a. 176
n. 468
jul./set.
2015
INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO BRASILEIRO
DIRETORIA – (2015-2016)
Presidente: Arno Wehling
1º Vice-Presidente: Victorino Chermont de Miranda
2º Vice-Presidente: Affonso Arinos de Melo Franco
3º Vice-Presidente: José Arthur Rios
1º Secretário: Cybelle Moreira de Ipanema
2º Secretário: Maria de Lourdes Viana Lyra
Tesoureiro: Fernando Tasso Fragoso Pires
Orador: Alberto da Costa e Silva
CONSELHO FISCAL
Membros Efetivos: Antonio Gomes da Costa, Jonas de Morais Cor-
reia Neto, Marilda Correia Ciribelli.
Membros Suplentes: Marcos Guimarães Sanches, Pedro Carlos da Silva Telles,
Roberto Cavalcanti de Albuquerque
CONSELHO CONSULTIVO
Membros nomeados: Antonio Gomes da Costa, Carlos Wehrs, Célio Borja,
Evaristo de Moraes Filho, Helio Leoncio Martins, João
Hermes Pereira de Araújo, José Pedro Pinto Esposel, Luiz
de Castro Souza, Miridan Britto Falci e Vasco Mariz
DIRETORIAS ADJUNTAS
Arquivo: Jaime Antunes da Silva
Biblioteca: Claudio Aguiar
Cursos: Antonio Celso Alves Pereira
Iconografia: D. João de Orleans e Bragança e Pedro K. Vasquez (subdiretor)
Informática e Dissem. da Informação: Esther Caldas Bertoletti
Museu: Carlos Eduardo de Almeida Barata (pro tempore)
Patrimônio: Guilherme de Andrea Frota
Projetos Especiais: Mary del Priore
Relações Externas: Maria da Conceição Beltrão
Relações Institucionais: João Mauricio de A. Pinho
Coordenador da CEPHAS: Maria de Lourdes Viana Lyra e Lucia Maria Paschoal
Guimarães (subcoord.)
Editor do Noticiário: Victorino Chermont de Miranda
COMISSÕES PERMANENTES
ADMISSÃO DE SÓCIOS: CIÊNCIAS SOCIAIS: ESTATUTO:
Alberto da Costa e Silva Antônio Celso Alves Pereira Affonso Arinos de Mello Franco
Alberto Venancio Filho Cândido Mendes de Almeida Alberto Venancio Filho
Carlos Wehrs Helio Jaguaribe de Matos Célio Borja
Fernando Tasso Fragoso Pires José Murilo de Carvalho João Maurício A. Pinho
José Arthur Rios Maria da Conceição de M. Cou- Victorino Chermont de Miranda
tinho Beltrão
GEOGRAFIA: HISTÓRIA: PATRIMÔNIO:
Armando Senna Bittencourt Eduardo Silva Afonso Celso Villela de Carvalho
Jonas de Morais Correia Neto Guilherme de Andrea Frota Antonio Izaías da Costa Abreu
Miridan Britto Falci Lucia Maria Paschoal Guimarães Claudio Moreira Bento
Vera Lúcia Cabana de Andrade Marcos Guimarães Sanches Fernando Tasso Fragoso Pires
Maria de Lourdes Vianna Lyra Roberto Cavalcanti de Albu-
querque
REVISTA
DO
INSTITUTO HISTÓRICO
E
GEOGRÁFICO BRASILEIRO
Hoc facit, ut longos durent bene gesta per annos.
Et possint sera posteritate frui.
