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LA CASA DE BERNARDA ALBA: LIBERDADE X REPRESSÃO

Sônia Regina Nogueira (Curso de Letras Estrangeiras Modernas/UEL)

Palavras-chave: La casa de Bernarda Alba, Federico García Lorca, Liberdade x


Repressão.

Introdução
Considerado por alguns críticos como o melhor poeta e por outros como um
grande dramaturgo, Federico García Lorca se destaca em ambas as formas de expressão
que, na realidade, se unem como ele mesmo afirma: “el teatro es la poesía que se
levanta del libro y se hace humana. Y al hacerse, habla, grita, llora y se desespera. El
teatro necesita que los personajes que aparezcan en la escena lleven un traje de poesía
y al mismo tiempo se les vean los huesos y la sangre”. (1972, p. 54)

Representante da “Geração de 27”, escreveu uma das obras mais significativas


do teatro espanhol: La casa de Bernarda Alba. Parece que Lorca se inspirou em uma
figura real do povo de Granada, pois tinha uma vizinha cujo nome era Frasquita Alba
que vivia isolada com suas filhas.

Trata-se de um drama dividido em três atos, escrito em um momento e em


contexto bastante conturbado da história espanhola, em 1936, ano em que teve início a
Guerra Civil e que García Lorca foi fuzilado. Num clima tenso, a figura de Bernarda
Alba é apresentada no convívio com suas cinco filhas, sua mãe e as empregadas da casa.
Trata-se de uma personagem forte e fanática, que impõe uma disciplina muito rígida a
todas as mulheres da casa. Depois da morte de seu segundo marido, Bernarda Alba
obriga suas filhas a viver em uma rigorosa reclusão, por um período de oito anos de
luto.

Neste ambiente, duas personagens, Adela e Maria Josefa, se destacam pela


rebeldia, pois não aceitam o domínio de Bernarda. Representam duas gerações distintas,
a avó e a neta, que - movidas pela necessidade de se libertar - tentam romper com as
normas estabelecidas para alcançar a felicidade, que está além dos muros da casa. Pois
bem, o presente trabalho tem por objetivo analisar essas personagens a fim de verificar
como elas reagem diante da repressão imposta por Bernarda. Primeiramente,

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apresentaremos alguns fatos históricos dos séculos XIX e XX que mostram a
desigualdade nas relações de poder entre homens e mulheres. A seguir, exporemos
como García Lorca denuncia, com sua obra, os preconceitos sociais da época em
relação à situação da mulher que, diante da impossibilidade de conquista de sua
liberdade, expressa sua revolta, muitas vezes, de forma extrema e trágica.

A situação da mulher espanhola, nos séculos XIX e XX

No século XIX, numa sociedade hierarquizada, manter a honra da família


era norma essencial que deveria ser conservada de qualquer forma. E a igreja tratava de
manter esse controle social e destinava às mulheres que transgrediam as normas
impostas, como forma de castigo, a reclusão nos conventos.
Em caso de viuvez, a mulher deveria manter-se em eterna adoração à memória
de seu marido, mesmo que fosse muito jovem. Assim, neste contexto, as mulheres
sofriam vários tipos de violência. Primeiramente, a sexual, pois muitas mulheres, ainda
jovens, eram obrigadas a se unirem com homens já em idade avançada para garantir
uma descendência forte e saudável. A sociedade legitimava esse tipo de união. Em
segundo lugar, havia a violência de tipo moral, já que as mulheres não podiam se
rebelar contra essa situação e tinham que se submeter à imposição dos pais, que as
obrigavam a se casarem com quem eles queriam, de acordo com os próprios interesses.
Por último, havia a violência psicológica, pois elas passavam da adolescência para a
idade adulta sem poderem decidir sobre suas próprias existências.
Além disso, neste período, as mulheres da classe alta não tinham o direito de
exercer nenhuma profissão e nem podiam participar de atividades políticas. Já as
mulheres da classe baixa podiam desempenhar as funções de criadas, bordadeiras, etc.
Dessa forma, as condições de vida e de trabalho das mulheres espanholas, desde as
camponesas até as que viviam nas cidades, eram de total submissão:

