo a chamada linha branca
(geladeira, máquina de lavar roupa e micro-ondas). As viagens ao
exterior (US$ 1 bilhão em julho) também colaboraram com o
endividamento familiar.
O endividamento reflete os bons resultados da economia brasileira,
como a elevação do emprego formal, da massa de rendimentos e do
crédito. Contudo, a intenção de consumir das famílias segue em alta,
depois do Dia dos Namorados e da Copa do Mundo. Até certo ponto, isso
é bom, mas todo o cuidado é pouco para evitar o rompimento da
capacidade para quitar as dívidas.
(O Estado de Minas, 29/7/2010.)

a) A palavra “volúpia” (ℓ.6) está sendo empregada com o sentido de


prazer excessivo.
b) O emprego de sinal de dois pontos após “interno” (ℓ.3) justifica-se por
inserir uma citação de outro texto.
c) A palavra “eclodiu” (ℓ.1) está sendo empregada com o sentido de se
intensificou.
d) O termo “como” (ℓ.11) confere ao período a noção de comparação
entre “elevação do emprego formal” e “massa de rendimentos”.
e) A conjunção “Contudo” (ℓ.12) confere ao período a noção de condição.

10- Em relação ao emprego das estruturas linguísticas do texto, assinale


a opção correta.

Constata-se que, desde a metade do século passado, apesar das


diferentes políticas adotadas pelos governos da América Latina — com
mais ou menos intervenção do Estado na economia, com mais ou menos

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liberdade para a ação empreendedora, com menor ou maior grau de
abertura política —, a desigualdade tem sido alta, persistente e se
reproduz num contexto de baixa mobilidade social. Os altos níveis de
desigualdade têm sido relativamente imunes às diferentes estratégias de
desenvolvimento implementadas na região desde a década de 1950. Se
tudo o que se fez até agora foi, em grande medida, ineficiente e ineficaz,
ainda há o que possa ser feito para alcançar resultados melhores? Ao
apontar os fatores que emperram as políticas públicas destinadas a
combater as desigualdades, o relatório do Programa das Nações Unidas
para o Desenvolvimento (Pnud) indica meios para reduzir o problema.
Entre os fatores estão a baixa qualidade da representação política, a
debilidade das instituições, o acesso desigual aos que têm o poder de
elaborar e definir políticas específicas, a corrupção e a captura do Estado
por partidos ou grupos políticos. Em resumo, é preciso colocar em marcha
reformas que melhorem o sistema de representação política e deem ao
Estado melhores condições de responder às demandas sociais e reorientar
as políticas sociais. Não é pouco o que precisa ser feito. Mas pode ser
feito.
(O Estado de S. Paulo, 26/7/2010, com adaptações)

a) Não é preciso usar vírgula após “fatores” (ℓ.14) porque a oração


subsequente tem natureza restritiva.
b) O emprego do sinal indicativo de crase em “às diferentes” (ℓ.7)
justifica-se pela regência de “desigualdade” e pela presença de artigo
definindo feminino plural.
c) O segmento “desde a metade do século passado” (ℓ.1) está entre
vírgulas porque se trata de oração explicativa.
d) A substituição de “aos” (ℓ.15) por àqueles prejudica a correção
gramatical e as informações originais do período.
e) Em “o que precisa ser feito” (ℓ.20), “o” funciona como artigo definido
masculino singular.

11- Em relação à pontuação do texto, assinale a opção correta.

O Brasil voltou a registrar déficits elevados nas transações correntes


com o exterior, que contabilizam o movimento de mercadorias, rendas e
serviços, entre os quais remessa de lucros e dividendos, o pagamento e
recebimento de juros, o turismo, os fretes, os seguros, os aluguéis de
equipamentos, os royalties pelo uso de marcas e patentes, os direitos
autorais etc. No passado, esse déficit provocaria grande apreensão entre
os agentes econômicos. Agora, a divulgação desses dados sequer mexeu
com as cotações no mercado de câmbio. A razão para essa mudança de
comportamento dos mercados está na capacidade de a economia
brasileira honrar seus compromissos no curto, médio e longo prazos.
(O Globo, Editorial, 29/7/2010.)

a) A vírgula após “exterior” (ℓ.2) justifica-se por isolar expressão que


indica circunstância.

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b) O emprego de vírgulas após “No passado” (ℓ.6) e “Agora” (ℓ.7) tem a
mesma justificativa gramatical.
c) As vírgulas após “fretes” (ℓ.4), “seguros” (ℓ.4) “aluguéis de
equipamentos” (ℓ.4 e 5) isolam expressões apositivas.
d) O emprego de vírgulas após “mercadorias” (ℓ.2), “juros” (ℓ.4),
“turismo” (ℓ.4) tem justificativas gramaticais diferentes.
e) A vírgula após “curto” (ℓ.10) justifica-se por isolar expressão
explicativa subsequente.

ESAF – ANALISTA DE PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO MPOG – 2010

A experiência da modernidade é algo que só pode ser pensado a


partir de alguns conceitos fundamentais. Um deles é o conceito de
civilização. Tal conceito, a exemplo dos que constituem a base da
estrutura da experiência ocidental, é algo tornado possível apenas por
meio de seu contraponto, qual seja, o conceito de barbárie.
Assim como a ideia de civilização implica a ideia de barbárie, a
experiência da modernidade (que não deve ser pensada como algo que já
aconteceu, mas como algo que deve estar sempre acontecendo, um
porvir) implica a experiência da violência que a tornou possível – a
violência fundadora da modernidade. O processo civilizatório se constitui
a partir da conquista de territórios e posições ocupados pela barbárie. Tal
processo se dá de forma contínua, num movimento insistente que está
sendo sempre recomeçado. Pensando em termos de experiência
moderna, todas as grandes conquistas ou invasões das terras alheias
tiveram como justificativa a ocupação dos espaços da barbárie.

(Adaptado de Ruberval Ferreira, Guerra na língua: mídia, poder e terrorismo. 2007, p.


79-80)

12- Assinale a opção incorreta a respeito do uso das estruturas


linguísticas no texto.
a) A flexão de masculino no termo “pensado” (ℓ.1) indica que o pronome
relativo “que” retoma, nas relações de coesão, o pronome “algo” e não o
substantivo “experiência”.
b) O uso da voz passiva em “ser pensada” (ℓ.7) indica que o verbo
pensar está empregado como pensar em, e a oração na voz ativa
correspondente deve ser escrita como pensar na experiência da
modernidade.
c) O sinal de travessão, na linha 9, exerce função semelhante ao sinal de
dois pontos, que é a de introduzir uma explicação ou uma especificação
para a ideia anterior.
d) As estruturas sintáticas do texto permitem o deslocamento do pronome
átono em “se constitui” (ℓ.10) e “se dá” (ℓ.12) para depois do verbo,
escrevendo-se, respectivamente, constitui-se e dá-se, sem que com
isso se prejudique a correção ou a coerência do texto.

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e) Embora a substituição de “está sendo” (ℓ.12 e 13) por é respeite a
correção gramatical e a coerência do texto, a opção pelo uso da forma
durativa enfatiza a ideia de continuidade do processo civilizatório.

O desenvolvimento é um processo complexo, que deriva de uma


gama de fatores – entre os quais se realça a educação – e precisa de
tempo para enraizar-se. É obra construída pela contribuição sistemática
de vários governos. Depende da produtividade, que se nutre da ciência,
das inovações e, assim, dos avanços da tecnologia. Na verdade, a
humanidade somente começou seu desenvolvimento depois da Revolução
Industrial, iniciada no século XVIII, na Inglaterra. A estagnação da renda
per capita havia sido a característica da história. A Revolução desarmou a
Armadilha Malthusiana e deu início à Grande Divergência. A Armadilha
deve seu nome ao demógrafo Thomas Malthus, para quem o potencial de
crescimento era limitado pela oferta de alimentos. A evolução da renda
per capita dependia das taxas de natalidade e mortalidade. A renda per
capita da Inglaterra começou a crescer descolada da demografia, graças
ao aumento da produtividade na agricultura e da exploração do potencial
agrícola da América.

(Adaptado de Maílson da Nóbrega, Lula e o mistério do desenvolvimento. VEJA, 26


de agosto, 2009, p.74)

13- Provoca-se erro gramatical ou incoerência na argumentação do


texto ao
a) substituir os dois travessões da linha 2 por vírgulas.
b) deixar subentendido o sujeito da oração, retirando o pronome se antes
de “realça” (ℓ.2).
c) iniciar o terceiro período sintático pelo termo Esse processo,
escrevendo “Depende” (ℓ.4) com letra inicial minúscula.
d) substituir “havia sido” (ℓ.8) por fora.
e) ligar os dois últimos períodos sintáticos, nas linhas 11 e 12, pela
conjunção porquanto, escrevendo o artigo em “A renda” com letra
minúscula.

Durante muito tempo, fazer ciência significou poder quantificar os


dados da realidade, garantir a generalidade e a objetividade do
conhecimento. No afã da universalidade do saber científico, do
cognoscível como representação do real, excluía-se o sujeito do
conhecimento, sua subjetividade, seus condicionamentos histórico-sociais.
Na base desta perspectiva está a crença de que o mundo está aí, pronto
para ser apreendido por uma consciência cognoscente. O cientificismo não
leva em conta que tanto o processo de percepção como o do pensamento
têm seus próprios mecanismos de produção. Hoje, ignorá-los significa
negar conquistas relevantes da psicologia contemporânea. Os objetos da
percepção e os objetos do pensamento não nos são dados da mesma

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maneira, nem tampouco se pode pensar na correspondência entre a
realidade e sua representação, mesmo porque nem tudo que existe é
representável.

