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FICHAMENTO

RICOEUR, Paul. A Simbólica do Mal. Lisboa/Portugal: Edições 70, 2013.

Primeira parte
Os Símbolos Primários: Mancha, Pecado, Culpabilidade

Introdução: Fenomenologia da confissão


1. Especulação, Mito e Símbolo

“[...] se a repetição da confissão do mal humano pela consciência religiosa não funda
uma filosofia, ainda assim essa confissão já contribui para delimitar o seu interesse
específico, pois que essa confissão é uma palavra, uma palavra pronunciada sobre si
mesmo; ora, toda a palavra pode e deve ser “retomada” no discurso filosófico.(p.20)”

“Muitas filosofias, clássicas e modernas, assumem como um dado religioso, teológico,


esse suposto conceito e reduzem o problema filosófico da culpa a uma crítica da ideia
de pecado original.” (p.20 - 21)

“Importa particularmente que nos convençamos desde já que o conceito de pecado


original não se situa no começo, mas no termo de um ciclo de experiência viva, e
experiência cristã do pecado.” (p.21)

“Antes da especulação, sob a gnose e as construções antignósticas, encontramos os


mitos. Por mito entenda-se aqui a descrição que dele é feita hoje em dia pela história das
religiões: não uma falsa explicação através de imagens e de fábulas, mas uma narrativa
tradicional sobre acontecimentos que tiveram lugar na origem dos tempos, destinada a
fundar a ação ritual dos homens dos dias de hoje e, de maneira geral, a instituir todas as
formas de ação e de pensamento através das quais o homem se compreende a si mesmo
ou seu mundo.” (p.21)

“[...] o mal – mancha ou pecado – é ponto fraco, com que a crise desse elo que o mito
torna explicito à sua maneira; ao limitarmo-nos aos mitos que dizem respeito à origem e
ao fim, temos a hipótese de aceder a uma compreensão do mito mais intensiva do que
extensiva. Com efeito, é por o mal ser por excelência a experiência crítica do sagrado,
que a ameaça de rompimento do elo entre o homem e o seu sagrado faz com que se sinta
com a maior intensidade a dependência do homem em relação as forças do seu
sagrado.” (p. 22)

“A experiência que é confessada pelo penitente é uma experiência cega: permanece


presa no invólucro da emoção, do medo, da angústia. É esta nota emocional que suscita
a objetivação num discurso: a confissão exprime, empurra para o exterior a emoção que,
sem ela, se fecharia sobre si mesma, como uma impressão da alma; a linguagem é a luz
da emoção; através da confissão a consciência de culpa é trazida à luz da palavra
mesmo na experiência do seu absurdo, do seu sofrimento, da sua angústia.” (p.24)

2. Criteriologia do Símbolo

“É antes de mais, no mundo, nos elementos ou nas características do mundo, no céu, no


sol, na lua, nas águas e na vegetação que o homem lê o sagrado; o simbolismo falado
remete deste modo para as manifestações do sagrado, para as hierofanias, nas quais o
sagrado é revelado num fragmento do cosmos que por sua vez , perde os seus limites
concretos, se reveste de inúmeras significações[...]” (p. 27)

“O movimento que faremos desde o simbolismo da mancha até o simbolismo do


pecado, e daí para o simbolismo da culpabilidade propriamente dita, é ao mesmo tempo
um afastamento progressivo em relação ao fundo cósmico do simbolismo; o simbolismo
da mancha está ainda submerso no cósmico; entre o manchado, o consagrado e o
sagrado, as equivalências e as correspondências subterrâneas são talvez indeléveis; em
primeira instancia são as hierofanias que na sua dimensão na esfera da realidade,
produzem o “regime ontológico” característico do manchado; o perigo da alma que a
sujidade servirá posteriormente para simbolizar , é antes de mais, um perigo face à
presença de coisas interditas à experiência profana e, logo, das quais não nos podemos
aproximar sem correr riscos no caso de não estarmos ritualmente preparados para o
Tabu.” (p. 28)

