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A INFRAÇÃO PENAL

Noções Básicas:

FINS DO DIREITO PENAL: representam a meta, a missão, ou seja, as


conseqüências buscadas pelo sistema, como a diminuição da violência estatal
(disciplina da violência do Estado no momento que impõe a sanção ao infrator
– Há limites), da violência individual (prevenção da vingança privada) e a
proteção de bens jurídicos (aqueles mais relevantes, tais como vida,
integridade física, patrimônio, liberdade sexual, etc. Daí porque a proteção
penal é fragmentária e subsidiária).
A finalidade não se confunde com as funções do direito penal, pois estas
são representadas pelas consequências não desejadas ostensivamente, mas
reais, como a função promocional (exagerada) e simbólica (uso do direito penal
de ocasião, para aplacar a revolta da população, transmitindo sensação de
solução dos problemas – ex. Lei de Crimes Hediondos).

A INFRAÇÃO PENAL: pode ser conceituada com base em três critérios: 1)


Formal: aferida pela constatação do direito positivo, ou seja, representa o fato
ao qual o ordenamento jurídico faz corresponder, como consequência, uma
sanção penal; 2) Material: é a conduta humana que lesa ou expõe a perigo de
lesão um bem jurídico penalmente relevante; 3) Analítico: a infração penal é
decomposta em suas partes constitutivas: o fato típico, a ilicitude (lembrar que
isso ocorre à luz do finalismo), pois para a escola clássica, seria necessário
falar-se em fato típico, antijurídico e culpável (sem considerar que a
culpabilidade seria pressuposto de aplicação da pena).

CLASSIFICAÇÃO DAS INFRAÇÕES PENAIS: a) crime ou delito: é a infração


para a qual a lei comina pena de reclusão ou detenção, de maneira isolada ou
cumulativa; b) contravenção penal: é a infração penal a que a lei comina pena
de prisão simples ou multa, isolada, alternativa ou cumulativamente. Ver artigo
1º do Decreto-Le n. 3.914/41, ou seja, a Lei de Introdução ao Código Penal.
Quanto a isso, cumpre lembrar que a doutrina, após o advento da Lei
11.343/06 (Lei de Drogas) passa a entender (Luiz Flávio Gomes, p. ex.) que se
a Lei de Drogas artigo 28 (posse para uso pessoal) não foi legalizada – há
mera descriminalização) e nem configura crime nem contravenção, o sistema
anteriormente bipartido (crime/contravenção) agora passou a ser tripartido, eis
que temos : crime/contravenção e infração sui generis- vez que tal conduta não
conduz a nenhum tipo de prisão).

ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DO CRIME:

Com base na concepção analítica, é possível identificar-se os seguintes


elementos constitutivos do crime: 1) Conduta humana: ação ou omissão; 2)
Tipicidade: previsão em abstrato da conduta punível (Princípio da Legalidade);
3) Antijuridicidade: contrariedade formal e material ao direito; 4) Culpabilidade:
juízo de censura relacionado ao agente.

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Sujeito ativo do delito: é aquele que realiza a infração subsumível ao tipo
penal incriminador. Quanto à pessoa jurídica, em que pesem as discussões
doutrinárias societas delinquere non potest, a CF/88 e a Lei 9.605/98
(Proteção ao meio ambiente), permitem a incriminação da pessoa jurídica por
crimes contra o meio ambiente. Prevê, portanto, a responsabilidade penal.

Sujeito passivo: é o titular do bem jurídico lesado ou ameaçado de lesão pelo


comportamento criminoso. Pode ser único ou múltiplo, bem como indireto e
direto (mediato e imediato). Em alguns casos a lei exige condição especial para
que a pessoa possa figurar como sujeito ativo e passivo de determinados
delitos (ex. o recém nascido, mulher, menor em idade escolar...). Não confundir
sujeito passivo do delito com pessoa prejudicada, pois esta é qualquer pessoa
a quem o delito tenha causado prejuízo, podendo ser ressarcida, ao passo que
o sujeito passivo é o titular do bem jurídico violado pelo delito.

Objeto jurídico do delito: é o bem ou interesse protegido pela norma penal.


Obs: é o critério utilizado pelo legislador para dividir a Parte Especial em
Capítulos.

Objeto material do delito: é a coisa ou a pessoa sobre a qual recai a conduta.

