SUMMARY
Free and bonded glycerin contents are an indicator of the biodiesel quality. High
levels of glycerin and glycerides can cause injector deposits, clogged fuelling sys-
tems and problems during storage. Maximum free and total glycerin contents in
biodiesel B100 are specified in official standards that define the gas chromatogra-
phy as the standard method for this analysis. This paper relates specifically to the
use of the Thermo Scientific TRACE GC Ultra and TriPlus autosampler for use in the
determination of free and total glycerin in biodiesel, according to EN 14105.
Keywords: biodiesel, gas chromatography, free glycerin, total glycerin, cold on-
column injection
INTRODUÇÃO
O interesse no biodiesel como um combustível al- so pode conter a matéria-prima não reagida (triglicerí-
ternativo tem crescido muito nos últimos anos, princi- deos) e metanol residual, além de traços de glicerina,
palmente devido ao seu baixo impacto ambiental em um sub-produto separado do biodiesel durante o pro-
comparação ao óleo diesel e por ser obtido a partir de cesso de fabricação, e traços de mono e diglicerídeos
fontes renováveis. formados como intermediários da reação. A qualidade
Para ser comercializado, o biodiesel deve atender do biodiesel B100 é controlada, entre outras caracte-
às especificações definidas em normas oficiais que in- rísticas, pelos seus conteúdos de glicerina livre e total,
dicam as características do produto a serem contro- determinados segundo as normas EN 14105 e ASTM
ladas e seus respectivos valores aceitos. O processo D6584 (1 e 2), que definem a análise da amostra por
mais usual de produção de biodiesel é a transesteri- cromatografia em fase gasosa, após derivatização com
ficação de óleos vegetais com metanol, cujo produto N-metil-N-trimetilsilil-trifluoroacetamida (MSTFA). A ca-
são os ésteres metílicos de ácidos graxos. Além dos libração é feita pelo emprego de dois padrões internos:
ésteres metílicos desejados, o produto deste proces- 1,2,4-Butanotriol para a glicerina e tricaprina para a
Figura 1. Esquema do sistema gás cromatográfico. 1: controle digital dos fluxos de gases; 2: injetor cold on-column; 3: pré-coluna; 4. restritor
calibrado; 5: linha de gás de arraste auxiliar; 6: conector metálico em T, com purga de gás de arraste; 7: coluna analítica; 8: detector
com 1m x 0,53 mm d.i. foi conectada à coluna analítica Análises das amostras
por um conector metálico em T, de pequeno volume
morto (Figura 1). Este conector foi desenvolvido para Em conformidade com a norma EN 14105, a quanti-
solucionar os problemas de vazamento encontrados dade de glicerina em cada amostra foi calculada através
com os conectores de vidro em temperaturas altas. O da equação da curva analítica da glicerina. De modo
conector em T empregado não apresentou vazamentos semelhante, as quantidades de mono, di e trigliceríde-
nas condições de grandes e freqüentes variações de os foram calculadas através das equações das curvas
temperatura do forno. Uma purga contínua de gás de analíticas da monooleína, dioleína e trioleína, respecti-
arraste para dentro da coluna analítica evita o alarga- vamente.
mento das bandas cromatográficas no conector em T. A identificação dos picos de cada grupo de compos-
tos pode ser feita pelo emprego dos tempos de reten-
RESULTADOS E DISCUSSÃO ção relativos, publicados na norma EN 14105, tomando
o tempo de retenção do padrão interno 1 como referên-
Curvas analíticas cia para a glicerina e o tempo de retenção do padrão
interno 2 como referência para os grupos de mono, di
A análise das soluções de calibração com quatro e triglicerídeos. Neste trabalho, porém, a identificação
componentes, em quatro concentrações diferentes, dos picos foi feita por comparação com os componen-
gerou quatro curvas analíticas: para glicerina, monoole- tes conhecidos nas soluções padrão.
ína, dioleína e trioleína (Figura 2), respectivamente. Os A Figura 3a mostra um cromatograma típico de bio-
coeficientes de correlação linear (r2) encontrados supe- diesel, com a programação de temperatura do forno
raram o valor 0,9 especificado na norma EN 14105, de- sobreposta. A figura 3b apresenta o cromatograma de
monstrando a boa linearidade alcançada pela técnica uma mistura de calibração e a figura 3c a solução pa-
de injeção cold on-column. drão de monoglicerídeos que é analisada para avaliar a
Figura 3. Cromatogramas de uma amostra de biodiesel, de uma solução de calibração e de uma solução padrão de monoglicerídeos
Avaliação de contaminação cruzada (carryover) A repetibilidade foi calculada como a diferença ab-
soluta entre dois resultados de análises independen-
Para avaliar o sistema de injeção on-column empre- tes, obtidos através do mesmo método, com amostras
gado, quanto ao efeito de contaminação cruzada, um idênticas, no mesmo laboratório, pelo mesmo operador,
cromatograma em branco foi obtido pela injeção ape- usando o mesmo equipamento, com um pequeno inter-
nas de solvente (Figura 5). Como este cromatograma valo de tempo (definição extraída da norma EN 14105).
Figura 4. Detalhes das janelas definidas para os diferentes grupos de compostos no cromatograma do biodiesel
0 8 16 24 32
min
Figura 5. Cromatograma em branco obtido pela injeção de solvente após uma seqüência de injeções de amostras reais de biodiesel
TRACE GC Ultra:
Injetor Cold On-column
Limites de Repetibilidade
% m/m Repetibilidade Experimental
EN 14105
(média de 2 análises) (% m/m absoluta)
(%m/m absoluta)
Glicerina Livre 0,007 + 0,0009 ± 0,0018
Monoglicerídeos 0,496 - 0,011 ± 0,063
Diglicerídeos 0,088 - 0,005 ± 0,0093
Triglicerídeos 0,050 - 0,0070 ± 0,0118
Glicerina Total 0,151 - 0,0030 ± 0,0144
Tabela 2. Resultados de análises de uma amostra de biodiesel