O LÓTUS E O CACTUS:
Práticas budistas na Paraíba
11
Autores
O LÓTUS E O
CACTUS:
Práticas budistas na Paraíba
Editora da UFPB
João Pessoa
[ano]
12
APRESENTAÇÃO
1
Os dicionários de língua portuguesa recomendam a grafia “cacto”.
No entanto, como temos em mente não uma planta específica, mas
o gênero da família das cactáceas, tão comuns no agreste
paraibano, preferimos a grafia “científica”. Além disso, a sonoridade
da palavra cactus a torna mais próxima do lótus indiano.
14
PREFÁCIO
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
5. BIBLIOGRAFIA
6. ANEXOS
21
INTRODUÇÃO:
2
Fontes: Pew Research Forum on Religion & Public Life:
http://www.pewforum.org/ e The Association of Religion Data
Archives: http://www.thearda.com/ . Acessado em: 20/09/2012.
3
Fonte: IBGE, disponível em:
ftp://ftp.ibge.gov.br/Censos/Censo_Demografico_2010/Caracteristica
s_Gerais_Religiao_Deficiencia/tab1_4.pdf Acessado em:
20/09/2012. Em reportagem brasileira sobre o budismo, em 2002,
estimava-se que o número de adeptos era aproximadamente
300.000 a 500.000 budistas, organizados em torno de 160 diferentes
grupos. Ver: PAULA, C. “O príncipe hindu Sidarta Gautama,o
iluminado”. Superinteressante, nº 174, março/2002, disponível em:
http://super.abril.com.br/religiao/principe-hindu-sidarta-gautama-
iluminado-442777.shtml Acessado em: 20/09/2012
22
4
Outro desafio na coleta de estimativas precisas sobre adeptos
budistas em muitos países asiáticos, especialmente na China e na
Coreia do Norte, é a presença de governos nacionalistas, muitas
vezes hostis à religião em geral, ou ao budismo em particular. As
políticas governamentais tendem a forçar para baixo os totais
oficiais, de modo a subestimar drasticamente o número de
praticantes religiosos. Na contagem final da população budista
mundial, dependendo da extensão do sincretismo, os números
variam entre 7.342%, 10.356% ou 28.775%. Fonte:
http://en.wikipedia.org/wiki/Buddhism_by_country#cite_note-27
Acessado em: 20/09/2012.
23
5
Ver anexo I, Mapa de distribuição dos budistas no estado da
Paraíba.
6
Ver USARSKI, 2008.
25
Capítulo 1
BUDDHA:
O MITO E A HISTÓRIA
7
Ver “As Raízes do Romantismo Buddhista”, 11/02/2013.
Disponível em: http://nalanda.org.br/incompreensoes/as-raizes-do-
romantismo-buddhista
Acessado em: 19/02/2013.
34
8
Além do conhecido romance Os vagabundos iluminados (1958), de
franca inspiração budista, Jack Kerouac também produziu a obra de
divulgação dos ensinamentos do Buda Sakyamuni, Wake up: a Life
of the Buddha (1955), publicada somente em 2008, e lançada
recentemente pela editora gaúcha L&PM (Despertar: uma vida de
Buda, 2012). Alan Watts, guru zen desta geração, autor de O
espírito do Zen (1936) e de O caminho do Zen (1957), teria servido
de inspiração para a personagem Japhy Rider, de Os vagabundos
iluminados. Já a famosa obra de T. Leary, The Psychedelic
Experience: A Manual Based on the Tibetan Book of the Dead
(1966), conforme indicado em seu subtítulo, toma por referência o
Bardo Thodol (“Iluminação pelo ouvir do Bardo”, traduzido no
ocidente como Livro Tibetano dos Mortos). Seguindo uma estrutura
muito semelhante à obra tibetana (um guia para conduzir aqueles
que desencarnam até a iluminação, ou até um novo renascimento),
o livro de Leary é um manual para conduzir o usuário de LSD
durante a experiência lisérgica. Esta publicação acabou por divulgar
enormemente a obra tibetana nos EUA na época.
35
9
Ver PALI TEXT SOCIETY. The Story of Gotama Buddha (Jataka
Nidana), trad. N. A. Jayawickrama. Oxford: Pali Text Society, 1990.