“Deverá compreender-se que não existem três formas incomunicáveis de símbolos; a


estrutura da imagem poética é também a do sonho, quando esta extrai dos fragmentos
do nosso passado uma profecia do nosso futuro, e das hierofanias, que tornam manifesto
o sagrado no céu e nas águas, na vegetação e nas pedras.” (p.30)
3. A “repetição” filosófica da confissão

“Partir de um simbolismo já constituído, é dar-se o que pensar, mas é também, ao


mesmo tempo, introduzir uma contingencia radical no discurso.” (p. 36)

“Por sua vez, essas relações em profundidade e em extensão são reelaboradas pelas
relações retroativas: a nossa memória cultural é incessantemente renovada
retroativamente pelas novas descobertas, pelos retornos as fontes, pelas reformas e pelos
renascimentos que são bem mais revivalismos do passado e que constituem, a
montagem de nós mesmos, aquilo que poderíamos chamar de neopassado. Assim, o
nosso helenismo não é exatamente o dos Alexandrinos, nem os dos padres da igreja,
nem da Escolástica, nem a do Renascença, nem a da Aufkläring [iluminismo]; pense-se
na redescoberta da tragédia pelos modernos. Deste modo, através de uma ação retroativa
a partir da sucessão dos agora, o nosso passado não deixa de mudar de sentido; a
apropriação presente do passado modifica precisamente aquilo quenos motiva das
profundezas do passado.” (p.38)

PRIMEIRO CAPÍTULO

A Mancha

1. O impuro

“O medo do impuro e os ritos de purificação constituem o pano de fundo de todos os


nossos sentimentos e dos nossos comportamentos relacionados com a falta.” (p. 41)

“A própria mancha não passa de uma representação e esta encontra-se mergulhada num
medo específico que impede a reflexão: com a mancha entramos no reino do terror [...]
as purificações tentam anular através de uma ação específica dos danos da mancha; mas
já não podemos coordenar essa ação ritual com nenhum dos tipos de ação sobre os quais
possamos, hoje em dia, teorizar, a saber: ação física, influência psicológica, tomada de
consciência de nós mesmos.” (p. 41)

“O que resiste a reflexão é a ideia de algo quase material que infeta como uma sujidade,
que faz mal através de propriedades invisíveis e que, no entanto, opera como uma força
no campo da nossa existência que é inextricavelmente psíquica e corporal.” (p. 42)
“O seu caráter irracional só possibilita uma abordagem oblíqua: num primeiro tempo,
usaremos a ciência etnológica sem nos preocuparmos com a apropriação do seu sentido;
a mancha aparecer-nos-á, então como um momento superado da consciência; assim,
compreendemos por efeito de contraste os sentimentos e as condutas que
abandonamos.” (p. 42)

“Em primeiro lugar, a nossa consciência já não reconhece o repertório da mancha: para
a consciência que vive nesse regime, o que é mancha já não coincide com aquilo que
para nós é o mal. Podemos considerar que as variações desse inventário indicam um
deslocamento da própria motivação; é porque já não podemos discernir nessas ações
impuras uma qualquer infração à justiça que devemos às outras pessoas, qualquer
diminuição da nossa dignidade pessoal, que para nós, essas ações são excluídas da
esfera do mal.” (p. 42-43)

“[...] o inventário das faltas, no regime da mancha, é mais vasto do que diz respeito aos
acontecimentos do mundo uma vez que é mais escasso no que diz respeito às intenções
do agente.” (p. 43)

“Essa vastidão e essa escassez são testemunhas de uma fase na qual o mal e a
infelicidade não aparecem dissociados, em que a ordem ética do fazer o mal [mal-feire]
não se discerne da ordem cósmica e biológica do mal-estar [mal-être]: sofrimento,
doença, morte, insucesso. [...] a punição volta a incidir no homem que está mal [em
mal-etre] e transforma todo o sofrimento possível, toda a doença, toda a morte, todo o
insucesso em sinal da mácula; deste modo, o mundo da mancha engloba na sua ordem
do impuro as consequências da ação ou do acontecimento impuros; a partir daí, a
separação entre o puro e o impuro ignora toda a distinção entre o sagrado e o profano
que para nós se tornou irracional.” (p. 43-44)