Indexada por/Indexed by
Ulrich’s International Periodicals Directory – Handbook of Latin American Studies (HLAS) –
Sumários Correntes Brasileiros
Correspondência:
Rev. IHGB – Av. Augusto Severo, 8-10º andar – Glória – CEP: 20021-040 – Rio de Janeiro – RJ – Brasil
Fone/fax. (21) 2509-5107 / 2252-4430 / 2224-7338
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Tiragem: 700 exemplares
Impresso no Brasil – Printed in Brazil
Revisora: Denise Scorfano Moura
Secretária da Revista: Tupiara Machareth
Trimestral
ISSN 0101-4366
Ind.: T. 1 (1839) – n. 399 (1998) em ano 159, n. 400. – Ind.: n. 401 (1998) – 449 (2010) em n. 450
(2011)
N. 408: Anais do Simpósio Momentos Fundadores da Formação Nacional. – N. 427: Inventá-
rio analítico da documentação colonial portuguesa na África, Ásia e Oceania integrante do acervo
do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro / coord. Regina Maria Martins Pereira Wanderley
– N. 432: Colóquio Luso-Brasileiro de História. O Rio de Janeiro Colonial. 22 a 26 de maio de 2006.
– N. 436: Curso - 1808 - Transformação do Brasil: de Colônia a Reino e Império.
CONSELHO CONSULTIVO
Amado Cervo – UnB – Brasília – DF – Brasil
Aniello Angelo Avella – Universidade de Roma Tor Vergata – Roma – Itália
Antonio Manuel Botelho Hespanha – UNL – Lisboa – Portugal
Edivaldo Machado Boaventura – UFBA e UNIFACS – Salvador – BA
Fernando Camargo – UFPEL – Pelotas – RS – Brasil
Geraldo Mártires Coelho – UFPA – Belém – PA
José Octavio Arruda Mello – UFPB – João Pessoa – PB
José Marques – UP – Porto – Portugal
Junia Ferreira Furtado – UFMG – Belo Horizonte – MG – Brasil
Leslie Bethell – Universidade Oxford – Oxford – Inglaterra
Márcia Elisa de Campos Graf – UFPR– Curitiba – PR
Marcus Joaquim Maciel de Carvalho – UFPE – Recife – PE
Maria Beatriz Nizza da Silva – USP – São Paulo – SP
Maria Luiza Marcilio – USP – São Paulo – SP
Nestor Goulart Reis Filho – USP – São Paulo – SP – Brasil
Renato Pinto Venâncio – UFOP – Ouro Preto – MG – Brasil
Stuart Schwartz – Universidade de Yale – Connecticut / EUA
Victor Tau Anzoategui – UBA e CONICET – Buenos Aires – Argentina
SUMÁRIO
SUMMARY
Carta ao Leitor 11
Lucia Maria Paschoal Guimarães
I – ARTIGOS E ENSAIOS
ARTICLES AND ESSAYS
“Homens que concorrem ao seu negócio”: 13
a comunidade mercantil da Colônia do Sacramento (1737-1777)
“Men who concur to their business”: the mercantile community of
Colônia do Sacramento (1737-1777)
Fábio Kühn
Aproximações com os vassalos da América: 39
a concessão de sesmarias no governo de d. João
Liaise with the vassals of america: land distribuition during the
government of prince regent dom joão
Marieta Pinheiro de Carvalho
Os primeiros japoneses que desembarcaram no Brasil 61
The first japanese nationals to arrive in Brazilian territory
Norio Kinshichi
As letras da civilização: língua, literatura, 77
cor local e periodização no Romantismo Nacionalista
Words of civilization: language, literature and characterization of
time and space in Nationalistic Romanticism
Rodrigo Machado da Silva
Rafael Bordalo Pinheiro e a Monarquia Bragantina 111
Rafael Bordalo Pinheiro and the Bragantina Monarchy
Ana Nemi
O retrato de um diplomata enquanto jovem: pensamento 133
e ação de Jorge Latour, o criador do Instituto Rio Branco
Portrait of a diplomat as a young man: thought and action of Jorge
Latour, the creator of the Instituto Rio Branco
Rogério de Souza Farias
As galas do poder e a prática da justiça entre 169
o antigo regime e o constitucionalismo
The galas of power and the practice of justice between
the old regime and constitutional era
Arno Wehling
II – COMUNICAÇÕES
NOTIFICATIONS
Tributo ao vice-almirante Augusto Roque Dias Fernandes 193