E também ROYER, 2012.
37
10
Samyutta Nikaya LVI, 11 (“Colocando a roda do Dhamma em
movimento”). Disponível em:
http://www.acessoaoinsight.net/sutta/SNLVI.11.php?frm=imp
Acessado em 10/10/2012.
39
11
Esta coleção, provavelmente a última a ser incorporada ao
conjunto dos Vedas, contém os primeiros rudimentos da medicina
ayurvédica.
42
13
O termo sânscrito samsara significa literalmente “fluir”. Segundo
Padma Samten (2001 a), samsara refere-se sobretudo à experiência
cíclica de mortes e renascimentos, construída pelos “três venenos”
da mente (desejo, fixação no ego e ignorância). Na “Roda do
Samsara” (ou “Roda da Vida”), “os seres separativos dominados
pelos três venenos vagam indefinidamente por essas experiências
de acordo com as seis emoções perturbadoras, e essas classificam
as experiências em seis reinos” (p 155). À prisão do samsara se
contrapõe a ideia de nirvana, que é a libertação do ciclo.
46
14
Ver “O despertar do Yoga”, in: GNERRE (2011, capítulo 5. pp 95 –
126).
56
16
É possível contestarmos essa imagem do “Buda reformador”
tendo em vista que ele nunca reconheceu os Vedas como
Pramanas, isto é, como fontes legítimas de conhecimento. Desta
forma, se o Buda está situado em uma posição exterior à tradição
védica, como afirmar que ele é um “reformador” da mesma?
Ressaltemos que a “reforma” religiosa aqui aludida deve ser
entendida de forma menos literal, a partir da perspectiva de que
Buda não queria “melhorar” sua crença original. Por outro lado,
também não devemos entender que sua exterioridade em relação
aos Vedas implica em desconhecimento da tradição à qual pertencia
seu clã. O não-reconhecimento dos Vedas deve ser identificado à
64
17
Ver FOUCAULT, 2000 (b).
66
18
Arhat (em sânscrito, “o digno”) ou arahant (em páli). Etimologias
alternativas sugerem também as acepções “vencedor dos inimigos”
e “imortal”. No contexto budista, o termo é geralmente associado
àquele que realizou os quatro estágios do caminho supramundano,
ou estágios da iluminação, a saber: o estágio da “entrada na
correnteza” (em que são eliminados os três grilhões mais grosseiros
que prendem à Roda do Samsara, isto é, a ideia de existência de
um eu em meio aos cinco agregados, a dúvida em relação ao Buda
e ao dharma, o apego a preceitos e rituais), através dessa
realização o praticante poderá renascer ainda mais sete vezes em
reinos superiores; o estágio “daquele que retornará apenas uma
vez” antes de atingir a libertação (são eliminadas os grilhões da
cobiça, raiva e delusão); o estágio “daquele que não retornará mais”
(são destruídos os grilhões do desejo sexual e da má vontade),
através da realização desse estágio, o praticante apenas renascerá
espontaneamente em alguma morada de Terra Pura, lá atingirá o
parinirvana e nunca mais retornará; o estágio de arhat (são
destruídos os cinco últimos grilhões, isto é, o desejo de renascer na
matéria sutil, o desejo de renascer no reino imaterial, a presunção, a
inquietação), cuja realização liberta a mente do praticamente por
completo.
68
http://nalanda.org.br/incompreensoes
/buddhismo-theravada-e-mahayana
Acesso em 12/06/2014)
19
As fontes Theravada apontam cerca de 30 a 40 anos após o
segundo concílio.
71
20
Sarvastivadins são os adeptos da escola Sarvastivada, derivada
da linhagem dos “antigos”, cuja tradução seria “escola do tudo
existe”, pois pressupõe a existência de todos os dharmas (no
sentido de tudo daquilo que pode ser percebido pelas 18 esferas,
que explicaremos mais adiante).
73
21
Boa parte do cânone páli se encontra vertido para o português na
página www.acessoaoinsight.net Conhecido como Tipitaka (do
sânscrito tripitaka, “cesto tríplice”), o cânone é subdividido em três
coleções: Sutta Pitaka (ensinamentos proferidos pelo Buda aos
discípulos); Vinaya Pitaka (conforme já dissemos, o conjunto de
regras dirigido à comunidade monástica) e Abhidamma Pitaka
(aprofundamento dos ensinamentos desenvolvido pela escola
Theravada).
