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12 Seccionalizador 
O  seccionalizador  é  um  dispositivo  automático  projetado  para  operar  em  série 
com  um  equipamento  de  retaguarda  que  pode  ser  um  religador  ou  o  conjunto 
relé/disjuntor.  Apresenta  um  custo  de  aproximadamente  40%  em  comparação  aos 
religadores conencionais, o que torna a sua aplicação altamente desejável do ponto de 
vista econômico.  
O  seccionalizador  é  basicamente  uma  chave  a  óleo,  monofásica  ou  trifásica,  de 
controle  hidráulico  ou  eletrônico  que  se  assemelha  pela  aparência  a  um  religador.  
Entretanto, ele não tem capacidade para interromper a corrente de defeito. Ele abre 
seus  contatos  quando  o  circuito  é  desenergizado  por  outro  dispositivo  situado  à 
montante e equipado com dispositivo para religamento automático. 
Cada  vez  que  o  seccionalizador  opera  por  ocasião  de  uma  sobrecorrente,  cujo 
valor  seja  maior  ou  igual  à  corrente  de  acionamento,  o  seccionalizador  é  armado  e 
preparado  para  a  contagem.  A  contagem  se  inicia  quando  a  corrente  cai  abaixo  de 
determinado  valor.  Após  um  determinado  número  dessas  ocorrências,  que 
corresponde  ao  ajuste  do  número  de  contagens  do  seccionalizador,  ele  abre  seus 
contatos e permanece na posição “aberto”, isolando o trecho sob falta. 
Não existe nenhuma conexão elétrica ou mecânica entre ambos. Dessa forma, um 
trecho  sob  condições  de  falta  permanente  pode  ser  isolado  permanecendo  o 
dispositivo  de  retaguarda  e  os  demais  trechos  em  situações  normais  de 
funcionamento. 
Embora  o  seccionalizador  não  interrompa  a  corrente  de  defeito,  ele  pode 
interromper uma corrente proporcional a sua corrente nominal e ser empregado como 
chave  desligadora  para  seccionamento  manual  sob  carga.  Deste  modo,  o  mesmo 
possui as características de um equipamento de manobra. 
O seccionalizador pode ser instalado em (CPFL, 2003): 
• Pontos da rede onde a corrente é muito alta para a utilização de elos fusíveis; 
• Pontos  onde  a  coordenação  com  elos  fusíveis  não  é  suficiente  para  o  objetivo 
pretendido; 
• Ramais longos e problemáticos; 
• Após  consumidores  que  podem  suportar  as  operações  dos  religadores,  mas  não 
suportam longas interrupções, no caso do bloqueio do religador. 
As vantagens dos seccionalizadores são citadas a seguir: 
• Os seccionalizadores não possuem curvas características tempo x corrente, o que 
simplifica grandemente os estudos de coordenação; 
• Se o seccionalizador abrir definitivamente, ele poderá ser rapidamente recolocado 
em serviço pela simples manipulação de uma alavanca com uma vara de manobra; 
• Coordenação  efetiva  em  toda  faixa  comum  com  o  equipamento  de  retaguarda 
(religador); 
• No  caso  dos  elos  fusíveis,  a  faixa  de  coordenação  com  o  religador  é  bastante 
limitada,  o  que  resulta  em  perda  de  seletividade,  desligamento  desnecessário  de 
parte do alimentador com a queima precipitada do elo‐fusível do ramal antes que 

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o  dispositivo  de  retaguarda  tenha  oportunidade  de  eliminar  uma  falta, 
possivelmente temporária. 
• Eliminação  da  possibilidade  de  erro  humano,  quando  da  troca  dos  fusíveis, 
considerando ainda o elevado número de elos‐fusíveis num alimentador; 
• Interrompe as três fases simultaneamente, o que não ocorre com os fusíveis, que 
isolam monofasicamente; 
• Ajustes independentes para operação de fase e terra. No caso dos fusíveis, existe 
só um ajuste para proteção de fase e terra; 
• Pode  ser  usado  como  chave  de  manobra  sob  carga,  possibilitando  enorme 
flexibilidade operacional ao sistema; 
O uso de um seccionalizador em substituição a chaves‐fusíveis só é viável em áreas 
para  as  quais  o  mesmo  pode  ser  economicamente  justificado,  tendo  em  vista: 
densidade de carga, consumidores industriais e cargas especiais. 

