Araguaína/TO
junho/2015
Evandro Batista Nunes Júnior
Araguaína/TO
junho/2015
Evandro Batista Nunes Júnior
Banca:
Professor convidado
Professor convidado
RESUMO
This working course completion, aims to analyze the Injunction of the institute, bringing
up its historical evolution, making parallels with other legal institutes compared to the
inspired, and their first appearances in enacted constitutions and / or granted, and yet,
one of the main guarantors of individual and collective rights, against illegal acts,
arising from abuse of power by public authorities or who do you sometimes. It is also
proposed a study of its legal-dogmatic construction of country doctrine, as well as their
predictions in the ordinary legislation. Will be presented as well, a systematic study of
the "Brazilian doctrine of habeas corpus" and "possession of property rights theory",
both presented by theoretician Ruy Barbosa, to its important role in the establishment
of such a constitutional remedy.
PÁG.
1 INTRODUÇÃO 7
3 MATERIAL E MÉTODO 15
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 44
REFERÊNCIAS 45
7
1 INTRODUÇÃO
Para Vasak, apud Menezes (1999), há três premissas que devem ser
observadas, para que os direitos do homem possam ser considerados realidade
jurídica. Primeiro, faz-se necessário a existência de uma sociedade que seja
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Afirma Picanço (1991), que fora justamente nesta constante busca pela
organização e igualdade social, junto à reorganização jurídica, que aparece, no campo
dos Direitos Humanos, o Mandado de Segurança. Posto isto, afirma o autor, que:
“naturalmente, cada fase da desorganização social caracteriza-se pelas tensões,
pelos antagonismos e pelos conflitos entre grupos humanos, da própria sociedade e
do Estado. O direito será sempre a ciência das inovações, e irá até aonde for a
inteligência criadora. As bases do Direito são eternas, mas a sua evolução acompanha
o desenvolvimento intelectual de toda a humanidade. A inteligência, quanto mais viva,
quanto mais penetrante, uma vez que se harmonize com os sentimentos de justiça,
mais capaz de espiritualizar o Direito, elevando-o a alturas imprevistas. E, com essa
elevação, complica-se, não raro, na prática, a finalidade de certos institutos jurídicos.
tanto atos eivados de abuso de poder, quanto leis que deturpassem suas garantias
fundamentais. Tal segurança também poderia ser promovida por terceiro, haja vista
que neste primeiro modelo de writ mexicano, também se abarcava a vida e a liberdade
pessoal.
Afirma Lâmmego (2012) que foi João Mangabeira quem criou o termo
mandado de segurança, cunhado, pela primeira vez, no Diário Oficial da União, de 4
de fevereiro de 1933, à página 2246, alusiva à sessão de 27 de janeiro precedente,
da Comissão do Anteprojeto Constitucional, conhecida por Comissão do Itamarati,
porque neste Palácio se reunia. A fórmula proposta por João Mangabeira trazia a
seguinte redação: “Toda pessoa que tiver um direito incontestável, ameaçado ou
violado por um ato manifestamente ilegal do Poder Executivo, poderá requerer ao
Poder Judiciário que o ampare por um Mandado de Segurança”.
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3 MATERIAL E MÉTODO
Conforme o que fora narrado, e nas palavras de Mouta (2010), afirma-se que
o mandado de segurança é um velho instituto do ordenamento jurídico brasileiro, um
pouco diferente do que temos hoje, é claro, porém, com finalidade parecida.
Segundo Di Prieto (2014), daí nasce o conceito de direito líquido e certo, como
o direito comprovado de plano, ou seja, que pudesse ser atestado juntamente com a
petição inicial. No mandado de segurança, inexiste a fase de instrução, de modo que,
havendo dúvidas quanto às provas produzidas na inicial, o juiz extinguirá o processo
sem julgamento do mérito, por falta de um pressuposto básico, ou seja, a certeza e
liquidez deste. Para auferir-se o direito líquido e certo do impetrante, necessário é, que
ele apresente algumas condições, além da certeza quanto aos fatos alegados: 1)
Certeza Jurídica, no sentido de que este direito decorra de norma legal expressa, não
se admitindo qualquer outro tipo de intepretação, se não àquela adstrita à lei; 2) Direito
Subjetivo próprio do impetrante do mandamus e não o simples interesse, devendo
este pertencer àquele; 3) Direito líquido e certo a respeito de objeto determinado. Não
servindo o instituto do mandado de segurança, para pleitear prestações
indeterminadas, genéricas, ou impossíveis de se auferir de plano.
De Moraes disserta (2014), que, com o advindo da lei 12.016 de 2009, passou-
se a considerar autoridade coatora aquela que veio a praticar o ato ora impugnado,
ou da qual emanou a ordem para a sua prática.
Nunes, citado por De Moraes (2014), diz que o uso do mandado de segurança
será contra todo ato comissivo ou omissivo, advindo de qualquer autoridade no âmbito
dos Poderes do Estado ou do Ministério Público.