CLASSIFICAÇÃO DOS CRIMES

A classificação dos delitos envolve a análise de todos os seus


elementos. Desta forma, para melhor compreensão desta classificação, deve-
se sempre observar sobre qual aspecto se está analisando o crime. Assim,
tem-se as seguintes classificações dos crimes:

QUANTO AO SUJEITO ATIVO:

Crime comum: é aquele que pode ser praticado por qualquer pessoa,
independentemente de qualidade ou condição pessoal do autor.
Exemplo: furto, roubo, homicídio.

Crime próprio: é aquele que só pode ser cometido por uma determinada
categoria de pessoas. Ou seja, para a configuração deste tipo de delito exige-
se uma qualidade ou condição especial do agente.
Exemplo: peculato (somente funcionário público), infanticídio (mãe).

Crime profissional: é o praticado por alguém que exerce uma determinada


profissão, valendo-se dela para a execução do delito.
Exemplo: aborto praticado por médico.

Crime funcional: é aquele praticado por funcionário público no desempenho


do cargo ou função. Divide-se em:

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a) funcional próprio: tem como elementar a qualidade de funcionário público,
sendo que sem ela o fato torna-se atípico. Exemplo: concussão,
prevaricação, corrupção.
b) funcional impróprio: tem como sujeito ativo o funcionário público, sendo
que sem essa qualidade o crime seria outro. Exemplo: o peculato nada mais
é do que uma apropriação indébita praticada pelo funcionário público em
decorrência de sua função.

Crime de concurso necessário: é o que exige mais de um sujeito ativo para a


sua prática. Divide-se em:
a) crime coletivo ou plurissubjetivo: tem como elemento do tipo o concurso
de várias pessoas que praticam crime único. Exemplo: rixa, quadrilha ou
bando.
b) crime bilateral ou de encontro: exige para a sua configuração mais de
uma pessoa, mesmo que uma delas não seja culpável. Exemplo: bigamia,
adultério.

Crime monossubjetivo ou unilateral: é o que pode ser praticado por uma


única pessoa. Exemplo: furto, roubo, homicídio.

QUANTO AO MOMENTO CONSUMATIVO:

Crime instantâneo: uma vez consumado está encerrado. É de consumação


imediata e não se prolonga no tempo.
Exemplo: furto, roubo, etc.

Crime permanente: sua consumação se prolonga no tempo e o bem jurídico é


continuamente agredido.
Exemplo: seqüestro.

Crime instantâneo de efeitos permanentes: embora a consumação ocorra


imediatamente, seus efeitos não mais podem ser desfeitos pelo sujeito ativo.
Exemplo: bigamia, homicídio.

Crime consumado: é aquele em que estão presentes todos os elementos de


sua definição legal.

Crime tentando: é aquele em que não há consumação por circunstâncias


alheias à vontade do agente.

Crime exaurido: é aquele que após a consumação o agente o leva a outras


conseqüências mais lesivas.
Exemplo: o recebimento do resgate no crime de extorsão mediante seqüestro.

Crime habitual: é o que exige habitualidade. Há a necessidade de reiteração


de atos para que ocorra o crime. Demonstra um estilo de vida por parte do
agente.
Exemplo: exercício ilegal de medicina, casa de prostituição.

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Crime progressivo: ocorre quando o sujeito, para praticar um crime mais
grave, deve necessariamente praticar um menos grave como normal fase de
execução. O crime menos grave é absorvido pelo mais grave (princípio da
consunção).
Exemplo: deve-se praticar lesões corporais para chegar-se ao homicídio.

Progressão criminosa: ocorre quando há pluralidade de fatos delituosos


cometidos de forma sucessiva. Esses fatos atingem o mesmo bem jurídico,
sendo que o mais grave absorve o menos grave.
Exemplo: o sujeito quer inicialmente ferir o desafeto, mas resolve ir mais
adiante e mata a vítima. Nesse caso, o sujeito só responderá pelo crime mais
grave (homicídio), ficando absorvido o menos grave (lesão corporal), em
virtude do princípio da consunção ou absorção.

Distinção:
Crime progressivo X Progressão Criminosa
• Há apenas um fato • Pluralidade de fatos delituosos
cometidos de forma sucessiva

QUANTO AO RESULTADO:

Crime de dano: só se consuma com o efetivo dano ao bem jurídico.


Exemplo: homicídio.

Crime de perigo: consuma-se tão-somente com a possibilidade de perigo.


