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Epidemiologia, Saúde Pública e SUS

(TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS)


1ª AULA – História da Saúde no Brasil

Daniela Viegas da Silva Sorrentino - 108.518.477-30


NOVO Curso Completo de Legislação Aplicada à EBSERH

História da Saúde no Brasil

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Gabarito: 1 - D / 2 - B / 3 - C / 4 - D / 5 - C / 6 - A / 7 - D / 8 - B / 9 - D / 10 - B / 11 - V e V

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História da Saúde no Brasil

No período colonial do Brasil (1500 a 1822), as doenças eram encaradas pelos índios como
castigo ou provação, cujas causas eles reconheciam como reflexo da vontade de um ser
sobrenatural, ação de astros e dos agentes climáticos ou força de uma praga ou feitiço. Dentro da
concepção empírica, mística e mágica da doença, quando as pessoas adoeciam, recorriam ao pajé,
que exorcizava os maus espíritos e utilizava plantas e substâncias diversas no tratamento dos
enfermos.
Faremos uma viagem na história da saúde do Brasil Colônia.
Os primeiros colonizadores, obviamente, não
endossavam o sistema de atendimento à saúde dos índios. Um
dos objetivos dos portugueses era converter os indígenas ao
cristianismo e isso significava neutralizar a influência do pajé;
e talvez, principalmente, cuidar da saúde dos habitantes da
terra. Os padres jesuítas tiveram papel importante na
assistência aos doentes, levando medicamentos, por eles
manipulados em suas boticas, e alimentos aos pacientes, além
de aproveitarem aquele momento para a catequese.
Figura 1 - Curandeirismo
O progressivo desenvolvimento da colonização levou ao
desaparecimento da assistência médica jesuítica, substituída pelos físicos, como eram conhecidos
os médicos da época, e pelos cirurgiões barbeiros1.

1
No Brasil dos séculos XVI e XVII, os barbeiros-cirurgiões eram portugueses e espanhóis, cristãos-novos e meio-cristãos-novos
que praticavam pequenas cirurgias, além de sangrar, sarjar, lancetar, aplicar bichas e ventosas e arrancar dentes. Também
cortavam o cabelo e a barba. Negros e mestiços também começaram a atuar a partir da metade do século XVII e enquanto os
barbeiros escravos trabalhavam para os seus senhores, os livres amealhavam para sí mesmo os rendimentos de suas atividades e
muitas vezes mantinham em treinamento escravos. Dentre seus instrumentos constavam navalha, pente, tesoura, lanceta,
ventosa, sabão, pedra de amolar, bacia de cobre, escalpelo, boticão, escarificador, turquês e sanguessuga (Hirudo medicinalis). Os
mais humildes praticavam suas atividades na própria rua, enquanto os mais preparados tinham suas lojas nas ruas principais. As
atividades dos barbeiros-cirurgiões perdurou até o século XIX.

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Nesse período, importada da África, onde


era endêmica, e da Europa, a varíola não mais
desertou do território brasileiro e, em surtos
periódicos, dizimou boa parte da população local.
A prática médica era baseada em
conhecimentos tradicionais e não “científicos”. A
estratégia de controle utilizada na época baseava-
se no afastamento ou no confinamento dos doentes
nas Santas Casas de Misericórdia2, cuja função
era mais assistencialista do que curativa. Tal é a
característica das ações de combate à hanseníase,
Figura 2 - Santas Casas de Misericórdia.
voltadas para o indivíduo doente, e não para a
prevenção da ocorrência da doença na população.

A ação contra a febre amarela desenvolvida em fins do século XVII, em Pernambuco,


inaugura uma nova prática, em que, ao lado das medidas voltadas para o indivíduo – como o
isolamento – são organizadas ações com o objetivo de destruir ou transformar tudo o que, no meio
urbano, é considerado causa da doença. Para evitar a sua propagação, aterram-se águas estagnadas,
limpam-se ruas e casas, criam-se cemitérios, purifica-se o ar. O fator desencadeante dessas
medidas, contudo, é a própria ocorrência de epidemias. Estas, tão logo controladas, são seguidas
pela desativação daquelas medidas saneadoras.

2
A primeira Santa Casa de Misericórdia no Brasil foi inaugurada em Santos, no ano de 1543, construída por Braz Cubas. A
segunda foi fundada em Salvador, no ano de 1549, para cumprir a sua missão de tratar dos doentes. No final do século XVI,
construiu o Hospital São Cristóvão em Salvador-BA.

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Somente a partir do século XIX, estruturam-se ações que visam à promoção da saúde, antes
mesmo da ocorrência das doenças.
Com a chegada da família real ao
Brasil, em 1808, incorporou-se o caráter de
ação denominado de Polícia Médica,
originário da Alemanha do século XVIII.
Essa concepção propunha a intervenção nas
condições de vida e saúde da população,
com o propósito de vigiar e controlar o
aparecimento de epidemias. Tratava-se de
um controle-profilaxia, de vigilância da
cidade, para controlar as instalações de
Figura 3 - Teoria Miasmática
minas e cemitérios, o comércio do pão,
vinho e carne.
A concepção adotada, sobre as causas das doenças baseava-se na teoria miasmática3, que
concebia as emanações de elementos do meio físico como seus agentes responsáveis, considerados
insalubres porque ainda não se conhecia a existência dos microrganismos.
Considerava-se que o ar era o principal causador de doenças, pois carregava gases
pestilenciais oriundos de matéria orgânica em putrefação. Essa matéria em decomposição
resultaria de águas estagnadas nos pântanos, para onde seriam carreadas substâncias animais e
vegetais de cemitérios localizados, na maioria das vezes, no centro das cidades, “infeccionando o
ar”. Os serviços de saúde, organizados à semelhança de Portugal, tinham sua atenção voltada para
a profilaxia das moléstias epidêmicas, baseada no saneamento do meio.
Para combater esses males, propunha-se a urbanização da cidade, com aterros de pântanos,
demarcação de ruas e lugares de construção, implantação de rede de água e esgoto, organização
dos cemitérios, criação de normas higiênicas para enterro dos mortos, etc.

3
A teoria miasmática ou teoria miasmática das doenças foi uma teoria biológica formulada por Thomas Sydenham e Giovanni
María Lancisi durante o século XVII. Segundo a teoria, as doenças teriam origem nos miasmas: o conjunto de odores fétidos
provenientes de matéria orgânica em putrefação nos solos e lençóis freáticos contaminados.