“[...] somos surpreendidos pela importância e gravidade da violação de interdições de


caráter sexual na economia da mancha; as proibições do incesto, da sodomia, do aborto,
das relações em momentos –e por vezes lugares – interditos é tão fundamental que a
inflação do sexual é característica do próprio sistema da mancha, a tal ponto que entre
sexualidade e mancha, parece ter-se formado uma cumplicidade indissolúvel em tempos
imemoriais[...]” (p. 44)
“Ao cabo deste percurso no qual acabamos de encontrar o tema da Mancha primordial
da sexualidade aparece a identidade entre a pureza e a virgindade: o virgem e o impacto
são solidários, tal como sexual e o contaminado. Essa dupla dissonância constitui o
pano de fundo de toda a nossa ética; constitui o arcaísmo mais resistente a crítica. Isto é
tão verdadeiro que não poderá ser de uma meditação sobre a Sexualidade que virar um
ajustamento da consciência de culpa, mas antes da esfera não sexual da existência: das
relações humanas que tem lugar no trabalho, na apropriação, na política; onde se
formaram a ética da relação com os outros uma ética da justiça e do amor, capaz de se
voltar para a sexualidade, reavaliá-la e transvalorizá-la.” (p. 45)

2. O Terror Ético

“A mancha tem sido considerada como acontecimento objetivo; é, dissemo-lo, algo que
infeta através do contato. Mas esse contato infeccioso é vivido subjetivamente num
sentimento específico que é da ordem do Temor. A entrada do homem no mundo ético
Face pelo medo e não pelo amor.” (p. 45-46)

“[...] a consciência do impuro Aparece mesmo ser um momento inacessível a toda a


repetição em simpatia e imaginação, o momento abolido pelo próprio processo da
consciência moral. e com tudo esse temor contém em potência todos os momentos
ulteriores, Por que oculta em si o segredo da sua própria superação; pois que ele já é um
temor ético e não somente temor físico te morder um perigo em si mesmo ético, o qual,
a um nível superior da consciência do mal, será o perigo de já não se poder amar, o
perigo de ser um cadáver no reino dos fins.” (p. 46)

“A origem desse temor é a ligação primordial da vingança a mancha. Essa “síntese” é


anterior a toda a justificação; ela é o que é pressuposto em qualquer punição
compreendida enquanto expiação vingativa; ela poderá transformar-se, extrapolar-se,
espiritualizar-se: é anterior é anterior a cada uma dessas mutações e sublimações em
primeiro lugar, o Impuro vinga-se; essa vingança poderá ser absorvida na ideia de
Ordem ou mesmo na de salvação [...] mas mesmo aí permanece a intuição inicial da
consciência de mácula: o sofrimento é o preço a pagar pela ordem violada, o sofrimento
deve satisfazer a vendeta da pureza.” (p. 46)

“[...] o veículo invencível da Vingança à mancha é anterior à toda a instituição, a toda a


intenção a todo decreto; esse vínculo é tão primitivo que é anterior à própria
representação de um deus vingador; o automatismo nação que a ciência primitiva receia
e adora exprime essa síntese a priori da cólera vingadora como se a falta perícia a
própria potência do interdito e como se essa lesão desencadeasse, de forma inelutável, a
reação.” (p. 46)

“[...] essa Cólera anônima essa violência sem rosto da Retribuição inscreve-se no
mundo humano sobre o cunho do sofrimento. A vingança provoca o sofrimento. E
assim, por intermediário da Retribuição toda a ordem física se insere na ordem ética; o
mal causado pelo sofrimento é ligado artificialmente ao mal causado pela falta; o
próprio equívoco da palavra mal tem a sua razão de ser, que se prende com a lei da
Retribuição tal como ela é descoberta, com o temor e tremor, pela consciência de
mácula.” (p. 47)

