Editorial
“Defender a América e o Brasil é defender, para a Humanidade, a terra generosa de onde brota a
esplendente Árvore de um novo e glorioso capítulo da civilização”.
H
Professor Henrique José de Souza
Destaques
O F ILTRO DA L OJA
Valdemar Sansão
É
esse o segredo da vida dotada de força. Apenas, com
a inteligência, não se pode ser um ser moral, nem
fazer política. A razão não basta, as coisas decisivas
passam-se para além dela. Os homens que fizeram grandes
coisas amaram sempre a música, a poesia, a forma, a
disciplina, a religião e a nobreza. Iria mesmo ao ponto de
afirmar que só as pessoas que, assim, procedem conhecem a
felicidade! São esses os chamados imponderáveis que dão o
cunho próprio ao senhor, ao homem; aquilo que, ainda, vibra
na admiração do povo pelos atores é um resto
incompreendido disso.
Um templo maçônico é construído, unindo-se tijolo a edifício como formado por um único bloco. Por isso, a Trolha
tijolo com a argamassa reparada pelo pedreiro, que, assim, pode ser considerada como um emblema de tolerância e
levanta suas paredes e verifica a sua perfeição com o auxílio indulgência, com que todo Maçom deve dissimular as faltas e
do Prumo e do Nível, tornando a aparência rude em lisa com defeitos de seus Irmãos. Porém é o Mestre quem diz que sua
a Trolha, utilizada para estender o reboco e cobrir todas as obra está perfeita. Dentro desse templo, construímos uma Loja.
irregularidades, para anunciar que está tudo correto, Ela é construída com a energia dos Irmãos; encerra todas as
proclamando: tudo está justo e perfeito, fazendo parecer o virtudes dos seus membros e, também, todos os seus vícios. Se
A
Francisco Feitosa
bela cidade de São Luís completa 400 anos de Irmãos Maçons de diversas partes do Brasil, que, em muito,
fundação em 08 de setembro de 2012, cujas irão engrandecer o Encontro.
comemorações, desde janeiro, já fazem parte da Na oportunidade, serão lançados livros maçônicos e
programação festiva da cidade. se realizará a exposição de trabalhos sobre o tema do
Encontro. Os selecionados serão divulgados, posteriormente,
Em face da histórica trajetória, a Maçonaria Unida do em livro, publicado pela Editora “A Trolha Ltda”.
Maranhão, associando-se engalana o ambiente com a
realização do XVII Encontro Nacional O evento tem o apoio da
da Cultura Maçônica, nos dias 13 e 14 Associação Brasileira da Imprensa
de abril próximo, tendo como tema Maçônica – ABIM - do Instituto
central “A Educação Pública no Brasileiro de Pesquisas Maçônicas -
Brasil”, com as participações de INBRAPEM, da União Brasileira dos
diversos Irmãos Maçons de todo o Escritores Maçons - UBRAEM - da
país, seus familiares e convidados, Associação das Academias
Pesquisadores, Historiadores, Imortais Brasileiras Maçônicas de Letras -
Acadêmicos, Escritores, Jornalistas, AABML.
verdadeiros ícones da cultura No dia 14 de abril, acontecem
maçônica brasileira. diversos painéis com os seguintes
temas: História da Educação Pública
O Grande Oriente Autônomo no Brasil; O Professor Necessário
do Maranhão – GOAM – sob a batuta do Soberano Grão- para o Século XXI; Responsabilidade Educacional; A
Mestre Irmão Oswaldo Pereira Rocha, foi o escolhido para a Educação de Ensino Superior no Brasil.
coordenação desse importante Encontro. Fará parceria com o Ao final, ler-se-á a Carta de São Luís; entregar-se-ão o
Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão - IHGM - e a Troféu Imprensa e os Certificados de Participação aos
Universidade Federal do Maranhão – UFMA. inscritos; anunciar-se-ão o local do XVIII Encontro,
A programação consta de palestras, proferidas por finalizando com a fala do Soberano Grão-Mestre Osvaldo
Professores Universitários maranhenses e por eminentes Pereira Rocha, seguida de Jantar de Confraternização!