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Outra causa a que se atribuía a doença seria a circulação das pessoas e mercadorias pelos
portos. Para evitá-la, propõe-se a criação de um lazareto4 para quarentena dos escravos portadores
de moléstias epidêmicas e cutâneas. Essas ações de profilaxia das moléstias transmissíveis
consistiam, fundamentalmente, na fiscalização rigorosa das embarcações que poderiam trazer a
peste ou outras moléstias epidêmicas, o que viria a constituir a vigilância sanitária dos portos. A
depender das moléstias que trouxessem ou do número de óbitos ocorridos a bordo, procedia-se à
quarentena dos navios, dos indivíduos ou dos doentes nos “Lazaretos”. Somente a autoridade
sanitária poderia conceder a essas pessoas visto de entrada na cidade. Aqui, já aparece a
preocupação com o indivíduo, esboçando-se a noção de caso, além da vigilância da cidade já
citada. Sobre essa noção de caso, fundamentam-se, progressivamente, ações restritas ao indivíduo
portador: isolamento do paciente, seu controle, manipulação e até punição.
No ano de 1810, o Alvará de 22 de janeiro determina a construção de Lazareto para
quarentena de viajantes e ancoradouro especial para embarcações suspeitas, inclusive com taxas
públicas para este serviço de saúde. Trata-se de um dos primeiros regulamentos para o controle
sanitário de pessoas/viajantes, cargas/mercadorias e embarcações nos portos no Brasil. É o
nascimento da vigilância em saúde nos portos, aeroportos e fronteiras baseada em medidas de
controle para doenças contagiosas.
As preocupações com a saúde da população, principalmente com a saúde da Corte, bem
como a necessidade do saneamento dos portos como estratégia para o desenvolvimento de
relações mercantis, trouxeram uma nova organização para o governo, em que se buscava o
controle das epidemias e do meio ambiente.
Com o desenvolvimento da bacteriologia (Era Bacteriológica) e da utilização de recursos
que possibilitaram a descoberta dos microrganismos, surgiu a identificação do agente etiológico da
doença, concretizada na segunda metade do século XIX e início do século XX. O consequente
desenvolvimento de métodos que possibilitavam o combate aos agentes etiológicos (soroterapia,
quimioterapia) propiciou a execução da vacinação antivariólica, iniciando uma nova prática de
controle das doenças, com repercussões na forma de organização de serviços e ações em saúde
coletiva no Brasil.

4
Estabelecimento existente junto aos portos, ao qual se recolhem viajantes procedentes de países onde grasse moléstia
epidêmica ou contagiosa; hospital de quarentena.

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Durante o período do Brasil Império (1822 a 1889), foram


realizadas ações de combate específico a determinadas doenças
transmissíveis. A vacina contra a varíola foi descoberta. Passou-
se a identificar os agentes causadores de doenças. Foi o período
da era bacteriológica5.
De acordo com artigo sobre modelo bacteriológico a
programação em saúde (1889-1983), o Modelo Bacteriológico
data do período de 1889-1925. Ademais, conforme o livro "O
território e o processo saúde-doença”, no final do século XIX,
com o auxílio do microscópio, o químico francês Louis Pasteur, Figura 4 - O francês Louis Pasteur (1822-
1895) foi o primeiro cientista a admitir
estudando as falhas na fermentação de vinhos e cervejas, que a varíola era causada por micro-
organismos (Fonte: Fiocruz).
observou que microorganismos tinham um papel fundamental
neste processo. Portanto, a era bacteriológica surgiu com as
descoberta de Pasteur no final do século XIX.
Como consequência da redução da importância do meio na ocorrência das doenças,
característico da teoria miasmática, progressivamente, as ações tornam-se mais restritas ao
indivíduo portador, para o qual seriam dirigidas as ações de controle. Além da utilização do
isolamento do paciente, este seria objeto de intervenção dos serviços de saúde da época.
Em síntese, No período imperial, temos a superação da teoria miasmática (focada no meio
ambiente) e incorporação da era bacteriológica (centrada no agente etiológico das doenças).
No final do século XIX e começo do século XX, ocorreu grande aumento da emigração
europeia para o Brasil, formada por pessoas muito suscetíveis às doenças tropicais. A péssima
situação sanitária do País prejudicava até mesmo a economia, que dependia, fundamentalmente, da
exportação do café. Navios recusavam-se a vir ao Brasil.
A realidade apresentada na questão foi levada em consideração na determinação das
políticas de saúde no período da República Velha (1889 a 1930).

5
Com a era bacteriológica, a teoria da unicausalidade teve sua grande época. Esta teoria baseava-se no conceito de que uma vez
identificados os agentes vivos específicos de doenças, os chamados agentes etiológicos e os seus meios de transmissão, os
problemas de prevenção e cura das doenças correspondentes estariam resolvidos, esquecendo-se dos demais determinantes
causais relacionados ao hospedeiro e ao ambiente.

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As necessidades de saúde geradas no processo de desenvolvimento econômico e social, de


controle de doenças que visavam à manutenção da força de trabalho em quantidade e qualidade
adequadas, determinaram, como parte do processo de organização do Estado republicano, a
montagem da estrutura sanitária encarregada de responder a essa demanda. A simples fiscalização
não resolveria o problema: era preciso uma ação governamental mais abrangente, em bases mais
científicas.
A Bacteriologia vivia seu auge em todo mundo, a medicina higienista começava a ganhar
força no Brasil e a pautar o planejamento urbano da maioria das cidades. No momento em que os
tripulantes estrangeiros receavam desembarcar nos portos brasileiros, pela temeridade de contrair
inúmeras doenças que proliferavam aqui, o saneamento foi a solução encontrada para,
literalmente, mudar a imagem do País lá fora.
Os problemas de saúde que, então, aparecem como preocupação maior do Poder Público são
as endemias e as questões gerais de saneamento nos núcleos urbanos e nos portos, principalmente
naqueles vinculados ao segmento comercial voltado à exportação o ao capital industrial nascente.
Tratava-se da criação de condições sanitárias mínimas indispensáveis não só para as relações
comerciais com o exterior, como também para o êxito da política de imigração, em função da
relativa escassez de mão de obra nacional.
As doenças pestilenciais como cólera, peste bubônica, febre amarela,
varíola e as chamadas doenças de massa, isto é, doenças infecciosas e
parasitárias, como tuberculose, hanseníase, febre tifóide, representavam as
doenças de maior expressão a requerer a atenção pública.
Figura 5 - Doenças
As campanhas contra febre amarela, peste bubônica e varíola, assim como Infecciosas e
Parasitárias
as medidas gerais destinadas à promoção de higiene urbana, caracterizavam-se
pela utilização de medidas jurídicas impositivas6 de notificação de doenças, vacinação obrigatória
e vigilância sanitária em geral. No seu conjunto, não ultrapassavam os limites de soluções
imediatistas a problemas agudos que, de uma forma ou de outra, poderiam comprometer o
desenvolvimento da economia cafeeira. Senão, essas medidas representavam, tão somente,
tentativas de respostas aos quadros epidêmicos calamitosos que ameaçavam a população em geral
e que, por vezes, davam motivos às pressões políticas.

6
A chamada Revolta da Vacina ocorreu de 10 a 16 de novembro de 1904 na cidade do Rio de Janeiro. O motivo que desencadeou
isso foi a campanha de vacinação obrigatória, imposta pelo governo federal, contra a varíola.

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Como fator limitante para a ação da Saúde Pública, figurava o próprio alcance do
conhecimento científico e tecnológico referente ao diagnóstico, prevenção e terapia das doenças,
quando comparado aos parâmetros atuais.
Em 1923, o estabelecimento de convênio entre o governo brasileiro e a Fundação
Rockefeller garantiu a cooperação médico-sanitária e educacional para a implementação de
programas de erradicação das endemias, sobretudo nas regiões do interior, onde os trabalhos se
concentraram no combate à febre amarela e, mais tarde, à malária. Como iniciativa de ação
coadjuvante com aos serviços estaduais e municipais no combate a doenças como ancilostomíase,
esse acordo tinha duplo interesse para o País: científico e econômico, porque, além de proteger as
populações, aumentaria a sua produtividade.
É importante compreendermos a evolução histórica da saúde no período colonial até o
republicano do Brasil. Não há necessidade de decorarmos detalhes sobre esse assunto.
Mais uma vez, a questão apresenta-se correta.