Pode ser:
a) Perigo abstrato: o perigo é presumido pela lei e não precisa ser provado.
Exemplo: omissão de socorro, dirigir sem habilitação.
b) Perigo concreto: o perigo precisa ser provado. Exemplo: abandono de
recém-nascido, incêndio.
c) Perigo comum: expõe ao risco de dano interesses jurídicos de um número
indeterminando de pessoas. Exemplo: incêndio e explosão.

Crime material: exige a produção do resultado naturalístico. O tipo penal


descreve a conduta e o resultado, e exige a produção deste. Exemplo: furto,
roubo, homicídio, etc.

Crime formal: o tipo penal descreve a conduta e o resultado naturalístico, mas


não exige a produção deste. A lei antecipa a consumação do delito, que ocorre
antes da produção do resultado, que não é exigido. Por isso, é chamado crime
de consumação antecipada.
Exemplo: ameaça, extorsão, etc.

Crime de mera conduta: o tipo penal só descreve o comportamento do


agente, contentando-se com a simples ação ou omissão, não exigindo a
produção de qualquer resultado naturalístico.
Exemplo: violação de domicílio, desobediência, etc.

Crime de dupla subjetividade passiva: exige mais de um sujeito passivo para


a sua ocorrência.

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Exemplo: violação de correspondência (art. 151 do CP), que tem como vítimas
o remetente e o destinatário.

Crime subsidiário: é aquele que somente será aplicado se não constituir crime
mais grave.
Exemplo: art. 132 do CP.

Crime à distância ou de trânsito: é aquele que a conduta se dá em um país e


o resultado se produz em outro.
Exemplo: o agente efetua um disparo de arma de fogo no Brasil e mata a
vítima no Paraguai. Aplica-se o princípio da ubigüidade (art. 6º do CP).

QUANTO À CONDUTA:

Crimes comissivos: são os praticados mediante ação.


Exemplo: furto, roubo.

Crimes omissivos: são os praticados mediante inação. Dividem-se em:


a) Omissivos próprios: consumam-se com a simples abstenção da
realização de um ato, independentemente da produção de um resultado
posterior. O resultado é imputado ao agente pelo simples fato de não agir
quando a norma o obrigava a tanto. Exemplo: omissão de socorro.
b) Omissivos impróprios ou comissivos por omissão: são aqueles em
que o agente, mediante uma omissão, permite a produção de resultado
posterior, que os condiciona. Exemplo: a mãe que deixa de amamentar um
filho causando-lhe a morte.

Crime unissubsistente: é aquele que se realiza com um único ato. A


execução não pode ser fracionada.
Exemplo: calúnia e injúria verbais, etc.

Crime plurissubsistente: é o que se realiza com vários atos. A execução pode


ser fracionada.
Exemplo: furto, roubo, homicídio.

Crime de ação única: é aquele em que o tipo penal descreve apenas uma
modalidade de conduta.
Exemplo: homicídio.

Crime de ação múltipla ou de conteúdo variado: é aquele em que o tipo


penal descreve várias condutas. Os tipos penais são alternativos, ou seja,
praticada qualquer daquelas condutas haverá o delito. É o tipo penal que traz
várias ações nucleares (verbos).
Exemplo: induzimento, instigação ou auxílio ao suicídio.

Crime de tipo misto cumulativo: é aquele em que o tipo penal descreve


várias condutas que, se praticadas, configurar-se-ão em crimes autônomos.
Exemplo: abandono material (art. 244).

Crime de opinião: é o praticado com abuso de liberdade de pensamento.

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Exemplo: apologia ao crime.

Crime de forma vinculada: o tipo penal descreve como ele pode ser
praticado.
Exemplo: curandeirismo.

Crime de forma livre: pode ser praticado de qualquer forma.


Exemplo: furto, homicídio.

Crime de ímpeto: é o praticado sem premeditação, em dado instante,


repentinamente.
Exemplo: homicídio praticado sob o domínio de violenta emoção, logo após
injusta provocação da vítima.

Crime de tipo fechado: a sua descrição típica é completa, não necessitando


de uma análise mais acurada pelo Juiz.
Exemplos: lesão corporal dolosa (art. 129 do CP); homicídio doloso (art. 121 do
CP).