12.1 Classificação dos Seccionalizadores Quanto ao Número de Fases 
 
Monofásicos.  São  utilizados  exclusivamente  para  seccionamento  automático  de 
sistemas monofásicos primários de distribuição. 
Trifásicos.  São  utilizados  exclusivamente  para  seccionamento  automático  de 
sistemas trifásicos primários de distribuição. 
A Figura 12.1 mostra os seccionalizadores quanto ao número de fases. 

Figura 12.1 – Seccionalizadores Monofásico (a) e Trifásico (b) (POWER SYSTEMS COOPER).

12.2 Classificação dos Seccionalizadores Quanto ao Tipo de Controle 
Controle  Hidráulico:  O  controle  hidráulico  de  um  seccionalizador  é  usado 
principalmente em seccionalizadores monofásicos ou trifásicos com bobinas menores. 
Este  tipo  de  controle  sente  a  sobrecorrente  por  meio  de  uma  bobina  conectada  em 
série  com  a  linha.  Seccionalizadores  controlados  hidraulicamente  necessitam  ser 
fechados manualmente. 
Um seccionalizador hidráulico opera quando sua bobina série é percorrida por um 
fluxo de corrente que excede em 160% a capacidade nominal de sua bobina.  
Controle  Eletrônico:  O  controle  eletrônico  é  usado  principalmente  em  redes 
trifásicas, com bobinas com maior capacidade nominal. 
O controle da corrente de linha é obtido por um transformador de corrente que 
envia  sinais  ao  circuito  eletrônico  que,  por  sua  vez,  conta  o  número  de  operações  e 
também comanda a abertura. 
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A  aplicação  adequada  de  seccionalizadores  frequentemente  necessita  da 
utilização de restritores (disponíveis soemente em unidades trifásicas), o que habilita o 
seccionalizador a discriminar entre a operação de dispositivos de proteção no lado da 
fonte  ou  no  lado  da  carga  (CEMIG,  1994).  Alguns  acessórios  permitem  expandir 
enormemente a aplicação dos seccionalizadores, ou seja:  
Restritor  de  tensão:  este  acessório  é  projetado  para  ser  inserido  em 
seccionalizadores hidráulicos e faz com que sejam contadas somente as operações do 
dispositivo  situado  a  montante,  ou  seja,  deve  impedir  a  contagem  se  ainda  houver 
tensão  no  ponto  de  instalação  do  seccionalizador,  após  ter  cessado  a  corrente  de 
defeito.  É  indicado  para  permitir  que  a  seqüência  de  operações  do  religador  de 
retaguarda  possa  ter  duas  operações  rápidas  e  duas  temporizadas  (CPFL,  2003).  Por 
exemplo,  caso  o  elo‐fusível  situado  à  jusante  do  seccionalizador  interrompa  uma 
corrente de falta, a tensão continua presente no seccionalizador e este, então, poderia 
realizar uma contagem mesmo que o religador não efetue nenhuma abertura. Porém, 
caso  seja  aplicado  o  restritor  de  tensão  este  acessório  impede  que  o  seccionalizador 
conte uma interrupção (CEMIG, 994). 
Restritor  de  corrente:  disponível  para  seccionalizadores  eletrônicos  e 
desempenha  a  mesma  função  que  o  acessório  restritor  de  tensão.  Evita  que  o 
seccionalizador  opere  para  defeitos  que  farão  operar  dispositivos  de  proteção  à  sua 
frente,  por  exemplo,  os  elos  fusíveis.  Este  dispositivo  tem  como  função  impedir  a 
contagem  do  seccionalizador  quando  a  corrente  cai  para  valores  abaixo  do  valor  de 
disparo do equipamento, mas ainda exista uma corrente na linha maior que o limite de 
sensibilidade (em A) do restritor de corrente (CPFL, 2003). 
Restritor de corrente de inrush: em sistemas onde a coordenação é prejudicada 
por altas correntes de inrush e quando este problema não é solucionado pelo aumento 
da corrente de atuação do seccionalizador, pode‐se utilizar o restritor de corrente de 
inrush em seccionalizadores eletrônicos. 
Quando o religador abre o circuito, deixando, portanto, de haver tensão no lado 
da  fonte  do  seccionalizador,  o  controle  deste  equipamento  verifica  se  a  corrente 
através  do  mesmo  estava  acima  ou  abaixo  da  sua  mínima  corrente  de  atuação.  Se  a 
corrente estava abaixo, a corrente mínima de atuação é aumentada automaticamente 
segundo  um  multiplicador  pré‐determinado  (2,  4,  6  ou  8  vezes),  permanecendo  com 
este  nível  elevado  de  corrente  por  um  período  de  5,  10,  15  ou  20  ciclos  depois  do 
retorno da tensão.  Evidentemente, quando o religador fecha o circuito e a corrente de 
inrush  circula  pelo  seccionalizador,  o  nível  de  corrente  mínima  de  atuação  é  então, 
suficientemente  alto  para  impedir  a  contagem  (Eletrobrás,  1982).  Este  acessório  não 
permite  a  contagem  quando  a  corrente  for  transitória  de  magnetização  de 
transformadores e de cargas indutivas (CPFL, 2003) e está projetado somente para os 
seccionalizadores com controle eletrônico (Cemig, 1994). 
Intervalo de religamento. 
Proteção de terra: a proteção de terra é feita por um sensor eletrônico utilizado 
em  seccionalizadores  eletrônicos  para  detectar  correntes  de  desequilíbrio  e  de  falta 
para terra, cujos níveis são inferiores aos níveis de atuação da proteção de fase, e atua 
de  forma  independente.  O  restritor  de  corrente  e  restritor  de  corrente  de  inrush 
acompanham  o  sensor  de  terra  para  evitar  operações  indevidas  do  seccionalizador 
(Cemig, 1994) 
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Da mesma forma que acontece com os seccionalizadores com controle hidráulico 
as unidades controladas eletronicamente preparam‐se para contar quando ocorre uma 
sobrecorrente e realizam a contagem quando o circuito for desenergizado. A diferença 
está no fato de que os seccionalizadores com controle eletrônico têm suas operações 
supervisionadas  por  circuitos  de  estado  sólido.  A  Figura  12.2  mostra  as  formas  de 
seccionalizador quanto ao tipo de controle 

