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Teatro ecológico

FRANCISCO E O IRMÃO OURO

Teatro: Para ser lido ou representado.


Personagens: Francisco, Ouro, Mulher indígena, Homem indígena, João e Maria.

FRANCISCO: Paz e bem, irmãs e irmãos. Sou Francisco de Assis, amigo dos pobres e
inimigo das riquezas. Nasci e cresci em Itália, há 800 anos. Por essa altura, ainda não
eram conhecidas as terras da América. Contaram-me que, há 500 anos, outro italiano, um
tal Colombo, foi o primeiro europeu a desembarcar no Novo Mundo. Depois, viajaram os
missionários para evangelizar os povos daquelas terras...
OURO: Cala-te, Francisco! Estás enganado.
FRANCISCO: Quem és tu e porque me mandas calar?
OURO: Sou o metal amarelo, brilhante, reluzente, precioso. Falo-te desde o interior da
montanha. Esse tal Colombo não descobriu nada. Aqui viviam milhares de povos quando
ele cá chegou, comandando caravelas de Espanha. Eles não nos descobriram,
conquistaram, invadiram estes territórios. Sabes o que procuravam nestas partes do
mundo? Procuravam-me a mim.
MULHER INDÍGENA: Era uma corrida ao ouro. Aos índios das Caraíbas deram
espelhos em troca de ouro. No México, pareciam porcos furiosos focinhando à procura
de ouro. No Peru, destruíram templos sagrados, convertendo-os em barras de ouro...
FRANCISCO: Mas pelo menos com esses ladrões vieram missionários para anunciar
Jesus Cristo a estas pessoas que não O conheciam.
HOMEM INDÍGENA: Sim, Francisco. Houve missionários bons que nos falaram de
Jesus. Disseram-nos que Ele veio ao mundo como menino pobre; que cresceu sem grande
notoriedade numa humilde cidade; que Jesus, renunciando a todos os bens, andava de
terra em terra com um grupo de discípulos a falar de Deus, seu e nosso Pai, e do modo de
ser que deve caracterizar os filhos de Deus. E sabemos que esse Jesus, tendo amado e
perdoado muito, amou até ao extremo de ser morto.
MULHER INDÍGENA: Por isso, Francisco, magoa-nos imenso que alguns missionários
fossem maus. Tinham a cruz na mão, mas não impediram que os invasores usassem a
espada. Aldeias e cidades foram feridas, violadas, exterminadas...
MARIA: Em 2015, na visita que fez à América do Sul, o Papa Francisco encontrou-se
com os Movimentos Populares na Bolívia. E disse: «Eu humildemente peço perdão, não
apenas pelas ofensas da própria Igreja, mas pelos crimes contra os povos indígenas
durante a chamada conquista da América.»
JOÃO: E o Papa Francisco não se irrita só com estes factos de antigamente.
A febre do ouro é atual...
OURO: Sim, agora correm atrás de mim canadianos, chineses, norte-americanos,
franceses, ingleses, holandeses…
HOMEM INDÍGENA: Em Cajamarca, no norte do Peru, está a maior mina de ouro da
América. Mas há minas de ouro e de outros metais em todo o continente...
OURO: Antes iam atrás de mim abrindo túneis. Agora, removem montanhas inteiras,
fazem crateras gigantescas, peneiram milhões de toneladas de terra... E, para me separar
da terra, gastam enormes quantidades de água.
JOÃO: Na mina Alumbrera, no norte da Argentina, gastam-se 100 milhões de litros de
água por dia, mais do que todos os argentinos nesse mesmo período.
MARIA: Na mina Marlin, da Guatemala, gastam-se 250 000 litros de água por hora. Uma
família de camponeses consome essa quantidade em 30 anos.
HOMEM INDÍGENA: Levam-nos o ouro e outros metais preciosos e que nos deixam?...
MULHER INDÍGENA: Esmolas, migalhas, crianças doentes, cancros, violência, homens
endividados nas tabernas, prostituição...
JOÃO: E sabem para onde vai o ouro tirado das entranhas da terra? Para outros buracos:
os cofres dos bancos.
FRANCISCO: O que vos digo é que o dinheiro é o esterco do Diabo.
MARIA: Há dois mil anos, uns homens sábios do Oriente procuraram Deus-Menino e,
porque era o mais importante, levaram-lhe ouro. Hoje, saibamos amar mais as pessoas do
que o ouro, mais a água, do que as joias, mais a terra como um lindo jardim do que os
cofres escuros dos bancos.
TODOS: Ámen.

Adaptado da série radiofónica Laudato Si’ da Rede Eclesial Panamazónica (REPAM)


Podes ouvir os áudios em http://zip.net/bttm7m.

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