1. (Residência Médica/Secretaria Estadual de Saúde do Pernambuco-PE/Seleção 2012/UPE)


Sobre o desenvolvimento das políticas de saúde no Brasil, podem-se contemplar, na história
republicana, pelo menos, cinco conjunturas: República Velha (1889-1930); Era Vargas (1930-
1964); Autoritarismo (1964-1984); Nova República (1985-1988); Pós-Constituinte. Sobre esses
períodos, assinale a alternativa INCORRETA.

a) Na República Velha, predominavam as doenças transmissíveis, como a febre amarela urbana,


varíola, tuberculose, sífilis, além das endemias rurais.
b) Na Era Vargas, a saúde pública passa a ter sua institucionalização, na esfera federal, pelo
Ministério da Educação e Saúde, enquanto a medicina previdenciária e a saúde ocupacional
vinculavam-se ao Ministério do Trabalho.
c) No Autoritarismo, houve a unificação dos Institutos de Aposentadorias e Pensões (IAP),
criando o Instituto Nacional de Previdência Social (INAMPS).
d) As políticas de saúde executadas durante a Nova República privilegiaram o setor privado
mediante a compra de serviços de assistência médica, o apoio aos investimentos e os empréstimos
com subsídios.
e) No período Pós-Constituinte, foi implantado o Programa Saúde da Família (PSF).

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COMENTÁRIOS:
Item A. Correto. Durante o período da República Velha (conhecida como Primeira
República), a proteção da saúde era prestada pelo Estado de forma isolada e incipiente, limitando-
se a campanhas de prevenção e combate a algumas doenças transmissíveis e endemias rurais. A
assistência médica era prestada à população carente por meio de instituições de caridade, a
exemplo das Santas Casas de Misericórdia. As pessoas com alto poder econômico eram assistidas
por médicos e serviços de saúde particulares.
Nessa época, a assistência à saúde pública e privada era de baixa qualidade e resolutividade.
Destaca-se ainda que, em 1923, foram criadas as Caixas de Aposentadoria e Pensão (CAP), dando
início à assistência médica previdenciária, restrita a trabalhadores de determinadas empresas.
Item B. Correto. Na Era Vargas, a saúde pública (que tratava do combate a doenças
transmissíveis, endemias e programas específicos) ficava a cargo do Ministério da Educação e
Saúde (MESP) e posteriormente do Ministério da Saúde (MS), ao passo que a assistência médica
era prestada, por meio dos Institutos de Aposentadoria e Pensão (IAP), apenas aos trabalhadores
que exerciam atividade remunerada de determinadas categorias profissionais. Registra-se também
que os IAP substituíram as CAPS, a partir de 1933.
Item C. Correto. Na realidade, a unificação de todos os IAP deu origem ao Instituto
Nacional de Previdência Social (INPS), em 1966. O Instituto de Nacional de Assistência Médica
da Previdência Social (INAMPS) foi criado apenas, em 1977, desmembrando as ações de
assistência médica do INPS. Apesar desse erro conceitual, a alternativa foi considerada correta.
Nobre concurseiro, cuidado para não se perder com tantas siglas (CAP, IAP, INPS e
INAMPS).
Vamos ver, no esquema abaixo, a evolução histórica do sistema médico-previdenciário, que
ofertava, entre outros serviços, assistência à saúde para os empregados formais e seus
dependentes.

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SUS (1988 - atualidade)


INAMPS (1977-1993)
INPS (1966-1977)
IAP (1933-1966)

CAP (1923-1933)

Veja que a medicina previdenciária, que era restrita a pequena parcela da sociedade
(trabalhadores formais e seus dependentes), foi extinta com a criação do SUS.
Fique tranquilo, pois, no decorrer dessa obra, detalharemos cada uma dessas modalidades do
sistema médico-previdenciário.
Item D. Incorreto. As políticas de saúde executadas durante o período do

Autoritarismo (Ditadura Militar), e não durante a Nova República (1985-1988), privilegiaram


o setor privado mediante a compra de serviços de assistência médica, o apoio aos investimentos e
os empréstimos com subsídios. Destaca-se que essas ações foram as principais causas de falência
do INAMPS, resultando em oposição da maior parte da sociedade brasileira a esse sistema de
saúde.
Veja só que atrocidade com a sociedade brasileira:
No período da Ditadura Militar (1964-1985), o INAMPS patrocinou de forma substancial a
criação e expansão dos serviços de saúde privados, por meio de empréstimos e convênios com
os recursos da população. Nessa época, houve desvios de boa parte dos recursos do INAMPS
para iniciativa privada. Era uma verdadeira “festa” com o dinheiro público.
Apesar de todo esse investimento, os serviços de saúde eram prestados apenas aos
trabalhadores formais e seus dependentes, sendo estendido posteriormente aos trabalhadores
rurais. Eram serviços de baixa qualidade e fragmentados. Um verdadeiro absurdo!
Item E. Correto. O PSF foi criado em 1994.

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Vamos agora fazer uma revisão sobre o assunto abordado.

Principais Características da História da Saúde Pública Brasileira – Período Republicano


 A assistência à saúde pública e privada era de baixa qualidade e
resolutividade;
República
 Campanhas de prevenção e combate a algumas doenças transmissíveis e
Velha (1889-
1930)
endemias rurais;
 Assistência à saúde oferecida pelas Santas Casas de Misericórdia para a
população carente;
 Criação das Caixas de Aposentadorias e Pensões (CAP), em 1923, dando
início à assistência médica previdenciária, restrita a trabalhadores de
determinadas EMPRESAS.
 Saúde pública a cargo do Ministério da Saúde e Educação (MESP), de
Era Vargas baixa qualidade e limitada;
(1930-1964)  Assistência médica prestada, por meio dos IAP, apenas aos
trabalhadores que exerciam atividade remunerada, de determinadas
CATEGORIAS profissionais;
 Os IAP substituíram as CAP, a partir de 1933.
 Saúde pública a cargo do Ministério da Saúde, de baixa qualidade e
limitada;
 Unificação dos IAP, dando origem ao INPS, em 1966;
 Criação do INAMPS, em 1977, desmembrando as ações de assistência
Autoritarismo médica do INPS;
(1964-1985)  As políticas de saúde privilegiavam o setor privado;
 Assistência médica previdenciária (INPS e INAMPS) restrita aos
trabalhadores que exerciam atividade remunerada, sendo estendida no
final do período da Ditadura Militar aos trabalhadores rurais;
 Assistência médica previdenciária centrada na doença e em
procedimentos, sendo de baixa qualidade e alto custo, culminando com a
falência do INAMPS;
 Início do movimento da Reforma Sanitária, na década de 1970;
 Criação das Ações Integradas de Saúde (AIS), em 1983.
 Fortalecimento do movimento da Reforma Sanitária;
 8ª Conferência Nacional de Saúde, em 1986;
Nova  Início do processo de descentralização das ações de saúde para estados
República e municípios;
(1985-1988)  Criação do Sistema Único Descentralizado de Saúde (SUDS), em 1987,
e do SUS, em 1988.
 Extinção do INAMPS;
Pós-  Adoção dos princípios e diretrizes do SUS;
Constituinte  “Saúde Direto de todos e dever do Estado”;
 Enfrentamento de muitos problemas para a implantação do SUS.
 Enfrentamento de grupos corporativistas e empresariais que são
contrários ao SUS, por questões econômicas e financeiras temerosas.
A alternativa D, portanto, é o gabarito da questão.

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A Saúde Pública brasileira teve a 1ª REFORMA SANITÁRIA, no período da República


Velha (Primeira República)7. Essa Reforma buscou a criação de um Sistema Nacional de Saúde,
caracterizado pela CONCENTRAÇÃO e pela VERTICALIZAÇÃO das ações no governo
central.
De acordo com o CONASS (2011), um ativo movimento de Reforma Sanitária emergiu no
Brasil durante a Primeira República (1889-1930), sob a liderança da nova geração de médicos
higienistas, que alcançou importantes resultados. Entre as conquistas, destaca-se a criação do
Departamento Nacional de Saúde Pública (DNSP), em 1920. Durante a Primeira República, foram
estabelecidas as bases para a criação de um Sistema Nacional de Saúde, caracterizado pela
CONCENTRAÇÃO e pela VERTICALIZAÇÃO das ações no governo central.