Figura 12.2 – Típicos Seccionalizadores com Controle hidráulico (a) e Eletrônico (b) (POWER
SYSTEMS COOPER 270-10, 2003).

A  corrente  que  passa  pelo  seccionalizador  é  sentida  por  transformadores  de 


corrente.  Depois  de  transformada,  a  corrente  passa  pelo  transformador  acoplador, 
para em seguida ser retificada. Logo após, a corrente passará pelo relé de contagem 
que  irá  carregar  os  capacitores  de  transferência.  A  energia  desses  capacitores  é,  por 
sua vez, transmitida pelos circuitos de contagem e memória. Quando for atingido um 
número pré‐estabelecido de contagens. O circuito de disparo é então energizado com 
a  finalidade  de  atuar  sobre  a  bobina  de  disparo  por  meio  de  um  capacitor.  Os 
principais componentes de controle eletrônico são mostrados na Figura 12.3. 
Ocorrendo uma falta permanente, o seccionalizador irá disparar após um número 
de  contagens  pré‐estabelecido.  Caso  a  falta  seja  temporária,  o  circuito  armazena  a 
contagem  em  uma  memória  eletrônica  durante  um  determinado  tempo  para  depois 
esquecê‐la. 

Figura 12.3 – Principais Componentes do seccionalizador eletrônico (ELETROBRAS, 1982).

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12.3 Classificação dos seccionalizadores quanto ao meio de interrupção 
Seccionalizador  a  óleo:  podem  ser  monofásicos  ou  trifásicos  e  a  interrupção  da 
corrente  de  carga  é  realizada  através  do  óleo.  O  mecanismo  de  controle  pode  ser 
atuado  através  de  uma  bobina  série  ou  por  derivação  (shunt)  através  de  TCs.  A 
temporização,  reinicialização,  contagem  e  outras  operações  de  controle  podem  ser 
realizadas através de dispositivos eletromecânicos ou eletrônicos. 
Seccionalizadores  a  vácuo:  pode  ser  monofásicos  ou  trifásicos.  O  interruptor  de 
corrente é  composto  de  dois  contatos  separados  que  trabalham  no  vácuo  dentro  de 
uma  cápsula  hermética,  o  que  permite  a  interrupção  da  corrente  de  carga. 
Geralmente,  estes  seccionalizadores  utilizam  óleo  mineral  de  alta  qualidade  que 
lubrifica e isola os interruptores a vácuo, não requerendo manutenção periódica. Estes 
seccionalizadores atuam pela perda do sinal de tensão e utilizam temporizadores para 
controlar as operações de disparo, fechamento e bloqueio. 