“Essa ligação entre a mancha o sofrimento, e que é vivida em temor e tremor, manteve-
se com a tenacidade tanto maior Quanto pode constituir, durante bastante tempo um
esquema de racionalização, um primeiro esboço de causalidade, você sofres, estás
doente, se fala se morres, é porque pecaste; o valor sintomático e detentor do sofrimento
em relação a mancha converte-se em valor explicativo e etiológico do Mal moral. Ainda
mais, não só a razão como também a piedade agarrar-se amo desesperadamente a essa
explicação do sofrimento: se é verdade que o homem sofre por que é impuro, então
Deus é inocente; desse modo, o mundo do terror ético é depositário de uma das
“racionalizações” mais tenazes do mal de sofrimento.” (p. 48)

“[...] foi preciso que o sofrimento se tornasse absurdo e escandaloso para que o pecado,
por seu lado, acedesse à sua significação própria mente espiritual; pagando esse terrível
preço o temor que ele era inerente pode tornar-se temor de não amar o suficiente e
dissociar-se do temor de sofrer de falhar, na palavra o temor da Morte espiritual pode
separar-se do medo da morte física. [...] foi preciso que o sofrimento; se tornasse
inexplicável, se tornasse um mal escandaloso [mal de scandale] para que o mal da
Mancha se tornasse ele mesmo mal de falta.” (p. 48)

“Um interdito é bem mais do que um juízo de valor negativo, que um simples “isto não
pode ser”, “isto não pode fazer”, é até mais que um “tu não deves” no qual eu me sinto
lesado por uma ameaça; sobre o interdito para Jackson para da vingança que ele levar a
cabo se for violado; o “tu não deves” reveste-se de sua gravidade, do seu peso, através
do: “se não morres”. Por conseguinte, o interdito antecipa em si mesmo o castigo do
sofrimento; e o constrangimento moral do interdito carrega consigo a f g afetiva da
punição. Um tabu um tabu não é senão e isso: uma punição antecipada e afetivamente
para Avenida na interdição; assim, o poder do interdito é no medo preventivo, um
poder mortal.” (p. 48-49)

3. O simbolismo da nódoa

“Eis os dois traços arcaicos objetivo e subjetivo da Mancha algo que infeta, e um temor
que antecipa ou desencadear da cólera vingadora da interdição. São estes dois traços que
já não compreendemos a não ser como momentos “superados” da representação do
mal.” (p.49)

“Esses dois traços nunca serão simplesmente abolidos, mantendo-se sempre presentes e
(22)
transformados em momentos novos. Nos gregos os poetas trágicos e os oradores
áticos são testemunhas de um nascimento das representações e das práticas catárticas
relacionadas á mancha; [...] mas o mundo dá mancha não persiste apenas sob a forma de
uma sobrevivência; ele fornece o modelo da Imaginação com o qual são construídas as
ideias fundamentais da purificação filosófica.” (p. 49-50)

“[...] a mácula nunca foi literalmente uma nódoa; o impuro nunca foi literalmente o
sujo, o imundo; também é verdade que o impuro não chega aceder ao nível abstrato e o
do indigno se não a magia do contato desvanecer-se-ia; a representação da Mancha está
na zona cinzenta.” (p. 51)

“[...] a mácula na medida em que é o “objeto” da superação ritual, ela mesma símbolos
do mal: a mancha ou a mácula esta está para a nódoa como o polimento está para
lavagem; a mancha não é uma nódoa, mas é como uma nódoa; é uma nódoa simbólica.”
(p. 51)

“A mancha faz a sua aparição no universo humano por meio da palavra; a sua angústia é
comunicado pela palavra; antes de ser comunicada, essa angústia é comunicada pela
palavra a oposição do puro e do impuro é dita; e é a palavra que exprime que institui a
própria oposição. uma nova é uma nova simplesmente porque está aí, muda; o impuro é
ensinado pela palavra institucional do tabu.” (p. 52)

“É precisamente o vínculo da mancha a uma palavra que define, que faz aparecer o
caráter originariamente simbólico da expressão do puro e do impuro. Assim, a
“interdição” que exclui o culpado de todos os lugares sagrados de públicos - também
sagrados porque são públicos - significa exclusão do manchado de um espaço sagrado.
Depois do julgamento, o criminoso é objeto da interdições ainda mais graves, que, por
assim dizer, o anulam A ele e a sua mancha; exílio e morte trata-se, portanto, de
anulações do manchado e da mancha.” (p. 55)