(Adaptado de Nilda Teves, Imaginário social, identidade e memória. In:Lúcia


Ferreira & Evelyn Orrico (org.), Linguagem, identidade e memóriasocial, 2002, p. 53-54)

14- Assinale a opção correta a respeito das estruturas linguísticas do


texto.
a) No desenvolvimento do texto, a expressão “desta perspectiva” (ℓ.6)
aponta para uma concepção de fazer ciência que se opõe à quantificação
dos “dados da realidade” (ℓ.2).
b) De acordo com as normas gramaticais da língua portuguesa, é opcional
o uso da preposição de antes do pronome relativo “que” (ℓ.6); mas seu
uso ressalta as relações de coesão entre “crença” (ℓ.6) e “do saber
científico” (ℓ.3), “do cognoscível” (ℓ.4).
c) A vírgula depois de “aí” (ℓ.6) indica que a oração iniciada por “pronto”
constitui uma explicação, um esclarecimento sobre a afirmação de que o
“mundo está aí”.
d) Na linha 9, a flexão de plural no verbo ter, indicada pelo uso do acento
circunflexo em “têm”, estabelece a concordância com o termo posposto,
“seus próprios mecanismos”.
e) Na articulação da progressão das ideias no texto, o pronome átono em
“ignorá-los” (ℓ.9) retoma “condicionamentos histórico-sociais” (ℓ.5); por
isso está flexionado no plural.

ESAF – AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL – 2009

15- Os trechos abaixo foram adaptados do Editorial do Correio Braziliense


de 18/8/2009. Assinale a opção em que o segmento apresenta erro de
emprego dos sinais de pontuação.
a) Um dos agravantes é a falta de experiências bem-sucedidas e
replicáveis Brasil afora, além da ausência de um marco regulatório que
estabeleça não apenas responsabilidades, como também padrões
mínimos a serem observados na destinação do lixo pelas autoridades
regionais e municipais.
b) O que fazer com essa perigosa montanha de sujeira é um desafio que,
assim como ocorre nos países mais desenvolvidos, a sociedade brasileira
precisa enfrentar e resolver o quanto antes.
c) Os brasileiros produzem 43 milhões de toneladas de lixo por ano. Isso
quer dizer, que todos os dias são retiradas 150 mil toneladas de restos,
embalagens e dejetos das casas, ruas e avenidas em todo o país.
d) Depois de quase 20 anos de debates e embates entre interesses
divergentes, o país caminha para superar essa deficiência e, em breve,
poderá contar com uma legislação federal que estabeleça diretriz a ser
seguida em todo o território nacional.

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e) Já é hora de cada um dos que se dizem adeptos da preservação
ambiental deixar de atirar lixo pela janela do carro ou de despejar suas
sobras no lote vago do vizinho. Afinal, mais do que um modismo, o
compromisso com a ecologia precisa ir além do discurso; requer atitude
de cada um e o envolvimento de todos.

16- Assinale a opção correta em relação ao emprego dos sinais de


pontuação no texto abaixo.

A Conferência de Copenhague será a 15ª dos países que integram a


Convenção do Clima, de 1992. É o prazo final para que se adote um
tratado substituto ao Protocolo de Kyoto (1997), (1) que fracassou no
objetivo de reduzir a poluição aceleradora do aquecimento global. Teme-
se que Copenhague fique aquém do que seria necessário para sanar as
deficiências de Kyoto.
Em causa estão emissões dos gases do efeito estufa, como o CO2.
Eles são produzidos por vários setores: (2) energia, (3) indústria, (3)
transportes, (3) agricultura e desmatamento, entre os principais. Os
compostos engrossam um cobertor invisível na atmosfera, (4)
aquecendo-a globalmente. A temperatura média já se elevou 0,7ºC em
dois séculos. Para evitar que ultrapasse a barreira dos 2ºC, (5)
considerada perigosa para a estabilidade do clima planetário, (5)
pesquisadores estimam que seria preciso cortar até 40% das emissões
antes do ano 2020.
(Folha de S. Paulo, Editorial, 31/8/2009)

a) (1) O emprego de vírgula se justifica porque isola oração subordinada


adjetiva restritiva.
b) (2) O emprego de sinal de dois-pontos justifica-se porque antecede
citação de discurso alheio ao do autor do texto.
c) (5) O emprego de vírgulas se justifica para isolar oração subordinada
reduzida de gerúndio.
d) (4) O uso de vírgula se justifica para isolar expressão apositiva.
e) (3) As vírgulas se justificam porque isolam elementos de mesma
função sintática componentes de uma enumeração.

ESAF – ANALISTA TRIBUTÁRIO DA RECEITA FEDERAL – 2009

17- Assinale a justificativa correta para o emprego de vírgula.

A economia real nos Estados Unidos e na Europa segue em


compasso de espera. Isso significa que o produto e o emprego seguem
em declínio, (1) mas a uma velocidade menor.
Seja como for, as injeções de liquidez, os programas de compra de
ativos podres,(2) as garantias oferecidas pelas autoridades e a
capitalização das instituições financeiras não fizeram pouco. Além de
construir um piso para a deflação de ativos, as intervenções de

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provimento de liquidez suscitaram,(3) diriam os keynesianos,(3) um
movimento global no interior da circulação financeira. O inchaço da
circulação financeira teve efeitos mesquinhos sobre a circulação
industrial,(4) ou seja,(4) sobre a movimentação do crédito e da moeda
destinada a impulsionar a produção e o emprego.
Observa-se,(5) no entanto,(5) um rearranjo dentro do estoque de
riqueza que responde aos preços esperados dos ativos “especulativos” por
parte dos investidores que sobreviveram ao colapso da liquidez.
Agarrados aos salva-vidas lançados com generosidade pelo gestor em
última instância do dinheiro — esse bem público objeto da cobiça privada
— os senhores da finança tratam de restaurar as práticas e operações de
“normalização dos mercados”, isto é, aquelas que levaram à crise.

(Luiz Gonzaga Beluzzo, adaptado do Valor Econômico de 14 de outubro de 2009)

a) (1) A vírgula separa oração coordenada assindética.


b) (2) A vírgula separa elementos de mesma função sintática
componentes de uma enumeração.
c) (3) As vírgulas isolam uma expressão apositiva.
d) (4) As vírgulas isolam conjunção coordenativa conclusiva.
e) (5) As vírgulas isolam conjunção subordinativa concessiva intercalada
na oração principal.

18- Assinale o trecho do texto adaptado de Boris Fausto (Memória e


História) em que, na transcrição, foram plenamente atendidas as regras
de pontuação.
a) Em uma fila no banco, na época em que, no Brasil, houve
congelamento dos depósitos bancários, uma jovem, de traços orientais,
permanecia calada e, aparentemente, atenta aos movimentos de todos,
como se a qualquer momento, alguém pudesse passar à sua frente.
b) De repente, sua voz se ergueu enigmática: “A culpa de tudo isso é do
meu avô.” Nos segundos seguintes, a melhor hipótese que me passou
pela cabeça, foi a de um avô conservador, aconselhando a neta a poupar,
em vez de gastar, apoiado em uma versão japonesa da fábula da cigarra
e da formiga.
c) Não era nada disso. A jovem decifrou o enigma, em tom suspiroso,
explicando que, no começo dos anos de 1930, grande parte da família
decidira emigrar para a Califórnia, mas seu avô meio aventureiro, optara
infelizmente, pelo Brasil.
d) Tentei esboçar um discurso sociológico, ponderando, que os imigrantes
japoneses localizados na costa do Pacífico, tinham atravessado momentos
adversos, especialmente, no curso da Segunda Guerra Mundial, quando
muitos deles foram transferidos para campos de confinamento no meio-
oeste americano.
e) Pensei, ainda, em lembrá-la de que, por outro lado, a experiência dos
japoneses no Brasil estava longe de representar um desastre. No entanto,
bastou olhar para a neta do sol nascente e, logo, perceber que ela se

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transportara para outras esferas, alheia à fila e a tudo o mais que a
rodeava.

ESAF – ANALISTA DE FINANÇAS E CONTROLE - SEFAZ/SP - 2009

É importante notar que a taxa de juros anual média de 141,12% é


escandalosa para o Brasil, cuja inflação anual é estimada em torno de
6,5%. A redução dos juros que se verificou em dezembro certamente não
reflete as mudanças que beneficiaram os bancos (redução do compulsório
e ligeira melhora na captação de recursos), mas apenas a menor procura
por crédito. A discreta queda dos juros não deve aumentar a procura por
crédito pelas pessoas físicas que estão conscientes de que não é o
momento de se endividar, nem favorecerá uma redução da inadimplência.
No máximo, interessará às pessoas jurídicas que buscam crédito de
curtíssimo prazo ou financiamentos para exportação, embora as
facilidades oferecidas pelo Banco Central tenham um custo muito elevado.
Sabe-se que uma redução da taxa Selic nunca repercute plenamente nas
taxas de juros dos bancos, que, sob o pretexto da elevação da
inadimplência, aumentaram os seus spreads (diferença entre a taxa de
captação e de aplicação). O governo está tentando obter uma redução
desse spread, até agora sem grande sucesso.
Para uma redução sensível das taxas de juros, duas medidas seriam
necessárias: reduzi-las nos bancos públicos (Caixa Econômica e Banco do
Brasil) e, especialmente, em função de uma taxa Selic menor, reduzir o
interesse dos bancos em aplicar seus excedentes de caixa em títulos da
dívida mobiliária federal, que oferecem juros elevados e total garantia.
(O Estado de S. Paulo, Editorial, 16/1/2009)

19- Ainda em relação ao texto constante da questão, assinale a opção


correta.
a) O segmento “que buscam crédito de curtíssimo prazo ou
financiamentos para exportação” (ℓ.9 e 10) constitui oração subordinada
adjetiva restritiva.
b) Caso os parênteses (ℓ.4 e 5) sejam substituídos por travessões,
prejudica-se a correção gramatical do período.
c) Mantém-se a correção gramatical do período ao se substituir “cuja” (ℓ.
2) por pela qual
d) Em “Sabe-se” (ℓ.12), o pronome “-se” indica voz reflexiva.
e) Em “reduzi-las” (ℓ.18), o pronome “-las” retoma o antecedente
“medidas” (ℓ.17).

