Introdução
O Romantismo tem origem na Alemanha do século XVIII, quando Goethe publica Os
Sofrimentos do Jovem Werther, obra que anuncia os temas centrais do movimento
romântico na Europa, como o sentimentalismo, a idealização da mulher e do amor e a
evasão da realidade.
Porém, aquele que se torna o mais marcante da primeira geração romântica brasileira é a
evasão da realidade, mecanismo que permitiu aos nossos escritores descobrir o passado
histórico do país e sua paisagem natural. Como foi explicado em Romantismo –
Primeira Geração, o surgimento do movimento romântico em terras brasileiras coincide
com o momento em que o país se torna independente de Portugal, levando artistas e
intelectuais do período à construção de uma identidade autenticamente nacional. O índio
valoroso e a natureza abundante surgem como símbolos de brasilidade.
Mal-do-século (Ultrarromantismo)
Entre as características gerais do Romantismo, aquela que mais se faz presente na
segunda geração do movimento no Brasil é a evasão da realidade. Só que essa evasão
não acontece no tempo ou no espaço, como na primeira geração. Agora, a fuga da
realidade ganha contornos trágicos. Os heróis românticos encontram na morte uma
solução para seus problemas existenciais, podendo chegar, inclusive, ao suicídio. Isso
acontece porque, de acordo com o pensamento romântico, o indivíduo vive em
constante conflito com a sociedade, tornando-se uma espécie de “desajustado”. Essa
sensação de constante desajuste tem como consequência alguns comportamentos
tipicamente românticos:
Essas atitudes caracterizam aquilo que ficou conhecido como “mal-do-século”. Assim
sendo, por levar o subjetivismo romântico às últimas consequências, a segunda fase do
Romantismo no Brasil também é conhecida como geração ultrarromântica. A tela
abaixo representa a atração que os artistas românticos têm pela morte também na
pintura.
Soneto
(...)
Morro, morro por ti! na minha aurora
A dor do coração, a dor mais forte,
A dor de um desengano me devora...
Observe que, nesses versos, a frustração amorosa provocada por uma mulher sempre
idealizada e inacessível, leva o eu lírico a desejar a morte. Na poesia da segunda fase,
parece que o eu lírico sente prazer em sofrer.
Outros autores
- Junqueira Freire: aos 18 anos decidiu-se pela vida religiosa, ingressando no Mosteiro de São
Bento. Sua obra tem como tema central a morte como libertação da matéria.
- Fagundes Varela: poeta marcado pela perda prematura de seu filho e pelo alcoolismo, sua
obra explora temas nacionalistas e ultrarromânticos, mas também sociais, como a questão no
negro, inaugurando uma tendência que será aprofundada na próxima fase do Romantismo no
Brasil.
No Enem
(Enem -2010)
Soneto
Gabarito: B