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RECEITA FEDERAL

AULA 00
Prof. Roberto Troncoso

AULA 00
11. Princípios fundamentais da CF/88. 12. 3. Teoria geral da
Constituição: conceito, origens, conteúdo, estrutura e classificação. 5.
Tipos de Constituição. 6. Poder constituinte. 9. Emenda, reforma e
revisão constitucional. 7. Princípios constitucionais. 8. Interpretação da
Constituição.

I. INTRODUÇÃO ------------------------------------------------------------------------------------------------------ 13
II. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS ------------------------------------------------------------------------- 14
III. CONCEITOS DE CONSTITUIÇÃO --------------------------------------------------------------------- 34
IV. CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES -------------------------------------------------------- 40
V. PODER CONSTITUINTE ------------------------------------------------------------------------------------- 51
VI. EFICÁCIA E APLICABILIDADE DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS --------- 68
VII. ENTRADA EM VIGOR DE UMA NOVA CONSTITUIÇÃO -------------------------------- 75
VIII. PRINCÍPIOS DE INTERPRETAÇÃO CONSTITUCIONAL ------------------------------ 81
IX. QUESTÕES DA AULA ------------------------------------------------------------------------------------------ 89
X. GABARITO -----------------------------------------------------------------------------------------------------------104
XI. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA ------------------------------------------------------------------------106

Olá futuros Auditores-Fiscais da Receita Federal!

Prontos para o SEU salário de R$ 14.965,44 e para ocupar um dos


melhores cargos da Administração Pública Federal? (isso segundo o
último edital, mas sabemos que é mais do que isso )

Primeiramente, vou fazer uma rápida apresentação para que vocês me


conheçam um pouco melhor. Meu nome é Roberto Troncoso e sou Consultor
Legislativo da Câmara dos Deputados na área de Direito Constitucional. Já fui
Auditor Federal de Controle Externo do Tribunal de Contas da União, onde
exerci a função de Pregoeiro Oficial e Gerente de Processos. Sou também pós-
graduado em Auditoria e Controle da Gestão Governamental, professor de
Direito Constitucional em cursos preparatórios para concursos e palestrante de
técnicas de aprendizagem acelerada aplicadas a concursos públicos. Antes de
trabalhar na Câmara dos Deputados, fui também Agente da Polícia Federal e
Técnico Judiciário do TJDFT.

Durante essa caminhada pelo mundo dos concursos, também fui aprovado
dentro das vagas para outros cargos, porém, sem assumi-los: Agente de
Polícia Federal Regional – 2004, Agente de Polícia Civil do DF – 2004,
Ministério das Relações Exteriores – Oficial de Chancelaria – 2004 e
Escriturário do BRB – 2001.
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Meu querido aluno, eu vou te fazer um pedido agora: se você estiver com
pressa e tiver que pular alguma parte desse material, pule a parte relativa à
matéria. Mas por favor, LEIA E REFLITA SOBRE AS PRÓXIMAS PÁGINAS.
Elas economizarão um tempo precioso de suas vidas e podem ser o diferencial
entre o tão sonhado cargo de Auditor-Fiscal da Receita Federal ou mais uma
reprovação.

"Se eu tivesse oito horas para derrubar uma


árvore, passaria seis afiando meu machado."
(Abraham Lincoln)

Afiar o machado. É exatamente isso que faremos AGORA.

O PROCESSO DE ESTUDO PARA CONCURSOS

Uma vez apresentados, gostaria de dizer para vocês que o processo de estudo
para concursos públicos pode ser dividido em três etapas: aprendizado do
conteúdo, revisão da matéria por meio de esquemas e mapas mentais e, por
fim, a aplicação do conhecimento e mensuração do nível de aprendizagem
por meio de resolução de exercícios e provas anteriores.

Nosso curso se dedica aos três passos:

 Exposição teórica do conteúdo completo da matéria de forma


simples e objetiva, com a linguagem mais acessível possível.

 Esquemas com a matéria abordada para facilitar o estudo e a


revisão.

 Mais de 800 exercícios da ESAF resolvidos e comentados! De


forma complementar e quando necessário, vamos também resolver
exercícios de outras bancas, ok?
o Outra coisa importante: a Esaf não vem fazendo muitas provas
nos últimos anos, havendo pouquíssimas questões de 2013 para
cá... Assim, Vou usar questões um pouco mais antigas em nossas
aulas e vamos fazer, ao final do curso, um simulado somente com
questões mais recentes, ok?

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 Não há exigência de conhecimentos prévios. O curso é voltado
tanto para o estudante que nunca estudou Direito Constitucional
quanto para o aluno mais avançado, que quer adquirir
conhecimentos profundos sobre o tema.

METODOLOGIA

Meu caro aluno e futuro Auditor-Fiscal da Receita Federal, no desenvolvimento


desse material, para que você entenda melhor os conceitos, utilizarei a
linguagem mais fácil e acessível possível, sem me prender ao
“juridiquês”. No entanto, tenha em mente que a linguagem jurídica é muito
importante e é ela que provavelmente cairá em sua prova.

Primeiramente, farei a exposição do conteúdo. Logo em seguida, sempre que


necessário, trarei um esquema para que você possa revisar a matéria com
mais rapidez. Por último, trarei uma bateria de exercícios comentados
relacionados ao tema.

Em um primeiro momento, você poderá ficar apreensivo em relação ao número


de páginas de algumas das nossas aulas. No entanto, esse material foi
desenvolvido para que a sua leitura flua tranquilamente e seja
bastante rápida. Para você ter uma ideia, na aula de hoje, teremos APENAS
36 páginas de conteúdo (teoria). O restante das páginas é dividido entre
MUITOS exercícios comentados, MUITOS esquemas e uma lista com as
questões da aula. Dessa forma, apesar de o número de páginas ser elevado, a
leitura do material é bastante rápida e agradável!

COMO FAZER EXERCÍCIOS?

1- Faça as questões uma a uma e confira o gabarito IMEDIATAMENTE.


Caso tenha alguma dúvida, procure saná-la de pronto. Evite fazer
um bloco inteiro para somente depois conferir. Você acaba sem sanar
todas as suas dúvidas e perdendo informações valiosas.

2- Ao terminar a bateria, calcule quantos itens você acertou, quantos errou


e qual foi sua porcentagem de acertos (uma errada anula uma certa,
estilo Cespe, ok?, ainda que a prova seja de outra banca). Mas por que,

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Roberto? Resposta: para saber a efetividade do seu estudo e para ter um
parâmetro de autoavaliação.

3- Faça e refaça várias vezes a mesma lista de exercícios. Dois


fatores são responsáveis pela memória solidificada. O primeiro é a
associação do conhecimento a uma forte emoção. É por isso que
sempre nos lembramos do primeiro beijo, do primeiro carro, ou da
primeira vez que nós.......você entendeu.... Como é difícil associar o
Direito a uma forte emoção, devemos recorrer ao próximo fator.

O segundo fator é a repetição. Quando repetimos tanto alguma ação


que ela se torna automática, aí sim, nosso conhecimento estará
solidificado. E é exatamente por isso que você deve revisar a
matéria várias vezes, fazer muitos exercícios e fazer as mesmas
listas várias vezes!

4- Quando atingir entre 80% e 90% (líquido), PARABÉNS! E VÁ ESTUDAR


OUTRA MATÉRIA! Não tente chegar aos 100%, pois o custo
benefício desse conhecimento é baixo. Lembre-se: seu objetivo é
passar na prova e não virar doutor em Direito Constitucional.

Apesar de saber que a ESAF (sua banca examinadora) usará, na sua prova,
somente questões de múltipla escolha, faremos, algumas vezes, questões de
Certo ou Errado. Isso ocorrerá por motivos de caráter didático: é que não
convém misturar assuntos enquanto estamos treinando. Assim, se uma
questão de múltipla escolha tiver assuntos diferentes, ela será desmembrada
em várias questões de certo/errado.

COMO TORNAR SEU ESTUDO MAIS EFICIENTE

A grande maioria das pessoas não busca maneiras de se melhorar ou de


melhorar seu método de estudo. Assim, elas se esquecem de que, se
continuamos a ter sempre as mesmas ações, vamos obter sempre os mesmos
resultados...

“Insanidade é fazer sempre as mesmas


coisas esperando obter resultados diferentes”
(Albert Einstein)

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Eu sei que é difícil sair da nossa zona de conforto. Mas é necessário que
façamos isso! Antes de continuar, assista a esse vídeo. Dura 6 minutos.
http://www.youtube.com/watch?v=qZIPGfzhzvM.

Gostaram do vídeo? Muitas pessoas estudam para concursos públicos por dois,
três, quatro anos e não passam. Você sabe por quê? Será que essas pessoas
não são inteligentes?

Eu garanto que elas são inteligentes sim! E muito! Mas talvez o método de
estudo dessas pessoas não esteja sendo tão eficiente quanto poderia. Vou dar
algumas dicas para melhorar a qualidade do seu estudo. Esse método
funcionou até agora para mim e para TODOS os meus alunos que
estudaram dessa forma, sem exceções. Espero que ajude você
também.

1. Coloque todo o seu conhecimento em apenas um lugar: no seu


caderno (ou mapa mental).

Tudo o que você aprender nas aulas presenciais, coloque no caderno.


Tudo o que você ler nos livros e for importante, coloque no caderno.
Todos os exercícios que você fizer e que a informação não esteja no
caderno, coloque lá. Até mesmo as aulas on-line, coloque tudo no seu
caderno (ou mapa mental).

Com o tempo, seu caderno vai ficar bastante completo e a informação


estará do seu jeito, com as suas palavras e com a sua cara.

2. Se for estudar pelo livro, leia-o apenas UMA vez e coloque a


informação no seu caderno.

É muito pouco produtivo ficar lendo ou revisando em livros. 100 páginas


de livro correspondem, em média a 10 de caderno. E é muito mais
rápido ler 10 páginas escritas do seu jeito do que 100 páginas de
linguagem rebuscada.

3. REVISE todo o seu caderno periodicamente (no mínimo três


vezes por mês, ou seja, a cada 10 dias).

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O conhecimento é como um objeto colocado na superfície da água: ele
vai caindo devagar em direção ao fundo. Se aprendermos alguma coisa
nova e nunca mais usarmos esse conhecimento, nosso cérebro entende
que aquilo não é importante e descarta a informação. Dessa forma,
devemos então mesclar o estudo de novas matérias com as revisões do
que já foi estudado de forma a sempre deixar nosso conhecimento na
superfície e não deixarmos que ele afunde.

Por isso, a revisão periódica é FUNDAMENTAL! É aqui que você


realmente aprende e fortalece sua rede neural, fixando o conhecimento
no cérebro. Se você deixar para revisar na última hora, não vai adiantar
nada.

É exatamente assim que eu estudo: Aprendendo coisas novas, fazendo muitos


exercícios das mais variadas bancas e SEMPRE revisando o que eu já
aprendi. E, para que o estudo seja eficiente, devemos ter uma forma ágil de
resgatar e revisar a informação: o caderno ou o mapa mental.

Revisar a matéria direto nos livros, mesmo com o realce / marca-texto /


sublinhados etc. não é a forma mais eficiente de resgatar a informação.

Vocês perceberão nas aulas (inclusive nessa), que eu uso esquemas em três
cores para sistematizar o conteúdo. O meu caderno é EXATAMENTE desse
jeito. Esses esquemas são praticamente a digitalização das minhas anotações.

CADERNO, ESQUEMAS E RESUMOS EFICIENTES

A "arte de fazer bons resumos" deve ser treinada e é uma habilidade que pode
ser desenvolvida. Muitas pessoas me perguntam sobre como fazer um bom
caderno; se é melhor fazê-lo em meio físico ou digital, sobre o tamanho
ideal...

Se os resumos no computador funcionam para você, não há problema algum.


Se o formato vai ser eletrônico ou físico, vai depender de pessoa para pessoa.
Os meus, por exemplo, eram físicos. Mas volto a dizer que não há problema
algum em ser eletrônico.

Quanto ao tamanho do seu caderno, acredito que um resumo de


aproximadamente 120 páginas para TODA a matéria de Direito Constitucional

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está de bom tamanho. Mas lembre-se que DCO é uma matéria ENORME! Na
grande maioria das outras matérias, o seu resumo será bem menor que isso.

O grande segredo dos resumos e esquemas é o seguinte:

1) Sempre coloque as palavras-chave. Retire todos (ou quase todos) os


conectores. Deixe somente a essência das informações;
2) Sempre use frases curtas;
3) Divida a informação: coloque uma ideia em cada frase e cada frase em
uma linha separada (na medida do possível). Assim, elas sempre ficarão
curtas e bem distribuídas;
A memória é composta por fragmentos. Se memorizarmos os fragmentos
mais importantes, teremos uma melhor compreensão do todo;
4) Faça uma diagramação visual. Jamais escreva em seu caderno de forma
linear, fica muito mais difícil resgatar a informação;
5) Use cores (sem exageros!). Cada cor deve ter um significado. Os
esquemas que trarei para vocês funcionam assim:
 Preto = estrutura
 Azul = informação
 Vermelho = realce (não necessariamente importante)

Se os seus esquemas contemplarem esses cinco passos, você já terá um


excelente resumo. Assim, um caderno eficaz é aquele que te permite:

a) Acessar a informação de maneira rápida (bateu o olho, viu preto, já


sabe que é estrutura!). É por isso que o tamanho não é tãããããão importante
assim. Se você revisa rápido 100 páginas, está tudo certo. Claro que também
não pode ficar grande demais...

b) Anotar de maneira rápida (por isso as frases curtas com a essência da


ideia).

Lembre-se de que ter um caderno muito bom e não revisá-lo, não


adianta NADA.

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FOCO NO ESTUDO

Um dos maiores conselhos que você pode receber de mim e da grande maioria
das pessoas que já passaram em um concurso público é o seguinte: O FOCO É
ESSENCIAL!

Não adianta nada ficar correndo atrás de edital. Foque em apenas um


concurso. É claro que você vai também fazer as outras provas que forem
aparecendo, mas o estudo deve sempre ser focado para apenas um concurso.

Quando digo foco, não quero dizer que temos que estudar 2, 3, 4 anos para
passar em um concurso. Uma pessoa pode estudar extremamente focada por 2
meses e passar em um excelente concurso. O que não costuma dar muito
certo é ficar correndo atrás de edital...

“Para quem não sabe para onde quer ir,


qualquer caminho serve”
(Lewis Carroll)

ESTUDE SEMPRE PARA ESSE CONCURSO

Outra coisa: eu ouço muita gente dizendo assim: “estou estudando para o
próximo concurso...é muita matéria....para esse não vai dar...mas já vou
adiantando o estudo né?...ahhh você sabe como é... é difícil né?....”

Jamais estude para o próximo concurso. Estude SEMPRE para ESSE


concurso! Se você fala para você mesmo que está estudando para o próximo,
seu cérebro recebe o seguinte comando: “não preciso aprender agora, pois
esse conhecimento não me será útil.”

Por outro lado, se você estudar para ESSE concurso, você dá o comando para
que o seu cérebro aprenda AGORA e não deixe nada para depois. Além disso,
se você diz para você mesmo que está estudando para ESSE concurso, as
suas atitudes são de alguém que vai passar NESSE concurso:

 Quando eu tiver alguma dúvida, eu vou saná-la imediatamente, porque


eu sei que não tenho mais tempo. Eu preciso dessa informação AGORA:
eu vou passar NESSE concurso;
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 Quando bater aqueeeeeela preguiça, eu vou resistir, porque eu sei que
não tenho mais tempo. Eu preciso estudar AGORA: eu vou passar
NESSE concurso;

 Quando eu for convidado para aquele churrasco ou aquela festa, eu vou


resistir, porque eu sei que não tenho mais tempo: eu vou passar
NESSE concurso;

 Quando os meus olhos estiverem ardendo e a minha cabeça, as costas, o


bumbum e até os fios de cabelo estiverem doendo, eu vou resistir,
porque eu sei que não tenho mais tempo: eu vou passar NESSE
concurso;

Se você estuda para ESSE concurso, as chances de tomar atitudes como essas
são infinitamente maiores. Estudar para o próximo concurso é o mesmo que se
enganar.

NÃO ACREDITE NO QUE VOCÊ ACABOU DE LER

Não acredite e nem duvide nessas e em outras técnicas repassadas por mim
ou por qualquer outro professor. TESTE você mesmo e veja se funciona ou
não.

Faço agora o meu segundo pedido a você: Teste direito! Faça bem feito!

RESPONDA AGORA ESSAS PERGUNTAS MÁGICAS:

 Se eu fosse fazer bem feito, como eu faria?


 Se eu fosse estudar PARA PASSAR, como é que eu estudaria?
 Se eu fosse estudar direito e para ESSE concurso, como é que eu
estudaria?
 Se eu fosse morrer se eu não passasse nesse concurso, como é
que eu agiria? Quais as atitudes que eu teria?

Se você testar direito, do jeito que eu expliquei e mesmo assim tiver alguma
dúvida, critica ou sugestão, fique à vontade para me mandar um email

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(robertoconstitucional@gmail.com). Tenho certeza de que essa troca de
experiências será muito enriquecedora para todos nós.

É justamente a atitude de se melhorar constantemente que te fará um


vencedor!

É como disse o vídeo: O que faz alguém ser bom em algo? Dedicação.
Trabalho duro. E fazer isso com a direção e metodologia corretas. Se você fizer
isso, de qualquer jeito, você será bom.

Mas o que faz alguém ser profissional em alguma coisa? É pegar aquela
pequena decisão que você tomou e executá-la, levando isso mais longe do que
a sua imaginação pode levar. É dedicar cada respiração do seu corpo, cada
pensamento, cada momento, para aquela causa. É dar absolutamente o seu
MELHOR e não se acomodar por nenhum motivo. Não é talento, não é
inteligência, é simplesmente, “o tamanho do seu apetite pelo sucesso”.

SUCESSO!!

Roberto Troncoso

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FALANDO SOBRE A SUA PROVA

A matéria de Direito Constitucional é de importância fundamental para a sua


aprovação. Ela está na prova 1 e vale aproximadamente 15% dessa prova
objetiva. Dessa forma, você deve dar muita atenção a essa disciplina!

O conteúdo do nosso curso se baseia no edital do último concurso. Se vocês já


tiveram a oportunidade de analisá-lo, verão que ele é bastante extenso, o que
requer um esforço extra da nossa parte. Vejam só o seu edital, na ordem em
que será visto em nossas aulas:

AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL

11. Princípios fundamentais da CF/88. 12. 3. Teoria geral da Constituição: conceito, origens,
Aula 00 conteúdo, estrutura e classificação. 5. Tipos de Constituição. 6. Poder constituinte. 9. Emenda,
reforma e revisão constitucional. 7. Princípios constitucionais. 8. Interpretação da Constituição.

Aula 01 Direitos e garantias fundamentais. Direitos e deveres individuais e coletivos

Aula 02 Direitos e garantias fundamentais. Direitos Sociais, Políticos, Partidos Políticos e Nacionalidade

Aula 03 Direitos e garantias fundamentais. Remédios Constitucionais.

13. Organização do Estado políticoadministrativo. 1. Teoria geral do Estado. 2. Os poderes do


Aula 04
Estado e as respectivas funções.

Aula 05 14. Administração Pública.

15. Organização dos Poderes. O Poder Legislativo. A fiscalização contábil, financeira e


Aula 06 orçamentária. O Controle Externo e os Sistemas de Controle Interno. Tribunal de Contas da
União.

Aula 07 O Poder Executivo

Aula 08 O Poder Judiciário.

Aula 09 O Ministério Público.

4. Supremacia da Constituição. Controle de Constitucionalidade. Normas constitucionais e


Aula 10 inconstitucionais. Legitimados. Competência dos Tribunais. Efeitos da decisão no controle de
constitucionalidade. 10. Análise do princípio hierárquico das normas. PARTE I

4. Supremacia da Constituição. Controle de Constitucionalidade. Normas constitucionais e


Aula 11 inconstitucionais. Legitimados. Competência dos Tribunais. Efeitos da decisão no controle de
constitucionalidade. 10. Análise do princípio hierárquico das normas. PARTE II

17. Da tributação e do orçamento. Sistema Tributário Nacional. Das finanças públicas. Do


Aula 12
orçamento. 18. Da ordem econômica e financeira.

Aula 13 19. Da ordem social. 16. A defesa do Estado e das instituições democráticas.

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Aula 14 Simulado com questões recentes da ESAF

A programação será seguida com a maior fidelidade possível ao calendário e ao


conteúdo programático. No entanto, ela não será rígida e poderá haver
alterações no decorrer do curso, principalmente no caso da saída do edital.

Abordaremos os pontos mais importantes e que, a nosso ver, têm maior


possibilidade de cair na sua prova.

Caso necessário, enviem suas dúvidas, sugestões, pedidos especiais,


comentários sobre o material etc. para o Fórum.

Confira os cursos de Direito Constitucional em mapas mentais no site do


Ponto dos Concursos e a nova coleção de MAPAS MENTAIS da editora
PONTO DOS CONCURSOS (http://www.livrariadoponto.com.br/produto/6316/direito-
constitucional-em-mapas-mentais---vol-1_marcelo-leite).

Seja meu amigo no Facebook: https://www.facebook.com/betotroncoso

Finalizada a parte introdutória, vamos ao estudo!

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I. INTRODUÇÃO

Para melhor entendermos o que estamos estudando, é necessário que


coloquemos o conhecimento na “gaveta” correta do nosso cérebro. Assim,
sempre que estiver estudando algum conteúdo, é necessário saber em qual
parte do todo ele se encaixa. É como se, primeiramente, sobrevoássemos de
avião para ver o terreno em que vamos pisar. Uma vez visto o terreno de
cima, aí sim, pousamos e vamos ver as peculiaridades de cada pedacinho dele.