20- Em relação ao texto abaixo, assinale a opção correta.

A invasão israelense intensifica o ambiente de privações e ameaças


à integridade física em que vivem os habitantes de Gaza. Além dos
intensos bombardeios aéreos, que mataram centenas de palestinos –

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entre eles várias mulheres e crianças –, faltam víveres e medicamentos, e
os cortes no fornecimento de água e luz são constantes.
Ao que consta, pois Israel impede a entrada da imprensa no
território invadido, o objetivo inicial da ação terrestre é isolar o norte da
faixa litorânea, de onde parte a maioria dos ataques com foguetes contra
o sul israelense, do restante do território palestino. A cidade de Gaza,
com mais de 400 mil habitantes, foi sitiada.
Além dos intoleráveis danos, humanos e materiais, que impõe aos
palestinos, o estrangulamento militar desfechado por Israel está repleto
de incertezas quanto à sua eficácia.
(Folha de S. Paulo, Editorial, 5/1/2009)

a) O sinal indicativo de crase em “à integridade” (ℓ.2) justifica-se pela


regência de “intensifica” (ℓ.1) e pela presença de artigo definido feminino
singular.
b) O pronome relativo “que” (ℓ.2) retoma o sentido do termo
antecedente: “integridade física”
c) O segmento “de onde parte a maioria dos ataques com foguetes contra
o sul israelense” (ℓ.8 e 9) está entre vírgulas por tratar-se de oração
subordinada adjetiva explicativa.
d) A expressão “Ao que consta” (ℓ.6) indica que os autores têm certeza
absoluta da informação apresentada.
e) O emprego de vírgula após “aéreos” (ℓ.3) justifica-se para isolar a
oração de natureza restritiva subsequente.

21- Com base no texto, assinale a opção incorreta.

É certo que houve expansão da frota, tanto de carros, como de


caminhões e ônibus. Mas isso é muito pouco para explicar a verdadeira
chacina na malha rodoviária a que o país parece assistir de braços
cruzados.
Cabe boa parte da culpa aos motoristas. Quem viaja pelas estradas
brasileiras não precisa ir longe para constatar verdadeiros descalabros.
Motoristas dispostos a tudo mostram sua estupidez e total falta de
responsabilidade: trafegam em alta velocidade, fazem ultrapassagens
inconvenientes, andam pelo acostamento, usam faróis altos e
frequentemente dirigem alcoolizados.
(Estado de Minas, Editorial, 6/1/2009.)

a) A forma verbal “houve” é impessoal e a oração da qual ela constitui o


núcleo do predicado não tem sujeito.
b) O emprego de sinal de dois-pontos após “responsabilidade” (ℓ.8)
justifica-se por anteceder uma citação de outro texto.
c) O emprego da preposição “a” em “a que o país parece...” (ℓ.3) justifica-
se pela regência de “assistir”.
d) O termo “isso” (ℓ.2) retoma as informações do período antecedente.

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e) O emprego de vírgulas nas linhas 8 e 9 justifica-se porque isolam
elementos de mesma função gramatical componentes de uma
enumeração.

22- Assinale o trecho com sintaxe e pontuação corretas.


a) O país classificado entre os de maior carga tributária no mundo, o
Brasil poderá marcar a história, este ano, com a aprovação da tão
esperada reforma tributária – bandeira dos empresários e classistas
envolvidos com a economia nacional.
b) Ao lado da especialização das bases tributárias, o fisco tem se
posicionado quanto à importância de prover à administração tributária de
autonomia orçamentária, financeira, administrativa e funcional, assim
como a previsão de uma lei orgânica que, inclusive foi aceita como
emenda, pelo relator da matéria, na Câmara dos Deputados.
c) Efetivar uma reforma tributária, não é tarefa fácil; até mesmo pelos
mais diversos atores envolvidos, a quem os interesses, muitas vezes, são
também distintos.
d) Uma das propostas de reforma defende, em síntese, a especialização
das bases tributárias clássicas entre as esferas de governo: à União cabe
a competência dos tributos incidentes sobre a renda; aos estados e ao
DF, os impostos instituídos sobre o consumo; e aos municípios, cabe os
cobrados sobre o patrimônio.
e) Não à toa, o assunto foi um dos mais polêmicos discutidos pelos
parlamentares e um dos que marcaram os debates no Congresso Nacional
no fim de 2008.

23- Com base no texto, assinale a opção incorreta.

O Hamas, com sua odiosa plataforma que prega o aniquilamento da


nação vizinha, não é um movimento adventício, artificial, em Gaza.
O grupo fundamentalista, com ramificações assistenciais e
religiosas, criou raízes e tornou-se popular na faixa de Gaza – essa
capilaridade, aliás, torna difícil atingir alvos militares sem matar civis. O
Hamas venceu as eleições parlamentares palestinas de 2006 e, mais
tarde, expulsou de Gaza o Fatah, o partido secular de Mahmoud Abbas,
presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP). Facilitaram a ascensão
do extremismo em Gaza a incompetência corrupta do governo do Fatah, o
cruel bloqueio à circulação de bens e pessoas imposto por Israel e a
opção, tomada por EUA e União Europeia, de ignorar diplomaticamente o
Hamas e fortalecer a ANP.
(Folha de S. Paulo, Editorial, 5/1/2009)

a) A forma verbal “Facilitaram” (ℓ.8) está no plural porque concorda com


o sujeito composto que está em posição subsequente.
b) A expressão “capilaridade” (ℓ.5) está sendo empregada com o sentido
de ramificações múltiplas, presença bem distribuída geograficamente.
c) O segmento “presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP)” (ℓ.8)
está precedido por vírgula por tratar-se de aposto.

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d) A expressão “adventício” (ℓ.2) está sendo empregada com o sentido de
antigo, tradicional.
e) O emprego da preposição em “de ignorar” (ℓ.11) justifica-se pela
regência de “opção”.

ESAF – MF - ASSISTENTE TÉCNICO ADMINISTRATIVO – 2009

24- Em relação ao texto assinale a opção correta.

A OAB nacional está pedindo ao Supremo Tribunal Federal uma


súmula vinculante que discipline o uso do segredo de Justiça, prerrogativa
que tem sido utilizada por juízes nem sempre em defesa do interesse
público, mas, em alguns casos, na proteção a suspeitos de falcatruas. A
legislação brasileira diz que o instrumento só pode ser decretado em dois
casos excepcionais previstos: um, quando há risco de exposição pública
de questões privadas do investigado ou réu, como relacionamentos
amorosos e doenças; e, outro, quando o processo contém documentos
sigilosos, como extratos bancários ou escutas telefônicas. Mas, na prática,
tem sido diferente: por motivos nem sempre claros, especialmente em
processos que envolvem autoridades, alguns juízes privam a sociedade de
saber a verdade. Os atos públicos, em especial os que envolvem
procedimentos judiciais, têm como regra básica a transparência, a
publicidade sem restrições e o acesso dos cidadãos. O contrário – ou seja,
o sigilo – é sempre a exceção.
(Zero Hora, 27/2/2009)

a) O emprego do subjuntivo em “discipline” (ℓ.2) justifica-se por se tratar


de uma informação categórica, de uma afirmação indiscutível.
b) A palavra “falcatruas” (ℓ.4) está sendo empregada com o sentido de
ações honestas e confere ao texto um traço de formalidade.
c) A forma verbal “têm” (ℓ.13) está no plural porque concorda com “Os
atos públicos” (ℓ.16).
d) O sinal de dois-pontos após “previstos” (ℓ.6) justifica-se por marcar a
introdução de um diálogo.
e) A expressão “o instrumento” (ℓ.5) retoma o antecedente “defesa do
interesse público” (ℓ.3 e 4).

25- Em relação ao texto abaixo, assinale a opção incorreta.

Os mercados financeiros entraram em março assombrados pelo


maior prejuízo trimestral da história corporativa dos Estados Unidos – a
perda de US$ 61,7 bilhões contabilizada pela seguradora American
International Group (AIG) no quarto trimestre de 2008. No ano, o
prejuízo chegou a US$ 99,3 bilhões. O Tesouro americano anunciou a
disposição de injetar mais US$ 30 bilhões na seguradora, já socorrida em
setembro com dinheiro do contribuinte. Na Europa, a notícia ruim para as
bolsas foi a redução de 70% do lucro anual do Banco HSBC, de US$ 19,1

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bilhões para US$ 5,7 bilhões. Enquanto suas ações caíam 15%, o banco
informava o fechamento das operações de financiamento ao consumidor
nos Estados Unidos, com dispensa de 6.100 funcionários. Com demissões
de milhares e perdas de bilhões dominando o noticiário de negócios no dia
a dia, os sinais de reativação da economia mundial continuam fora do
radar. E isso não é o pior. No fim do ano passado, havia a esperança de
se iniciar 2009 com a crise financeira contida. Se isso tivesse acontecido,
os governos poderiam concentrar-se no combate à retração econômica e
ao desemprego. Aquela esperança foi logo desfeita.
(O Estado de S. Paulo, 3/3/2009)

a) O travessão após “Estados Unidos” (ℓ.2) pode ser substituído por sinal
de dois-pontos sem prejuízo para a correção gramatical do período.
b) Em “concentrar-se” (ℓ.16), o “-se” indica sujeito indeterminado.
c) O emprego de vírgula após “Europa” (ℓ.7) justifica-se porque isola
adjunto adverbial de lugar no início do período.
d) Preservam-se a correção gramatical do período e a informação original
se a expressão “já socorrida” (ℓ.6) for substituída por que já tinha sido
socorrida.
e) A presença de preposição em “ao desemprego” (ℓ.17) justifica-se pela
regência de “combate”.