Cuidado para não confundir!


A Saúde Pública brasileira teve a duas reformas sanitárias.

- A 1ª Reforma Sanitária ocorreu no período da República Velha. Essa Reforma buscou a


criação de um Sistema Nacional de Saúde, caracterizado pela CONCENTRAÇÃO e pela
VERTICALIZAÇÃO das ações no governo central.
- A 2ª Reforma Sanitária, iniciada na década de 1970, é a mais importante e vigente até
hoje.
As questões de concurso exploram geralmente o movimento da Reforma Sanitária, iniciado
na década de 1970. Esse movimento foi fundamental para a criação do SUS. Trataremos dele mais
adiante.
A criação do Ministério da Saúde e Educação (MESP), em 1930, possibilitou a implantação
de um Sistema Nacional de Saúde, voltado para as ações de saúde pública, embora fosse limitado
e de baixa qualidade.
Com a institucionalização do SUS, em 1988, tivemos a implantação de um Sistema Nacional
de Saúde UNIVERSAL e mais eficaz.
As Caixas de Aposentadorias e Pensões (CAP) foram criadas pela Lei Eloy Chaves, de
1923. É o marco da medicina previdenciária.

7
A Primeira República, também conhecida como República Velha, constitui a primeira fase da organização republicana nacional
e vai desde a Proclamação da República em 1889 até a chamada Revolução de 1930.

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As CAP eram organizadas por empresa e os IAP que eram organizados por

categorias profissionais.

Vamos entender um pouco mais:

CAP - Cada empresa tinha seu sistema próprio de previdência social e assistência médica.
Não sofriam interferência externa, tampouco de outras empresas (1923-1933).
Por exemplo, o banco Gama tinha sua CAP e o banco Beta tinha sua CAP. Uma não sofria
interferência da outra.
IAP - Cada categoria profissional (ex.: reunião de todos os bancários em um único instituto)
tinha seu sistema próprio de previdência social e assistência médica. Não sofriam interferência
externa de outras categorias profissionais (1933-1966).
Por exemplo, os bancos Gama, Beta e demais tinham um instituto próprio, o Instituto de
Aposentadoria e Pensão dos Bancários (IAPB). Esse instituto não sofria interferência dos demais,
a exemplo do Instituto de Aposentadoria dos Portuários e Marítimos (IAPM).
INPS - Todas as categorias profissionais (marítimos, comerciários, bancários, servidores
públicos etc.) passaram a ter apenas um sistema previdenciário, o Instituto Nacional de
Previdência Social (INPS), que unificou todos os IAP. Esse instituto era gerido pelo governo. Era
responsável pela assistência médica e previdência social de seus integrantes (trabalhadores formais
e respectivos dependentes). O INPS teve curta duração (1966-1977).
INAMPS - O INPS administrava tanto os serviços de assistência médica como os de
previdência social. Imagine como era a bagunça desse instituto. Em 1977, por meio da Lei nº
6439/77 que instituiu o Sistema Nacional de Previdência e Assistência Social (SINPAS), o
governo desdobrou o INPS em Instituto de Administração da Previdência Social (IAPAS),
Instituto Nacional de Previdência Social (INPS) e Instituto Nacional de Assistência Médica da
Previdência Social (INAMPS).
O INAMPS passou a ser a autarquia responsável pela assistência à saúde dos trabalhadores e
seus dependentes inscritos no sistema de previdência social.

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Em resumo, a partir de 1977, Previdência e Saúde ficaram reunidas, com a criação do


Sistema Nacional de Previdência e Assistência Social (SINPAS), controlado pelo Ministério da
Previdência e Assistência Social (MPAS). Faziam parte desse sistema, entre outros, os institutos
responsáveis pela assistência médica (INAMPS) e pela Previdência Social (INPS e IAPAS). Nessa
época, só os contribuintes do INPS tinham direito aos serviços do INAMPS 8.
Item IV. Correto. As CAP eram custeadas pelos empregados, empresas e consumidores. Na
realidade o financiamento das CAP era bipartite, sendo realizado pelos trabalhadores e
empregadores; enquanto que o financiamento dos IAP era tripartite, realizado pelos empregadores,
trabalhadores e Governo. No entanto, podemos considerar que os consumidores custeavam as
CAP à medida que compravam mercadorias ou adquiriam serviços.
Em síntese, o financiamento das CAP era bipartite, sendo realizado diretamente pelos
trabalhadores e empregadores. No entanto, podemos considerar que os consumidores custeavam as
CAPS, de forma indireta, à medida que compravam mercadorias ou adquiriam serviços.

2. (Residência Multiprofissional em Saúde-UFRN/Seleção 2013) O surgimento das primeiras


Caixas de Aposentadorias e ensões (CAPs) é o marco inicial da atividade estatal em relação à
assistência médica. A Lei de 1923, na qual o governo instituiu e regulamentou tais entidades, foi a
a) Lei Carlos Chagas.
b) Lei Eloy Chaves.
c) Lei Orgânica da Saúde nº 8080.
d) Lei Orgânica da Saúde nº 8142.
COMENTÁRIOS:
A Lei Eloy Chaves, publicada em 24 de janeiro de 1923, consolidou a base do sistema
previdenciário brasileiro, com a criação das Caixas de Aposentadorias e Pensões (CAP) para os
empregados das empresas ferroviárias. Depois, outras empresas criaram suas respectivas CAP.
Dito isto, o gabarito da questão é a letra B.
O financiamento das CAPS era bipartite (trabalhadores e empresas), mas dos IAP
era tripartite, ou seja, feito pelas empresas, empregados e Governo.

8
MPS

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A assistência médica previdenciária foi valorizada a partir da criação do INPS, com a


unificação de todos os IAP no INPS, em 1966, sendo expandida com a criação do INAMPS, em
1977.
Durante o período das CAP e IAP, as ações de saúde curativas eram superficiais. A partir da
década de 1960, com a criação do INPS, as ações curativas de saúde foram expandidas e
valorizadas. Isso ocorreu devido o grande aporte de recursos financeiros do sistema previdenciário
unificado brasileiro.

trabalhadores de determinadas empresas;


CAP
financiadas pelos empregados e
empregadores.
trabalhadores de determinadas categorias
Medicina Previdenciária
profissionais;
(assistência médica restrita aos
trabalhadores que exerciam atividade
IAP
financiada pelos empregados, empregadores
remunerada e aos seus dependentes) e governo.
unificação dos IAP, reunindo todos os
INPS e trabalhadores;
INAMPS financiada pelos empregados, empregadores
e governo.

A alternativa correta, portanto, é a letra C.

3. (Questão elaborada pelo autor) Em relação à história da saúde brasileira, informe se é


verdadeiro (V) ou falso (F) o que se afirma abaixo e, em seguida, assinale a alternativa com a
sequência correta:
( ) Em 1930, foi criado o Ministério da Educação e Saúde (MESP). A esse ministério cabia a
saúde pública, ou melhor, tudo aquilo que dissesse respeito à saúde da população e que não se
encontrava na área da medicina previdenciária, desenvolvida no Ministério do Trabalho, Indústria
e Comércio.
( ) O Ministério da Educação e Saúde (MESP) fazia a prestação de serviços para aqueles
identificados como pré-cidadãos: os pobres, os desempregados, os que exerciam atividades
informais, ou seja, todos aqueles que não se encontravam habilitados a usufruir os serviços
oferecidos pelas caixas e pelos serviços previdenciários.

