SUMÁRIO PÁGINA
1. Variedade linguística 1
2. Figuras de linguagem 14
3. Lista das questões apresentadas 34
4. Gabarito 50
Olá, pessoal!
a) “Quem não gosta de estar consigo mesmo, em geral, está certo”. (Coco
Chanel)
b) “A família é como a varíola: a gente tem quando criança e fica marcado
para o resto da vida”. (Sartre)
c) “O Brasil já está à beira do abismo. Mas ainda vai ser preciso um grande
esforço de todo mundo pra colocarmos ele novamente lá em cima”. (Millôr
Fernandes)
d) “O otimista é um cara que acredita que o que está para acontecer será
adiado”. (Kin Hubbard)
e) “Consciência é como a vesícula: a gente só se preocupa com ela quando
dói”. (Stanislaw Ponte Preta)
Comentário: Veja que linguagem formal não é apenas o emprego da norma
culta. Além disso, deve haver adequação das palavras com certo rigor.
A alternativa (A) é a correta, pois se encontra de acordo com a norma
culta e não apresenta palavras com certa liberdade linguística.
A alternativa (B) está errada, pois a palavra “varíola” foi empregada
numa comparação típica de linguagem livre, sem adequação ao rito formal.
Tal palavra seria empregada formalmente numa comparação entre doenças,
cujo campo semântico levaria ao nível mais adequado. Além disso, a
expressão “a gente”, referindo-se ao grupo a que pertence o autor do texto, é
típica de linguagem coloquial/informal.
A alternativa (C) está errada, pois o vocábulo “pra” e o pronome “ele”
(como objeto direto) são típicos da linguagem coloquial. A norma culta
preconiza a preposição “para” e o pronome átono “o” como objeto direto.
Assim, para que a frase esteja de acordo com a norma culta, teremos o
seguinte:
“Mas ainda vai ser preciso um grande esforço de todo mundo para o
colocarmos novamente lá em cima.”
A alternativa (D) está errada, pois a palavra “cara” não está adequada
ao rito formal. Ela se refere a uma pessoa numa linguagem informal. A
formalidade seria respeitada com a palavra “pessoa”.
A alternativa (E) está errada, pois a palavra “vesícula” também foi
empregada numa comparação típica de linguagem livre, sem adequação ao
rito formal. Tal palavra seria empregada formalmente numa comparação entre
órgãos/partes do corpo humano, cujo campo semântico levaria ao nível mais
adequado. Além disso, a expressão “a gente”, referindo-se ao grupo a que
pertence o autor do texto, é típica de linguagem coloquial/informal.
Gabarito: A
A fala da funcionária “OK, Senhor. Vou estar anotando o seu problema para
estar agendando a visita de um técnico" mostra uma marca típica desse modo
de falar, que é:
a) a presença marcante de estrangeirismos;
b) o emprego de uma linguagem demasiadamente erudita;
c) o mau uso do gerúndio;
d) a completa falta de objetividade na mensagem;
e) a ausência de tratamento individualizado.
Comentário: Apesar de haver a expressão estrangeira “ok”, ela não é
marcante na frase. Para tal, basta ver a extensão da frase em relação ao
vocábulo. O que chama a atenção é o emprego dos gerundismos “Vou estar
anotando” e “estar agendando”, que são modismos, um registro coloquial.
Com isso também sabemos que não houve linguagem erudita.
Assim, eliminamos as alternativas (A) e (B), observando que a
alternativa (C) é a correta.
A alternativa (D) está errada, porque não há “completa” falta de
objetividade.
A alternativa (E) está errada, pois há tratamento individualizado nesta
mensagem, pois a atendente se refere a uma pessoa e disse que anotará e
agendará a visita de um técnico.
Gabarito: C
Gabarito: C
Figuras de linguagem.
As palavras podem ser empregadas em sentido literal ou figurativo. Por
esse motivo, elas são divididas em dois grupos: denotativo e conotativo.
Denotação é o sentido literal da palavra. Por exemplo, podemos dizer:
A onça é uma fera.
O vocábulo “fera” significa “animal bravio e carnívoro”. Esse é o seu
sentido literal. Mas, por associação, visto que as feras têm muita astúcia,
agilidade, agressividade, esse vocábulo ganha uma dimensão além do literal. É
o que chamamos de conotação. Este sentido normalmente aparece nos
dicionários com a abreviatura “fig.”.