26- As frases abaixo empregam corretamente os sinais de pontuação,


exceto uma. Indique-a.
a) Desertos irão aumentar; oásis, morrer; e fluxo de rios, diminuir,
algumas vezes com resultados catastróficos.
b) Desertos irão aumentar. Oásis irão morrer e o fluxo de rios vai diminuir
– algumas vezes com resultados catastróficos.
c) Desertos irão aumentar. Oásis, morrer. Fluxo de rios, diminuir.
Algumas vezes, os resultados serão catastróficos.
d) Desertos irão aumentar, oásis vão morrer e o fluxo de rios vai
diminuir, algumas vezes com resultados catastróficos.
e) Desertos, irão aumentar; oásis, morrer, e fluxo de rios; diminuir –
algumas vezes com resultados catastróficos.

(Adaptado de O Aquecimento Global, de Fred Pearce (Publifolha, 2002), em trecho que


trata dos efeitos que a seca pode provocar no interior dos continentes, no próximo
século)

ESAF – ESPECIALISTA EM POLÍTICAS PÚBLICAS E GESTÃO


GOVERNAMENTAL – MPOG - 2009

Exatamente na medida em que não mais podemos identificar um


paradigma dominante em nosso contexto de pensamento – referência
básica para nossos projetos científicos, políticos, éticos, pedagógicos e
mesmo estéticos – é que nos caracterizamos como vivendo uma crise de
paradigmas, e até mesmo uma crise da própria necessidade e

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possibilidade de um paradigma hegemônico. Estamos, portanto, em busca
de caminhos, de respostas. A história das ideias e, mais especificamente,
a história da ciência nos revelam, entretanto, que os períodos de crise são
extremamente férteis porque abrem novas possibilidades ao pensamento.
Nesse sentido, eles permitem o surgimento de alternativas aos modos de
pensar anteriores.

(Danilo Marcondes, A crise de paradigmas e o surgimento da Modernidade. In: Zaia


Brandão (org.), A crise dos paradigmas e a educação. São Paulo: Cortez, 1994, p.28-29,
com adaptações)

27- Assinale a opção correta a respeito do uso das estruturas linguísticas


na organização das ideias do texto.
a) A retirada da preposição “em”, antes do pronome “que” (l.1),
preservaria o respeito às regras gramaticais, com a vantagem de tornar o
texto mais objetivo e simplificar as relações semânticas.
b) Embora as regras gramaticais permitam substituir os dois travessões,
nas linhas 2 e 4, por vírgulas, tal substituição deveria ocorrer apenas na
primeira delas, pois uma vírgula depois de “estéticos” (l. 4) provocaria
erro gramatical.
c) A retirada da expressão “e até mesmo” (l. 5) preservaria a correção
gramatical do texto; mas, do ponto de vista textual, sua retirada
prejudicaria a argumentação porque a complexidade da crise de
paradigmas seria enfraquecida.
d) Apesar de o substantivo “possibilidades” (l. 9) admitir a preposição de
na regência de seus complementos, a organização do texto impede a
substituição de “ao pensamento” (l.9) por do pensamento, pois os
argumentos se tornariam incoerentes.
e) Na organização da argumentação, a retirada do pronome “eles” (l.10)
provocaria dificuldade de interpretação do texto porque seu referente está
muito distante: “nossos projetos científicos” (l. 3).

28- Assinale a opção correta a respeito das estruturas linguísticas do


seguinte texto.

Publicidade, do latim, publicus e do verbo publicare, é um termo


originalmente vocacionado para a vida pública, a livre e plural circulação
das ideias. Portanto, para a democracia, publicar era próprio dos reinos,
impérios, estados e, por fim, das repúblicas. Antítese de segredo, a
publicidade atendia aos interesses de governantes ao informar e aos das
pessoas em querer saber dos assuntos importantes. Tal como Janus, a
divindade mitológica de duas faces, o interesse público tanto serve ao
Estado como ao cidadão e, modernamente, de forma a combinar
accountability, ou responsabilização – a obrigação legal de publicar (do
Estado) – e o direito legal de saber (do cidadão). Publicistas foram
‘ilustres homens públicos’, difusores de grandes propostas de mudanças.
Grandes persuasores de ideias avançadas e emancipatórias, faziam uso

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da sua capacidade de falar, de escrever, de publicar para liderar grandes
mudanças de governos, de regimes políticos, etc.

(Discutindo Língua Portuguesa, ano 2, n. 14, com adaptações)

a) Por atender a regras obrigatórias da gramática do padrão culto da


língua, a retirada da vírgula depois de “latim” (l. 1) provocaria erro
gramatical e, consequentemente, incoerência textual.
b) As relações de significação que o aposto “a livre e plural circulação das
ideias” (l. 2 e 3) estabelece na organização sintática do período em que
ocorre indicam que “vida pública” (l. 2) deve ser entendida como essa
circulação livre e plural das ideias.
c) A repetição da preposição a, em “aos interesses” (l. 5), “ao informar”
(l. 5) e “aos das pessoas” (l. 5 e 6) indica que se trata de três
complementos para o verbo ATENDER, pois no padrão culto da língua
portuguesa é obrigatório o uso dessa preposição.
d) Por meio da expressão “Tal como” (l. 6), o texto compara as duas
faces de Janus à possibilidade de a publicidade ter tanto consequências
negativas quanto positivas na vida das pessoas.
e) As relações de coesão do segundo parágrafo do texto, focalizando
“Publicistas” (l.10), permitem iniciar o último período sintático do texto
com um conectivo, escrevendo Ao passo que grandes persuasores...

29- Os trechos abaixo constituem um texto adaptado de Luiz Carlos


Bresser Pereira, Folha de S. Paulo, 27/07/2009. Assinale a opção em que
o fragmento apresenta emprego correto dos sinais de pontuação.
a) A emigração dos povos pobres para os países ricos é hoje, fenômeno
social global que mostra o caráter inescapável do nacionalismo. O mundo
seria mais belo se fosse uma grande comunidade e não existissem
nações, mas isso só acontecerá quando as desigualdades diminuírem a
ponto de se estabelecer um Estado mundial.
b) Enquanto isso não ocorrer, o nacionalismo estará entre nós e tanto
poderá significar a legitimação do poder, dos povos mais poderosos sobre
os demais (imperialismo) quanto a ideologia necessária para que os povos
mais fracos se defendam. Tanto poderá ser um nacionalismo étnico, e
agressivo quanto um patriotismo defensivo.
c) O nacionalismo é a ideologia de formação do Estado-Nação. Alguém é
nacionalista se preenche duas condições: primeiro, se entende que é
obrigação do governo de seu país defender os interesses dos seus
habitantes e, segundo, se considera que, ao tomar decisões, esse
governo deve pensar por conta própria em vez de se submeter aos
conselhos e pressões dos países mais ricos.
d) Assim definido, o nacionalismo é econômico e pode ser apenas
defensivo. Já o nacionalismo econômico agressivo, caracteriza os países
ricos que exploram os mais fracos, mas seus cidadãos acreditam que os
estão ajudando ou bem orientando.
e) Quanto ao nacionalismo étnico, é o nacionalismo perverso das pessoas
e povos, que discriminam de acordo com o critério da raça, da religião ou

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da origem nacional. É o nacionalismo que afirma que cada conjunto étnico
homogêneo deve ter seu próprio Estado-Nação; é o nacionalismo que, ao
rejeitar a imigração, se confunde com o nacionalismo econômico.

30- Assinale a opção em que o comentário sobre o emprego dos sinais de


pontuação do texto abaixo está incorreto.

Têm sido notáveis os avanços no Poder Judiciário, desde a


aprovação da emenda constitucional da sua reforma, em dezembro de
2004, após longa tramitação. Com a criação de instrumentos como a
súmula vinculante — decisões tomadas no Supremo que valem para
processos de temas comuns nas instâncias inferiores —, com o princípio
da “repercursão geral”, com base no qual o STF define sua própria
agenda, e com a criação de filtros contra recursos repetitivos, começou a
ocorrer o inimaginável: o esvaziamento das prateleiras no STF e no
Superior Tribunal de Justiça (STJ). O volume de recursos nas Cortes altas,
no segundo semestre de 2008, já foi 38% menor que no mesmo período
de 2007. Em todo esse processo de modernização, destaca-se o Conselho
Nacional de Justiça (CNJ), criado também pela reforma, e inicialmente
considerado o “controle externo” da magistratura. O termo criou
resistências corporativistas na Justiça, mas, com o tempo, o Conselho
ocupou espaços e hoje é um organismo muito atuante. Mesmo com uma
composição eclética — há representantes de vários ministérios e da
sociedade civil —, o Conselho é conduzido pelo presidente do STF, e isto o
ajuda a se manter sintonizado com a real agenda de problemas da
Justiça. No início, pensava-se que já seria grande avanço se o CNJ
funcionasse como uma espécie de supercorregedor da Justiça. O
Conselho, de fato, tem sido importante na aplicação de regras chave nos
tribunais. Por exemplo, no combate ao nepotismo, praga que também se
abate sobre a Justiça.
(O Globo, Editorial, 26/7/2009)

a) Mantém-se a correção gramatical do período ao se substituir os


travessões das linhas 4 e 5 por parênteses.
b) O sinal de dois-pontos à linha 8 indica que a informação subsequente é
uma explicação do sentido do termo “inimaginável”.
c) A expressão “criado também pela reforma” (l.12) está isolada por
vírgulas por se tratar de oração subordinada adjetiva explicativa reduzida
de particípio.
d) A expressão “com o tempo” (l. 14) está entre vírgulas por se tratar de
aposto explicativo.
e) a expressão “de fato” (l. 21) vem isolada por vírgulas pelo mesmo
motivo que a expressão “Por exemplo” (l. 22) vem seguida de vírgula.

