D O S DIREITOS H U M A N O S E U M A NOVA
HERMEN Ê U T I C A DE S U P E R A Ç Ã O
GIOVANNI O L S S O N (1)
INTRODUÇÃO
(1) Juiz d o Trabalho n a 12° Região (SC). Professor Universitário (UnC). Mestre e Doutorando e m
Direito (UFSC).
E S T U D O MULTIDISCIPLINAR 81
1. P A R A D O X O D O S D I R E I T O S H U M A N O S
02. D I S C U R S O H E G E M Ó N I C O D O S D I R E I T O S
HUMANOS EM DESCONSTRUÇÃO
(7) N e s s e sentido, por exemplo, a importância d o Estatuto de Floma d a Corte Penal internacional,
d e 1998.
(8) C o m o Cr uz Vermelha o u Anistia Internacional, por exemplo.
86 REVISTA D O T R T D A 15» REGI Ã O — N. 24 — JUNHO, 2004
2.2.1. M e c a n i s m o s Institucionalizados
(a) Pela forma (jurídictzada)
E m primeiro lugar, pode-se falar d e u m a apropriação pela forma. Es sa
idéia, aqui, é t o m a d a c o m o o m e c a n i s m o d e veiculação d a problemática
E S T U D O MULTIDISCIPLINAR 87
(10) S o b r e essa idéia, ver: Alexy, Robert. “Teoria d e los derechos fundamentales", pp. 340-1, por
exemplo.
E S T U D O MULTIDISCIPLINAR 69
(11) Para crítica similar, ver: T ugendhat, Ernst. "Lições sobre ética", pp. 387-8.
90 REVISTA D O T R T D A 15» REG I Ã O — N. 24 — JUNHO, 2004
(12) E s s e exemplo lembra a relação entre os E U A e a República Popular d a China, por conta da
massiva e escandalosa violação dos direitos h u m a n o s n o evento d e n o m i n a d o d e "Massacre da
Praça d a Pa z Celestial" e m e s m o d o sistema penal q u e prevê trabalhos forçados, p e n a d e morte
e deficiente sistema d e garantias ao acusado. A p ó s a possibilidade d e instalação d e unidades de
e m p r e s a s americanas e m parte do seu território e da abertura a se us produtos, o discurso de
respeito ao s direitos h u m a n o s cedeu espaço a o discurso d e livre mercado.
E S T U O O MULTÍDISCIPLINAR 9?
3. C O N T R A - D I S C U R S O D O S D I R E I T O S H U M A N O S
EM CONSTRUÇÃO
(2d) I d e m , ibidem.
(25) I d e m . p. 279.
(26) Op. cí!.,p.47.
E S T U D O MULTIDISCIPLINAR 97
(27) lüem,ibidem.
(28) Idem,elaborado c o m ba se n o quadro d a p. 49.
(29) Idem,p. 65.
(30) Op.cit,p. 191 ess.
96 REVISTA D O T R T D A 15» R E G I Ã O — N. 24 — JUNHO, 2004
(37) I d e m . p. 109.
(38 ) t d e m , pp. 110-1.
(39) I d e m , pp. 111-2.
E S T U D O MULTIDISCIPLINAR 101
(40) I d e m , p.115.
(41) I d e m , iòldem.
(42) I d e m , p. 117.
(43) I d e m , p. 119.
(44) I d e m , p. 125.
(45) I d e m , pp. 125-38.
102 REVÍSTA D O T R T D A 153 R E G I Ã O — N. 24 — JUNHO, 2004
(46) ídem. p. 1 2 5 .
(47) Idem. p. 103.
(4S) Idem, p. 106.
E S T U D O MULTIDISCIPLINAR 103
(49) I d e m , ibidem.
(50) Idem. p. 107.
(51) Idem, p. 108.
(52) In: R e z a k , J o s é Francisco. "Direito internacional público: curso elementar-’, p. 223.
104 REVISTA D O T R T D A 15a R E G I Ã O — N. 24 — JUNHO, 2004
C O N S I D E R A Ç Õ E S FINAIS
(58) I d e m , p. 179.
(59) I d e m , p. 219.
(6 0 ) /asm, ibidem.
106 REVISTA D O T R T D A 15= R E G I Ã O — N. 24 — JUNHO, 2004
E m u m s e g u n d o m o m e n t o , p o d e - s e delinear u m a apropriação
neoliberal d o discurso dos direitos h u m a n o s e m processo d e construção.
Ela parece envolver m e c a n i s m o s institucionalizados b e m definidos, nos
quais prepondera u m a a b o r d a g e m pelos atores, d e c u n h o juridicizado, par
cial e seletivo. Contudo, es sa perspectiva apresenta limitações q u e p o d e m
ser apontadas c o m o a l g u m a s d a s razões d o défice entre discurso e prática
d o s direitos h u m a n o s .
E m u m terceiro m o m e n t o , deve-se fazer o diagnóstico d a crise d esse
m o d e l o discursivo e apresentar alternativas c o m o u m contra-discurso ou
u m discurso alternativo. O diagnóstico envolve n ã o a p e n a s o reconheci
m e n t o d e alguns ceticismos b e m conhecidos e m torno d o tema, m a s t a m
b é m o resgate d a idéia d a relação entre necessidades e direitos, c o m o
f u n d a m e n t o último d e s s a problemática. A l é m disso, pode-se apontar a c o n
jugação d e u m a perspectiva o u a b o r d a g e m c o m ba se n a estrutura para
permitir a methor c o m p r e e n s ã o d a s irrealizações n o c a m p o d o s direitos
h u m a n o s e para apontar u m c a m i n h o d e s u a efetivação.
Aqui, é fundamentai a busca de u m a nova hermenêutica d o s direitos
h u m a n o s , assentada e m u m m í n i m o ético, cujo f undamento último é o res
gate d o elo entre a realização d o s direitos e a satisfação d a s necessidades
h u m a n a s fundamentais. N ã o se trata, porém, d e relegar o u excluir a abor
d a g e m n a perspectiva d o s atores — a qual, c o m o o próprio Gattung adver
te, é efetiva n o tocante à satisfação d e necessidades materiais e imateriais
q u e t e n h a m u m receptor claro e identificável ( c o m o os direitos d e primeira
e s e g u n d a geração) e, para as quais, o Estado-nação ainda exerce u m
papel fundamental — , m a s sim d e conjugá-la c o m u m a a b o r d a g e m n a pers
pectiva d a s estruturas, c o m o garantia d e q u e os d e m a i s direitos h u m a n o s
(especialmente os d e terceira geração), q u e n ã o p o s s u e m u m receptor cla
ro, p o s s a m ser realizados e, c o m eles, satisfeitas as necessidades d o h o
mem.
A c i m a d e tudo, deve-se reconhecer q u e n ã o basta u m elenco extenso
d e direitos e garantias para assegurar a dignidade d o h o m e m , m a s é preci
so conjugar e sses m e c a n i s m o s c o m a crítica e reconstrução d e diversas
estruturas sociais reprodutoras d e exclusão e desigualdade e m escala
patológica.
BIBLIOGRAFIA