74
22
O “nirvana absoluto”, conquistado com a morte, que elimina toda e
qualquer possibilidade de retorno ao samsara.
75
23
Em sânscrito, uma das acepções de bodhi é “iluminação”; chitta é
“mente”. Segundo Gueshe Kelsang Gyatso (2007), a bodhichitta é
definida como “uma mente primária, motivada por grande
compaixão, que espontaneamente busca a iluminação para o
benefício de todos os seres”. (p 165)
24
Encontramos a seguinte nota explicativa no principal site
theravada em língua portuguesa disponível atualmente: “No Tipitaka
[cânone theravada], o Buda não é distinguido dos demais arahants,
exceto pelo fato dele ter redescoberto o caminho para a iluminação
e auxiliar os outros nesse caminho. O Sthaviravada [a escola dos
antigos] permaneceu mais fiel a esse conceito, embora
gradualmente tenha atribuído um status mais elevado ao Buda,
atribuindo-lhe por fim completa onisciência, particularmente na
literatura mais popular. A Mahasamgha [a “grande assembleia”], por
outro lado, tendo relaxado os requisitos de um arahant, optou por
fazer uma distinção mais clara no caso do Buda, a ele foi atribuída
uma natureza completamente distinta, bem acima dos demais seres
humanos, chegando mesmo a dizer que ele na verdade não era um
ser humano. Desse modo começou a transformação do Buda e da
sua doutrina, que levou, passo a passo, ao desenvolvimento do
movimento Mahayana, do humanismo do Tipitaka original, para o
sobrenatural da maioria dos suttas Mahayana”.
Disponível em http://www.acessoaoinsight.net/cronologia.php
Acesso em 10/06/2014)
77
25
Nagarjuna, por exemplo, teria recebido os principais ensinamentos
do caminho do meio através dos nagas, homens-serpentes que
habitam o fundo das águas. O bodisatva Maytreya, espécie de
deidade não-nascida, é um dos fundadores da escola Yogacāra, e
assim por diante.
78
26
Há várias acepções para o termo sânscrito dharma. Além dos
significados mais comuns, como “lei natural” ou “doutrina do Buda”
(buddha-dharma), também podemos interpretá-lo como “a natureza
das coisas”. Nesse sentido, no contexto do discurso filosófico, de
forma bastante resumida, podemos compreender os dharmas como
todas as coisas que podem ser apreendidas pelas bases sensoriais
e dão forma às diferentes camadas da mente humana, ou melhor,
as “consciências” (são os dharmas condicionados), além daquilo
que pode ser experienciado fora da mente (dharmas
incondicionados); o Nirvana é, nesse sentido, o “dharma supremo”.
79
27
Muitas obras em língua portuguesa sobre budismo tibetano
costumam traduzir o termo ṣūnyatā (vazio) por “vacuidade”.
80
28
Delusão, termo muito comum nos textos de divulgação budistas, é
a total convicção sobre uma crença falsa. No contexto do dharma de
Buda, a maior delusão de todas é o apego à existência do eu
(atman).
81
29
Ver CHENG, A. 2008.
82
30
Pseudônimo de Louise Eugéne Alexandrine Marie David (1868 -
1969), escritora e exploradora francesa, que viajou durante quatorze
84
31
O budismo tibetano também se subdivide em quatro principais
escolas: Nyingma, Kagyu, Sakya e Gelug. Os “Dalai Lamas” todos
pertencem à Gelug, a mais recente das quatro escolas.
86
32
A questão da imigração japonesa será retomada no capítulo 3,
quando trataremos especificamente do budismo nitiren daishonin
soka gakkai.
33
Ver ALBUQUERQUE (2011).
92
34
Um mestre (“lama”) tibetano renascido. Geralmente, os mestres
renascidos são reconhecidos através de um longo e meticuloso
processo investigativo, que envolve desde oráculos até “provas” de
conhecimentos específicos dos ensinamentos vajrayana.
Retornaremos à questão do renascimento no budismo tibetano no
capítulo 2.
93
35
Ver anexo II, documento de fundação do centro zen de Campina
Grande.