ESAF – ANALISTA ADMINISTRATIVO – ANA – 2009

31- Em relação à pontuação do texto, assinale a opção correta.

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A água pode ter diversas finalidades, como: abastecimento


humano, dessedentação animal, irrigação, indústria, geração de energia
elétrica, lazer, navegação etc. Muitas vezes, esses usos podem ser
concorrentes, o que gera conflitos entre setores usuários ou mesmo
impactos ambientais.
Nesse sentido, é necessário gerir e regular os recursos hídricos,
acomodando as demandas econômicas, sociais e ambientais por água em
níveis sustentáveis, para permitir a convivência dos usos atuais e futuros
da água sem conflitos. Por isso, a outorga é fundamental, pois, ordenando
e regularizando o uso da água, é possível assegurar ao usuário o efetivo
acesso a ela, bem como realizar o controle quantitativo e qualitativo dos
usos desse precioso recurso.

(José Machado http://www.ana.gov.br/SalaImprensa/artigos/ set.2008.pdf)

a) O emprego do sinal de dois-pontos (l.1) justifica-se por anteceder


oração subordinada adjetiva restritiva.
b) As vírgulas da linha dois justificam-se porque isolam elementos de
mesma função gramatical componentes de uma enumeração.
c) A vírgula após “Muitas vezes” (l. 3) justifica-se para justifica-se para
isolar conjunção temporal.
d) O emprego de vírgula após “hídricos” (l. 6) justifica-se para isolar
oração subordinada adverbial comparativa.
e) O emprego de vírgula após “fundamental” (l. 9) justifica-se por isolar
oração subordinada adverbial condicional.

ESAF – MPOG – ESPECIALISTA EM POLÍTICAS PÚBLICAS E GESTÃO


GOVERNAMENTAL - 2008

32- Em relação ao texto abaixo, assinale a opção incorreta.

As grandes empresas estatais chinesas estão em plena temporada


de compras no mercado internacional. O acúmulo de quase US$ 1,5
trilhão em reservas na China não apenas mudou o jogo do financeiro
internacional, com mudanças de paradigma — dinheiro chinês financiando
o déficit americano — como tem potencial para alterar o mapa das fusões
e aquisições mundiais e também a configuração de forças em vastos
setores da economia. O foco da mais recente investida dos chineses é
emblemático: mineração.
A rápida, coordenada, cautelosa e surpreendente compra de 9% do
capital da anglo-australiana Rio Tinto, a terceira maior mineradora do
mundo, mostra uma mudança de qualidade no planejamento da investida
no exterior das estatais chinesas. Até a pouco tempo atrás, havia sérias
dúvidas sobre a capacidade de arregimentação dessas empresas pelo
governo chinês. A imagem predominante era a de que elas realizavam
incursões esporádicas e oportunistas em vários mercados, sem objetivos

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comuns. A compra de parte do capital acionário da Rio Tinto, entretanto,
passa a mostrar um alinhamento entre os interesses do Estado e os das
estatais enquanto empresas, para assegurar o suprimento de
commodities que sustente a rápida expansão econômica. Elas entraram
em uma disputa de mercado para evitar que eventual monopolização de
alguns setores, como o das commodities metálicas, traga uma indesejável
elevação de preços.
(Valor Econômico, 8/02/2008)

a) Os travessões das linhas 4 e 5 podem, sem prejuízo para a correção


gramatical do período, ser substituídos por parênteses.
b) O termo “entretanto” (l. 16) pode, sem prejuízo para a informação
original do período, ser substituído por qualquer um dos seguintes:
porém, contudo, todavia, conquanto, porquanto.
c) O segmento “a terceira maior mineradora do mundo” (l. 10 e 11) está
entre vírgulas porque é um aposto.
d) A expressão “incursões esporádicas” (l. 15) está sendo empregada com
o sentido de entradas eventuais, penetrações casuais.
e) O emprego de vírgulas após “rápida” e “coordenada” (l. 19) tem a
mesma justificativa gramatical.

33- Assinale a justificativa para os sinais de pontuação que está incorreta.

Uma conjuntura contraditória cria hoje desafios para a política


econômica: de um lado, a crise bancária americana, que está-se
transformando em recessão e terá efeitos negativos sobre a economia
brasileira; de outro, o aquecimento da economia brasileira, que levou a
um pequeno aumento da inflação. Diante dessas evidências, a ortodoxia e
o mercado financeiro têm uma resposta única: aumentar a taxa de juros,
acompanhando a curva dos juros no mercado futuro.
Mas estão paralisados porque sabem que a recessão americana
implicará redução de investimentos e de atividade econômica no Brasil e
porque o presidente Lula, uma vez que o risco de os empresários
começarem a segurar seus investimentos é real, recomenda a seus
auxiliares econômicos que monitorem com cuidado a economia brasileira
para evitar surpresas.
(Luiz Carlos Bresser-Pereira, Folha de S. Paulo, 28/01/2008)

O emprego de vírgula após

a) “americana” (l. 2) justifica-se porque a oração subsequente é adjetiva


explicativa.
b) “juros” (l.6) justifica-se porque a oração subsequente é reduzida de
gerúndio.
c) “evidências” (l. 5) justifica-se porque isola adjunto adverbial anteposto
à oração principal.
d) “brasileira” (l. 4) justifica-se por isolar a oração subsequente, que é
adjetiva restritiva.

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e) “Lula” (l. 10) e após “real” (l. 11) justifica-se porque a oração isolada é
subordinada adverbial causal intercalada.

ESAF – AUDITOR DO TESOURO MUNICIPAL/RN – 2008

34- O trecho adaptado de Veja, 9 de abril, 2008, foi reescrito com


diferentes estratégias de pontuação; assinale a opção em que todos os
sinais de pontuação estão corretamente empregados.
a) A crise financeira que abala os bancos americanos já é uma das piores
desde o crash de 1929. Mas as grandes indústrias e prestadoras de
serviços não financeiros aprenderam com os erros do passado e,
precavidas, acumularam reservas invejáveis nos últimos anos. Por essa
razão, a crise atual será menos desastrosa para a economia mundial do
que a de 2001.
b) A crise financeira que abala os bancos americanos já é uma das piores
desde o crash de 1929; mas as grandes indústrias e prestadoras de
serviços não financeiros aprenderam com os erros do passado e,
precavidas acumularam reservas invejáveis nos últimos anos. Por essa
razão a crise atual será menos desastrosa para a economia mundial do
que a de 2001.
c) A crise financeira que abala os bancos americanos já é uma das piores
desde o crash de 1929. Mas as grandes indústrias, e prestadoras de
serviços não financeiros, aprenderam com os erros do passado e
precavidas acumularam reservas invejáveis nos últimos anos – por essa
razão – a crise atual será menos desastrosa, para a economia mundial, do
que a de 2001.
d) A crise financeira que abala os bancos americanos já é uma das piores
desde o crash de 1929; mas as grandes indústrias e prestadoras de
serviços não financeiros aprenderam com os erros do passado e –
precavidas, acumularam reservas invejáveis nos últimos anos; por essa
razão a crise atual será menos desastrosa para a economia mundial do
que a de 2001.
e) A crise financeira que abala os bancos americanos já é uma das piores
desde o crash de 1929, mas as grandes indústrias e prestadoras de
serviços não financeiros aprenderam com os erros do passado: e
precavidas, acumularam reservas invejáveis nos últimos anos; por essa
razão, a crise atual será menos desastrosa para a economia mundial do
que a de 2001.

Gabarito comentado das questões acima

ESAF – CVM – ANALISTA DE SISTEMAS – 2010

1-

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GABARITO: C.

Com a retirada da conjunção integrante, a relação entre uma oração e


outra, que era de subordinação, torna-se de coordenação, pois uma
oração passa a não depender da outra. Os dois-pontos corroboram isso,
pois este sinal de pontuação pode separar orações coordenadas
assindéticas. No entanto, baseado no pedido do enunciado, a substituição
da conjunção integrante pelos dois-pontos estaria inadequada uma vez
que a relação sintático-semântica irá mudar: de subordinação para
coordenação. Em outras palavras: conjunção integrante não pode ser
substituída por dois-pontos, logo a alternativa C apresenta incorreção
gramatical e alteração semântica.

Na letra A, o ponto e vírgula é bem usado, pois separa orações


coordenadas.

Na letra B, o adjunto adverbial “no decorrer dos anos” está deslocado,


logo as vírgulas seriam bem colocadas.

Na letra D, os dois-pontos após “Pior” estariam adequados, pois eles


introduzem uma explicação do que é “pior”.

Na letra E, o travessão poderia sim colocar em relevo a expressão “ou


com uma fonte fixa de renda”. Afinal, este é um dos papéis do travessão.

2-
GABARITO: D.

Comento a letra B, pois tem a ver com a aula de hoje, ok?

Observe o período completo: “Tradicional defensor de instrumentos


ortodoxos de política econômica, o Fundo Monetário Internacional (FMI)
admitiu o uso de controles de capital para combater a formação de bolhas
financeiras e o fluxo exagerado de investimentos estrangeiros que
valorizam excessivamente as moedas nacionais em relação ao
dólar.”

Note o trecho grifado. Trata-se de uma oração subordinada adjetiva


restritiva (não separada por vírgulas, lembra?). Caso colocássemos uma
vírgula antes do pronome relativo “que”, a oração se tornaria explicativa,
alterando o sentido do trecho. Não haveria uma incorreção gramatical,
mas haveria tão somente uma mudança de sentido. Veja a página 9!