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( ) A saúde brasileira era organizada de duas formas distintas: (a) saúde pública prestada pelo
MESP para toda a população, especialmente a mais carente; (b) assistência médica previdenciária
prestada pelos IAP e posteriormente pelo INPS e INAMPS apenas aos trabalhadores com carteira
de trabalho assinada.
( ) A partir da nova Constituição Federal de 1946, as ações específicas e horizontais de saúde
pública foram fortalecidas, com ênfase para os programas de pré-natal, vacinação, puericultura,
tuberculose, hanseníase, doenças sexualmente transmissíveis e outros.
( ) O Ministério da Saúde (MS) foi criado em 1953, desvinculado as ações de saúde pública do
antigo Ministério da Educação e Saúde (MESP).
a) F – V – V – V– F.
b) F – F – V – V– V.
c) V – V – F – V– V.
d) V – V – V – F– V.
e) V – V – V – V– V.

COMENTÁRIOS:
Durante o período da medicina previdenciária (CAPS, IAP, INPS e INAMPS), era evidente
a disjunção entre saúde pública (voltada para o modelo de atenção à saúde sanitarista 9 e
campanhista) e assistência médica (exclusiva para os trabalhadores com vínculos trabalhistas
formais).

prestada pelo MESP e posteriormente


pelo MS para toda a população;
Saúde Pública
Assistência à Saúde no voltada para ações campanhistas e
Período da Medicina de combate a endemias.
Previdenciária
Assistência exclusiva para os trabalhadores com
Médica vínculos trabalhistas formais.

9
O modelo de atenção à saúde sanitarista surgiu a partir do início do século XX, expandindo a partir da década de 1930 com a
instalação de centros e postos de saúde para atender, de modo rotineiro, determinados problemas de saúde. É caracterizado por
campanhas sanitárias, programas especiais, vigilância epidemiológica, vigilância sanitária, etc. Formado por programas que se
desenvolvem por meio de administração única e verticalizada.

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O único item falso é o IV, já que as ações específicas de saúde pública (pré-natal,
vacinação, puericultura, tuberculose, hanseníase, doenças sexualmente transmissíveis e outros)
eram verticais, ou seja, eram desenvolvidas sem participação da população na sua elaboração e
condução.
Ora, durante o período da Constituição de 1946, existiam ações específicas de saúde pública
(pré-natal, vacinação, puericultura, tuberculose, hanseníase, doenças sexualmente transmissíveis e
outros). No entanto, essas ações eram específicas e verticais, ou seja, não levavam em
consideração o acolhimento, vínculo, responsabilização pelo cuidado, busca ativa etc.
Perceba que essas ações específicas de saúde pública eram realizadas com a abordagem no
procedimento, na técnica e não centradas no individuo, família e comunidade.
Por outro lado, o SUS preconiza ações de saúde pública centradas nos princípios da
integralidade, equidade, universalidade, acolhimento, vínculo, responsabilização com o cuidado,
humanização etc.
Nessa esteira, o gabarito da questão é a letra D.

4. (Prefeitura de Teresina-PI/2011/NUCEPE) A VIII Conferência Nacional de Saúde, realizada


em 1986, foi um acontecimento importante que influenciou a criação do SUS. Em relação ao
Movimento pela Reforma Sanitária Brasileira, marque a alternativa CORRETA:
a) A VIII Conferência Nacional de Saúde diferiu das demais porque impulsionou a realização de
Conferências Estaduais e Municipais.
b) O movimento pela Reforma Sanitária Brasileira teve grande participação popular e do
movimento sindical, mas não houve apoio político.
c) O movimento da Reforma Sanitária Brasileira criou o SUS e impulsionou a elaboração de uma
nova Constituição Federal.
d) A VIII Conferência Nacional de Saúde diferiu das demais pelo seu caráter democrático e pela
sua dinâmica processual.
e) O SUS foi criado através da Lei 8.080 de 19 de setembro de 1990.

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COMENTÁRIOS:
Com o desgaste da Ditadura Militar no final da década de 1970, os movimentos contrários
ao regime ganharam força. Dentro desse contexto, a área da saúde fortaleceu o movimento
sanitarista, iniciado por movimentos populares, nos anos 70, como forma de oposição à política do
Estado autoritário.
Neste caminho, as
discussões consolidadas na VIII
Conferência de Saúde foram
materializadas na Constituição
Federal em 1988, com a criação do
SUS.

Figura 6 - Plenária da 8ª Conferência Nacional de Saúde, realizada no ano de


1986, em Brasília.

Isto posto, vamos analisar as alternativas da questão:


Item A. Incorreto. A VIII Conferência Nacional de Saúde diferenciou-se das demais pelo
seu caráter democrático e pela sua dinâmica processual, e não por impulsionar a realização de
conferências estaduais e municipais de saúde.
Item B. Incorreto. O movimento pela Reforma Sanitária Brasileira teve grande participação
popular e do movimento sindical, bem como apoio político. As principais propostas dessa
conferência serviram de base para que os constituintes criassem o SUS na Constituição Federal de
1988 (CF/99, arts. 196 a 200).
Item C. Incorreto. O movimento da Reforma Sanitária Brasileira impulsionou a criação

do SUS por meio da CF/88. A redemocratização do país, na década de 1980, impulsionou a


criação de uma nova Constituição Federal.

Fique Ligado! O movimento da Reforma Sanitária Brasileira


impulsionou a criação do SUS, mas esse sistema foi criado pela Constituição
Federal de 1988 (CF/99, arts. 196 a 200) e regulamentado pelas Leis
Orgânicas da Saúde (Leis nºs 8.080/90 e 8.142/90).

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Item D. Correto. A VIII Conferência Nacional de Saúde diferiu das demais pelo seu caráter
democrático e pela sua dinâmica processual. As conferências nacionais de saúde anteriores eram
cartoriais e burocráticas. Não havia participação da população nas decisões.
Item E. Incorreto. O SUS foi criado pela Constituição Federal de 1998, sendo regulamentado
pelas Leis 8.080, de 19 de setembro de 1990 e 8.142, de 28 de dezembro de 1990.
O gabarito da questão, portanto, é a letra D.

Vamos verificar quais as principais características dos marcos históricos abordados na


questão.
Marcos Históricos da Saúde Pública Brasileira
 Foi criado para racionalizar as ações de saúde;
CONASP
 Atuou sobre a racionalização das contas com os gastos hospitalares
(criado em 1982)
dos serviços contratados com o INAMPS.
 Tinham o objetivo da universalização da acessibilidade da população
aos serviços de saúde;
AIS  Abriram a possibilidade de participação dos estados e,
(iniciadas em 1983)
principalmente, municípios na política nacional de saúde;
 Estratégia para o processo de descentralização da saúde brasileira,
com a criação de serviços de saúde na maior parte da nação.
8ª Conferência  Consagrou os princípios preconizados pelo movimento da Reforma
Nacional de
Sanitária;
Saúde
(realizada em 1986)  Impulsionou a criação do SUS.
 Adotou como diretrizes a universalização e a equidade no acesso aos
serviços, a integralidade dos cuidados, a regionalização dos serviços
SUDS
(criado em 1987) de saúde e implementação de distritos sanitários, a descentralização
das ações de saúde, o desenvolvimento de instituições colegiadas
gestoras e o desenvolvimento de uma política de recursos humanos.
 Sistema de saúde universal;
 Estruturado nos princípios e diretrizes da universalidade,
SUS
(criado em 1988) integralidade, equidade, participação popular, descentralização,
regionalização e hierarquização.