Por associação à ideia de agilidade, podemos dizer:
Ele é uma fera no computador.
Podemos, também, associá-lo à braveza:
O meu chefe está uma fera comigo.
Vamos a mais alguns exemplos de denotação, agora com a palavra
“joia”:
Essa joia em seu pescoço está há várias gerações em nossa família.
O rubi é uma joia que encanta meus olhos.
Aquele vaso, provavelmente chinês, é uma joia de raro acabamento.
(C) violência;
(D) população;
(E) Estatuto.
Comentário: A alternativa (B) é a correta, porque “remédio” é o recurso que
serve para combater uma dor, uma doença, um mal-estar! Tal sentido foi
estendido conotativamente para aquilo que ajuda a resolver ou diminuir as
consequências de uma falta ou erro. Assim, a punição não seria o único
remédio para a violência, isto é, não resolveria sozinho o problema da
violência.
As demais palavras estão em seu sentido pleno, real, denotativo.
Gabarito: B
Questão 13: Analista Técnico de Políticas Sociais – MPOG – 2012 (banca ESAF)
1 Há evidências de um processo de fragilização da indústria nacional que, se
não for detido, poderá em prazos mais longos prejudicar o desenvolvimento
do país.
A preocupação com o setor não é um fetiche antiquado. Apesar de a
5 economia contemporânea propiciar outras fontes de criação de valor —
como é o caso dos serviços, cada vez mais globalizados —, a indústria
permanece como foco da incorporação de tecnologia e do aumento da
produtividade. Ela exerce, além disso, efeito multiplicador sobre outras
áreas.
(Adaptado de Folha de S. Paulo, Editorial, 9/9/2012)
Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E)
4) Perífrase: O prefixo “peri-” significa “em torno de”. Por isso, perímetro é a
medida em torno da área. Dessa forma, fica mais fácil perceber que a perífrase
não usa a objetividade, nem a concisão; ela “dá voltas” até chegar ao ponto. É
o emprego de várias palavras no lugar de poucas ou de uma só:
5) Sinestesia: Consiste numa fusão de sentidos. Para ficar mais fácil guardar
e não ter que decorar, veja a estrutura desta palavra: o prefixo “sin-” significa
reunião, mistura e “estes(ia)” significa sensibilidade, sensação. Assim,
sinestesia é a mistura de sensações, de sentidos. Para você nunca se
esquecer, basta associar à estrutura da palavra “anestesia” (an=sem;
estesia=sentido). Se anestesia significa sem sentido, sem dor; sinestesia é a
mistura de sentidos...
Despertou-me um som colorido. (audição e visão)
Era uma beleza fria. (visão e tato)
6) Catacrese: É um tipo especial de metáfora. É a extensão de sentido que
sofrem determinadas palavras na falta ou desconhecimento do termo
apropriado. Essa extensão ocorre com base na analogia. Por isso, ela é uma
variação da metáfora. Veja um exemplo:
Leito do rio: essa expressão possui como núcleo o substantivo “leito”.
Originariamente ele remete a uma armação em que as pessoas se deitam,
como uma cama. Por extensão, usamos esta palavra para significar o lugar em
que se deita (a criança se deita no leito materno, viajamos em ônibus “leito”, o
fulano está no leito de morte). Assim, também entendemos que o rio está
deitado sobre o leito por onde escoa suas águas. Não há expressão tão
exemplificativa quanto “leito do rio” para imaginarmos o rio deitar-se sobre o
terreno, concorda? Por essa facilidade no entendimento, a catacrese tem um
largo uso na linguagem coloquial e naturalmente passa a ser tão usada pelos
falantes e pelos escritores, que passa a ser admitida na norma culta.
Por processos semelhantes, temos outros exemplos. Para facilitar a
observação da catacrese nesses exemplos, inseri algumas perguntas:
“dente de alho” (alho tem dente?), “barriga da perna” (perna tem barriga?),
“céu da boca” (o céu cabe na boca?), “folhas de livro” (livro é uma árvore?),
“pele de tomate” (tomate é uma pessoa ou animal?), “cabeça de prego” (prego
é uma pessoa ou animal?), “mão de direção” (direção tem braço?), “braço da
poltrona” (poltrona é uma pessoa?), “pé da cama” (cama é uma pessoa?), “asa
da xícara” (xícara é uma ave?), “sacar dinheiro no banco” (dinheiro é uma
arma?), “embarcar num trem” (trem é barco?), “enterrar uma agulha no dedo”
(dedo é terra?) etc.
