Sara Luiza Camargo Fontanela (Faculdade Educacional de Ponta Grossa – Faculdade União)
fontanela.sara@hotmail.com
Murilo Bahniuk Nofre (Faculdade Educacional de Ponta Grossa – Faculdade União)
mbahniuk@hotmail.com
Hendrius Schneider do Nascimento (Faculdade Educacional de Ponta Grossa – Faculdade União)
hendrius_schneider@hotmail.com
Profa. Ms. Pedroso, Sandra Mara Dias (Orientadora) (Faculdade Educacional de Ponta Grossa – Faculdade
União) sandrrinha@bol.com.br
Resumo
O presente estudo apresenta as ferramentas que podem ser utilizadas pelas organizações
durante a implantação do Controle da Qualidade Total – TQC. O objetivo principal é o de
contribuir no acompanhamento e resolução de problemas visando a satisfação do cliente, que
será o responsável pela sobrevivência da empresa no mercado. Neste sentido, a problemática
foi responder quais as ferramentas necessárias para implantação do TQC. A metodologia
aplicada é pesquisa bibliográfica com base nos estudos publicados por Campos (1999, 2004 e
2014), Algarte (2011) e Corrêa & Corrêa (2005 e 2008) os quais explicitam a teoria do
Controle da Qualidade Total. O trabalho se baseia na exposição das ferramentas de PDCA, 5
porquês, Diagrama de Causa e Efeito (Ishikawa – Espinha de Peixe), 5W2H, Diagrama de
Pareto Matriz GUT e Brainstorming. Como considerações finais apontamos a utilização de
cada ferramenta para a consolidação de um modelo de gestão no intuito de aumentar a
qualidade no processo de melhoria continua para qualquer tipo de organização.
Palavras chave: Organizações, Controle da Qualidade Total, Ferramentas da Qualidade.
1 Introdução
Controle da Qualidade Total (TQC) e suas ferramentas é o tema desenvolvido neste artigo,
cujo foco reside em discutir como utilizar Controle da Qualidade Total e suas ferramentas na
identificação, acompanhamento e resolução de problemas dentro das organizações.
Com a globalização o mundo está passando por uma fase de mudanças muito rápidas. A
informação está acessível a todos e se tornou muito fácil e prático encontrar o produto que
melhor se adeque às condições do cliente, portanto as organizações precisam controlar todo o
seu processo, desde o fornecimento de matéria prima, o planejamento de materiais, até a
entrega do produto acabado. Já não é mais possível haver uma preocupação com a qualidade
do produto apenas no fim do processo. O Controle Total da Qualidade e as suas ferramentas
auxiliam nesse acompanhamento e fazem com que problemas que já tenham ocorrido não
voltem a se repetir dentro das organizações.
Este estudo caracteriza-se como teórico, em que o processo de pesquisa se iniciou por meio de
um estudo exploratório do tema. Referendado. Na sequência, assumiu-se um delineamento
descritivo, tendo o trabalho uma abordagem predominantemente qualitativa, justificada
principalmente pela sua natureza.
Objetivou identificar e conhecer o processo de Controle da Qualidade Total e as ferramentas
de implantação para aplicá-las na resolução de problemas identificados dentro de qualquer
tipo de organização, visando sempre a satisfação do cliente, que é quem manterá a empresa no
mercado, diante disso, o artigo inicia descrevendo as ferramentas de qualidade, iniciando pelo
Ciclo PDCA, Brainstorming, Diagrama de Causa e Efeito (Ishikawa), 5W2H, 5 porquês,
Diagrama de Pareto e Matriz GUT.
Por último apresenta-se a conclusão que mostra a importância da utilização das ferramentas
de maneira conjunta para a implantação do Controle Total da Qualidade, e a importância da
não generalização dos casos, ou seja, da análise de casa caso em particular.
O principal objetivo de uma organização dentro da sociedade atual deve ser a satisfação das
necessidades das pessoas, não só consumidores, mas colaboradores, acionistas, e toda a
comunidade em si. Portanto é vital que exista qualidade em tudo o que é feito dentro da
empresa. O Controle Total da Qualidade é o método que se ajusta a esta necessidade e que
tem como um dos primeiros objetivos este cuidado com a satisfação do ser hamano.
De acordo com Falconi (2014, p. 41) “Controle total é o controle exercido por todas as
pessoas da empresa, de forma harmônica (sistêmica) e metódica (baseada no ciclo do
PDCA).” Portanto havendo a implantação do Controle Total da Qualidade envolve-se todos
os setores e departamentos da empresa para trabalharem, de maneira organizada para um bem
comum, que é a sobrevivência da empresa a longo prazo, através da qualidade.
O TQC é um modelo gerencial desenvolvido no Japão após a Segunda Guerra Mundial,
visando a criação de condições internas que garantissem a sobrevivência das organizações a
longo prazo. O Japão havia sido praticamente destruído depois que a Grande Guerra se
encerrou e era necessário que ele se reestabelecesse no mercado para que a população pudesse
sobreviver. A criação do TQC foi uma maneira de organizar o funcionamento do processo das
organizações, para que quando houvesse algum problema no produto ele já pudesse ser
identificado durante o processo.