Essa é uma das possíveis estruturas do Direito Constitucional, observe-a bem


e sempre a utilize para se orientar em seus estudos.

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II. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS

Meu caro aluno e futuro Auditor-Fiscal da Receita Federal, quando se fala em


princípio, no que você pensa? Se você pensou: “início, acertou em cheio! Os
princípios são o início / de onde começam as coisas / as bases / os
fundamentos. Da mesma forma, os princípios fundamentais são as bases, os
pressupostos, os valores máximos, as diretrizes da República Federativa do
Brasil.

Os princípios podem estar escritos na Constituição (princípios explícitos), ou


podem ser interpretados a partir da leitura do texto constitucional (princípios
implícitos).

É nessa parte que a Constituição traça os esquemas gerais de organização do


Estado brasileiro. Além disso, ela nos fala:

 Quais são os princípios que devem ser seguidos quando o Brasil for se
relacionar com outros Estados?

 Quando o Brasil for elaborar alguma política pública, quais devem ser
seus objetivos?

 Quais as bases/os fundamentos da República Federativa do Brasil?

Vamos começar então:

1. FORMA DE ESTADO (FEDERAÇÃO) E A FORMA DE GOVERNO


(REPÚBLICA)

Os princípios fundamentais foram trazidos pela Constituição logo no início de


seu texto: nos artigos 1° ao 4°. No art. 1°, a CF estabelece a forma de
Estado (Federação) e a forma de Governo (República), além de enunciar
nosso regime político como sendo um Estado democrático de Direito.

Adicionalmente, o Brasil possui, como Sistema de Governo, o


presidencialismo.

Vamos devagar:

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 Forma de Estado é como ele se divide / se reparte. A federação
pressupõe uma unidade central, chamada União e outras unidades
autônomas descentralizadas (no caso do Brasil, estados e municípios). O
“oposto” da federação é o Estado Unitário.

 Forma de Governo é como os governantes se relacionam com seus


governados: res publica (coisa pública) significa que o governo é feito
para o povo e a “coisa” é do povo. O “oposto” da república é a
monarquia.

 Sistema de Governo e a forma como se relacionam os poderes


Legislativo e Executivo na governança. O presidencialismo é o sistema
onde o Poder Executivo possui maior “independência”, governando com
mais liberdade e com menos interferência do Legislativo. O “oposto” do
presidencialismo é o parlamentarismo.

2. FUNDAMENTOS DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL

Observe o art. 1º da Constituição:

Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela


Federação
união indissolúvel dos Estados e Municípios e do
Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de
Direito e tem como fundamentos (...)
I - a soberania;
II - a cidadania
III - a dignidade da pessoa humana;
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
V - o pluralismo político.

Pronto! Você já acabou de aprender os FUNDAMENTOS da República Federativa


do Brasil (RFB). Para facilitar o seu estudo, existe um mnemônico para os
fundamentos (sílabas em vermelho no seu esquema): SO-CI-DI-VA-PLU

No entanto, para que você não confunda se o mnemônico é dos fundamentos


ou dos objetivos (estudaremos daqui a pouco) ou dos princípios nas relações
internacionais (também estudaremos daqui a pouco), basta colocar mais uma
sílaba no seu mnemônico. E ainda vai rimar!

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(leia as 3 primeiras sílabas e depois as 3 últimas, acentuando a letra “U”)

SO-CI-FÚ / DI-VA-PLÚ
Fundamentos

3. TITULARIDADE DO PODER E O ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO

Observe agora o parágrafo único do art. 1º da CF88:

Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o


exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente,
nos termos desta Constituição.

Nesse dispositivo, são trazidos mais dois princípios muito importantes: a


titularidade do poder (do povo) e o da democracia.

O Brasil é um Estado democrático de Direito: significa que o Estado brasileiro é


governado pelo povo (democrático) e também tem que obedecer às leis (de
direito). O governo democrático é aquele em que o destinatário das políticas
públicas (o povo) participa de sua elaboração. A democracia se divide ainda
em:

a) Democracia Direta: onde o povo participa diretamente, ou seja, o


próprio povo elabora as políticas públicas. Esse tipo de democracia é
típica da Grécia antiga e é inviável nos dias de hoje (imagine só 200
milhões de brasileiros mandando e-mails para se discutir como será a
atuação do governo na saúde, por exemplo).

b) Indireta: onde o povo elege os representantes e estes elaboram as


políticas públicas.

c) Semidireta ou participativa: é um misto da democracia direta e da


indireta. Nela, o povo elege os representantes e estes elaboram as
políticas públicas. Complementarmente, existem mecanismos para que o
povo também participe dessa elaboração. Assim, a regra é participação
indireta, combinada com alguns meios de exercício direto do povo. Esse
é o modelo adotado pelo Brasil.

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No art. 14, a CF diz como é que o povo exercerá diretamente o poder:

• Sufrágio universal
• Voto direto, secreto e igualitário
• Plebiscito
• Referendo
• Iniciativa popular de lei

Lembre-se:

 Forma de Estado: FEDERAÇÃO


 Forma de Governo: República
 Sistema de Governo: Presidencialismo
 Regime de Governo (ou Regime Político): Democracia.

4. SEPARAÇÃO DOS PODERES

Em seu artigo 2º, a Constituição nos traz um importante princípio: o da


separação dos poderes. Observe o referido artigo:

Art. 2º - São Poderes da União, independentes e harmônicos


entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.

Esse princípio, cuja origem remonta à Revolução Francesa e a Montesquieu, é


importantíssimo porque evita que o poder fique todo nas mãos de uma só
pessoa, evitando, assim, arbitrariedades e excessos.

Observe que os poderes são INDEPENDENTES e HARMÔNICOS entre si.


Assim, não pode haver prevalência, subordinação ou hierarquia de um poder
sobre os outros sendo que eles devem operar de forma conjunta.

No entanto, não existe uma separação rígida e absoluta entre os poderes,


sendo que a própria Constituição prevê algumas interferências de uns nos
outros. Assim, a separação dos poderes no Brasil é flexível e cada um exerce,
além de suas funções típicas, funções atípicas:

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 Poder Executivo: sua função típica é administrar e executar as
leis, mas exerce, como funções atípicas, a jurisdição (ex: quando
profere decisões nos processos administrativos) e a legislação (ex:
quando elabora Medidas Provisórias ou Leis Delegadas).

 Poder Legislativo: sua função típica é legislar e fiscalizar, mas


exerce, como funções atípicas, a jurisdição (ex: quando o Senado
Federal julga autoridades por crime de responsabilidade - CF, art. 52, I e
II e parágrafo único) e a administração (ex: quando atua enquanto
administração pública, realiza licitações etc.).

 Poder Judiciário: sua função típica é a jurisdição, ou seja, dizer o


direito. No entanto, esse Poder exerce, como funções atípicas, a
legislação (ex: quando elabora os Regimentos Internos dos Tribunais) e
a administração (ex: quando atua enquanto administração pública,
realiza licitações etc.).

Vale ressaltar que, em regra, as funções típicas de cada Poder não podem ser
delegadas para os outros poderes (princípio da indelegabilidade). No
entanto, excepcionalmente, existem casos onde a delegação pode ser feita,
como na elaboração de Leis Delegadas, onde o Poder Legislativo delega ao
Poder Executivo a elaboração de uma lei.

Do princípio da separação dos poderes, surge um sistema chamado de


SISTEMA DE FREIOS E CONTRAPESOS, também conhecido como checks
and balances. Segundo ele, os poderes, apesar de serem independentes
entre si, devem se contrabalancear para evitar excessos. Assim, cada poder
deve exercer suas funções e, ao mesmo tempo “fiscalizar e controlar” os
outros poderes, justamente para evitar abusos e excessos. Assim, a
Constituição brasileira prevê mecanismos para que os três poderes interfiram
na atuação uns dos outros, para evitar os desvios de conduta.

ATENÇÃO: o sistema de freios e contrapesos não retira a


independência (relativa) dos poderes.

 Ex. 1: o Legislativo não pode elaborar leis livremente: existe o veto do


Executivo e o controle de constitucionalidade das leis pelo Judiciário.

 Ex. 2: o Executivo não administra livremente: existe o controle dos seus


atos pelo controle externo Congresso Nacional e pelo Poder Judiciário.

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 Ex. 3: o Congresso Nacional pode sustar os atos normativos do Poder
Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de
delegação legislativa (art. 48, V). Quem elabora o decreto regulamentar
ou a lei delegada é o poder Executivo. Mas o Legislativo pode sustar
esses dois atos (se extrapolarem os limites).

 Ex. 4: art. 101, parágrafo único: Os Ministros do Supremo Tribunal


Federal serão nomeados pelo Presidente da República, depois de
aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal.

Estão vendo? O STF é o mais alto Tribunal do Poder Judiciário, mas quem
escolhe seus ministros é o Executivo (e o Legislativo ainda tem que aprovar).
Assim como essas, existem uma série de “interferências” de um poder nos
outros. É o sistema de freios e contrapesos agindo.

Por fim, lembre-se de que o DF não tem judiciário próprio, sendo o poder
judiciário do DF organizado e mantido pela União.

5. OBJETIVOS FUNDAMENTAIS

Continuando a leitura da Constituição, encontramos no artigo 3º os objetivos


fundamentais. Eles visam a assegurar a igualdade material (aquela “de
verdade”) aos brasileiros, possibilitando iguais oportunidades a fim de
concretizar a democracia econômica, social e cultural e tornar efetivo o
fundamento da dignidade da pessoa humana. Os objetivos fundamentais são
metas que o Estado brasileiro deve perseguir e alcançar. Observe:

Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República


Federativa do Brasil:
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;
II - garantir o desenvolvimento nacional;
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as
desigualdades sociais e regionais;
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de
origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de
discriminação.

Fique atento! São 4 os objetivos e todos eles começam com um verbo!

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6. PRINCÍPIOS QUE REGEM O BRASIL EM SUAS RELAÇÕES
INTERNACIONAIS

No artigo 4º, a Constituição nos traz como o Brasil deve atuar quando for se
relacionar com outros Estados. Esses princípios podem ser divididos, para fins
didáticos, em 3 grupos:
- Independência nacional
- Autodeterminação dos povos
1 – Princípios ligados à
- Não-Intervenção
independência nacional
- Igualdade entre os Estados
- Cooperação dos povos para o progresso da humanidade

2 – Princípios ligados - Prevalência dos direitos humanos


à pessoa humana - Concessão de asilo político

- Defesa da paz
3 – Princípios
- Solução pacífica dos conflitos
ligados à paz
- Repúdio ao terrorismo e ao racismo

7. INTEGRAÇÃO DOS POVOS DA AMÉRICA LATINA

Finalmente, o parágrafo único do art. 4° nos diz que o Brasil buscará a


integração econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina,
visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações.

Observe que o Brasil buscará a integração econômica, política, social e cultural


dos povos da América LATINA! Não é América do Sul, não é do MERCOSUL e
não é da América! Essa questão cai bastante em provas!

ESQUEMATIZANDO:

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 Forma de Estado: FEDERAÇÃO
 Forma de Governo: República
 Sistema de Governo: Presidencialismo
 Regime de Governo (ou Regime Político): Democracia.
 Fundamentos - soberania;
- cidadania
- dignidade da pessoa humana;
- valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
- pluralismo político.

 SO-CI-FÚ / DI-VA-PLÚ

 Titularidade do Poder: POVO


 Democracia no Brasil: Semidireta ou participativa:
- o poder é exercido - Pelos representantes (indiretamente) E
- Pelo povo (diretamente)

• Sufrágio universal
• Voto direto, secreto e igualitário
• Plebiscito
• Referendo
• Iniciativa popular de lei

 Separação - Os poderes são - independentes


dos poderes - harmônicos entre si
- Os poderes possuem funções típicas e atípicas
- Funções TÍPICAS - Executivo: Administração
- Judiciário: Jurisdição
- Legislativo - Legislar
- Fiscalizar
- Sistema de freios e contrapesos
- O judiciário do DF é organizado e mantido pela União (o DF não possui
judiciário próprio)

- construir uma sociedade livre, justa e solidária;


- garantir o desenvolvimento nacional;
Objetivos - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades
fundamentais sociais e regionais;
- promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo,
cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.

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Princípios que regem o Brasil em suas relações internacionais

- Independência nacional
- Autodeterminação dos povos
1 – Princípios ligados à
- Não-Intervenção
independência nacional
- Igualdade entre os Estados
- Cooperação dos povos para o progresso da humanidade

2 – Princípios ligados - Prevalência dos direitos humanos


à pessoa humana - Concessão de asilo político

- Defesa da paz
3 – Princípios
- Solução pacífica dos conflitos
ligados à paz
- Repúdio ao terrorismo e ao racismo

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EXERCÍCIOS (Lembre-se de que ao final do curso faremos os
exercícios mais recentes da ESAF)

1. (ESAF - 2012 - Receita Federal - Analista Tributário da Receita Federal) A


República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelo
princípio da concessão de asilo político.

Isso mesmo! O Brasil concede asilo político àqueles que forem perseguidos
injustamente em seus países de origem, conforme o art. 4º, X.

Gabarito: Certo.

2. (ESAF - 2012 - MI - Nível Superior) Sobre os princípios fundamentais da


Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, é incorreto afirmar que

a) a República Federativa do Brasil é formada pela união indissolúvel dos Estados e


Municípios e do Distrito Federal.

b) a República Federativa do Brasil tem como um dos seus fundamentos o monismo


político.

c) a República Federativa do Brasil constitui-se em Estado Democrático de Direito.

d) se constituiu como um dos objetivos fundamentais da República Federativa do


Brasil erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e
regionais.

e) a República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais, dentre


outros, pelo princípio da independência nacional.

O único erro da questão está no termo “monismo” político. Um dos


fundamentos da República Federativa do Brasil é o pluralismo político (art.
1º, V), que é um dos pilares da democracia moderna!

Gabarito: B.

3. (ESAF - 2012 - Receita Federal - Analista Tributário da Receita Federal) O


princípio da livre iniciativa pode ser invocado para afastar regras de
regulamentação do mercado e de defesa do consumidor.

Se pensarmos um pouco, matamos essa questão: A livre iniciativa é um dos


fundamentos da República Federativa do Brasil. No entanto, esse princípio
não pode impedir que o Estado regule o mercado, desde que de forma
proporcional e justa. Exemplos onde o Estado pode regular o mercado:

- Agências Reguladoras, como ANATEL, ANAC, ANTT etc.


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- Defesa do consumidor, por este ser o “lado mais fraco” na relação de
consumo.

Viu só? Apenas pensando, já dava para matarmos a questão. Mas ela foi
tirada do seguinte julgado:

"O princípio da livre iniciativa não pode ser invocado para afastar regras de
regulamentação do mercado e de defesa do consumidor." (RE 349.686, Rel. Min.
Ellen Gracie, julgamento em 14-6-2005, Segunda Turma, DJ de 5-8-2005.) No
mesmo sentido: AI 636.883-AgR, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgamento em 8-2-
2011, Primeira Turma, DJE de 1º-3- 2011.

Gabarito: Errado.

4. (ESAF - 2012 - PGFN - Procurador) Sobre os princípios fundamentais da


Constituição de 1988, é correto afirmar que

a) a República Federativa do Brasil é formada pela união dissolúvel dos Estados,


Municípios e Distrito Federal.

b) são entes da Federação, dentre outros, as Regiões Metropolitanas.

c) a União é pessoa jurídica de direito público externo.

d) constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil, dentre


outros, os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa.

e) a República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais, dentre


outros, pelo princípio de repúdio ao terrorismo e ao racismo.

Item A – ERRADO. União dissolúvel? Essa é boa, hein? A união dos entes
federados é INDISSOLÚVEL (assim como o chocolate em pó, rsss)!

Item B – ERRADO. Os entes federados são aqueles que possuem autonomia


na organização do Estado brasileiro. São eles: a União, os Estados, o Distrito
Federal e os Municípios.

Item C – ERRADO. Nada disso! A União é integrante da federação brasileira e


é pessoa jurídica de direito interno. Ela possui a prerrogativa de representar
o Brasil no exterior, mas isso não tem nada a ver com a sua personalidade
jurídica. A única que possui personalidade jurídica de direito externo é a
República Federativa do Brasil.

Item D – ERRADO. Essa pegadinha é muito antiga, e ainda muito utilizada


pelas bancas! Elas adoram fazer essa confusão entre “Fundamentos”,
“Objetivos Fundamentais” e “Princípios que regem os Brasil nas relações

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internacionais”, todas espécies do gênero “Princípios Fundamentais”.
Embolou? Vamos montar um esquema?

PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS
Tìtulo I da CF88 – arts 1º a 4º

Fundamentos Objetivos Princípios


Art. 1º Fundamentais que regem o
Art. 3º Brasil nas
(SO-CI-FU-DI-VA-PLU) (verbos) relações
internacionais
(art. 4º)

“Os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa” estão no art. 1º, e são
um dos fundamentos, e não objetivos fundamentais. Revise periodicamente
esses quatro artigos, para não ser surpreendido na prova.

Item E – CERTO. O terrorismo e o racismo não são tolerados no Brasil, por


força do princípio trazido no art. 4º, VIII.

Gabarito: E.

5. (ESAF - 2009 - Receita Federal - Auditor Fiscal da Receita Federal) Constitui


objetivo fundamental da República Federativa do Brasil, segundo preceitua o
artigo 3o da Constituição Federal da República/88, o respeito aos valores
sociais do trabalho e da livre iniciativa.

O respeito aos valores sociais do trabalho e da livre iniciativa são


fundamentos da República Federativa do Brasil, conforme o art. 1º, IV.
Lembre-se do SO-CI-FU-DI-VA-PLU.

Gabarito: Errado.

6. (ESAF - 2009 - Receita Federal - Analista Tributário da Receita Federal) A


República Federativa do Brasil não adota nas suas relações internacionais o
princípio da igualdade entre os Estados.

O princípio da igualdade entre os Estados é um princípio ligado à


independência nacional e que está expressamente previsto na CF art. 4º, V.
Vamos revisar:

Princípios que regem o Brasil em suas relações internacionais

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- Independência nacional
- Autodeterminação dos povos
1 – Princípios ligados à
- Não-Intervenção
independência nacional
- Igualdade entre os Estados
- Cooperação dos povos para o progresso da humanidade

2 – Princípios ligados à - Prevalência dos direitos humanos


pessoa humana - Concessão de asilo político

- Defesa da paz
3 – Princípios
- Solução pacífica dos conflitos
ligados à paz
- Repúdio ao terrorismo e ao racismo

Gabarito: Errado.

7. (ESAF - 2009 - Receita Federal - Analista Tributário da Receita Federal) Todo o


poder emana do povo, que o exerce apenas por meio de representantes
eleitos, nos termos da Constituição Federal.

No artigo 1º, parágrafo único, a Constituição diz que todo poder


pertence ao povo. Diz também que existem duas formas de exercício
do poder pelo povo:

 Indireta: quando o povo elege representantes e estes exercem o poder


(sempre representando o povo).
 Direta: quando o próprio povo exerce o poder sem intermediação de
ninguém. Isso ocorre das seguintes formas: sufrágio universal, voto
direto, secreto e igualitário, plebiscito, referendo e iniciativa popular de
lei.

Gabarito: Errado.

8. (ESAF - 2009 - Receita Federal - Técnico Administrativo - Agente Técnico


Administrativo (ATA) Marque a opção correta.

a) A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, geográfica,


política e educacional dos povos da América Latina.

b) Construir uma sociedade livre, justa e solidária é um dos fundamentos da


República Federativa do Brasil.

c) A cooperação entre os povos para o progresso da humanidade constitui objetivo


fundamental da República Federativa do Brasil.

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d) Promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e
quaisquer outras formas de discriminação é princípio que rege a República Federativa
do Brasil nas suas relações internacionais.

e) O repúdio ao terrorismo e ao racismo é princípio que rege a República Federativa


do Brasil nas suas relações internacionais.

Item A – ERRADO. O Brasil buscará a integração ECONÔMICA, POLÍTICA,


SOCIAL E CULTURAL (geográfica e educacional não!) dos povos da América
Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações.

Item B – ERRADO. Esse é um dos objetivos fundamentais da República


Federativa do Brasil.

Item C – ERRADO. Esse é um dos princípios que regem o Brasil em suas


relações internacionais.

Item D – ERRADO. Esse é um dos objetivos fundamentais da República


Federativa do Brasil.

Item E – CERTO. Conforme art. 4º, VIII.

Gabarito: E.

9. (ESAF - 2008 - Prefeitura de Natal - RN - Auditor do Tesouro Municipal)


Assinale a opção que indica um dos objetivos fundamentais da República
Federativa do Brasil expressamente previsto na Constituição Federal que
confere amparo constitucional a importantes programas do governo federal
que se concretizam por meio da política nacional de assistência social
integrando as esferas federal, estadual e municipal.

a) Garantir a prevalência dos valores sociais do trabalho e da livre iniciativa.

b) Promover o desenvolvimento internacional.

c) Erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e


regionais.

d) Erradicar o terrorismo e o racismo.

e) Promover a cooperação entre os povos para o progresso da humanidade.

Essa era fácil! Vamos recordar os objetivos da República Federativa do Brasil:

- construir uma sociedade livre, justa e solidária;


- garantir o desenvolvimento nacional;
Objetivos
fundamentais www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Roberto Troncoso 27
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- erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e
regionais;
- promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade
e quaisquer outras formas de discriminação.

Gabarito: Gabarito: C.