12.4 Aplicação e Dimensionamento do Seccionalizador 
Para  seleção  e  aplicação  de  seccionalizadores,  devem  ser  considerados  os 
seguintes requisitos, que podem ser verificados por meio da Tabela 12.1: 
Tensão do sistema: A tensão nominal do seccionalizador deverá ser maior ou igual 
do que a tensão do sistema (geralmente a tensão fase‐fase). 
Máxima  corrente  de  carga:  Geralmente,  a  corrente  máxima  nominal  não  é  um 
fator  limitante,  contanto  que  o  seccionalizador  funcione  em  conjunto  com  os 
dispositivos de proteção do lado da fonte e esteja coordenado com eles. Os ajustes do 
seccionalizador  são  dependentes  do  dispositivo  de  proteção  do  lado  da  fonte  (a 
montante). A corrente nominal do seccionalizador deve ser selecionada de forma que 
seja  maior  ou  igual  à  corrente  de  carga  prevista,  considerando  a  possibilidade  de 
transferência de carga. 
Máxima  corrente  de  falta:  A  corrente  de  curto‐circuito  trifásica  (simétrica  ou 
assimétrica) disponível no ponto de instalação deve ser menor ou igual a capacidade 
suportável da bobina série ou sensor de corrente do seccionalizador (CPFL, 2003).  
Tabela 12.1 – Capacidade suportável de corrente dos seccionalizadores OYS e GN3E.
Tipo  Sensor  Sensor  Capacidade suportável de corrente (A) 
de  de  10 s  1s  Momentânea
fase  terra  (simétrica)  (simétrica)  (assimétrica) 
OYS  Bobina série  Resistor   600  2000  10000 
20‐30‐35 
Bobina série  Resistor   1290  3640  10000 
50 
Bobina série  Resistor   1510  4690  10000 
75 
Bobina série  Resistor   1860  5940  10000 
100 
GN3E  Resistor   Resistor   2600  5700  9000 
 
Coordenação com outros dispositivos de proteção tanto do lado de carga quanto 
da  fonte.  O  tempo  total  acumulado  do  dispositivo  de  retaguarda  (exceto  para  a 
primeira  abertura)  deverá  ser  menor  que  o  tempo  de  memória  do  seccionalizador. 
Portanto,  o  tempo  de  memória  do  seccionalizador  deve  ser  definido  de  modo  a 
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permitir  a  coordenação  com  os  religadores,  quaisquer  que  sejam  os  seus  ajustes  de 
seqüência de operação (ELETROBRAS, 1982). 

12.5 Condições básicas para instalação de seccionalizadores 
Os  seguintes  princípios  básicos  de  coordenação  devem  ser  levados  em  conta 
durante a aplicação dos seccionalizadores: 
• O  seccionador  deve  ser  o  dispositivo  protetor  e  o  religador  (ou  disjuntor)  o 
dispositivo protegido; 
• O dispositivo protegido deve ser capaz de detectar a corrente mínima de falta na 
zona de atuação do seccionador; 
• A corrente mínima de curto‐circuito na zona de proteção do seccionalizador deve 
ser  maior  que  a  corrente  mínima  de  disparo  do  seccionalizador.  Ou  seja,  toda  a 
zona  de  proteção  do  seccionalizador  deve  estar  contida  na  zona  de  proteção  do 
equipamento de retaguarda (CPFL, 2003); 
• A  corrente  mínima  de  disparo  das  unidades  de  fase  e  terra  do  seccionalizador 
devem ser ajustadas para operarem com no máximo 80% dos respectivos ajustes 
do equipamento de retaguarda (religador) (CPFL, 2003). Para unidades eletrônicas, 
o nível mínimo de atuação é usado diretamente. Nas unidades hidráulicas, o que se 
especifica é a capacidade nominal da bobina série. Neste caso, a corrente mínima 
de  disparo  dos  seccionalizadores  é  1,6  vezes  maior  que  a  capacidade  nominal  de 
sua bobina; 
• A corrente nominal da bobina série deverá ser maior do que a corrente de carga 
máxima no ponto de instalação, incluindo manobras usuais. 
• Para  sistemas  solidamente  aterrados  é  recomendável  o  uso  de  dispositivos  de 
disparo para faltas à terra (norma Bandeirante). 
• Demais  características  de  seccionalizador  tais  como  tensão  nominal,  freqüência 
nominal  e  NBI,  deverão  ser  compatíveis  com  os  valores  do  sistema  no  qual  será 
instalado (norma Bandeirante). 
• Os  seccionalizadores  que  não  forem  equipados  com  sensor  de  faltas  para  a  terra 
devem ser coordenados com a corrente mínima de disparo de fase do dispositivo 
de retaguarda (ELETROBRAS, 1982); 
• O  nível  básico  de  isolamento  deve  ser  compatível  com  a  tensão  do  sistema 
(ELETROBRAS, 1982); 
• Os  seccionalizadores  trifásicos  exigem  dispositivos  de  retaguarda  trifásicos  com 
abertura  simultânea  em  todas  as  fases  (GUIGUER,  1988).  A  abertura  não 
simultânea  do  circuito  pelo  religador  pode  ocasionar  a  interrupção  de  uma 
corrente  de  falta  pelo  seccionador,  o  que  não  é  uma  operação  adequada  para  o 
equipamento; 
• O  seccionador  equipado  com  dispositivo  de  disparo  de  terra  exige  o  emprego  de 
religador equipado com dispositivo de disparo de terra; 
• O  número  de  contagens  do  seccionalizador  deve  ser  pelo  menos,  uma  unidade  a 
menos que o número de operações do dispositivo de retaguarda (religador). Caso 
sejam usados mais que um seccionalizador em série, o dispositivo protetor deverá 
ser  ajustado  para  uma  contagem  a  menos  que  o  dispositivo  protegido,  conforme 
mostra  a  Figura  3.25.  No  caso  de  se  usar  seccionalizadores  em  paralelo, 