96
36
A centralidade da figura do guru ressurgirá posteriormente, no
intervalo entre período do “mahayana tardio” (marcado pelos Sutras
do Tathagathagarbha) e o surgimento do vajrayana.
100
37
Kalama Sutta, Anguttara Nikaya III.65.
38
“Revendo o Kalama Sutta”, disponível em :
http://www.acessoaoinsight.net/arquivo_textos_theravada/ensaio9.p
hp . Acesso em 20/11/2013
39
Epíteto comumente utilizado para referir Buda Sakyamuni nos
sutras do cânone páli.
101
acontecendo, com o
desenvolvimento da virtude da
paciência em Milarepa. Mesmo
envolta em momentos de grandes
dúvidas, a espera de Milarepa ilustra
o tipo de devoção e confiança que o
discípulo deve ter em relação ao seu
mestre. (NINA, 2006. p 74)
41
“Tomar refúgio”, resumidamente, é colocar-se sob proteção e
tutela de um mestre, de seus ensinamentos, bem como compartilhar
estas experiências com os demais alunos. Isto não significa, no
entanto, que só se possa ter um único mestre no decorrer da
caminhada espiritual. Antigamente, a “sangha” se restringia à
comunidade monástica, mas o sentido atual do termo se ampliou e
diz respeito a todos que seguem os ensinamentos de um
determinado mestre, com ou sem votos monásticos.
114
42
O relato deste encontro foi publicado em texto assinado pela
equipe de reportagem da revista budista gaúcha Bodigaya, sob o
título “Encontro reservado com o Dalai Lama”, nº 19. Porto Alegre:
Ed. Bodigaya, 2007, pp 38-45.
121
43
Ver USARSKI (2008)
122
44
Aprofundaremos esta análise no decorrer do capítulo 3.
123
Capítulo 2
DHARMA:
OS ENSINAMENTOS DO BUDA
E A RELIGIOSIDADE PARAIBANA
Ensinou agradecer
ao sol que aquece e dá lume,
A cabrinha que além
do leite dá o estrume
De quando o sereno enchombra
nutre a planta que dá sombra
e a flor que dá perfume
45
Os textos em itálico inseridos neste capítulo são transcrições de
anotações do diário de campo de Klara Schenkel, realizadas entre
08/2011 e 03/2012.
127
47
Com exceção dos gurus e coordenadores dos centros de dharma
(“pessoas públicas”, cuja referência é importante documentar), os
nomes dos demais informantes desta pesquisa foram alterados para
preservar sua privacidade.
130
Prática da meditação.
Desenvolvimento:
Figura 1:
157
Orgulho
Avareza Inveja
Desejo/Apego
Ira
Gula (Raiva/Medo) Aflição
por carência
Luxúria Preguiça
(Cansaço)
Figura 2:
158
SETE VIRTUDES
SETE VIRTUDES SEIS PERF
Generosidade
Humildade
Concentração
Caridade Diligência
(Esforço
jubiloso) Sabedoria
Castidade
Moralidade/disciplina
Temperança
Paciência
51
Recentemente, ao ser interrogado sobre a ideia de “reencarnação
budista” veiculada por uma novela brasileira da Rede Globo (“Joia
Rara”), o professor Joaquim Monteiro fez a seguinte declaração: “O
budismo tem ideias como a impermanência e a insubstancialidade e
não há como aceitar a ideia de uma mesma substância que se
encarna, daí o termo renascimento (...) Sob a perspectiva da
163
52
O “Cântico do irmão Sol” é também conhecido como “Cântico das
Criaturas”, supostamente de autoria de Francisco de Assis:
“Altíssimo, onipotente, bom Senhor,/Teus são o louvor, a glória, a
honra/E toda a bênção/ Só a ti Altíssimo, são devidos;/e homem
algum é digno/ De te mencionar. // Louvado sejas, meu
169
Área de
camping improvisada na lateral do templo.