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5. (Prefeitura de Presidente Dutra-MA/2012/LUDUS) Com relação ao Sistema Único de Saúde


(SUS) e seus princípios, foram muitos os passos percorridos antes de chegarmos ao nível de
evolução do SUS atual. Sobre este assunto relacione a primeira coluna com a segunda coluna.
POLÍTICAS (coluna 1)
1. SUDS
2. CONASP
3. AIS
4. VIII Conferência Nacional de Saúde
5. SUS
CARACTERÍSTICAS (coluna 2)
( ) Ampla discussão sobre os rumos do sistema de saúde e sugeriu propostas para a Assembleia
Constituinte.
( ) Convênios com municípios e Estados, permitindo pela primeira vez o uso de recursos da
previdência para financiar serviços de saúde oferecidos a toda população;
( ) Descentralização do INAMPS e forte apoio dos governadores.
( ) Deu início a programação das atividades de assistência no âmbito do INAMPS e criou a
AIH
( ) Conjunto de ações e serviços de saúde que são oferecidos gratuitamente sem que o usuário
tenha que comprovar qualquer contribuição prévia.
Marque a alternativa que trás a sequência correta da segunda coluna:
a) 4, 1, 3, 2, 5
b) 4, 3, 1, 2, 5
c) 3, 4, 1, 2, 5
d) 1, 3, 5, 4, 2
e) 4, 5, 3, 1, 2
COMENTÁRIOS:
Vamos fazer as devidas associações propostas na questão na tabela abaixo.
POLÍTICAS DO SUS
CONASP  Deu início à programação das atividades de assistência no âmbito do
(criado em 1982) INAMPS e criou a AIH.

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 Deram origem aos convênios com municípios e estados, permitindo


AIS pela primeira vez o uso de recursos da previdência para financiar
(iniciadas em 1983) serviços de saúde oferecidos a toda população.

VIII Conferência  Gerou ampla discussão sobre os rumos do sistema de saúde e sugeriu
Nacional de propostas para a Assembleia Constituinte.
Saúde
(realizada em 1986)

SUDS  Promoveu a descentralização do INAMPS e ofereceu forte apoio dos


(criado em 1987) governadores na estruturação dos serviços de saúde estaduais e
municipais.
 É um conjunto de ações e serviços de saúde que são oferecidos
SUS gratuitamente sem que o usuário tenha que comprovar qualquer
(criado em 1988) contribuição prévia.
O gabarito da questão é, portanto, a letra B.

As Ações Integrais de Saúde (AIS) foram uma estratégia de extrema importância para o
processo de descentralização da saúde.
Em síntese, as AIS:
 deram origem aos convênios com municípios e estados, permitindo pela PRIMEIRA
vez o uso de recursos da previdência para financiar serviços de saúde oferecidos a toda
população.
 tinham o objetivo da universalização da acessibilidade da população aos serviços de
saúde;
 abriram a possibilidade de participação dos estados e, principalmente, municípios na
política nacional de saúde;
A instituição das AIS ocorreu devido à pressão do movimento da Reforma Sanitária contra
o Governo Militar. Contudo, a implementação dessas ações foi parcial, já que sofreram diversas
barreiras e entraves provocados pelos grupos corporativistas de empresários da saúde e pelo
Governo Militar.

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6. (Residência Multiprofissional em Saúde Coletiva/Secretaria Estadual de Saúde do


Pernambuco-PE/Seleção 2011/UPE) Analise as afirmativas abaixo:
I. A formulação e a implantação do Sistema Único de Saúde (SUS) é resultante de um expressivo
movimento de reforma sanitária, inserido no movimento mais amplo de redemocratização do país
e que teve na VIII Conferência Nacional de Saúde um de seus "locus" privilegiados para o
estabelecimento das grandes diretrizes com vistas à reorganização do sistema de saúde no Brasil;
II. A VIII Conferência é significativa e representativa desse processo, pelo momento de sua
ocorrência, março de 1976, já no período chamado "Nova República", iniciado com a eleição
indireta para a presidência e que marcou o fim do período autoritário;
III. A saúde teve um expressivo reconhecimento e inserção na nova Constituição, promulgada em
outubro de 1988, destacando-se sua inclusão como um componente da seguridade social, a
caracterização dos serviços e ações de saúde como de relevância pública.
Assinale a alternativa CORRETA.
a) Apenas as afirmativas I e III estão corretas.
b) Apenas as afirmativas II e III estão corretas.
c) Apenas as afirmativas I e II estão corretas.
d) Todas as afirmativas estão corretas.
e) Todas as afirmativas estão incorretas.
COMENTÁRIOS:
A 8º Conferência Nacional de Saúde ocorreu em 1986. Além disso, o período da Nova
República foi de 1985 a 1988. Logo, o gabarito da questão é a letra A.

7. (Prefeitura de São Carlos-SP/2011/ESF/VUNESP) Leia as afirmações a seguir.


I. A 8.ª Conferência Nacional de Saúde, ocorrida em 1986, um dos pontos altos da Reforma
Sanitária no Brasil, teve como norte “saúde como direito de todos e dever do Estado”.
II. Até 1988, somente os trabalhadores com vínculo formal no mercado de trabalho tinham direito
à assistência em saúde.
III. A Reforma Sanitária, cujas primeiras articulações datam da década de 1960, foi concluída na
década de 1980, com a plena implementação dos princípios do SUS.
Está correto o contido em
a) I, apenas. b) II, apenas. c) I e II, apenas. d) I e III, apenas. e) I, II e III.

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COMENTÁRIOS:
Item I. Correto. A 8.ª Conferência Nacional de Saúde, ocorrida em 1986, é o maior marco
do Movimento da Reforma Sanitária Brasileira.
Item II. Correto. De forma genérica, até 1988, somente os trabalhadores com vínculo
formal no mercado de trabalho tinham direito à assistência em saúde.
Todavia, é importante destacar que os dependentes dos trabalhadores tinham direito à
assistência em saúde na época da medicina previdenciária e que no final da ditadura militar essa
assistência foi estendida aos trabalhadores rurais.
A banca considerou esse item correto, pois explorou o conhecimento desse assunto de forma
GENÉRICA, sem atentar-se aos detalhes. Infelizmente, esse tipo de questão aparece em
concursos.
Item III. Incorreto. O movimento da Reforma Sanitária iniciou na década de 1970, sendo

presente até os dias atuais. Atualmente sua bandeira de luta é a consolidação do SUS.
Portanto, o gabarito da questão é a letra C. Essa questão deveria ter sido anulada, pois
induziu o candidato ao erro.

8. (Residência Multiprofissional em Saúde/UFMT/Seleção 2010) Sobre a Reforma Sanitária


brasileira, analise as afirmativas.
I - Constitui uma proposta abrangente de mudança social e um processo de transformação
sanitária gestada desde a década de 70 do século XX.
II - Deve ser entendida simplesmente como uma reforma setorial.
III - Na busca de viabilidade para as intervenções propostas pela Reforma Sanitária,
utilizou-se unicamente de dois caminhos: legislativo-parlamentar e técnico-institucional.
IV - Os princípios e as diretrizes da Reforma foram sistematizados na 8ª Conferência
Nacional de Saúde, destacando-se: conceito ampliado de saúde; Sistema Único de Saúde
(SUS) e participação popular.
Estão corretas as afirmativas
a) II e III, apenas. b) I, II e III, apenas. c) I e IV, apenas. d) I, II, III e IV.