7) Antonomásia: Quando designamos uma pessoa por uma qualidade,
característica ou fato que a distingue. Na linguagem coloquial, antonomásia é o
mesmo que apelido, alcunha ou cognome, cuja origem é um aposto
(descritivo, especificativo etc.) do nome próprio.
Exemplos:
"E ao rabi simples, que a igualdade prega” (rabi simples = Cristo)
Pelé (= Edson Arantes do Nascimento)
Prof. Décio Terror www.estrategiaconcursos.com.br 15 de 50
Português para ANPAD
Teoria e exercícios comentados
Prof. Décio Terror Aula 4
Observe que o termo O jovem pode ser retirado do texto. Ele não se
encaixa sintaticamente no período. Caso disséssemos Com o jovem, teríamos
um pleonasmo: com o jovem = com ele.
14) Silepse: Concordância anormal feita com a ideia que se faz do termo e
não com o próprio termo. Pode ser:
a) de gênero
Ex.: Vossa Senhoria é bondoso.
A concordância normal seria bondosa, já que Vossa Senhoria é do
gênero feminino. Fez-se a concordância com a ideia que se possui, ou seja,
trata-se de um homem.
b) de número
Ex.: O grupo chegou apressado e conversavam em voz alta.
O segundo verbo do período deveria concordar com grupo.
Mas a ideia de plural contida no coletivo leva o falante a flexionar o verbo
no plural: conversavam. Tal concordância anormal não deve ser feita com o
primeiro verbo.
c) de pessoa.
Ex.: Os brasileiros somos otimistas.
Em princípio, deveríamos dizer são, pois o sujeito é de terceira pessoa
do plural. Mas, por estar incluído entre os brasileiros, é possível colocar o
verbo na primeira pessoa: somos.
15) Onomatopeia: Palavra que imita sons da natureza.
Ex.: O ribombar dos canhões nos assustava.
Não aguentava mais aquele tique-taque insistente.
“Não se ouvia mais que o plic-plic-plic-plic da agulha no pano.” (Machado
de Assis)
profissional em antes dele e depois dele. Sinto falta do papel e da fiel Bic,
sempre pronta a inserir entre uma linha e outra a palavra que faltou na hora,
e que nele foi substituída por um botão, que, além de mais rápido, jamais nos
sujará os dedos, mas acho que estou sucumbindo. Sei que nunca seremos
íntimos, mesmo porque ele não ia querer se rebaixar a ser meu amigo, mas
retiro tudo o que pensei sobre ele. Claro que você pode concluir que eu só
estou querendo agradá-lo, precavidamente, mas juro que é sincero.
"Sinto falta do papel e da fiel Bic"
Nesse segmento, o cronista emprega o nome de uma marca em lugar de
"caneta esferográfica", caracterizando uma figura de linguagem
denominada
a) metáfora.
b) hipérbole.
c) eufemismo.
d) metonímia.
e) antítese.
Comentário: Quando empregamos o nome de uma marca no lugar de um
produto, temos a metonímia.
Gabarito: D
linguagem é a sinestesia.
Gabarito: A
Gabarito: E
a) “Quem não gosta de estar consigo mesmo, em geral, está certo”. (Coco
Prof. Décio Terror www.estrategiaconcursos.com.br 34 de 50
Português para ANPAD
Teoria e exercícios comentados
Prof. Décio Terror Aula 4
Chanel)
b) “A família é como a varíola: a gente tem quando criança e fica marcado
para o resto da vida”. (Sartre)
c) “O Brasil já está à beira do abismo. Mas ainda vai ser preciso um grande
esforço de todo mundo pra colocarmos ele novamente lá em cima”. (Millôr
Fernandes)
d) “O otimista é um cara que acredita que o que está para acontecer será
adiado”. (Kin Hubbard)
e) “Consciência é como a vesícula: a gente só se preocupa com ela quando
dói”. (Stanislaw Ponte Preta)
A fala da funcionária “OK, Senhor. Vou estar anotando o seu problema para
estar agendando a visita de um técnico" mostra uma marca típica desse modo
de falar, que é:
a) a presença marcante de estrangeirismos;
b) o emprego de uma linguagem demasiadamente erudita;
c) o mau uso do gerúndio;
d) a completa falta de objetividade na mensagem;
e) a ausência de tratamento individualizado.