O Japão tem sido um exemplo de desempenho no comércio internacional e no
crescimento da economia do seu povo, apesar da desvantajosa posição geográfica e
da escassez de recursos materiais e de energia. No entanto, o Japão nunca instituiu
as chamadas normas nacionais de garantia da qualidade. Em vez de se preocupar
com o atendimento a essas normas, os japoneses procuraram utilizar a sua
inteligência, criatividade e principalmente seu tempo para melhorar continuamente
suas empresas tendo como meta satisfazer o cliente a um menor custo e de forma
melhor que seus concorrentes. O resultado disso o mundo conhece.” (FALCONI,
2014, p.173)
O TQC relaciona qualidade com produtividade. Por produtividade pode-se entender a razão
entre o valor produzido e o valor consumido, resultando na taxa de valor agregado ao produto.
Para se aumentar a produtividade da organização, deve-se aumentar ao máximo o nível de
valor agregado ao menor custo possível.
Existem alguns tópicos principais que devem ser seguidos para a implantação do Controle da
Qualidade Total, elencados a seguir:
• Orientação pelo cliente, ou seja, todas as decisões devem ser tomadas visando
satisfazer aquilo que o cliente necessita, o cliente é quem move a organização.
• Qualidade em primeiro lugar, a qualidade tem que estar presente em todos os
processos dentro da organização, não só na fabricação, mas desde o planejamento, o
marketing, a compra de matéria prima, tudo deve ser feito priorizando a qualidade.
• Ações orientadas por prioridades, em todos os setores identificar os problemas que
estão prejudicando a qualidade, o atendimento e a satisfação do cliente e resolve-los
iniciando sempre pelo mais crítico.
• Ações orientadas por fatos e dados, são gerados vários indicadores para que exista o
acompanhamento de tudo o que ocorre dentro da organização, nenhuma ação é
tomada dentro sem que haja embasamento em algum fato ou dado real.
• Controle de processos, todos os problemas devem ser identificados ainda durante a
fabricação, o produto acabado deve chegar ao cliente com toda qualidade e com zero
defeito.
• Próximo processo é seu cliente. Numa linha de produção cada processo é fornecedor
do próximo. Existe o conceito de cliente interno, isto é o produto acabado é matéria-
prima para o próximo processo é aquilo que o processo anterior produziu. Os
produtos devem chegar sem defeitos ao próximo.
• Controle de monte, identificar as reais necessidades do cliente, muitas vezes aquilo
que o cliente acredita que é necessário não é viável, portanto cabe a organização, ao
processo responsável, adequar aquilo que é real necessidade do cliente e aquilo que o
cliente deseja.
• Ação de bloqueio, não permitir que erros, problemas já identificados e com causa raiz
já identificada voltem a se repetir, utilizando as ferramentas disponíveis e
envolvendo todos os setores da organização.
• Respeito pelo empregado.
O segundo tipo de pessoa afetada pela empresa é seu empregado. A empresa deve se
esforçar para lhe pagar bem, respeitando-o como ser humano e dando-lhe a
oportunidade de crescer como pessoa e no seu trabalho, vivendo uma vida feliz. [...]
Esse conceito deve ser estendido também para os empregados das empresas
fornecedoras, do sistema de distribuição dos produtos (vendas e assistência técnica)
e das empresas afiliadas e empreiteiras. ( FALCONI, 2014, p.37)
2.1.2 Brainstorming
Outro método utilizado para a aplicação do TQC é o Brainstorming. Este constitui-se em um
método criado nos Estados Unidos, pelo publicitário Alex Osborn, significa tempestade
cerebral ou tempestade de ideias.
É uma dinâmica de grupo usada em muitas organizações como técnica para resolver
problemas específicos, para desenvolver novas ideias ou projetos, para juntar informação e
para estimular o pensamento criativo. Também para explorar a potencialidade criativa de um
colaborador ou de um grupo.
Para Campos (2004) o brainstorming é uma técnica de geração de ideias em grupos. A técnica
de brainstorming propõe que um grupo de pessoas se reúnam e utilizem seus pensamentos e
ideias para que possam chegar a um denominador comum, a fim de gerar ideias inovadoras
que levem um determinado projeto adiante. Nenhuma ideia deve ser descartada ou julgada
como errada ou absurda, todas devem estar na compilação ou anotação de todas as ideias
ocorridas no processo, para depois evoluir até a solução final.
2.1.4 5W2H
Outra ferramenta eficaz é o 5W2H. Consiste em um método gerencial para resolução de
problemas relacionados a produção, por fornecer perguntas básicas mas ao mesmo tempo
muito importantes e que fornecem bases para a realização de um plano de ação. É uma
ferramenta de grande utilidade dentro das organizações, pois funciona como um “checklist”
para algumas tarefas que necessitem de um acompanhamento mais detalhado. Tal ferramenta
elimina dúvidas e determina nos processos ou atividades o que será feito, por que será feito,
onde, quando, por quem será feito, como e quanto custará. Porém se aplicada da maneira
incorreda pode ser uma ferramenta prejudicial à empresa, se houverem erros nas informações,
pode se tornar prejudicial ao processo e as finanças da empresa. Para Werkema (2002) e
Campos (2004), o 5W2H é uma ferramenta gerencial que tem o objetivo de criar ações táticas
elaboradas. O significado da ferramenta 5W2H é estabelecido devido a união das letras
iniciais dos seus respectivos nomes, em inglês.