(1905-1974)
Tribute to vice admiral Augusto Roque Dias Fernandes (1905-1974)
Melquíades Pinto Paiva
“Tão sublime como encantadora arte” 201
– As lições e os Mestres de música do Imperial
Collegio de Pedro II (1838-1858): alguns aprofundamentos
“So sublime as enchanting art”: considerations on music lessons
and masters in the imperial Collegio de Pedro II (1838-1858)
Gilberto Vieira Garcia
III – DOCUMENTOS
DOCUMENTS
Relatório sobre os “Estabelecimentos Montanísticos 233
do Reino de Portugal” (1819)
An Unpublished Manuscript of the Naturalist José Bonifácio de
Andrada e Silva: Report on Montanística (extraction and fusion of
metal) in the Kingdom of Portugal” (1819)
Alex Gonçalves Varela
IV – ESTUDOS BIBLIOGRÁFICOS
BIBLIOGRAPHICAL STUDIES
Livros e artigos sobre História, Arte, Cultura 261
e Ciência em Mato Grosso, Goiás, Tocantins e Amazônia nos sécu-
los XVIII e XIX
Books and articles about History, Art, Culture and Science in Mato
Grosso, Goiás, Tocantins and Amazon in the eighteenth and ninete-
enth centuries
Carlos Francisco Moura
V – RESENHAS
REVIEW ESSAYS
Uns e outros 277
Luciene Pereira Carris Cardoso
A guerra do açúcar: as invasões holandesas no Brasil 283
Armando Alexandre dos Santos
• Normas de publicação 289
Guide for the authors 291
201
Resumo Abstract
O objetivo deste artigo é apresentar e discutir This article discusses the results of research
alguns resultados da pesquisa realizada sobre a conducted on the history of musical education
história da “educação musical” no Brasil, no sé- in Brazil in the nineteenth Century. It focuses
culo XIX, tendo como foco a experiência ocor- on its praxis in the Imperial Collegio de Pedro
rida no Imperial Collegio de Pedro II (CPII), en- II (CPII), between 1838 and 1858 –from its in-
tre 1838 e 1858, isto é, entre a sua inauguração, auguration, through its rise and decline as part
a ascensão e o declínio da posição da música no of the curriculum, until its main Master left the
currículo e a saída do seu principal Mestre, den- institution. The article comprises an introduc-
tro desse recorte temporal. O texto está estrutu- tion, three parts and a conclusion: The first
rado em três sessões centrais, para além da in- part discusses the socio-cultural and political
trodução e das considerações finais. A primeira importance of music in Rio de Janeiro, in the
sessão, dedicada à importância sociocultural e first half of the nineteenth century. The second
política da música no Rio de Janeiro, na primei- addresses the characteristics and relevance of
ra metade do século XIX. A segunda, que trata musical education in the CPII, period in which
das características e do seu lugar no CPII, quan- it was one of the subjects with the highest num-
do chegou a estar entre os estudos com o maior ber of lessons and students in the institution.
número de lições e de discípulos na instituição. The third analyzes the main contexts of teaching
E, por fim, a terceira, onde se procura analisar and learning of music in this period, especially
os principais contextos de ensino e aprendiza- the role of the instructors and their interests in
gem de música nesse período e, sobretudo, o music education. A special attention is given to
papel e os interesses de seus “professores” na the participation of Master Francisco Manuel
sua constituição enquanto um estudo escolar – da Silva.
tendo como dado mais recente a participação de
Francisco Manuel da Silva.
Palavras-chave: História da Educação Musi- Keywords: History of Musical Education; His-
cal; História da Música; História da Educação; tory of Music; History of Education; Brazil Em-
Brasil Império; Colégio Pedro II. pire; Colégio Pedro II.