Questão 13: Analista Técnico de Políticas Sociais – MPOG – 2012 (banca ESAF)
1 Há evidências de um processo de fragilização da indústria nacional que, se
não for detido, poderá em prazos mais longos prejudicar o desenvolvimento
do país.
A preocupação com o setor não é um fetiche antiquado. Apesar de a
5 economia contemporânea propiciar outras fontes de criação de valor —
como é o caso dos serviços, cada vez mais globalizados —, a indústria
permanece como foco da incorporação de tecnologia e do aumento da
produtividade. Ela exerce, além disso, efeito multiplicador sobre outras
áreas.
(Adaptado de Folha de S. Paulo, Editorial, 9/9/2012)
Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E)
A palavra “fetiche”( .4) está sendo empregada com o sentido figurado de
objeto de obsessão, de aspiração.
sabe. Que ele só desenvolverá todo o seu potencial quando estiver sendo
programado por um igual. Isto é, outro computador. A máquina de escrever
podia ter recursos que você também nunca usaria (abandonei a minha sem
saber para o que servia “tabulador”, por exemplo), mas não tinha a mesma
empáfia, o mesmo ar de quem só aguenta os humanos por falta de coisa
melhor, no momento.
O computador é personificado no texto, atribuindo-se-lhe ações humanas.
Assinale o segmento que não comprova essa afirmativa.
a) “Ele nos olha na cara. Tela no olho.”
b) “Já o computador impõe certas regras.”
c) “Se erramos, ele nos avisa.”
d) “Não diz ‘Burro!’.”
e) “Ele é mais inteligente do que você. Sabe mais coisas, e está
subentendido que você jamais aproveitará metade do que ele sabe.”
milhões. Isso porque foi aprovado a nove dias do fim do ano o reforço de
R$ 100 milhões. Desse valor, R$ 265 milhões são oriundos do Orçamento
da União e R$ 36 milhões referentes à arrecadação de multas previstas na
legislação eleitoral. Mas, afinal, qual a razão para se aumentar de forma tão
extraordinária a dotação dos partidos? Muito simples: a necessidade de eles
pagarem as dívidas de campanha.
A respeito do trecho acima, analise as afirmativas a seguir:
I. No segundo período, o pronome Isso tem valor anafórico.
II. No terceiro período, há um caso de zeugma.
III. No último período, os dois-pontos introduzem uma enumeração.
Assinale
a) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas.
b) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas.
c) se nenhuma afirmativa estiver correta.
d) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas.
e) se todas as afirmativas estiverem corretas.
perífrase.
B. ( ) I – comparação; II – metáfora; III – metonímia; IV - perífrase; V –
metonímia.
C. ( ) I – metáfora; II – metáfora; III – metonímia; IV - comparação; V –
perífrase.
D. ( ) I – metáfora; II – metáfora; III – metonímia; IV - comparação; V –
metonímia.
dez anos atrás; mas a mão caprichosa de minha jovem secretária, que o
preservou carinhosamente, não será a própria mão da consciência a me
apontar esse remorso velho, a me dizer que devo lembrar o quanto posso ser
inconsciente e egoísta? Seria melhor talvez esquecer isso; e tento me
defender diante desse papel velho que me acusa do fundo do passado.
“Há papéis de visão amarga.” No trecho anterior temos um exemplo de:
A) Catacrese. B) Ironia. C) Metonímia. D) Perífrase. E) Prosopopeia.
1. B 2. A 3. C 4. C 5. D 6. A 7. A 8. A 9. D 10. C
11. B 12. D 13. C 14. E 15. E 16. C 17. A 18. E 19. B 20. D
21. D 22. E 23. E 24. D 25. E 26. D 27. B 28. C 29. C 30. A
31. A 32. D 33. B 34. D 35. C 36. D 37. C 38. C 39. E 40. E
41. E 42. E 43. B 44. D 45. A