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O poema é uma deprecação de um índio a Tupã, o deus supremo da mitologia tupi-guarani. O índio pede que Tupã revele seu rosto e pare de esconder-se, pois seu povo sofre muito com a chegada dos colonizadores europeus, que trouxeram doenças e violência. O índio lamenta a mudança trazida por esses homens e como eles quase extinguiram seu povo. Ele clama por vingança e espera que Tupã proteja os índios que
O poema é uma deprecação de um índio a Tupã, o deus supremo da mitologia tupi-guarani. O índio pede que Tupã revele seu rosto e pare de esconder-se, pois seu povo sofre muito com a chegada dos colonizadores europeus, que trouxeram doenças e violência. O índio lamenta a mudança trazida por esses homens e como eles quase extinguiram seu povo. Ele clama por vingança e espera que Tupã proteja os índios que
O poema é uma deprecação de um índio a Tupã, o deus supremo da mitologia tupi-guarani. O índio pede que Tupã revele seu rosto e pare de esconder-se, pois seu povo sofre muito com a chegada dos colonizadores europeus, que trouxeram doenças e violência. O índio lamenta a mudança trazida por esses homens e como eles quase extinguiram seu povo. Ele clama por vingança e espera que Tupã proteja os índios que
(Gonçalves Dias) Bastante sofremos com tua vingança! Já lágrimas tristes choraram teus filhos, Tupã, ó Deus grande! cobriste o teu rosto Teus filhos que choram tão grande tardança. Com denso velame de penas gentis; E jazem teus filhos clamando vingança Descobre o teu rosto, ressurjam os bravos, Dos bens que lhes deste da perda infeliz! Que eu vi combatendo no albor da manhã; Conheçam-te os feros, confessem vencidos Tupã, ó Deus grande! teu rosto descobre: Que és grande e te vingas, qu'és Deus, ó Tupã! Bastante sofremos com tua vingança! Já lágrimas tristes choraram teus filhos, Teus filhos que choram tão grande mudança. Vocabulário: Deprecar: invocar, suplicar Anhangá impiedoso nos trouxe de longe Denso: espesso Os homens que o raio manejam cruentos, Velame: véu Que vivem sem pátria, que vagam sem tino Anhangá: o espírito do mal Trás do ouro correndo, voraces, sedentos. Cruento: sangrento Tino: rumo E a terra em que pisam, e os campos e os rios Voraces: vorazes, ávidos Que assaltam, são nossos; tu és nosso Deus: Pujança: força Por que lhes concedes tão alta pujança, Albor: aurora, alvorada Se os raios de morte, que vibram, são teus? Maça: clava, arma indígena Igara: canoa Tupã, ó Deus grande! cobriste o teu rosto Piaga: espécie de feiticeiro, sacerdote e curandeiro Com denso velame de penas gentis; Ínvio: impenetrável, intransitável E jazem teus filhos clamando vingança Tardança: demora Dos bens que lhes deste da perda infeliz. Fero: feroz, cruel
Teus filhos valentes, temidos na guerra,
No albor da manhã quão fortes que os vi! A morte pousava nas plumas da frecha, No gume da maça, no arco Tupi! Questões 1. Quem é o “eu” que fala no poema? A quem E hoje em que apenas a enchente do rio ele se dirige? Cem vezes hei visto crescer e baixar... 2. Passe os versos 3 e 4 para a ordem direta. Já restam bem poucos dos teus, qu'inda possam 3. Qual é o motivo da deprecação? Dos seus, que já dormem, os ossos levar. 4. Quem imagem usa o índio para dizer que Tupã parece não querer ver o que se passa Teus filhos valentes causavam terror, com seu povo? Teus filhos enchiam as bordas do mar, 5. “Já lágrimas tristes choraram teus filhos, / As ondas coalhavam de estreitas igaras, Teus filhos que choram tão grande tardança”. De frechas cobrindo os espaços do ar. A que mudança se refere o texto? 6. Quem são “os homens que o raio manejam Já hoje não caçam nas matas frondosas cruentos?” A que “raio” se refere o índio? A corça ligeira, o trombudo coati... 7. Quem males provocam esses homens? A morte pousava nas plumas da frecha, 8. Qual divindade é relacionada a esses No gume da maça, no arco Tupi! homens? Por quê? 9. Com que objetivo o índio relembra o passado O Piaga nos disse que breve seria, de seu povo? A que nos infliges cruel punição; 10. Passe para a ordem direta estes versos: “O E os teus inda vagam por serras, por vales, Piaga nos disse que breve seria, / A que nos Buscando um asilo por ínvio sertão! infliges cruel punição”. 11. Na visão do índio, qual é a única esperança de salvação para seu povo? SONETO Que entre as névoas do inverno cintilava Apontando o caminho ao pegureiro. Eras a messe de um dourado estio. Perdoa-me, visão dos meus amores, Eras o idílio de um amor sublime. Se a ti ergui meus olhos suspirando!… Eras a glória, a inspiração, a pátria, Se eu pensava num beijo desmaiando O porvir de teu pai! - Ah! no entanto, Gozar contigo uma estação de flores! Pomba, - varou-te a flecha do destino! Astro, - engoliu-te o temporal do norte! De minhas faces os mortais palores, Teto, - caíste!- Crença, já não vives! Minha febre noturna delirando, ............................................................. Meus ais, meus tristes ais vão revelando Oh! quantas horas não gastei, sentado Que peno e morro de amorosas dores… Sobre as costas bravias do Oceano, Esperando que a vida se esvaísse Morro, morro por ti! na minha aurora Como um floco de espuma, ou como o friso A dor do coração, a dor mais forte, Que deixa n'água o lenha do barqueiro! A dor de um desengano me devora… Quantos momentos de loucura e febre Não consumi perdido nos desertos, Sem que última esperança me conforte, Escutando os rumores das florestas, Eu – que outrora vivia! – eu sinto agora E procurando nessas vozes torvas Morte no coração, nos olhos morte! Distinguir o meu cântico de morte! Quantas noites de angústias e delírios Não velei, entre as sombras espreitando Vocabulário: A passagem veloz do gênio horrendo Palor: estado de palidez Que o mundo abate ao galopar infrene Ais: gritos, lamentos, murmúrios Do selvagem corcel!... E tudo embalde! A vida parecia ardente e doida Questões Agarrar-se a meu ser!... E tu tão jovem, Tão puro ainda, ainda n'alvorada, 1. Destaque passagens da primeira estrofe que Ave banhada em mares de esperança, revelam a idealização da mulher, distante e Rosa em botão, crisálida entre luzes, inacessível ao poeta Foste o escolhido na tremenda ceifa! 2. A ideia de proximidade da morte evidencia- se na segunda estrofe. Qual é a causa da morte do poeta? 3. Que passagem da terceira estrofe especifica a causa da morte do poeta? 4. Qual destas figuras de linguagem está presente na última estrofe? a) Eufemismo b) Personificação c) Antítese d) Pleonasmo 5. Qual o efeito obtido pelo poeta com o uso dessa figura de linguagem? 6. Que concepção de amor é expressa nesse soneto? 7. Por que esse soneto pode ser considerado um exemplo da tendência ultrarromântica?
Cântico do calvário À memória de meu Filho morto a 11 de dezembro de 1863 Eras na vida a pomba predileta Que sobre um mar de angústias conduzia O ramo da esperança. Eras a estrela