Cannabis Medicinal
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atmosfera de pânico, desviando o foco da atenção (maconha como
medicamento). Assim:
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dados do FDA de 1997 a 2005 houve 196 relatos de suspeita de morte
coincidente com o uso de antieméticos (uma indicação também aprovada
para a maconha). Não houve nenhuma suspeita de morte pelo uso da
maconha. Por outro lado a Dra. Valéria declarou também que os
canabinóides têm algumas ações terapêuticas úteis como efeito
antiemético, aumento do apetite em casos de câncer e AIDS, benefícios
analgésicos e em glaucoma.
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adversa? Pretenderiam eles solicitar proibição de uso clínico destas
drogas?
“Até hoje há pouco estudos controlados, com amostras pequenas” e
“o uso de terapêuticos da maconha não tem comprovação
científica...”
Muita literatura médica precisaria ser lida para permitir afirmativa tão
categórica. Existem já dezenas de livros e centenas de artigos científicos
publicados sobre as propriedades medicinais da maconha. Por exemplo,
em duas extensas revisões recentes (Journal of Ethnopharmacology 105,
1-25, 2006; Cannabinoids 5 (special issue), 1-21, 2010) mais de uma
centena de trabalhos científicos são analisados, a maioria deles
demonstrando os efeitos que são negados pelos autores das frases. Estas
revisões concluem que: “cannabinóides apresentam um interessante
potencial terapêutico, principalmente como analgésicos em dor
neuropática, estimulante do apetite em moléstias debilitantes (câncer e
AIDS) bem como no tratamento da esclerose múltipla”.
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convencer o público de que aprovação do uso médico e legalização
seriam a mesma coisa, o que esta longe de ser verdadeiro. É bem possível
que um forte sentimento ideológico possa estar por trás da confusão
armada, o que seria lamentável. Para continuar uma discussão científica
minimamente aceitável dever-se-ia por iniciar a leitura de dois artigos
publicados neste ano de 2010, em duas das mais serias e respeitáveis
revistas científicas do mundo: “Maconha médica e a Lei” (New England
Journal of Medicine 362, 1453-1457, 2010) e “Como a Ideologia modela a
evidencia e a política: o que conhecemos sobre o uso da maconha e o que
deveríamos fazer?” (Addiction 105, 1326-1330, 2010).
Realmente, sem ler não é possível continuar este debate! Sugiro que
todos façam “o dever de casa”, atualizando o seu conhecimento com as
leituras de mais artigos científicos recentes.
E. A. Carlini
Professor-Titular de Psicofarmacologia –
UNIFESP
Diretor do CEBRID – Centro Brasileiro de
Informações sobre Drogas Psicotrópicas
Membro Titular do CONED (Conselho Nacional
de Políticas sobre Drogas)
Membro do Comitê de Peritos sobre Álcool e
Drogas OMS (7º mandato)
Ex-membro do Conselho Internacional de
Controle de Narcóticos (INCB – ONU) (2002-
2007)
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