ESAF – SUSEP – ANALISTA TÉCNICO – 2010

3-
GABARITO: E.

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Sobre a 2ª afirmação, as vírgulas são bem colocadas, sem haver


incoerência textual. Veja o original: “Vinte anos depois, tal fenômeno
praticamente ausente dos debates econômicos resultou noutra
tendência...”. Veja agora a reescritura: “Vinte anos depois, tal fenômeno,
praticamente ausente dos debates econômicos, resultou noutra
tendência...”. Com vírgulas ou sem vírgulas, não há prejuízo de sentido a
ponto de comprometer o texto.

Sobre a 5ª afirmação, veja que a reescritura com vírgulas estaria


adequada, pois o termo deslocado é um adjunto adverbial: “Produtividade
maior, mais renda e melhores empregos estão promovendo, na
economia, uma revolução ainda pouco compreendida e estudada.”
Simples assim.

4-
GABARITO: C.

Comento a letra A apenas.

Normalmente os travessões podem substituir as vírgulas, principalmente


quando estas separam termos ou orações de valor explicativo. Portanto
não há erro algum se reescrevêssemos o trecho assim: “Dados do Sine,
uma rede pública de agências de emprego, associada ao Ministério do
Trabalho, mostram...”. Confira isso na página 15!

ESAF – MTE – AUDITOR FISCAL DO TRABALHO – 2010

5-
GABARITO: A.

Sobre a letra B, veja o contexto: “Corolário do desmoronamento do


sistema de proteção social, em um quadro agravado pela revolução
tecnológica, que automatizou o sistema produtivo sem gerar novos
postos de trabalho,...”

Como já sabemos e estamos escaldados, a oração subordinada adjetiva


ex-pli-ca-ti-va é que é separada por vírgulas; a restritiva, não! Portanto
tais vírgulas isolam não uma oração adjetiva restritiva, mas sim
explicativa. Safo?!

6-
GABARITO: E.

Sobre a letra A, não há vocativo algum, mas sim um aposto explicativo, o


qual EXPLICA (☺) um termo anterior. Veja per si: “O presidente do Banco
Central Europeu (BCE), Jean-Claude Trichet,...” Foi?

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7-
GABARITO: C.

Sobre a letra C, note o contexto: “... todos os envolvidos nas discussões


sobre educação, ambiente, economia, globalização, direitos humanos e
cooperação.”

Todos estes termos são núcleos do complemento nominal sublinhado.


Portanto, segundo uma das regras mais conhecidas de vírgula, as vírgulas
isolam elementos de mesma função gramatical componentes de
enumeração.

Sobre a letra A, há um erro na afirmação. Não há oração subordinada


adverbial comparativa deslocada. Lembre-se de que as orações adverbais
são iniciadas por conjunções subordinativas. Se você pensou que o
“como” era uma conjunção iniciando uma oração subordinada adverbial,
cometeu um equívoco, pois após o “como” é um advérbio de modo e,
além disso, não há verbo após ele de modo que constitua oração.

Sobre a letra B, a regra é a mesma que consta na letra C. Veja: “... numa
oportunidade de congregar, anualmente, ONGs, personalidades,
estudantes, políticos...”. Enumeração de termos de mesma função
sintática.

Sobre a letra D, veja: “Organizado há 10 anos com o argumento de que


era preciso criar um contraponto ao Fórum Econômico de Davos, o
Fórum Social sempre esteve envolvido em saudáveis
controvérsias.” Não existe, em lugar nenhum das gramáticas, oração
subordinada restritiva anteposta à principal separada por vírgula,
portanto a afirmação é absurda.

Sobre a letra E, “no entanto” não é adjunto adverbial, mas sim uma
locução conjuntiva adversativa deslocada, que deve vir entre vírgulas.

8-
GABARITO: A.

Na letra A, veja como as vírgulas foram bem colocadas (justifico cada uso
da vírgula):

“Na linguagem de hoje, (adjunto adverbial deslocado) a palavra


“provedor” evoca mais facilmente um serviço do mundo virtual do que o
homem que, sozinho, (predicativo do sujeito deslocado) sustentava
materialmente sua família. É que saiu do ar esse provedor que, até
recentemente, (adjunto adverbial deslocado) ocupava não só a
cabeceira da mesa, mas também (esta última vírgula é facultativa)

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um lugar de indiscutível poder na família.” Por favor, considere a Obs. 5,
p. 8 a respeito da última vírgula.

Sobre as letras B, C, D, E, respectivamente, veja as considerações:

“Na metade do século XX, introduziu-se no espírito das mulheres, (o


adjunto adverbial deslocado deveria estar entre vírgulas) uma
ideia subversiva: a identidade e a liberdade passavam pela independência
econômica em face do homem provedor.”

“Nos anos 90, quando as grandes transformações econômicas, a


globalização e a reestruturação das empresas com supressão de
empregos, tornaram não se separa o sujeito do seu verbo por
vírgula) precário e inseguro o salário dos homens, as mulheres
aumentaram seu investimento no mercado de trabalho.”

“Para as mulheres, o trabalho remunerado já não representava somente


uma escolha de afirmação de identidade ou de realização pessoal em
algum campo profissional. Ele tornou-se uma necessidade. Homens e
mulheres passaram a somar salários, única maneira para muitos, (o
adjunto adverbial “para muitos” deveria vir entre vírgulas) de
garantir o nível de vida de uma família, em que os homens já não eram
confiáveis como provedores.”

“Na prática, a inserção das mulheres no mercado de trabalho, não


atenuou (não se separa o sujeito do seu verbo por vírgula) suas
responsabilidades em relação à família. Simplesmente, a famosa vida
doméstica passou a ser encaixada nos interstícios dos horários de sua
vida profissional. As mulheres porém, (conjunção deslocada deve vir
entre vírgulas) senhoras de si, passaram a se perguntar: por que
continuava cabendo exclusivamente a elas a responsabilidade pela vida
privada.”

ESAF – AGENTE DE FAZENDA – 2010

9-
GABARITO: A.

Sobre a letra B, veja o contexto: “Passada a fase aguda da crise


financeira que eclodiu em setembro de 2008, o governo tomou algumas
medidas para melhorar o consumo interno: desoneração tributária, maior
crédito pessoal e diminuição do compulsório.”

Os termos que vêm após os dois-pontos servem para explicar o termo


anterior “algumas medidas”, e não para inserir uma citação de outro
texto. Até porque, quando se cita, as aspas devem ser usadas para
marcar uma citação.

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10-
GABARITO: A.

Sobre a letra A, a afirmação do não uso da vírgula está corretíssima; veja


o contexto: “Ao apontar os fatores que emperram as políticas públicas...”.
Caso colocássemos uma vírgula antes do pronome relativo “que”, a
oração se tornaria subordinada adjetiva explicativa.

Sobre a letra C, a afirmação é absurda, pois “desde a metade do século


passado” é um adjunto adverbial deslocado, daí as vírgulas.

11-
GABARITO: B.

Sobre a letra B, note o contexto: “No passado, esse déficit provocaria


grande apreensão entre os agentes econômicos. Agora, a divulgação
desses dados sequer mexeu com as cotações no mercado de câmbio.”

Ambos os termos são adjuntos adverbiais deslocados, portanto as


vírgulas são bem colocadas e se justificam pelo mesmo motivo.

Sobre a letra A, veja o contexto: “O Brasil voltou a registrar déficits


elevados nas transações correntes com o exterior, que contabilizam o
movimento de mercadorias...”

A afirmação de que a vírgula foi usada para isolar uma expressão que
indica circunstância é incabível. Na verdade a vírgula é usada para
separar oração subordinada adjetiva explicativa.

Sobre a letra C, veja que os termos estão enumerados; é por esta razão
que as vírgulas foram colocadas.

Sobre a letra D, todos os termos se justificam pelo mesmo motivo:


termos enumerados de mesma função sintática.

Sobre a letra E, novamente vemos a vírgulas ser usada para separar


termos de mesma função sintática.

ESAF – ANALISTA DE PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO MPOG – 2010

12-
GABARITO: B.

Comentando a letra C:

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A afirmação da letra C — o sinal de travessão, na linha 9, exerce função
semelhante ao sinal de dois pontos, que é a de introduzir uma explicação
ou uma especificação para a ideia anterior — está corretíssima. E é
autoexplicativa.

Note o contexto: “... implica a experiência da violência que a tornou


possível — a violência fundadora da modernidade.”

Veja agora a reescritura: “... implica a experiência da violência que a


tornou possível: a violência fundadora da modernidade.”

13-
GABARITO: E.

Sobre a letra A, percebe que a ESAF se repete no pedido de questões


relativas à pontuação? De novo, a banca quer saber se podemos
substituir travessões por vírgulas. Resposta: sem problemas!

Reescrevendo o trecho original com vírgulas, fica assim: “O


desenvolvimento é um processo complexo, que deriva de uma gama de
fatores, entre os quais se realça a educação, e precisa de tempo para
enraizar-se.“

Este tipo de questão você não erra mais.

14-
GABARITO: C.

A afirmação da letra C é autoexplicativa. E concordo totalmente com ela.

Veja o contexto: “Na base desta perspectiva está a crença de que o


mundo está aí, pronto para ser apreendido por uma consciência
cognoscente.”

Não obstante, poderíamos dizer também que ocorre uma elipse da oração
anterior, daí o uso da vírgula. Veja: “Na base desta perspectiva está a
crença de que o mundo está aí, (o mundo está) pronto para ser
apreendido por uma consciência cognoscente.”

De qualquer maneira a justificativa da banca procede.

ESAF – AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL – 2009

15-
GABARITO: C.

Onde está Wally?... ou melhor, hehe... onde está o erro?:

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“Os brasileiros produzem 43 milhões de toneladas de lixo por ano. Isso


quer dizer, que todos os dias são retiradas 150 mil toneladas de restos,
embalagens e dejetos das casas, ruas e avenidas em todo o país.”