Capítulo 3
SANGHA:
GURUS E CENTROS DE PRÁTICA
53
A canção, gravada no LP de Fagner de 1973, teve a última parte
da letra censurada: “não adianta ir embora/ pra São Paulo ou
Guanabara// O patrão que aqui me explora/ me arranca os olhos da
cara// É o mesmo patrão de lá/ e o Deus de lá é o daqui// Só deixo o
meu cariri/ no último pau-de-arara”. Posteriormente, em 1996,
“Último Pau de Arara” foi gravada no CD Voz & Alma do Coral da
Petrobrás em Natal (regência do Padre Ferreira da Costa) na
íntegra. O poema completo também foi publicado em Deixe o
coração voar (1989).
192
54
Dados obtidos em: http://fgv-
atlas.clientes.singleview.com.br/verbete/6340 Acesso em
16/06/2014.
194
Súbita claridade
inundou-me os neurônios
desde as plantas dos pés.
Raposas selvagens
tomaram meu corpo
transmigrando milênios
no ser que não-sou.
Borboletas de vidro
selaram meus lábios,
serpentes douradas
vomitaram textos
em meu cérebro ôco.
Leões de diamante
trituraram-me os ossos
em gelo e granito.
Dragões insolentes
possuíram minha alma
em auroras de fogo.
Sóis desabrocharam
sobre o meu espanto.
Fui forma e vazio
movendo-me, estático,
nas dez direções! (GUIMARÃES,
1989, p 83)
55
Infelizmente, o cordel A Vida de Buda em Versos está esgotado e
parou de ser publicado há alguns anos. Existe a possiblidade de que
seja reeditado em breve pela sanga de Lama Padma Samten.
198
Aterrissei no planeta
pelo portão da Paraíba -
no ano de 30 deste século
dito revolucionário.
Fui rotulado de poeta,
escritor, publicitário,
jornalista, monge, ioguin
mas sou somente um caboclo
intermultiplanetário,
cidadão do Cosmos, livre
de pátrias e geografias.
(GUIMARÃES, 1989. p 20)
199
LEGADO
Assim como há árvores
que brotam já tortas,
pessoas há
que já nascem mortas!
Eu quero morrer
como morrem as rosas
que, antes de murcharem,
abrem seu melhor sorriso
e partem de improviso
deixando o perfume,
uma saudade breve
e uma lembrança boa
e leve
(GUIMARÃES, 199. p 45)
56
Ver Anexo II, documento de fundação do Centro Zen de Campina
Grande.
202
57
Ver Anexo III. “Manifesto Contra a Intolerância Religiosa”.
Disponível em:
https://sites.google.com/site/ongnovaconsciencia/blog-
consciencia/escolhendoofuturoedmundogaudencio Acessado em
23/06/2013
205
u4Dezembr012.pdf. Acessado em
23/06/2013)
59
Após a leitura deste relato de campo, o monge Ikô nos deu
informalmente o seguinte feed back a respeito da possível
interpretação dos enunciados proferidos por ele, que tomamos a
liberdade de reproduzir: “Ou, talvez, porque nosso enfoque soe
como elitista, por insistirmos em nomes incomuns, pelo menos aos
ouvidos de muitos dos que nos procuram. Ou – via de regra –
achamos que devemos continuar a pronunciar nossos rituais em
japonês etc. Neste mister, a Monja Coen Sensei é inovadora,
preocupando-se – o que fere a “simpatia” de muitos – em traduzir os
sutras para nosso vernáculo. O Centro Zen também, fez lá suas
investidas, como o poema a seguir [“Gokan no ge – Os Cinco
Tesouros”, do cordelista Manoel Monteiro, reproduzido no anexo IV]
Este recebeu muitas críticas dos mais ortodoxos ou tradicionalistas”.
214
60
Disponível em http://zepaiva.com/tag/lama/ Acessado em
20/06/2013
217
61
Durante nossa pesquisa de campo, a sangha paraibana ligada ao
Lama Samten ainda não era um CEBB. Deixou de ser “grupo de
estudos” (GEBB) para tornar-se “centro de estudos” (CEBB) entre
2013 e 2014.
220
62
Evento do PPGCR – UFPB, ocorrido no auditório do CE em
19/06/2013
224
63
Nessas terras, além de plantação de cana-de-açúcar, havia
algumas cabeças de gado leiteiro, que não foram adquiridas na
época da negociação da área. Ao ser informado de que esses
animais seriam sacrificados (pois o dono não dispunha mais de local
para apascentá-los), SS Sakya Trizin autorizou sua compra
imediata. Em 2012, tive notícias de que o mosteiro em Timbaúba
não será mais construído, mas, de todo modo, as vacas foram
salvas.