Cada nueva conquista del hombre en el terreno de las libertades políticas, ahonda el
abismo moral que le separa de la mujer, y hace el papel de ésta más pasivo y enigmático.
Libertad de enseñanza, libertad de cultos, derecho de reunión, sufragio, parlamentarismo,
sirven para que media sociedad (la masculina) gane fuerzas y actividades a expensas de la
otra media femenina. Hoy ninguna mujer de España —empezando por la que ocupa el
trono — goza de verdadera influencia política; y en otra cuestiones no menos graves, el
pensamiento femenino tiende a ajustarse fielmente a las ideas sugeridas por el viril, el
único fuerte. (PARDO BAZÁN, apud GÓMEZ-FERRER, 1999, p.89)

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No século XX, no entanto, houve um avanço com relação à posição que as
mulheres ocupavam na sociedade. Em 1920, surgiu a “Asociación Nacional de Mujeres
Españolas”, que tinha por objetivo promover o acesso das mulheres à educação.
Acreditava-se que através do estudo elas pudessem encontrar melhores postos de
trabalho e melhores remunerações. Em função disso, a mulher passou a ocupar cargos
no magistério, bem como a desempenhar novas atividades, como as de enfermeira,
cabeleireira e outras, que possibilitaram o surgimento, embora ainda lento, de um novo
modelo de mulher na sociedade.
Em 1931, com a Segunda República e com proclamação de uma nova
Constituição, a mulher passa a ter direitos civis e trabalhistas mais amplos, como o voto
a partir dos 23 anos, a possibilidade de recorrer ao divórcio, o direito a um breve
período de licença-maternidade. Neste momento, surgem alguns nomes como os de
Clara Campoamor e Victoria Kent, que concorrem às eleições. Surgem associações de
trabalhadoras que até o início da Guerra Civil, em 1936, lutam intensamente em prol
dos direitos das mulheres à educação, à saúde, ao trabalho, etc.
Apesar desses dados positivos para a mulher espanhola, comparados aos avanços
conseguidos pela mulher no resto da Europa, a Espanha continuava num processo muito
lento, pela resistência dos grupos conservadores:

Dar cuenta de esos cambios que se han producido en la vida de las mujeres y de su
protagonismo en la tarea de romper los obstáculos que se oponían a la igualdad entre los
sexos en el plano social, civil y político, en una sociedad dirigida por varones, que se resistía
más o menos conscientemente a ver cuestionada la autoridad masculina. (GÓMEZ-FERRER,
2006, p.16)

Em 1939, com o final da Guerra Civil e a vitória do General Franco,


representante do grupo conservador espanhol, a condição sócio-política das mulheres
sofreu um sério retrocesso. O regime franquista estabelece o novo modelo de mulher:
ela deve estar preparada para ser mãe de uma família católica, patriota e servir de
exemplo em todos os aspectos. Essa idéia era defendida por um grupo de mulheres
falangistas e pela Igreja católica, que apoiavam a ditadura militar. A seção feminina da
Revista Falange tinha o objetivo de orientar as mulheres, impondo-lhes normas de
comportamento: deviam ser alegres, religiosas, honestas e nobres, não podiam ter

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preguiça, inveja e deviam ainda sempre estar dispostas ao serviço e, caso fosse
necessário, ao sacrifício. Somente a partir do final da década de 60, essa situação volta a
ser questionada em função de um grande número de mulheres que entram no mercado
de trabalho.
Nesta trajetória, os acontecimentos históricos demonstram que a mulher nem
sempre tinha seu direito civil e trabalhista garantido e que, muitas vezes, sofria
discriminação e era submetida às normas sociais rígidas.