10. (ESAF - 2008 - MPOG - Especialista em Políticas Públicas e Gestão


Governamental) A Constituição acolhe uma sociedade conflitiva, de interesses
contraditórios e antagônicos, na qual as opiniões não ortodoxas podem ser
publicamente sustentadas, o que conduz à poliarquia, um regime onde a
dispersão do Poder numa multiplicidade de grupos é tal que o sistema político
não pode funcionar senão por uma negociação constante entre os líderes
desses grupos (SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo,
25. ed. São Paulo: Malheiros, 2005, pp. 143-145, com adaptações). Assinale a
opção que indica com exatidão o fundamento do Estado brasileiro
expressamente previsto na Constituição, a que faz menção o texto transcrito.

a) Soberania.

b) Pluralismo político.

c) Dignidade da pessoa humana.

d) Valores sociais do trabalho e da livre iniciativa.

e) Cidadania.

O texto fala de vários grupos que estão em permanente negociação entre si


para buscar seus interesses. São os partidos políticos. Lembre-se também
que o pluralismo político é um dos fundamentos da República Federativa do
Brasil.

Gabarito: B.

11. (ESAF/AFC-CGU/2006) Rege a República Federativa do Brasil, em suas


relações internacionais, o princípio da livre iniciativa.

A livre iniciativa é um fundamento da República Federativa do Brasil


(RFB) e não um princípio das relações internacionais. Lembre-se dos
fundamentos da RFB:

 Fundamentos - soberania;
- cidadania
- dignidade da pessoa humana;

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- valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
- pluralismo político.

 SO-CI-FÚ / DI-VA-PLÚ

Gabarito: Errado.

12. (ESAF/AFC-CGU/2006) O pluralismo político, embora desdobramento do


princípio do estado Democrático de Direito, não é um dos fundamentos da
República Federativa do Brasil.

O Pluralismo Político está previsto expressamente como um dos


fundamentos da República Federativa do Brasil no art. 1º.

Gabarito: Errado.

13. (ESAF - 2006 - CGU - Analista de Finanças e Controle - Área - Tecnologia da


Informação) Sobre Teoria Geral do Estado e princípios fundamentais na
Constituição Federal de 1988, assinale a única opção correta.

a) Não é elemento essencial do princípio federativo a existência de dois tipos de


entidade - a União e as coletividades regionais autônomas.
b) Rege a República Federativa do Brasil, em suas relações internacionais, o princípio
da livre iniciativa.
c) O pluralismo político, embora desdobramento do princípio do estado Democrático
de Direito, não é um dos fundamentos da República Federativa do Brasil.

d) O princípio republicano tem como características essenciais: a eletividade, a


temporariedade e a necessidade de prestação de contas pela administração pública.

e) É um dos objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil, expresso no


texto constitucional, a garantia do desenvolvimento nacional e a busca da
autossuficiência econômica.

Item A – ERRADO. Uma das características da federação é justamente a


descentralização do poder, tendo como pressuposto a entidade central
(União) e outras entidades “periféricas” (estados).

Itens B e C – ERRADOS. Esses dois são fundamentos da RFB. Vamos revisá-


los:

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 Fundamentos - soberania;
- cidadania
- dignidade da pessoa humana;
- valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
- pluralismo político.

 SO-CI-FÚ / DI-VA-PLÚ

Item D – CERTO. Essas são as principais características da república: os


representantes do povo são eleitos por período de tempo determinado para
garantir a alternância de poder. Além disso, como o titular do cargo
representa o povo, ele deve prestar contas ao dono do poder.

Item E – ERRADO. A garantia do desenvolvimento nacional, de fato, é um dos


objetivos fundamentais da RFB. No entanto a busca da autossuficiência
econômica não o é.

Gabarito: D.

14. (ESAF - 2006 - MTE - Auditor Fiscal do Trabalho) Na condição de fundamento


da República Federativa do Brasil, a dignidade da pessoa humana tem seu
sentido restrito à defesa e à garantia dos direitos pessoais ou individuais de
primeira geração ou dimensão.

A dignidade da pessoa humana alcança os direitos de todas as


gerações. Esse princípio é tão importante que alguns autores
classificam-no com um princípio de hierarquia supraconstitucional
(que está acima da própria Constituição). Cuidado! Essa doutrina não é
a majoritária!

Gabarito: Errado.

15. (ESAF/AFC-CGU/2006) É um dos objetivos fundamentais da República


Federativa do Brasil, expresso no texto constitucional, a garantia do
desenvolvimento nacional e a busca da autossuficiência econômica.

Realmente, garantir o desenvolvimento nacional é um dos objetivos


fundamentais elencados no art. 3º. No entanto, a busca da
autossuficiência econômica não está prevista no mencionado
dispositivo, estando aí o erro da questão.

Gabarito: Errado.

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16. (ESAF/MRE/2004) O exercício de uma das funções do poder político do Estado
por um determinado órgão se dá sob a forma de exclusividade, com vistas à
preservação do equilíbrio no exercício desse poder.

Cada poder realmente possui sua função típica. No entanto, todos eles
possuem funções atípicas. Assim, por exemplo, o poder executivo
possui função típica de administrar e funções atípicas de julgar e
legislar. Dessa forma, nenhuma função é exercida com exclusividade,
como afirma a questão.

Gabarito: Errado.

17. (ESAF - 2004 - MPU - Analista - Administração) Nos termos da Constituição de


1988, o Brasil adota a república como sistema de governo, elegendo, portanto,
o princípio republicano como um dos princípios fundamentais do Estado
brasileiro.

O princípio republicano é a FORMA DE GOVERNO. Já o sistema de governo é o


PRESIDENCIALISMO. Vamos revisar:

 Forma de Estado: FEDERAÇÃO


 Forma de Governo: República
 Sistema de Governo: Presidencialismo
 Regime de Governo (ou Regime Político): Democracia.

Gabarito: Errado.

18. (ESAF - 2004 - MPU - Técnico Administrativo) No que diz respeito aos
princípios fundamentais, na Constituição de 1988, marque a única opção
correta.

a) Os valores sociais do trabalho e do livre capital são fundamentos da República


Federativa do Brasil.

b) O Estado brasileiro adota, como um dos seus fundamentos, a soberania popular, a


qual pode ser exercida de forma indireta ou direta, nos termos definidos na
Constituição Federal de 1988.

c) A garantia do pluralismo político é um dos objetivos fundamentais da República


Federativa do Brasil.

d) A redução das desigualdades regionais é um dos princípios que rege a República


Federativa do Brasil nas suas relações internacionais.

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e) A Constituição Federal de 1988 traz a determinação de que o Brasil deverá buscar
a integração econômica na América do Sul por meio da formação de um mercado
comum de nações sulamericanas.

Item A – ERRADO. Os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa é que


são fundamentos da RFB (e não do livre capital).

Item B – CERTO. Essa questão pode gerar um pouco de controvérsia. A


maioria dos autores se refere à “soberania” do art. 1º, I com dois sentidos:

1 - no plano interno, como a capacidade de fazer valer suas decisões


sem existir nenhum outro poder maior do que o do Estado.
2 - no plano externo, colocando o Brasil em pé de igualdade com os
outros Estados. Assim, em palavras simples, "ninguém de fora manda
no Brasil".

No entanto, a banca usou o conceito de soberania se referindo à soberania


popular do art. 1º par. único, onde a Constituição diz que todo poder
pertence ao povo. Diz também que existem duas formas de exercício do
poder pelo povo:

 Indireta: quando o povo elege representantes e estes exercem o poder


(sempre representando o povo).
 Direta: quando o próprio povo exerce o poder sem intermediação de
ninguém. Isso ocorre das seguintes formas: sufrágio universal, voto
direto, secreto e igualitário, plebiscito, referendo e iniciativa popular de
lei.

Item C – ERRADO. O pluralismo político é um dos FUNDAMENTOS da RFB.

Item D – ERRADO. A redução das desigualdades regionais é um dos


OBJETIVOS da República Federativa do Brasil. Vamos lembrar os demais:

- construir uma sociedade livre, justa e solidária;


- garantir o desenvolvimento nacional;
Objetivos - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e
fundamentais regionais;
- promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade
e quaisquer outras formas de discriminação.

Item E – ERRADO. O parágrafo único do art. 4° nos diz que o Brasil buscará a
integração econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina,
visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações.

Gabarito: B.
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19. (ESAF - 2002 - MRE - Assistente de Chancelaria) Assinale a opção em
que não consta princípio que, segundo a Constituição, rege o Brasil nas suas
relações internacionais.

a) Independência nacional.

b) Defesa da paz.

c) Concessão de asilo político.

d) Cooperação entre os povos para o progresso da humanidade.

e) Prevalência dos interesses econômicos nacionais.

O correto seria prevalência dos DIREITOS HUMANOS. Vamos revisar os


princípios que regem o Brasil nas relações internacionais:

Princípios que regem o Brasil em suas relações internacionais

- Independência nacional
- Autodeterminação dos povos
1 – Princípios ligados à
- Não-Intervenção
independência nacional
- Igualdade entre os Estados
- Cooperação dos povos para o progresso da humanidade

2 – Princípios ligados à - Prevalência dos direitos humanos


pessoa humana - Concessão de asilo político

- Defesa da paz
3 – Princípios
- Solução pacífica dos conflitos
ligados à paz
- Repúdio ao terrorismo e ao racismo

Gabarito: E.

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III. CONCEITOS DE CONSTITUIÇÃO

Por mais estranho que isso possa parecer, siga o seguinte comando: “Pense
em um automóvel”. Agora peça a duas ou três pessoas que estejam próximas
a você para fazer o mesmo.

Qual foi o automóvel que você e as outras pessoas pensaram? A resposta,


quase sempre, inclui: Ferrari, Porsche, Mercedes, BMW etc.

Da mesma forma que cada um tem um conceito para a palavra “automóvel”,


existem também vários conceitos para a palavra Constituição. Vamos aos
principais:

1. CONCEITO MATERIAL

É o cerne/núcleo do estudo constitucional. Engloba normas sobre:

a) Organização do Estado;
b) aquisição, exercício e transmissão do poder; e
c) Limitações ao poder do Estado (Direitos e Garantias Fundamentais).

A constituição material pode ou não estar escrita em um documento.

2. CONCEITO FORMAL

Pressupõe um texto escrito com normas materiais (vide conceito acima) e


outras normas, todas com IGUAL hierarquia. Repetindo: NÃO HÁ
HIERARQUIA ENTRE AS NORMAS EM UMA CONSTITUIÇÃO FORMAL. Se
uma norma está na Constituição, então ela tem a mesma validade de qualquer
outra norma, independente se é materialmente constitucional ou não. Esse é o
tipo de conceito adotado pelo Brasil.

Exemplo: uma Constituição, escrita em um documento formal, possui normas


sobre a) organização do Estado; b) aquisição, exercício e transmissão do
poder; c) limitações ao poder do Estado e d) sobre o meio ambiente. Perceba
que os três primeiros tipos de norma são materialmente constitucionais (pelo
conceito acima) e também formalmente constitucionais, pois estão escritas na
Constituição.

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Por sua vez, as normas sobre o meio ambiente serão também formalmente
constitucionais, uma vez que estão escritas na Constituição (mas não são
normas materialmente constitucionais).

Observe que nessa Constituição fictícia, por ser formal, todas as normas
possuem igual hierarquia.

3. CONCEITO SOCIOLÓGICO

Elaborado por Ferdinand Lassale (guarde esse nome, pois ele cai em
prova!!), esse conceito diz que a Constituição é a soma dos fatores reais de
poder, ela é fato social e não norma. Segundo ele, a CF reflete a realidade
social.

Explicando: a Constituição é a forma como um povo realmente se organiza.


Não é porque alguém escreve um pedaço de papel e chama aquilo de
Constituição que esse pedaço de papel vai reger a vida do povo. Ou seja, a
Constituição escrita só terá validade se ela realmente refletir a forma como o
povo se organiza (se refletir os reais jogos de poder daquela determinada
sociedade). Assim, a Constituição real deve apenas ser formalizada pela
constituição escrita, caso contrário, será “mera folha de papel”.

4. CONCEITO JURÍDICO

Elaborado por Hans Kelsen (e guarde esse nome porque ele também cai em
prova!), o conceito jurídico se contrapõe frontalmente ao conceito sociológico.
Segundo Kelsen, a Constituição deve ser observada de um ponto de vista
estritamente formal, ou seja: só é Constituição o que está na Constituição. A
sua validade independe da aceitação, de valores ou de moral. Ou seja: se
está escrito, é Constituição. Se não está escrito, não o é. Esse conceito é o
adotado no Brasil.

Complementando o conceito jurídico, o princípio da força normativa da CF,


desenvolvido por Konrad Hesse, ainda diz que, caso uma norma esteja
escrita na Constituição, ela sempre terá valor normativo e a sociedade deve se
organizar (ou, pelo menos buscar se organizar) da forma como está escrito na
Constituição.

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5. CONCEITO POLÍTICO

Elaborado por Carl Schmitt (não precisa mais falar para guardar esse nome,
não é?), o conceito político diz que a Constituição é uma decisão política
fundamental e que sua validade está na decisão (política) de se criar uma
Constituição. Assim, esse conceito diz que a Lei Maior é fruto da decisão de
se criar essa Constituição.

Schmitt defende ainda a diferenciação entre a Constituição e as leis


constitucionais. A primeira refletiria a decisão política fundamental do titular
(dono) do poder constituinte, quanto à estrutura e aos órgãos do Estado, aos
direitos individuais e à atuação democrática, enquanto as leis constitucionais
seriam todos os demais dispositivos inseridos dentro do texto constitucional,
mas que não trazem normas sobre a decisão política fundamental.

Uma dica para memorizar os autores e os respectivos conceitos:

SoSSiológico – LaSSale
PolíTTico – SchmiTT
JurídiKo – Kelsen

Esquematizando:

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• Material - Organização do Estado
Cerne* - Aquisição, exercício e transmissão do Poder
- Limitação do Poder do Estado (Direitos e Garantias Fundamentais)

• Formal - - Pressupõe texto escrito com normas materiais e outras normas, todas
com IGUAL hierarquia
- Adotado pelo Brasil

• Sociológico - Ferdinand Lassale


- CF = soma dos fatores reais de poder
- CF é fato social e não norma
- A Constituição reflete a realidade social.
- A Constituição escrita apenas formaliza a real
- Vivem paralelamente 2 constituições - Real
Conceito - Escrita

- (não vale nada) – é mera folha de papel se não representar os


reais jogos de poder
- A Constituição escrita somente sistematiza em um documento
formal as regras que já existem no mundo real

• Jurídico - Hans Kelsen


- Estritamente formal
- A validade da CF independe de sua aceitação, de valores ou de moral
- Adotado pelo Brasil

• Político - Carl Schmitt


- A Constituição é uma decisão política fundamental
- Sua validade não está na justiça e sim na decisão política
- Ato Constituinte = vontade de criar a Constituição
- Distinção entre Constituição e leis Constitucionais

Constituição (cerne) VS Leis Constitucionais (o resto)

 Uma dica para memorizar os autores e os respectivos conceitos:

SoSSiológico – LaSSale
PolíTTico – SchmiTT
JurídiKo – Kelsen

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EXERCÍCIOS (Lembre-se de que ao final do curso faremos os
exercícios mais recentes da ESAF)

20. (ESAF/ PGFN/2007) Carl Schmitt, principal protagonista da corrente doutrinária


conhecida como decisionista, advertia que não há Estado sem Constituição,
isso porque toda sociedade politicamente organizada contém uma estrutura
mínima, por rudimentar que seja; por isso, o legado da Modernidade não é a
Constituição real e efetiva, mas as Constituições escritas.

Carl Schmitt realmente era defensor da corrente decisionista (a CF é uma


decisão política). No entanto, defendia a diferenciação entre constituição
(normas materialmente constitucionais) e leis constitucionais (normas
apenas formalmente constitucionais). Para ele, as normas formalmente
constitucionais, apesar de estarem inseridas no texto da CF, não seriam
constituição. Assim, o mais importante para ele não era a constituição
escrita, mas sim o conteúdo das normas. Portanto, o erro da questão está em
sua parte final.

Gabarito: Errado.

21. (ESAF/ PGFN/2007) Para Ferdinand Lassalle, a constituição é dimensionada


como decisão global e fundamental proveniente da unidade política, a qual, por
isso mesmo, pode constantemente interferir no texto formal, pelo que se torna
inconcebível, nesta perspectiva materializante, a ideia de rigidez de todas as
regras.

Esse é o conceito político defendido por Carl Schmitt. Lassale defendia que a
constituição era um fato social e não uma norma. Assim, existiriam duas
constituições: a constituição real (os reais jogos de poder daquela sociedade)
e a escrita, que seria mera “folha de papel” se não representasse os reais
fatores de poder.

Gabarito: Errado.

22. (ESAF - 2006 - CGU - Analista de Finanças e Controle - Área - Correição) O


conceito formal de constituição e o conceito material de constituição,
atualmente, se confundem, uma vez que a moderna teoria constitucional não
mais distingue as normas que as compõem.

A Constituição material é aquela que possui normas somente sobre os temas


centrais: organização do estado, exercício, aquisição e transmissão do poder
e direitos e garantias fundamentais. Já a Constituição formal é aquela escrita
em um texto único e que pode conter tanto normas materiais quanto normas

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apenas formalmente constitucionais. No entanto neste tipo de Constituição,
não há hierarquia entre as normas. Se está na CF, tem valor de Constituição!

Dessa forma, o sentido material de Constituição, que leva em conta o


conteúdo da CF, é totalmente diferente do sentido formal, que leva mais em
conta o seu procedimento de criação.

Gabarito: Errado.

23. (ESAF/AFC-STN/2005) Na concepção de constituição em seu sentido político,


formulada por Carl Schmitt, há uma identidade entre o conceito de constituição
e o conceito de leis constitucionais, uma vez que é nas leis constitucionais que
se materializa a decisão política fundamental do Estado.

Realmente o sentido político foi formulado por Carl Schmitt. No entanto, não
existe unidade entre o conceito de constituição e leis constitucionais. Pelo
contrário! São coisas diferentes!

Para Schmitt, a Constituição é a decisão política fundamental e é formada


pelas normas que organizam o Estado e limitam o poder estatal. Já as leis
constitucionais são dispositivos inseridos dentro do texto constitucional, mas
que não trazem normas sobre a decisão política fundamental e, portanto, não
são válidas como Constituição.

Gabarito: Errado.

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IV. CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES

Meu caro Auditor-Fiscal da Receita Federal, assim como existem vários


conceitos de Constituição, existem também várias classificações para ela.
Dessa vez farei diferente: passarei primeiro o esquema para depois comentar
(lembre-se: tenha sempre a visão do todo antes de ir para os pontos
específicos). As principais classificações de Constituição são as seguintes:

• Conteúdo - “Quais são os temas tratados pela Constituição?”


- Formal (art. 242 par. 2o)
- Material

• Alterabilidade - “De que forma a Constituição pode ser alterada?”


- Rígida – procedimento de EC mais difícil que as leis
- Semirrígida ou semiflexível – parte rígida e parte flexível
- Imutável – não muda nunca. Fadada ao fracasso.
Classificação das constituições

- Flexível – procedimento de EC igual das leis

• Forma - “A Constituição está escrita em um texto único?”


(quatno a/ao)

- Escrita / instrumental
- Não escrita / Costumeira

• Extensão - “Qual é o tamanho da Constituição e de que ela trata?”


- Analítica ou prolixa (BR 250 art. + 81 EC)
- Sintética, concisa ou Negativa (EUA 7 art + 27 EC)

- “De que forma foi feita a Constituição?”


• Modo de - Dogmática - Escritas: 1 único ato do Poder constituinte
elaboração - Reflete a sociedade em um dado momento no tempo

- Histórica - criada no decorrer do tempo com o longo processo de


desenvolvimento da sociedade

• Origem -“Quem criou a Constituição?”


- Cesarista ou mistificada
- Outorgada
- Promulgada ou popular

Na verdade, não há um consenso sobre essas classificações das constituições.


Assim, eu trago para vocês a classificação que provavelmente vai te resolver
na hora da prova. Mas saiba que, em seus estudos, você pode se deparar com
classificações diferentes.

Vamos explicar uma a uma:

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1. CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO CONTEÚDO

Essa classificação leva em conta a seguinte pergunta: “Quais são os temas


tratados pela Constituição?” Se, na Constituição, houver somente normas
essenciais / materialmente constitucionais, ou seja, em relação à Organização
do Estado; aquisição, exercício e transmissão do poder e Limitações ao poder
do Estado, ela será uma Constituição Material.

Por outro lado, quando a Constituição contém normas relativas a outros


conteúdos não essenciais, ela será classificada como formal.

2. CLASSIFICAÇÃO QUANTO À ALTERABILIDADE

Essa classificação leva em conta a seguinte pergunta: “De que forma a


Constituição pode ser alterada?” A Constituição será:

 Imutável: quando não puder ser modificada. Segundo os autores, esse


tipo de Constituição está fatalmente destinada ao fracasso, uma vez que
a sociedade evolui e a Constituição escrita não a acompanha nesse
progresso.

Entendendo melhor: um dos conceitos de constituição não é justamente


“a forma como uma sociedade se organiza?” Então, as mudanças da
sociedade devem ser refletidas também na constituição escrita, sob pena
de haver um descompasso tamanho entre o texto escrito e a realidade,
que culminará com a queda da constituição.

 Rígida: quando o procedimento de alteração do texto constitucional é


mais difícil do que o procedimento de criação das leis infraconstitucionais
(leis que estão abaixo da Constituição).

 Flexível: quando o procedimento de alteração do texto constitucional


NÃO é mais difícil do que o procedimento de criação das leis
infraconstitucionais.

 Semirrígida ou semiflexível: quando uma parte da Constituição é


rígida e a outra parte é flexível.