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comandados  pelo  mesmo  dispositivo  de  retaguarda,  estes  deverão  ser  ajustados 
para um mesmo número de contagem. 
• Os  tempos  de  abertura  e  religamento  do  dispositivo  de  retaguarda  devem  estar 
coordenados  com  o  tempo  de  memória  do  seccionalizador.  O  tempo  total 
acumulado  do  dispositivo  de  retaguarda  (sem  incluir  o  tempo  da  primeira 
abertura)  deve  ser  menor  que  o  tempo  de  memória  do  seccionalizador  como 
mostra a Figura 12.4. 
TAT = t RELIG 1 + t AT RLG 2 OP + t RELIG 2 + t AT RLG 3 OP + ... + t RELIG N + t AT RLG ( N +1) OP
 
Onde: 
tRELIG 1, tRELIG 2, tRELIG N = Intervalos de religamento. 
tAT RLG 2 OP, tAT RLG 3 OP, tAT RLG N OP = Tempos de atuação na segunda, terceira, e-
nésima atuação do religador, de acordo com as curvas escolhidas.
Terceira contagem do Seccionalizador
Primeira contagem do Seccionalizador

Segunda contagem do Seccionalizador

Tempo de memória do seccionalizador


Tempo acumulado do dispositivo de retaguarda
Corrente de 1 2 3
Falta

R1 R2

Tempo

R1 e R2 Tempo de religamento da primeira e segunda operação do


religador

Figura 12.4 – Tempo de memória e três contagens para abertura definitiva do seccionalizador
(McGRAW-EDISON COMPANY).

Se o tempo total acumulado do dispositivo de retaguarda for maior que o tempo 
de memória do seccionalizador, o seccionalizador apagará de sua memória o número 
de  operações  realizadas  pelo  dispositivo  de  retaguarda.  Isso  resultará  num 
desligamento  definitivo  do  dispositivo  de  retaguarda  para  faltas  além  do 
seccionalizador, resultando em descoordenação entre os dispositivos. 
 
• As capacidades momentâneas e de curta duração com relação as correntes de falta 
no ponto de locação do seccionalizador não deverão ser ultrapassadas. A duração 
considerada,  para  suportabilidade  térmica  e  dinâmica  para  as  correntes  de  falta, 
será  função  do  tempo  acumulado  de  abertura  do  equipamento  de  proteção  de 
retaguarda (norma Bandeirante). 
 
Exemplo  1:  O  dispositivo  protegido  em  relação  ao  seccionador  (religador)  é 
ajustado  para  duas  atuações  na  curva  rápida,  mais  duas  atuações  na  curva 
temporizada. O intervalo de religamento é de 2 segundos, conforme a Figura 12.5. 
 