Bingo!

Esta é clássica: NÃO se usa vírgula entre o verbo e o seu complemento. A


locução verbal “quer dizer” apresenta um verbo principal transitivo direto.
Ele exige um complemento, objeto direto — em forma de oração (que
todos os dias são retiradas 150 mil toneladas de restos, embalagens e
dejetos das casas, ruas e avenidas em todo o país).

Sendo assim, o erro é... não podemos separar por vírgula o verbo de seu
complemento. Não esqueça!

16-
GABARITO: E.

Observe o contexto: “Eles são produzidos por vários setores: energia,


indústria, transportes, agricultura e desmatamento, entre os principais.”

Os termos (núcleos do aposto enumerativo) de mesma função sintática


estão enumerados, portanto as vírgulas são usadas para separá-los.
Clássico!

Sobre A, ocorre um equívoco, pois a vírgula antes da oração subordinada


adjetiva, torna-a explicativa e não restritiva.

Sobre B, os dois-pontos abrem uma enumeração.

Sobre C, para começar, o verbo não está no gerúndio, e a oração é


subordinada adjetiva explicativa reduzida de particípio. Veja como é
possível desenvolvê-la com um pronome relativo: “Para evitar que
ultrapasse a barreira dos 2ºC, a qual é considerada perigosa para a
estabilidade do clima planetário,...”

Sobre D, veja o contexto: “Os compostos engrossam um cobertor invisível


na atmosfera, aquecendo-a globalmente. (= que a aquece
globalmente)”. A vírgula está apenas separando uma oração subordinada
adjetiva explicativa reduzida de gerúndio.

E aí, difícil?

ESAF – ANALISTA TRIBUTÁRIO DA RECEITA FEDERAL – 2009

17-

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GABARITO: B.

Note o contexto: “Seja como for, as injeções de liquidez, os


programas de compra de ativos podres, as garantias oferecidas
pelas autoridades e a capitalização das instituições financeiras não
fizeram pouco.”

Estes termos grifados estão separados por vírgula porque fazem parte de
uma enumeração de termos de mesma função sintática.

Sobre a letra A, a oração não é coordenada assindética, pois é iniciada


por um síndeto, a conjunção MAS. A justificativa deveria ser: a vírgula é
usada para separar a oração coordenada sindética adversativa.

Sobre a letra C, as vírgulas foram usadas para separar uma oração


intercalada ou interferente.

Sobre a letra D, a expressão “ou seja” não é uma conjunção conclusiva,


mas sim uma expressão denotativa de explicação. Veja a página 7.

Sobre a letra E, a locução conjuntiva adversativa “no entanto” está


deslocada, e, por este motivo, e não outro motivo esdrúxulo, está
separada por vírgulas.

18-
GABARITO: E.

Para mim, há dois gabaritos certos: B e E, mas fiquemos sempre com o


que não é polêmico! Neste caso, a letra E:

“Pensei, ainda, (adjunto adverbial deslocado) em lembrá-la de que,


por outro lado, (adjunto adverbial deslocado) a experiência dos
japoneses no Brasil estava longe de representar um desastre. No entanto,
(conjunção deslocada) bastou olhar para a neta do sol nascente e,
logo, (adjunto adverbial deslocado) perceber que ela se transportara
para outras esferas, alheia (predicativo do sujeito; veja a página 6!)
à fila e a tudo o mais que a rodeava.”

Agora veja a B:

“De repente, (adjunto adverbial deslocado) sua voz se ergueu


enigmática: (dois-pontos/discurso direto) “A culpa de tudo isso é do
meu avô.” (aspas/discurso direto; citação) Nos segundos seguintes,
(adjunto adverbial deslocado) a melhor hipótese que me passou pela
cabeça, (vírgula facultativa para oração subordinada adjetiva
restritiva)* foi a de um avô conservador, aconselhando a neta a poupar,
(oração subordinada reduzida de gerúndio) em vez de gastar,

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apoiado em uma versão japonesa da fábula da cigarra e da formiga
(oração subordinada reduzida de particípio).”

* Não há consenso entre os gramáticos, mas... bem-vindo à ESAF.

Observe o(s) erro(s) das demais:

Letra A: “Em uma fila no banco, na época em que, no Brasil, houve


congelamento dos depósitos bancários, uma jovem, de traços orientais,
permanecia calada e, aparentemente, atenta aos movimentos de todos,
como se a qualquer momento, (adjunto adverbial deslocado deve vir
entre vírgulas) alguém pudesse passar à sua frente.

Letra C: “Não era nada disso. A jovem decifrou o enigma, em tom


suspiroso, explicando que, no começo dos anos de 1930, grande parte da
família decidira emigrar para a Califórnia, mas seu avô meio aventureiro,
optara (não se separa sujeito do seu verbo por vírgula) infelizmente,
(adjunto adverbial deslocado deve vir entre vírgulas) pelo Brasil.”

Letra D: “Tentei esboçar um discurso sociológico, ponderando, que os


imigrantes japoneses localizados na costa do Pacífico, (entre o verbo e o
seu complemento não pode haver vírgula) tinham atravessado
(entre o sujeito e o seu verbo não pode haver vírgula) momentos
adversos, especialmente, no curso da Segunda Guerra Mundial, quando
muitos deles foram transferidos para campos de confinamento no meio-
oeste americano.”

ESAF – ANALISTA DE FINANÇAS E CONTROLE - SEFAZ/SP - 2009

19-
GABARITO: A.

Sobre a letra B, segundo as regras de pontuação, toda expressão


explicativa entre parênteses pode ser substituída por travessões. Portanto
a frase poderia ser reescrita assim: “A redução dos juros que se verificou
em dezembro certamente não reflete as mudanças que beneficiaram os
bancos — redução do compulsório e ligeira melhora na captação de
recursos —,...”

Simples assim.

20-
GABARITO: C.

Note o contexto da letra C:

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“... o objetivo inicial da ação terrestre é isolar o norte da faixa litorânea,
de onde parte a maioria dos ataques com foguetes contra o sul
israelense,...”

A oração subordinada adjetiva explicativa iniciada pelo pronome relativo


ONDE, que retoma “o norte da faixa litorânea”, é separada sempre por
vírgulas, travessões ou parênteses. Portanto, certíssima a afirmação da
letra C, o que já não podemos dizer o mesmo a respeito da letra E, em
que a oração não é restritiva, mas sim explicativa, pois vem antecedida
de vírgula (... bombardeios aéreos, que mataram centenas de
palestinos...).

Foi?

21-
GABARITO: B.

Os dois-pontos são usados para separar orações coordenadas assindéticas


e não anteceder uma citação, até porque uma citação vem marcada por
aspas. Portanto, a afirmação da B é incorreta.

Sobre a letra E, a afirmação procede, pois este trecho: “... trafegam em


alta velocidade, fazem ultrapassagens inconvenientes, andam pelo
acostamento, usam faróis altos...” apresenta orações coordenadas
assindéticas em sequência, ou seja, estruturas sintáticas semelhantes
enumeradas.

22-
GABARITO: E.

Comentando a vírgula correta da letra E:

A expressão “não à toa” é um adjunto adverbial deslocado, por isso o uso


da vírgula.

Sobre as demais, na sequência (A, B, C, D), comento os problemas de


pontuação:

“O país classificado entre os de maior carga tributária no mundo, (esta


oração subordinada reduzida de particípio deslocada deveria vir
entre vírgulas) o Brasil (aposto explicativo, por isso deveria vir
entre vírgulas) poderá marcar a história, este ano, com a aprovação da
tão esperada reforma tributária – bandeira dos empresários e classistas
envolvidos com a economia nacional.”

“Ao lado da especialização das bases tributárias, o fisco tem se


posicionado quanto à importância de prover à administração tributária de
autonomia orçamentária, financeira, administrativa e funcional, assim

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como a previsão de uma lei orgânica que, inclusive (palavra denotativa
deslocada deveria vir entre vírgulas) foi aceita como emenda, pelo
relator da matéria, (agente da passiva não vem separado por
vírgulas) na Câmara dos Deputados.”

“Efetivar uma reforma tributária, não é tarefa fácil (entre o sujeito e o


seu verbo não se pode pôr vírgula); até mesmo pelos mais diversos
atores envolvidos, a quem os interesses, muitas vezes, são também
distintos.”

“Uma das propostas de reforma defende, em síntese, a especialização das


bases tributárias clássicas entre as esferas de governo: à União cabe a
competência dos tributos incidentes sobre a renda; aos estados e ao DF,
os impostos instituídos sobre o consumo; e aos municípios, (adjunto
adverbial deslocado vem entre vírgulas) cabe os cobrados sobre o
patrimônio.”

23-
GABARITO: D.

O segmento presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP) é


realmente um aposto explicativo de Mahmoud Abbas, por isso deve vir
entre vírgulas.

ESAF – MF - ASSISTENTE TÉCNICO ADMINISTRATIVO – 2009

24-
GABARITO: C.

Os dois-pontos não marcam um diálogo no contexto, mas sim introduzem


um simples aposto distributivo.

25-
GABARITO: B.

Sobre A: os dois-pontos podem substituir o travessão, pois ele introduz


um esclarecimento/explicação.

Sobre C: a vírgula é usada justamente porque separa um adjunto


adverbial deslocado.

26-
GABARITO: E.

Encontrou o erro? Veja de novo:

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“Desertos, irão aumentar; oásis, morrer, e fluxo de rios; diminuir –
algumas vezes com resultados catastróficos.”