Academia da Leitura
P OR Q UE L ER É I MPORTANTE ?*
L
er é importante porque leva a pessoa a ter contato com várias ideias diferentes,
adquirindo, assim, uma visão mais ampla do mundo e dos conflitos que
envolvem a humanidade e a sociedade. Quando se tem uma visão mais ampla,
se tem, também, mais material para formar as próprias ideias e resolver, de melhor
forma, os próprios problemas.
Ler, também, é um exercício de imaginação e prazer, pois ao ler, diferente do
que acontece quando se assiste a um vídeo, as imagens se formam na sua mente, pela
sua bagagem cultural e pelo seu estado emocional. Isso equivale a dizer que o texto se
T RABALHOS
O S E STATUTOS S CHAW
A
DE
ntes de a Grande Loja da Escócia ser fundada, já existiam muitas
Lojas Maçônicas naquela nação. E essas Lojas eram livres de
quaisquer regulamentos ou regras, centralizadas, isto é, subordinadas
a um poder central.
Em 28 de dezembro de 1598, William Schaw, do Burgo de Schawpark,
publicou uma série de ordens, conhecidas como os Estatutos de Schaw. Fê-lo
em virtude de seu ofício, como Vigilante Geral (Guardião), isto é, um oficial
administrativo, indicado pela Coroa Real, com o título de “Mestre do Trabalho
do Rei”.
Segundo alguns historiadores, com esse “título”, ele presidia qualquer
Loja, quando um dos Vigilantes estava ausente, ou temporariamente suspenso.
Q
“Seja você a transformação José Valdecir de Souza
uando me preparei para editar este artigo, muitas e
muitas coisas me passaram pela mente. E perguntei a
mim mesmo: afinal, o que fazemos na Maçonaria? o
que realizamos? Por definição, “A Maçonaria é uma instituição
essencialmente iniciática, filosófica, filantrópica, progressista e
evolucionista”. Proclama a prevalência do espírito sobre a
matéria. Pugna pelo aperfeiçoamento moral, intelectual e social
da humanidade, por meio do cumprimento inflexível do dever,
da prática desinteressada da beneficência e da investigação
constante da verdade. Seus fins supremos são: Liberdade,
Igualdade e Fraternidade.
Devemos ser conscientes de que, na verdade, não “Vanitas Vanitatum et Omnia Vanitas” (Vaidade das
devemos julgar toda uma sociedade pela ação isolada de um vaidades e tudo é vaidade). Palavras do Eclesiastes sobre o
de seus membros. Existem maçons e “maçons”! Embora, após nada das coisas deste mundo, sobre cujo sentido os
uma indicação, haja uma rigorosa averiguação do indicado, verdadeiros maçons devem meditar.
A
Maçonaria Operativa tinha somente dois Graus: Hiram, que sabemos, de sobejo, não ter compromisso com a
Aprendiz e Companheiro. Mestre não era Grau, e realidade histórica ou religiosa e que, por sinal, ninguém sabe
sim uma função que competia ao responsável pela quem foram, em realidade, seus inventores. Sabe-se que ela
construção. Não tinha quaisquer influências da Alquimia, levou mais ou menos uns sessenta anos para tomar a redação,
Cabala, Astrologia, Rosa-Crucianismo, Ocultismo, enfim, de que hoje conhecemos, bem como suas mensagens ficarem,
qualquer segmento esotérico, como, hoje, muitos Maçons definitivamente, consagradas.
pretendem que assim seja. Não tinha Templos, as reuniões,
como todos sabem, eram realizadas em tabernas. Durante a Se o Grau de Mestre já foi um acréscimo dentro da
reunião de Maçons, não se abria qualquer Livro da Lei. Não própria Maçonaria simbólica, achar que os Maçons ficariam
existia o simbolismo das ferramentas. Os Símbolos eram satisfeitos com ele, sendo o último seria muita inocência
desenhados no chão com giz ou carvão. Dois Símbolos, que já nossa.