Crime de tipo aberto: apresenta a descrição típica incompleta, havendo a


necessidade de valoração pelo Juiz à vista do caso concreto.
Exemplo: no crime de furto, o que é "coisa alheia móvel?"; nos delitos
culposos, qual o dever objetivo de cuidado descumprido pelo agente?; nos
crimes omissivos impróprios, qual o dever jurídico de agir descumprido?.

Crimes hediondos: eles foram catalogados pela Constituição Federal (art. 5º,
XLIII) como de especial gravidade. A lei 8.072/90 definiu quais são esses
crimes e impõe uma série de restrições às pessoas que os cometerem. Quem
os praticar deverá cumprir a pena em regime integral fechado e não terá direito
à anistia, graça, indulto e liberdade provisória . Mesmo para a concessão do
livramento condicional o sentenciado deverá cumprir mais de dois terços da
pena e não ser reincidente específico em crime da mesma natureza. Se o
acusado encontrar-se solto, o juiz deverá decidir fundamentadamente se
poderá recorrer em liberdade. A prisão temporária para esses delitos será de
até trinta dias prorrogável por mais trinta em caso de comprovada e extrema
necessidade. A mesma lei equipara aos crimes hediondos a prática de tortura,
o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e o terrorismo. A prática de
tortura está regulamentada pela Lei nº 9.455/97, que alterou o regime de
cumprimento de pena desse delito.

Crime simples: ocorre quando não há circunstância que aumente ou diminua a


pena.
Exemplo: homicídio, "caput".

Crime privilegiado: quando existe circunstância que atenue a pena.


Exemplo: art. 121, §1º.

Crime qualificado: quando existe circunstância que aumente a pena


Exemplo: art. 121, § 2º.

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Crime multitudinário: é o cometido por multidão em tumulto.

Crimes conexos: são os crimes interligados por um liame qualquer. A conexão


pode ser: teleológica, conseqüencial ou ocasional.
a) teleológica: o agente comete um delito como meio para executar outro
(homicídio do segurança para poder seqüestrar o patrão).
b) Conseqüencial: o agente tendo cometido um crime anteriormente, vem a
praticar outro para assegurar a ocultação (matar a vítima que vai noticiar o
crime), impunidade (matar a testemunha presencial ou policial que vai
prendê-lo) ou vantagem no primeiro crime (matar o co-autor para ficar com
o produto do roubo). Não se deve confundir a ocultação com a impunidade.
Na primeira, o agente pretende acobertar a existência de fato criminoso,
enquanto na segunda o fato é conhecido, mas o agente pretende que o
autor do crime anterior não seja conhecido e punido.
c) Ocasional: quando um delito é cometido quando da prática de outro; ela
leva ao concurso de crimes, pois não há entre eles relação de meio e fim.
Exemplo: subtração dos bens da vítima assassinada. Deve ser ressaltado
que em todas as espécies de conexão (teleológica, conseqüencial e
ocasional) teremos concurso material de crimes (art. 69 do CP), sendo as
penas dos delitos somadas.

a) Infrações de menor potencial ofensivo: de acordo com a Lei nº 9.099/95


(art. 61).

Crime gratuito: é o crime praticado sem motivo.

Crime de circulação: é o praticado com o emprego de automóvel.

Crime de atentado: a pena da tentativa é a mesma do crime consumado.


Exemplo: art. 352 do CP.

Crime a prazo: ocorre quando o reconhecimento de uma qualificadora


depende de um lapso de tempo específico.
Exemplo: art. 129, §1º, I (mais de trinta dias).

QUANTO AO BEM JURÍDICO TUTELADO:

Crime simples: é o que apresenta um único tipo penal.


Exemplo: furto, lesões corporais, homicídio.

Crime complexo: é a fusão de dois ou mais delitos em um tipo penal único.


Exemplo: extorsão mediante seqüestro, latrocínio.

Crime vago: é aquele em que o sujeito passivo é a coletividade.


Exemplo: porte ilegal de arma de fogo.

Crime principal: não depende de uma infração anterior. Existe por si mesmo.
Exemplo: roubo, furto, estelionato.

Crime acessório: depende da existência de uma infração anterior.

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Exemplo: receptação em que é exigida que a coisa seja produto de crime.

Crime pluriofensivo: é o que atinge mais de um bem jurídico.


Exemplo: assédio sexual e latrocínio.

Crime político: é a conduta criminosa que coloca em risco a segurança


nacional.
Exemplo: terrorismo.

Crime militar: é o previsto no Código Penal Militar.