229
64
Segundo a interpretação do Daichonin Nitiren Soka Gakkai, “nam”
significa devotar-se para própria felicidade e a dos outros; “mioho” é
a lei do Universo e rege todas as coisas; “rengue” é a regra da
256
gakkai é que tudo aquilo que passou não pode ser mudado e,
sendo assim, se existir uma vida futura, ela será uma reação à
ação que pratiquei na vida presente. Ou seja: se sou feliz nesta
vida, logicamente estou criando as causas para isto e, portanto,
o único efeito possível é ser feliz também na próxima, se
houver. Então não há motivos para nos preocuparmos se a
crença na “reencarnação” é verdadeira ou não.
Ainda hoje há uma forte resistência das escolas mais
tradicionais em reconhecer o nitirem soka gakkai como uma
forma legítima de prática budista, em decorrência de também
não reconhecerem nessa forma “moderna” os pontos centrais
do dharma de Buda Sakyamuni. Por outro lado, apesar de não
desconsiderarem a importância histórica do Buda Sakyamuni,
aqueles que seguem o corpus doutrinário do budismo da BSGI
(de fato bastante heterodoxo em relação à tradição das demais
escolas) afirmam que o monge japonês Nitiren Daishonin (sec.
XIII a.C) é o “buddha” que de fato revelou o verdadeiro
dharma. Ainda assim, os adeptos da BSGI continuam a se auto-
identificar como “budistas” e como “mahayanas”, e parecem
não estar preocupados em responder se é esse budismo é “de
Buda” ou não ( “de Deus” ou “de Jesus” já sabemos que não
é...). Sua ritualística segue um modelo pré-estabelecido pela
própria SGI: daimoku (recitação do mantra e do sutra do Lótus)
262
CONSIDERAÇÕES FINAIS
66
Última estrofe e último verso (“mantra da paz”) do livreto de cordel
A Vida de Buda em Versos, de J. Palmeira Guimarães. Paraíba,
1977.
277
BIBILOGRAFIA
Disponível em:
http://www.histedbr.fae.unicamp.br/revista/edicoes/43/art18_4
3.pdf Acessado em: 28/02/2013.
IGREJA CATÓLICA. Compêndio do Catecismo da Igreja
Católica (em português). Coimbra: Gráfica de Coimbra, 2000 .
Disponível em:
http://www.vatican.va/archive/compendium_ccc/documents/ar
chive_2005_compendium-ccc_po.html Acessado: 28/02/2013
LEVENSON, Claude B. Budismo. Trad. Rejane Janowitzer.
Porto Alegre – RS: L&PM, 2009.
LOYOLA, Santo Inácio. Exercícios Espirituais.
Disponível em:
http://www.sca.org.br/opusculo/ExerciciosEspirituaisInacioLo
yola.pdf Acessado em: 28/02/2013.
LÓPEZ-GAY, J. “Saint Francis Xavier and the Shimazu
Family”. Bulletin of Portuguese/ Japanese Studies, vol 6.
Universidade Nova Lisboa: Lisboa, Portugal, 2003. pp 93 -106.
Disponível em:
www.redalyc.uaemex.mx/pdf/361/36100605.pdf Acessado em:
28/02/2013.
283
ANEXOS
289
290
Primeiro:
Diante da mesa posta
Invade-nos um sentimento
De profunda GRATIDÃO
E de reconhecimento
À todos que trabalharam
Pra nos darem este alimento.
Segundo:
Será que nós MERECEMOS
A benesse desta oferta?
E se nosso coração
Tem mantido a porta aberta
Para os famintos de amor
Encontrarem a mesa certa?
Terceiro:
Ao alimentar o corpo
Devemos ter consciência
De que a GANÂNCIA é má
O APEGO é imprudência
Visto que os bens supérfluos
Não lapidam a existência.
Quarto:
Alimento é vida e vem
Da nossa mãe natureza
296
Quinto:
Estende-se a nossa frente
Um CAMINHO a percorrer,
Então, ESTE PÃO d’agora
Há de nos fortalecer
Sem discriminar ninguém
Para fazermos o bem
Que é nossa missão fazer.