A poesia brasileira e a Segunda Guerra Mundial Betina Bischof I
“A história”. O trecho, extraído por
verdadeira poesia interioriza a e – em alguns casos – ali escreveram seus poemas sobre o evento) dá testemunho Murilo Marcondes de um ensaio de Sta- do terreno acidentado e muito amplo robinski, condensa um dos principais que o livro enfrenta. O objeto duplo pontos contemplados pelo exercício crí- implica também estudar as relações de tico em O mundo sitiado: a relação entre experiência (Primeira Guerra) e forma a interioridade da voz lírica e o amplo vanguardista e, nos ensaios dedicados a contexto da guerra. Pode-se dizer que Drummond, Oswald, Cecília e Murilo o livro busca precisamente elucidar o Mendes, voltar-se a uma poética e forma modo como a poesia incorpora em si modernas em sua articulação com a Se- a matéria da realidade, procurando, ao gunda Guerra. longo das análises dedicadas a cada um É da imbricação desses dois cami- dos poetas, compreender como se arti- nhos, aliás, que parece surgir o vínculo, culam história e forma estética. Trata-se, sugerido por Murilo Marcondes, entre assim, de mapear em toda a sua comple- Apollinaire e Drummond, a partir da ci- xidade a relação entre contexto e expres- tação explícita ao primeiro, em “Consi- são poética, ou, restringindo o foco, en- deração do poema”, no livro A rosa do tre a dimensão da violência da guerra e povo (1945). Não haveria poema mais o modo como cada poeta construiu sua adequado para essa homenagem, afir- resposta ao evento. ma o crítico. Por quê? O sentimento do As dificuldades que o objeto em pau- mundo (que envolve, no livro de 1945, ta impõe ao exercício crítico são mui- confiança nas possibilidades da poesia, tas: se o que se estuda é a relação entre abertura a outras fronteiras, ampliação poesia e guerra, é inegável que o foco, do canto), deve ter como complemento voltado (com exceção do primeiro ca- o sentimento da forma (e aqui as contri- pítulo) não para poetas localizados no buições de Apollinaire precisamente às centro do conflito, mas para aqueles que inovações formais seriam uma referên- escreveram sobre a guerra a partir de um cia forte – entre outros pontos também lugar periférico, terá de enfrentar a com- abordados –, cuja importância o verso/ plexidade dessa singular participação a homenagem sublinha). Assim, quan- distância nos eventos do tempo presen- do, depois de muitas páginas de análi- te. Que o estudo desses poetas (Drum- ses aclaradoras sobre Ungaretti, sobre mond, Oswald de Andrade, Cecília Mei- Apollinaire, sobre Owen, o foco do livro reles e Murilo Mendes) seja precedido volta-se a Drummond (“Me perco em de uma reflexão sobre poetas inseridos Apollinaire”), as implicações desse ver- numa situação diametralmente oposta so tomam corpo, armando-se em espa- (poetas soldados, que participaram das ço de reverberações ainda não estudadas trincheiras da Primeira Guerra Mundial pela crítica drummondiana e com poder
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iluminador também em relação a outros Marcondes dos poemas sobre o conflito, poemas do livro. no livro A rosa do povo, mapeia as trans- Também outra das características formações de postura, tom e forma vivi- centrais do livro A rosa do povo – sua os- das por Drummond ao longo dos anos cilação entre autonomia e abertura da (1942 a 1945) em que o livro foi escrito palavra – encontraria eco em Apollinaire, (intervalo que é igualmente – mostra o cuja poesia, defende Murilo Marcondes, crítico – o tempo exato de escrita dos hesita igualmente (guardadas as diferen- cinco poemas diretamente relacionados ças) entre o fechamento sobre seus pró- à guerra no livro, como se também do prios princípios e a concomitante aber- ponto de vista do tempo de escrita o tura ao acontecimento histórico. O tema conflito atravessasse a coletânea como é recorrente ao longo de todo o livro, um todo). que se deixa muitas vezes ler não como Assim, Murilo Marcondes nos faz uma reunião de estudos mais ou menos ver a dicção muito ponderada com que autônomos sobre cada um dos poetas Drummond comenta o lugar do poeta em sua relação com a guerra, mas, prin- face à guerra, num prefácio ao livro de cipalmente, como uma série de estudos Abgar Renault voltado ao tema: esse atravessada pelas mesmas – e insistentes poeta, “resistindo à pressão de todas as – perguntas. forças desmoralizadoras, chamem-se fas- Avançando, vemos que, se o crítico cismo ou qualquer outro nome [...] é de um lado lê “Consideração do poe- um guia firme, que dá gosto seguir. Ele ma” como é corrente na fortuna crítica nos salva das pequenas e grandes con- (o poema seria autorreflexivo, metalin- fusões do momento, nos tira a perple- guístico), ele parece