RESUMO
ABSTRACT
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Erika Luiza da Fonseca é professora de Educação Infantil e Ensino Fundamental I pela Prefeitura
Municipal de São Paulo. Licenciaturas plenas em Pedagogia pela Universidade de Santo Amaro e Letras
Português /Inglês pela Faculdade Interlagos de Educação e Cultura. e-mail: erikalfonseca@ig.com.br.
This work aims to present the reader with the possibility to use embroidery as a resource
for symbolic representation in arteterapêutico. Stands out in this research the possibility
of associating the steps of construction of the embroidery on the edge of subjectivity,
and as a result we suggest that the individual who experiences the arteterapêutico
service through embroidery, you can revisit the conflicts of their history redefines them
and so, note that each step of its construction is an essential part in the process of self-
discovery and transformation.
Keywords: art therapy, embroidery, symbol.
1. PRIMEIRAS LINHAS
DINIZ afirma que “Ao criar uma obra, estabeleço uma relação extrapsíquica
com esse objeto e, simultaneamente, uma relação intrapsíquica com o conteúdo que a
originou (...).”( 2009, p. 34)
Nessa perspectiva, este trabalho tem como desafiorefletir sobre o ato de bordar
comouma possibilidade de concretizar um símbolo tendo como metodologia de
pesquisa a revisão bibliográfica. Desse modo, esta pesquisa não se restringe à
apresentação de uma técnica manual, mas em algo que representa uma criação repleta
de subjetividade que pode ser utilizada com eficácia no atendimento arteterapêutico.
O trabalho manual tem seus primeiros registros datados de 12.000 anos. Na Era
Neolítica, os primeiros homens usavam o princípio da tecelagem entrelaçando pequenos
galhos e ramos para construir barreiras, escudos e cestas. Os pássaros construindo seus
ninhos e as aranhas suas teias serviram como fonte de inspiração para o homem que, a
partir da observação, criou uma técnica semelhante para construir objetos necessários a
sua sobrevivência.
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Efod: vestimenta sacerdotal
Para Jung (1987, p. 22) “do mesmo modo que o indivíduo não é apenas um ser
singular e separado, mas também um ser social, a psique humana também não é algo
isolado e totalmente individual, mas também um fenômeno coletivo”.
Diniz (apud MONTEIRO, 2009) ressalta que os arquétipos são estruturas vazias
e por essa condição ligam-se à imagem que encontramos nos símbolos subjetivos que
estão acessíveis na consciência.
Se nos arquétipos temos uma estrutura que pode ser composta por elementos
que envolvem as artes, a filosofia, as histórias e as religiões; os símbolos têm em si uma
complexa subjetividade que os caracteriza pela individualidade. “Os símbolos são parte
do processo de autoconhecimento e transformação, vão onde as palavras não pisam,
alcançam dimensões que o conhecimento racional não pode atingir.”( DINIZ, 2009,
p.13)
A subjetividade do símbolo o torna íntimo daquele que o cria ou representa por ser
parte da sua história, dos seus sentimentos. Observando o símbolo seu autor se olha sob uma
perspectiva diferente e estabelece uma conexão de afeto com este que traz compreensão,
reciprocidade, aceitação e acolhimento.
4.1 O símbolo-bordado
Cada ponto concluído é parte e ao mesmo tempo o todo. Visto como parte, temos a
abrangência geral do trabalho e, por outro lado, se o virmos como o todo,
valorizaremosa importância de cada etapa da construção, é a sequência, a continuidade
que forma o símbolo.
Existe uma variedade de pontos que podem ser utilizados no bordado: pontos de
contorno (alinhavo, ponto atrás, pequinês, haste), pontos chatos (ponto reto, ponto
russo, ponto de folha, ponto chato, ponto cruz) e pontos de cadeia (margarida, elós,
nozinho francês) que tem em comum além das linhas, agulhas e tecidos, a ação
transformadora de quem borda.
Philippini (2009, p. 67) afirma que “no processo arteterapêutico, tecer equivale a
ordenar, a articular,entrelaçar, a organizar, a apropriar-se do fluxo criativo e existencial
(...)” e, assim, de ponto a ponto, de fio a fio, o indivíduo constrói, dá vida a uma figura
ou símbolo abstrato, trama e destrama uma ideia, aprende que, às vezes, é necessário
parar para observar, desmanchar para recomeçar. A cadência dos movimentos, a
paciência e a delicadeza do bordado propiciam momentos de autoconhecimento e
valorização pessoal; visto que, ao concluir sua produção o indivíduo se transforma em
autor de um símbolo.
REFERÊNCIAS
JUNG,Carl Gustav. O homem e seus símbolos. 2ª ed. especial. Rio de Janeiro: Nova
Fronteira, 2008.
MACHADO, Ana Maria. O tao da teia: sobre textos e têxteis. Estud. Av., vol 17, ano
49, São Paulo Sept/Dec. 2003. Disponível em http://scielo.br. Acesso em 21 maio
2014.
PINA. Flávia Curty de. Tecendo o fio da vida: o uso de fios em arteterapia associado a
mitos na individuação feminina. Monografia (Especialista em Arteterapia). ISEPE. Rio
de Janeiro. 2011, 88 p.