Loucura e morte em La Casa de Bernarda Alba

García Lorca retrata em sua obra a situação da mulher espanhola, período inicial
do século XX, explorando, entre outras, a temática da liberdade individual contra a
repressão social. Trata-se da história de algumas mulheres que viviam no espaço
limitado da casa de Bernarda, espaço de luto, de silêncios, de mentiras, propício para
situações trágicas. Neste universo sufocante, destacam-se algumas figuras femininas
que se rebelam, enquanto que as demais – de uma ou outra forma – acabam por
encontrar um modo próprio de conviver com a coerção.
O relacionamento de Bernarda com as cinco filhas (Angustias, Magdalena,
Amelia, Martirio e Adela), era difícil, pois ela acaba repetindo o mesmo
comportamento com o qual foi criada e impondo às filhas a mesma repressão sexual
sofrida, só que de maneira mais dura e violenta: “Así pasó en casa de mi padre y en
casa de mi abuelo”. (GARCÌA LORCA, 1999, p.128) Para essa mulher, é
imprescindível manter a honra de sua família, nem que para isso seja necessário mentir
a fim de manter as aparências: “Hay cosas que no se pueden ni se deben pensar. Yo
ordeno”. (GARCÍA LORCA. 1999, p. 171)
A figura de Bernarda representa as convenções morais e sociais ligadas a uma
mentalidade tradicional e conservadora, que defendia a preservação da honra, a
decência e a obsessão pela virgindade. Segundo Bernarda, “Las mujeres en la iglesia no
deben mirar más hombre que al oficiante, y ese porque tiene faldas”. (GARCÌA
LORCA, 1999, p.124)
Na casa impera um clima de tensão constante, todas as filhas vivem entre a
reclusão imposta pela mãe e o desejo de libertação. A figura masculina de Pepe el

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Romano exerce uma influência muito grande nos sentimentos e comportamentos das
filhas de Bernarda. Neste ambiente, o homem é o inimigo desejado e desprezado ao
mesmo tempo, já que Bernarda impede que as filhas mantenham qualquer tipo de
contato com os homens, numa vigilância que sufoca e gera uma atmosfera de
silenciosos rancores e invejas entre elas. Segundo Bernarda, “¡No, no ha tenido novio
ninguna, ni les hace falta! Pueden pasarse muy bien.”. (GARCÍA LORCA, 1999, p.
133)
No entanto, cada personagem reage de forma diferenciada, embora todas vivam
infelizes. Martirio (24 anos), relata que:

Es preferible no ver a un hombre nunca. Desde niña les tuve miedo. Los veía en el
corral uncir los bueyes y levantar los costales de trigo entre voces y zapatazos y
siempre tuve miedo de crecer por temor de encontrarme pronto abrazada por ellos.
Dios me ha hecho débil y fea y los ha apartado definitivamente de mí. (GARCÍA
LORCA, 1999, p. 136)

Ela, como sugere o próprio nome, martiriza as irmãs e passa a vigiar


constantemente Adela (20 anos), pois ambas estão apaixonadas por Pepe el Romano,
noivo de Angustias (39 anos). Segundo Angustias, “Afortunadamente, pronto voy a
salir de este infierno”. (GARCÍA LORCA, 1999, p. 148) Dessa forma, Angustias
expressa que a única possibilidade de sair da casa da mãe era por meio do casamento,
opção que a beneficiava porque, com a herança do pai, ela era a única filha rica.
Já Amélia (27 anos) é medrosa, tímida e se mostra resignada com o seu destino.
Tem consciência, no entanto, que o espaço reservado às mulheres é o da tristeza, da
submissão, do sofrimento e afirma que “Nacer mujer es el mayor castigo”. (GARCÍA
LORCA, 1999, p. 161)
Magdalena (30 anos) também é submissa, mas surpreende com algumas
afirmações: “Sé que yo no voy a casar. Prefiero llevar sacos al molino. Todo menos
estar sentada días y días dentro de esta sala oscura. […] Malditas sean las mujeres”.
(GARCÍA LORCA, 1999, p. 128) Ela desiste do casamento, mas deseja intensamente
se libertar, só que não sabe como conseguir isso, já que o matrimônio era a única opção
que elas tinham para escapar do sofrimento imposto pela mãe.
Bernarda tem duas criadas, entre elas se destaca a figura de La Poncia (60 anos),
que intervém nos conflitos, dá conselhos a Bernarda, a qual não os aceita por acreditar
que tem total controle sob as ações das filhas:

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La Poncia (Siempre con crueldad): […] Sólo te digo: abre los ojos y verá. […]
Bernarda: aquí pasa una cosa muy grande. Yo no te quiero echar la culpa, pero tú no
has dejado a tus hijas libres. Martirio es enamoradiza, diga lo tú quieras.¿Por qué no
la dejaste casar con Enrique Humanas? ¿Por qué el mismo día que iba a venir a la
ventana le mandaste recado que no viniera?
Bernarda: […] Mi sangre no se junta con la de los Humanas, mientras yo viva!
(GARCÍA LORCA, 1999, p. 172)