Na verdade, há mais de um erro gritante (!). A primeira vírgula está


incorreta, pois não se separa sujeito de verbo. A terceira vírgula deveria
ceder lugar ao ponto e vírgula, pois, quando há orações coordenadas
assindéticas com vírgulas em sua estrutura, separamo-las por ponto e
vírgula. O segundo ponto e vírgula está incorreto, pois está separando o
sujeito do verbo.

Portanto, uma reescritura adequada seria esta: “Desertos irão aumentar;


oásis, morrer; e fluxo de rios, diminuir – algumas vezes com resultados
catastróficos.”

Estas vírgulas em vermelho marcam a elipse do verbo IR, presente na


primeira oração. Sacou?!

ESAF – ESPECIALISTA EM POLÍTICAS PÚBLICAS E GESTÃO


GOVERNAMENTAL – MPOG - 2009

Exatamente na medida em que não mais podemos identificar um


paradigma dominante em nosso contexto de pensamento – referência
básica para nossos projetos científicos, políticos, éticos, pedagógicos e
mesmo estéticos – é que nos caracterizamos como vivendo uma crise de
paradigmas, e até mesmo uma crise da própria necessidade e
possibilidade de um paradigma hegemônico. Estamos, portanto, em busca
de caminhos, de respostas. A história das ideias e, mais especificamente,
a história da ciência nos revelam, entretanto, que os períodos de crise são
extremamente férteis porque abrem novas possibilidades ao pensamento.
Nesse sentido, eles permitem o surgimento de alternativas aos modos de
pensar anteriores.

(Danilo Marcondes, A crise de paradigmas e o surgimento da Modernidade. In: Zaia


Brandão (org.), A crise dos paradigmas e a educação. São Paulo: Cortez, 1994, p.28-29,
com adaptações)

27-
GABARITO: D.

A afirmação da letra B não procede. É possível haver vírgula após o


segundo travessão sem problema algum. Consulte as páginas 15 e 16
para maiores detalhes.

28-
GABARITO: B.

Sobre a letra A:

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Se reescrevêssemos o trecho sem vírgulas não haveria erro gramatical,


pois não existe regra que justifique tal omissão da vírgula. Veja:
“Publicidade, do latim publicus...” Se não estou enganado, no texto
original da revista não há vírgula antes de “publicus”.

29-
GABARITO: C.

Vejamos as justificativas para os sinais de pontuação no texto da letra C:

“O nacionalismo é a ideologia de formação do Estado-Nação. (ponto: fim


do período) Alguém é nacionalista se preenche duas condições: (dois-
pontos: introduz aposto) primeiro, (vírgula: adjunto adverbial
deslocado) se entende que é obrigação do governo de seu país defender
os interesses dos seus habitantes e, segundo, (vírgulas: adjunto
adverbial deslocado) se considera que, ao tomar decisões, (vírgulas:
oração subordinada reduzida de infinitivo deslocada) esse governo
deve pensar por conta própria em vez de se submeter aos conselhos e
pressões dos países mais ricos.”

Agora veja os erros das demais, na sequência (A, B, D E):

“A emigração dos povos pobres para os países ricos é hoje, fenômeno


(não se separa verbo de ligação de predicativo do sujeito por
vírgula) social global que mostra o caráter inescapável do nacionalismo.
O mundo seria mais belo se fosse uma grande comunidade e não
existissem nações, mas isso só acontecerá quando as desigualdades
diminuírem a ponto de se estabelecer um Estado mundial.”

“Enquanto isso não ocorrer, o nacionalismo estará entre nós e tanto


poderá significar a legitimação do poder, dos povos mais poderosos sobre
os demais (imperialismo) quanto a ideologia necessária para que os povos
mais fracos se defendam. Tanto poderá ser um nacionalismo étnico, e
agressivo (termos coordenados pela conjunção “e” não são
separados por vírgula) quanto um patriotismo defensivo.”

“Assim definido, o nacionalismo é econômico e pode ser apenas


defensivo. Já o nacionalismo econômico agressivo, caracteriza (não se
separa o sujeito de seu verbo por vírgula!) os países ricos que
exploram os mais fracos, mas seus cidadãos acreditam que os estão
ajudando ou bem orientando.”

“Quanto ao nacionalismo étnico, é o nacionalismo perverso das pessoas e


povos, que discriminam (observe que as outras orações
subordinadas adjetivas restritivas dos períodos seguintes estão
sem vírgulas antes do “que”, afinal, são res-tri-ti-vas, não vêm
separadas por pontuação; esta vírgula está errada, portanto) de

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acordo com o critério da raça, da religião ou da origem nacional. É o
nacionalismo que afirma que cada conjunto étnico homogêneo deve ter
seu próprio Estado-Nação; é o nacionalismo que, ao rejeitar a imigração,
se confunde com o nacionalismo econômico.”

Difícil a letra E! Mas não foi párea para o Pest. ☺ E você? Acertou?

30-
GABARITO: D.

O comentário está incorreto, porque “com o tempo” é um mero adjunto


adverbial deslocado.

ESAF – ANALISTA ADMINISTRATIVO – ANA – 2009

31-
GABARITO: B.

A resposta da letra B é autoexplicativa.

Vejamos os problemas das demais, na sequência (A, C, D, E):

A: oração adjetiva restritiva não vem introduzida por pontuação alguma.

C: “muitas vezes” é adjunto adverbial e não conjunção temporal.

D: não há oração subordinada adverbial comparativa reduzida de


gerúndio, logo a vírgula não foi usada por ser comparativa, mas tão
somente pelo fato de ser oração reduzida.

E: as vírgulas após fundamental foram usadas para marcar o


deslocamento da conjunção coordenativa conclusiva “pois”.

ESAF – MPOG – ESPECIALISTA EM POLÍTICAS PÚBLICAS E GESTÃO


GOVERNAMENTAL - 2008

32-
GABARITO: B.

Sobre A, como sabemos, os travessões podem ser substituídos por


vírgulas ou parênteses, quando se trata de um termo, expressão, oração
de valor explicativo.

Sobre C, também a essa altura do campeonato, sabemos que o aposto


explicativo vem separado por vírgulas. Regra!

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Sobre E, os termos de mesma função sintática se separam por vírgula.
Regra!

33-
GABARITO: D.

Note o contexto: “... o aquecimento da economia brasileira, que levou a


um pequeno aumento da inflação.”

Mais uma questão sobre este assunto! Esta oração é explicativa, e não
restritiva! Portanto, a vírgula é obrigatória.

Chegando na hora da prova, não me erre esta questão, hein!


Pelamordedeus!

ESAF – AUDITOR DO TESOURO MUNICIPAL/RN – 2008

34-
GABARITO: A.

Todos os sinais abaixo estão corretos. Leia os comentários:

“A crise financeira que abala os bancos americanos já é uma das piores


desde o crash de 1929. Mas as grandes indústrias e prestadoras de
serviços não financeiros aprenderam com os erros do passado e,
precavidas, (vírgulas: oração reduzida de particípio deslocada)
acumularam reservas invejáveis nos últimos anos. Por essa razão,
(vírgula: adjunto adverbial deslocado) a crise atual será menos
desastrosa para a economia mundial do que a de 2001.”

Agora veja por que estes trechos apresentam problemas. Na sequência,


B, C, D, E:

“A crise financeira que abala os bancos americanos já é uma das piores


desde o crash de 1929; mas as grandes indústrias e prestadoras de
serviços não financeiros aprenderam com os erros do passado e,
precavidas (faltou uma vírgula para marcar a oração reduzida
deslocada) acumularam reservas invejáveis nos últimos anos. Por essa
razão (a vírgula antes de adjunto adverbial deslocado de curta
extensão é facultativa, portanto não vejo erro aqui) a crise atual
será menos desastrosa para a economia mundial do que a de 2001.”

“A crise financeira que abala os bancos americanos já é uma das piores


desde o crash de 1929. Mas as grandes indústrias, e prestadoras de
serviços não financeiros, aprenderam (a primeira vírgula está
equivocada porque não se separam termos coordenados pela
conjunção “e”; a segunda vírgula está errada porque não se

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separa sujeito do verbo) com os erros do passado e precavidas
(faltaram aquelas vírgulas já mencionadas por mim) acumularam
reservas invejáveis nos últimos anos – por essa razão – a crise atual será
menos desastrosa, para a economia mundial, do que a de 2001 (aqui foi
o samba do crioulo doido; os travessões não procedem, pois não
encerram uma explicação; as vírgulas não procedem, pois não
podemos separar por vírgulas o complemento nominal de seu
núcleo).”

“A crise financeira que abala os bancos americanos já é uma das piores


desde o crash de 1929; mas as grandes indústrias e prestadoras de
serviços não financeiros aprenderam com os erros do passado e –
precavidas, (ou entre parênteses, ou entre travessões, ou entre
vírgulas) acumularam reservas invejáveis nos últimos anos; por essa
razão a crise atual será menos desastrosa para a economia mundial do
que a de 2001.”

“A crise financeira que abala os bancos americanos já é uma das piores


desde o crash de 1929, mas as grandes indústrias e prestadoras de
serviços não financeiros aprenderam com os erros do passado: (nada
justifica este sinal de dois-pontos) e precavidas, (entre vírgulas,
como já vimos) acumularam reservas invejáveis nos últimos anos; por
essa razão, a crise atual será menos desastrosa para a economia mundial
do que a de 2001.”

Ufa! Game over!


----------------------------------------------------------------------------------

Percebeu o itálico acima, no ‘Game over’? O itálico substitui as


aspas em estrangeirismos, meu nobre! E aí, molezinha esta aula, não? ;)

Por favor, perseverem, sejam firmes e fortes, pois vale a peleja!!!

Grande abraço!

Pestana
fernandopest@yahoo.com.br ou fernandopestana@estrategiaconcursos.com.br

PS: Conseguiria explicar cada vírgula do último período, antes de “Grande abraço!”?
E eu espero não ter errado nenhuma na aula... ☺

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