Aduz Veloso (1994), que, em relação ao ato disciplinar, não poderia o poder
judiciário afastar-se de auferir os elementos deste, mesmo através do mandado de
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segurança, analisando seus elementos, sejam eles: sujeito, objeto, forma, motivo e
finalidade.
Enfatiza Meirelles (2010), que a legislação vigente (Lei n. 12.016/09, art. 52),
ao contrário da anterior, não veda a utilização do mandado contra atos disciplinares.
Sustentou-se o descabimento do mandado de segurança contra ato disciplinar, salvo
naqueles casos indicados na antiga Lei n. 1.533/51 (art. 5", inc. 11I), "quando
praticado por autoridade incompetente ou com inobservância de formalidade
essencial". Entretanto, diante de irrefutáveis argumentos do culto Min. Carlos Mário
Velloso, apoiado em fundamentado acórdão do antigo TFR, houve por bem render-se
ao seu entendimento, que considera a restrição da lei incompatível com a amplitude
constitucional do mandamus. Realmente, se a Constituição vigente concede a
segurança para proteger todo direito líquido e certo não amparado por habeas corpus,
qualquer que seja a autoridade ofensora (art. 5·, LXIX), não se legitima a exclusão
dos atos disciplinares que, embora formalmente corretos e expedidos por autoridade
competente, podem ser ilegais e abusivas no mérito, a exigir pronta correção
mandamental.
Por outro lado, Meirelles (2010), completa, que, muito fora discutido a respeito
das consequências da eventual prática, ainda no curso do processo, de ato que o
mandado de segurança visasse obstar, surgindo correntes que defendiam que a
impetração perdia o seu objeto, com isto, a parte deveria ajuizar uma nova ação de
mandado de segurança, desta vez repressiva. Porém, e de maneira muito acertada,
a Jurisprudência do STJ é pacífica no sentido de considerar que o mandado de
segurança preventivo não fica prejudicado pela prática do ato, hipótese em que este
deve ser anulado e desconstituído na hipótese de concessão da segurança.
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Segundo Da Silva (2005), visa, então, amparar direito pessoal líquido e certo.
Só o próprio titular desse direito tem legitimidade para impetrar o mandado de
segurança individual, que é oponível contra qualquer autoridade pública ou contra
agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições públicas, com o objetivo de
corrigir ato ou omissão ilegal ou decorrente de abuso de poder. A doutrina e a
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A autoridade coatora será sempre parte na causa, e, como tal, deverá prestar
e subscrever pessoalmente as informações no prazo de dez dias, atender às
requisições do juízo e cumprir o determinado com caráter mandamental na
liminar ou na sentença. Quanto aos efeitos patrimoniais da decisão final,
serão suportados pela Fazenda Pública atingida pelo ato do coator, esteja ou
não representada no processo. Por outras palavras. A execução específica
ou in natura do mandado cabe à autoridade coatora e os efeitos patrimoniais
da condenação tocam à entidade a que pertence o coator. Em face dessa
situação processual estabelecida pela lei, ficou dispensada a citação da
Fazenda, bastando a notificação da autoridade coatora, e a ciência do feito
ao órgão de representação judicial da pessoa jurídica (art. 7º, inc. II. da Lei n.
12.016/09), para a instauração da lide. A dispensa da citação, conquanto
constitua uma anomalia procedimental, encontra justificativa na necessidade
de simplificação e celeridade do processo do mandado de segurança.
(MEIRELLES, 2010, p. 64)
Com o advindo da Lei 12.016 de 2009, nas palavras de Meirelles (2010), este
preceito legal trouxe a previsão, de que, é necessário que se dê ciência em todos os
casos ao órgão de representação judicial da pessoa jurídica representada, que ao fim
específico de também lhe representar, passa a ter poderes para receber citações,
independente de regulamentação administrativa sobre o assunto. Concluindo,
enquanto nas legislações passadas, a pessoa jurídica da autoridade coatora atuava
apenas como simples assistentes, agora passa a ser litisconsorte.
Aponta Fux (2009), que, a doutrina brasileira do habeas corpus teve, como
um de seus consectários, o prevalecimento entre nós do entendimento de que o
mandamus se destinará a obter uma proteção in natura do direito violado ou
ameaçado de lesão.
relação à controvérsia, acabando por expor, que, “o único direito em favor do qual se
pode invocar o habeas corpus é a liberdade de locomoção, e de acordo com este
conceito, tenho sempre julgado. ”
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Art. 133, §33: Dar-se-á Mandado de Segurança para a defesa do direito, certo
e incontestável, ameaçado ou violado por ato manifestamente
inconstitucional ou ilegal de qualquer autoridade. O processo será o mesmo
do habeas corpus, devendo ser ouvida a pessoa de direito público
interessada. O mandado não prejudica as ações petitórias competentes.