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COMENTÁRIOS:
Item I. Correto. Constitui uma proposta abrangente de mudança social e um processo
de transformação sanitária gestada desde a década de 70 do século XX.
Item II. Incorreto. A Reforma Sanitária Brasileira foi proposta num momento de

intensas mudanças e sempre pretendeu ser mais do que apenas uma reforma setorial.
Almejava-se, desde seus primórdios, que pudesse servir à democracia e à consolidação da
cidadania no País10.
Item III. Incorreto. Na busca de viabilidade para as intervenções propostas pela
Reforma Sanitária, utilizou-se da participação social, com o envolvimento da sociedade, e

não apenas dos seguintes caminhos: legislativo-parlamentar e técnico-institucional.


Item IV. Correto. Os princípios e as diretrizes da Reforma foram sistematizados na 8ª
Conferência Nacional de Saúde, destacando-se: conceito ampliado de saúde; Sistema Único
de Saúde (SUS) e participação popular.
Nesses termos, o gabarito da questão é a letra C, já que apenas os itens I e IV estão
corretos.

9. (MPOG/2012/ESAF) Julgue as proposições seguintes e assinale a opção correta.


I. A política de saúde instituída no Estado Novo integrou saúde pública e a assistência médica
previdenciária.
II. A criação do Instituto Nacional de Previdência Social (INPS) instituiu um padrão de atenção à
saúde voltada para a saúde pública.
III. A extensão da cobertura previdenciária com a criação da Consolidação das Leis do Trabalho
ocorre simultaneamente com a extensão do direito à saúde para toda a população brasileira.
IV. O projeto de saúde, articulado ao mercado tem como uma de suas tendências a contenção dos
gastos com racionalização da oferta.
a) Todas as assertivas estão corretas.
b) Todas as assertivas estão erradas.
c) Apenas três assertivas estão corretas.
d) Apenas duas assertivas estão corretas.
e) Apenas uma assertiva está correta.

10
ENSP-FIOCRUZ

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COMENTÁRIOS:
Item I. Incorreto. Durante o período da medicina previdenciária (CAPS, IAP, INPS e
INAMPS), inclusive na época do Estado Novo11, era evidente a disjunção entre saúde pública
(voltada para o modelo de atenção à saúde sanitarista e campanhista) e assistência médica
(exclusiva para os trabalhadores com vínculos trabalhistas formais).

prestada pelo MESP e posteriormente


pelo MS para toda a população;
Saúde Pública
Assistência à saúde no voltada para ações campanhistas e
de combate a endemias.
período da medicina
previdenciária
Assistência exclusiva para os trabalhadores com
Médica vínculos trabalhistas formais.

Portanto, a política de saúde instituída no Estado Novo aumentou a fragmentação da


saúde pública e da assistência médico-previdenciária.

Item II. Incorreto. A unificação de todos os IAP deu origem ao Instituto Nacional de
Previdência Social (INPS), em 1966. Com essa unificação, a medicina especializada e de baixa
qualidade, oferecida aos trabalhadores formais e seus dependentes foi expandida. A Saúde pública
continuou sendo uma política marginalizada por parte do Estado, sendo caracterizada por ações
pontuais e esporádicas. Logo, a criação do Instituto Nacional de Previdência Social (INPS) não
instituiu um padrão de atenção à saúde voltada para a saúde pública.
Item III. Incorreto. A extensão do direito à saúde para toda a população brasileira somente
ocorreu a partir de 1988 com a criação do SUS.
Item IV. Correto. Até os dias atuais, verificamos que o projeto de saúde, articulado ao
mercado tem como uma de suas tendências a contenção dos gastos com racionalização da oferta.
A insuficiência de recursos para a Saúde é um dos maiores entraves desse setor.
A partir dos comentários, verificamos que o gabarito da questão é a letra E, pois apenas o
item IV apresenta-se correto.

11
Estado Novo é o nome do regime político brasileiro fundado por Getúlio Vargas em 10 de novembro de 1937, que durou até 29
de outubro de 1945, que é caracterizado pela centralização do poder, nacionalismo, anticomunismo e por seu autoritarismo.

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10. (INMETRO/2010/CESPE) Assinale a opção correta, com referência à história das políticas
de saúde no Brasil.
a) As primeiras ações de saúde pública desenvolvidas no país eram movidas pelo interesse em
manter uma mão de obra saudável e apta a preservar os negócios da família real.
b) O movimento sanitarista ocorrido durante a primeira república reforça o papel descentralizado
dos governantes com ênfase na saúde integral.
c) Nos anos do desenvolvimentismo ocorreram mudanças significativas quanto à lógica da
organização do modelo para a saúde com a unificação das ações e serviços de saúde pública e do
sistema previdenciário.
d) O contexto de realização da VII Conferencia Nacional de Saúde representa um importante
marco na história da política de saúde, pois nela foi assegurada a discussão de uma política setorial
pelos representantes dos usuários.
e) As regras para regulação do setor privado foram definidas em momento anterior à aprovação e
legalização do SUS devido à resistência por parte do referido setor e da medicina autônoma.
COMENTÁRIOS:
Item A12. Correto. As primeiras ações de saúde pública desenvolvidas no país eram movidas
pelo interesse em manter uma mão de obra saudável e apta a preservar os negócios da família real.
As primeiras ações de saúde pública implementadas pelos governantes foram executadas no
período colonial com a vinda da família real para o Brasil (1808) e o interesse na manutenção de
uma mão de obra saudável e capaz de manter os negócios promovidos pela realeza.
Até a chegada da família real, o assistir à saúde era uma prática sem qualquer
regulamentação e realizada de acordo com os costumes e conhecimento de cada um desses grupos.
A população recorria, em situações de doença, ao que fosse viável financeiramente ou fisicamente.
Existia o barbeiro ou prático, um conhecedor de algumas técnicas utilizadas pelos médicos
europeus, tais como as sangrias, que atendia à população capaz de remunerá-lo. Existiam os
curandeiros e pajés, pertencentes à cultura negra e indígena, mais acessíveis à maioria da
população, que se utilizavam das plantas, ervas, rezas e feitiços para tratar os doentes. Havia
também os jesuítas, que traziam algum conhecimento da prática médica europeia utilizando-se
principalmente da disciplina e do isolamento como técnica para cuidar dos doentes.

12
Políticas de Saúde: organização e operacionalização do SUS.

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A vinda da família real para o Brasil possibilitou também a chegada de mais médicos e o
aumento da preocupação com as condições de vida nas cidades, possibilitando o início de um
projeto de institucionalização do setor saúde no Brasil e a regulação da prática médica
profissional. Foi assim que, no mesmo ano da chegada da família ao Brasil (1808), foi inaugurada
a primeira faculdade de medicina, a Escola médico-cirúrgica, localizada em Salvador na Bahia,
com vistas à institucionalização de programas de ensino e à normalizaçao da prática médica em
conformidade aos moldes europeus.
Item B. Incorreto. De acordo com o CONASS, um ativo movimento de Reforma Sanitária
emergiu no Brasil durante a Primeira República (1889-1930), sob a liderança da nova geração de
médicos higienistas, que alcançou importantes resultados. Entre as conquistas, destaca-se a criação
do Departamento Nacional de Saúde Pública (DNSP), em 1920. Durante a Primeira República,
foram estabelecidas as bases para a criação de um Sistema Nacional de Saúde, caracterizado pela
CONCENTRAÇÃO e pela VERTICALIZAÇÃO das ações no governo central.

Cuidado para não confundir!


A Saúde Pública brasileira teve a duas reformas sanitárias.