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3. CLASSIFICAÇÃO QUANTO À FORMA

Apesar da divergência doutrinária, essa classificação leva em conta a seguinte


pergunta: “A Constituição está escrita em um texto único?” Se a resposta for
positiva, estaremos diante de uma Constituição Escrita. Por outro lado, ela
será Não Escrita quando não estiver consolidada em um texto único. Isso
ocorre em duas hipóteses: quando a Constituição realmente não está escrita
em lugar nenhum ou quando está escrita em textos esparsos.

Somente as constituições escritas possuem a necessidade de se diferenciar


quais normas são materiais e quais normas são apenas formais. Nas
constituições não escritas, todas as normas são materialmente constitucionais.

4. CLASSIFICAÇÃO QUANTO À EXTENSÃO

Essa classificação leva em conta a seguinte pergunta: “Qual é o tamanho da


Constituição?” Se a Constituição possuir conteúdo extenso e versar sobre
matérias outras além da organização básica do estado, ela será chamada de
Analítica ou Prolixa.

Por outro lado, se ela for de conteúdo abreviado e tratar somente sobre
assuntos relativos à organização básica do Estado, ela será chamada de
Sintética ou Concisa.

Esse último tipo de constituição também é chamada de constituição


negativa porque somente organiza o poder e resguarda as liberdades. Em
Direito, uma ação negativa é, na verdade, uma omissão. Um não fazer. Assim,
a ação do Estado é limitada para resguardar as liberdades. Ele não pode agir
de forma que as prejudique.

As constituições analíticas ou prolixas (como a do Brasil) são menos estáveis


do que as constituições sintéticas ou concisas (como a dos EUA). Isso porque
as constituições sintéticas, por trazerem somente as normas essenciais, ficam
muito menos sujeitas a alterações do que as analíticas.

5. CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO MODO DE ELABORAÇÃO

Essa classificação leva em conta a seguinte pergunta: “De que forma foi feita a
Constituição?” Se a Constituição foi produzida no decorrer do tempo e de
acordo com o desenvolvimento da sociedade através de sua história, ela será
classificada como Histórica. Por outro lado, se a Constituição foi produzida em

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um determinado momento do tempo e reflete os anseios, as aspirações e os
dogmas de uma sociedade no momento em que foi produzida, ela será
classificada como Dogmática.

As constituições dogmáticas, por terem sido elaboradas em um dado momento


no tempo, são necessariamente escritas.

6. CLASSIFICAÇÃO QUANTO À ORIGEM

Essa classificação leva em conta a seguinte pergunta: “Quem criou a


Constituição?” Se ela vem do povo, será uma Constituição Promulgada ou
Popular. Se ela foi criada por um soberano, monarca ou ditador, enfim, se
reflete a vontade de outra parte que não a do povo, será classificada como
Outorgada. Por último, se a constituição estiver em uma posição
intermediária entre as constituições outorgadas (impostas) e as promulgadas
(ou populares), ela será classificada como Cesarista. Essa última é uma
constituição que é outorgada pelo governante, mas esse, posteriormente, a
submete ao crivo popular.

Mas Roberto, como faço para memorizar todas essas classificações? Uma dica
para memorizar todos esses nomes é o CAFExMO, ou “caféx mocaccino” (lê-
se cafécs mocatino). Se você prestou atenção, é a palavra formada pelas
iniciais de cada classificação.

Conteúdo
Alterabilidade
Forma
Extensão
Modo de elaboração
Origem

A constituição - Formal (quanto ao conteúdo)


do Brasil é - Rígida (quanto à alterabilidade)
- Escrita (quanto à forma)
- Analítica (quanto à extensão)
- Dogmática (quanto ao modo de elaboração)
- Promulgada (quanto à origem)

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EXERCÍCIOS (Lembre-se de que ao final do curso faremos os
exercícios mais recentes da ESAF)

24. (ESAF – 2012 – MDIC – Analista de Comércio Exterior) Sabe-se que a doutrina
constitucionalista classifica as constituições. Quanto às classificações
existentes, é correto afirmar que

I. quanto ao modo de elaboração, pode ser escrita e não escrita.

II. quanto à forma, pode ser dogmática e histórica.

III. quanto à origem, pode ser promulgada e outorgada.

IV. quanto ao conteúdo, pode ser analítica e sintética.

Assinale a opção verdadeira.

a) II, III e IV estão corretas.

b) I, II e IV estão incorretas.

c) I, III e IV estão corretas.

d) I, II e III estão corretas.

e) II e III estão incorretas.

Item I – ERRADO. Quanto ao modo de elaboração, as constituições podem


ser históricas ou dogmáticas.

Item II – ERRADO. Quanto à forma, as constituições podem ser escritas e


não escritas.

Item III – CERTO. Quanto à origem, as constituições podem ser


promulgadas, outorgadas ou ainda, para alguns autores, cesaristas. No
entanto, a omissão dessa informação não invalida o item.

Item IV – ERRADO. Quanto ao conteúdo, as constituições podem ser formais


ou materiais.

Gabarito: B.

25. (ESAF - 2012 - Receita Federal - Auditor Fiscal da Receita Federal) O Estudo da
Teoria Geral da Constituição revela que a Constituição dos Estados Unidos se
ocupa da definição da estrutura do Estado, funcionamento e relação entre os
Poderes, entre outros dispositivos. Por sua vez, a Constituição da República

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Federativa do Brasil de 1988 é detalhista e minuciosa. Ambas, entretanto, se
submetem a processo mais dificultoso de emenda constitucional. Considerando
a classificação das constituições e tomando-se como verdadeiras essas
observações, sobre uma e outra Constituição, é possível afirmar que

a) a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 é escrita, analítica e


rígida, a dos Estados Unidos, rígida, sintética e negativa

b) a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 é do tipo histórica, rígida,


outorgada e a dos Estados Unidos rígida, sintética.

c) a Constituição dos Estados Unidos é do tipo consuetudinária, flexível e a da


República Federativa do Brasil de 1988 é escrita, rígida e detalhista.

d) a Constituição dos Estados Unidos é analítica, rígida e a da República Federativa do


Brasil de 1988 é histórica e consuetudinária.

e) a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 é democrática,


promulgada e flexível, a dos Estados Unidos, rígida, sintética e democrática.

Item A – CERTO. Tudo beleza neste item! Vamos ver as características


trazidas para cada país:

Brasil

- Escrita: certo. A constituição brasileira está reunida em um único


documento formal, a CF88.
- Analítica: certo. A Constituição Federal preocupa-se com diversos temas
que não compõem o “eixo central” essencial para um texto constitucional,
como, por exemplo, que o "O Colégio Pedro II, localizado na cidade do Rio de
Janeiro, será mantido na órbita federal (Art. 242 § 2.º)". A questão dá a dica
com os termos “detalhista e minuciosa”.
- Rígida: certo. Alterar a constituição é muito mais difícil do que elaborar uma
lei comum, pois exige voto de 3/5 dos membros do Senado Federal e da
Câmara dos Deputados, em dois turnos. Para se confeccionar uma lei
ordinária, basta a maioria simples em cada Casa. Perceba que a resposta está
no enunciado da questão.

EUA

- Rígida: certo. Não precisamos saber qual é o procedimento de alteração


constitucional norte-americano. O comando da questão afirma que ele é mais
dificultoso, o que basta para atestarmos a rigidez constitucional.

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- Sintética: certo. Sintético é o contrário de analítico. A questão afirma que a
Constituição norte-americana, ao contrário da brasileira, “se ocupa da
definição da estrutura do Estado, funcionamento e relação entre os Poderes,
entre outros dispositivos”.
- Negativa: É uma característica das constituições sintéticas. Ela se preocupa
em limitar a ingerência do Estado na vida particular das pessoas,
estabelecendo situações de não-ação estatal (direitos negativos).

Gabarito: A

26. (ESAF/EPPGG-MPOG/2009) A constituição material é o peculiar modo de existir


do Estado, reduzido, sob a forma escrita, a um documento solenemente
estabelecido pelo poder constituinte e somente modificável por processos e
formalidades especiais nela própria estabelecidos.

Esse é o conceito formal de constituição. O conceito material é aquele que se


preocupa somente com o conteúdo e não com a forma da norma.

Gabarito: Errado.

27. (ESAF/APOFP-SEFAZ-SP/2009) A Constituição Federal de 1988 é costumeira,


rígida e analítica.

O erro está em costumeira. Na verdade, a CF88 é escrita. Lembre-se:

A constituição - Formal (quanto ao conteúdo)


do Brasil é - Rígida (quanto à alterabilidade)
- Escrita (quanto à forma)
- Analítica (quanto à extensão)
- Dogmática (quanto ao modo de elaboração)
- Promulgada (quanto à origem)

Gabarito: Errado.

28. (ESAF/EPPGG-MPOG/2009) A constituição formal designa as normas escritas


ou costumeiras, inseridas ou não num documento escrito, que regulam a
estrutura do Estado, a organização dos seus órgãos e os direitos fundamentais.

Esse é o conceito material de constituição. A constituição formal é


necessariamente escrita.

Gabarito: Errado.

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29. (ESAF/AFRFB/2009) A constituição sintética, que é constituição negativa,
caracteriza-se por ser construtora apenas de liberdade negativa ou liberdade-
impedimento, oposta à autoridade.

A constituição negativa somente organiza o poder e resguarda as liberdades.


No Direito, uma ação negativa é, na verdade, uma omissão. Um não fazer.
Assim, a ação do Estado é limitada para resguardar as liberdades. Ele não
pode agir de forma que as prejudique.

Gabarito: Certo.

30. (ESAF/AFRFB/2009) A ideia e escalonamento normativo é pressuposto


necessário para a supremacia constitucional e, além disso, nas constituições
materiais se verifica a superioridade da norma magna em relação àquelas
produzidas pelo Poder Legislativo.

A primeira parte da questão está correta. Realmente, a ideia de


escalonamento normativo (colocar as normas em ordem de importância) é
necessária para a supremacia da constituição. Assim, a CF está no topo do
ordenamento jurídico e as demais normas estão abaixo dela. No entanto, a
supremacia da CF só pode ser verificada nas constituições formais.

Gabarito: Errado.

31. (ESAF/ PGFN/2007) Considera-se constituição não escrita a que se sustenta,


sobretudo, em costumes, jurisprudências, convenções e em textos esparsos,
formalmente constitucionais.

O único erro da questão é a palavra “formalmente”, usada ao invés da


palavra “materialmente”. Assim, a constituição não escrita possui apenas
normas materialmente constitucionais.

Gabarito: Errado.

32. (ESAF/SEFAZ-CE/2007) No que se refere à origem, a Constituição Federal de


1988 é considerada outorgada, haja vista ser proveniente de um órgão
constituinte composto de representantes eleitos pelo povo.

Quanto à origem, a CF88 é promulgada, justamente porque a Assembleia


Nacional Constituinte é um órgão que representa o povo. Dessa forma, foi o
próprio povo quem fez a Constituição (através de seus representantes).

Gabarito: Errado.

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33. (ESAF/SEFAZ-CE/2007) A constituição escrita apresenta-se como um conjunto
de regras sistematizadas em um único documento. A existência de outras
normas com status constitucional, per si, não é capaz de descaracterizar essa
condição.

A constituição escrita deve ser sistematizada em um único texto, não


podendo haver outras normas constitucionais.

Gabarito: Errado.

34. (ESAF/SEFAZ-CE/2007) As constituições dogmáticas, como é o caso da


Constituição Federal de 1988, são sempre escritas, e apresentam, de forma
sistematizada, os princípios e ideias fundamentais da teoria política e do direito
dominante à época.

A constituição dogmática é aquela que reflete os anseios e valores de uma


sociedade em um determinado momento do tempo. Justamente por isso, é
necessariamente escrita.

Gabarito: Certo.

35. (ESAF/SEFAZ-CE/2007) Nas constituições materiais, como é o caso da


Constituição Federal de 1988, as matérias inseridas no documento escrito,
mesmo aquelas não consideradas "essencialmente constitucionais", possuem
status constitucional.

A CF88 é formal e, realmente, todos os seus dispositivos possuem status


constitucional. Assim, o erro da questão está na palavra “materiais”.

Gabarito: Errado.

36. (ESAF/ENAP/2006) Constituições rígidas são as que possuem cláusulas


pétreas, que não podem ser modificadas pelo poder constituinte derivado.

A constituição rígida é aquela onde o procedimento de alteração de seu texto


é mais dificultoso do que o procedimento de alteração das leis
infraconstitucionais. Quanto às cláusulas pétreas, elas podem sim ser
modificadas. Podem, por exemplo, sofrer ampliação (que é um tipo de
modificação). A melhor doutrina entende que as cláusulas pétreas podem
inclusive ser restringidas, desde que devidamente. O que o art. 60 parágrafo
4o da CF veda é a ABOLIÇÃO/RESTRIÇÃO INDEVIDA das cláusulas pétreas.
Portanto, muita atenção aqui!

Gabarito: Errado.

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37. (ESAF - 2006 - CGU - Analista de Finanças e Controle - Área - Tecnologia da
Informação) Segundo a doutrina, não há relação entre a rigidez constitucional
e o princípio da supremacia da constituição.

Só existe a supremacia da Constituição se houver rigidez constitucional.


Assim, uma Constituição somente valerá mais do que as outras normas se o
procedimento para sua alteração for mais difícil do que o procedimento de
alteração de uma lei comum. Isso porque, se os procedimentos fossem
iguais, ao se alterar/criar uma lei com conteúdo contrário à CF, estaríamos
alterando também a própria Constituição.

Gabarito: Errado.

38. (ESAF - 2006 - CGU - Analista de Finanças e Controle - Área - Tecnologia da


Informação) Uma constituição rígida não pode ser objeto de emenda.

As constituições rígidas são aquelas que podem ser emendadas, mas


não por qualquer procedimento e sim por um procedimento especial,
mais difícil que a elaboração das leis infraconstitucionais (que estão
abaixo da CF).

Gabarito: Errado.

39. (ESAF - 2006 - CGU - Analista de Finanças e Controle - Área - Tecnologia da


Informação) Nem toda constituição classificada como dogmática foi elaborada
por um órgão constituinte.

Se a Constituição é dogmática, ela deve conter os


dogmas/aspirações/conceitos/vontades/valores de uma sociedade
em um determinado momento no tempo. Isso somente pode ser feito
por um órgão constituinte.

Gabarito: Errado.

40. (ESAF - 2005 - Receita Federal - Auditor Fiscal da Receita Federal) Uma
constituição não-escrita é aquela cujas normas decorrem de costumes e
convenções, não havendo documentos escritos aos quais seja reconhecida a
condição de textos constitucionais.

Apesar da divergência doutrinária, a Constituição será não escrita quando


não estiver consolidada em um texto único. Isso ocorre em duas hipóteses:
quando a CF realmente não está escrita em lugar nenhum ou quando está
escrita em textos esparsos.

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Gabarito: Errado.

41. (ESAF - 2004 - MPU - Analista - Administração) Constituições semirrígidas são


as constituições que possuem um conjunto de normas que não podem ser
alteradas pelo constituinte derivado.

As constituições semirrígidas são aquelas que possuem uma parte rígida e


outra parte flexível. Assim, uma parte dela é alterada por um procedimento
mais difícil do que o das leis infraconstitucionais e a outra parte é alterada
pelo mesmo procedimento das leis comuns.

Gabarito: Errado.

42. (ESAF - 2004 - MPU - Analista - Administração) Constituições populares são


aquelas promulgadas apenas após a ratificação, pelos titulares do poder
constituinte originário, do texto aprovado pelos integrantes da Assembleia
Nacional Constituinte.

As constituições populares são aquelas criadas pelo povo ou seus


representantes. A questão misturou conceitos e tentou confundir o candidato
com a Constituição cesarista: uma constituição que é outorgada pelo
governante, mas esse, posteriormente, a submete ao crivo popular.

Gabarito: Errado.

43. (ESAF - 2002 - MRE - Assistente de Chancelaria) A Constituição que é votada


por uma Assembléia composta de representantes do povo e que admite ser
modificada, exigindo porém um processo legislativo mais solene e dificultoso
do que aquele seguido para a edição de leis ordinárias é chamada de:

a) Constituição promulgada e rígida.

b) Constituição flexível e dogmática.

c) Constituição dogmática e semi-rígida.

d) Constituição promulgada e semi-rígida.

e) Constituição outorgada e rígida.

A Constituição promulgada é aquela feita pelo povo (no caso, seus


representantes). Já a Constituição rígida é aquela que pode ser alterada por
um procedimento mais difícil do que o das leis infraconstitucionais.

Gabarito: Gabarito: A.

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V. PODER CONSTITUINTE

O Poder Constituinte é o Poder de criar e de modificar uma Constituição. No


Brasil, a sua titularidade é sempre do POVO. Ou seja, o poder de criar e de
modificar a Constituição brasileira é sempre do povo.

Está previsto no art. 1o, parágrafo único da CF: “Todo o poder emana do povo,
que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos
desta Constituição.”

Assim, o dono do poder constituinte é sempre o povo, mas esse poder pode
ser exercido de duas formas: Indiretamente, ou seja, o povo elege os
representantes e estes exercem o poder (em nome do povo); ou
diretamente, através de institutos como sufrágio universal; o voto direto,
secreto e com valor igual para todos; o plebiscito; o referendo e a iniciativa
popular de lei.

Esquematizando:

PODER CONSTITUINTE
 É o poder de criar e modificar uma Constituição
 Titularidade: Povo
 Exercício do poder - Representantes do Povo (indiretamente)
- Povo (diretamente)

- Sufrágio universal
- Voto direto, secreto e igualitário
- Plebiscito
- Referendo
- Iniciativa popular de lei

O Poder constituinte pode ser dividido ainda em Originário, ou seja, aquele


que cria uma nova Constituição, e Derivado, ou seja, aquele que modifica a
atual Constituição.

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1. O PODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO

i. Instaura uma nova ordem jurídica rompendo por total com a anterior

ii. Tem natureza PRÉ JURÍDICA (pré=antes; jurídica=direito). Assim, o


poder constituinte originário, segundo a corrente positivista, vem antes
mesmo da ordem jurídica do Estado. É ele quem cria o Direito de um
determinado Estado.

Existe uma outra corrente, chamada de jus naturalismo e que não é


adotada no Brasil, que defende que o poder constituinte originário
deve obedecer a algumas normas do chamado “direito natural” (um
direito que vem antes do próprio Estado).

iii. Não tem forma pré-definida: pode ser exercido por uma Assembleia
Nacional Constituinte, revolução, ou qualquer outro meio que crie uma
Constituição.

iv. NÃO cabe alegar - direito adquirido frente à nova CF.


- ato jurídico perfeito (ao constituinte originário)
- coisa julgada

De forma bem resumida:

o Ato jurídico perfeito: é aquele que cumpriu todos os requisitos para seu
aperfeiçoamento, segundo a lei vigente à época que se realizou;

o Coisa julgada: é aquela ação que o poder judiciário já julgou e contra a qual não
cabe mais recurso;

o Direito adquirido: é aquele direito que já foi incorporado ao patrimônio jurídico


de uma pessoa, independentemente de já ter sido exercido ou não. Exemplo: se
uma pessoa já cumpriu todos os requisitos para se aposentar, mesmo que ela não
tenha efetivamente se aposentado, ela já tem o direito adquirido à aposentadoria.

v. Outros nomes do Poder - De 1º grau


Constituinte Originário - Constituinte
- Primário

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- Inicial - é a base do ordenamento jurídico;


- Autônomo - não se submete a nenhum outro
poder;
- Ilimitado - Não sofre nenhuma limitação imposta
Características do por norma de direito positivo anterior. Lembre-se de
Poder Constituinte que este poder não precisa nem mesmo respeitar o
Originário direito adquirido, o ato jurídico perfeito ou a coisa
julgada;
- Incondicionado – inexiste qualquer procedimento
formal pré-estabelecido para que ele se manifeste;
- Permanente – não se esgota no momento de seu
exercício. Dessa forma, ele continua a existir, mesmo
depois de elaborada a Constituição.

O Poder Constituinte Originário ainda se subdivide em dois:

a) Histórico: aquele que cria uma Constituição pela primeira vez.

Ex: CF de 1824. O Brasil era uma colônia de Portugal e não tinha


soberania. Assim, o Brasil não era um Estado e não tinha Constituição
própria. Quando ocorreu a independência do Brasil em 1822, nosso país
passou a possuir, pela primeira vez, os três requisitos para se tornar um
Estado: povo, soberania e território. Dessa forma, a CF de 1824
organizou pela primeira vez o Estado brasileiro, sendo a única
constituição brasileira que utilizou o poder constituinte originário
histórico.

b) Revolucionário: aquele que cria todas as demais constituições.

Ex: 1891, 1934, 1937, 1946, 1967, 1988.

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2. O PODER CONSTITUINTE DERIVADO

Já o poder constituinte derivado é o poder de se modificar uma constituição.


Ao contrário do originário, este poder é limitado e condicionado aos
procedimentos impostos pela própria CF.

 Outros nomes do Poder - De 2º grau


Constituinte Derivado - Constituído
- Secundário
- Instituído

A CF pode ser modificada através de dois procedimentos: a Emenda


Constitucional e a Revisão Constitucional.

a) Emenda Constitucional: é a modificação do texto da CF através do


procedimento previsto no art. 60, § 2º, ou seja, 2 turnos de votação e
aprovação por 3/5 dos votos em cada Casa do Congresso Nacional.
Este tipo de reforma pode ser feita a qualquer tempo e pode ser
proposta por:

- 1/3 da Câmara dos Deputados

- 1/3 do Senado Federal

- Presidente da República

- Mais da metade das assembleias legislativas, manifestando-se


cada uma delas pela maioria relativa de seus membros.

b) Revisão Constitucional: é a modificação do texto da CF através do


procedimento previsto no art. 3º do ADCT (Ato Das Disposições
Constitucionais Transitórias). A Revisão Constitucional é um
procedimento mais simplificado de alteração da CF e só pode ser feito
uma ÚNICA vez: 5 anos após a promulgação da CF. Dessa forma, este
tipo de reforma não pode mais ser feito.