• What – O que será feito;
• Who – Quem fará;
• When – Quando será feito;
• Where – Onde será feito;
• Why – Por que será feito;
• How – Como será feito;
• Howmuch – Quanto irá custar.
Existe ainda uma alteração no plano de ação do 5W2H, que passa a ser 5W1H, devido à
retirada da diretriz Howmuch (quanto irá custar).
Este plano ainda poderá ser utilizado como forma de controle e coordenação das ações que
serão realizadas para atingir o objetivo estipulado. Tornando-se uma das ferramentas mais
fáceis a ser implementada, trazendo grandes benefícios para a empresa.
2.1.5. 5 Porquês
Os 5 Porquês é uma ferramenta originaria da Toyota Motor Corporation do Japão, busca
identificar as “causas-raízes” de um problema. É aplicada para a solução de desvios e
anomalias com a finalidade de identificar qual a causa principal de um problema identificado,
conforme há o questionamento dos porquês de haver ocorrido tal problema obtêm-se a
definição clara da causa raiz.
Para a aplicação desta técnica deve-se analisar as possíveis causas de maneira extremamente
crítica, considerando a participação de todos os envolvidos com o problema detectado
aplicando-se as cinco perguntas referentes aos desvios. Entretanto não há uma regra de que
será através de exatamente 5 porquês que será encontrada a causa do problema. O que se deve
atentar é com que veracidade será tratada cada etapa até encontrar-se a causa raiz.
Com isso a lógica aplicada à ferramenta é que no primeiro porquê obtemos o sintoma da
causa, na segunda obtemos a desculpa, na terceira obtemos um culpado, na quarta obtemos a
causa e na quinta obtemos a causa raiz. Porém pode-se obter a causa raiz com mais ou menos
porquês.
Para Seleme e Stadler (2008, p. 43) a aplicação dos 5 Porquês como análise do problema tem
como objetivo identificar a sua causa raiz. Ainda de acordo com os autores deve-se realizar a
pergunta por quê quantas vezes forem necessárias, “ estruturando o pensamento” para se
identificar a verdadeira causa do problema, direcionando para ação que efetivamente o
solucionara. Ao se perguntar cinco vezes por quê e respondendo cada questionamento, Ohno
(1997, p. 37) afirma “que pode-se chegar a verdadeira causa do problema, que geralmente está
escondida atrás dos sintomas mais óbvios.”
Diante do exposto, percebe-se que é aconselhável que esta ferramenta seja aplicada com
auxílio de outras ferramentas de qualidade para problemas que podem ser induzidos e
conduzidos com foco em quem aplica as perguntas, sendo assim influenciando na obtenção da
causa raiz.
3 Conclusão
Conclui-se que para a implantação do TQC as ferramentas da qualidade têm um papel
importante para as organizações, auxiliam seus gestores nas tomadas de decisões de forma
eficaz e garantem a qualidade dos processos produtivos. Esses métodos oferecem informações
claras e objetivas, além de mostrar os problemas ocorridos, levantar causas e apresentar
informações para que se possam resolvê-los de forma adequada.
Nem sempre se faz necessário que todas as ferramentas sejam utilizadas para a implantação
do TQC, porém, elas possuem melhor eficácia quando implantadas em conjunto, já que desta
maneira pode-se cercar os problemas e realmente fazer-se um acompanhamento de todo o
processo produtivo.
As ferramentas Ciclo PDCA, 5W2H, Diagrama de Ishikawa, 5 Porquês, Brainstorming,
Diagrama de Pareto e Matriz GUT compõe a metodologia. Não há uma ordem ou um
processo específico a ser cumprido na implantação das ferramentas. Cada organização possui
uma maneira de solucionar seus problemas e os casos nem sempre são parecidos. Portanto há
ferramentas que se adequam melhor a alguns setores e departamentos. Sempre deve-se
analisar cada caso em particular.
Referências
ALGARTE, Waldir Fernandes. O movimento da Qualidade no Brasil. 1 ed. São Paulo:
Edelbra:2011.
CAMPOS, Vicente Falconi. TQC - Controle da Qualidade Total, no estilo japonês. 8. ed.
Nova Lima: INDG Tecnologia e Serviços Ltda, 2004, 256p.
________ . TQC – Controle da qualidade total: no estilo japonês. 8. ed. Belo Horizonte:
Editora DG, 1999.
________ . TQC Controle da Qualidade Total. 9 ed. Nova Lima: Falconi, 2014.
WERKEMA, Maria Cristina. TQC Gestão pela Qualidade Total. Belo Horizonte: QFCO,
1995, 108 p.