Crimes comuns: descritos no Direito Penal comum.

Crimes Especiais: descritos no Direito Penal Especial.


Exemplo: crime militar.

TEORIA DO CRIME

1. CONCEITO DE CRIME: deve ser realizado em dois aspectos:

- aspecto material: é o fato humano que propositadamente ou por


descuido lesa ou expõe a perigo de lesão bens jurídicos relevantes
- aspecto formal: é a mera subsunção, o amoldamento da conduta ao
tipo penal. Não se considera a essência da conduta, nem sua lesividade
material.
- aspecto analítico:estabelece os elementos estruturais do crime,
permitindo o raciocínio por etapas.

FATO TÍPICO: O estudo do fato típico impõe o estudo dos seus elementos
constitutivos:

A-conduta: Sobre a conduta, dentre outros, merece destaque: - conceito //


elementos // formas // sujeito ativo e passivo
* objeto material e jurídico do delito

B- resultado: conceito // teorias

C- nexo causal: conceito // teoria adotada pelo CP // nexo causal em diferentes


crimes// a superveniência causal

D- tipicidade: conceito de tipo // espécie de tipos // conceito de tipicidade //


diferença entre tipicidade e adequação típica (espécies) // espécies de tipo
quanto aos elementos // elementos do tipo // tipo penal nos crimes dolosos //
tipo penal nos crimes culposos

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A- CONDUTA

É a ação ou omissão humana, consciente e voluntária, dirigida a uma finalidade


. São seus elementos:
- vontade: a ausência de vontade importa em ausência de conduta, por falta de
um de seus elementos. Atos reflexos não são conduta, assim como a coação
física que, também exclui a conduta por eliminar a vontade ( o fato será
atípico). Já na coação moral irresistível, a vontade é viciada e não eliminada.
Daí porque não exclui a conduta e o coacto praticará fato criminoso e apenas
não responderá por falta de culpabilidade.
- formas: ação (desatente preceito proibitivo – agente faz aquilo que a norma
manda não fazer) ou omissão (desatende preceito imperativo – agente se
omite e a norma mandava agir).
Lembrar que a omissão é um nada e, portanto, nada pode causar. Para que o
omitente seja responsabilizado é necessário que esteja presente o dever
jurídico de agir. Ou seja, a omissão é um não fazer o que deveria ser feito –
Daí porque o nome Teoria Normativa : é necessário a existência de norma
impondo dever jurídico de agir para que a omissão tenha relevância causal.
- Formas de conduta omissiva: a) crimes omissivos próprios: inexiste o dever
jurídico de agir, portanto, para que o omitente responda pelo crime, é
necessário haver um tipo penal incriminador, descrevendo a omissão como
infração. (ex. art. 135 CP; art. 304 da Lei 9503/97 CTB) // b) crime omissivo
impróprio ou omissivo impuro, espúrio, promíscuo ou comissivo por omissão:
ocorre quando o agente tem o dever jurídico de agir e se abstém. Nesse caso,
o agente responde pelo resultado produzido se possível atribuir-lhe a título de
dolo ou culpa // Crime omissivo por comissão: a doutrina majoritária não
reconhece essa forma de omissão. Todavia, cumpre considerar que consiste
numa ação provocadora da omissão. Ex. Professor impede que se preste
socorro ao aluno que está passando mal.
- Sujeito ativo: é a pessoa humana (lembrar da pessoa jurídica à luz do art 225,
§ 3° da CF e Lei 9.605/98) que pratica a conduta típica descrita na lei. // Sujeito
passivo: é o titular do bem jurídico lesado ou ameaçado de lesão (pessoa
jurídica pode ser sujeito passivo de delito – ex. contra o patrimônio) – Lembrar
que depois da morte o sujeito passivo poderá ser apenas a família e a
sociedade. // Objeto jurídico do crime: é o bem jurídico protegido pela norma
penal (ex. vida no homicídio, patrimônio no furto...) // Objeto material: é a
pessoa ou coisa sobre a qual recai a ação descrita no tipo, ou sobre a qual
recai a conduta. (ex. no homicídio é a pessoa cuja vida foi eliminada , no furto é
a coisa alheia móvel sobre a qual recaiu a subtração). Não confundir, portanto,
objeto material com objeto jurídico.