A título de curiosidade, apenas 6 emendas de revisão foram feitas.


Confira aqui: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/ECR/quadro_ecr.htm

O procedimento a ser seguido é a aprovação por maioria absoluta e


sessão unicameral.

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Por fim, vale lembrar que os estados não podem ter esse tipo de reforma
constitucional.

Existe ainda um outro tipo de Poder Constituinte Derivado: o Decorrente.


Este é o poder de os Estados-Membros se auto-organizarem, ou seja, de
elaborarem as suas respectivas constituições estaduais. O poder constituinte
derivado decorrente está previsto no art. 11 do ADCT e, além disso, duas
observações são importantes:

a) O DF não tem constituição estadual (com esse nome). Ele possui uma
Lei Orgânica, que tem status de constituição estadual e é fruto do
poder constituinte derivado decorrente.

b) Os municípios não possuem o Poder Constituinte Derivado


Decorrente. Assim, as Leis Orgânicas Municipais não possuem status de
constituição do município.

Essa classificação do poder constituinte é a mais utilizada pelas bancas. No


entanto, existe outra classificação parecidíssima e que vira e mexe cai em
prova. Na verdade, os conceitos permanecem os mesmos e as informações
também. Apenas a nomenclatura muda um pouco. Observe o esquema abaixo.

Esquematizando:

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- Originário - Histórico - Que estrutura o Estado pela 1ª vez
- O “verdadeiro originário”
- 1824

- Revolucionário - Todos os demais


- 1891, 1934, 1937, 1946, 1967, 1988

- - Reformador - Modificar a CF pela EC


- Procedimento mais difícil
Poder
- EC (2T e 3/5)
Constituinte - Único meio possível de modificar formalmente a CF
atualmente
- Reprodução obrigatória nos Estados
- Promulgada pelas Mesas da CD + SF
- Legitimados - 1/3 CD ou SF
para propor - Presidente da República
PEC - + da 1/2 das assembleias legislativas,
manifestando-se cada uma delas pela
maioria relativa de seus membros.
- Derivado
- Revisão Constitucional
- Também modifica o texto da CF
- Procedimento + simples
- Maioria Absoluta
- 5 anos após a promulgação da CF88
- Revisor - Não pode mais ser feito
- Sessão unicameral
- art. 3º ADCT
- Tinha limites formais e materiais
- Estados NÃO podem ter esse tipo de reforma const
- Promulgadas pela MesaCN

- Decorrente - Auto-organização
- Elaborar as CEs

o Outra classificação importante:


 Poder - Originário • Histórico
Constituinte • Revolucionário
- Derivado • Reformador • De Emenda
• De Revisão
• Decorrente

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3. O PODER CONSTITUINTE DIFUSO

Essa é uma classificação bastante incomum do poder constituinte, mas, às


vezes, é cobrada nas provas. Antes de vê-la, devemos ter em mente dois
conceitos importantíssimos e que SEMPRE são cobrados:

Reforma e mutação constitucional

A Constituição pode ser alterada de duas formas. A primeira delas é a


modificação do texto da Carta Magna, ou seja, há um procedimento formal que
atinge o texto da CF por meio de uma Emenda Constitucional ou pela
Emenda de Revisão. Esse tipo de modificação é chamado de reforma
constitucional.

A segunda forma de se modificar a Constituição é através da mudança do


sentido do seu texto, sem atingir a letra da Lei Maior. Assim, ocorrem
atualizações não formais da CF derivadas da evolução dos costumes e valores
da sociedade, não atingindo o seu texto. Esse tipo de modificação da
Constituição é chamado de mutação constitucional.

 Exemplo de reforma constitucional: o texto original do artigo 16 da


CF era o seguinte: “A lei que alterar o processo eleitoral só entrará em
vigor um ano após sua promulgação.”

Após a Emenda Constitucional nº 4, de 1993, o texto passou a ser o


seguinte: “Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor
na data de sua publicação, não se aplicando à eleição que ocorra até um
ano da data de sua vigência.”

Estão vendo? Há uma alteração no próprio texto da CF. Ela é reescrita.

 Já um exemplo de mutação constitucional foi a nova interpretação


dada ao art. 226, § 3º da CF88. Observe o texto daquele dispositivo:

Art. 226, § 3º - Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união


estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a
lei facilitar sua conversão em casamento.

Antigamente, para fins deste artigo, somente se considerava a união


estável entre um homem e uma mulher. No entanto, o Supremo Tribunal

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Federal deu novo entendimento a esse dispositivo para incluir os casais
homossexuais (ADI 4277/DF e ADPF 132/RJ).

Perceberam? O texto da Constituição não foi modificado, mas o seu


sentido mudou completamente. Ocorreu uma mutação constitucional.

Agora que você já sabe o que é a mutação constitucional, saiba que o poder
constituinte difuso é o poder que os agentes políticos possuem para promover
a mutação constitucional, ou seja, de dar uma nova interpretação a um termo
da Constituição, sem alterar seu texto.

4. LIMITES AO PODER DE REFORMA

As emendas constitucionais devem obedecer a alguns limites impostos pelo


Poder Constituinte Originário. Esses limites podem estar expressos, ou seja,
escritos na própria Constituição, ou ainda implícitos, ou seja, não estão
escritos na CF, mas decorrem de sua leitura e interpretação.

4.1 OS LIMITES EXPRESSOS

Os limites ao poder de reforma que estão expressos no texto constitucional


podem ser de quatro tipos: circunstanciais, temporais, formais ou materiais.

I. Limites circunstanciais: são determinados contextos onde a


Constituição não pode ser alterada. A CF prevê que não poderá
haver alterações em seu texto na vigência de intervenção
federal, de estado de defesa ou de estado de sítio.

Essa limitação se justifica porque esses são contextos de grave


comoção nacional, onde se pode, facilmente, fazer modificações
oportunistas na CF (que estão em desacordo com os direitos
fundamentais, por exemplo).

II. Limites temporais: os limites temporais se relacionam a períodos


de tempo nos quais a Constituição não pode ser emendada. Exemplo:
“durante xyz anos, a Constituição não poderá ser emendada.”
Observe que NÃO EXISTEM limitações temporais na CF88.

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Muito cuidado para não confundir a limitação temporal com o prazo
de cinco anos para a revisão constitucional (que não é uma
limitação temporal). Explicando: o artigo 3º do ADCT trouxe a
possibilidade de se fazer, após 5 anos da promulgação da CF88,
uma modificação “simplificada” da CF. Ao invés do procedimento
normal, ou seja, 2 turnos de votação e aprovação de 3/5 dos votos
em cada Casa do Congresso Nacional, as emendas de revisão
poderiam ser aprovadas por maioria absoluta e sessão
unicameral.

Mas Roberto, se eu devo esperar 5 anos para fazer a revisão


constitucional, isso não seria uma limitação temporal? NÃO! Isso
porque, durante os cinco primeiros anos, a Constituição poderia ser
emendada normalmente, desde que fosse seguido o procedimento da
emendas constitucionais comuns: 2 turnos de votação e aprovação
de 3/5 dos votos em cada Casa do CN.

III. Limites materiais: os limites materiais são conteúdos que possuem


regras especiais. Observe o artigo 60, § 4º:

Art. 60, § 4º - Não será objeto de deliberação a proposta de emenda


tendente a abolir:
I - a forma federativa de Estado;
IV - os direitos e garantias individuais.
II - o voto direto, secreto, universal e periódico;
III - a separação dos Poderes;

Essas são as famosas CLÁUSULAS PÉTREAS: a forma federativa de


Estado, o voto direto, secreto, universal e periódico, a separação dos
Poderes e os direitos e garantias INDIVIDUAIS (os direitos sociais,
políticos e dos partidos políticos não são cláusulas pétreas).

Um mnemônico bastante útil para saber quais são as cláusulas


pétreas é o FO-DI-VO-SE.

A expressão “não será objeto de deliberação” significa que não


poderá sequer tramitar em qualquer das Casas do CN uma PEC
(Proposta de Emenda à Constituição) que desrespeite esse
dispositivo.

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Já a expressão “tendente a abolir” significa que não pode haver PEC
que tenda a suprimir, restringir indevidamente ou que viole a
essência dessas matérias. Observe que uma cláusula pétrea pode
sim ser modificada, desde que seja protegido o seu núcleo
essencial.

Pode-se, por exemplo, aumentar o número de direitos individuais, ou


fortalecer a forma federativa de Estado. Pode-se até enfraquecer
uma cláusula pétrea, DESDE QUE DEVIDAMENTE. Exemplo: se
for adicionado um direito individual que entre em confronto com
outro direito individual (ex: direito à intimidade e à liberdade de
expressão), deve-se interpretar a Constituição de forma que os dois
direitos se equilibrem, podendo, desde que devidamente e
obedecendo o princípio da razoabilidade, diminuir o alcance de um
deles em prol do outro.

IV. Limites formais: Os limites formais se referem ao procedimento


pelo qual as emendas constitucionais devem passar para que tenham
formação regular. Eles podem ser em relação aos legitimados para
propor uma EC, ao quórum de votação, à promulgação e à
irrepetibilidade. Vamos estudar cada uma delas:

a) Legitimados para propor PEC: são apenas quatro os


legitimados para propor uma Emenda Constitucional
(IMPORTANTÍSSIMO!):
o Presidente da República;
o 1/3 da Câmara dos Deputados
o 1/3 do Senado Federal;
o Mais da metade das Assembleias Legislativas das unidades da
Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria
relativa de seus membros.

b) Quórum de votação: para ser válida, a PEC deve ser votada em


2 turnos de votação e aprovada por 3/5 dos membros em cada
uma das Casas do Congresso Nacional.

Observe ainda que o quórum de 3/5 é de repetição obrigatória


nos estados, mas não o é no DF e nos municípios. Isso ocorre
porque estes não possuem Constituição e sim uma Lei Orgânica,
que deve ser votada em dois turnos, com o interstício mínimo de

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dez dias, e aprovada por 2/3 dos membros da Câmara Municipal
ou da Câmara Legislativa do DF.

c) Promulgação: as emendas constitucionais serão promulgadas


pelas Mesas da Câmara e do Senado. Lembre-se de que
NÃO HÁ SANÇÃO DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA EM PEC
(essa informação é muito cobrada em provas!).

d) Irrepetibilidade em PEC: a CF estabelece que a PEC rejeitada


ou prejudicada não pode ser objeto de nova PEC na mesma
sessão legislativa.

4.2 OS LIMITES IMPLÍCITOS

Os limites implícitos são aqueles que, embora não estejam escritos na


Constituição, podem ser depreendidos de sua leitura, tais como:

 A titularidade do poder constituinte originário e derivado, que será


sempre do povo.

 O processo de modificação da Constituição não pode ser alterado.


Dessa forma, não pode haver uma Emenda Constitucional mudando o
procedimento de alteração da CF para 3 turnos (ao invés de 2) ou
aprovação por maioria absoluta (ao invés dos 3/5).

 Não pode ser criada uma nova Revisão Constitucional. Assim, a


única hipótese deste tipo de revisão já foi exaurida e não se pode criar
outra por Emenda Constitucional.

 Vedação à dupla revisão: como vimos, não pode haver uma PEC
tendente a abolir as cláusulas pétreas. Uma parte da doutrina defendia
que esse dispositivo poderia ser “contornado” se fosse feita uma Emenda
Constitucional revogando o artigo que fala das cláusulas pétreas e depois
fosse feita outra Emenda Constitucional abolindo aquelas matérias.

Essa seria a dupla revisão: primeiro se faz uma EC revogando o artigo


60, § 4º; segundo, se faz uma outra EC restringindo aquelas matérias
que eram protegidas e não são mais (pois o artigo estaria revogado).
Atenção porque a dupla revisão não pode ser feita no Brasil!

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EXERCÍCIOS (Lembre-se de que ao final do curso faremos os
exercícios mais recentes da ESAF)

44. (ESAF – 2012 – MDIC – Analista de Comércio Exterior) O Poder Constituinte é


a manifestação soberana da suprema vontade política de um povo, social e
juridicamente organizado. A respeito do Poder Constituinte, é correto afirmar
que

a) no Poder Constituinte Derivado Reformador, não há observação a regulamentações


especiais estabelecidas na própria Constituição, vez que com essas limitações não
seria possível atingir o objetivo de reformar.

b) o Poder Constituinte Originário é condicionado à forma prefixada para manifestar


sua vontade, tendo que seguir procedimento determinado para realizar sua
constitucionalização.

c) no Poder Constituinte Derivado Decorrente, há a possibilidade de alteração do texto


constitucional, respeitando-se a regulamentação especial prevista na própria
Constituição. No Brasil é exercitado pelo Congresso Nacional.

d) as formas básicas de expressão do Poder Constituinte são outorga e convenção.

e) o Poder Constituinte Originário não é totalmente autônomo, tendo em vista ser


necessária a observância do procedimento imposto pelo ordenamento então vigente
para sua implantação.

Item A – ERRADO. O poder constituinte derivado (tanto revisor quanto


reformador) é limitado e condicionado. Assim, ele deve obedecer aos
procedimentos e limites ditados pelo constituinte originário.

Item B – ERRADO. O poder constituinte originário é incondicionado. Dessa


forma, inexiste qualquer procedimento formal pré-estabelecido para que ele
se manifeste.

Item C – ERRADO. O poder constituinte derivado decorrente é o poder de os


Estados-Membros se auto-organizarem, ou seja, de elaborarem as suas
respectivas constituições estaduais. Dessa forma, ele é exercitado pelos
estados e não pela União (Congresso Nacional).

Item D – CERTO. Pegadinha da ESAF! A convenção é o outro nome da


Assembleia Nacional constituinte. É isso mesmo. A Constituição pode vir do
povo (promulgada) ou pode ser imposta pelo soberano/ditador (outorgada).

Item E – ERRADO. Mesmo havendo doutrina contrária, o posicionamento


majoritário é que o poder constituinte originário é totalmente ilimitado e

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NÃO sofre nenhuma limitação imposta por norma de direito positivo anterior.
Lembre-se de que este poder não precisa nem mesmo respeitar o direito
adquirido, o ato jurídico perfeito ou a coisa julgada.

Gabarito: D.

45. (ESAF - 2012 - MI - Nível Superior) A Constituição Federal é a norma


fundamental de nosso ordenamento jurídico desde que não revele
incompatibilidade com os tratados internacionais de direitos humanos
pactuados pelo País.

Nenhuma norma é hierarquicamente superior à Constituição Federal, nem


mesmo os tratados internacionais de direitos humanos. Esses tratados
podem, na melhor das hipóteses, ser equivalentes às emendas
constitucionais, aplicando-se todos os limites implícitos e explícitos no texto
constitucional.

Gabarito: Errado.

46. (ESAF - 2012 - PGFN - Procurador) Sobre o poder constituinte, é incorreto


afirmar que

a) o poder constituinte originário é inicial, ilimitado e incondicionado.

b) o poder constituinte derivado é limitado e condicionado.

c) o poder constituinte decorrente, típico aos Estados Nacionais unitários, é limitado,


porém incondicionado.

d) os limites do poder constituinte derivado são temporais, circunstanciais ou


materiais.

e) a soberania é atributo inerente ao poder constituinte originário.

Estados unitários são aqueles não divididos em entes federados. Se ele não
possui entes federados, não existe o poder constituinte derivado decorrente,
que confere a estes entes o poder de se auto-organizarem.

Gabarito: C.

47. (ESAF - 2009 - MPOG - Especialista em Políticas Públicas e Gestão


Governamental) Sob o ponto de vista jurídico, a supremacia da Constituição
sob os aspectos formal e material se apoia na regra da rigidez decorrente da
maior dificuldade para modificação da Constituição do que para a alteração das
demais normas jurídicas.

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Esta afirmação só está certa sob o ponto de vista formal. Materialmente, a
supremacia da Constituição viria somente da importância do assunto tratado
no seu texto. Perceba que, no Brasil, o conceito material não é adotado.
Qualquer norma que esteja no texto da CF88 (independentemente do assunto
que trata) é hierarquicamente superior às outras e só será modificada com o
processo mais dificultoso, descrito no texto constitucional (2 turnos em cada
Casa do CN e 3/5 dos votos).

Gabarito: Errado.

48. (ESAF/AFRFB/2009) O Poder Constituinte Originário é ilimitado e autônomo,


pois é a base da ordem jurídica.

Realmente o constituinte originário é ilimitado e autônomo. Mas a definição


trazida pela questão foi errada. Ilimitado e autônomo significam que ele não
sofre limitação alguma para seu exercício. O fato de ser a base da ordem
jurídica se dá porque o constituinte originário é INICIAL.

Gabarito: Errado.

49. (ESAF/AFRFB/2009) O Poder Constituinte Derivado decorrente consiste na


possibilidade de alterar-se o texto constitucional, respeitando-se a
regulamentação especial prevista na própria Constituição Federal e será
exercitado por determinados órgãos com caráter representativo.

Quem altera o texto constitucional é o poder constituinte derivado


reformador ou o revisor. O poder decorrente é o poder dos estados-membros
elaborarem suas constituições estaduais.

Gabarito: Errado.

50. (ESAF/AFRFB/2009) A outorga, forma de expressão do Poder Constituinte


Originário, nasce da deliberação da representação popular, devidamente
convocada pelo agente revolucionário.

A outorga se dá sem a participação popular. Nela, a constituição é imposta.


Seu oposto seria a promulgação que é a Constituição elaborada com a
participação popular.

Gabarito: Errado.

51. (ESAF/AFRFB/2009) O Poder Constituinte Derivado decorre de uma regra


jurídica de autenticidade constitucional.

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A própria Constituição estabelece como ela será alterada em seu art. 60 e
também no art. 3º do ADCT. Além disso, o poder constituinte derivado
decorrente está previsto no art. 11 do ADCT.

Gabarito: Certo.

52. (ESAF/SEFAZ-CE/2007) A revisão constitucional prevista por uma Assembleia


Nacional Constituinte, possibilita ao poder constituinte derivado a alteração do
texto constitucional, com menor rigor formal e sem as limitações expressas e
implícitas originalmente definidas no texto constitucional.

Realmente, a revisão constitucional é um procedimento mais simplificado do


que a emenda constitucional. No entanto, os limites expressos e implícitos
devem sim ser obedecidos.

Gabarito: Errado.

53. (ESAF/SEFAZ-CE/2007) Entre as características do poder constituinte


originário destaca-se a possibilidade incondicional de atuação, ou seja, a
Assembléia Nacional Constituinte não está sujeita a forma ou procedimento
pré-determinado.

O poder constituinte originário é incondicionado e ilimitado. Vamos revisar as


características deste poder:

- Inicial - é a base do ordenamento jurídico;


- Autônomo - não se submete a nenhum outro poder;
- Ilimitado - Não sofre nenhuma limitação imposta por
Características do norma de direito positivo anterior. Lembre-se de que este
Poder Constituinte poder não precisa nem mesmo respeitar o direito
Originário adquirido, o ato jurídico perfeito ou a coisa julgada;

- Incondicionado – inexiste qualquer procedimento


formal pré-estabelecido para que ele se manifeste;

- Permanente – não se esgota no momento de seu


exercício. Dessa forma, ele continua a existir, mesmo
depois de elaborada a Constituição.

Gabarito: Certo.

54. (ESAF - 2006 - CGU - Analista de Finanças e Controle - Área - Correição) A


existência de um poder constituinte derivado decorrente não pressupõe a
existência de um Estado federal.

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O poder constituinte derivado decorrente é justamente o poder de os estados
membros da federação elaborarem as suas constituições estaduais. Assim,
para que haja uma Constituição Estadual, deve haver primeiro um estado
membro (característica do estado federal).

Gabarito: Errado.

55. (ESAF/ENAP/2006) No caso brasileiro, a titularidade da soberania, por


expressa previsão constitucional, é do Estado brasileiro.

A titularidade da soberania no Brasil é do Povo, por expressa determinação


da CF88: art. 1o Parágrafo único: “Todo o poder emana do povo (...)”.

Gabarito: Errado.

56. (ESAF/AFRF/2005) O poder constituinte originário é inicial porque não sofre


restrição de nenhuma limitação imposta por norma de direito positivo anterior.

Esse é o conceito de “ilimitado”. A qualidade de inicial se dá porque o


constituinte originário inaugura uma nova ordem jurídica.

Gabarito: Errado.

57. (ESAF - 2004 - CGU - Analista de Finanças e Controle) Analise as assertivas a


seguir, relativas ao poder constituinte e princípios constitucionais, e marque
com V as verdadeiras e com F as falsas; em seguida, marque a opção correta.

( ) Segundo a melhor doutrina, a característica de subordinado do poder constituinte


derivado refere-se exclusivamente à sua sujeição às regras atinentes à forma
procedimental pela qual ele irá promover as alterações no texto constitucional.

( ) O plebiscito consiste em uma consulta feita ao titular do poder constituinte


originário, o qual, com sua manifestação, irá ratificar, ou não, proposta de emenda à
constituição ou projeto de lei já aprovado pelo Congresso Nacional.

( ) Segundo precedente do STF, no caso brasileiro, não é admitida a posição


doutrinária que sustenta ser o poder constituinte originário limitado por princípios de
direito suprapositivo.

( ) Segundo a melhor doutrina, a aprovação de emenda constitucional, alterando o


processo legislativo da própria emenda, ou revisão constitucional, tornando-o menos
difícil, não seria possível, porque haveria um limite material implícito ao poder
constituinte derivado em relação a essa matéria.