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Figura 12.5 – Exemplo 1. 
Como o religador está programado para 4 operações, o número de contagens do 
seccionador foi ajustado em 3.  
TAT = 2 + 0,6 + 2 + 5,1 = 9,7s. 
Logo o tempo de memória do seccionador deverá ser superior a 9,7s. 
Os seccionadores com controle hidráulico possuem tempo de memória em torno 
de  60  a  90  segundos,  enquanto  os  seccionadores  com  controle  eletrônico  possuem 
tempos de memória ajustáveis em 30, 45 e 90 segundos. 

12.6 Coordenação Religador – Seccionalizador 
12.6.1 Coordenação entre Dispositivos Hidráulicos 
Os  seccionalizadores  não  possuem  curvas  características  tempo  X  corrente, 
portanto a coordenação com o mesmo não requer o uso destas curvas. Uma aplicação 
típica  está  mostrada  na  Figura  12.6  e  Figura  12.7.  O  religador  de  retaguarda  foi 
ajustado  para  quatro  operações,  após  as  quais,  ocorre  um  desligamento  definitivo. 
Essas quatro operações podem ser de qualquer combinação (1A ‐ 3B, ou 2A ‐ 2B, entre 
outras)  entre  as  curvas  rápidas  (A)  e  temporizadas  (B).  Como  dito  anteriormente,  o 
seccionalizador  deve  ser  ajustado  para  pelo  menos  uma  operação  a  menos,  que  o 
dispositivo de retaguarda. Se uma falta permanente ocorrer além do seccionalizador, o 
seccionalizador irá operar e isolar a falta durante o terceiro religamento do religador. 
Em seguida, o religador re‐energiza os trechos que não estão sob falta.  

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Figura 12.6 – Coordenação Religador-Seccionalizador (McGRAW-EDISON COMPANY).


 

Figura 12.7 – Seccionalizadores adicionados em série nos ramais (McGRAW-EDISON


COMPANY).
 
Os  seccionalizadores  hidráulicos  foram  desenvolvidos  para  uso  com  religadores 
hidráulicos. Geralmente, o religador hidráulico tem um tempo máximo de religamento 
da ordem de dois segundos e o seccionalizador hidráulico tem um tempo de memória 
pré‐fixado,  contudo,  ele  poderá  funcionar  com  qualquer  religador  hidráulico.  Os 
seccionalizadores  hidráulicos  não  possuem  muitas  opções  de  escolha  em  tempos  de 
memória.  O  seu  tempo  de  memória  depende  do  circuito  hidráulico  de  contagem, 
sendo assim, o tempo de memória é função da viscosidade do óleo. Esta viscosidade 
depende da temperatura do óleo e da temperatura ambiente. 
A Figura 12.8, a Figura 12.9 e a Tabela 3.5 fornecem informações detalhadas sobre 
a coordenação entre o seccionalizador e o religador. A Figura 12.9 mostra o tempo de 
memória  dos  seccionalizadores  hidráulicos  em  função  da  temperatura  do  óleo  e  da 
seqüência de operação do dispositivo de retaguarda. 
A temperatura máxima do  óleo é igual a temperatura ambiente mais a elevação 
de  temperatura  do  óleo  devido  o  fluxo  de  corrente  passante  pelo  seccionalizador.  A 
Tabela  12.2  indica  a  elevação  aproximada  da  temperatura  do  óleo  em  um 
seccionalizador hidráulico em função de vários níveis de corrente de carga. Assumindo 

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um determinado valor de corrente de carga através do seccionalizador, a elevação de 
temperatura  é  adicionada  à  temperatura  ambiente  do  seccionalizador  de  modo  a  se 
determinar o valor máximo aproximado da temperatura do óleo. 

Figura 12.8 – Retenção de Contagem do Seccionalizador relacionado com a seqüência de


operação do dispositivo de retaguarda (McGRAW-EDISON COMPANY).
 