Muitas vezes ela tenta alertar Bernarda sobre a paixão e a inveja crescente entre
as irmãs, mas Bernarda a ignora e ressalta, em vários momentos, a diferença social que
existe entre elas: “Bernarda: Me sirves y te pago. ¡Nada más!” (GARCÍA LORCA,
1999, p. 134). Em outro momento, afirma bruscamente: “Obrar y callar a todo. Es la
obligación de los que viven a sueldo”. (GARCÍA LORCA, 1999, p. 174)
Assim, o relacionamento entre Bernarda e La Poncia é conflituoso, pois a criada
só tolera esse tipo de tratamento porque precisa do emprego, do dinheiro. No início da
obra, percebemos todo o rancor que ela nutre por Bernarda:

Treinta años lavando sus sábanas; treinta años comiendo sus sobras; noches en vela
cuando tose, días enteros mirando por la rendija para espiar a los vecinos y llevarle el
cuento; vida sin secretos una con otra, y sin embargo, ¡maldita sea! […] Ese día
encerraré con ella en cuarto y le estaré escupiendo un año entero. “Bernarda, por esto,
por aquello, por lo otro”, hasta ponerla como un lagarto machacado por los niños, que
es lo que es ella y toda su parentela. Claro es que no le envidio la vida. (GARCÍA
LORCA, 1999, p. 118-119)

Entretanto, La Poncia conversa abertamente com as filhas de Bernarda e chega a


dar conselhos também: “A vosotras que sois solteras, os conviene saber de todos modos
que el hombre, a los quince días de boda, deja la cama por la mesa y luego la mesa por
la tabernilla, y la que no se conforma se pudre llorando en un rincón”. (GARCÍA
LORCA, 1999, p. 151) Por esse seu modo realista e desencantado, consegue perceber o
conflito existente entre as irmãs.
De todas as figuras femininas retratadas por García Lorca nesta obra, duas se
mostram totalmente rebeldes: Adela e Maria Josefa. Ambas escolhem maneiras
diferenciadas de manifestar tal insatisfação pelo destino determinado por Bernarda:
permanecerem enclausuradas durante oito anos pela morte do segundo marido desta.
Maria Josefa (60 anos), mãe de Bernarda, vive fechada em seu quarto, pois é
considerada louca. De todas as mulheres é a que sofre um isolamento dentro da própria

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casa de Bernarda e o mais prolongado, já que no início da obra, antes da morte do
segundo marido de Bernarda, ela já aparece gritando por liberdade: “¡Bernarda!
¡Déjame salir!” (GARCÍA LORCA, 1999, p. 129) Para ela, existem dois obstáculos a
serem vencidos: a porta do quarto e os muros da casa, ambos fechados pela decisão de
Bernarda, que quer manter o controle de tudo em sua casa.
Em diversos momentos da obra, María Josefa consegue fugir do quarto e por
meio de sua fala se misturam loucura e verdade e ela assume, dessa forma, a função de
porta-voz do desejo das filhas de Bernarda:

María Josefa: Me escapé porque me quiero casar, porque quiero casarme con un barón
hermoso de la orilla del mar, ya que aquí los hombres huyen de las mujeres.
Bernarda: ¡Calle usted, madre!
María Josefa: No, no me callo. No quiero ver a estas mujeres solteras rabiando por la
boda, haciéndose polvo al corazón, y yo me quiero ir a mi pueblo. Bernarda, yo quiero
un varón para casarme y para tener alegría. (GARCÍA LORCA, 1999, p. 146)