( ) Segundo a melhor doutrina, o art. 3º do Ato das Disposições Constitucionais


Transitórias da Constituição Federal de 1988 (CF/88), que previa a revisão
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constitucional após cinco anos, contados de sua promulgação, é uma limitação
temporal ao poder constituinte derivado.

a) F, F, V, F, F

b) F, F, V, V, F

c) V, F, F, F, F

d) F, V, V, V, V

e) V, F, F, V, V

Item A – ERRADO. O poder constituinte derivado possui tanto limitações


materiais quanto limitações formais, ou seja, tanto regras procedimentais
quanto regras em relação ao conteúdo.

Item B – ERRADO. Ratificar é o mesmo que confirmar / validar / referendar.


Assim, o instrumento que faz isso é o REFERENDO. Já o plebiscito é uma
consulta prévia ao povo, ou seja, antes da aprovação da lei ou da Emenda
Constitucional.

Item C – CERTO. O poder constituinte originário é ilimitado e o Supremo


adota a corrente POSITIVISTA, onde o poder constituinte não pode ser
limitado por nenhuma força anterior à própria Constituição.

Item D – CERTO. O poder constituinte derivado não pode alterar o


procedimento de reforma da Constituição. Isso não está escrito na CF, mas
está implícito.

Item E – ERRADO. A limitação temporal ocorre quando a Constituição deve


ficar um período sem ser emendada. Desde o dia em que a cf88 foi
promulgada, ela já poderia ser emendada por meio da Emenda Constitucional
(normal – 2 turnos e 3/5 dos votos). Assim, não existem limites temporais
ao poder constituinte derivado.

Gabarito: B.

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VI. EFICÁCIA E APLICABILIDADE DAS NORMAS
CONSTITUCIONAIS

Nós sabemos que a CF88 é uma constituição do tipo formal, onde só é


considerado “constituição” aquilo que está escrito em seu texto ou o que pode
ser depreendido de sua leitura. Assim, todas as normas presentes na
constituição possuem a mesma hierarquia e o mesmo status constitucional.

No entanto, algumas normas possuem mais eficácia do que outras. ATENÇÃO:


isso não significa que elas possuem hierarquia diferente, mas tão
somente que possuem mais efeitos!!

Todas as normas constitucionais possuem o mesmo status, não


havendo normas hierarquicamente superiores às outras.

As normas constitucionais podem ser classificadas, quanto à sua eficácia


(efeitos) em:

a) Normas de Eficácia Plena: possuem efeitos completos desde a edição


da CF88, não necessitando de regulamentação por parte de uma lei.

Exemplo: Homens e mulheres são iguais nos termos desta CF (art. 5 o,I).
Outro exemplo são os remédios constitucionais, como o Habeas Corpus
ou o Habeas Data.

b) Normas de Eficácia Contida ou Prospectiva: são normas que


possuem efeitos completos. No entanto, uma lei posterior pode limitar
seus efeitos. Assim, um efeito que antes era amplo, torna-se mais
limitado.

Exemplo: “livre exercício de profissão, nos termos da lei” (art. 5o, XIII).
Pode-se exercer qualquer tipo de profissão, independentemente de
autorização do governo ou de preenchimento de requisitos. No entanto,
uma lei posterior pode vir depois e exigir condições para o exercício da
profissão. Nesse caso, o direito que era amplo, passa a ser mais restrito.

Como exemplo, desde a promulgação da CF, qualquer um pode exercer a


profissão de borracheiro, sem ter que preencher nenhum requisito ou
obter autorização. No entanto, se uma lei for promulgada e regulamentar
a profissão de borracheiro, em tese, ela pode exigir que, a partir daquele

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momento, essa profissão só poderá ser exercida por profissional com
curso em engenharia mecânica. Estão vendo? Um direito que era
amplo passa a ser mais restrito.

Uma importante e recente observação: Nem todos os ofícios ou


profissões podem ser condicionadas ao cumprimento de condições legais
para o seu exercício. A regra é a liberdade. Apenas quando houver
potencial lesivo na atividade é que pode ser exigida inscrição em
conselho de fiscalização profissional (RE 509409/SP).

c) Normas de eficácia Limitada ou de Aplicabilidade


mediata/reduzida/diferida: Não produz efeitos completos até que
norma infraconstitucional a regulamente. Geralmente, ela vem
acompanhada das expressões “nos termos da lei” ou “lei disporá sobre”.

Ex: art. 5o, VII – “é assegurada, nos termos da lei, a prestação de


assistência religiosa nas entidades civis e militares de internação
coletiva”. A norma só terá efeitos completos quando uma lei
efetivamente regulamentar como será essa prestação de assistência
religiosa.

Uma observação importante é que as normas de eficácia limitada


possuem sim efeitos, eles apenas não são completos! Dessa forma,
essas normas possuem efeitos como servir de parâmetro para
interpretação constitucional, condicionar legislação futura a se adequar a
elas, servir de parâmetro para o controle de constitucionalidade e
estabelecer um dever para o legislador ordinário.

As normas de eficácia limitada ainda são divididas em normas


Programáticas e de Princípio Institutivo (ou organizativo). As
normas Programáticas são as que estabelecem princípios e programas a
serem implementados pelo Estado. Já as de princípio institutivo (ou
organizativas) são as que trazem esquemas gerais de estruturação de
instituições e órgãos.

Cuidado! Aplicabilidade imediata não é o mesmo que norma de eficácia plena.


José Afonso da Silva classifica as normas assim:

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1 - Normas de aplicabilidade imediata e eficácia plena

2 - Normas de aplicabilidade imediata e eficácia contida

3 - Normas de aplicabilidade reduzida e eficácia limitada

 Preâmbulo

O Preâmbulo é a parte logo no início da Constituição, que diz assim:

“Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembléia Nacional Constituinte


para instituir um Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos
sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a
igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e
sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e
internacional, com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção
de Deus, a seguinte CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL.”

O Preâmbulo não possui relevância jurídica e não é norma de


reprodução obrigatória nas Constituições Estaduais.

 ADCT

Quando uma nova Constituição é criada, a transição entre a Constituição


antiga e a nova é um verdadeiro caos. Assim, para regular essa transição e
para garantir que ela seja menos tormentosa, existe o Ato das Disposições
Constitucionais Transitórias. O ADCT possui eficácia jurídica e vale como
qualquer outro artigo da CF88. Da mesma forma, seu texto somente pode
ser alterado através da Emenda Constitucional.

 As normas que instituem os direitos e garantias fundamentais

O §1º do art. 5º diz que “as normas definidoras dos direitos e garantias
fundamentais têm APLICAÇÃO IMEDIATA”.

Atenção: o STF já decidiu que nem todos os direitos fundamentais são normas
de eficácia plena. Existem os três tipos de normas de direitos e garantias
fundamentais: plena, contida e limitada. Dessa forma, você deverá ter a
sensibilidade para saber se a questão está te cobrando o texto da Constituição
ou a jurisprudência do STF.

Esquematizando:

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 CF88 é formal e todas as normas possuem o mesmo status / hierarquia
o Porém, existem diferentes tipos de eficácia das normas constitucionais
Eficácia - Plena
- Contida
- LTDA - Normas de Conteúdo programático
- Normas de princípio institutivo / organizativo / de conteúdo orgânico
OBS: Não há hierarquia entre elas. As diferenças se baseiam nos EFEITOS
a) Eficácia plena
 Produzem todos os seus efeitos no momento em que a nova CF entra em vigor
 Não necessita de lei que a complete
 Ex: Homens e mulheres são iguais nos termos desta CF (art. 5o, I)
b) Eficácia contida ou prospectiva
 Produz todos os efeitos até que a norma infraconstitucional a restrinja
 Lei pode vir depois e restringir o que era amplo
 Ex: livre exercício de profissão, nos termos da lei (5º, XIII)
 Ex: entrada e saída de bens do território nacional, nos termos da lei (5º, XV)
c) Eficácia LTDA / Aplicabilidade mediata / reduzida / diferida
 Não produz efeitos completos* até que norma infraconstitucional a regulamente
o Produz alguns poucos - Estabelecer um dever para o legislador ordinário
efeitos como - Servir de parâmetro para interpretação
- Condicionar legislação futura a se adequar a elas
- Controle de constitucionalidade
c.1) Conteúdo programático: princípios e programas a serem implementados pelo Estado
c.2) Normas de princípio institutivo / organizativo / de conteúdo orgânico: esquemas
gerais de estruturação de instituições e órgãos.
 A regra é a liberdade. Apenas quando houver potencial lesivo na atividade é que pode ser
exigida inscrição em conselho de fiscalização profissional (RE 509409/SP).

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EXERCÍCIOS (Lembre-se de que ao final do curso faremos os
exercícios mais recentes da ESAF)

58. (ESAF - 2012 - PGFN - Procurador) Na tradição da doutrina norte-americana,


incorporada por diversos autores brasileiros, as normas não autoaplicáveis são
aquelas que independem de regulação infraconstitucional para a sua plena
eficácia.

Atenção para o termo “independem”. É exatamente ao contrário. As normas


não autoaplicáveis dependem de leis infraconstitucionais para alcançarem
plenos efeitos. Elas também são conhecidas como normas de eficácia
limitada.

Gabarito: Errado.

59. (ESAF - 2012 - PGFN - Procurador) “Norma de eficácia limitada”, ou “norma de


eficácia relativa”, é aquela que depende de legislação infraconstitucional para a
sua plena eficácia.

As normas de eficácia limitada honram o seu nome: o direito trazido por elas
não é plenamente exercível, pois ele ainda será regulado por uma lei
infraconstitucional. Isso não significa que a norma não tem aplicabilidade
enquanto a referida lei não for criada! Seus efeitos só não serão plenos.

Gabarito: Certo.

60. (ESAF - 2012 - PGFN - Procurador) “Norma de eficácia contida”, ou “norma de


eficácia restringível”, é aquela que independe de regulação infraconstitucional
para a sua plena eficácia, porém pode vir a ter a sua eficácia ou o seu alcance
restringido por legislação infraconstitucional.

Essa é uma definição resumida das normas de eficácia contida. Elas


constituem um direito amplo e plenamente exercível, mas suscetível a
limitações impostas por leis posteriores.

Gabarito: Certo.

61. (ESAF/PFN/2006) Uma norma constitucional programática pode servir de


paradigma para o exercício do controle abstrato de constitucionalidade.

Apesar das normas programáticas não produzirem plenos efeitos


imediatamente, elas podem sim ser usadas como parâmetro para o controle
de constitucionalidade, tanto concentrado como difuso. Daí que as normas de

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eficácia limitada possuem sim efeitos. No entanto, elas não possuem efeitos
COMPLETOS.

Gabarito: Certo.

62. (ESAF/Advogado-IRB/2006) Uma norma constitucional classificada quanto à


sua aplicabilidade como uma norma constitucional de eficácia contida não
possui como característica a aplicabilidade imediata.

As normas de eficácia contida, assim como as de eficácia plena, possuem


aplicabilidade imediata. No entanto, pode haver norma infraconstitucional
posterior que a restrinja.

Gabarito: Errado.

63. (ESAF - 2005 - Receita Federal - Auditor Fiscal da Receita Federal) O art. 5º,
inciso XXII, da Constituição Federal de 1988, que estabelece "Art. 5º [...]
inciso XXII - é garantido o direito de propriedade", é uma norma constitucional
de eficácia contida ou restringível.

O direito de propriedade pode ser plenamente exercido quando da entrada da


Constituição. No entanto, ele pode ser restringido por lei posterior, típico
exemplo de norma de eficácia contida.

Gabarito: Certo.

64. (ESAF/AFRF/2003) Os princípios da Constituição que se classificam como


cláusulas pétreas são hierarquicamente superiores às demais normas
concebidas pelo poder constituinte originário.

Todas as normas constitucionais possuem o mesmo status, não havendo


normas hierarquicamente superiores às outras.

Gabarito: Errado.

65. (ESAF/AFRF/2003) As normas programáticas são, na sua maioria, normas


autoaplicáveis.

As normas programáticas possuem eficácia limitada e só possuem efeitos


completos após edição de norma infraconstitucional que as regulamente.

Gabarito: Errado.

66. (ESAF/AFRF/2003) As normas que preveem direitos fundamentais de


abstenção do Estado são, em sua maioria, normas não autoaplicáveis,

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dependendo de desenvolvimento legislativo para produzirem todos os seus
efeitos.

Os direitos fundamentais possuem aplicabilidade imediata segundo o art. 5o,


§ 1º - “As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm
aplicação imediata”.

Gabarito: Errado.

67. (ESAF/AFRF/2003) Todas as normas estabelecidas pelo poder constituinte


originário no texto constitucional são formalmente constitucionais e se
equivalem em nível hierárquico.

O STF entende que todas as normas constitucionais possuem o mesmo


status, não havendo normas hierarquicamente superiores às outras.

Gabarito: Certo.

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VII. ENTRADA EM VIGOR DE UMA NOVA
CONSTITUIÇÃO

Meus futuros Auditores-Fiscais da Receita Federal, quando uma nova


Constituição entra em vigor, ocorre um verdadeiro caos! É toda uma nova
ordem jurídica sendo instalada ao mesmo tempo!

Quando isso ocorre, temos um novo ordenamento jurídico. Mas imagine só se


o Congresso Nacional tivesse que refazer todas as leis sobre todos os temas
tudo de novo! Isso seria inviável.

Dessa forma, quando uma nova CF entra em vigor, é feito um procedimento


parecido com o grande dilúvio, onde Deus “aproveitou” a parte que era boa, e
“descartou” a parte que não o era. Da mesma forma, as leis que são
materialmente compatíveis com a nova CF são aproveitadas, enquanto as leis
que são materialmente incompatíveis são descartadas.

Para sabermos então quais leis serão aproveitadas e quais serão descartadas,
devemos estudar o controle de compatibilidade. Veja o esquema abaixo:

 Controle de - Controle de Constitucionalidade - Norma vs CF vigente à época de sua elaboração


compatibilidade - Controle de Legalidade – Norma infralegal vs Lei

- Juízo de Recepção – Compatibilidade material com a nova CF


(Norma elaborada sob a CF ANTIGA vs NOVA CF)

O controle de compatibilidade é dividido em três tipos. O primeiro deles é o


controle de constitucionalidade. Ele ocorre quando comparamos a CF com
uma norma elaborada sob a vigência da dessa mesma CF. EX: quando
comparamos a lei 8.666/93 com a CF 88 ou a lei 6.858/80 com a CF 67/69.

O controle de legalidade ocorre quando comparamos uma norma infralegal


com uma lei. Ex: quando comparamos a lei 8.666/93 com uma Instrução
Normativa que a regulamenta.

Já o Juízo de Recepção ocorre quando comparamos a nova CF com uma


norma editada sob a vigência de constituições anteriores. O juízo de recepção
é realizado para sabermos se a norma, editada sob a vigência da CF anterior,
foi recepcionada ou revogada pela nova Carta Magna.

Assim, deve-se ter bem claro a seguinte informação:


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 Norma Infraconstitucional VS CF ATUAL – Incostitucionalidade /Constitucionalidade

 Norma Infraconstitucional VS CF POSTERIOR – Revogação / Recepção

No juízo de recepção, olha-se apenas se o conteúdo da norma é compatível


com a nova constituição, independentemente de sua forma.

Quanto ao juízo de recepção, cabem ainda algumas observações:


i. Só se pode recepcionar as normas infraconstitucionais. A CF anterior é
totalmente revogada (salvo por disposição expressa da nova
Constituição).
ii. As normas infraconstitucionais anteriores à nova CF que forem
materialmente compatíveis com a nova Carta Magna são
recepcionadas.
iii. As normas infraconstitucionais anteriores à nova CF que forem
materialmente incompatíveis são Revogadas.
iv. Lei editada em desacordo com a CF vigente à época de sua
elaboração, mas materialmente compatível com a nova CF: Uma
lei inconstitucional, ou seja, que não foi editada de acordo com a
Constituição vigente à época de sua elaboração, jamais deveria ter
entrado no ordenamento jurídico e, em regra, não pode produzir
efeitos. Dessa forma, ela será inválida, ainda que seja compatível
com a nova CF.
v. No juízo de recepção, não interessa o aspecto formal. Só o material
(conteúdo).
i. Ex: pode existir um Decreto-Lei ainda válido.
O Decreto-Lei é uma espécie normativa que não existe mais. No
entanto, quando a CF88 entrou em vigor, os Decretos-Leis que
estavam vigentes e que eram materialmente compatíveis com a
CF88 foram recepcionados com o status de Lei Ordinária/Lei
Complementar/Decreto Legislativo e assim por diante (a depender
de qual é a espécie normativa que a CF88 prevê que regule a
matéria).
ii. Ex: Lei Ordinária pode ser recepcionada como Lei Complementar e
vice-versa. Caso uma matéria fosse regulada por Lei Ordinária na
Constituição anterior e a CF88 estabeleça que essa mesma matéria
deve ser regulada por Lei Complementar, e caso também essa Lei

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Ordinária seja materialmente compatível com a CF88, ela será
recepcionada como Lei Complementar.
Atente-se para o fato de que ela continuará sendo chamada de Lei
Ordinária, mas terá status de Lei Complementar. Como exemplo
disso, temos o Código Eleitoral (lei nº 4.737/1965), uma Lei
Ordinária que foi recepcionada pela CF88 como Lei Complementar.
iii. Pode-se recepcionar dois artigos da mesma lei com status
diferentes.
iv. Pode haver mudança de ente federado: Ex: se a Constituição
antiga dizia que era competência da União e a nova CF diz que é
dos estados, a lei federal é recepcionada como lei estadual.
OBSERVAÇÕES:
 Inconstitucionalidade Superveniente: ocorre quando a lei nasce
constitucional e, ao longo do tempo, se torna inconstitucional. Este
fenômeno NÃO EXISTE NO BRASIL: uma lei não fica inconstitucional
ao longo do tempo, ou ela já nasce inconstitucional ou ela é revogada
por uma eventual alteração na CF (ou nova CF).
 Constitucionalidade Superveniente: ocorre quando a lei nasce
inconstitucional e, ao longo do tempo, vira constitucional. Exemplo: a lei
nasce inconstitucional e, ao longo do tempo, a norma da CF com a qual a
lei era incompatível é revogada.
Esse fenômeno também NÃO EXISTE NO BRASIL. Uma lei não fica
constitucional ao longo do tempo: ou ela nasce constitucional ou ela
nasce inconstitucional.
 Desconstitucionalização: As normas da Constituição anterior que
forem compatíveis com a nova CF são admitidas com status
infraconstitucional. Já falamos que isso não pode ocorrer no Brasil. A
Constituição anterior é totalmente revogada, salvo disposição expressa
da nova CF.

 Repristinação: ocorre quando uma lei revogada volta a valer devido à


revogação da lei que a revogou. Deu um nó? Hahahaha. A prática é
muito mais simples do que o conceito. Observe o raciocínio:

a) Imagine uma “lei A” em vigor.

Lei A

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b) Agora imagine que seja promulgada uma “lei B” que revogue a
“lei A”.

Lei A Revoga

Lei B

c) Por fim, é promulgada uma “lei C” que revoga a “lei B”. Em


regra, a “lei A”, que estava revogada, continua revogada e agora
só vigora a “lei C”.

Lei A
Revoga

Lei B Revoga

Lei C Única norma vigente

Repristinação: ocorre quando é promulgada uma “lei C” que


revoga a “lei B” e a “lei A”, que estava revogada pela “lei B”,
volta a valer. Agora ficam vigentes as leis “A” e “C”.
Lei A volta a valer
Lei A
(repristinação)

Lei B

Lei C

Bem mais fácil com o desenho, não acha? Saiba que não existe
repristinação tácita no Brasil. Ou seja, a regra, é que
somente a “lei C” fique vigente. No entanto, excepcionalmente,
se a “lei C” trouxer expressamente em seu texto, poderá haver a
repristinação da “lei A”. Assim, no Brasil, só existe a
repristinação expressa.

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EXERCÍCIOS (Lembre-se de que ao final do curso faremos os
exercícios mais recentes da ESAF)

68. (ESAF – 2012 – CGU – Analista de Finanças e Controle) o fenômeno da


desconstitucionalização encontra guarida no nosso sistema constitucional.

A desconstitucionalização ocorre quando as normas da Constituição anterior


compatíveis com a nova CF são recepcionadas com status infraconstitucional.
Isso não ocorreu na CF88, que revogou completamente a Constituição
anterior.

Gabarito: Errado.

69. (ESAF - 2006 - CGU - Analista de Finanças e Controle - Área - Correição)


Segundo a doutrina majoritária e o Supremo Tribunal Federal, no caso
brasileiro, como efeito do exercício do poder constituinte derivado sobre a
legislação infraconstitucional existente, no caso da incompatibilidade material
da norma com o novo texto constitucional, temos uma inconstitucionalidade
superveniente.

Traduzindo a questão, ela pergunta assim: Caso haja uma Emenda


Constitucional (fruto do poder constituinte derivado) contrária a alguma lei,
essa lei padecerá de inconstitucionalidade superveniente? Resposta: NÃO! O
Brasil não adota a tese da inconstitucionalidade superveniente. Essa lei será
simplesmente revogada.

Gabarito: Errado.

70. (ESAF/PFN/2006) Normas não recebidas pela nova Constituição são


consideradas, ordinariamente, como sofrendo de inconstitucionalidade
superveniente.

O STF adota a teoria de que as normas não recebidas pela nova CF são
revogadas, não adotando a tese da inconstitucionalidade superveniente.

Gabarito: Errado.

71. (ESAF/PFN/2006) A Doutrina majoritária e a jurisprudência do Supremo


Tribunal Federal convergem para afirmar que normas da Constituição anterior
ao novo diploma constitucional, que com este não sejam materialmente
incompatíveis, são recebidas como normas infraconstitucionais.

A constituição anterior, segundo o STF, é totalmente revogada com a


promulgação de uma nova CF, não podendo ser recebida nem com status

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constitucional, nem infraconstitucional, salvo expressa disposição da nova
CF.

Gabarito: Errado.

