CASOS PRÁTICOS
Esgotamento Sanitário de Serra
Espírito Santo
Agradecimento ao Fabio Luiz Peduto Sertori, Head da Equipe de Infraestrutura do Albino Advogados associados pelo trabalho de revisão deste estudo de caso,
elaborado pela Radar PPP.
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http://www.grupoaterpa.com.br/en/blog/concessionaria-em-operacao-na-cidade-de-serra-es/
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Ver processo n.º 48787450/10
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“A EBP é uma empresa de oito grupos financeiros em parceria com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e foi criada com
o objetivo de desenvolver estudos técnicos para projetos de infraestrutura, que sejam de interesse público e privado, com imparcialidade e transparência. A
companhia conta com a participação do Banco do Brasil, Banco Espírito Santo, Bradesco, Citibank, Itaú-BBA, Santander, HSBC e Banco Votorantim, além do
próprio BNDES.” Ver mais em http://www.ebpbrasil.com/
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O licitante vencedor deveria também comprovar o pagamento da remuneração da BM&FBOVESPA, no valor de R$ 400.000,00, pelo apoio prestado no
contexto da licitação.
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Ver Acórdão TC-620/2015-Plenário, no âmbito do Processo n.º TC-9029/2013
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Durante a licitação, foi aberto o Processo TC 9029/2013, no Tribunal de Contas do Estado do Espírito Santo, para acompanhamento da regularidade do certame.
Foram feitos vários questionamentos a elementos do edital, como a exigência de carta de conforto, a vedação à participação de empresas em recuperação
judicial e extrajudicial; a cumulação de garantia de proposta com patrimônio líquido mínimo; a limitação do número máximo de empresas consorciadas e
percentual passível de subcontratação.
O contrato estabelece, em sua cláusula 11.1, que a CESAN pagará à Concessionária, du-
rante o período de vigência da Concessão Administrativa, uma Contraprestação Mensal8
pela execução dos Serviços, conforme a seguinte fórmula:
CM = Pf x IDC + Pv x IDO
Onde:
• CM: Contraprestação Mensal;
• Pf: Parcela fixada equivalente à remuneração dos investimentos realizados pela
Concessionária;
• Pv: Parcela variável9 equivalente à remuneração pela execução do objeto con-
tratual;
• IDC: Nota do Índice de Desempenho de Construção, calculado conforme Anexo
- Sistema de Mensuração de Desempenho;
• IDO: Nota do Índice de Desempenho de Operação da Concessionária, calculado
conforme Anexo - Sistema de Mensuração de Desempenho;
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Conforme cláusula 12.5 do contrato, a Contraprestação Mensal constitui a única remuneração devida à Concessionária pela CESAN, em virtude da execução do
Contrato, estando incluídos nestes valores todos os custos diretos e indiretos e demais despesas operacionais, inclusive investimento, depreciação, manutenção
e operação do Sistema de Esgotamento Sanitário; salários e encargos sociais, trabalhistas e previdenciários; impostos e taxas; obrigações trabalhistas, as
relacionadas com a medicina e segurança do trabalho, uniformes e as decorrentes das convenções coletivas de trabalho; ferramentas, utensílios e equipamentos
utilizados; bem como administração e lucro; dentre outros que, direta ou indiretamente, se relacionam com o fiel cumprimento do contrato e seus anexos.
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Conforme cláusula 11.4.1, a primeira parcela variável será devida a partir do primeiro mês de operação do Sistema de Esgotamento Sanitário.
Ou seja, a partir desta fórmula é possível concluir que 60% da Parcela fixada (Pf) inde-
pende do desempenho aferido em relação aos aspectos construtivos e a concessionária
fará jus ao recebimento desta fração independentemente de sua performance.
A leitura da fórmula do IDO, entretanto, assinala que toda a Parcela variável (Pv) é ofe-
recida à redução dos indicadores de desempenho.
A cláusula 24.4 do contrato determina que após 2 anos de operação, será realizada uma
revisão obrigatória dos Indicadores de Desempenho para que sejam realizadas eventuais
adequações. No 7º, no 15º e no 22º ano serão realizadas novas revisões obrigatórias.
O contrato atribuiu à CESAN, em sua cláusula 25.1, a obrigação de contratar um Verifica-
dor Independente para fazer a avaliação dos indicadores de desempenho da concessio-
nária. Em 29/07/2015, foi publicada a Tomada de Preços n.º 003/2015, para contratação
de empresa que cumprisse com esta finalidade. A vencedora foi a empresa Primus Inter
Pares Consultores Associados Ltda. - EPP, com o valor global de R$238.512,00, cujo con-
trato (n.º 128/2015) foi publicado em 21/09/2015.
É desta forma e com base nestas premissas que se procede ao cálculo do único tipo de
pagamento público existente nesta PPP em favor da Serra Ambiental S/A. Entretanto,
conforme cláusula 11.6, o parceiro privado também poderá obter receitas acessórias,
que deverão ser compartilhadas com a CESAN na proporção de 20% da Receita Líquida,
assim entendida como a receita bruta subtraída dos tributos diretos.
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Todos os indicadores terão carência inicial de 180 dias em relação à assinatura do contrato para início das respectivas aferições.
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A cláusula 14.3.25 prediz que os custos com a eventual localização e remoção de sítio arqueológico ou bens arqueológicos na área do Sistema de Esgotamento
Sanitário, cujos reflexos financeiros diretos sejam superior a 10% do valor da parcela fixada para o exercício que ocorrer o evento, são de responsabilidade da
Concessionária;
Onde:
• VPL: valor presente líquido do fluxo de caixa nominal elaborado para demons-
trar os efeitos dos eventos que deram causa ao pedido de recomposição do
equilíbrio econômico-financeiro do Contrato;
• t: período de referência para a instituição dos efeitos dos eventos;
• C: valor monetário corrente dos eventos em cada período t;
• r: taxa de desconto igual à Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), vigente quan-
do da recomposição do reequilíbrio, ou outra taxa que venha a substituí-la,
acrescida de 4 pontos percentuais.
A CESAN poderá utilizar-se, a seu exclusivo critério, das medidas abaixo elencadas, indi-
vidual ou conjuntamente, para a recomposição do equilíbrio econômico-financeiro da
concessão:
• Alteração do valor do Preço Unitário que compõe a Contraprestação Mensal;
• Alteração do prazo da Concessão;
• Modificação das obrigações contratuais da Concessionária; ou
• Outra forma definida de comum acordo entre CESAN e Concessionária.
Os pleitos de reequilíbrio deverão ser acompanhados de laudos e estudos pertinentes,
sendo que os custos com diligência para a instrução do pedido correrão por conta da
parte demandante.
A CESAN detém a prerrogativa de estabelecer o valor limite do custo das obras e serviços
a serem considerados para efeito de cálculo do reequilíbrio, tomando como base, para
tanto, os valores previstos na tabela oficial da CESAN e, se for o caso, os valores pratica-
dos no mercado.
Após a emissão do parecer pela Comissão, a Concessionária solicitará à CESAN o reembolso de 50% do montante gasto com o especialista.
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