Afinal, o art. 113, nº 33, da Constituição de 1934 traz em seu bojo a criação
do instituto do mandado de segurança. Por sua vez, foi revogada também a
restrição sobre o “habeas corpus” na reforma constitucional de 1926, cujo
texto foi o seguinte: “Dar-se-á mandado de segurança para de defesa de
direito, certo e incontestável, ameaçado ou violado por ato manifestamente
inconstitucional ou ilegal de qualquer autoridade. (PICANÇO, 1999, p. 8)
Segundo Sidou (2013), surge a lei nº 191 de 16 de janeiro de 1936, que trazia
consigo grande avanço legislativo para a construção do mandado de segurança. Fora
garantido de plano a sumariedade do instituto, a autoexecutoriedade do texto, bem
como a primeira aparição da neutralização do ato coator gravoso, em sede de medida
liminar.
Descreve Matielo (2001), que, com o advindo da lei 191/36, notou-se grande
e notória importância, mostrando-se o mandado de segurança, características céleres
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Surge a lei n. 191/36, que segundo Sidou (2013), trouxe vantagens evidentes,
dentre elas, a autoexecutoriedade do texto – por tratar-se de garantia fundamental -,
a sumariedade parecida com a do habeas corpus, bem como o afastamento do ato
gravoso em sede de medida liminar. Entretanto, seu processo ainda que sumário,
deveria ser cauteloso, pois não podia sentenciar, sem antes ser notificada a
autoridade coatora, ficando o juízo, apenas com a discricionariedade de resguardar o
propósito da sentença.
Bueno (2009), em obra com comentários à lei 1533/51, traz que foi em 31 de
dezembro de 1951, editada a lei n. 1531, que, com algumas alterações, é o diploma
que, até nossos dias, rege, em sua maior substância, esse fundamental instrumento
da cidadania brasileira.
De Moraes descreve (2014), que a lei, por óbvio, deveria ser interpretada de
acordo com a garantia que foi deferida pela constituição à proteção de direito líquido
e certo. Deste modo, sempre seria cabível o mandado de segurança se as três
exceções que vinham previstas não fossem suficientes para proteger o impetrante em
seu direito líquido e certo. Portanto, não estaria o particular obrigado a esgotar as vias
administrativas para fazer uso do Mandado de Segurança, pois tal via administrativa
não seria pressuposto do remédio jurídico. Se assim fosse, estaria o Judiciário indo
de encontro à cláusula pétrea da constituição, ao afastar de si o exame de lesão a
qualquer direito.
Descreve Flaks (1980), que, com o passar do tempo, a Lei 1533/51, sofreu
várias limitações, diretas ou indiretas. Em grande, maioria eram de natureza restritiva
autoritária e decorrente de decisões políticas.
Afirma Meirelles (2010), o projeto que então se transformou na lei vigente, fora
enviado ao Advogado Geral da União e pelo Ministro da Justiça, ao Congresso
Nacional, em 7 de agosto de 2001, trazendo uma exposição de motivos que resumiam
o novo texto legal.
Descreve Meirelles (2010, que o projeto de lei foi aprovado na Câmara dos
Deputados com três emendas em sua redação, que foram apresentadas pelo Relator,
Deputado Antônio Carlos Biscaia. No Senado foram apresentadas quatorze emendas,
porém, todas foram posteriormente retiradas.
Enquanto a lei anterior tinha 21 artigos, a nova passou a ter 29, sendo que
grande parte do texto anterior foi mantido, descreve Meirelles (2010). Afirmamos que
a finalidade desta nova lei, sem dúvida, foi de modernizar e simplificar o instituto, que
havia sofrido uma banalização e necessitava novamente ser regulamentado. Era
necessário trazer de volta ao mandado, à agilidade e celeridade que lhe são
peculiares. Simplicidade, Eficiência e rapidez no processo e julgamento, eram os
norteadores que a Comissão deu à nova Lei.
Da Silva (2005), citando Barbi, diz ser “pouco provável” que os partidos
políticos hajam em defesa de direitos subjetivos de cidadãos por meio do mandado
de segurança coletivo. Por isto que que a redação constituinte e a legislação
infraconstitucional, amarram sua legitimação para a “defesa de interesses de seus
membros e associados”. Quando se fala de “membros”, associava-se muito em função
dos integrantes de agremiações partidárias.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
DA SILVA, José Afonso. Direito Constitucional Positivo / José Afonso da Silva – 25.
ed – São Paulo: Malheiros, 2005.
LÂMMEGO, Uadi Bulos. Constituição Federal Anotada. 10. ed. São Paulo: Saraiva,
2012.
GIL, Antônio Carlos. Manual e Técinas de Pesquisa Social. 6. ed. São Paulo:
Saraiva, 2008.
CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. 27. ed. São
Paulo: Atlas, 2014.
PACHECO, José da Silva. Mandado de Segurança. 2. ed. São Paulo: Revista dos
Tribunais, 1991.