72. (ESAF/PFN/2006) Uma lei que fere o processo legislativo previsto na


Constituição sob cuja regência foi editada, mas que, até o advento da nova
Constituição, nunca fora objeto de controle de constitucionalidade, não é
considerada recebida por esta, mesmo que com ela guarde plena
compatibilidade material e esteja de acordo com o novo processo legislativo.

Uma lei inconstitucional, ou seja, que não foi editada de acordo com a
Constituição vigente à época de sua elaboração, jamais deveria ter entrado
no ordenamento jurídico. Dessa forma, ela será inválida, ainda que seja
compatível com a nova CF.

Gabarito: Certo.

73. (ESAF/PFN/2006) Para que a lei anterior à Constituição seja recebida pelo novo
Texto Magno, é mister que seja compatível com este, tanto do ponto de vista
da forma legislativa como do conteúdo dos seus preceitos.

No juízo de recepção são avaliados exclusivamente os aspectos materiais, ou


seja, em relação ao conteúdo da norma.

Gabarito: Errado.

74. (ESAF/PFN/2006) Uma lei federal sobre assunto que a nova Constituição
entrega à competência privativa dos Municípios fica imediatamente revogada
com o advento da nova Carta.

Ela é recepcionada como lei municipal. Lembre-se de que, no juízo de


recepção, apenas é olhada a compatibilidade MATERIAL, não interessando o
aspecto formal.

Gabarito: Errado.

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VIII. PRINCÍPIOS DE INTERPRETAÇÃO
CONSTITUCIONAL

Meu caro aluno e futuro Auditor-Fiscal da Receita Federal, a essa altura do


campeonato, você já deve ter lido alguns trechos da Constituição do Brasil.
Deve também ter percebido que o texto da CF, por vezes, é aparentemente
contraditório. E isso às vezes é desesperador para quem está começando a
estudar para concursos públicos...

No entanto, segundo a melhor doutrina, o texto constitucional jamais é


contraditório. Assim, cabe aos operadores do Direito e, em última instância,
ao STF, dizer de que forma a Constituição deverá ser interpretada para que
não haja contradições entre normas constitucionais.

Somente para você ter um parâmetro de comparação, é mais ou menos o que


ocorre com a Bíblia. Ela tem passagens aparentemente contraditórias, mas
tem-se como dogma que não existem contradições em seu texto. Assim, o
intérprete da Bíblia tem que encontrar um modo de compatibilizar e de
interpretar as duas passagens (aparentemente contraditórias) para que se dê
um sentido uno à “palavra de Deus”.

Uma outra observação é que não é somente o STF que realiza a


interpretação constitucional, mas sim todo o Poder Judiciário, a
Administração Pública, os agentes políticos etc. No entanto, é o Supremo
Tribunal Federal que tem a última palavra na interpretação constitucional.
É algo como a Igreja. Todos os padres/pastores realizam a interpretação da
Bíblia, no entanto, é sempre o chefe da Igreja (Papa, por exemplo) quem tem
a última palavra na interpretação daquele livro.

Assim, quando a interpretação da Constituição é feita, devemos utilizar os


seguintes princípios interpretativos:

a) Princípio da unidade da Constituição – a CF é UNA e não pode haver


conflitos jurídicos em seu texto (não pode haver contradições).

b) Princípio do efeito integrador – consequência do princípio da unidade.


Diz que, havendo confronto entre normas constitucionais, devem-se prestigiar
as interpretações que favoreçam a integração política e social e reforce a
unidade política.

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c) Princípio da concordância prática ou harmonização – variação do
princípio da unidade. Na hipótese de eventual conflito ou concorrência entre
bens jurídicos constitucionalizados, deve-se buscar a coexistência entre eles,
evitando-se o sacrifício total de um princípio em relação ao outro (Ex:
ponderação entre direitos fundamentais).

Por exemplo, ao ponderarmos o direito de intimidade de uma pessoa com o


direito de comunicação de outra pessoa, usamos esse princípio para
harmonizar os dois direitos.

d) Princípio da justeza ou conformidade funcional – visa impedir a


alteração da repartição de funções estabelecidas na CF.

e) Princípio da força normativa da constituição – prestigia-se a


interpretação que garanta a eficácia e a permanência da Constituição.
Desenvolvido por Konrad Hesse, esse princípio diz que o intérprete sempre
deve dar prevalência aos pontos de vista que contribuem para uma eficácia
ótima da Constituição (haja vista seu caráter normativo). Assim, devem ser
valorizadas as soluções que possibilitem a atualização normativa, a eficácia e a
permanência da Lei Maior. Para Hesse, a Constituição possui força para regular
a sociedade. Além disso, a norma constitucional não tem existência autônoma
em face da realidade e, para ser aplicável, a CF deve ser conexa à realidade
jurídica, social e política, não sendo apenas determinada pela realidade social,
mas determinante em relação a ela.

f) Princípio da eficiência ou máxima efetividade – prestigia-se a


interpretação de maior efetividade. Deriva do princípio da força normativa da
constituição.

g) Princípio da presunção de constitucionalidade das leis – todas as leis


são válidas “até que se prove o contrário”.

h) Princípio da supremacia da Constituição – a constituição está no topo


do ordenamento jurídico e nenhuma outra norma pode ir contra ela.

i) Princípio da proporcionalidade ou razoabilidade – quando da


interpretação da CF, deve haver adequação, necessidade e proporcionalidade
em sentido estrito.

j) Interpretação conforme a Constituição – quando uma norma possui


dois ou mais significados, busca-se a interpretação conforme a

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Constituição, ou seja, deve se buscar alguma interpretação que torne a lei
compatível com a CF. A “interpretação conforme a Constituição” pode ocorrer
de duas formas:

1. Quando o STF declara que somente uma interpretação é compatível,


eliminando-se, assim, todas as demais interpretações.

2. Quando o STF declara que uma interpretação é incompatível, permitindo-


se, assim, várias interpretações, desde que não seja aquela declarada
inconstitucional.

Ao se fazer a interpretação conforme, não se pode subverter o sentido da


norma, dando um significado contra legem, ou, “contra a lei” (no caso, contra
a CF). Adicionalmente, se a norma tiver um sentido que não permita duplas
interpretações (unívoco), essa técnica também não poderá ser utilizada.

Ao se utilizar a interpretação conforme a Constituição, usamos dois princípios:

i. O princípio da prevalência da constituição, uma vez que o ato


normativo só pode permanecer no mundo jurídico se houver alguma
interpretação que não contrarie a CF; e

ii. O princípio da conservação das normas, uma vez que, se houver


qualquer interpretação da lei que possa se adequar a ao texto
constitucional, a lei não poderá ser declarada inconstitucional. Dessa
forma, a declaração de inconstitucionalidade é medida excepcionalíssima
e só pode ser usada em última instância, ou seja, quando não houver
nenhuma interpretação da norma que esteja de acordo com a
Constituição.

A interpretação conforme também pode ser feita sem redução de texto, ou


seja, quando o texto da norma permanece intacto, alterando-se apenas a
forma como se interpreta a norma ou com redução de texto, ou seja,
quando parte do texto da norma é declarado inválido.

Atenção: em 99% das vezes, quando as bancas se referem à “interpretação


conforme”, elas estão se referindo à “interpretação conforme SEM redução de
texto”. Geralmente, quando elas querem se referir à interpretação conforme
COM redução de texto, elas o fazem expressamente.

EXERCÍCIOS (Lembre-se de que ao final do curso faremos os


exercícios mais recentes da ESAF)

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75. (ESAF/AFRFB/2009) A técnica denominada interpretação conforme não é
utilizável quando a norma impugnada admite sentido unívoco.

Se uma lei possui apenas um sentido, não é possível que se utilize a


técnica da interpretação conforme, pois esta serve, justamente, para
se escolher qual a melhor interpretação dentre várias possíveis.

Gabarito: Certo.

76. (ESAF/PGFN/2007) O fenômeno da colisão dos direitos fundamentais não é


admitido como possível no ordenamento jurídico brasileiro, já que a
Constituição não pode abrigar normas que conduzam a soluções contraditórias
na sua aplicação prática.

Os direitos fundamentais podem sim colidir no caso concreto. Quando isso


ocorre, deve-se usar o princípio da concordância prática ou harmonização,
que diz que no confronto de duas normas/direitos, deve-se buscar a
harmonia entre eles.

Gabarito: Errado.

77. (ESAF/TCU/2006) Na aplicação do princípio da interpretação das leis em


conformidade com a Constituição, o intérprete deve considerar, no ato de
interpretação, o princípio da prevalência da constituição e o princípio da
conservação das normas.

Ao utilizar a interpretação conforme, o princípio da prevalência da


constituição é utilizado, uma vez que o ato normativo só pode permanecer no
mundo jurídico se houver alguma interpretação que não contrarie a CF. Por
sua vez, o princípio da conservação das normas também é usado, uma vez
que, se houver qualquer interpretação da lei que possa se adequar a ao texto
constitucional, a lei não poderá ser declarada inconstitucional. Assim, a
declaração de inconstitucionalidade é medida excepcionalíssima e só pode
ser usada em última instância.

Gabarito: Certo.

78. (ESAF/TCU/2006) Quando o intérprete, na resolução dos problemas jurídico-


constitucionais, dá primazia aos critérios que favoreçam a integração política e
social e o reforço da unidade política, pode-se afirmar que, no trabalho
hermenêutico, ele fez uso do princípio da conformidade funcional.

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Esse é o princípio do efeito integrador. O princípio da justeza ou
conformidade funcional visa impedir a alteração da repartição de funções
estabelecidas na CF.

Gabarito: Errado.

79. (ESAF/AFC-CGU/2006) O princípio de interpretação conforme a constituição


comporta o princípio da prevalência da constituição, o princípio da conservação
de normas e o princípio da exclusão da interpretação conforme a constituição,
mas contra legem.

Ao se fazer a interpretação conforme a Constituição, parte-se do


princípio que a Constituição deve prevalecer sobre qualquer outra
norma. Assim, se interpreta a lei de uma forma que ela fique
compatível com a Constituição.

O princípio da exclusão da interpretação conforme a constituição, mas


contra legem nos diz que, ao se fazer a interpretação conforme, não se
pode subverter o sentido da norma, dando um significado “contra a
lei” (no caso, contra a CF).

Gabarito: Certo.

80. (ESAF/PFN/2006) A interpretação conforme a Constituição consiste em


procurar extrair o significado de uma norma da Lei Maior a partir do que
dispõem as leis ordinárias que preexistiam a ela.

Ocorre o contrário: interpreta-se as leis a partir da Constituição e não


a Constituição a partir das leis.

Gabarito: Errado.

81. (ESAF - 2005 - Receita Federal - Auditor Fiscal da Receita Federal) De acordo
com o princípio da máxima efetividade ou da eficiência, princípio de
interpretação constitucional, a interpretação de uma norma constitucional
exige a coordenação e combinação dos bens jurídicos em conflito, de forma a
evitar o sacrifício total de uns em relação a outros.

O princípio descrito pela questão é o princípio da harmonização. Já o


princípio da máxima efetividade diz que se deve prestigiar a interpretação
que dê maior efetividade às normas constitucionais.

Gabarito: Errado.

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82. (ESAF - 2005 - Receita Federal - Auditor Fiscal da Receita Federal) O princípio
de interpretação conforme a constituição não pode ser aplicado na avaliação da
constitucionalidade de artigo de uma Emenda à Constituição promulgada pelas
Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal.

A interpretação conforme a Constituição pode ser usada tanto nas normas


constitucionais originárias quanto nas derivadas.

Gabarito: Errado.

83. (ESAF/Advogado-IRB/2004) O princípio da unidade da Constituição postula


que, na interpretação das normas constitucionais, seja-lhes atribuído o sentido
que lhes empreste maior eficácia ou efetividade.

Este é o princípio da máxima efetividade. O princípio da unidade da


Constituição diz que a Constituição é um organismo uno e não pode haver
contradições em seu texto. As “aparentes” divergências devem ser dirimidas
pelo intérprete da CF.

Gabarito: Errado.

84. (ESAF/Advogado-IRB/2004) O princípio de interpretação constitucional do


"efeito integrador" estabelece uma nítida hierarquia entre as normas da parte
dogmática da Constituição e as normas da parte meramente organizatória.

Segundo o STF, não há hierarquia entre as normas da constituição. Seja da


parte dogmática, seja do ADCT, todas as normas possuem o mesmo valor.

Gabarito: Errado.

85. (ESAF/Advogado-IRB/2004) Mesmo que, num caso concreto, se verifique a


colisão entre princípios constitucionais, um princípio não invalida o outro, já
que podem e devem ser aplicados na medida do possível e com diferentes
graus de efetivação.

Esse é o princípio da concordância prática ou harmonização, que diz que no


confronto de duas normas/direitos, deve-se buscar a harmonia entre eles.r

Gabarito: Certo.

86. (ESAF/AFRF/2003) Somente o Supremo Tribunal Federal – STF está


juridicamente autorizado para interpretar a Constituição.

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Qualquer Juiz ou Tribunal do poder judiciário pode interpretar a constituição,
inclusive o STF. No entanto, o Tribunal Maior possui a “última palavra” no
que se refere à interpretação constitucional. Ele é o guardião da constituição.

Gabarito: Errado.

87. (ESAF/AFRF/2003) Somente o Supremo Tribunal Federal - STF está


juridicamente autorizado para interpretar a Constituição.

Qualquer órgão do Poder judiciário (qualquer Juiz ou Tribunal) pode


interpretar a Constituição e não apenas o STF. Este, no entanto, possui
a última palavra sobre a interpretação constitucional.

Gabarito: Errado.

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Meus caros Auditores-Fiscais da Receita Federal, chegamos ao final de nossa


aula de hoje. Continuem firmes e estudem de maneira simples, procurando
entender o espírito das normas e não apenas decorando informações. Lembre-
se que A SIMPLICIDADE É O GRAU MÁXIMO DA SOFISTICAÇÃO
(Leonardo da Vinci).

Espero que todos vocês tenham muito SUCESSO nessa jornada, que é
bastante trabalhosa, mas extremamente gratificante!

Abraços a todos e até a próxima aula.

Roberto Troncoso

“Se você acha que pode ou se você acha que não


pode, de qualquer maneira, você tem razão.”
(Henry Ford)

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IX. QUESTÕES DA AULA

PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS

1. (ESAF - 2012 - Receita Federal - Analista Tributário da Receita Federal) A


República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelo
princípio da concessão de asilo político.

2. (ESAF - 2012 - MI - Nível Superior) Sobre os princípios fundamentais da


Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, é incorreto afirmar que

a) a República Federativa do Brasil é formada pela união indissolúvel dos Estados e


Municípios e do Distrito Federal.

b) a República Federativa do Brasil tem como um dos seus fundamentos o monismo


político.

c) a República Federativa do Brasil constitui-se em Estado Democrático de Direito.

d) se constituiu como um dos objetivos fundamentais da República Federativa do


Brasil erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e
regionais.

e) a República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais, dentre


outros, pelo princípio da independência nacional.

3. (ESAF - 2012 - Receita Federal - Analista Tributário da Receita Federal) O


princípio da livre iniciativa pode ser invocado para afastar regras de
regulamentação do mercado e de defesa do consumidor.

4. (ESAF - 2012 - PGFN - Procurador) Sobre os princípios fundamentais da


Constituição de 1988, é correto afirmar que

a) a República Federativa do Brasil é formada pela união dissolúvel dos Estados,


Municípios e Distrito Federal.

b) são entes da Federação, dentre outros, as Regiões Metropolitanas.

c) a União é pessoa jurídica de direito público externo.

d) constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil, dentre


outros, os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa.

e) a República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais, dentre


outros, pelo princípio de repúdio ao terrorismo e ao racismo.

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5. (ESAF - 2009 - Receita Federal - Auditor Fiscal da Receita Federal) Constitui
objetivo fundamental da República Federativa do Brasil, segundo preceitua o
artigo 3o da Constituição Federal da República/88, o respeito aos valores
sociais do trabalho e da livre iniciativa.

6. (ESAF - 2009 - Receita Federal - Analista Tributário da Receita Federal) A


República Federativa do Brasil não adota nas suas relações internacionais o
princípio da igualdade entre os Estados.

7. (ESAF - 2009 - Receita Federal - Analista Tributário da Receita Federal) Todo o


poder emana do povo, que o exerce apenas por meio de representantes
eleitos, nos termos da Constituição Federal.

8. (ESAF - 2009 - Receita Federal - Técnico Administrativo - Agente Técnico


Administrativo (ATA) Marque a opção correta.

a) A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, geográfica,


política e educacional dos povos da América Latina.

b) Construir uma sociedade livre, justa e solidária é um dos fundamentos da


República Federativa do Brasil.

c) A cooperação entre os povos para o progresso da humanidade constitui objetivo


fundamental da República Federativa do Brasil.

d) Promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e
quaisquer outras formas de discriminação é princípio que rege a República Federativa
do Brasil nas suas relações internacionais.

e) O repúdio ao terrorismo e ao racismo é princípio que rege a República Federativa


do Brasil nas suas relações internacionais.

9. (ESAF - 2008 - Prefeitura de Natal - RN - Auditor do Tesouro Municipal)


Assinale a opção que indica um dos objetivos fundamentais da República
Federativa do Brasil expressamente previsto na Constituição Federal que
confere amparo constitucional a importantes programas do governo federal
que se concretizam por meio da política nacional de assistência social
integrando as esferas federal, estadual e municipal.

a) Garantir a prevalência dos valores sociais do trabalho e da livre iniciativa.

b) Promover o desenvolvimento internacional.

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c) Erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e
regionais.

d) Erradicar o terrorismo e o racismo.

e) Promover a cooperação entre os povos para o progresso da humanidade.

10. (ESAF - 2008 - MPOG - Especialista em Políticas Públicas e Gestão


Governamental) A Constituição acolhe uma sociedade conflitiva, de interesses
contraditórios e antagônicos, na qual as opiniões não ortodoxas podem ser
publicamente sustentadas, o que conduz à poliarquia, um regime onde a
dispersão do Poder numa multiplicidade de grupos é tal que o sistema político
não pode funcionar senão por uma negociação constante entre os líderes
desses grupos (SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo,
25. ed. São Paulo: Malheiros, 2005, pp. 143-145, com adaptações). Assinale a
opção que indica com exatidão o fundamento do Estado brasileiro
expressamente previsto na Constituição, a que faz menção o texto transcrito.

a) Soberania.

b) Pluralismo político.

c) Dignidade da pessoa humana.

d) Valores sociais do trabalho e da livre iniciativa.

e) Cidadania.

11. (ESAF/AFC-CGU/2006) Rege a República Federativa do Brasil, em suas


relações internacionais, o princípio da livre iniciativa.

12. (ESAF/AFC-CGU/2006) O pluralismo político, embora desdobramento do


princípio do estado Democrático de Direito, não é um dos fundamentos da
República Federativa do Brasil.

13. (ESAF - 2006 - CGU - Analista de Finanças e Controle - Área - Tecnologia da


Informação) Sobre Teoria Geral do Estado e princípios fundamentais na
Constituição Federal de 1988, assinale a única opção correta.

a) Não é elemento essencial do princípio federativo a existência de dois tipos de


entidade - a União e as coletividades regionais autônomas.

b) Rege a República Federativa do Brasil, em suas relações internacionais, o princípio


da livre iniciativa.

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c) O pluralismo político, embora desdobramento do princípio do estado Democrático
de Direito, não é um dos fundamentos da República Federativa do Brasil.
d) O princípio republicano tem como características essenciais: a eletividade, a
temporariedade e a necessidade de prestação de contas pela administração pública.
e) É um dos objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil, expresso no
texto constitucional, a garantia do desenvolvimento nacional e a busca da
autossuficiência econômica.

14. (ESAF - 2006 - MTE - Auditor Fiscal do Trabalho) Na condição de fundamento


da República Federativa do Brasil, a dignidade da pessoa humana tem seu
sentido restrito à defesa e à garantia dos direitos pessoais ou individuais de
primeira geração ou dimensão.

15. (ESAF/AFC-CGU/2006) É um dos objetivos fundamentais da República


Federativa do Brasil, expresso no texto constitucional, a garantia do
desenvolvimento nacional e a busca da autossuficiência econômica.

16. (ESAF/MRE/2004) O exercício de uma das funções do poder político do Estado


por um determinado órgão se dá sob a forma de exclusividade, com vistas à
preservação do equilíbrio no exercício desse poder.

17. (ESAF - 2004 - MPU - Analista - Administração) Nos termos da Constituição de


1988, o Brasil adota a república como sistema de governo, elegendo, portanto,
o princípio republicano como um dos princípios fundamentais do Estado
brasileiro.

18. (ESAF - 2004 - MPU - Técnico Administrativo) No que diz respeito aos
princípios fundamentais, na Constituição de 1988, marque a única opção
correta.

a) Os valores sociais do trabalho e do livre capital são fundamentos da República


Federativa do Brasil.

b) O Estado brasileiro adota, como um dos seus fundamentos, a soberania popular, a


qual pode ser exercida de forma indireta ou direta, nos termos definidos na
Constituição Federal de 1988.

c) A garantia do pluralismo político é um dos objetivos fundamentais da República


Federativa do Brasil.

d) A redução das desigualdades regionais é um dos princípios que rege a República


Federativa do Brasil nas suas relações internacionais.

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e) A Constituição Federal de 1988 traz a determinação de que o Brasil deverá buscar
a integração econômica na América do Sul por meio da formação de um mercado
comum de nações sulamericanas.

19. (ESAF - 2002 - MRE - Assistente de Chancelaria) Assinale a opção em


que não consta princípio que, segundo a Constituição, rege o Brasil nas suas
relações internacionais.

a) Independência nacional.

b) Defesa da paz.

c) Concessão de asilo político.

d) Cooperação entre os povos para o progresso da humanidade.

e) Prevalência dos interesses econômicos nacionais.