privilegiar, um tan- xidade, varre de nós ao mesmo tempo o to a contrapelo daquelas interpretações, otimismo e pessimismo circunstancias”. o foco que vincula a forma ao “tempo Comparando o tom equilibrado e só- presente” (que é, neste caso e a partir brio desse prefácio aos versos de “Carta dessa perspectiva, tempo de guerra). Isto a Stalingrado” (com dicção diametral- é, haveria uma correspondência entre o mente oposta), Murilo se pergunta se a sentimento do mundo (mas mundo em significativa transformação da expressão guerra) e um sentimento da forma, que de Drummond, atravessada na “Car- aquele universo suscita. Por essa via, a ta...” por pathos intenso e dilatado, não articulação dos versos e materiais nos teria se dado em função do embate mes- poemas voltados à guerra não se faz ape- mo com o fato, com a história, ou, vis- nas tendo o conflito por tema, mas tam- to de modo mais rente, como resposta bém deixando-se atravessar (e modificar) a Stalingrado e a sua resistência. A sua pelos desdobramentos e implicações da hipótese caminha nessa direção. Poética, violência e embate planetários. juízos, posicionamentos, ritmos, ima- Dito isso, é preciso pontuar que, no gens, adesão aos fatos teriam se dobra- interior da obra de cada um dos poetas do à experiência avassaladora do evento: estudados, a começar por Drummond, a a loucura da cidade, afirma o crítico na relação entre expressão lírica e seu tema análise minuciosa e iluminadora, passa a não se mantém estável durante os anos ser também a loucura desse sujeito. de Guerra. A leitura feita por Murilo A poesia se expande, assim, em A
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rosa do povo, defende Murilo Marcondes a correspondência Brecht-Benjamin (e a (mesmo se se levar em conta o conjun- possível influência das reflexões benja- to de poemas mais escurecidos voltados minianas sobre o trabalho do poeta); o à desconfiança frente ao poetar, com funcionamento da intervenção (sobre a presença também marcante ali), porque imagem/fotografia) e semelhança disso haveria no livro uma “poesia de amplo com a montagem; o “poder de desmas- respiro, fundamentada na aproximação caramento” da forma antiga (epigrama) mais estrita entre consciência política e frente ao contexto da guerra moderna consciência da linguagem”. etc. A aproximação desse material (os Em O mundo sitiado, à expansão do 69 fotoepigramas) às quadras de “Visão canto drummondiano parece corres- 1944” teria sido motivada pelo “mo- ponder, por sua vez, uma expansão dos saico” que ambos os trabalhos (poema recursos utilizados pelo crítico, como se e fotoepigramas) compõem (trabalho ele também devesse alargar seus domí- levado a cabo por Drummond, lembra- nios para dar conta da complexa reali- -nos Murilo Marcondes, pela via tão so- dade (tocada pela dimensão planetária mente da palavra). da guerra e de seu pathos). Assim, face a Aqui já se pode notar algo do pro- outro dos poemas de Drummond sobre cedimento comparativo do livro, que a guerra, “Visão 1944”, verifica-se uma vai muito além de apontar semelhanças. ampliação das ferramentas de análise, Evitando aproximar as artes a partir da que passam a incorporar também a com- mera similitude de tema ou motivo espe- paração com as outras artes: ou, mais es- cífico, a comparação, na verdade, parece pecificamente, a comparação dos versos antes fecundar os dois lados da equação, do poema com a pintura de Goya e com para então criar não uma sobreposição, os fotoepigramas de Brecht. mas antes uma espécie de campo imanta- É notável o modo como Murilo Mar- do entre os dois objetos. É nesse campo condes de Moura costura as implica- imantado que se movimenta a crítica, ar- ções sem número contidas nas gravuras ticulando poesia e gravura, poesia e foto- de Goya, numa espécie de acumulação grafia, poesia e música. de material que depois passará a incidir Se a dicotomia entre evento planetá- também sobre o poema de Drummond rio e voz pessoal está presente desde as (mesmo que indiretamente. O crítico primeiras páginas de O mundo sitiado, submete os seus objetos a um verdadei- a questão retorna, com força e especi- ro esquadrinhamento; nada pode ficar ficidade, no estudo da poesia de Cecília no escuro e com isso a crítica se dilata, Meireles, no qual se procura compre- enormemente, movendo-se para dire- ender, precisamente, as implicações do ções e esferas muito variadas da realidade movimento de apagamento do “mundo e da obra. Em relação a “Visão 1944”, grande” e do deslocamento dos versos a aproximação com Brecht é igualmente para o que é ínfimo, sem utilidade, avesso profícua; também nessa análise (como ao monumental. Haveria, nessa tendên- em outras), o texto se volta ao esforço cia, defende o crítico a partir de análises de aclaramento dos muitos aspectos en- muito atentas à concretude e matéria do volvidos na confecção das quadras (poe- poema, um traço melancólico – mas me- sia) justapostas às fotografias de Guerra: lancolia que não se priva de um arguto