1. INTRODUÇÃO
Atualmente, pode ser difícil se conceber a música como um saber
escolar de destaque, com mais espaço do que a língua portuguesa, a ma-
temática, a história ou as ciências. Entretanto, essa foi justamente a sua
posição no Colégio Pedro II entre as décadas de 1840 e 1850. Criado
ao fim do período Regencial, em 1837, o Imperial Collegio de Pedro II
(CPII) fez parte das iniciativas políticas de fortalecimento da figura sim-
bólica do imperador e da Monarquia e de reafirmação da centralidade do
Estado imperial, quando ganham vulto as discussões sobre o valor que as
escolas, os professores capacitados e os alunos bem instruídos deveriam
ter, diante das crises separatistas que estariam comprometendo a ordem e
a integridade do país, a orquestração de suas elites e os destinos da nação.
tra”, era “uma orchestra onde a voz política mesquinha, limitada e fria,
como o esgoismo que a-dictava, espancava todas as ideias archetypas,
todas as tendencias ao bello, e todos os voos para as regiões sublimes.”
Em suma, um período que fora marcado, nessa perspectiva, por uma polí-
tica “egoica”, fragmentária e descentralizadora que pôs em descompasso
e desarmonia o desenvolvimento do país em direção a uma cultura “uni-
versal”, modelar e arquetípica, em um contexto em que o Império e a
tradição civilizatória de suas “artes entravam na menoridade”. (Íris, 1848,
p.49, grifo do autor)
2004).
Fonte: 1848 – Collegio de Pedro 2º - Mappa dos Professores (AN, IE4 32)
é necessário que o compasso seja bem marcado para que excite a dan-
çar, e mover bem o corpo, e ahi complicam-se as figuras, em quanto
que nas Capitaes, no centro da chamada bella-sociedade, a dança é um
passo amaneirado, e consiste mais em conversar com o par, que na
multiplicação das figuras. (Nitheroy, 1836, p.175)
8 – Mestre de capela da Catedral do Rio de Janeiro desde 1778, transferido com o mes-
mo cargo para a Capela Real, em 1808 (posterior Capela Imperial, em 1822), ficando em
exercício até 1830, ano de seu falecimento. (CARDOSO, 2005)
9 – Segundo Ayres de Andrade (1967): “O curso de música do padre Mestre data, se-
guramente, de antes de 1800. Teve vida longa. Só fechou as portas com a morte de José
Maurício em 1830.” (p.55, V.I)
A Musica, Senhor entre nós, foi até riscada da categoria das Bellas Ar-
tes e praza ao ceo que a Proteção de V.M.I. a faça ressurgir mais bella
do que nunca, do estado de aniquilação em que existe, colocando-a
no lugar, que lhe ha sido destinado pelo mundo inteiro. Digne-se por
tanto V.M.I. aceitar esse pequeno tributo do mais desinteressado Pa-
triotismo, e do mais decidido amor pelas Bellas Artes. (SILVA, sem
data, grifos do autor)
12 – Respectivamente: Padre José Maurício Nunes Garcia, Padre Manuel da Silva Rosa e
o consagrado compositor português e também Mestre de Capela, Marcos Antônio Por-
tugal.
13 – Música no Rio de Janeiro Imperial. Rio de Janeiro: Biblioteca Nacional, 1962, p.13.
14 – Importância simbólica que se pode deduzir, por exemplo, do conteúdo de um docu-
mento de 1840 que expressa: “Tornando-se necessária a Música dos Permanentes para a
solenidade da distribuição dos premios deste Collegio (...) tenho a honra de rogar a V. Exa.
se digne de fazer com que não falte ao Collegio a dicta Musica (...).” – compreendendo-se
que os “músicos permanentes” eram aqueles que faziam parte da Guarda Municipal. AN,
SE: IE4 28.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Referências Bibliográficas
6.2 FONTES
Mapa das faltas dos professores – AN, SE: IE4 32, 1847; IE4 34, 1852; IE4 35,
1855.
Tabela de horários dos alunos. AN, SE: IE4 28, 1840; IE4 29, 1841; IE4 4,
1856.
Projeto da reforma dos estatutos da parte Scientifia do Collegio D. Pedro 2º,
AN, SE: IE4 34.
Exposição dos inconveniente e defeitos encontrados pelos respectivos Professores
nos diferentes ramos de ensino, acompanhados das observações do reitor. AN,
SE: IE4 29, 1841.
AN, SE: IE4 27, 1839; IE4 29, 1843; IE4 33, 1849 [recibos de cópia do solfejo
para os alunos].