existiam e constam dos “Old Charges”, eram as Colunas, hoje,
conhecidas como J e B, mas, naquela época, não portavam, no Enquanto a Maçonaria Inglesa, através do seu
meio de seu relacionamento
corpo, as referidas direto com a
e polêmicas letras, Igreja Anglicana e
geradoras de tanta com o Estado,
discussão, permaneceu,
também, tradicionalmente,
apresentando ligada à Bíblia, a
outros Maçonaria
significados Francesa, numa
simbólicos, um liberalidade a
tanto diferentes toda prova,
dos que hoje aceitou e adotou
conhecemos. uma amálgama
de doutrinas de
O concepções
Escocesismo ou heterogêneas, o
Escocismo é que acabou sendo
caracterizado por o substrato para o
uma série de aparecimento dos
Ritos, que Altos Graus do
nasceram na França a partir do ano 1649 e que tiveram um Escocesismo ou Escocismo e, por continuidade, do Rito
desenvolvimento bastante peculiar e sincrético, recebendo as Escocês Antigo e Aceito. Se nos ativermos à história do Rito,
mais variadas denominações e influências, quer filosóficas, no início, os franceses acompanharam os Modernos das Lojas
morais, bíblico-judaicas, herméticas, rosa-crucianas, inglesas, mas começaram a acrescentar, progressivamente, os
templárias, políticas, religiosas e sociais, além de os Altos Graus. Há quem atribua aos franceses a criação do
modismos das épocas dos cavalheiros e gentis-homens das Terceiro Grau, ou seja, o Grau de Mestre.
monarquias e reinados e, também, da História da Alguns autores atribuem um desenvolvimento
Humanidade, tudo isso acontecendo num período bastante cronológico na criação dos Altos Graus: seis Graus até 1737,
transformador de costumes. sete Graus até 1747, nove Graus até 1754, dez Graus até 1758,
vinte e cinco Graus até 1801 e, daí para frente, trinta e três
Em 1725, foi criado o Grau de Mestre e, em 1738, Graus. Entretanto, essa cronologia é rejeitada por outros.
acrescentado oficialmente aos dois primeiros Graus e Apesar de a história estar aí para nos comprovar os
incorporado definitivamente à Ordem. Criaram a lenda de acréscimos de Graus e mais Graus na Maçonaria, no decorrer
do século XVIII, encetados pelos franceses.
A
Autor Ignorado
lguns diziam que ele era muito estranho. Outros, que
era sobrenatural. As notas mágicas que saíam de seu
violino tinham um som diferente, por isso ninguém
queria perder a oportunidade de ver seu espetáculo. Numa certa
noite, o palco de um auditório, repleto de admiradores, estava
preparado para recebê-lo. A orquestra entrou e foi aplaudida. O
maestro foi ovacionado. Mas, quando a figura de Paganini surgiu,
triunfante, o público delirou. Paganini coloca seu violino no
ombro, e o a que se assiste a seguir é indescritível. Breves e
semibreves, fusas e semifusas, colcheias e semicolcheias parecem
ter asas e voar com o toque daqueles dedos encantados.
A
rte Real é uma Revista maçônica virtual, de publicação mensal, fundada em 24 de fevereiro de 2007, com registro
na ABIM – Associação Brasileira de Imprensa Maçônica – 005-JV, que se apresenta como mais um canal de
informação, integração e incentivo à cultura maçônica, sendo distribuída, gratuitamente, via Internet, hoje, para
24.127 e-mails de Irmãos de todo o Brasil e, também, do exterior, além de uma vasta redistribuição em listas de discussões,
sites maçônicos e listas particulares de nossos leitores. Sentimo-nos muitíssimo honrados em poder contribuir, de forma
muito positiva, com a cultura maçônica, incentivando o estudo e a pesquisa no seio das Lojas e fazendo muitos Irmãos
repensarem quanto à importância do momento a que chamamos de “Quarto de Hora de Estudos”. Obrigado por prestigiar
esse altruístico trabalho!
Editor Responsável, Diagramação, Editoração Gráfica e Distribuição: Francisco Feitosa da Fonseca - M∴I∴ - 33º
Revisão Ortográfica: João Geraldo de Freitas Camanho - M∴I∴ - 33º
Colaboradores nesta edição: José Valdecir de Souza – Valdemar Sansão.
Contatos: MSN - entre-irmaos@hotmail.com / E-mail – revistaartereal@entreirmaos.net / Skype – francisco.feitosa.da.fonseca / (35) 3331-1288 / 8806-7175
Revista Arte Real 62 14