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conhecimento da realidade e que, exata- movimento complexo: o que é social mente por isso, é ativa em seu repúdio nela, defende Murilo Marcondes, seria consciente do mundo. Nesse sentido, o desejo do canto puro, do lirismo sem Murilo Marcondes se pergunta pelo sig- contaminação, num momento em que a nificado que tem a abertura do lirismo pureza da expressão já não é viável. O delicado de Cecília Meireles à Segunda desejo de um canto sem máculas ou a Guerra Mundial. É de um espaço reco- necessidade, mesma, desse canto traria lhido, íntimo, privado e bucólico – pontua implicado o contexto em relação ao qual – que ela abordará o conflito. Em sua o canto recua e do qual se quer purificar. poesia teria lugar, desse modo, a mistura O ponto de vista por meio do qual se bastante singular entre o recuo em rela- estuda a poesia de Murilo Mendes, em ção ao mundo e uma atitude internacio- O mundo sitiado, talvez se deixe resumir nalista. por meio desta dicotomia: ao poeta cabe Ainda procurando elucidar o ponto o enfrentamento do contexto adverso, a de vista do sujeito lírico na poesia de partir da própria expressão lírica. É pre- Cecília Meireles, Murilo vê um outro cisamente em função desse confronto aspecto da sua indisposição com o mun- “estranho e desigual” que Murilo Mar- do: o incômodo seria também gerador condes diz ter escrito o capítulo sobre de poesia, além de ser, justamente em Murilo Mendes (ou, até mesmo, todo o seu recolhimento, profundamente polí- livro). tico. Assim, o recuo do eu em relação ao Abordar a poesia de guerra de Muri- mundo teria como consequência apon- lo Mendes (poeta em que o conflito é o tar criticamente, nesse mundo, o “cruel mais presente, entre os poetas brasilei- pragmatismo da realidade”. ros, com 60 poemas ao todo) é difícil, Creio que é desnecessário enfatizar afirma o crítico, pelo surgimento muito como a leitura das implicações dessa po- oblíquo e transformado desse tema. A esia com o conflito armado termina por dificuldade estaria também na dimensão iluminar aspectos da poesia de Cecília mesma da expressão lírica, a um só tem- Meireles que vão muito além dos poemas po “historicizada” e “transfiguradora”. mais especificamente voltados à guerra. Essa dificuldade, por sua vez, parece fa- O mesmo acontece, é preciso pontuar, vorecer a veia criativa do próprio autor com os outros poetas ao longo do livro, do livro, que dá aqui rédeas soltas ao o que amplia muito o efeito de sua lei- ensaio e às suas possibilidades. Assim, é tura e é um dos pontos a louvar, em sua bastante curioso ver que, em dado mo- composição e arquitetura. Veja-se, nesse mento do capítulo sobre Murilo Men- sentido, o último capítulo de O mun- des, o ensaísta passe a construir, ele mes- do sitiado, dedicado a Murilo Mendes. mo, um novo poema (desentranhado a Talvez o que mais chame a atenção na partir de trechos de poemas de Murilo análise que Murilo Marcondes faz dos Mendes), prestando com isso tributo à versos desse poeta seja o modo como técnica da montagem, mas também des- ali se amalgamam mito, símbolo, ima- lizando para o campo da poesia, da com- gens e... a esfera objetiva de história e posição... o que pensar disso? sociedade. A dimensão social da lírica de De certo modo, o que o crítico pare- Murilo Mendes estaria implicada num ce pretender é dar realce ao procedimen-
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to do “fragmento explosivo”, que seria o sões dos versos que oscilam entre refutar elemento mais diretamente implicado na e abraçar as imagens da Guerra – dis- almejada transfiguração da realidade a tantes de qualquer comunicação e, em que se volta a poesia de Murilo Mendes. momento posterior, abertos à terrível As partes assim configuradas dos poemas circunstância. Pois, em dado momento, desenham uma espécie de grande angu- Murilo Mendes teria respondido (em lar; nessa abertura, e postos em circula- sua poesia) a uma espécie de chamado. ção pela imagem que é o baixo contínuo A partir de certo ponto, defende Mu- desses fragmentos (a asfixia), surgem os rilo Marcondes de Moura, delicadeza e correlatos que vão da doença do poeta introspecção não eram mais suficientes (tuberculose) aos céus contaminados da e foi necessário o confronto com uma guerra, passando ainda pela debilida- realidade “brutal e pública”. Os passos de do sopro vital e decorrente entrave dessa reflexão ocorrem talvez principal- à