Novamente, por meio desta personagem, temos a confirmação de que o


casamento é visto por muitas das mulheres da casa como salvação, como recuperação da
liberdade e da alegria de viver. Mas, para Maria Josefa, que não consegue o que deseja,
talvez até por ser mais idosa e não ter a vitalidade e a força das netas, a liberdade só
pode ser encontrada na loucura. É esse o seu modo de fugir a todas as regras e de
superar, através da demência, a realidade adversa e de viver em um mundo que é só
dela.
No entanto, são as próprias palavras alucinadas de Maria Josefa que nos
remetem às questões centrais da obra, intensificando-as: a frustração das mulheres, as
paixões escondidas, o desejo de casamento e o de evasão: “Yo quiero campo. Yo quiero
casas abiertas y las vecinas acostadas en sus camas con sus chiquitos y los hombres
sentados en sus sillas”. (GARCÍA LORCA, 1999, p. 198)
Já Adela é jovem, bonita e está disposta a lutar pelo que deseja – viver sua
história de amor com Pepe - mesmo que para isso tenha que romper com as normas
estabelecidas por sua mãe: “Pienso que el luto me ha cogido en la peor época de mi
vida para pasarlo. […] Yo no puedo estar encerrada […] mañana me pondré mi vestido
verde y me echaré a pasear por la calle. ¡Yo quiero salir!” (GARCÍA LORCA, 1999, p.
142)

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Ela se mostra corajosa e deseja enfrentar as convenções sociais e assumir o
controle absoluto de sua própria sexualidade: “¡Yo hago con mi cuerpo lo que me
parece! [...] ¡Mi cuerpo será de quien yo quiera!” (GARCÍA LORCA, 1999, p. 154-
155) Essa maneira de pensar escandaliza a sua irmã Martírio, que a vigiava
constantemente, assim como o fazia também a criada.
Adela enfrenta corajosamente a mãe quando quebra ao meio a bengala desta,
instrumento de poder que usava para castigar as filhas: “¡Aquí se acabaron las voces de
presido! (Adela arrebata un bastón a su madre y lo parte en dos.) Esto hago yo con la
vara de la dominadora. No dé usted un paso más. En mí no manda nadie más que
Pepe”. (GARCÍA LORCA, 1999, p. 203) Neste instante, Bernarda, na tentativa de
manter o controle sobre a filha rebelde e sobre a situação gerada entre as irmãs, já que
Adela confessa que se encontrava com o noivo de Angustias, pega uma arma e atira,
deixando entender que tinha matado Pepe.
Com isso, Adela se sente derrotada e num gesto de desespero se suicida. A
morte, neste sentido, simboliza sua libertação, única saída encontrada para fugir do
sofrimento ao qual estava predestinada. A dura reação de Bernarda é coerente com suas
idéias e convicções: diante da morte da filha, exige que as outras permaneçam em
silêncio, a tragédia deve ficar entre as paredes da casa, como elas:

Y no quiero llantos. La muerte hay que mirarla cara a cara. ¡Silencio! (A otra hija) ¡A
callar he dicho! (A otra hija) ¡Las lágrimas cuando estés sola! Nos hundiremos todas
en un mar de luto. Ella, la hija menor de Bernarda Alba, ha muerto virgen. ¿Me habéis
oído? ¡Silencio, silencio he dicho! ¡Silencio! (GARCÏA LORCA, 1999, p. 205)

O que realmente importava para Bernarda era manter a aparência, numa atitude
hipócrita vigente na sociedade. Dessa forma, a morte e a loucura são as soluções
encontradas pelas personagens em questão, numa tentativa de libertação e de ruptura
com o mundo falso em que eram obrigadas a viver.
García Lorca, com esta obra exemplar, mostra que as mulheres, em nome de
uma moral imposta e muitas vezes assumida e interiorizada por elas, baseada na pressão
do grupo social sobre o indivíduo, sofriam uma série de repressões e estavam destinadas
a viverem isoladas em suas casas, em silêncio, como determina Bernarda no final da
obra.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

PARDO BAZÁN, E. “La España Moderna”, mayo 1890. año II núm. XVII. In:
GÓMEZ-FERRER, G. La mujer española y otros textos, Madrid: Cátedra,
1999.
GARCÍA LORCA, F. La casa de Bernarda Alba. Madrid: Espasa-Calpe, 1999.
GARCÍA LORCA, F. Obras completas. Madrid: Aguilar, 1972.
GÓMEZ-FERRER, G., CANO, G., BARRANCOS, D. y LAVRIN, A. (MORANT,
Isabel Org.). Historia de las mujeres en España y América Latina (III): del
siglo XX a los umbrales del XXI. Madrid: Cátedra, 2006.

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