Figura 12.9 – Curva de coordenação para seccionalizadores hidráulicos (McGRAW-EDISON


COMPANY).
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Tabela 12.2 – Elevação da Temperatura do óleo (McGRAW-EDISON COMPANY).
Corrente de Carga Elevação Aproximada
(% da bobina Nominal) da Temperatura (°C)
25 2
50 7
75 15

A Figura 12.9 indica as regiões de tempo onde ocorrem as seqüências de operação 
do  dispositivo  de  retaguarda  e  que  devem  ser  consideradas  ao  se  determinar  a 
coordenação entre um religador ajustado para quatro operações e um seccionalizador 
ajustado para três contagens.  
Na  Figura  12.9  são  mostrados  os  tempos  de  atuação  de  falta  (F1,  F2  e  F3)  e  de 
religamento  (R1  e  R2)  do  dispositivo  de  retaguarda  e  os  tempos  no  qual  o 
seccionalizador  deve  fazer  a  sua  contagem.  O  intervalo  de  tempo  medido  entre  o 
instante da primeira interrupção de falta (F1) até o instante da penúltima interrupção 
de falta (F3), instante este onde o seccionalizador realiza o desligamento definitivo, é 
chamado de tempo total acumulado. 
Quando  um  seccionalizador  hidráulico  for  ajustado  para  desligar  definitivamente 
depois  de  três  contagens  de  correntes  de  falta,  o  tempo  total  acumulado  (TAT)  do 
dispositivo  de  retaguarda  será  a  soma:  R1+F2+R2+F3,  em  segundos.  Se  o 
seccionalizador for ajustado para desligar definitivamente depois de duas contagens, o 
TAT  será  R1+F2.  Se  o  seccionalizador  for  ajustado  para  uma  contagem  não  será 
necessário  ter  tempo  de  memória.  Para  isso,  duas  exigências  devem  ser  levadas  em 
consideração  para  garantir  que  o  seccionalizador  hidráulico  seja  coordenado  com  o 
dispositivo de retaguarda, ou seja: 
• Para uma determinada temperatura de óleo (ambiente + elevação) o TAT não pode 
exceder o valor indicado pela curva do seccionalizador representada na Figura 12.9 
(TAT).  
• Para  duas  ou  três  contagens  do  seccionalizador,  o  tempo  total  de  durações  das 
faltas, F2 ou F2+F3, respectivamente, não poderá exceder a 70% do TAT, visto que 
para  uma  única  contagem  não  haverá  temporização  do  seccionalizador.  Por 
exemplo,  se  o  seccionalizador  possuir  uma  seqüência  de  duas  contagens,  F2  não 
pode exceder a 70% do TAT = R1+F2. Caso o seccionalizador possua uma seqüência 
de três contagens, F2+F3 não pode exceder a 70% de R1+F2+R2+F3. 

12.6.2 Coordenação entre Dispositivos Eletrônicos 
 
A  coordenação  de  seccionalizadores  eletrônicos  com  religadores  exige  que  a 
corrente nominal do seccionalizador seja maior ou igual do que a corrente de carga no 
ponto  de  aplicação  deste,  e  que  o  ajuste  mínimo  de  atuação  do  seccionalizador  seja 
selecionado com base no ajuste mínimo de disparo do religador a montante.  
Os seccionalizadores eletrônicos possuem valores pré‐determinados de tempos de 
memória.  Esses  valores  são  mínimos  e  estão  sujeitos  a  variações.  O  tempo  de  reset 
pode  variar  com  o  tempo  de  memória  e  com  o  número  de  contagens  do 
seccionalizador.  A  Tabela  12.3  mostra  um  exemplo  disso.  A  Figura  12.10  e  a  Figura 
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12.11 mostram o tempo de reset de um seccionalizador para uma e duas contagens, 
respectivamente. 
Tabela 12.3 – Tempo de reset do Seccionalizador Eletrônico (McGRAW-EDISON COMPANY).
Tempo de memória Tempo de Reset (minutos)
selecionado (segundos) Uma Operação Duas Operações
30 5 7,5
45 7,5 11,25
90 15 22,5

Figura 12.10 – Tempo de reset para seccionalizador com uma operação (McGRAW-EDISON
COMPANY).

Figura 12.11 – Tempo de reset para seccionalizador com duas operações (McGRAW-EDISON
COMPANY).
 
Como  pode  ser  visto,  para  um  seccionalizador  eletrônico,  o  seu  tempo  de  reset, 
após um pré‐determinado número de faltas, depende tanto do seu tempo de memória 
quanto do seu número de contagens. Esse tempo pode variar num intervalo que vai de 
5  a  22  minutos.  O  tempo  de  reset  dos  religadores  eletrônicos  varia  de  10  a  180 
segundos.  Isso  pode  causar  perda  de  coordenação,  o  que  pode  implicar  num 

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desligamento  desnecessário  se  uma  outra  falta  ocorrer  durante  o  tempo  em  que  o 
seccionalizador estiver em processo de reset. 
Para suprir esse problema, pode‐se instalar um acessório de tempo de Reset que 
tem a função de diminuir o tempo do reset do seccionalizador depois de se ter obtido 
um  bom  desempenho  com  a  atuação  do  dispositivo  de  retaguarda  (religador)  na 
eliminação de uma falta temporária (McGRAW‐EDISON COMPANY). 