configuração do poema. Na leitura de mente em função de um poema, “Abis- Murilo Marcondes de Moura, o que é mo”, de cujos versos muito intrincados individual estende-se também à enfer- e opacos o crítico extrai uma leitura no- midade coletiva, implicada pela Guerra, tável em muitas frentes. mas também desde sempre pela Queda. Se há o atendimento a um chamado, E por quê, poderia se perguntar o ele se dá no interior de uma expressão (a leitor que acompanha essa análise, não poesia) que Murilo Mendes entenderia, caberia aqui, paralelamente – por conta de modo algo paradoxal, como inapta à dos muitos pontos de contato entre Jor- tarefa da convocação; o que, no jogo das ge de Lima e Murilo Mendes (o mito, dobradiças (e aproximações) que se ar- a religião, a montagem, o sopro vital) mam e desarmam, ao longo de O mundo –, uma leitura dos trechos de Invenção sitiado, o aproxima de Drummond. Para de Orfeu ou Mira-Celi em que surgem esses poetas, pontua a leitura crítica, vol- também versos diretamente vinculados à tar-se ao mundo implicaria culpa e recuo, guerra? A resposta de Murilo Marcondes ao mesmo tempo em que a possibilida- de Moura é reveladora do ponto de vista de de se manter refratário à realidade é crítico em torno ao qual se articulam as vista como omissão. Aqui a leitura muito leituras em todo o livro: faltaria a Jorge arguta e minuciosa do poema aprofunda de Lima aquele que é o baixo contínuo um dos pontos centrais do livro: o deba- a acompanhar os outros elementos do te em torno à confiança na poesia e seu poema (mito, biografia, forma estética difícil papel frente ao conflito; apesar da etc.), ou seja, a história. A experiência complexidade de sua função (ou mesmo da guerra em Jorge de Lima teria sido impossibilidade de ter uma função), seria radicalmente alegorizada, com isso per- possível afirmar (defende o crítico) que a dendo as inflexões do que é atravessado poesia é capaz não de antepor um obs- pela dimensão histórica do embate. E táculo ou entrave à guerra e à violência, por essa razão ele está fora do livro. mas de “se afirmar apesar deles e, com Se esse é o ponto, em Murilo Mendes isso, preservar um espaço de liberdade e a adesão ao canto que se dilata e abarca de dignidade para o homem”. O poema a Guerra não é também livre de fraturas. se organizaria, nesse sentido, como uma Podem-se estudar nesse sentido as ten- espécie de refúgio à violência desatada
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de seu tempo; e o fazer poético passa a sessão meditada, por Murilo Marcondes ser visto como ação laboriosamente re- de Moura. fletida e meditada. Trabalhar o mito (no caso de “Abis- Referência mo”, o Minotauro, implicado no poema MOURA, M. M. de. O mundo sitiado – A que a leitura articula à invasão de Cre- poesia brasileira e a Segunda Guerra Mun- ta por paraquedistas do exército fascista dial. São Paulo: Editora 34, 2016. alemão) teria como decorrência, aqui, o despertar da figura mítica pelo moderno conflito bélico e (defende ainda Murilo Marcondes), o despertar também do po- eta (a aceitação de sua convocação.) Aca- tando o convite, o poeta buscaria por sua vez transformar e não aceitar a realidade da guerra. Como entender isso? O cami- nho é ainda uma vez interno à estrutura, à forma. Trata-se de tomar o sonho (do qual o poeta despertara quando con- frontado pelo conflito) e lançá-lo à rea- lidade diurna, mantendo, “na realidade do dia, a liberdade noturna da atividade onírica”. A capacidade imaginativa do poeta, o trabalho com as imagens, com a palavra, prevê um espaço importante – de liberdade – frente à Guerra. Citemos Murilo Marcondes, falando dos pontos comuns entre Henri Michaux, Murilo e os surrealistas (depois de os haver já dis- tinguido): “Para ser muito sucinto, tra- tava-se de construir, contra a realidade, mas a partir dela, uma fantasia calculada ou um sonho provocado (baseados num ‘furor lúcido’...)”. Betina Bischof é professora do Departa- A citação ecoa de certo modo uma mento de Teoria Literária e Literatura observação de Celan, transcrita por Mu- Comparada da Faculdade de Filosofia, Le- rilo Marcondes logo no início de seu li- tras e Ciências Humanas da USP. vro: “[...] o poema não está fora do tem- @ – bbischof@usp.br po. Ele pretende certamente o infinito, Recebido em 25.9.2017 e aceito em mas ele busca passar através do tempo – 17.10.2017. através, não acima”. O modo como o poema atravessa o tempo (e o tempo de I Departamento de Teoria Literária e Lite- guerra), fazendo frente à realidade a par- ratura Comparada, Faculdade de Filosofia, tir do mergulho no concreto da história, Letras e Ciências Humanas, Universidade é também o ponto perseguido, com ob- de São Paulo, São Paulo, São Paulo, Brasil.