“[...] o exilado não é simplesmente excluído de uma área do contato material; ele é
escorraçado para fora de um ambiente humano que é em si mesmo determinado pela lei;
a partir daí, o exilado já não assombrada o espaço humano da Pátria no ponto onde
acaba a pátria; também aí acaba a sua mancha; além disso, mataram assassino no
território da Pátria ateniense é purificá-lo; matá-los fora desse território é matar um
ateniense novos rituais de asilo e de acolhimento poderão, outro lado, outros olhos, e no
contexto de uma legislação diferente, restituir-lhe uma nova pureza.” (p. 56)

“[...] e sempre aos olhos de um outro que nos envergonha, e perante a palavra que
exprime o impuro e o puro, que a nódoa é uma mancha.” (p. 56)

4. A sublimação do amor

“Ao mesmo tempo representação “objetiva” da se presta , em virtude da sua estrutura


simbólica, a todas as transposições que farão dela um símbolo durável do mal de falta,
também o temor, que é a contrapartida “subjetiva” e afetiva dessa noção do puro e do
impuro é, sem dúvida desde a sua origem, capaz de transposição emocional. O temor,
ver-se-á, não é abolido, mas muda de sentido ao aceder à esfera do pecado.” (p. 57)

“O temor do impuro, de facto, já não é medo físico tanto quanto a mancha já não é, ela
mesma, nódoa. O temor é impuro é como um medo; mas já enfrenta uma ameaça que,
para lá das ameaças do sofrimento e da morte visa, a diminuição da existência, a perda
do núcleo pessoal.” (p. 57)

“Consideramos anteriormente a palavra como instrumento de definição do puro e do


impuro; ei-la agora a imiscuir-se na própria vivência enquanto instrumento da tomada
de consciência doeu manchado a mancha entra no universo da palavra não só pelo
interdito, mas pela confissão; a consciência, esmagada pelo interdito e pelo medo do
interdito, abre-se a outra e a si mesma; não só acessar comunicação, como também
descobre a perspectiva ilimitada do questionamento sobre si. [...] o projeto de uma
confissão Total totalmente reveladora do sentido escondido das condutas, senão já
reveladora das próprias intenções, anuncia se no próprio seio da humildade “confissão
dos pecados”.” (p. 57)

“[...] o medo da vingança não é um simples medo passivo, envolve já uma exigência, a
exigência de uma punição justa. Essa exigência encontra na lei de retribuição a sua
primeira expressão e uma aproximação provisória. Dissemo-lo anteriormente, essa lei é
experienciada, em primeira instância, como uma fatalidade esmagadora; é o
desencadear de uma cólera elementar agudizada pela insolência da violação; no entanto
essa Fatalidade sofrida envolve uma legalidade exigida, uma justiça que retribui de
forma justa; se o homem é punido porque peca, então deve ser punido como peca. Esse
dever Ser discernido através do temor e tremor, é o princípio de todas as nossas
reflexões sobre a punição.” (p. 58)

“A medida da pena não é nada sem a sua finalidade por outras palavras, aquilo que é
visado na vingança e a expiação, ou seja, a punição que remove a mancha, mas aquilo
que é visado nessa ação negativa de remover e a reafirmação da ordem. Ora, a ordem
não pode ser reafirmada fora do culpado sem o ser também dentro do culpado; portanto,
o que é visado através da vingança e da expiação, é a própria emenda, ou seja, a
restauração do valor pessoal do culpado através da punição justa.” (p. 59-60)

“Se se perguntassem então qual é o núcleo que se mantém imutável ao longo de todas
essas simbolizações da mancha, haveria que responder que apenas um próprio processo
da consciência que simultaneamente conserva e supera a mancha que o seu sentido se
manifesta. [...] Se, portanto, a sinceridade pode ser uma purificação simbólica, todo o
mal é, simbolicamente nódoa: a nódoa é o primeiro “esquema” do mal.” (p. 61)

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