TEOLOGIA SISTEMÁTICA
SEMANA 2
A NATUREZA DE DEUS
Deus é onipresente
(Gn 3.11; Js 7.10-26; 2Sm 12.11; 2Rs 5.26; SI 56.8; 66.12; 90.2; 139.7-12; Is 43.2; At 5.1-11; 17.31;
23.11; G1 6.7; Ap 6.9; 18.24), transcendendo e preenchendo toda a criação com sua presença, mas sem se
confundir com esta (Is 66.1,2).
Deus é onipotente
(Gn 17.1; 18.14; Jr 32.27; Lc 1.37; Mc l(j).27), por isso todas as coisas são feitas segundo sua vontade
(Pv 21.1; Is 43.[13; E f 1.11), sendo sua livre vontade a causa final de todas as coisas acontecerem (SI 95.6; P
v 21.1; D n 4.35; M t 10.29; Lc 22.42; A t 2.23; 18.21; Rm 8.29; 15.32; E f 1.4,11; Fp 1.29; IPe 3.17; Ap 4.11)
— de acordo com a Escritjura, Deus é o rei, e não o homem (Is 45.6; 43.11; 44.8; 45.21).
Deus é onisciente
(SI 139; Jo 21.17; Cl 2.3; ljo 3.20; Ap 20.12), por isso nada está ocultq para ele. Antes, Deus tem
conhecimento perfeito de toda realidade, passado, presente e futuro, completamente, até dos pormenores
mais insig nificantes (Is 41.21-23). Esse conhecimento não vem de outra fonte, já que a existência de toda a
criação depende de Deus.
Deus é independente e autoexistente
(Gn 1.1; Ex 3.14; Is 40.13s.; At 17.20,25; Rm l}.36), não tendo necessidade da criação, nem
necessidade de compartilhar amor. Ele já é totalmente satisfeito em si mesmo, em seu ser Trino. Por ser
autoexistente, Deus não deriva seu ser de algo anterior, sendo eterno. Deus é imutável, não havendo
mudança em seu ser, planos, propó sitos, promessas e perfeições(ISm 15.29;Ml3.6;Tg1.17;Hb
13.8).Porserperfeito,elenãopode mudaf, porque qualquer mudança implicaria a limitação de sua perfeição,
o que e umaiimpossibilidade (Is 48.12; Ml 3.6; Tg 1.17).14Deus é simples (SI 36.9; Jo 5.26; ljo 1.5), não
podendo ser dividido. Nenhum de seus atributos pode ocupar lugar de destaque, sendo considerado mais
importante que os demais. E necessário deixar claro que todos os atributos de Deus são compartilhados por
todas as pessoas da Trindade — o Pai, o Filho e o Espi ́rito Santo. Eles constituem a própria essência e
natureza de Deus, não podendo ser divididos ou separados dele, existindo em plena harmonia com os
demais. Deus, por tanto, é totalmente justo, santo, bondoso, etc. O amor de Deus é amor justo, a justiça é
santa, etc. Nesse sentido, ser fiel ao sentido bi ́blico é falar do amor santo de Deus, ou do amor fiel, assim
como do amor justo, sem incidir no erro de dar mais importância a um atributo em detrimento dos demais.
Deus é eterno (SI 90.2; Rm 11.33; Ef 3.21; lTm 6.16), sendo o criador do tempo (Hb 1.2). Por sua eternidade,
Deus, como já considerado, é transcendente e imanente, pois ele não está limitado ao tempo ou espaço. Por
fim, Deus é a verdade, e sua Palavra é o parâmetro final da verdade. Por não poder mentir nem se arrepender
(lSm 15.29), Deus é o padrão da racionalidade.
ele é amor e é a fonte do amor.
Esse amor sempre existiu entre as pessoas da Trindade. Seu amor está sempre ligado à misericórdia
(Ef 2.4; T t 3.5). Isso significa que Deus não nos dá o que merecemos, mas, pela graça, nos dá o que não
merecemos. A paciência de Deus é evidente em sua graça comum. Por meio dela, Deus concede ampla
oportunidade de os homens buscá-lo, dando-lhes as bênçãos da existência, apesar de serem rebeldes contra
ele (At 14.16-17; Rm 9.22). A graça especial é aquela pela qual Deus salva os eleitos (Ef2.8,9). Como
aprendemos nas Escrituras, nem sempre Deus pune os pecadores como eles merecem, e mostra graça e
misericórdia a alguns. Deus é fiel (ljo 1.9; Ap 19.2). Essa afirmação nos relembra que o povo pactuai pode
descansar seguro no fato de que Deus cumprirá suas promessas pactuais.
Outro grupo de atributos são aqueles ligados à santidade de Deus.
Além de enfatizar a majestade e gló ria de Deus (Êx 24.17), que o distin guem de suas criaturas, a
santidade de Deus ensina que ele está afastado de qualquer pecado, não tolerando sua presença, revelando
a profundidade do pecado, inspirando temor e separação (Jó 34.10; Is 6; 59.2). Sua santidade é revelada na
lei moral, como resumida nos dez mandamentos. Deus é bom, e sua bondade é determinada por Deus, de
acordo com sua própria natureza boa. Por isso, não existe nenhum padrão do bem além de Deus. E tudo que
ele faz é bom (SI 145.17). A justiça de Deus está relacionada com sua retidão, sempre agindo
consistentemente com sua justiça. Derivada de sua bondade, justiça e retidão, é adequado falar da ira de
Deus. Esta é a expressão de sua justiça contra o pecado, que é contrário à sua santidade (SI 78.31; Os 5.10;
Jo 3.26; Rm 1.18s.; Ef 2.3; lTs 1.10; Ap 6.16).
Por fim, não existe tensão entre a santidade e o amor de Deus. A santidade exige que a pena do
pecado seja paga (Rm 1.18-32; 2.1—3.20), e o amor age para que alguns sejam justificados, para entrar em
comunhão com ele (Rm 1.17; 3.21). A união entre esses atributos é demonstrada na cruz. Nela, o eterno
Filho de Deus se entregou, como nosso representante (Rm 5.12-21), para satisfazer a santidade do Pai,
ofendida por nossos pecados, e para proporcionar perdão para todos quantos confiam em Cristo.