CONCEITOS DE CONSTITUIÇÃO

20. (ESAF/ PGFN/2007) Carl Schmitt, principal protagonista da corrente doutrinária


conhecida como decisionista, advertia que não há Estado sem Constituição,
isso porque toda sociedade politicamente organizada contém uma estrutura
mínima, por rudimentar que seja; por isso, o legado da Modernidade não é a
Constituição real e efetiva, mas as Constituições escritas.

21. (ESAF/ PGFN/2007) Para Ferdinand Lassalle, a constituição é dimensionada


como decisão global e fundamental proveniente da unidade política, a qual, por
isso mesmo, pode constantemente interferir no texto formal, pelo que se torna
inconcebível, nesta perspectiva materializante, a ideia de rigidez de todas as
regras.

22. (ESAF - 2006 - CGU - Analista de Finanças e Controle - Área - Correição) O


conceito formal de constituição e o conceito material de constituição,
atualmente, se confundem, uma vez que a moderna teoria constitucional não
mais distingue as normas que as compõem.

23. (ESAF/AFC-STN/2005) Na concepção de constituição em seu sentido político,


formulada por Carl Schmitt, há uma identidade entre o conceito de constituição
e o conceito de leis constitucionais, uma vez que é nas leis constitucionais que
se materializa a decisão política fundamental do Estado.

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CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES

24. (ESAF – 2012 – MDIC – Analista de Comércio Exterior) Sabe-se que a doutrina
constitucionalista classifica as constituições. Quanto às classificações
existentes, é correto afirmar que

I. quanto ao modo de elaboração, pode ser escrita e não escrita.

II. quanto à forma, pode ser dogmática e histórica.

III. quanto à origem, pode ser promulgada e outorgada.

IV. quanto ao conteúdo, pode ser analítica e sintética.

Assinale a opção verdadeira.

a) II, III e IV estão corretas.

b) I, II e IV estão incorretas.

c) I, III e IV estão corretas.

d) I, II e III estão corretas.

e) II e III estão incorretas.

25. (ESAF - 2012 - Receita Federal - Auditor Fiscal da Receita Federal) O Estudo da
Teoria Geral da Constituição revela que a Constituição dos Estados Unidos se
ocupa da definição da estrutura do Estado, funcionamento e relação entre os
Poderes, entre outros dispositivos. Por sua vez, a Constituição da República
Federativa do Brasil de 1988 é detalhista e minuciosa. Ambas, entretanto, se
submetem a processo mais dificultoso de emenda constitucional. Considerando
a classificação das constituições e tomando-se como verdadeiras essas
observações, sobre uma e outra Constituição, é possível afirmar que

a) a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 é escrita, analítica e


rígida, a dos Estados Unidos, rígida, sintética e negativa

b) a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 é do tipo histórica, rígida,


outorgada e a dos Estados Unidos rígida, sintética.

c) a Constituição dos Estados Unidos é do tipo consuetudinária, flexível e a da


República Federativa do Brasil de 1988 é escrita, rígida e detalhista.

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d) a Constituição dos Estados Unidos é analítica, rígida e a da República Federativa do
Brasil de 1988 é histórica e consuetudinária.

e) a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 é democrática,


promulgada e flexível, a dos Estados Unidos, rígida, sintética e democrática.

26. (ESAF/EPPGG-MPOG/2009) A constituição material é o peculiar modo de existir


do Estado, reduzido, sob a forma escrita, a um documento solenemente
estabelecido pelo poder constituinte e somente modificável por processos e
formalidades especiais nela própria estabelecidos.

27. (ESAF/APOFP-SEFAZ-SP/2009) A Constituição Federal de 1988 é costumeira,


rígida e analítica.

28. (ESAF/EPPGG-MPOG/2009) A constituição formal designa as normas escritas


ou costumeiras, inseridas ou não num documento escrito, que regulam a
estrutura do Estado, a organização dos seus órgãos e os direitos fundamentais.

29. (ESAF/AFRFB/2009) A constituição sintética, que é constituição negativa,


caracteriza-se por ser construtora apenas de liberdade negativa ou liberdade-
impedimento, oposta à autoridade.

30. (ESAF/AFRFB/2009) A ideia e escalonamento normativo é pressuposto


necessário para a supremacia constitucional e, além disso, nas constituições
materiais se verifica a superioridade da norma magna em relação àquelas
produzidas pelo Poder Legislativo.

31. (ESAF/ PGFN/2007) Considera-se constituição não escrita a que se sustenta,


sobretudo, em costumes, jurisprudências, convenções e em textos esparsos,
formalmente constitucionais.

32. (ESAF/SEFAZ-CE/2007) No que se refere à origem, a Constituição Federal de


1988 é considerada outorgada, haja vista ser proveniente de um órgão
constituinte composto de representantes eleitos pelo povo.

33. (ESAF/SEFAZ-CE/2007) A constituição escrita apresenta-se como um conjunto


de regras sistematizadas em um único documento. A existência de outras
normas com status constitucional, per si, não é capaz de descaracterizar essa
condição.

34. (ESAF/SEFAZ-CE/2007) As constituições dogmáticas, como é o caso da


Constituição Federal de 1988, são sempre escritas, e apresentam, de forma

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sistematizada, os princípios e ideias fundamentais da teoria política e do direito
dominante à época.

35. (ESAF/SEFAZ-CE/2007) Nas constituições materiais, como é o caso da


Constituição Federal de 1988, as matérias inseridas no documento escrito,
mesmo aquelas não consideradas "essencialmente constitucionais", possuem
status constitucional.

36. (ESAF/ENAP/2006) Constituições rígidas são as que possuem cláusulas


pétreas, que não podem ser modificadas pelo poder constituinte derivado.

37. (ESAF - 2006 - CGU - Analista de Finanças e Controle - Área - Tecnologia da


Informação) Segundo a doutrina, não há relação entre a rigidez constitucional
e o princípio da supremacia da constituição.

38. (ESAF - 2006 - CGU - Analista de Finanças e Controle - Área - Tecnologia da


Informação) Uma constituição rígida não pode ser objeto de emenda.

39. (ESAF - 2006 - CGU - Analista de Finanças e Controle - Área - Tecnologia da


Informação) Nem toda constituição classificada como dogmática foi elaborada
por um órgão constituinte.

40. (ESAF - 2005 - Receita Federal - Auditor Fiscal da Receita Federal) Uma
constituição não-escrita é aquela cujas normas decorrem de costumes e
convenções, não havendo documentos escritos aos quais seja reconhecida a
condição de textos constitucionais.

41. (ESAF - 2004 - MPU - Analista - Administração) Constituições semirrígidas são


as constituições que possuem um conjunto de normas que não podem ser
alteradas pelo constituinte derivado.

42. (ESAF - 2004 - MPU - Analista - Administração) Constituições populares são


aquelas promulgadas apenas após a ratificação, pelos titulares do poder
constituinte originário, do texto aprovado pelos integrantes da Assembleia
Nacional Constituinte.

43. (ESAF - 2002 - MRE - Assistente de Chancelaria) A Constituição que é votada


por uma Assembléia composta de representantes do povo e que admite ser
modificada, exigindo porém um processo legislativo mais solene e dificultoso
do que aquele seguido para a edição de leis ordinárias é chamada de:

a) Constituição promulgada e rígida.

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b) Constituição flexível e dogmática.

c) Constituição dogmática e semi-rígida.

d) Constituição promulgada e semi-rígida.

e) Constituição outorgada e rígida.

PODER CONSTITUINTE

44. (ESAF – 2012 – MDIC – Analista de Comércio Exterior) O Poder Constituinte é


a manifestação soberana da suprema vontade política de um povo, social e
juridicamente organizado. A respeito do Poder Constituinte, é correto afirmar
que

a) no Poder Constituinte Derivado Reformador, não há observação a regulamentações


especiais estabelecidas na própria Constituição, vez que com essas limitações não
seria possível atingir o objetivo de reformar.

b) o Poder Constituinte Originário é condicionado à forma prefixada para manifestar


sua vontade, tendo que seguir procedimento determinado para realizar sua
constitucionalização.

c) no Poder Constituinte Derivado Decorrente, há a possibilidade de alteração do texto


constitucional, respeitando-se a regulamentação especial prevista na própria
Constituição. No Brasil é exercitado pelo Congresso Nacional.

d) as formas básicas de expressão do Poder Constituinte são outorga e convenção.

e) o Poder Constituinte Originário não é totalmente autônomo, tendo em vista ser


necessária a observância do procedimento imposto pelo ordenamento então vigente
para sua implantação.

45. (ESAF - 2012 - MI - Nível Superior) A Constituição Federal é a norma


fundamental de nosso ordenamento jurídico desde que não revele
incompatibilidade com os tratados internacionais de direitos humanos
pactuados pelo País.

46. (ESAF - 2012 - PGFN - Procurador) Sobre o poder constituinte, é incorreto


afirmar que

a) o poder constituinte originário é inicial, ilimitado e incondicionado.

b) o poder constituinte derivado é limitado e condicionado.

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c) o poder constituinte decorrente, típico aos Estados Nacionais unitários, é limitado,
porém incondicionado.

d) os limites do poder constituinte derivado são temporais, circunstanciais ou


materiais.

e) a soberania é atributo inerente ao poder constituinte originário.

47. (ESAF - 2009 - MPOG - Especialista em Políticas Públicas e Gestão


Governamental) Sob o ponto de vista jurídico, a supremacia da Constituição
sob os aspectos formal e material se apoia na regra da rigidez decorrente da
maior dificuldade para modificação da Constituição do que para a alteração das
demais normas jurídicas.

48. (ESAF/AFRFB/2009) O Poder Constituinte Originário é ilimitado e autônomo,


pois é a base da ordem jurídica.

49. (ESAF/AFRFB/2009) O Poder Constituinte Derivado decorrente consiste na


possibilidade de alterar-se o texto constitucional, respeitando-se a
regulamentação especial prevista na própria Constituição Federal e será
exercitado por determinados órgãos com caráter representativo.

50. (ESAF/AFRFB/2009) A outorga, forma de expressão do Poder Constituinte


Originário, nasce da deliberação da representação popular, devidamente
convocada pelo agente revolucionário.

51. (ESAF/AFRFB/2009) O Poder Constituinte Derivado decorre de uma regra


jurídica de autenticidade constitucional.

52. (ESAF/SEFAZ-CE/2007) A revisão constitucional prevista por uma Assembleia


Nacional Constituinte, possibilita ao poder constituinte derivado a alteração do
texto constitucional, com menor rigor formal e sem as limitações expressas e
implícitas originalmente definidas no texto constitucional.

53. (ESAF/SEFAZ-CE/2007) Entre as características do poder constituinte


originário destaca-se a possibilidade incondicional de atuação, ou seja, a
Assembléia Nacional Constituinte não está sujeita a forma ou procedimento
pré-determinado.

54. (ESAF - 2006 - CGU - Analista de Finanças e Controle - Área - Correição) A


existência de um poder constituinte derivado decorrente não pressupõe a
existência de um Estado federal.

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55. (ESAF/ENAP/2006) No caso brasileiro, a titularidade da soberania, por
expressa previsão constitucional, é do Estado brasileiro.

56. (ESAF/AFRF/2005) O poder constituinte originário é inicial porque não sofre


restrição de nenhuma limitação imposta por norma de direito positivo anterior.

57. (ESAF - 2004 - CGU - Analista de Finanças e Controle) Analise as assertivas a


seguir, relativas ao poder constituinte e princípios constitucionais, e marque
com V as verdadeiras e com F as falsas; em seguida, marque a opção correta.

( ) Segundo a melhor doutrina, a característica de subordinado do poder constituinte


derivado refere-se exclusivamente à sua sujeição às regras atinentes à forma
procedimental pela qual ele irá promover as alterações no texto constitucional.

( ) O plebiscito consiste em uma consulta feita ao titular do poder constituinte


originário, o qual, com sua manifestação, irá ratificar, ou não, proposta de emenda à
constituição ou projeto de lei já aprovado pelo Congresso Nacional.

( ) Segundo precedente do STF, no caso brasileiro, não é admitida a posição


doutrinária que sustenta ser o poder constituinte originário limitado por princípios de
direito suprapositivo.

( ) Segundo a melhor doutrina, a aprovação de emenda constitucional, alterando o


processo legislativo da própria emenda, ou revisão constitucional, tornando-o menos
difícil, não seria possível, porque haveria um limite material implícito ao poder
constituinte derivado em relação a essa matéria.

( ) Segundo a melhor doutrina, o art. 3º do Ato das Disposições Constitucionais


Transitórias da Constituição Federal de 1988 (CF/88), que previa a revisão
constitucional após cinco anos, contados de sua promulgação, é uma limitação
temporal ao poder constituinte derivado.

a) F, F, V, F, F

b) F, F, V, V, F

c) V, F, F, F, F

d) F, V, V, V, V

e) V, F, F, V, V

EFICÁCIA E APLICABILIDADE DAS NORMAS CONSTITUCIO

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58. (ESAF - 2012 - PGFN - Procurador) Na tradição da doutrina norte-americana,
incorporada por diversos autores brasileiros, as normas não autoaplicáveis são
aquelas que independem de regulação infraconstitucional para a sua plena
eficácia.

59. (ESAF - 2012 - PGFN - Procurador) “Norma de eficácia limitada”, ou “norma de


eficácia relativa”, é aquela que depende de legislação infraconstitucional para a
sua plena eficácia.

60. (ESAF - 2012 - PGFN - Procurador) “Norma de eficácia contida”, ou “norma de


eficácia restringível”, é aquela que independe de regulação infraconstitucional
para a sua plena eficácia, porém pode vir a ter a sua eficácia ou o seu alcance
restringido por legislação infraconstitucional.

61. (ESAF/PFN/2006) Uma norma constitucional programática pode servir de


paradigma para o exercício do controle abstrato de constitucionalidade.

62. (ESAF/Advogado-IRB/2006) Uma norma constitucional classificada quanto à


sua aplicabilidade como uma norma constitucional de eficácia contida não
possui como característica a aplicabilidade imediata.

63. (ESAF - 2005 - Receita Federal - Auditor Fiscal da Receita Federal) O art. 5º,
inciso XXII, da Constituição Federal de 1988, que estabelece "Art. 5º [...]
inciso XXII - é garantido o direito de propriedade", é uma norma constitucional
de eficácia contida ou restringível.

64. (ESAF/AFRF/2003) Os princípios da Constituição que se classificam como


cláusulas pétreas são hierarquicamente superiores às demais normas
concebidas pelo poder constituinte originário.

65. (ESAF/AFRF/2003) As normas programáticas são, na sua maioria, normas


autoaplicáveis.

66. (ESAF/AFRF/2003) As normas que preveem direitos fundamentais de


abstenção do Estado são, em sua maioria, normas não autoaplicáveis,
dependendo de desenvolvimento legislativo para produzirem todos os seus
efeitos.

67. (ESAF/AFRF/2003) Todas as normas estabelecidas pelo poder constituinte


originário no texto constitucional são formalmente constitucionais e se
equivalem em nível hierárquico.

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ENTRADA EM VIGOR DE UMA NOVA CONSTITUIÇÃO

68. (ESAF – 2012 – CGU – Analista de Finanças e Controle) o fenômeno da


desconstitucionalização encontra guarida no nosso sistema constitucional.

69. (ESAF - 2006 - CGU - Analista de Finanças e Controle - Área - Correição)


Segundo a doutrina majoritária e o Supremo Tribunal Federal, no caso
brasileiro, como efeito do exercício do poder constituinte derivado sobre a
legislação infraconstitucional existente, no caso da incompatibilidade material
da norma com o novo texto constitucional, temos uma inconstitucionalidade
superveniente.

70. (ESAF/PFN/2006) Normas não recebidas pela nova Constituição são


consideradas, ordinariamente, como sofrendo de inconstitucionalidade
superveniente.

71. (ESAF/PFN/2006) A Doutrina majoritária e a jurisprudência do Supremo


Tribunal Federal convergem para afirmar que normas da Constituição anterior
ao novo diploma constitucional, que com este não sejam materialmente
incompatíveis, são recebidas como normas infraconstitucionais.

72. (ESAF/PFN/2006) Uma lei que fere o processo legislativo previsto na


Constituição sob cuja regência foi editada, mas que, até o advento da nova
Constituição, nunca fora objeto de controle de constitucionalidade, não é
considerada recebida por esta, mesmo que com ela guarde plena
compatibilidade material e esteja de acordo com o novo processo legislativo.

73. (ESAF/PFN/2006) Para que a lei anterior à Constituição seja recebida pelo novo
Texto Magno, é mister que seja compatível com este, tanto do ponto de vista
da forma legislativa como do conteúdo dos seus preceitos.

74. (ESAF/PFN/2006) Uma lei federal sobre assunto que a nova Constituição
entrega à competência privativa dos Municípios fica imediatamente revogada
com o advento da nova Carta.

PRINCÍPIOS DE INTERPRETAÇÃO CONSTITUCIONAL

75. (ESAF/AFRFB/2009) A técnica denominada interpretação conforme não é


utilizável quando a norma impugnada admite sentido unívoco.

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76. (ESAF/PGFN/2007) O fenômeno da colisão dos direitos fundamentais não é
admitido como possível no ordenamento jurídico brasileiro, já que a
Constituição não pode abrigar normas que conduzam a soluções contraditórias
na sua aplicação prática.

77. (ESAF/TCU/2006) Na aplicação do princípio da interpretação das leis em


conformidade com a Constituição, o intérprete deve considerar, no ato de
interpretação, o princípio da prevalência da constituição e o princípio da
conservação das normas.

78. (ESAF/TCU/2006) Quando o intérprete, na resolução dos problemas jurídico-


constitucionais, dá primazia aos critérios que favoreçam a integração política e
social e o reforço da unidade política, pode-se afirmar que, no trabalho
hermenêutico, ele fez uso do princípio da conformidade funcional.

79. (ESAF/AFC-CGU/2006) O princípio de interpretação conforme a constituição


comporta o princípio da prevalência da constituição, o princípio da conservação
de normas e o princípio da exclusão da interpretação conforme a constituição,
mas contra legem.

80. (ESAF/PFN/2006) A interpretação conforme a Constituição consiste em


procurar extrair o significado de uma norma da Lei Maior a partir do que
dispõem as leis ordinárias que preexistiam a ela.

81. (ESAF - 2005 - Receita Federal - Auditor Fiscal da Receita Federal) De acordo
com o princípio da máxima efetividade ou da eficiência, princípio de
interpretação constitucional, a interpretação de uma norma constitucional
exige a coordenação e combinação dos bens jurídicos em conflito, de forma a
evitar o sacrifício total de uns em relação a outros.

82. (ESAF - 2005 - Receita Federal - Auditor Fiscal da Receita Federal) O princípio
de interpretação conforme a constituição não pode ser aplicado na avaliação da
constitucionalidade de artigo de uma Emenda à Constituição promulgada pelas
Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal.

83. (ESAF/Advogado-IRB/2004) O princípio da unidade da Constituição postula


que, na interpretação das normas constitucionais, seja-lhes atribuído o sentido
que lhes empreste maior eficácia ou efetividade.

84. (ESAF/Advogado-IRB/2004) O princípio de interpretação constitucional do


"efeito integrador" estabelece uma nítida hierarquia entre as normas da parte
dogmática da Constituição e as normas da parte meramente organizatória.

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85. (ESAF/Advogado-IRB/2004) Mesmo que, num caso concreto, se verifique a
colisão entre princípios constitucionais, um princípio não invalida o outro, já
que podem e devem ser aplicados na medida do possível e com diferentes
graus de efetivação.

86. (ESAF/AFRF/2003) Somente o Supremo Tribunal Federal – STF está


juridicamente autorizado para interpretar a Constituição.

87. (ESAF/AFRF/2003) Somente o Supremo Tribunal Federal - STF está


juridicamente autorizado para interpretar a Constituição.

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X. GABARITO

Princípios Fundamentais

1. C 2. B 3. E 4. E 5. E 6. E 7. E 8. E 9. C 10.B

11.E 12.E 13.D 14.E 15.E 16.E 17.E 18.B 19.E

Conceitos de Constituição

20.E 21.E 22.E 23.E

Classificação das constituições

24.B 25.A 26.E 27.E 28.E 29.C 30.E 31.E 32.E 33.E

34.C 35.E 36.E 37.E 38.E 39.E 40.E 41.E 42.E 43.A

Poder Constituinte

44.D 45.E 46.C 47.E 48.E 49.E 50.E 51.C 52.E 53.C

54.E 55.E 56.E 57.B

Eficácia e aplicabilidade das normas constitucionais

58.E 59.C 60.C 61.C 62.E 63.C 64.E 65.E 66.E 67.C

Entrada em vigor de uma nova Constituição

68.E 69.E 70.E 71.E 72.C 73.E 74.E

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Princípios de interpretação constitucional

75.C 76.E 77.C 78.E 79.C 80.E 81.E 82.E 83.E 84.E

85.C 86.E 87.E

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XI. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

MENDES, Gilmar Ferreira e BRANCO, Paulo Gustavo Gonet. Curso de Direito


Constitucional. São Paulo: Saraiva

LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado. São Paulo: Saraiva

MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional. São Paulo: Ed. Átlas

PAULO, Vicente e ALEXANDRINO, Marcelo. Direito Constitucional


Descomplicado. Ed. Impetus

CRUZ, Vítor. 1001 questões Comentadas Direito Constitucional. Questões do


Ponto (ebook)

www.stf.jus.br

www.cespe.unb.br

http://www.esaf.fazenda.gov.br/

http://www.fcc.org.br/institucional/

www.consulplan.net

http://www.concursosfmp.com.br

http://www.fujb.ufrj.br

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