B- RESULTADO

É a modificação que a conduta provoca no mundo exterior. Nem todo crime


possui resultado naturalístico (eis que há infrações que não produzem
alteração no mundo natural, dos fenômenos). Por outro lado, todo crime tem
resultado jurídico, pois sempre lesa ou expõe a perigo de lesão um bem
jurídico tutelado pela norma penal.

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- Teorias: naturalística: resultado é a modificação provocada no mundo exterior
pela conduta // Jurídica ou normativa: resultado é toda lesão ou ameaça de
lesão a um interesse penalmente relevante.
- Classificação: - crime material: é aquele que somente se consuma com a
produção de um resultado naturalístico (ex. morte no homicídio) // - formal: : é
aquele que se consuma independentemente da produção de um resultado
naturalístico (ex. extorsão mediante sequestro, que se consuma
independentemente do recebimento do resgate – basta a exigência do preço –
mas o recebimento é um resultado possível); // - crime de mera conduta: não
admite a ocorrência de um resultado naturalístico, eis que não produz nenhuma
alteração no mundo dos fenômenos (ex. desobediência).

C – NEXO CAUSAL

É o liame, o vínculo que se estabelece entre a conduta do agente e o resultado.


- Teoria adotada pelo CP acerca do nexo de causalidade: “conditio sine qua
non” artigo 13 CP. Ou seja, tudo aquilo que concorre para a produção do
resultado deve ser considerado causa. Questão: tal raciocínio conduziria ao
regressus ad infinitum? A resposta seria positiva se situado o nexo no plano
meramente físico, material ( ou seja, se aplicada apenas a lei de causa/efeito –
os pais, nesse caso, poderiam ser responsabilizados pelo homicídio praticado
pelo filho, pois foram eles que o geraram). Ocorre que o nexo de causalidade
ensejador da responsabilidade pela conduta vai além do ponto de vista
naturalístico, pois exige, ainda, que a conduta tenha sido praticada com dolo ou
culpa – do contrário será irrelevante para o direito penal.
- Nexo causal nos crimes omissivos impróprios: artigo 13 CP “caput” – adotou a
Teoria Normativa, pois se a omissão é um nada, nada gera.. Assim, a omissão
somente terá relevância causal quando presente o dever jurídico de agir.
Nesse sentido, apesar do nada, nada gerar, o omitente será responsabilizado
pelo resultado sempre que estiver presente o dever jurídico de agir, ou seja:
nos casos previstos no § 2° do artigo 13 do CP, quais sejam: - decorrente de
imposição legal (dever jurídico – ex. mãe que deixa de alimentar o filho) // -
decorrente de obrigação contratual (não confundir com o dever legal) ou
liberalidade (ex. salva-vidas, babá) ; - decorrente da criação do risco através
de comportamento anterior (ex. quem joga uma pessoa na piscina está
obrigado a salvá-la) – Observação: nesses casos, o agente responde pelo
RESULTADO. Ex. Homicídio culposo o agente que atira alguém na piscina,
provocando o risco e não consegue evitar a morte por afogamento.
-Superveniência causal: art. 13 § 1° CP a superveniência de causa
relativamente independente exclui a imputação quando, por si só, produziu o
resultado. Causa: é toda condição que atua paralelamente à conduta,
interferindo no processo a causal. Pode ser de duas ordens: - dependente: está
inserida na linha normal de desdobramento da conduta. Ex. atirar, perfurar
órgão vital, hemorragia, parada cardio-respiratória e morte; - independente: não
é decorrência lógica e natural do fato antecedente. Ex. após um pequeno susto
ocorre morte por parada cardíaca..; - absolutamente independente: tem origem
totalmente diversa da conduta, totalmente alheia à conduta (daí a expressão
absolutamente), situa-se fora da linha de desdobramento causal da conduta(
ex. Após ferimento à bala, a vítima morre em razão de ataque terrorista
ocorrido no interior do hospital) // Superveniência de causa relativamente

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independente: não estão na linha natural de desdobramento causal da conduta.
Entretanto, têm sua origem na conduta e, portanto, ao contrário da causa
absolutamente independente mantém íntegra a relação causal entre a conduta
e o resultado (ex. complicação cirúrgica e infecção hospitalar // Vítima, durante
assalto, morre de ataque cardíaco: no caso o resultado teve origem na conduta
do assaltante. Assim, o nexo de causalidade não fica excluído. Todavia, o nexo
é apenas físico, naturalístico, sendo necessário, para responsabilização penal,
ainda, o dolo ou a culpa do assaltante (nexo psicológico ou normativo) Poderá,
portanto, responder por roubo, em concurso formal com homicídio (culposo ou
doloso, conforme o elemento subjetivo).