- A 1ª REFORMA SANITÁRIA ocorreu no período da República Velha. Essa Reforma


buscou a criação de um Sistema Nacional de Saúde, caracterizado pela CONCENTRAÇÃO e
pela VERTICALIZAÇÃO das ações no governo central.
- A 2ª Reforma Sanitária, iniciada na década de 1970, é a mais importante e vigente até hoje.
As questões de concurso exploram geralmente o movimento da Reforma Sanitária, iniciado
na década de 1970. Esse movimento foi fundamental para a criação do SUS.
Portanto, o movimento sanitarista ocorrido durante a primeira república não reforça o papel
descentralizado dos governantes com ênfase na saúde integral. Pelo contrário, o sistema de saúde
era centralizado e não integral.

Item C. Incorreto. Nos anos do desenvolvimentismo13, não ocorreram mudanças

significativas quanto à lógica da organização do modelo para a saúde e não houve a unificação
das ações e serviços de saúde pública e do sistema previdenciário.

13
Dá-se o nome de desenvolvimentismo a qualquer tipo de política econômica baseada na meta de crescimento da produção
industrial e da infraestrutura, com participação ativa do estado, como base da economia e o consequente aumento do consumo.

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Item D. Incorreto. Em 1980, ocorreu a VII Conferência Nacional de Saúde ainda no período
do regime militar. Os principais temas debatidos eram relacionados à implantação e
desenvolvimento do Programa Nacional de Serviços Básicos de Saúde (Prev-saúde). Essa
conferência não é considerada um importante marco na história da política de saúde. Por outro
lado, a VIII Conferência Nacional de Saúde foi o marco mais importante na construção de um
novo sistema de saúde (SUS), universal e integral.
Item E. Incorreto. Todas as regras atuais da saúde, inclusive aquelas para regulação do

setor privado foram definidas após a aprovação e legalização do SUS, na Constituição Federal
de 1988. As principais normas que regulamentam esse setor são as seguintes: Leis nºs 8.080/90,
8.142/90, 141/12.
O gabarito da questão, portanto, é a letra A.

11. (ANVISA/CESPE/2007) Apesar das dificuldades de implantação do SUS, ocorreu extensão


de cobertura dos serviços de saúde para a população brasileira no final do século XX.
COMENTÁRIOS:
O SUS é o maior sistema universal de saúde do mundo. Imagine só, meu amigo. Após 1988,
a saúde passou a ser ofertada para milhões de brasileiros que eram excluídos do INAMPS. Isso foi
a maior conquista social da história do Brasil.
Apesar dessa conquista, o sistema de saúde público brasileiro apresenta grandes entraves e
baixa qualidade de seus serviços em boa parte de suas unidades de saúde.
O assunto é complexo e envolve inúmeros aspectos. Vejamos abaixo o resultado de um
estudo recente sobre o SUS14:
Ao longo desses vinte anos de existência, o SUS apresenta números imponentes, dignos do
maior projeto público de inclusão social no Brasil. Conforme dados do Ministério da Saúde (MS)
são realizados, em média, por ano, onze milhões de internações, 1,4 bilhão de procedimentos
ambulatoriais, 44 milhões de consultas especializadas e 250 milhões de consultas básicas por uma
enorme rede, composta de mais de 5,8 mil hospitais, sessenta mil unidades ambulatoriais e
quinhentos mil leitos.

O desenvolvimentismo é uma política de resultados, e foi aplicado essencialmente em sistemas econômicos capitalistas, como
no Brasil (governo do Juscelino Kubitschek) e no governo militar, quando ocorreu o "milagre econômico brasileiro".
14
A regulação no setor público de saúde no Brasil: os (des) caminhos da assistência médico-hospitalar

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A despeito dessa magnitude, o SUS enfrenta proporcionalmente gigantescas dificuldades,


pela complexidade do desafio representado pela sua implementação, tais como:

• problemas crônicos no financiamento;


I

• incipiente regulação;
II

• precariedade das relações de trabalho; e


III

• falhas no modelo de gestão descentralizada.


IV

Como consequência, há muitos hospitais mal


distribuídos pelo território e faltam leitos, qualidade e
eficiência.
Portanto, apesar dos avanços na saúde pública da
nação com a implantação do SUS, ainda existem muitos
problemas. Isso ocorre principalmente pelo
subfinanciamento do setor, má gestão do sistema e
corrupção. Figura 7 - Problemas e Desafios do SUS

A questão, portanto, apresenta-se correta.

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12. (Residência Multiprofissional em Saúde Coletiva/Secretaria Estadual de Saúde do


Pernambuco-PE/Seleção 2011/UPE) O número de equipes de Saúde da Família saltou de 19 mil,
em 2003, para mais de 31,5 mil, em 2010. Se antes 62 milhões de pessoas eram atendidas pela
Estratégia, atualmente, 100 milhões de brasileiros de 99% dos municípios têm acesso às ações
promovidas pelos diferentes profissionais que levam a saúde até a casa das pessoas PORQUE
O orçamento do governo federal para programas e ações de atenção básica à saúde da população
triplicaram de 2002 a 2009, passando de R$ 3,1 bilhões para R$ 9,6 bilhões.
a) se as duas são verdadeiras, e a segunda não justifica a
primeira.
b) se as duas são verdadeiras, e a segunda justifica a primeira.
c) se as duas são falsas.
d) se a primeira é verdadeira, e a segunda é falsa.
e) se a primeira é falsa, e a segunda é verdadeira.
COMENTÁRIOS:
Figura 8 - Foto de Unidade de Saúde da
A expansão da cobertura de equipes da ESF no país está Família
relacionada diretamente ao aumento do financiamento dessa
estratégia, que é prioritária no SUS.
O PAC 2 prevê a construção de mais de 3 mil UBS e dar condições para ampliar mais de 10
mil unidades já existentes. Além disso, fora do âmbito do PAC, o Ministério da Saúde vai
incentivar a reforma de UBS já existentes. Tudo isso para ampliar a oferta de atenção básica e
integral, criar apoio às equipes da saúde da família e, ainda, melhorar a qualidade dos
equipamentos15.
Por conseguinte, a letra B é o gabarito da questão.

15
PAC

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13. (Prefeitura de São Carlos-SP/2011/ESF/VUNESP) A consolidação do SUS


a) é condição necessária e suficiente para a efetivação do direito da população à saúde.
b) e o conjunto dos fatores de ordem econômico-social e cultural têm influência sobre as condições
de saúde da população.
c) depende do crescimento econômico do país, pois dessa forma terá seu financiamento
assegurado.
d) tem relação exclusivamente com o sistema de assistência à saúde da população.
e) depende apenas da gestão ministerial, que define o aporte de recursos a serem repassados para
as esferas estaduais e municipais de governo.
COMENTÁRIOS:
Item A. Além da consolidação do SUS, é condição necessária e suficiente para a efetivação
do direito da população à saúde a melhoria de vários indicadores sociais, educacionais,
econômicos, entre outros fatores.
Item C. O SUS não terá seu financiamento assegurado com o crescimento do país. É
necessário ainda maior distribuição dos recursos públicos para a saúde, diminuição da corrupção e
melhoria da gestão desse sistema.
Item D. Para a consolidação do SUS, são necessárias melhorias efetivas nas condições
econômicas, sociais, educacionais, bem como na qualidade e acesso dos serviços de saúde pública.
Item E. A consolidação do SUS não depende apenas da gestão ministerial. Diversas
medidas são necessárias.
O gabarito da questão, portanto, é a letra B.

Até nosso próximo encontro!


Rômulo Passos

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