12.7 Coordenação Religador – Seccionalizador – Fusível 
Neste  tipo  de  coordenação,  além  de  serem  preenchidos  os  requisitos  da 
coordenação  Religador‐Seccionalizador  e  Religador‐Fusível  descritas  anteriormente, 
deverá  ser  estritamente  observada  a  seqüência  de  operação  do  religador  (GUIGUER, 
1988).  
A Figura 12.12 ilustra um exemplo de coordenação usando os três dispositivos.  

Figura 12.12 – Situação em que não há coordenação adequada entre os dispositivos


(McGRAW-EDISON COMPANY).
 
Entretanto,  para  ser  obtida  a  coordenação  entre  o  seccionalizador  e  o  fusível,  é 
recomendável  que  a  seqüência  de  operação  do  religador  seja  realizada  em  uma 
operação  rápida  seguida  de  três  lentas,  assim  como  mostra  a  Figura  12.13.  Esta 
recomendação  leva  em  consideração  que,  com  os  ajustes  no  religador  em  duas 
operações  rápidas  e  duas  lentas,  o  fusível  não  abrirá  o  circuito  durante  as  duas 
operações rápidas do religador. Em conseqüência, poderá haver operação simultânea 
do  fusível  e  do  seccionalizador,  resultando  em  perda  de  seletividade  (ELETROBRAS, 
1982). 
Com  este  ajuste  de  seqüência  de  operação  e  considerando  a  existência  de  uma 
falta  permanente  além  do  ponto  de  instalação  do  seccionalizador,  o  religador  irá 
operar  uma  vez  na  curva  rápida  e  uma  vez  na  curva  lenta,  com  probabilidade  de 
queima  do  fusível  em  85%,  não  havendo  abertura  do  seccionalizador  na  segunda 
operação do religador. Isto irá garantir a coordenação entre os dispositivos (GUIGUER, 
1988). 

Figura 12.13 – Situação em que há coordenação adequada entre os dispositivos (McGRAW-


EDISON COMPANY).

Depois  que  o  fusível  eliminar  a  falta,  os  mecanismos  do  religador  e  do 
seccionalizador  rearmam  de  modo  a  permitir  uma  nova  seqüência  completa  de 
operações. 
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Caso  se  queira  manter  a  primeira  seqüência  de  coordenação  descrita 
anteriormente (religador com duas operações rápidas e duas temporizadas), o uso de 
um acessório restritor de tensão torna possível a coordenação entre o seccionalizador 
e o fusível, caso o seccionalizador seja do tipo hidráulico. Com isso, quando o fusível 
interromper  o  trecho  com  falta  na  terceira  operação  do  religador  e  se  o 
seccionalizador  não  estiver  equipado  com  o  referido  acessório,  ele  irá  interpretar  a 
abertura  do  circuito  pelo  fusível  como  uma  interrupção  de  corrente  e  abrirá  seus 
contatos desnecessariamente, com prejuízo na seletividade da coordenação. 
Entretanto, para essa seqüência de operação a seletividade ainda dependeria da 
relação entre o tempo de fusão do fusível e o tempo de operação do religador em sua 
curva temporizada, por isso, não é muito recomendável este tipo de ajuste. 
 No caso de seccionador eletrônico, nada impede o ajuste do religador para duas 
operações  rápidas  e  duas  lentas,  pois  esse  equipamento  já  traz  incorporado  ao  seu 
circuito o acessório restritor de corrente, cuja função é a mesma exercida pelo restritor 
de  tensão  nos  seccionadores  hidráulicos,  embora  os  princípios  de  operação  sejam 
diferentes (ELETROBRAS, 1982). 

12.8 Coordenação Relé – Seccionalizador – Fusível 
Neste  caso  deve  ser  empregado  relé  de  religamento  e  a  coordenação  com  o 
seccionalizador  deve  obedecer  aos  critérios  já  mencionados,  bem  como  aos  critérios 
definidos para coordenação Religador‐Seccionalizador‐Fusível. 
 
21 A
30 A

5A
30

Figura 12.14 – Exercício de avaliação.

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