D – TIPICIDADE

Postulado básico do princípio da reserva legal, o tipo penal tem função de


garantia. Não proíbe, apenas descreve condutas e comina a respectiva sanção.
- Espécies de tipos penais: - permissivos ou justificadores: não descrevem
crimes, mas hipóteses em que as condutas tipificadas podem ser praticadas
(ex. art. 23 CP) // - incriminadores: descrevem as condutas proibidas.
- Tipicidade: é o amoldamento, a subsunção do fato ao modelo incriminador.
Tipicidade não se confunde com adequação típica, pois tipicidade é a simples
correspondência formal, ao passo que a adequação típica vai além dessa
correspondência objetiva, imposto a investigação da vontade e a produção de
dano socialmente relevante.
- Espécies de adequação típica: - de subordinação imediata: é direta, perfeita //
- de subordinação mediata: indireta, não se verifica a correspondência perfeita,
sendo necessário o uso de outra norma, chamada de extenção ou ampliação –
ex. tentativa – artigo 14, II, do CP funciona como uma “ponte” de ampliação da
figura típica, permitindo a subsunção do fato à norma.

- Tipo normal: é aquele que contém apenas elementos objetivos (descritivos) //


Tipo anormal: é aquele que além dos elementos objetivos, contém elementos
subjetivos, bem como normativos.

- Tipo fundamental: ou básico, é aquele que contém apenas os componentes


essenciais do crime, sem os quais este desaparece (atipicidade absoluta) ou se
transforma (atipicidade relativa) // - tipo derivado: se forma à partir do tipo
fundamental, contém elementos secundários. Por exemplo, que agravam a
penal. Normalmente estão localizados nos parágrafos.
* Elementos objetivos: referem-se ao aspecto material do fato, existem no
mundo dos fenômenos (tempo, modo, lugar, meios empregados, núcleo ou
verbo)
* Elementos normativos: o significado, ao contrário dos elementos objetivos,
não são extraídos da mera observação, exigindo, ainda, o emprego de um juízo
valorativo (jurídico, social...)
* Elementos subjetivos: O dolo é elemento da conduta e não do tipo. Ocorre
que o legislador, as vezes, destaca uma parte do dolo e o insere
expressamente no tipo, fazendo que a conduta somente possa ser considerada
típica se houver uma finalidade especial no agir do agente. (é o antigo dolo
específico ex. “para si ou para outre”, para ocultar desonra própria...)

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CRIMES QUALIFICADOS PELO RESULTADO

É aquele em que o legislador descreve a conduta típica e, após, lhe acrescenta


um resultado, que aumenta a pena em abstrato. No caso de crime chamado
PRETERDOLOSO, o resultado mais grave é imputado ao agente a título de
culpa. Ou seja, há dolo no antecedente (anterior) e culpa no consequente
(posterior, resultado mais grave).

Os crime qualificados pelo resultado podem ser das seguintes espécies:

a. conduta dolosa e resultado agravador doloso: O agente pratica a


conduta e o resultado agravador, com vontade livre e consciente de
produzi-los - artigo 129, §2°, IV do CP
b. conduta culposa e resultado agravador doloso: o agente pratica a
conduta culposa e realiza a agravadora por dolo. Ex. atropela em
acidente de trânsito e depois foge, omitindo socorro.
c. conduta dolosa e resultado agravador culposo: é o chamado crime
preterdoloso, o agente pratica a conduta dolosa e após dá causa ao
resultado mais grave a título de culpa. Ex. lesão corporal seguida de
morte./
d. conduta culposa e resultado agravador culposo: ex. incêndio culposo
que resulta em morte.

TENTATIVA; O crime preterdoloso não admite tentativa, pois o resultado mais


grave não era desejado.

CRIME CONSUMADO – artigo 14 CP

É aquele em que são realizados todos os elementos de sua definição


legal.
A consumação é diferente nas várias espécies de crimes:
- Crime material: se consuma com a produção do resultado naturalístico
- Crime formal: a consumação ocorre com a conduta, independentemente do
resultado
- Crime de mera atividade: com a conduta e não produz qualquer resultado
naturalístico, se esgota na ação ou omissão.
- Crime permanente: é aquele em que o momento consumativo se protrai no
tempo.
- Crime culposo: com a produção do resultado naturalístico
- Crime qualificado pelo resultado: com a produção do resultado agravador.

