L’OSSERVATORE ROMANO
EDIÇÃO SEMANAL
Ano XLI, número 36 (2.124), sábado 4 de Setembro de 2010
Angelus de domingo 29 de Agosto com os fiéis em Castel Gandolfo
Aprendamos de Cristo
a humildade e a gratuidade
«Olhemos para Cristo como modelo
de humildade
e de gratuidade: d'Ele aprendamos
a paciência nas tentações, a mansidão nas
ofensas,
a obediência a Deus no sofrimento».
Ressaltou o Papa durante o Angelus
de domingo, 29 de Agosto,
recitado com os fiéis em Castel Gandolfo.
No Evangelho deste domingo (cf. Lc 14, 1.7-
14), encontramos Jesus hóspede na casa de
um chefe dos fariseus. Observando que os
convidados escolhiam os primeiros lugares à
mesa, Ele contou uma parábola, ambientada
num banquete nupcial. «Quando fores con-
vidado para um banquete nupcial, não ocu-
pes o primeiro lugar, não tenha sido convi-
dado alguém mais digno do que tu, e venha
o que vos convidou, a ti e ao outro, e te di-
ga: «Cede a este o teu lugar»... Quando fo-
Missa com os ex-alunos
O estilo de Deus
significa
acolher quem
nada tem
A hermenêutica do Concílio Va-
ticano II esteve este ano no centro do
tradicional seminário de Verão de
Bento XVI com os seus ex-alunos,
reunidos no chamado Ratzinger
Schüllekreis. O encontro iniciou no
Palácio Pontifício de Castel Gan-
dolfo no dia 27 de Agosto e con-
cluiu-se no dia 30. Na manhã de
domingo, o Santo Padre celebrou a
Missa com os seus ex-alunos, cuja
homilia foi pronunciada pelo car-
deal arcebispo de Viena, Christoph
Schönborn. No início da celebração
o Papa recordou que os cristãos não
podem continuar a comportar-se co-
mo pagãos; devem aprender o estilo
de Deus: doar a quem nada tem para
retribuir.
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EM PORTUGUÊS
Unicuique suum Non praevalebunt
Cidade do Vaticano
res convidado, vai-te sentar no último lu-
gar» (Lc 14, 8-10). O Senhor não pretende
dar uma lição sobre boas maneiras, nem so-
bre a hierarquia entre as diversas autorida-
des. Mas ele insiste sobre um ponto decisi-
vo, que é o da humanidade: «Todo aquele
que se exalta será humilhado, e o que se hu-
milha será exaltado» (Lc 14, 11). Esta pará-
bola, num significado mais profundo, faz
pensar também na posição do homem em
relação a Deus. O «último lugar» pode re-
presentar de facto a condição da humanida-
de degradada pelo pecado, condição da qual
só a encarnação do Filho Unigénito a pode
elevar. Por isto o próprio Cristo «ocupou o
último lugar no mundo — a cruz — e, preci-
samente com esta humildade radical, nos re-
dimiu e ajuda sem cessar» (Enc. Deus caritas
est, 35).
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Mensagem do Papa aos participantes no Congresso em Seul
Os leigos católicos entre crescimento
económico e transformações sociais
A Ásia precisa de leigos «empenhados, preparados e entusiastas» para
responder aos desafios apresentados pelo crescimento económico e pelas
transformações sociais em curso, escreveu o Papa na mensagem enviada aos
participantes no congresso sobre o laicado católico inaugurado na terça-feira,
31 de Agosto em Seul, na Coreia do Sul, pelo presidente do Pontifício Conselho
para os Leigos, cardeal Stanisław Ryłko, e que se conclui no domingo, 5 de
Setembro.
Publicados pelo Arquivo do Vaticano Memórias de um emigrante italiano
os documentos de 1930 no Brasil
As «folhas de audiência» Quando íamos
do cardeal Pacelli em busca da «Merica»
PÁGINAS 6/7
Preço € 1,00. Número atrasado € 2,00
Iniciação cristã no Oriente
A vida
em Cristo
MANUEL NIN
célebre tratado La vita in
O Cristo, do teólogo bizanti-
no Nicolau Cabasilas, es-
trutura-se a partir da mistagogia
sobre os sacramentos da iniciação
cristã, com o acréscimo da consa-
gração do altar. Na tradição litúr-
gica das Igrejas orientais, os sacra-
mentos da iniciação cristã desig-
nam o baptismo, a crisma e a eu-
caristia, administrados em conjun-
to e por meio dos quais o ser hu-
mano — recém-nascido ou adulto
— é configurado plenamente com
Cristo e inserido na vida de graça
da Igreja.
Baptismo e crisma são conferi-
dos uma única vez, porque consti-
tuem o ser e o agir cristão; a euca-
ristia, oferecida uma primeira vez
como coroação dos outros dois —
e por sua vez fonte destes — é re-
petida como sacramento de vida
para cada cristão e para a Igreja.
Segundo a tradição, os três sacra-
PÁGINA 9 mentos são administrados numa
única celebração, na seguinte or-
dem: baptismo, que confere o ser
cristão, confirmação, que dá a gra-
ça para o agir cristão, e eucaristia,
plena inserção na nova aliança por
meio da graça. Os três sacramen-
tos encontram-se tão ligados entre
si, que não seria possível fazer
uma catequese de um, sem abor-
dar os outros dois.
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