“ITER C RIMINIS”

Ou caminho do crime, são as etapas percorridas pelo agente:

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- cogitação
- preparação
- execução
- consumação

CRIME TENTADO artigo 14 CP

È aquele que não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do


agente. É figura de extensão ou adequação típica mediata.

Formas de tentativa:
- imperfeita: ou inacabada, o agente não pratica todos os atos de
execução por circunstâncias alheias à sua vontade.
-perfeita: ou acabada, o agente pratica todos os atos de execução mas
não o consuma por circunstâncias alheias à sua vontade.
- branca: é aquela em que a vítima não é atingida
- cruenta: é aquela em que a vítima é atingida e sofre ferimento.

CRIMES QUE NÃO ADMITEM TENTATIVA

- crimes culposos (exceto culpa imprópria, para que admite tal modalidade)
- crimes preterdolosos
- crimes omissivos próprios
- crimes habituais
- crimes em que a lei pune a tentativa como crime consumado
* contravenções penais.

A tentativa é causa de diminuição de pena, podendo reduzi-la de 1/3 a


2/3. O critério utilizado para se determinar o “quantum” da redução será o
quanto o agente se aproxima da consumação. Ou seja, quanto mais próximo
da consumação, menor será a redução.

DESISTENCIA VOLUNTARIA E ARREPENDIMENTO EFICAZ – artigo 15

São chamadas de tentativa abandonada ou qualificada. O resultado não


ocorre por vontade do agente (ao contrário da tentativa, cujo resultado não
ocorre por circunstâncias alheias à vontade do agente).
A desistência voluntária e o arrependimento eficaz são incompatíveis
com os crimes culposos, pois trata de TENTATIVA ABANDONADA.

Consequência: afastam a tentativa e o agente só responde pelos atos


até então praticados (se típicos)

Desistência voluntária não se confunde com arrependimento eficaz, pois


na primeira o agente, por sua vontade, interrompe os atos de execução. Já no
arrependimento eficaz a execução é integralmente praticada, mas o agente
impede que o resultado seja produzido.

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O arrependimento INEFICAZ não gera conseqüência jurídica, devendo o
agente responder pelo crime.

A desistência e o arrependimento não precisam ser voluntários, basta


que sejam espontâneos.

ARREPENDIMENTO POSTERIOR – artigo 16 CP

Trata de causa de diminuição de pena.


Aplica-se aos crimes praticados sem violência ou grave ameaça à
pessoa, em que o agente, voluntariamente, repara o dano ou restitui a coisa
até o recebimento da denuncia ou queixa.

O arrependimento posterior não se confunde com o arrependimento


eficaz, pois o primeiro é causa de diminuição de pena e o segundo causa de
exclusão da tentativa ( o agente somente responde pelos atos praticados).
Além disso, enquanto o arrependimento posterior pressupõe um delito
consumado, eficaz ocorre após a conduta, mas antes da produção do
resultado.Por fim, enquanto o arrependimento posterior somente é reconhecido
para os delitos praticados sem violência ou grave ameaça à pessoa, o eficaz
pode ocorrer em qualquer crime.

IMPORTANTE:

Lembrar que no peculato culposo, a reparação do dano antes da sentença


transitada em julgado acarreta a extinção da punibilidade. No doloso, a
reparação antes do recebimento da denúncia ou queixa é causa de diminuição
da pena, e se ocorrer posteriormente funciona como atenuante genérica.

CRITÉRIO PARA REDUÇÃO DA PENA

A reparação tem que ser integral (somente assim será aceita). O critério é a
maior ou menor celeridade ou presteza.
Lembrar, ainda, que por se tratar de causa OBJETIVA de diminuição de penal,
o arrependimento posterior comunica-se aos co-autores e partícipes.

CRIME IMPOSSÍVEL – artigo 17 CP

È aquele cuja ineficácia absoluta do meio empregado ou impropriedade


absoluta do objeto tornam impossível a consumação Também chamado de
tentativa inidônea, inadequada ou quase-crime.
Exclui o fato típico.
Ineficácia absoluta do meio ou instrumento utilizado: assim chamado
porque inidôneo à consumação.
Impropriedade absoluta do objeto: a inidoneidade recai sobre a pessoa
ou coisa.

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